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UNIDADE 4
CURTO PRAZO
Finanças de 
Organizadores:
Juliano Lautert | Marcelo do Carmo Rodrigues
Análises e Projeções Financeiras
Prezado estudante,
Estamos começando uma unidade desta disciplina. Os textos que a compõem foram organizados 
com cuidado e atenção, para que você tenha contato com um conteúdo completo e atualizado 
tanto quanto possível. Leia com dedicação, realize as atividades e tire suas dúvidas com os 
tutores. Dessa forma, você, com certeza, alcançará os objetivos propostos para essa disciplina.
Objetivo Geral 
Conhecer as bases técnicas de análises financeiras, assim como o dimensionamento e análise do fluxo 
de caixa, endividamento e investimentos, formulando análises e projeções afim de embasar as decisões 
financeiras de longo prazo.
Objetivos Específicos 
• Entender o dimensionamento e análise do fluxo de caixa, endividamento e investimentos;
• Elaborar a estruturação do capital e endividamento;
• Entender as decisões financeiras de longo prazo.
Questões Contextuais
• Existe um dimensionamento e análise do fluxo de caixa, endividamento e investimentos?
• Qual o impacto da estruturação do capital e endividamento, custo de capital próprio e de terceiros no 
resultado empresarial?
• Qual a relação entre os indicadores de estrutura e capital, com a estruturação do capital de terceiros? 
unidade 
4
V.1 | 2021
FINANÇAS DE CURTO PRAZO | Juliano Lautert | Marcelo do Carmo Rodrigues 78
4.1 Decisões Financeiras de Longo Prazo
A partir dos ensinamentos acerca da Análise e Tomada de Decisão com base 
na Projeção de Fluxo de Caixa, onde verificamos diversos indicadores, entendendo 
que existem diferentes aspectos que devem ser analisados em conjunto, foi possível 
visualizar que utilizados análises contábeis para avaliar o desempenho de empresas.
Nesta linha, podemos identificar que a análise do f luxo de caixa da empresa 
permite avaliar a capacidade da organização de gerar recursos para cobrir o incremento 
de sua necessidade de capital de giro, dos investimentos em ativos, de pagamentos de 
juros da dívida, e das parcelas do financiamento de longo prazo que estejam vencendo 
(COSTA; LIMEIRA; GONÇALVES; CARVALHO, 2011).
Ou seja, verificamos que existem duas decisões possíveis no que diz respeito a 
decisões financeiras de longo prazo:
1. Decisão de investimento - aplicação de recursos
Este grupo de decisão envolve o processo de identificação e avaliação das 
alternativas de aplicação (em fontes externas ou em ativos próprios da empresa) de 
recursos. Ou seja, é preciso considerar as alternativas de alocação de recursos, baseando-
se nas perspectivas de retorno, no risco envolvido e na relação entre o risco e o retorno.
2. Decisão de financiamento - captação de recursos.
Este grupo de decisão envolve avaliar as fontes de recursos, ou seja, as formas 
de financiamento disponíveis. Diferentemente das decisões de investimento, onde se 
avaliam as expectativas de quem é detentor do recurso em receber rendimentos por ele, 
as fontes de financiadoras, esperam taxas de retorno pelo capital disponibilizado.
Fato é que os fundamentos que estão relacionados a este tipo de tomada de 
decisão estão, conforme Ross, Westerfield e Jordan (2015), relacionados a gestão das 
três áreas da administração de finanças corporativas: orçamento de capital; estrutura 
de capital, relacionadas a decisões de longo prazo; e administração do capital de giro, 
relacionadas a decisões são de curto prazo.
• Orçamento de Capital: 
Trata-se de uma das etapas do processo orçamentário, onde se verificam as 
oportunidades de investimento e financiamento (compondo o capital) que tem maior 
potencial de retorno para o empreendimento. Oportunidades de investimento, no sentido 
de rentabilidade do capital investido; oportunidades de financiamento, no sentido de 
auxiliar os ativos a alavancarem as receitas da atividade; ou ainda reduzir os custos dos 
processos ou de outras fontes de financiamentos mais custosas.
79 Análises e Projeções Financeiras | UNIDADE 4
• Estrutura de Capital:
Trata-se de avaliar os níveis e as oportunidades de endividamento (tanto 
com capital próprio quanto com capital de terceiros), ou seja, deve-se perceber que 
um nível elevado de dívidas pode prejudicar o resultado, no sentido de as despesas 
(financeiras) geradas pela dívida devem ser suportadas pelos lucros da atividade. No 
sentido oposto, um nível baixo de dívidas pode causar perdas de rentabilidade, uma 
vez que investimentos mais rentáveis que as despesas geradas pelas dívidas podem 
ser despercebidos.
Em resumo, estes pilares, Orçamento de Capital e Estruturação do Capital, devem 
demonstrar o inter-relacionamento das relações entre investimento e financiamento, 
impactando diretamente nas decisões acerca do dimensionamento do f luxo de caixa.
4.1.1 Dimensionamento e Análise do Fluxo de 
Caixa, Endividamento e Investimentos
A utilização dos índices para avaliação da saúde financeira e sustentabilidade do 
negócio é uma abordagem bastante útil, porém a análise precisa ser bastante abrangente, 
pois, como vimos, há diferentes aspectos a serem avaliados em um negócio, como 
Rentabilidade, Liquidez e Endividamento, de forma que o dimensionamento do f luxo 
de caixa deve compreender todas estas variáveis.
Figura 4.1 – Aspectos da análise financeira.
Fonte: Elaborado pelo autor (2019).
Ou seja, o que se busca é o equilíbrio destes fatores, sempre considerando 
que cada grupo de indicadores deve evidenciar uma tendência, e desta forma apontar 
o direcionamento correto dos atos de gestão da empresa e do gestor. Neste sentido, 
as decisões financeiras se concentram na avaliação dos quatro grupos de índices de 
desempenho financeiro: 
Rentabilidade
Liquidez
Endividamento
Atividade
Rentabilidade
Atividade
Endividamento
Liquidez
FINANÇAS DE CURTO PRAZO | Juliano Lautert | Marcelo do Carmo Rodrigues 80
• Liquidez, que mede a capacidade da empresa em pagar seus compromissos 
financeiros junto a terceiros; 
• Atividade, que indica a velocidade com que a empresa consegue traduzir 
insumos em produtos e serviços comercializados contando com um determinado 
investimento em infra-estrutura; 
• Endividamento, que mede a quantidade de recursos adquiridos junto a terceiros 
para financiamento de longo prazo das operações; e 
• Rentabilidade, que indica se a empresa está obtendo lucro ou prejuízo. 
Neste sentido, em função dos aspectos de Liquidez, Investimento e Endividamento, 
Coutinho et al. (2010) estabelecem a “organização” da demonstração e da projeção do 
f luxo de caixa, em três pilares distintos.
• Atividades operacionais: que envolvem a produção e a venda dos bens 
produzidos e a prestação de serviços; 
• Atividades de investimento: que envolve as transações com os ativos não 
circulantes (realizável a longo prazo, investimentos, imobilizado e intangível); 
• Atividades de financiamento: que contemplam os empréstimos de credores e 
investidores à entidade, recursos dos sócios e o pagamento de retorno sobre seus 
investimentos (Capitais próprios e Capitais de terceiros).
Porém, mesmo organizando as projeções do f luxo de caixa em atividades 
operacionais, de investimento e de financiamento, é evidente observar que não se pode, 
absolutamente, considerar alguma ordem de prioridades diferente das prioridades 
(investimento) de crescimento da empresa. Considerando ainda que tais prioridades, 
no que diz respeito ao dimensionamento do f luxo de caixa, devem observar variantes 
que podem ser determinantes na decisão mais acertada acerca das possibilidades de 
investimentos e endividamento da empresa, pois impactam diretamente nos montantes 
de investimento ou financiamento. Ou seja, é imprescindível assistir a alta gerência da 
empresa na administração de atos e fatos de inquestionável prioridade, que levem as 
decisões a serem acertadas, tais como (PASSARELLI; BOMFIM, 2004):
• Previsão de sobras de Caixa: que excedam as necessidades normais da empresa, 
eliminando perdas por inatividadede recursos e maximizando os lucros através 
do adequado planejamento da aplicação dessas obras;
• Previsão de fundos: garantias de liquidação, com as projeções de geração de 
recursos, para todas as operações financeiras da empresa;
81 Análises e Projeções Financeiras | UNIDADE 4
• Coordenação: das necessidades e disponibilidades de caixa de todas as divisões 
da empresa ou de empresas associadas;
• Aumento dos lucros da empresa através da maximização de pagamentos com 
desconto e da redução dos juros bancários referentes a empréstimos a curto prazo.
Em resumo, segundo Lunkes (2008), é possível afirmar que o dimensionamento 
acertado do caixa tem como objetivo prever os recursos monetários que serão 
necessários para atender às operações da empresa, sendo que podem haver falhas e, 
por esse motivo, é necessário ter uma margem de segurança que possa supri-las. Neste 
sentido, constatamos que, de fato, é imprescindível assistir a alta gerência da empresa 
no suporte a decisões acertadas, que respeitem a viabilidade econômico-financeira 
dos empreendimentos, sejam com propostas de investimento, verificando a análise de 
mercado, de suprimentos, de custos, da carga tributária, de preços a serem praticados; 
ou sejam com propostas de financiamento, localização física, elaboração do f luxo de 
caixa e determinação do custo de capital (LEMES JÚNIOR; RIGO; CHEROBIM, 2005). 
4.1.2 Estruturação do Capital e Endividamento, 
Custo de Capital Próprio e de Terceiros
Após ter observado que o dimensionamento acertado do caixa tem como 
objetivo prever os recursos monetários que serão necessários para atender às operações 
da empresa, nos deparamos com um dos temas principais das finanças corporativas, 
à estrutura de capital das empresas, que se refere à forma como as empresas utilizam 
capital próprio e capital de terceiros para financiar os seus aativos. Assaf Neto (2012) 
defende que a escolha da estrutura de capital deve estar estreitamente associada ao 
custo de capital total da empresa.
Em resumo, segundo Gitman (2010), a estruturação do capital é uma das áreas 
complexas para uma tomada de decisão financeira em função de várias variáveis. Estas 
decisões podem resultar em custo de capital elevado à empresa, reduzindo seus resultados, 
por outro lado, decisões corretas e eficazes podem reduzir seu custo de capital. 
Exemplificando:
Considerando uma estruturação de capital baseada na capitação de recursos 
de seguinte forma:
Um grupo de empresários constituiram uma nova empresa e, depois de uma 
análise profunda das suas necessidades, decidiram que seria necessário aplicar 
R$ 20.000 no Ativo Circulante e R$ 30.000 no Ativo Imobilizado.
FINANÇAS DE CURTO PRAZO | Juliano Lautert | Marcelo do Carmo Rodrigues 82
Ocorre que estes fundos podem ser obtidos de duas maneiras: um Plano de 
investimentos somente com recursos próprios ou um Plano de investimentos com 
captação de dívida com terceiros e capital próprio.
Na primeira alternativa, o grupo investiria os R$ 50.000, utilizando-se apenas 
de seus próprios recursos e, na segunda, os recursos seriam obtidos através de um 
empréstimo bancário de R$ 25.000 e os restantes R$ 25.000 de recursos próprios. O 
empréstimo bancário seria garantido pelos investimentos no Ativo Imobilizado, e os 
juros anuais incidentes sobre o empréstimo bancário são de 12%.
Independentemente da alternativa escolhida, os empresários esperam que as 
vendas atinjam em média R$ 30.000 e que os custos e despesas operacionais sejam de 
R$ 18.000 em média. O lucro obtido é tributado à alíquota de 34%.
As demonstrações de resultados para as duas alternativas estão demonstrados 
nas tabelas a seguir. 
Tabela 4.1 – Planos sem Dívida e com Dívida. 
PLANO SEM DÍVIDA PLANO COM DÍVIDA
Receita de Vendas 30.000,00 Receita de Vendas 30.000,00
(-) Custos Operacionais (18.000,00) (-) Custos Operacionais (18.000,00)
Lucro Operacional 12.000,00 Lucro Operacional 12.000,00
(-) Desp. Financeiras - (-) Desp. Financeiras (3.000,00)
Lucro Líquido Antes do IRPJ e CSLL 12.000,00 Lucro Líquido Antes do IRPJ e CSLL 9.000,00
(-) IRPJ e CSLL (4.080,00) (-) IRPJ e CSLL (3.060,00)
Lucro Líquido 7.920,00 Lucro Líquido 5.940,00
Fonte: Elaborado pelo autor (2021).
Em análise, podemos observar que a estruturação do capital deste exemplo 
apresenta um plano com dívidas em terceiros e outro somente com utilização de recursos 
próprios, e assim fica evidente o impacto de uma ou outra decisão de financiamento no 
resultado de um período e, da mesma forma, a lucratividade para o sócio de cada opção.
Na primeira opção: Plano de investimentos somente com recursos próprios.
Nesta opção, o sócios investiriam R$ 50.000, que seriam aplicados diretamente 
nos ativos da empresa (R$ 20.000 no Ativo Circulante e R$ 30.000 no Ativo Imobilizado).
Ao analisar, verificamos que o recurso disponibilizado pelos sócios gerará 
uma lucratividade de R$ 7.920,00, portanto, oportunizando um retorno sobre o capital 
investido de 15,84% ((7.920/50.000)*100)).
83 Análises e Projeções Financeiras | UNIDADE 4
Na segunda opção: Plano de investimentos com captação de dívida com 
terceiros e capital próprio.
Nesta opção, o sócios investiriam R$ 25.000, e existiria a captação de R$ 
25.000,00 em recursos de terceiros (bancos) que seriam aplicados diretamente nos 
ativos da empresa (R$ 20.000 no Ativo Circulante e R$ 30.000 no Ativo Imobilizado).
Ao analisar, verificamos que o total de recursos disponibilizados gerará uma 
lucratividade de R$ 5.940,00, portanto, oportunizando um retorno sobre o capital 
investido pelos sócios de 23,68% ((5.940/25.000)*100)), porém, existira o pagamento de 
despesas financeiras da ordem de R$ 3.000,00.
Assim, ficam evidentes os impactos das decisões de financiamento (estrutura 
de capital) na composição dos resultados e no retorno para os investidores, gerados por 
decisões diferentes de estruturação de capital e endividamento.
Em resumo, os capitais próprios são os recursos fornecidos pelos sócios ou 
acionistas, enquanto os capitais de terceiros envolvem os recursos obtidos por meio de 
dívidas. Analisando estas afirmativas, em comparação ao balanço patrimonial, podemos 
entender que os capitais de terceiros estarão demonstrados no passivo (obrigações) e os 
capitais próprios no patrimônio liquido (PL).
Figura 4. 2 – Estrutura de Capital.
Fonte: Elaborado pelo autor (2021).
Desta forma, podemos observar que as demonstrações contábeis fornecem as 
mais variadas informações econômico-financeiras de uma empresa, de maneira mais 
objetiva. Conforme Ferreira (2005), uma empresa pode financiar-se com recursos 
internos (como, por exemplo, retenção de lucros, lançamento de ações – equity 
securities) ou externos (como financiamentos, lançamento de obrigações – debt 
securities, entre outros). 
Sendo que, através dos indicadores de estrutura de capital, é possível analisar o modo 
como uma empresa equilibra suas fontes de financiamento e em que proporções estão os 
seus ativos imobilizados, ou seja, o estudo da estrutura de capital de uma empresa permite 
identificar a forma de financiamento das atividades da empresa (FERREIRA, 2005).
Ativo
Bens
PLDireitos
Obrigações Capital de terceiros
Capital próprio
Passivo
}
}
FINANÇAS DE CURTO PRAZO | Juliano Lautert | Marcelo do Carmo Rodrigues 84
4.2 Indicadores de Estrutura de Capital
Conforme estudamos, podemos compreender que, através dos indicadores de 
estrutura de capital, é possível analisar o modo como uma empresa equilibra suas 
fontes de financiamento. Neste sentido, podemos, por analogia, observar que um 
dos mecanismos para compreender a situação de endividamento organizacional é a 
utilização de indicadores contábeis de estrutura de capital (ASSAF NETO, 2012).
Segundo Iudícibus (2013), os indicadores de estrutura de capital mostram o nível 
de endividamento das empresas, por meio de posição relativa de capital próprio e de 
terceiros. Estes indicadores têm a função de evidenciar o grau de dependênciade fontes 
internas e externas de recursos e, também, de permitir a identificação do grau de risco 
financeiro da organização.
Para facilitar o entendimento, exemplificaremos os cálculos, utilizando a 
seguinte estruturação patrimonial:
Tabela 4.2 – Cálculos da Estruturação Patrimonial. 
ATIVO PASSIVO
Circulante 20.000,00 Circulante 15.000,00
Não circulante 10.000,00
Não circulante 30.000,00 Capital Social 25.000,00
Totais 50.000,00 Totais 50.000,00
Fonte: Elaborado pelo autor (2021).
4.2.1 Participação de Capitais de Terceiros (PCT)
Este indicador demonstra a participação de Capital de Terceiros (passivo) 
em relação ao Patrimônio Líquido, demonstrando o nível de comprometimento do 
Patrimônio Líquido (PL) em relação aos financiamentos externos. Ou seja, este índice 
evidencia a proporção que existe entre os Capitais de Terceiros e os Capitais Próprios. 
Ou seja, os indicadores de estrutura de capital são um conjunto de dados 
financeiros, traduzidos em forma de índices, que revelam a condição da 
empresa em lidar com o seu nível de endividamento.
DESTAQUE
85 Análises e Projeções Financeiras | UNIDADE 4
Em resumo, indica quantos reais a empresa deve para terceiros, a curto e a longo 
prazo, para cada R$ 1,00 de patrimônio líquido ou capital próprio. Um resultado superior 
a 1 significa maior grau de dependência financeira em relação ao capital de terceiros.
PCT =
Passivo Circulante + Passivo Não Circulante
Patrimônio Líquido
Exemplo: 
PCT =
15.000,00 + 10.000,00
25.000,00
PCT = 1,00
Neste exemplo, verificamos que a relação entre o capital próprio e o capital de 
terceiros é igual a 1, o que significa dizer que a empresa tem R$ 1,00 de capital de terceiros 
(Circulantes e não circulantes) para cada R$ 1,00 de capitais próprios (Patrimônio Liquido).
4.2.2 Endividamento (CE)
Representa a proporção do endividamento de curto prazo em relação as dívidas 
totais de um empresa. Quanto maior for este índice, maior será a pressão sobre a área de 
tesouraria com relação a necessidade de rolagem das dívidas de curto prazo, isto é, quanto 
a empresa terá de pagar a curto prazo para cada real do total das obrigações existentes.
CE =
Passivo Circulante
Passivo Circulante + Passivo Não Circulante
Exemplo: 
CE =
15.000,00
15.000,00 + 10.000,00
CE = 0,60
Neste exemplo, verificamos que a proporção do endividamento de curto prazo 
em relação as dívidas totais de um empresa está em R$ 0,60, ou seja, para cada R$ 1,00 
de dívidas totais (Passivo circulante e não circulante), R$ 0,60 estão localizadas no 
passivo circulante.
FINANÇAS DE CURTO PRAZO | Juliano Lautert | Marcelo do Carmo Rodrigues 86
4.2.3 Imobilização do Patrimônio Líquido (IPL)
Trata do comprometimento do Capital Próprio (PL) com relação aos 
investimentos de uma empresa em seu ativo imobilizado. Este índice indica quanto 
do Patrimônio Líquido da empresa está aplicado no Ativo Permanente, ou seja, o 
quanto do Ativo Permanente da empresa é financiado pelo seu Patrimônio Líquido, 
evidenciando, dessa forma, a maior ou menor dependência de recursos de terceiros para 
manutenção dos negócios.
IPL =
Ativo Imobilizado
Patrimônio Líquido
Exemplificando:
IPL =
30.000,00
1,2
25.000,00
Neste exemplo, verificamos que 120% dos recursos aplicados no PL estão 
localizados no ativo imobilizado, ou seja, o ativo imobilizado representa 120% dos 
recursos disponibilizados pelos recursos próprios da empresa. Observa-se também 
que R$ 5.000,00 (a diferença entre o ativo imobilizado e o patrimônio liquido) 
necessariamente estão financiados por recursos de terceiros (passivos).
4.2.4 Imobilização dos Recursos não Correntes
Este índice indica quais percentuais de Recursos Não Correntes a empresa aplicou 
no Ativo Permanente. Para Matarazzo (2010), este índice demonstra o percentual de 
recursos não correntes aplicados no Ativo Permanente. O autor destaca que os elementos 
do ativo permanente têm vida útil variada, desse modo, não se faz necessário financiar 
todo o imobilizado com capital próprio, podendo ser utilizado capital de terceiros, desde 
que a longo prazo, para que a empresa possa gerar recursos e pagar tais compromissos.
INRC =
Ativo Permanente
Patrimônio Líquido + Passivo Não Circulante
Exemplificando: 
INRC =
30.000,00
25.000,00 + 10.000,00
INRC = 0,86
87 Análises e Projeções Financeiras | UNIDADE 4
Neste exemplo, verificamos que a cada R$ 1,00 investido em ativos permanentes 
(Não Circulantes), existiram origens de R$ 0,86 em recursos de longo prazo (Patrimônio 
Liquido e Passivo Não Circulante).
Para finalizar seus aprendizados nesta Unidade, assista ao vídeo “Estrutura de 
capital e Índices de endividamento (Análise das Demonstrações Contábeis)”, 
do canal TecConcursos. Disponível em: http://gg.gg/v9lsn.
VÍDEO
FINANÇAS DE CURTO PRAZO | Juliano Lautert | Marcelo do Carmo Rodrigues 88
Síntese da Unidade
Nesta Unidade, você conheceu as bases técnicas de análises financeiras, assim 
como o dimensionamento e análise do f luxo de caixa, endividamento e investimentos, 
formulando análises e projeções afim de embasar as decisões financeiras de longo prazo. 
No primeiro tópico aprendemos sobre os Fundamentos de Risco e Retorno 
associados ao Custo de Capital, onde compreendemos, além da relação entre o risco e 
o retorno, visualizamos que mesmo os investidores tendo domínio sobre as projeções 
contábeis do investimento, será necessário observar questões intangíveis, tanto do 
mercado quanto do próprio investimento. 
No segundo tópico, aprendemos a quantificação dos Riscos e Perdas, observando 
que a análise de investimentos se depara com itens que podem mudar completamente a 
percepção sobre o Investimento, o Risco e o Retorno.
Em seguida, falamos sobre as decisões financeiras de longo prazo, e 
aprendemos que a partir dos ensinamentos acerca da Análise e Tomada de Decisão 
a Partir da Projeção de Fluxo de Caixa, existem diferentes aspectos que devem ser 
analisados em conjunto.
Por fim, estudamos os indicadores de Estrutura de Capital, onde podemos 
compreender que, através dos indicadores de estrutura de capital, é possível analisar 
o modo como uma empresa equilibra suas fontes de financiamento. Neste sentido, 
podemos, por analogia, observar que um dos mecanismos para compreender a situação.
89 Análises e Projeções Financeiras | UNIDADE 4
Bibliografia
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ASSAF NETO, A.; LIMA, F, G. Curso de administração financeira. 2. ed. São 
Paulo: Atlas, 2011.
COSTA, L. G. T. A.; LIMEIRA, A. F. F.; GONÇALVES, H. M.; CARVALHO, U. T. 
Análise econômico-financeira das empresas. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2011.
COUTINHO, A. et al. Contabilidade Financeira: séria gestão financeira, controladoria 
e auditoria, 2. ed. Rio de Janeiro: FGV, 2010.
DAMODARAN, A. Valuation Approaches and Metrics, New York: Stern School of 
Business, 2001.
FERREIRA, J. A. S. Finanças corporativas: conceitos e aplicações. São Paulo: Pearson 
Prentice Hall, 2005.
GITMAN, L. J. Princípios de Administração Financeira. 12. ed. São Paulo: Pearson 
Prentice Hall, 2010.
HOJI, M. Administração financeira e orçamentária: matemática financeira aplicada, 
estratégias financeiras, orçamento empresarial. 10. ed. São Paulo: Atlas, 2012. 
IUDÍCIBUS, S. de. Análise de balanços. 10. ed. São Paulo: Atlas, 2013.
LEMES JÚNIOR, A. B.; RIGO, C. M.; CHEROBIM, A. P. M. S. Administração 
financeira: princípios, fundamentos e práticas brasileiras. 2. ed. Rio de Janeiro: 
Campus/Elsevier, 2005.
LUNKES, R. J. Manual de orçamento. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2008.
MATARAZZO, D. C. Análise financeira de balanços. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2010.
PASSARELLI, J.; BOMFIM, E. de A. Orçamento Empresarial: como elaborar e 
analisar. São Paulo, SP: IOB – Thomson, 2004.
ROSS, S. A.; WESTERFIELD, R. W.; JORDAN, B. Fundamentos de Administração 
Financeira. 9. ed. São Paulo: McGraw Hill, AMGH, 2015.
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