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petição 1 - trabalhista

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EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) JUIZ (A) DO TRABALHO DA COMARCA DE BELO HORIZONTE – MG. 
Juliana Pereira, brasileira, auxiliar de serviços gerais, divorciada, inscrita no CPF sob o n. 123.123.123-00,RG n. 8-555.236, residente e domiciliada na Rua Cirandinha, n. 100, bairro Jardim Guanabara, em Belo Horizonte, CEP 30.000-000, por meio de seu procurador judicial que ao final subscreve (com procuração em anexo), propor a presente RECLAMAÇÃO TRABALHISTA em face da empresa Metcom Metalurgia Ltda. , inscrita no CNPJ sob o n. 80.200.400/0001-20, com endereço na Avenida Atlântica, n. 1000, bairro Laranjeiras, Belo Horizonte/MG, CEP 30.000-050, pelos fundamentos de fato e direito que passa a arguir.
DOS FATOS
O Reclamante foi admitido pelo Reclamado em 12/12/2017, para exercer as funções de auxiliar de serviços gerias, tendo sido demitido, sem justa causa, no dia 29/06/2018.
No dia a dia Juliana realizada a limpeza dos banheiros, vestiários e salas da empresa, fazendo a coleta do lixo encontrado. Para tanto, auferia mensalmente a quantia bruta de R$ 1.200,00 (mil e duzentos reais) para jornada de trabalho de 44 (quarenta e quatro) horas semanais. Executava suas atividades durante 08 (oito) horas por dia, de segunda à sexta-feira, e por 4 (quatro) horas nos sábados, tendo apenas 25 (vinte e cinco) minutos de intervalo para refeição e descanso. 
Conforme cartões de ponto, em anexo, constam corretamente os horários de início e término do trabalho. E, no que diz respeito ao intervalo intrajornada havia no documento pré-assinalação de 01 (uma) hora.
Além disso, a Reclamante ficava exposta a produtos inflamáveis e óleo diesel utilizados no abastecimento das empilhadeiras que circulavam pelo estabelecimento comercial.
DA ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA GRATUITA
Inicialmente, afirma que não possui condições de arcar com custas processuais e honorários advocatícios sem prejuízo do sustento próprio bem como o de sua família, eis que se encontra desempregada.
Razão pela qual, com fulcro no §3º do Art. 790 da CLT, faz jus ao benefício da gratuidade da justiça.
DO INTERVALO INTRAJORNADA
A Reclamante trabalhava 08 (oito) horas por dia de segunda a sexta-feira e 04 (quatro) horas aos sábados. 
Ocorre que não usufruía do intervalo de 01 (uma) hora para refeição e descanso, apenas alimentando-se rapidamente durante o expediente em no máximo 25 (vinte e cinco) minutos.
Assim, de segunda a sexta-feira não foi observado o disposto no artigo 71 da CLT, portanto, havendo incidência do estabelecido no § 4º.
A reclamada, contudo, jamais efetuou o pagamento da indenização devida.
Assim, requer seja a reclamada condenada ao pagamento do intrajornada correspondente a 35 (trinta e cinco) minutos diários, com acréscimo de 50% (cinquenta por cento) sobre o valor da remuneração da hora normal de trabalho, de segunda a sexta-feira, ao longo de todo o contrato de trabalho, conforme § 4º do artigo 71 da CLT.
DO ADICIONAL DE INSALUBRIDADE 
A Reclamante exercia funções de auxiliar de serviços gerais, era responsável por fazer a limpeza dos banheiros, que eram muitos sujos, devido a grande quantidade de funcionários que passavam por La diariamente, assim, a quantidade de lixo a ser coletado por dia era muito grande e não lhe eram fornecidas luvas para a realização de tal tarefa. 
O que a faz temer por sua saúde, dadas às condições de insalubridade que envolve o desempenho de seu trabalho. Conforme jurisprudência do Tribunal Regional do Trabalho da 3ª Região, in verbis:
“EMENTA: ADICIONAL DE INSALUBRIDADE. LIMPEZA E HIGIENIZAÇÃO DE SANITÁRIOS E COLETA DE LIXO EM BANHEIRO DE USO COLETIVO. CONFIGURAÇÃO. GRAU MÁXIMO. A limpeza e a coleta de lixo em banheiros em que há circulação de grande número de usuários, enseja a percepção do adicional de insalubridade em grau máximo, por se enquadrar no Anexo 14 da NR-15 da Portaria do Ministério do Trabalho. Inteligência da Súmula nº 448, II, do TST.” (TRT 3ª Região; PJE: 0010448-34.2017 .5.03.0129 (RO); Disponibilização: 16/07/2018; Órgão Julgador: Décima Turma; Relator: Paulo Mauricio R. Pires).
Embora exerça essa atividade insalubre, a reclamada não lhe paga o correspondente adicional. Diante do exposto, requer a V. Ex.a. se digne designar Médico do Trabalho, nos termos do art. 195 da CLT para que caracterize e classifique as condições de insalubridade daquele serviço, em mande notificar a reclamada para os termos da presente reclamatória, contestando-a, querendo, sob pena de revelia e confissão, prosseguindo o feito em seus ulteriores termos, até final sentença que reconheça o que aqui se alega, com a consequente condenação da reclamada ao pagamento do adicional correspondente ao grau de insalubridade constatado pela perícia.
DO ADICIONAL DE PERICULOSIDADE
A Reclamante adentrava diariamente no almoxarifado da empresa, onde organizava os produtos de limpeza necessários para a realização de suas atividades, e por la ficava cerca de 10 (dez) minutos por dia. Entretanto, no mesmo local eram armazenados produtos inflamáveis, como tintas, bem como, óleo diesel, utilizado para o abastecimento das empilhadeiras que circulavam pela empresa. 
O Adicional de periculosidade encontra guarida legal no inciso XXIII, do artigo 7º, da Constituição Federal, artigo 193, da Consolidação das Leis do Trabalho e Norma Regulamentadora nº 16, do Ministério do Trabalho e Emprego, bem como, no artigo 193, I, da CLT, in verbis:
“Art. 193. São consideradas atividades ou operações perigosas, na forma da regulamentação aprovada pelo Ministério do Trabalho e Emprego, aquelas que, por sua natureza ou métodos de trabalho, impliquem risco acentuado em virtude de exposição permanente do trabalhador a:
I - inflamáveis, explosivos ou energia elétrica;
II - roubos ou outras espécies de violência física nas atividades profissionais de segurança pessoal ou patrimonial”.
Observe-se ainda que não há que se falar em risco eventual no caso dos autos, visto que a vida, que é o bem maior a ser preservado, estava em risco diário. O infortúnio poderia ter ocorrido no período em que o autor estava exposto aos inflamáveis.
A maciça jurisprudência também converge neste sentido e é completamente oposta ao entendimento sustentado pela reclamada. Veja-se (in verbis):
EMENTA: RECURSO DE EMBARGOS. ADICIONAL DE PERICULOSIDADE. ARMAZENAMENTO DE INFLAMÁVEIS. A NR 16 do Ministério do Trabalho não estabelece o limite de líquidos inflamáveis para o deferimento do adicional de periculosidade quando se trata de armazenamento, somente impondo limite mínimo de 200 litros no caso de transporte (Precedente: TST-E-RR-12954/2002-902-02-00 Rel. Min. Brito Pereira, DJ 10/02/2006, SBDI-1). Embargos não conhecidos. (Destaques nossos)
SDI 1 - TST, processo nº: E-RR 2273/1999-462-02-00, relator (a): Aloysio Corrêa da Veiga, publicação: DJ 11/05/2007.
EMENTA: RECURSO DE EMBARGOS. VIGÊNCIA DA LEI Nº 11.496/2007. ADICIONAL DE PERICULOSIDADE. EXPOSIÇÃO A INFLAMÁVEIS. DISSENSO JURISPRUDENCIAL CONFIGURADO. RECURSO DESPROVIDO. O armazenamento de combustíveis no interior do edifício determina o direito ao adicional de periculosidade, diante da exposição a que estão sujeitos os empregados, ainda que não estejam trabalhando no mesmo ambiente em que armazenados os tanques de combustível. Embargos conhecidos e desprovidos. (Grifamos)
SDI 1 - TST, processo nº: E-RR 2615/2003-060-02-00.4, relator (a): Aloysio Corrêa da Veiga, publicação: DEJT 05/12/2008. 
EMENTA: EMBARGOS EM RECURSO DE REVISTA. DECISÃO EMBARGADA PUBLICADA NA VIGÊNCIA DA LEI Nº 11.496/2007. ADICIONAL DE PERICULOSIDADE. LÍQUIDOS INFLAMÁVEIS. ARMAZENAMENTO. QUANTIDADE. NR-16 DO MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO. É incontroverso nos autos tratar-se de hipótese de armazenamento de líquidos inflamáveis (galões de 25 litros em seis linhas de produção) no local de trabalho do empregado. Assim, se considerarmos cada galão no seu limite máximo, implica automaticamente dizer que no local de trabalho do empregado havia 150 litros de líquidos inflamáveis. A e. Turma excluiu da condenação o adicional de periculosidadefirme na tese de que a Orientação Jurisprudencial 385 da SBDI-1 estabelece o pagamento do adicional de periculosidade desde que, no local de trabalho do empregado, haja quantidade de líquidos inflamáveis acima do limite legal, reportando-se, no caso, à NR 16 do Ministério do Trabalho e Emprego, que se refere ao limite de 200 litros. Resta, então, perquirir se, em se tratando de armazenamento de inflamáveis no local de trabalho do empregado, é correto aplicar o limite de 200 litros a que alude a NR-16. De acordo com a alínea "j" do item 1 do Anexo 2 da aludida Norma Regulamentar 16, são consideradas atividades ou operações perigosas com inflamáveis aquelas realizadas "no transporte de vasilhames (em caminhões de carga), contendo inflamável líquido, em quantidade total igual ou superior a 200 litros, ..." (sublinhamos). Mais adiante, a alínea "s" do item 3 considera como área de risco "toda a área interna do recinto" onde haja "armazenamento de vasilhames que contenham inflamáveis líquidos ou vazios não desgaseificados, ou decantados, em recinto fechado", nada mencionando quanto à quantidade mínima indispensável à caracterização da periculosidade nesta circunstância. Resta claro, pois, que a fixação do limite mínimo de 200 litros para que o empregado tenha direito ao pagamento do adicional de periculosidade em razão do contato com líquidos inflamáveis só se dá na hipótese de transporte de vasilhames, e não na de armazenamento, uma vez que a Norma Regulamentar em comento, quanto ao armazenamento, é silente no que tange à limitação, sendo forçoso concluir que, no caso, o direito ao adicional de periculosidade se perfaz independentemente do volume total armazenado. Assim, o só fato de o empregado laborar em ambiente que servia de armazenamento de líquidos inflamáveis (galões de 25 litros em seis linhas de produção) é o suficiente a fazer jus ao adicional de periculosidade, independentemente de limitação. Precedente. Recurso de embargos conhecido e provido. (Grifos e destaques ausentes no original)
TST, Processo E-RR 92700-04.2006.5.04.0016, Subseção 1 Especializada em Dissídios Individuais, Ministro Relator Alexandre de Souza Agra Belmonte, publicado no DEJT em 14/11/2013.
EMENTA: ADICIONAL DE PERICULOSIDADE. ARMAZENAMENTO DE INFLAMÁVEIS. CARACTERIZAÇÃO. Em se tratando de armazenamento de líquido inflamável em recinto fechado, a NR 16 do Ministério Público do Trabalho não estabelece limite de quantidade para a caracterização da área como de risco. Recurso de Embargos de que se conhece e a que se nega provimento.
TST, Processo E-RR 151100-88.2009.5.12.0046, Ministro Relator João Batista Brito Pereira, Subseção 1 Especializada em Dissídios Individuais do TST, publicado no DEJT em 02/08/2013.
EMENTA: RECURSO DE EMBARGOS. VIGÊNCIA DA LEI Nº 11.496/2007. PRELIMINAR DE LITIGÂNCIA DE MÁ-FÉ ARGUIDA EM RAZÕES DE IMPUGNAÇÃO PELA RECLAMANTE. A aplicação de multa por litigância de má-fé somente se mostra cabível quando demonstrado abuso, prática atentatória à dignidade da justiça, gerando à outra parte prejuízo, em razão desse mesmo abuso no direito de recorrer. Situação não constatada, na medida em que a reclamada serve-se do direito constitucional do direito, sem denotar abuso. Preliminar rejeitada. ADICIONAL DE PERICULOSIDADE. EXPOSIÇÃO A INFLAMÁVEIS. DISSENSO JURISPRUDENCIAL CONFIGURADO. RECURSO DESPROVIDO. O armazenamento de combustíveis no interior do edifício determina o direito ao adicional de periculosidade, diante da exposição a que estão sujeitos os empregados, ainda que não estejam trabalhando no mesmo ambiente em que armazenados os tanques de combustível. Embargos conhecidos e desprovidos. (Grifos e destaques ausentes no original e utilizados para demonstrar a divergência à decisão recorrida)
SDI 1 do TST, Processo E-ED-RR 422/2000-028-02-00.8 04/06/2009, Ministro Relator Aloysio Corrêa da Veiga, SDI-1, publicado no DEJT de 12/06/2009. 
 
EMENTA: RECURSO DE REVISTA DO RECLAMANTE. INTERVALO INTRAJORNADA. CONCESSÃO PARCIAL. PERÍODO TOTAL DEVIDO COMO HORA EXTRA. ORIENTAÇÃO JURISPRUDENCIAL Nº 307 DA SDI-I. PROVIMENTO. O artigo 71 da CLT dispõe ser obrigatória a concessão de um intervalo mínimo de uma hora para refeição e descanso, quando a jornada de trabalho exceder de seis horas. O § 4º do referido preceito estabelece o pagamento do período concernente ao intervalo não concedido com o acréscimo de no mínimo 50% (cinquenta por cento) sobre o valor da hora normal de trabalho. Essa regra é de caráter imperativo e cogente, cuja observância não pode ser mitigada. O intervalo mínimo estabelecido em lei para refeição e descanso, portanto, é direito indisponível do trabalhador, concernente à sua higidez física e mental, sobre o qual não podem dispor as partes. Sua inobservância, seja total ou parcial, implica o pagamento correspondente ao total do período respectivo, com acréscimo de 50% (cinquenta por cento) do valor da remuneração da hora normal de trabalho, não apenas do tempo suprimido. Exegese da Orientação Jurisprudencial nº 307 da SDI-1. Recurso de revista conhecido e provido, no tema. ADICIONAL DE PERICULOSIDADE . ARMAZENAMENTO DE INFLAMÁVEIS. A NR 16 do Ministério do Trabalho não estabelece o limite de líquidos inflamáveis para o deferimento do adicional de periculosidade quando se trata de armazenamento, somente impondo limite mínimo de 200 litros no caso de transporte. Precedentes da c. SDI-1. Recurso de revista conhecido e provido, no particular. RECURSO DE REVISTA DA RECLAMADA.   HORAS EXTRAORDINÁRIAS. CARGO DE CONFIANÇA. ARTIGO 62, INCISO II, DA CLT. A eg. Corte de origem asseverou que o autor não detinha poderes de mando ou gestão, conforme apurado pela prova testemunhal, de modo a não inseri-lo nas disposições do artigo 62, inciso II, da CLT, o que afasta a alegação de ofensa ao refeito preceito de lei. Não demonstrada divergência jurisprudencial, a teor da Súmula nº 296 desta c. Corte. Recurso de revista não conhecido. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. ASSISTÊNCIA DO SINDICATO QUE REPRESENTA A CATEGORIA PROFISSIONAL. NECESSIDADE. SÚMULA Nº 219. O pagamento dos honorários advocatícios na Justiça do Trabalho não decorre de mera sucumbência, mas da observância de determinados requisitos, a saber: assistência da parte pelo sindicato representativo de sua categoria profissional e percepção de salário inferior ao dobro do mínimo legal ou estar em situação que não lhe permita demandar sem prejuízo de seu sustento ou de sua família. Exegese da Súmula nº 219. Recurso de revista conhecido e provido, no tema. (Grifos e destaques nossos)
TST, processo nº: RR – 24600-04.2009.5.04.0012, 6ª Turma, relator (a): Aloysio Corrêa da Veiga, julgamento: 07/12/2010, publicação: DEJT 17/12/2010.
EMENTA: "ADICIONAL DE PERICULOSIDADE. Esta Corte tem decidido no sentido de que o disposto no Anexo 2 da NR-16 (item 1, alínea -j-), quando estabelece quantidade superior a 200 litros de inflamáveis líquidos, deve ser considerada para caracterização da atividade perigosa somente para efeitos de transporte, o que não é o caso dos autos, em que se trata de armazenamento de líquido inflamável em recinto fechado. Nessa hipótese a referida NR 16 do Ministério do Trabalho não estabelece limite de quantidade para caracterização da área de risco. Recurso de Revista conhecido e não provido." (Destaques nossos)
TST, processo nº: RR-231400-42.2003.5.02.0461, 2ª Turma, relator (a): Ministro José Simpliciano Fontes de F. Fernandes, publicação: DEJT 05/12/2008.
EMENTA: "ADICIONAL DE PERICULOSIDADE. INFLAMÁVEIS. ARMAZENAMENTO. ANEXO 2 DA NR-16 DO MINISTÉRIO DO TRABALHO. ENQUADRAMENTO. A teor do item 3, alínea -s-, do Anexo 2 da NR 16 da Portaria nº 3214/78 do Ministério do Trabalho, há periculosidade ao feitio legal no -armazenamento de vasilhames que contenham inflamáveis líquidos ou vazios não desgaseificados ou decantados, em recinto fechado-, configurando área de risco toda a área interna do recinto, independentemente do volume total armazenado. Logo, enseja o pagamento do adicional de risco a atividade desenvolvida pelo reclamante concernenteao armazenamento de vasilhames contendo produtos inflamáveis, consoante moldura fática delineada pela Corte Regional. Precedente da SDI-I. Recurso de revista conhecido e não-provido." (Destaques nossos)
TST, processo nº: RR-95100-72.2000.5.02.0463, 6ª Turma, relator (a): Rosa Maria Weber Candiota da Rosa, publicação: DJ 15/06/2007.
EMENTA: ADICIONAL DE PERICULOSIDADE - ÁREA DE RISCO - INFLAMÁVEIS - ABASTECIMENTO POR TUBULAÇÃO. O Anexo 2, da NR-16 não faz nenhuma distinção entre a forma de alimentação das bombas de abastecimento, nem restringe o adicional de periculosidade aos que trabalham em área de abastecimento na qual haja armazenamento dos combustíveis utilizados nas bombas, sendo devido o adicional sempre que demonstrado o trabalho em área de abastecimento com inflamáveis. (Grifos e destaques ausentes no original e utilizados para demonstrar a divergência à decisão recorrida)
TRT 3ª Região, Processo: RO - 7728/06, Órgão Julgador: Quarta Turma, Desembargador Relator: Luiz Otavio Linhares Renault, Desembargador Revisor: Julio Bernardo do Carmo; Publicação: DJ de 24/06/2006.
Ementa: ADICIONAL DE PERICULOSIDADE. AMBIENTE CONTENDO LÍQUIDOS INFLAMÁVEIS. QUANTIDADE ARMAZENADA. IRRELEVÂNCIA. ÁREA DE RISCO. É devido o adicional de periculosidade ao trabalhador que exerce suas atividades laborais em ambiente contendo líquidos inflamáveis, portanto em área de risco, nos termos do item 3, "s", do Anexo 2 da NR 16, que não impõe limites de tolerância para que o armazenamento de inflamáveis seja considerado periculoso. (Grifos e destaques ausentes no original e utilizados para demonstrar a divergência à decisão recorrida)
TRT 12ª Região, Processo 0001721-84.2010.5.12.0031, Desembargador Relator Jorge Luiz Volpato, publicado no TRTSC/DOE de 22/07/2011.
EMENTA: ADICIONAL DE PERICULOSIDADE. INFLAMÁVEIS. O art. 193, caput e §1º, da CLT, assegura o adicional de periculosidade aos empregados que trabalham em contato permanente com inflamáveis ou explosivos em condição de risco acentuado. Nos termos da Portaria 3.214/78, NR 16, Anexo 2, item 3, alínea "s", é considerada área de risco o armazenamento de vasilhames que contenham inflamáveis líquidos ou vazios não desgaseificados, ou decantados, em recinto fechado. Enquadra-se nessa previsão o empregado que é transportado em ônibus da empresa no qual são acondicionados recipientes contendo gasolina, cujo volume total alcança 60 ou 80 litros. No caso, o ônibus é considerado recinto fechado, circunstância que agrava o risco a que se expunham os trabalhadores transportados nessas condições. (Grifos e destaques ausentes no original e utilizados para demonstrar a divergência à decisão recorrida)
TRT 3ª Região, Processo 0053500-25.2009.5.03.0044 RO, Desembargadora Relatora Alice Monteiro de Barros, 7ª Turma, publicado no DEJT em 13/04/2010, página 112.
Ementa: ADICIONAL DE PERICULOSIDADE. AMBIENTE CONTENDO LÍQUIDOS INFLAMÁVEIS. QUANTIDADE ARMAZENADA. IRRELEVÂNCIA. ÁREA DE RISCO. É devido o adicional de periculosidade ao trabalhador que exerce suas atividades laborais em ambiente contendo líquidos inflamáveis, portanto, em área de risco, nos termos do item 3, "s", do Anexo 2 da NR 16, que não impõe limites de tolerância para que o armazenamento de inflamáveis seja considerado periculoso. (Grifos e destaques ausentes no original e utilizados para demonstrar a divergência à decisão recorrida)
TRT 12ª Região, Processo 00827-2007-046-12-00-0, Desembargador Relator Jorge Luiz Volpato, publicado no TRTSC/DOE de 24/05/2011.
EMENTA: ADICIONAL DE PERICULOSIDADE - VIGILANTE EM ÁREA PORTUÁRIA - RONDAS NOS PÍERES DE CARREGAMENTO E DESCARREGAMENTO DE NAVIOS-TANQUE E EM ÁREAS POR ONDE PASSAM TUBULAÇÕES DE COMBUSTÍVEL - ADICIONAL DEVIDO. O ingresso do reclamante nas áreas de risco, de modo habitual e intermitente, com exposição ao perigo ocasionado pelos produtos inflamáveis que percorrem as tubulações até a área de carregamento dos navios, enseja o pagamento do adicional de periculosidade. Recursos improvidos. (Grifos e destaques ausentes no original e utilizados para demonstrar a divergência à decisão recorrida)
TRT 6ª Região, Processo 01310-2005-191-06-00-1, Desembargadora Relatora Maria Helena Guedes Soares de Pinho Maciel, publicado no DOE em 02/02/2007. 
Ementa: ADICONAL DE PERICULOSIDADE. EXPOSIÇÃO. TEMPO DE EXPOSIÇÃO. TUBULAÇÃO DE GÁS NATURAL. FISCAL DE OBRA. O adicional de periculosidade é indevido apenas quando o contato dá-se de forma eventual, assim considerado o fortuito, ou o que, sendo habitual, dá-se por tempo extremamente reduzido (Súmula nº 364 do TST). Assim, se durante as duas horas em que o autor estava submetido à fiscalização da soldagem e da trepanação, o perigo era constante, com risco de explosão, não importando se fosse no primeiro minuto de trabalho como no último minuto e que o contato com a periculosidade também não era fortuito, pois essa atividade era inerente a sua função diante da obrigatoriedade de um fiscal na obra, é devido o pagamento do adicional. (Grifos e destaques ausentes no original e utilizados para demonstrar a divergência à decisão recorrida)
 TRT 12ª Região, Processo 0000900-92.2010.5.12.0027 RO, Desembargador Relator Jose Ernesto Manzi, 3ª Turma, publicado no TRTSC/DEJT de 23/05/2012.
Assim, mesmo que por minutos, estar submetido a condições de perigo todos os dias não pode ser considerado exposição eventual, até porque a permanência do autor em local de risco com armazenamento de inflamáveis, fazia parte de sua rotina de trabalho.
A eventualidade se assemelha ao caso fortuito, que de tão imprevisto não pode ser considerado para efeito de exposição ao risco. 
Ou seja, a exposição eventual é aquela que não tem parâmetro de repetição e somente se configura se o empregado ingressa nessa área de risco de modo excepcional, de maneira que deixa de ser eventual tal contato se realizado como parte regular da rotina de trabalho do empregado.
O presente caso é completamente diferente, pois a exposição ao risco era diária e rotineira, caracterizando, assim, a intermitência nos moldes do inciso I da Súmula nº 364 do TST.
		
“Súmula nº 364 do TST
ADICIONAL DE PERICULOSIDADE. EXPOSIÇÃO EVENTUAL, PERMANENTE E INTERMITENTE (inserido o item II) - Res. 209/2016, DEJT divulgado em 01, 02 e 03.06.2016
I - Tem direito ao adicional de periculosidade o empregado exposto permanentemente ou que, de forma intermitente, sujeita-se a condições de risco. Indevido, apenas, quando o contato dá-se de forma eventual, assim considerado o fortuito, ou o que, sendo habitual, dá-se por tempo extremamente reduzido. (ex-Ojs da SBDI-1 nºs 05 - inserida em 14.03.1994 - e 280 - DJ 11.08.2003)
II - Não é válida a cláusula de acordo ou convenção coletiva de trabalho fixando o adicional de periculosidade em percentual inferior ao estabelecido em lei e proporcional ao tempo de exposição ao risco, pois tal parcela constitui medida de higiene, saúde e segurança do trabalho, garantida por norma de ordem pública (arts. 7º, XXII e XXIII, da CF e 193, §1º, da CLT). (Grifos e destaques ausentes no original e utilizados para demonstrar a divergência à decisão recorrida)”
A vida, que é o bem maior a ser preservado, estava em risco diário. O infortúnio poderia ter ocorrido nos minutos em que o autor estava exposto aos inflamáveis e ao local de risco.
Portanto, independente do tempo de exposição com que ocorria durante o dia, o adicional é devido, já que incontroverso que se expunha a risco, no mínimo, uma vez ao dia em cada um dos locais de riscos vistoriados. E, se fazia parte da rotina de trabalho do autor, é certo que adentrava e permanecia em área de risco de forma habitual e rotineira, expondo sua vida a perigo constante.
Os riscos com o tempo gasto na exposição em local de recinto fechado com armazenamento de inflamáveis não podem ser desconsiderados, pois frações de segundo podem significar a diferença entre a vida e a morte.
Não se caracteriza exposição eventual quando a exposição a risco tem hora para ocorrer, já que fazia parte das atribuições do autor,repita-se, adentrar e permanecer em recinto com armazenamento de inflamáveis.
Portanto, independente do tempo de exposição, o adicional é devido, já que incontroverso que adentrava e permanecia DIARIAMENTE em área de risco.
Logo, requer seja condenada a reclamada ao pagamento do adicional de periculosidade.
DA CUMULAÇÃO DOS ADICIONAIS DE INSALUBRIDADE E PERICULOSIDADE
A cumulação dos adicionais é possível porque visa à proteção da saúde e da vida dos trabalhadores, pois tal possibilidade está de acordo com os princípios trabalhistas que visam à proteção do trabalhador. Conforme os princípios norteadores do direito trabalhista que visam proteger a classe trabalhadora, e buscam um equilíbrio na relação de trabalho, cumprindo assim uma função importantíssima, pois os mesmos exigem o cumprimento das normas mais benéficas ao trabalhador. Nesse mesmo viés, a atual doutrina preceitua que a previsão contida no artigo 193, § 2º, da CLT.
DA EQUIPARAÇÃO SALARIAL 
A Reclamante exercia a função de auxiliar de serviços gerais e percebia o salário no valor de 1.200,00 (mil e duzentos reais). Entretanto, sua amiga Beatriz Ferraz, que também exercia a mesma função da reclamante, recebia o salário no valor de 1.400,00 (mil e quatrocentos reais). Ambas realizavam as mesmas atividades e funções, com mesma produtividade.
Assim, conforme art. 461, §1º da CLT, in verbis, a reclamante faz jus ao recebimento das diferenças salariais:
"Art. 461. Sendo idêntica a função, a todo trabalho de igual valor prestado ao mesmo empregador, na mesma localidade, corresponderá igual salário, sem distinção de sexo, nacionalidade ou idade. 
§ 1º Trabalho de igual valor, para os fins dêste capítulo, será o que fôr feito com igual produtividade e com a mesma perfeição técnica entre pessoas cuja diferença de tempo de serviço não fôr superior a dois anos. 
§ 2º Os dispositivos dêste artigo não prevalecerão quando o empregador tiver pessoal organizado em quadro de carreira, hipótese em que as promoções deverão obedecer aos critérios de antiguidade e merecimento. 
§ 3º No caso do parágrafo anterior, as promoções deverão ser feitas alternadamente por merecimento e por antiguidade, dentro de cada categoria profissional." 
Requer seja condenada a reclamada ao pagamento das diferenças salariais devido a equiparação salarial.
 
DOS HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS 
A Reclamante é pessoa pobre, conforme se depreende da declaração em anexo, de maneira que restam atendidos os requisitos da Lei 1.060/50. Assim são devidos os benefícios da Justiça Gratuita e, ante o trabalho do advogado, conforme Súmula nº 450 do STF, o pagamento de honorários de assistência judiciária, no percentual de 15% sobre os valores brutos decorrentes da presente ação.
DOS PEDIDOS
Por todo o exposto, pleiteia o Reclamante:
a) Que seja deferido o benefício da assistência judiciária gratuita, devida à difícil situação econômica do autor, que não possui condições de custear o processo, sem prejuízo próprio.
b) A notificação do RECLAMADO para comparecer em audiência a ser designada para querendo apresentar defesa a presente reclamação e acompanha-la em todos os seus termos, sob as penas da lei.
c) A condenação da reclamada ao pagamento das seguintes parcelas:
1. 35 (trinta e cinco) minutos extras, com adicional de 50%, por dia de trabalho, de segunda à sexta-feira, durante todo pacto laboral, com reflexo em aviso prévio, férias + 1/3, décimo terceiro salário e FGTS 40% ................................................................................................... R$ XXXXX.
2. adicional de insalubridade em grau máximo (40%), com reflexos em aviso prévio, férias + 1/3, décimo terceiro salário e FGTS 40%.........................................................................................R$ XXXXX, CUMULADO com o adicional de periculosidade ................................................................................................... R$ XXXXX.
3. diferenças salariais de R$200,00 (duzentos reais) mensais, por todo pacto laboral, com reflexos em aviso prévio, férias + 1/3, décimo terceiro salário e FGTS 40% ................................................................................................... R$ XXXXX.
4. honorários advocatícios previstos no art. 791 – A, da CLT. 
Devendo ainda, estas verbas serem devidamente compensadas com os devidos juros de mora e correção monetária.
Ante o exposto, requer seja o Reclamado notificado, para que, querendo, respondam aos termos da presente ação, sob pena de não o fazendo, ser-lhe aplicada a pena de revelia, bem como os efeitos da confissão, e que, ao final, seja a demanda julgada procedente, condenando nos termos do pedido.
O Reclamante protesta provar o alegado por todos os meios de prova em direito admitidas, especialmente pelo depoimento pessoal do representante legal do Reclamado, oitiva de testemunhas, juntada de novos documentos e de todas as provas que se fizerem necessárias à instrução do feito.
DO VALOR DA CAUSA
Dá-se a presente reclamação trabalhista, somente para fins de definição de alçada, o valor de R$ XXXXXX.
Nestes termos,
Pede deferimento. 
Local, data.
Assinatura do Advogado
OAB nº XXXXX

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