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WBA0867_v1.0
Laudos e perícias em engenharia
Diligência, elaboração do laudo, 
esclarecimentos e impugnação
Jurisprudências e súmulas.
Parte 1
Bloco 1
Júlio Assis de Freitas
Jurisprudências e súmulas
Jurisprudência: resultado de um conjunto de decisões 
judiciais, a respeito da mesma matéria, que vão sempre 
em determinado sentido. São proferidas notadamente 
nos tribunais superiores.
Súmula: resumo da jurisprudência. Os tribunais 
superiores proferem as súmulas pacificando um tema 
quando a jurisprudência já está consolidada.
São abordagens jurídicas e não técnicas, mas é 
importante que o perito e assistente técnico conheçam 
as jurisprudências e súmulas que tocam insalubridade e 
periculosidade.
Orientações Jurisprudenciais – SDI-1
165. Perícia. Engenheiro ou médico. adicional de 
insalubridade e periculosidade. válido. art. 195 da CLT:
O art. 195 da CLT não faz qualquer distinção entre o 
médico e o engenheiro para efeito de caracterização e 
classificação da insalubridade e periculosidade, bastando 
para a elaboração do laudo seja o profissional 
devidamente qualificado. (BRASIL, 1943, [s.p.]).
Nota: SDI-1 significa “Subseção I Especializada em Dissídios 
Individuais” do Tribunal Superior do Trabalho.
Orientações Jurisprudenciais – SDI-1
171. Adicional de insalubridade. óleos minerais. sentido 
do termo "manipulação”.
Para efeito de concessão de adicional de insalubridade 
não há distinção entre fabricação e manuseio de óleos 
minerais - Portaria nº 3214 do Ministério do Trabalho, NR 
15, Anexo XIII. (BRASIL, 1978, [s.p.])
Orientações Jurisprudenciais – SDI-1
173. Adicional de insalubridade. Atividade a céu aberto. 
Exposição ao sol e ao calor. 
I. Ausente previsão legal, indevido o adicional de 
insalubridade ao trabalhador em atividade a céu 
aberto, por sujeição à radiação solar
II. Tem direito ao adicional de insalubridade o 
trabalhador que exerce atividade exposto ao calor 
acima dos limites de tolerância, inclusive em 
ambiente externo com carga solar, nas condições 
previstas no Anexo 3 da NR 15 da Portaria Nº 
3214/78 do MTE. (BRASIL, 1978, [s.p.])
Orientações Jurisprudenciais – SDI-1
385. Adicional de periculosidade. Devido. 
Armazenamento de líquido inflamável no prédio. 
Construção vertical. 
É devido o pagamento do adicional de periculosidade ao 
empregado que desenvolve suas atividades em edifício 
(construção vertical), seja em pavimento igual ou distinto 
daquele onde estão instalados tanques para 
armazenamento de líquido inflamável, em quantidade 
acima do limite legal, considerando-se como área de 
risco toda a área interna da construção vertical. (BRASIL, 
1978, [s.p.])
Diligência, elaboração do laudo, 
esclarecimentos e impugnação
Líquidos inflamáveis no interior de 
edificação – caracterização da 
periculosidade.
Bloco 2
Júlio Assis de Freitas
Inflamáveis em interior de edificação – NR 20
20.1.2 Esta NR e seus anexos devem ser utilizados para 
fins de prevenção e controle dos riscos no trabalho com 
inflamáveis e combustíveis. Para fins de caracterização de 
atividades ou operações insalubres ou perigosas, devem 
ser aplicadas as disposições previstas na NR-15 -
atividades e operações insalubres e NR-16 - atividades e 
operações perigosas. (BRASIL, 2019, [s.p.]).
Anexo III da NR-20 (BRASIL, 2019)
• Inflamáveis em edificação apenas Diesel ou Biodiesel 
em tanques enterrados.
• Abre-se exceção para:
• Geradores e motobombas.
• Comprovada a inviabilidade de se enterrar.
• Atendidos os requisitos do item 2.1 e alíneas.
Limite legal: Até 5 m³ por tanque e 10 m³ por 
edificação.
Anexo III da NR-20 (BRASIL, 2019)
Conceitos importantes.
Recinto: quaisquer áreas que estejam delimitadas por 
fronteiras físicas constituídas de paredes e tetos resistentes ao 
fogo.
Tanque acoplado: tanque de consumo instalado como parte 
integrante do grupo motor gerador.
Tanque de consumo: tanque ligado direta ou indiretamente a 
motores ou equipamentos térmicos, visando a alimentação 
destes.
Recipiente (ou vasilhame): receptáculo projetado e 
construído para armazenar produtos inflamáveis (líquidos e 
gases) e líquidos combustíveis conforme normas técnicas; não 
se incluem nesta definição os tanques de superfície para 
consumo de óleo diesel mencionados no item 2 do Anexo III.
Área de risco: NR 16, anexo 02, item 03
Alínea D: Tanques de líquidos inflamáveis – toda a bacia de segurança.
Alínea R: Vasilhames em recinto aberto - Faixa de 3 metros de largura em torno 
dos seus pontos externos.
Alínea S: Vasilhames em recinto fechado - Toda a área interna do recinto.
Figura 1 – Vasilhames
Fonte: acervo do autor. 
Figura 2 – Tanque
Fonte: acervo do autor
Diligência, elaboração do laudo, 
esclarecimentos e impugnação
Jurisprudências e súmulas.
Parte 2
Bloco 3
Júlio Assis de Freitas
Súmulas do TST (Tribunal Superior do Trabalho)
47. Insalubridade.
O trabalho executado em condições insalubres, em 
caráter intermitente, não afasta, só por essa 
circunstância, o direito à percepção do respectivo 
adicional. (BRASIL, 2003, [s.p.]).
Súmulas do TST (Tribunal Superior do Trabalho)
80. Insalubridade.
A eliminação da insalubridade mediante fornecimento de 
aparelhos protetores aprovados pelo órgão competente 
do Poder Executivo exclui a percepção do respectivo 
adicional. (BRASIL, 2003, [s.p.]).
Súmulas do TST (Tribunal Superior do Trabalho)
289. Insalubridade. Adicional. Fornecimento do 
aparelho de proteção. Efeito.
O simples fornecimento do aparelho de proteção pelo 
empregador não o exime do pagamento do adicional de 
insalubridade. Cabe-lhe tomar as medidas que conduzam 
à diminuição ou eliminação da nocividade, entre as quais 
as relativas ao uso efetivo do equipamento pelo 
empregado. (BRASIL, 2003, [s.p.]).
Súmulas do TST – Tribunal Superior do Trabalho
293. Adicional de insalubridade. Causa de pedir. Agente 
nocivo diverso do apontado na inicial
A verificação mediante perícia de prestação de serviços 
em condições nocivas, considerado agente insalubre 
diverso do apontado na inicial, não prejudica o pedido de 
adicional de insalubridade. (BRASIL, 2003, [s.p.]).
Súmulas do TST – Tribunal Superior do Trabalho
361. Adicional de periculosidade. Eletricitários. 
Exposição intermitente 
O trabalho exercido em condições perigosas, embora de 
forma intermitente, dá direito ao empregado a receber o 
adicional de periculosidade de forma integral, porque a 
Lei nº 7.369, de 20.09.1985, não estabeleceu nenhuma 
proporcionalidade em relação ao seu pagamento. 
(BRASIL, 2003, [s.p.]).
Súmulas do TST – Tribunal Superior do Trabalho
364. Adicional de periculosidade. Exposição eventual, 
permanente e intermitente
I. Tem direito ao adicional de periculosidade o 
empregado exposto permanentemente ou que, de 
forma intermitente, sujeita-se a condições de risco. 
Indevido, apenas, quando o contato dá-se de forma 
eventual, assim considerado o fortuito, ou o que, 
sendo habitual, dá-se por tempo extremamente 
reduzido. (BRASIL, 2003, [s.p.]).
Súmulas do TST – Tribunal Superior do Trabalho
447. Adicional de periculosidade. Permanência a bordo 
durante o abastecimento da aeronave. Indevido
Os tripulantes e demais empregados em serviços 
auxiliares de transporte aéreo que, no momento do 
abastecimento da aeronave, permanecem a bordo não 
têm direito ao adicional de periculosidade a que aludem 
o art. 193 da CLT e o Anexo 2, item 1, "c", da NR 16 do 
MTE. (BRASIL, 2003, [s.p.]).
Súmulas do TST – Tribunal Superior do Trabalho
448. Atividade insalubre. Caracterização. Previsão na norma 
regulamentadora nº 15 da portaria do ministério do trabalho 
nº 3.214/78. instalações sanitárias. 
I. Não basta a constatação da insalubridade por meio de 
laudo pericial para que o empregado tenha direito ao 
respectivo adicional, sendo necessária a classificação da 
atividade insalubre na relação oficial elaborada pelo 
Ministério do Trabalho.
II. A higienização de instalações sanitárias de uso público ou 
coletivo de grande circulação,e a respectiva coleta de 
lixo, por não se equiparar à limpeza em residências e 
escritórios, enseja o pagamento de adicional de 
insalubridade em grau máximo, incidindo o disposto no 
Anexo 14 da NR-15 da Portaria do MTE nº 3.214/78 
quanto à coleta e industrialização de lixo urbano. (BRASIL, 
2014, [2.p.])
Súmulas do TST – Tribunal Superior do Trabalho
453. Adicional de periculosidade. Pagamento 
espontâneo. Caracterização de fato incontroverso. 
desnecessária a perícia de que trata o art. 195 da CLT. 
O pagamento de adicional de periculosidade efetuado 
por mera liberalidade da empresa, ainda que de forma 
proporcional ao tempo de exposição ao risco ou em 
percentual inferior ao máximo legalmente previsto, 
dispensa a realização da prova técnica exigida pelo art. 
195 da CLT, pois torna incontroversa a existência do 
trabalho em condições perigosas. (BRASIL, 2014, [s.p.])
Teoria em Prática
Bloco 4
Júlio Assis de Freitas
Suponhas os seguintes cenários hipotéticos descritos
• Maria é auxiliar de serviços gerais trabalhando em uma 
empresa terceirizada dentro de um shopping center de 
grande porte. Ela faz limpeza de pisos e mesas na praça de 
refeição, e utiliza produtos químicos como detergente, 
hipoclorito de sódio e desinfetantes; recolhe lixos e os leva 
até uma caçamba externa de coleta; limpa banheiros de 
uso dos clientes do local.
• José é promotor de vendas de uma marca de frios, pratos 
prontos resfriados e congelados, carnes bovinas, suínas e 
aves. Ele fica lotado em um grande hipermercado, onde é 
responsável por retirar os produtos do estoque e colocá-
los em exposição na área de vendas do estabelecimento.
Responda com base no cenário hipotético descrito.
• Flávia é operadora de produção em uma fábrica de 
cervejas, onde trabalha na linha de envase operando a 
máquina que rotula garrafas de vidro, monitorando o fluxo 
de garrafas na esteira, retirando da linha aquelas que 
apresentam defeito na rotulação. Operadores como a 
Flávia ainda são responsáveis pela manutenção autônoma, 
realizando atividades como reaperto e lubrificação 
periódica de elementos mecânicos das máquinas.
• Você mantém uma parceria com o advogado que irá 
representar estes trabalhadores em ações trabalhistas 
para atuar como assistente técnico, e deve fazer uma 
análise prévia de suas atividades, sugerindo se há ou não 
viabilidade de se pedir insalubridade ou periculosidade. 
Quais seriam suas recomendações para cada caso?
Norte para resolução.
• Para Maria, recomendar que peça insalubridade por 
agentes químicos, com possível enquadramento por álcalis 
cáusticos no manuseio de hipoclorito de sódio; e por 
agentes biológicos, com possível equiparação da atividade 
de coleta de lixo urbano conforme Súmula 448 do TST.
• Para José, a alternativa mais recomendada é solicitar a 
insalubridade por frio, já que, pelo porte, hipermercados 
tendem a manter os produtos refrigerados em câmaras 
frias, o que o reclamante pode confirmar em breve 
entrevista.
• Para ambos os casos, pode-se investigar a viabilidade de 
se pedir periculosidade em função de geradores/diesel.
Norte para resolução.
• Para Flávia, por se tratar de área altamente 
mecanizada, o pedido mais óbvio é o de ruído. Em 
função do processo de manutenção autônoma, 
também pode-se cogitar a exposição à graxa e óleos 
minerais.
• Em uma linha de envase de cervejas em garrafas de 
vidro, é comum que algumas se quebrem durante o 
processo, derramando a bebida nas esteiras 
transportadoras e no piso, sendo necessária a 
constante lavagem destes itens, cabendo também 
analisar a viabilidade de se pedir insalubridade por 
umidade e agentes químicos, potencialmente álcalis 
cáusticos, usados na limpeza.
Dica do(a) Professor(a)
Bloco 5
Júlio Assis de Freitas
Dica do(a) Professor(a) 
As jurisprudências e súmulas que envolvem insalubridade e 
periculosidade são de grande relevância para quem pretende 
atuar como perito judicial ou assistente técnico. Recomenda-
se que se tome ciência delas de modo a estar atualizado com 
os entendimentos do Judiciário sobre o tema.
BRASIL. TST. Justiça do Trabalho. Resolução nº 220 de 18 de setembro de 2017. Altera a 
redação das súmulas nºs 337 e 385. Brasília: DEJT, 2017.
BRASIL. TST. Justiça do Trabalho. Resolução nº 220 de 18 de setembro de 2017. Altera a 
redação da orientação jurisprudencial nº 318. Brasília: DEJT, 2017.
Referências 
BRASIL. TST. Justiça do Trabalho. Resolução nº 220 de 18 de 
setembro de 2017. Altera a redação das súmulas nºs 337 e 
385. Brasília: DJT, 2017. Disponível em: 
https://www.tst.jus.br/sumulas. Acesso em: 28 jun. 2021.
BRASIL. TST. Justiça do Trabalho. Resolução nº 220 de 18 de 
setembro de 2017. Altera a redação da orientação 
jurisprudencial nº 318. Brasília: DEJT, 2017. Disponível em: 
<http://www.tst.jus.br/ojs/-
/asset_publisher/1N7k/content/01-subsecao-i-especializada-
em-dissidios-individuais-sbdi-i>. Acesso em: 28 jun. 2021.
Referências 
BRASIL. Norma regulamentadora 20 de 09 de dezembro de 
2019. Estabelece requisitos mínimos para a gestão da [...]. 
Brasília: Secretaria Especial de Previdência e Trabalho, 2019. 
Disponível em: https://www.gov.br/trabalho/pt-
br/inspecao/seguranca-e-saude-no-trabalho/normas-
regulamentadoras/nr-20.pdf. Acesso em: 28 jun. 2021.
BRASIL. D.O.U. Portaria nº 1.360, de 9 de dezembro de 2019.
Aprova a nova redação da Norma Regulamentadora nº 20 [...]. 
Brasília: D.O.U., 2019. Disponível em: 
https://www.in.gov.br/web/dou/-/portaria-n-1.360-de-9-de-
dezembro-de-2019-232398878. Acesso em: 14 mar. 2022.
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