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UNIDADE 4 CURTO PRAZO Finanças de Organizadores: Juliano Lautert | Marcelo do Carmo Rodrigues Análises e Projeções Financeiras Prezado estudante, Estamos começando uma unidade desta disciplina. Os textos que a compõem foram organizados com cuidado e atenção, para que você tenha contato com um conteúdo completo e atualizado tanto quanto possível. Leia com dedicação, realize as atividades e tire suas dúvidas com os tutores. Dessa forma, você, com certeza, alcançará os objetivos propostos para essa disciplina. Objetivo Geral Conhecer as bases técnicas de análises financeiras, assim como o dimensionamento e análise do fluxo de caixa, endividamento e investimentos, formulando análises e projeções afim de embasar as decisões financeiras de longo prazo. Objetivos Específicos • Entender o dimensionamento e análise do fluxo de caixa, endividamento e investimentos; • Elaborar a estruturação do capital e endividamento; • Entender as decisões financeiras de longo prazo. Questões Contextuais • Existe um dimensionamento e análise do fluxo de caixa, endividamento e investimentos? • Qual o impacto da estruturação do capital e endividamento, custo de capital próprio e de terceiros no resultado empresarial? • Qual a relação entre os indicadores de estrutura e capital, com a estruturação do capital de terceiros? unidade 4 V.1 | 2021 FINANÇAS DE CURTO PRAZO | Juliano Lautert | Marcelo do Carmo Rodrigues 78 4.1 Decisões Financeiras de Longo Prazo A partir dos ensinamentos acerca da Análise e Tomada de Decisão com base na Projeção de Fluxo de Caixa, onde verificamos diversos indicadores, entendendo que existem diferentes aspectos que devem ser analisados em conjunto, foi possível visualizar que utilizados análises contábeis para avaliar o desempenho de empresas. Nesta linha, podemos identificar que a análise do f luxo de caixa da empresa permite avaliar a capacidade da organização de gerar recursos para cobrir o incremento de sua necessidade de capital de giro, dos investimentos em ativos, de pagamentos de juros da dívida, e das parcelas do financiamento de longo prazo que estejam vencendo (COSTA; LIMEIRA; GONÇALVES; CARVALHO, 2011). Ou seja, verificamos que existem duas decisões possíveis no que diz respeito a decisões financeiras de longo prazo: 1. Decisão de investimento - aplicação de recursos Este grupo de decisão envolve o processo de identificação e avaliação das alternativas de aplicação (em fontes externas ou em ativos próprios da empresa) de recursos. Ou seja, é preciso considerar as alternativas de alocação de recursos, baseando- se nas perspectivas de retorno, no risco envolvido e na relação entre o risco e o retorno. 2. Decisão de financiamento - captação de recursos. Este grupo de decisão envolve avaliar as fontes de recursos, ou seja, as formas de financiamento disponíveis. Diferentemente das decisões de investimento, onde se avaliam as expectativas de quem é detentor do recurso em receber rendimentos por ele, as fontes de financiadoras, esperam taxas de retorno pelo capital disponibilizado. Fato é que os fundamentos que estão relacionados a este tipo de tomada de decisão estão, conforme Ross, Westerfield e Jordan (2015), relacionados a gestão das três áreas da administração de finanças corporativas: orçamento de capital; estrutura de capital, relacionadas a decisões de longo prazo; e administração do capital de giro, relacionadas a decisões são de curto prazo. • Orçamento de Capital: Trata-se de uma das etapas do processo orçamentário, onde se verificam as oportunidades de investimento e financiamento (compondo o capital) que tem maior potencial de retorno para o empreendimento. Oportunidades de investimento, no sentido de rentabilidade do capital investido; oportunidades de financiamento, no sentido de auxiliar os ativos a alavancarem as receitas da atividade; ou ainda reduzir os custos dos processos ou de outras fontes de financiamentos mais custosas. 79 Análises e Projeções Financeiras | UNIDADE 4 • Estrutura de Capital: Trata-se de avaliar os níveis e as oportunidades de endividamento (tanto com capital próprio quanto com capital de terceiros), ou seja, deve-se perceber que um nível elevado de dívidas pode prejudicar o resultado, no sentido de as despesas (financeiras) geradas pela dívida devem ser suportadas pelos lucros da atividade. No sentido oposto, um nível baixo de dívidas pode causar perdas de rentabilidade, uma vez que investimentos mais rentáveis que as despesas geradas pelas dívidas podem ser despercebidos. Em resumo, estes pilares, Orçamento de Capital e Estruturação do Capital, devem demonstrar o inter-relacionamento das relações entre investimento e financiamento, impactando diretamente nas decisões acerca do dimensionamento do f luxo de caixa. 4.1.1 Dimensionamento e Análise do Fluxo de Caixa, Endividamento e Investimentos A utilização dos índices para avaliação da saúde financeira e sustentabilidade do negócio é uma abordagem bastante útil, porém a análise precisa ser bastante abrangente, pois, como vimos, há diferentes aspectos a serem avaliados em um negócio, como Rentabilidade, Liquidez e Endividamento, de forma que o dimensionamento do f luxo de caixa deve compreender todas estas variáveis. Figura 4.1 – Aspectos da análise financeira. Fonte: Elaborado pelo autor (2019). Ou seja, o que se busca é o equilíbrio destes fatores, sempre considerando que cada grupo de indicadores deve evidenciar uma tendência, e desta forma apontar o direcionamento correto dos atos de gestão da empresa e do gestor. Neste sentido, as decisões financeiras se concentram na avaliação dos quatro grupos de índices de desempenho financeiro: Rentabilidade Liquidez Endividamento Atividade Rentabilidade Atividade Endividamento Liquidez FINANÇAS DE CURTO PRAZO | Juliano Lautert | Marcelo do Carmo Rodrigues 80 • Liquidez, que mede a capacidade da empresa em pagar seus compromissos financeiros junto a terceiros; • Atividade, que indica a velocidade com que a empresa consegue traduzir insumos em produtos e serviços comercializados contando com um determinado investimento em infra-estrutura; • Endividamento, que mede a quantidade de recursos adquiridos junto a terceiros para financiamento de longo prazo das operações; e • Rentabilidade, que indica se a empresa está obtendo lucro ou prejuízo. Neste sentido, em função dos aspectos de Liquidez, Investimento e Endividamento, Coutinho et al. (2010) estabelecem a “organização” da demonstração e da projeção do f luxo de caixa, em três pilares distintos. • Atividades operacionais: que envolvem a produção e a venda dos bens produzidos e a prestação de serviços; • Atividades de investimento: que envolve as transações com os ativos não circulantes (realizável a longo prazo, investimentos, imobilizado e intangível); • Atividades de financiamento: que contemplam os empréstimos de credores e investidores à entidade, recursos dos sócios e o pagamento de retorno sobre seus investimentos (Capitais próprios e Capitais de terceiros). Porém, mesmo organizando as projeções do f luxo de caixa em atividades operacionais, de investimento e de financiamento, é evidente observar que não se pode, absolutamente, considerar alguma ordem de prioridades diferente das prioridades (investimento) de crescimento da empresa. Considerando ainda que tais prioridades, no que diz respeito ao dimensionamento do f luxo de caixa, devem observar variantes que podem ser determinantes na decisão mais acertada acerca das possibilidades de investimentos e endividamento da empresa, pois impactam diretamente nos montantes de investimento ou financiamento. Ou seja, é imprescindível assistir a alta gerência da empresa na administração de atos e fatos de inquestionável prioridade, que levem as decisões a serem acertadas, tais como (PASSARELLI; BOMFIM, 2004): • Previsão de sobras de Caixa: que excedam as necessidades normais da empresa, eliminando perdas por inatividadede recursos e maximizando os lucros através do adequado planejamento da aplicação dessas obras; • Previsão de fundos: garantias de liquidação, com as projeções de geração de recursos, para todas as operações financeiras da empresa; 81 Análises e Projeções Financeiras | UNIDADE 4 • Coordenação: das necessidades e disponibilidades de caixa de todas as divisões da empresa ou de empresas associadas; • Aumento dos lucros da empresa através da maximização de pagamentos com desconto e da redução dos juros bancários referentes a empréstimos a curto prazo. Em resumo, segundo Lunkes (2008), é possível afirmar que o dimensionamento acertado do caixa tem como objetivo prever os recursos monetários que serão necessários para atender às operações da empresa, sendo que podem haver falhas e, por esse motivo, é necessário ter uma margem de segurança que possa supri-las. Neste sentido, constatamos que, de fato, é imprescindível assistir a alta gerência da empresa no suporte a decisões acertadas, que respeitem a viabilidade econômico-financeira dos empreendimentos, sejam com propostas de investimento, verificando a análise de mercado, de suprimentos, de custos, da carga tributária, de preços a serem praticados; ou sejam com propostas de financiamento, localização física, elaboração do f luxo de caixa e determinação do custo de capital (LEMES JÚNIOR; RIGO; CHEROBIM, 2005). 4.1.2 Estruturação do Capital e Endividamento, Custo de Capital Próprio e de Terceiros Após ter observado que o dimensionamento acertado do caixa tem como objetivo prever os recursos monetários que serão necessários para atender às operações da empresa, nos deparamos com um dos temas principais das finanças corporativas, à estrutura de capital das empresas, que se refere à forma como as empresas utilizam capital próprio e capital de terceiros para financiar os seus aativos. Assaf Neto (2012) defende que a escolha da estrutura de capital deve estar estreitamente associada ao custo de capital total da empresa. Em resumo, segundo Gitman (2010), a estruturação do capital é uma das áreas complexas para uma tomada de decisão financeira em função de várias variáveis. Estas decisões podem resultar em custo de capital elevado à empresa, reduzindo seus resultados, por outro lado, decisões corretas e eficazes podem reduzir seu custo de capital. Exemplificando: Considerando uma estruturação de capital baseada na capitação de recursos de seguinte forma: Um grupo de empresários constituiram uma nova empresa e, depois de uma análise profunda das suas necessidades, decidiram que seria necessário aplicar R$ 20.000 no Ativo Circulante e R$ 30.000 no Ativo Imobilizado. FINANÇAS DE CURTO PRAZO | Juliano Lautert | Marcelo do Carmo Rodrigues 82 Ocorre que estes fundos podem ser obtidos de duas maneiras: um Plano de investimentos somente com recursos próprios ou um Plano de investimentos com captação de dívida com terceiros e capital próprio. Na primeira alternativa, o grupo investiria os R$ 50.000, utilizando-se apenas de seus próprios recursos e, na segunda, os recursos seriam obtidos através de um empréstimo bancário de R$ 25.000 e os restantes R$ 25.000 de recursos próprios. O empréstimo bancário seria garantido pelos investimentos no Ativo Imobilizado, e os juros anuais incidentes sobre o empréstimo bancário são de 12%. Independentemente da alternativa escolhida, os empresários esperam que as vendas atinjam em média R$ 30.000 e que os custos e despesas operacionais sejam de R$ 18.000 em média. O lucro obtido é tributado à alíquota de 34%. As demonstrações de resultados para as duas alternativas estão demonstrados nas tabelas a seguir. Tabela 4.1 – Planos sem Dívida e com Dívida. PLANO SEM DÍVIDA PLANO COM DÍVIDA Receita de Vendas 30.000,00 Receita de Vendas 30.000,00 (-) Custos Operacionais (18.000,00) (-) Custos Operacionais (18.000,00) Lucro Operacional 12.000,00 Lucro Operacional 12.000,00 (-) Desp. Financeiras - (-) Desp. Financeiras (3.000,00) Lucro Líquido Antes do IRPJ e CSLL 12.000,00 Lucro Líquido Antes do IRPJ e CSLL 9.000,00 (-) IRPJ e CSLL (4.080,00) (-) IRPJ e CSLL (3.060,00) Lucro Líquido 7.920,00 Lucro Líquido 5.940,00 Fonte: Elaborado pelo autor (2021). Em análise, podemos observar que a estruturação do capital deste exemplo apresenta um plano com dívidas em terceiros e outro somente com utilização de recursos próprios, e assim fica evidente o impacto de uma ou outra decisão de financiamento no resultado de um período e, da mesma forma, a lucratividade para o sócio de cada opção. Na primeira opção: Plano de investimentos somente com recursos próprios. Nesta opção, o sócios investiriam R$ 50.000, que seriam aplicados diretamente nos ativos da empresa (R$ 20.000 no Ativo Circulante e R$ 30.000 no Ativo Imobilizado). Ao analisar, verificamos que o recurso disponibilizado pelos sócios gerará uma lucratividade de R$ 7.920,00, portanto, oportunizando um retorno sobre o capital investido de 15,84% ((7.920/50.000)*100)). 83 Análises e Projeções Financeiras | UNIDADE 4 Na segunda opção: Plano de investimentos com captação de dívida com terceiros e capital próprio. Nesta opção, o sócios investiriam R$ 25.000, e existiria a captação de R$ 25.000,00 em recursos de terceiros (bancos) que seriam aplicados diretamente nos ativos da empresa (R$ 20.000 no Ativo Circulante e R$ 30.000 no Ativo Imobilizado). Ao analisar, verificamos que o total de recursos disponibilizados gerará uma lucratividade de R$ 5.940,00, portanto, oportunizando um retorno sobre o capital investido pelos sócios de 23,68% ((5.940/25.000)*100)), porém, existira o pagamento de despesas financeiras da ordem de R$ 3.000,00. Assim, ficam evidentes os impactos das decisões de financiamento (estrutura de capital) na composição dos resultados e no retorno para os investidores, gerados por decisões diferentes de estruturação de capital e endividamento. Em resumo, os capitais próprios são os recursos fornecidos pelos sócios ou acionistas, enquanto os capitais de terceiros envolvem os recursos obtidos por meio de dívidas. Analisando estas afirmativas, em comparação ao balanço patrimonial, podemos entender que os capitais de terceiros estarão demonstrados no passivo (obrigações) e os capitais próprios no patrimônio liquido (PL). Figura 4. 2 – Estrutura de Capital. Fonte: Elaborado pelo autor (2021). Desta forma, podemos observar que as demonstrações contábeis fornecem as mais variadas informações econômico-financeiras de uma empresa, de maneira mais objetiva. Conforme Ferreira (2005), uma empresa pode financiar-se com recursos internos (como, por exemplo, retenção de lucros, lançamento de ações – equity securities) ou externos (como financiamentos, lançamento de obrigações – debt securities, entre outros). Sendo que, através dos indicadores de estrutura de capital, é possível analisar o modo como uma empresa equilibra suas fontes de financiamento e em que proporções estão os seus ativos imobilizados, ou seja, o estudo da estrutura de capital de uma empresa permite identificar a forma de financiamento das atividades da empresa (FERREIRA, 2005). Ativo Bens PLDireitos Obrigações Capital de terceiros Capital próprio Passivo } } FINANÇAS DE CURTO PRAZO | Juliano Lautert | Marcelo do Carmo Rodrigues 84 4.2 Indicadores de Estrutura de Capital Conforme estudamos, podemos compreender que, através dos indicadores de estrutura de capital, é possível analisar o modo como uma empresa equilibra suas fontes de financiamento. Neste sentido, podemos, por analogia, observar que um dos mecanismos para compreender a situação de endividamento organizacional é a utilização de indicadores contábeis de estrutura de capital (ASSAF NETO, 2012). Segundo Iudícibus (2013), os indicadores de estrutura de capital mostram o nível de endividamento das empresas, por meio de posição relativa de capital próprio e de terceiros. Estes indicadores têm a função de evidenciar o grau de dependênciade fontes internas e externas de recursos e, também, de permitir a identificação do grau de risco financeiro da organização. Para facilitar o entendimento, exemplificaremos os cálculos, utilizando a seguinte estruturação patrimonial: Tabela 4.2 – Cálculos da Estruturação Patrimonial. ATIVO PASSIVO Circulante 20.000,00 Circulante 15.000,00 Não circulante 10.000,00 Não circulante 30.000,00 Capital Social 25.000,00 Totais 50.000,00 Totais 50.000,00 Fonte: Elaborado pelo autor (2021). 4.2.1 Participação de Capitais de Terceiros (PCT) Este indicador demonstra a participação de Capital de Terceiros (passivo) em relação ao Patrimônio Líquido, demonstrando o nível de comprometimento do Patrimônio Líquido (PL) em relação aos financiamentos externos. Ou seja, este índice evidencia a proporção que existe entre os Capitais de Terceiros e os Capitais Próprios. Ou seja, os indicadores de estrutura de capital são um conjunto de dados financeiros, traduzidos em forma de índices, que revelam a condição da empresa em lidar com o seu nível de endividamento. DESTAQUE 85 Análises e Projeções Financeiras | UNIDADE 4 Em resumo, indica quantos reais a empresa deve para terceiros, a curto e a longo prazo, para cada R$ 1,00 de patrimônio líquido ou capital próprio. Um resultado superior a 1 significa maior grau de dependência financeira em relação ao capital de terceiros. PCT = Passivo Circulante + Passivo Não Circulante Patrimônio Líquido Exemplo: PCT = 15.000,00 + 10.000,00 25.000,00 PCT = 1,00 Neste exemplo, verificamos que a relação entre o capital próprio e o capital de terceiros é igual a 1, o que significa dizer que a empresa tem R$ 1,00 de capital de terceiros (Circulantes e não circulantes) para cada R$ 1,00 de capitais próprios (Patrimônio Liquido). 4.2.2 Endividamento (CE) Representa a proporção do endividamento de curto prazo em relação as dívidas totais de um empresa. Quanto maior for este índice, maior será a pressão sobre a área de tesouraria com relação a necessidade de rolagem das dívidas de curto prazo, isto é, quanto a empresa terá de pagar a curto prazo para cada real do total das obrigações existentes. CE = Passivo Circulante Passivo Circulante + Passivo Não Circulante Exemplo: CE = 15.000,00 15.000,00 + 10.000,00 CE = 0,60 Neste exemplo, verificamos que a proporção do endividamento de curto prazo em relação as dívidas totais de um empresa está em R$ 0,60, ou seja, para cada R$ 1,00 de dívidas totais (Passivo circulante e não circulante), R$ 0,60 estão localizadas no passivo circulante. FINANÇAS DE CURTO PRAZO | Juliano Lautert | Marcelo do Carmo Rodrigues 86 4.2.3 Imobilização do Patrimônio Líquido (IPL) Trata do comprometimento do Capital Próprio (PL) com relação aos investimentos de uma empresa em seu ativo imobilizado. Este índice indica quanto do Patrimônio Líquido da empresa está aplicado no Ativo Permanente, ou seja, o quanto do Ativo Permanente da empresa é financiado pelo seu Patrimônio Líquido, evidenciando, dessa forma, a maior ou menor dependência de recursos de terceiros para manutenção dos negócios. IPL = Ativo Imobilizado Patrimônio Líquido Exemplificando: IPL = 30.000,00 1,2 25.000,00 Neste exemplo, verificamos que 120% dos recursos aplicados no PL estão localizados no ativo imobilizado, ou seja, o ativo imobilizado representa 120% dos recursos disponibilizados pelos recursos próprios da empresa. Observa-se também que R$ 5.000,00 (a diferença entre o ativo imobilizado e o patrimônio liquido) necessariamente estão financiados por recursos de terceiros (passivos). 4.2.4 Imobilização dos Recursos não Correntes Este índice indica quais percentuais de Recursos Não Correntes a empresa aplicou no Ativo Permanente. Para Matarazzo (2010), este índice demonstra o percentual de recursos não correntes aplicados no Ativo Permanente. O autor destaca que os elementos do ativo permanente têm vida útil variada, desse modo, não se faz necessário financiar todo o imobilizado com capital próprio, podendo ser utilizado capital de terceiros, desde que a longo prazo, para que a empresa possa gerar recursos e pagar tais compromissos. INRC = Ativo Permanente Patrimônio Líquido + Passivo Não Circulante Exemplificando: INRC = 30.000,00 25.000,00 + 10.000,00 INRC = 0,86 87 Análises e Projeções Financeiras | UNIDADE 4 Neste exemplo, verificamos que a cada R$ 1,00 investido em ativos permanentes (Não Circulantes), existiram origens de R$ 0,86 em recursos de longo prazo (Patrimônio Liquido e Passivo Não Circulante). Para finalizar seus aprendizados nesta Unidade, assista ao vídeo “Estrutura de capital e Índices de endividamento (Análise das Demonstrações Contábeis)”, do canal TecConcursos. Disponível em: http://gg.gg/v9lsn. VÍDEO FINANÇAS DE CURTO PRAZO | Juliano Lautert | Marcelo do Carmo Rodrigues 88 Síntese da Unidade Nesta Unidade, você conheceu as bases técnicas de análises financeiras, assim como o dimensionamento e análise do f luxo de caixa, endividamento e investimentos, formulando análises e projeções afim de embasar as decisões financeiras de longo prazo. No primeiro tópico aprendemos sobre os Fundamentos de Risco e Retorno associados ao Custo de Capital, onde compreendemos, além da relação entre o risco e o retorno, visualizamos que mesmo os investidores tendo domínio sobre as projeções contábeis do investimento, será necessário observar questões intangíveis, tanto do mercado quanto do próprio investimento. No segundo tópico, aprendemos a quantificação dos Riscos e Perdas, observando que a análise de investimentos se depara com itens que podem mudar completamente a percepção sobre o Investimento, o Risco e o Retorno. Em seguida, falamos sobre as decisões financeiras de longo prazo, e aprendemos que a partir dos ensinamentos acerca da Análise e Tomada de Decisão a Partir da Projeção de Fluxo de Caixa, existem diferentes aspectos que devem ser analisados em conjunto. Por fim, estudamos os indicadores de Estrutura de Capital, onde podemos compreender que, através dos indicadores de estrutura de capital, é possível analisar o modo como uma empresa equilibra suas fontes de financiamento. Neste sentido, podemos, por analogia, observar que um dos mecanismos para compreender a situação. 89 Análises e Projeções Financeiras | UNIDADE 4 Bibliografia ASSAF NETO, A. Finanças corporativas e valor. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2012. ASSAF NETO, A.; LIMA, F, G. Curso de administração financeira. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2011. COSTA, L. G. T. A.; LIMEIRA, A. F. F.; GONÇALVES, H. M.; CARVALHO, U. T. Análise econômico-financeira das empresas. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2011. COUTINHO, A. et al. Contabilidade Financeira: séria gestão financeira, controladoria e auditoria, 2. ed. Rio de Janeiro: FGV, 2010. DAMODARAN, A. Valuation Approaches and Metrics, New York: Stern School of Business, 2001. FERREIRA, J. A. S. Finanças corporativas: conceitos e aplicações. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2005. GITMAN, L. J. Princípios de Administração Financeira. 12. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2010. HOJI, M. Administração financeira e orçamentária: matemática financeira aplicada, estratégias financeiras, orçamento empresarial. 10. ed. São Paulo: Atlas, 2012. IUDÍCIBUS, S. de. Análise de balanços. 10. ed. São Paulo: Atlas, 2013. LEMES JÚNIOR, A. B.; RIGO, C. M.; CHEROBIM, A. P. M. S. Administração financeira: princípios, fundamentos e práticas brasileiras. 2. ed. Rio de Janeiro: Campus/Elsevier, 2005. LUNKES, R. J. Manual de orçamento. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2008. MATARAZZO, D. C. Análise financeira de balanços. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2010. PASSARELLI, J.; BOMFIM, E. de A. Orçamento Empresarial: como elaborar e analisar. São Paulo, SP: IOB – Thomson, 2004. ROSS, S. A.; WESTERFIELD, R. W.; JORDAN, B. Fundamentos de Administração Financeira. 9. ed. São Paulo: McGraw Hill, AMGH, 2015. Se você encontrar algum problema neste material, entre em contatopelo email eadproducao@unilasalle.edu.br. Descreva o que você encontrou e indique a página. Lembre-se: a boa educação se faz com a contribuição de todos! CONTRIBUA COM A QUALIDADE DO SEU CURSO Av. Victor Barreto, 2288 | Canoas - RS CEP: 92010-000 | 0800 541 8500 eadproducao@unilasalle.edu.br