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Sociologia Rural e Urbana- Apontamentos

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1 
Sociologia Rural e Urbana- Aulas Teóricas 
 
Análise de território- proposta de Rémy e Voyé 
SITUAÇÕES NÃO URBANIZADAS → Aldeia não urbanizada → Cidade não urbanizada 
 
Aldeia não urbanizada: Uma aldeia não urbanizada é uma área rural ou semirrural onde 
as pessoas vivem em pequenas comunidades, muitas vezes em torno de a>vidades 
agrícolas ou extra>vistas. 
 
Cidade não urbanizadas: Uma cidade não urbanizada é uma área que pode ter 
caracterís>cas urbanas, como um centro urbano e uma concentração de a>vidades 
econômicas urbanas, mas que não a>nge os critérios para ser classificada como uma 
cidade ou centro urbano. 
Baixa mobilidade social - Reprodução das profissões 
 
O processo de urbanização é definido pela mobilidade pois a urbanização 
envolve a mudança de pessoas do campo para a cidade em busca de melhores 
oportunidades de vida, tem como base a concentração de pessoas em áreas urbanas, 
onde a economia é baseada em a>vidades não-agrícolas, como comércio, indústria e 
serviços. A mobilidade é um elemento essencial desse processo uma vez que, as pessoas 
deslocam-se para as cidades em busca de oportunidades económicas, melhores 
empregos e melhores condições de vida. 
 
 
INDUSTRIALIZAÇÃO E ESPAÇO 
A industrialização é também um processo fundamental que afeta a organização 
do território. Durante a Revolução Industrial, as fábricas eram construídas em áreas 
rurais e a população deslocava se para trabalhar nestas, o que conduziu à formação de 
regiões industriais. 
→ Região industrial: situação de transição (Uma região industrial em situação de 
transição é uma área que sofre mudanças significa>vas a nível da estrutura económica, 
social e cultural.) 
 2 
→ Processo industrialização + urbanização (O processo de industrialização envolveu a 
mudança da produção baseada na agricultura e manufatura para a produção em grande 
escala em fábricas, u>lizando máquinas e tecnologias avançadas). 
Atualmente, a mobilidade espacial é maior e por essa razão, a questão habitacional 
não está necessariamente associada ao trabalho. 
 
SITUAÇÕES URBANIZADAS 
→ Cidade urbanizada: É uma área geográfica densamente povoada, caracterizada pela 
presença de uma grande quan>dade de ediUcios e infraestruturas e serviços, tais como 
estradas, sistemas de transporte público, abastecimento de água, esgoto, energia e 
comunicações. 
→ Rural em vias de urbanização: Significa que há um fluxo de pessoas para áreas rurais, 
mas sem que haja um envolvimento com a vida rural. 
A sociologia rural apenas se emancipou da sociologia geral nos anos 30. Antes da 
Revolução Industrial teve de haver uma Revolução Agrícola. Anteriormente os 
agricultores sofriam com a escassez, contudo com a industrialização dos campos, a 
mecanização gera sobreprodução. A famosa crise sobreprodução dos anos 30 que leva 
ao êxodo rural. 
 
Henri Mendras 
 
Família camponesa Grupo Domés>co 
 
 Conselho da aldeia (distrito consuetudinário) 
 
Comunidade 
(Solidariedade mecânica) Aldeia = Conjunto de famílias 
 
 
Aldeia não urbanizada → coincidência entre a casa e o trabalho → sociedade 
camponesa 
 
 
 
 3 
A aldeia = conjunto de famílias 
Família é um grupo domés\co [mais do que “família” o autor fala em “grupo domés>co” 
(simultaneamente as pessoas, que vivem na mesma casa, e a casa, o património)]. 
Família camponesa da comunidade (de Weber) e solidariedade mecânica (de 
Durkheim). 
Conselho da aldeia (governado pelo lavrador mais rico, que era um homem respeitado) 
— havia um direito consuetudinário. 
Família camponesa (comunidade / solidariedade mecânica) → grupo domés>co → 
família, a casa e o património 
 
O papel da criança na aldeia 
Na sociedade camponesa a maior parte do país era rural e a miséria era muito 
grande. O estado centralizado em Lisboa apostava no litoral, e só́ depois do 25 de abril 
e é que se começou a desenvolver o interior. 
Na aldeia a criança começa a trabalhar mais cedo, principalmente porque a 
maioria das famílias trabalham no setor da agricultura, e por iniciarem a vida a>va tão 
cedo ganham maturidade mais cedo, apresentando um nível de maturidade maior do 
que o das outras crianças da mesma idade. 
A escola nestas aldeias eram um impedimento para entrar ao trabalho, por isso 
as crianças não eram incen>vadas a estudar. As crianças têm um papel muito importante 
são vistas já como homens e mulheres por isso também não inves>am nas crianças nem 
na sua infância, não havia propriamente roupa jovem para ves>r e aliás nem havia 
dinheiro para a comprar. 
Esta sociedade portuguesa rural que é fechada, tem as suas regras próprias e 
reagiu nega>vamente à escola dizendo que estas crianças eram necessárias para o 
trabalho, ou seja, como mão-de-obra. As crianças desempenhavam um papel 
importante nas tarefas co>dianas da comunidade e eram frequentemente vistas como 
mão-de-obra indispensável para ajudar nas a>vidades agrícolas e domés>cas, dado que, 
eram frequentemente responsáveis por tarefas como pastorear o gado, ajudar a 
preparar as refeições, ir buscar água e lenha, e cuidar de irmãos mais novos. 
Durante o Estado Novo havia também a prevalência de um certo conceito de 
masculinidade e até de discriminação implementada pelo próprio Salazar, já que, 
 4 
durante a primeira República as escolas primárias eram mistas a escolaridade mínima 
exigida era a quarta classe para os rapazes enquanto que para as meninas era apenas a 
terceira classe. 
De uma visão mais prá>ca o camponês gosta de trabalho porque não gosta da 
escola, uma vez que, os pais precisam da criança para trabalhar e não viam u>lidade, na 
escolaridade da mesma, por isto fica claro que as crianças claro que não eram 
incen>vadas a estudar. 
Sociedade camponesas (Henri Mendras): A família é o elemento esssencial na 
sociedade camponesa. 
De acordo com este autor, as sociedades camponesas são caracterizadas por uma 
economia de subsistência, na qual os camponeses produzem alimentos principalmente 
para o seu próprio consumo e não para o mercado. Estas sociedades são geralmente 
pequenas e isoladas, e a vida social é fortemente estruturada pela tradição e pelos 
valores religiosos e culturais. 
Mendras também destacou a importância da família na sociedade camponesa, 
com a unidade familiar representando a unidade de produção e consumo. Ele 
argumentou que, em contraste com a sociedade urbana, onde há uma maior divisão do 
trabalho, na sociedade camponesa, as tarefas são frequentemente realizadas em 
conjunto por toda a família. 
No entanto, o sociólogo também observou que as sociedades camponesas estão 
em processo de mudança, com a urbanização e a modernização afetando cada vez mais 
essas comunidades. Ele argumentou que a transformação das sociedades camponesas 
pode levar à perda da cultura e dos valores tradicionais, bem como a mudanças na 
estrutura social e econômica dessas comunidades. 
 
Direito de divisão de propriedade 
A ideia de dividir propriedade é o direito humano que vai introduzir a ideia de 
propriedade privada e vai renascer nos finais da idade media porque é o direito humano 
que vai dar origem ao direito escrito. O direito escrito vem abalar os princípios 
comunitários e as regras de costumes dos camponeses. 
 5 
O direito de cada um é fixada á casa em que pertence. O individuo se reconhecer 
pela família em que pertence. Numa sociedade camponesa não existe uma ideia de 
individuo, ideal >po de sociedade mecânica de Durkheim e de comunidade de Marx. 
 
Moisés Espírito Santo 
 
Segundo Moisés Espírito Santo, na sociedade rural, a família é vista como um 
pilar fundamental da organização social e económica, e desempenha um papel central 
na reprodução social e cultural. A família é a unidade básica de produção e consumo, e 
as relações familiares são marcadas por uma forte hierarquia, com o pai exercendo um 
papel dominante e a mãe sendo responsávelpelas tarefas domés>cas e pela educação 
dos filhos. A vida familiar é fortemente influenciada pela religião e pelas tradições locais, 
e a solidariedade familiar é vista como essencial para enfrentar as dificuldades da vida 
no campo. 
 
Conceito de familismo (mais forte nos países do Sul/mediterrâneo): O conceito de 
"familismo" refere-se a uma forte lealdade e solidariedade dentro da unidade familiar, 
em detrimento do individualismo ou da lealdade ao Estado ou a outras ins>tuições. A 
noção de "amoral" destaca o fato de que essa lealdade pode ser desprovida de é>ca ou 
de princípios morais universais, ou seja, pode prevalecer a qualquer custo, mesmo que 
isso signifique prejudicar outros indivíduos ou a sociedade em geral. Principalmente na 
sociedade rural a família é vista como a principal fonte de proteção e segurança num 
ambiente de incerteza e mudança constante. Contudo, este >po de pensamento tem 
consequências de várias ordens: económica, polí>ca e social, tais como: 
1. Forte coesão e solidariedade familiar: o familismo promove uma grande união 
entre os membros da família, que trabalham e lutam juntos pela sobrevivência. 
2. Dificuldades na mobilidade social: a lealdade e a solidariedade familiar podem 
impedir a mobilidade social, pois os indivíduos tendem a permanecer nas 
mesmas a>vidades e posições sociais que seus antepassados. 
3. Fraca ins>tucionalização: em sociedades com forte familismo, as ins>tuições 
públicas e privadas tendem a ser fracas, pois as pessoas confiam mais em suas 
famílias do que em ins>tuições externas. 
 6 
4. Papéis de gênero rígidos: o familismo pode levar a uma divisão rígida de papéis 
de gênero, em que as mulheres são responsáveis pelas tarefas domés>cas e os 
homens pelo trabalho no campo ou outras a>vidades externas. 
5. Redução da individualidade: o foco na família pode levar a uma redução da 
individualidade e da autonomia, com os indivíduos tendo pouca oportunidade 
de desenvolver suas próprias iden>dades e interesses. 
 
Assim, entre os grupos domés>cos existem vários laços de interdependência que 
tem adjacente não uma homogeneidade de grupos sociais, mas de um modo de vida 
que é compensado por um sistema de trocas recíprocas. 
Entre os grupos domés>cos há essa proximidade que nos leva a falar dos graus 
de parentesco. Estes laços são tão fortes que as pessoas que não são da família são 
tratadas como se fossem (chama-se >a as pessoas conhecidas que não são da família), e 
os limites entre a família extensa são pouco precisos. (composta por parentes de 
sangue). Já família alargada (composta por pessoas que não têm relação de sangue). Já 
a família alargada assenta num parentesco ritual que está associado ao apadrinhamento 
e compadrio. Estas ins>tuições contribuem para a integração e socialização dos 
indivíduos. Na sociedade camponesa as fontes de autoridade estão dispersas, como era 
o caso dos padrinhos e o seu importante papel na vida da criança. An>gamente era 
crucial que os padrinhos >vessem posses e boa reputação para beneficiar o afilhado. 
 
Função económica da função de apadrinhamento: Está a atenuar um sistema de 
desnivelamento entre ricos e os pobres, contribuindo para um equilíbrio e regulação do 
sistema e em contrapar>da eles (os mais ricos) ganham lealdade e prestgio social. Nas 
sociedades camponesas existem regras e princípios. Ideia de tradição e de proximidade 
de famílias. Essa independência reflete o não individualismo presente nas sociedades 
camponesas. 
 
Diferença entre Agricultor e camponês e definição do \po ideal de sociedade 
camponesa 
Camponês- Trabalha maioritariamente com vista à subsistência. 
 7 
Agricultor- Especialização de tarefas, aposta maior em tecnologias, excedentes de 
produção são muitas vezes vendidos no mercado. 
 
Tipo ideal de sociedade camponesa 
 
Podemos enunciar vários traços, no que toca ao >po ideal de sociedade 
camponesa, um deles é uma autonomia rela>va, e o segundo, a importância estrutural 
do grupo domés>co. Em terceiro uma autarcia rela>va em termos económicos, ou seja, 
não há uma dis>nção entre unidade de produção e unidade de consumo. E também uma 
cole>vidade rural caracterizada por fortes laços de interconhecimento. Para além de 
tudo isto, há uma relação forte entre as pessoas da mesma aldeia e uma certa debilidade 
entre as relações da aldeia vizinha havendo até, muitas vezes, rivalidades com estas. E 
aqui temos o >po ideal. 
Há um grupo que se destaca na aldeia, os notáveis, como por exemplo, os padres, 
os professores primários, médicos, notários, farmacêu>cos, o senhor aristocrata que 
tem a sua quinta na aldeia. Estes notáveis tem um papel fundamental pois pertencem a 
dois mundos. Isto significa que conseguem ter uma ligação com ambos os mundos a 
vários níveis, por exemplo a aldeia vota no que vota o seu notável, pois este é visto como 
um exemplo para a população. 
No entanto os notáveis faziam uma espécie de jogo duplo para ficar bem visto 
em ambos os mundos, ganhando um status, a nível social, patrimonial e polí>co. Por 
exemplo numa eleição autárquica, a pessoa que se candidata é um dos fatores mais 
importantes, o facto dessa pessoa ser conhecida ou não, esse >po de coisas pode 
influenciar muito a eleição. Eles tem um papel bastante importante uma vez que são 
também opinion makers, já que vão introduzindo novas crenças e valores, uma vez que, 
o camponês é naturalmente desconfiado e precisa de ser convencido, este era 
frequentemente influenciado pelo notável. Este é o único na aldeia que sabe coisas 
diferentes das tradicionais, e pode arriscar até na adoção de novos comportamentos. 
Há dois grupos de notáveis, um que de vem de fora que quer transformar, inovar 
e fazer progredir a aldeia. E o outro é extremamente conservador e não quer nada disto. 
O notável também ajuda a transmi>r essas mudanças, se para ele for importante na sua 
ascensão e reconhecimento social. O inovador, à par>da tem um nível de escolaridade 
 8 
mais elevado, grande par>cipação/colaboração com associações, conhecimento elevado 
acerca do que está a acontecer no mundo etc. 
Nas sociedades rurais pode não exis>r homogeneidade social, mas existe 
homogeneidade cultural. 
Homogeneidade cultural: Par>lha de valores, visões do mundo, interpretações, … O que 
é verdade numa cole>vidade, aldeia pode não acontecer numa aldeia vizinha. As 
cole>vidades podem ser fechadas em si mesmas. Mas existem relações 
interdependentes e a sua intensidade pode variar. Quanto mais elevada for a 
homogeneidade cultural maior é o sen>mento de iden>dade, comunidade e de 
cooperação. (Solidariedade Mecânica de Durkheim) 
Há inter-relação com outras comunidades: trocas materiais, de mercado, sociais. 
A intensidade do fechamento de uma aldeia é variável. Quanto mais elevada for a 
homogeneidade cultural mais reforçado é o sen>mento de iden>dade e o espírito de 
cooperação entre as pessoas da mesma comunidade. 
A diversidade social tem a ver com a composição da vizinhança: sexo, idade, 
parentesco, oUcios e na sua hierarquização. A diferenciação entre estas categorias 
expressa-se no próprio espaço social da aldeia. Papel dos jovens: organizar as festas; dos 
homens: assegurar o bruto do trabalho; das mulheres: tarefas domés>cas; dos idosos: 
assegurar a transmissão da iden>dade para os mais novos (saberes, valores). Igualdade 
dentro das sociedades camponesas: é necessário romper com a aparente 
transparência. Não há uma hierarquia formal, mas há desigualdade. 
Aspetos importantes do meio rural 
1) Perceção e vivência do tempo 
® No meio rural valoriza-se o passado, pois vive se sobre a noção de espera 
e valoriza-se a idealização o passado embora às vezes se cri>que o 
mesmo, uma vez que o futuro é incerto e trágico. Já na zona urbana as 
pessoas vivem em pressão e stress constantes, esperando por um futuro 
risonho. O camponês não sente esta pressão e tem até uma visão 
bastanteescatológica (fim dos tempos), já que, acham que este mundo 
está perdido. 
 
 
 9 
2) Trabalho 
® O ideal >po camponês, implica um trabalho que é mul>dimensional, quer 
dizer que o trabalho numa sociedade rural implica várias dimensões da 
realidade social, tais como: a vida familiar, as relações sociais e de 
vizinhança, a religião. O início de um novo ciclo agrícola coincide com um 
período de ressurreição, renascimento da natureza como se ocorresse um 
renascimento da terra. O trabalho é mul>dimensional porque também 
engloba a dimensão das festas que tem um pendulo religioso. O trabalho 
também toca na magia e na supers>ção. Não há uma especialização do 
trabalho em relação às outras dimensões da vida social, ou seja, todas as 
dimensões da vida social estão relacionadas incluindo o trabalho, ao 
contrário do que acontece na zona urbana, onde a vida das pessoas é 
completamente fragmentada. 
3) Terra 
® A terra no meio social rural não é uma mera mercadoria, pois, a terra tem 
um valor sen>mental e a propriedade tem um valor sen>mental o que 
não quer dizer que os camponeses não vendam propriedades, mas o 
facto é que há uma ligação muito forte entre o camponês e a Terra. 
 
Agora vamos falar de vários estatutos ou regimes relacionados com a propriedade: 
 
® Lavrador 
o O lavrador é um proprietário agrícola (no Norte), no centro é um produtor 
rico; 
® Jornaleiro 
o O que trabalha ao dia, é um assalariado agrícola; 
 
® Seareiro 
® Rendeiro 
 
 
Querem dizer a mesma coisa, são u>lizadas em 
diferentes zonas (Seareiro- Alentejo e Rendeiro-
Norte), é alguém que cul>va a terra que arrenda 
geralmente paga em produtos agrícolas. 
 10 
® Caseiro 
o Assegura a manutenção da quinta, assalariado permanente; 
 
4) Camponês ≠ Agricultor 
® O Camponês trabalha maioritariamente com vista à subsistência 
enquanto que o agricultor se especializa na realização de tarefas, aposta 
maior em tecnologias, excedentes de produção são muitas vezes 
vendidos no mercado. 
5) Critérios 
® Há uma presunção dos locais mais ou menos exatos na comunidade, há 
um forte sen>mento de presença a estes espaços e uma relação muita 
forte com os mesmos, forte interconhecimento, forte relação entre as 
pessoas, pra>cas religiosas e mí>cas comuns, tais como, uma só igreja um 
só cemitério, uma pedra que tenha um determinado simbolismo etc. 
Outro traço é a cultura popular, o traje folclórico, a linguagem etc. A 
comunidade rural portuguesa é a freguesia ou o lugar que tem origem na 
vila romana. O concelho começa em 1834 na altura do liberalismo. É uma 
tutela do Estado sobre os territórios, ou seja, o conselho implica o poder 
local sobre as cidades e estado central porque as comunidades são muito 
mais passivas e alheias dos problemas polí>cos da nação e nessa medida 
são mecanismos de controlo que o estado u>liza para controlar a 
comunidade local. A procissão tem poder simbólico porque passa pelo 
perímetro e pontos principais da freguesia, pelo que é uma afirmação do 
território. 
Durkheim aborda a cidade indiretamente porque preocupa-se pela distribuição das 
a>vidades, a>vidades essas que influenciam a realidade e mudança social. 
 
Divisão social do trabalho: a mobilidade espacial induz uma mudança de escala no 
quo>diano da vida dos indivíduos, favorecendo o desenvolvimento de um processo de 
individuação. Simultâneo da emergência da solidariedade orgânica. Ele associa a 
concentração espacial e efervescência cole>va. A concentração espacial pode levar a um 
afastamento entre as pessoas, porém também encontramos na concentração de 
 11 
efervescência cole>va/social. Durkheim reconhece que a concentração não resolve o 
problema da individuação, porém dá para aliviar a pressão social. 
Durkheim aproveita para relacionar a individuação e a solidão entre as pessoas com o 
suicídio. Interessa-se pela cidade através do método sociológico e da moral. 
Weber 
A cidade é algo extremamente importante na civilização moderna. É nela que ocorre o 
foco da industrialização. 
Weber constrói um \po ideal de cidade: 
A cidade para Weber é uma: 
® Unidade económica: porque é um lugar de mercado permanente, papel 
rela>vamente à população interna e ao campo (a cidade sempre dominou o 
campo, o campo sempre abasteceu a cidade – momento de troca), encontramos 
dois grandes ideais >po de cidade: cidade de consumo (estão presentes os 
grandes consumidores) e de produção/produtores (localizam-se as fábricas e 
manufaturas, e produzem para o exterior). Estes >pos de cidades não conseguem 
suprimir as necessidades alimentares; 
® Unidade polí>ca: a cidade deve ter por base conceitos polí>cos que permitem o 
desempenho do papel económico, uma polí>ca económica; 
® Comunidade: Weber estabelece o >po-ideal de cidade através do conceito de 
comunidade. Esses >pos ideais devem ter o predomínio das relações comerciais, 
for>ficação (muralhas), mercado, tribunal autónomo, forma de relação de 
associação, ou seja, algum >po de associa>vismo, autonomia rela>va (pelo 
menos parcial) em relação ao poder central, administração burguesa que elegem 
outros; 
 
Weber ao estudar a cidade recorre ao método histórico compara\vo porque recua 
na história e compara e cria o \po ideal de cidade como elemento interpreta>vo. A 
questão demográfica pode alterar o modo de vida, portanto é necessário ter em 
consideração aquando do estudo da cidade.

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