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Assistência pré-natal

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Daniely Alves Dalla Zana Frazão 
 
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Assistência pré-natal 
Medicina – UNIFACS – 5º semestre/2023.1 
Assistência pré-natal 
Os princípios da Rede cegonha são: 
o Humanização do parto e do 
nascimento; 
o Organização dos serviços de saúde 
enquanto uma rede de atenção à saúde 
(RAS); 
o Acolhimento da gestante e do bebe, 
com classificação de risco em todos os 
pontos de atenção; 
o Vinculação da gestante à maternidade; 
o Gestantes não peregrina; 
o Realização de exames de rotina com 
resultados em tempo oportuno. 
Objetivos básicos da assistência pré-natal: 
o Acolhimento 
o Orientar os hábitos de vida 
o Assistir psicologicamente a gestante 
o Prepara-la para a maternidade 
o Evitar o uso de medicações e de 
medidas que se tornem ominosas para 
o concepto 
o Tratar os pequenos distúrbios habituais 
da gravidez 
o Fazer a profilaxia, diagnóstico e 
tratamento das doenças próprias da 
gestação ou nela intercorrentes. 
Cuidados pré-natais: 
Primeira consulta 
o Anamnese e exame físico 
o Antecedentes obstétricos (número de 
gestações, números de partos, 
números de abortamentos, número de 
filhos vivos, idade na primeira 
gestação, número de RN pós termo, 
pré-termo, baixo peso e com mais de 
4kg, mortes neonatais, precoces e 
tardias, natimortos, intercorrências ou 
complicações em gestações anteriores, 
complicações no puerpério, 
amamentação 
o Data da última menstruação (DUM) – 
IG e DPP 
Peso e pressão arterial, altura 
Avaliação do estado nutricional e do ganho de 
peso gestacional: 
A avaliação do estado nutricional da gestante 
consiste na tomada da medida do peso e da 
altura e o cálculo da semana gestacional, o que 
permite a classificação do índice de massa 
corporal (IMC) por semana gestacional. Com 
base no IMC obtido na primeira consulta de pré-
natal, é possível conhecer o estado nutricional 
atual e acompanhar o ganho de peso até o final 
da gestação. Recomenda-se que a gestante seja 
pesada em todas as consultas. A estatura pode 
ser aferida apenas na primeira consulta, desde 
que não seja gestante adolescente (menor de 20 
anos), cuja medida deverá ser realizada pelo 
menos trimestralmente. 
Cálculo do índice de massa corpórea ou corporal 
(IMC) por meio da formula: 
Índice de massa corpórea (IMC) = peso (Kg) / 
altura (m) x altura (m) 
o Gestantes com baixo peso: imc <18,5 
kg/m²- devem ganhar de 12,5 a 18 kg 
o Gestantes eutróficas: imc 18,5 a 24,9 
kg/m²- devem ganhar de 11 a 16 kg 
o Gestantes com sobrepeso: imc 24,9 a 
29,9 kg/m²- devem ganhar de 7 a 11 kg 
o Gestantes obesas: imc > 30kg/m²- 
devem ganhar de 5 a 9 kg 
Controle da pressão arterial (PA) 
Os guidelines recomendam a medida da PA em 
todas as consultas de pré-natal 
Procedimentos recomendados para a medida da 
pressão arterial: o preparo da paciente: 1. 
Explique o procedimento à gestante e a deixe 
em repouso por pelo menos 5 minutos em 
ambiente calmo. Ela deve ser instruída a não 
conversar durante a medida. Possíveis duvidas 
devem ser esclarecidas antes ou após o 
procedimento. 2. Certifique-se de que ela não: - 
está com bexiga cheia; praticou exercícios físicos 
há pelo menos 60 minutos; ingeriu bebidas 
alcoólicas, café ou alimentos; - fumou nos 30 
minutos anteriores. 3. Posicionamento da 
gestante: ela deve estar na posição sentada, 
 
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com as pernas descruzadas, com os pés 
apoiados no chão e o dorso recostado na cadeira 
e relaxado. O braço deve estar na altura do 
coração (no nível do ponto médio do esterno ou 
no 4º espaço intercostal), livre de roupas, 
apoiado, com a palma da mão voltada para cima 
e o cotovelo ligeiramente fletido. A PA também 
pode ser medida no braço esquerdo, na posição 
de decúbito lateral esquerdo, em repouso, e o 
valor não deve diferir da posição sentada. 
O cuidado pré-natal deverá se iniciar assim que 
houver razoável probabilidade de gravidez. Os 
principais objetivos são: (1) definir o estado de 
saúde da mãe e do feto; (2) estimar a idade 
gestacional; e (3) iniciar o plano de cuidado 
obstétrico contínuo. 
Costuma-se estimar a data provável do parto 
adicionando sete dias à data da última 
menstruação (DUM) e subtraindo três meses – 
regra de naegele. 
Manobras de leopold -zweifel 
Essas manobras possuem como objetivo 
determinar a posição do feto no abdome 
gravídico (estática fetal) através da palpação. 
Didaticamente essas manobras são divididas em 
quatro tempos, que durante a pratica medica se 
torna apenas uma manobra continua. 
 
 
 
Primeiro tempo (primeira manobra) 
 
o Tem que estar à direita da paciente; 
o Vai apalpando com as duas mãos, essa 
região da imagem acima, identificando 
o fundo uterino. Assim, você irá 
conseguir delimitar e posteriormente 
vai reconhecer o contorno desse fundo 
para saber se é pélvico ou a cabeça do 
neném; 
o Nesse tempo iremos ver a situação 
fetal que pode ser longitudinal, 
transversal ou oblíqua. 
SITUAÇÃO FETAL 
o Longitudinal 
o Transversa 
o Oblíqua 
 
Segundo tempo 
 
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o Desliza a mão em direção ao plano 
inferior do útero, palpar o dorso e as 
pequenas partes (mãos e pés). 
o Com uma mão você estabiliza o útero e 
com a outra você desliza; 
o Se a superfície for resistente e contínua 
estará apalpando o dorso do neném; 
o Tempo para analisar a posição; 
POSIÇÃO 
Posição esquerda ou direta 
o Se o neném estiver oblíquo será 
anterior ou posterior 
Terceiro tempo 
 
o Desce a mão e para analisar a 
mobilidade do polo que vai se 
apresentar no estreito superior da 
pelve; 
o Vai “balançar de um lado para outro”; 
o Se o bebe estiver encaixado não será 
possível ver muita mobilidade; 
o Nesse tempo é analisado a 
apresentação; 
APRESENTAÇÃO 
o Cefálica 
o Pélvica 
o Córmica 
 
Quarto tempo 
 
o De costas para a paciente (com o olhar 
voltado para as pernas da paciente, 
mas ainda permanecer do lado direito) 
deslizar as mãos no nível das fossas 
ilíaca em direção ao hipogástrico 
olhando a altura do feto e o grau de 
penetração do feto na pelve e 
mobilidade; 
o Analisar a altura. 
 
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Técnica de ausculta dos BCF – pinard e sonar 
com doppler 
Na consultas pré-natais, deve-se fazer-se a 
verificação da ausculta obstétrica. Nesse exame, 
verifica-se com Pinard (a partir da 20ª ou 24ª 
semana) e com Sonar - Doppler (a partir da 10ª 
ou 11ª semana). 
Assistência pré-natal 
PRIMEIRA CONSULTA 
Solicitação de exames de rotina 
o Hemoglobina 
o Tipagem sanguínea e fator RH 
o VDRL 
o Glicemia jejum 
o Papanicolau 
o Sumário de urina e urocultura 
o HIV e HTLV I e II 
Solicitação de exames de rotina: 
ultrassonografia obstétrica 
Vigilância pré-natal 
Entre 20 e 34 semanas de gestação, a altura do 
fundo do útero em centímetros correlaciona-se 
com a idade gestacional em semanas. Essa 
medida é usada para monitorar o crescimento 
do feto e o volume do líquido amniótico. A altura 
do fundo do útero deve ser medida como a 
distância sobre a parede abdominal entre a 
sínfise pubiana e o fundo do útero. É importante 
ressaltar que a bexiga deve estar vazia quando 
da medição. 
Batimentos cardíacos fetais 
Instrumentos com doppler são usados com 
frequência para facilitar a detecção dos 
batimentos cardíacos fetais, e, na ausência de 
obesidade materna, tais batimentos quase 
sempre são detectáveis com esses instrumentos 
em torno de 10 semanas de gestação. A 
frequência cardíaca fetal varia de 110 a 160 
batimentos por minuto e normalmente é 
escutada em dois tempos. 
Usando um estetoscópio convencional sem 
amplificação, o coração do feto pode estar 
audível desde 16 semanas emalgumas 
gestantes; 
o 20 semanas em 80% das gestantes; 
o 22 semanas em todas elas. 
Vacinação na gestação 
A vacinação durante a gestação objetiva não 
somente a proteção da gestante, mas também a 
proteção do feto. Não há evidências de que, em 
gestantes, a administração de vacinas de vírus 
inativados (raiva humana e influenza, por 
exemplo), de bactérias mortas, toxoides 
(tetânico e diftérico) e de vacinas constituídas 
por componentes de agentes infecciosos 
(hepatite B, por exemplo) acarrete qualquer 
risco para o feto. A seguir estão as 
 
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recomendações do Programa Nacional de 
Imunizações (PNI), do Ministério da Saúde, para 
a vacinação das gestantes. 
 
Gestante não vacinada e/ou com situação 
vacinal desconhecida: Deve-se iniciar o esquema 
o mais precocemente possível, 
independentemente da idade gestacional. No 
esquema recomendado constam três doses, 
podendo ser adotado um dos esquemas: 
 
 
Para os vacinados anteriormente com 3 (três) 
doses das vacinas DTP, DT ou dT, deve-se 
administrar reforço dez anos após a data da 
última dose. Em caso de gravidez e ferimentos 
graves, deve-se antecipar a dose de reforço, 
sendo a última dose administrada a mais de 5 
(cinco) anos. A última dose deve ser 
administrada no mínimo 20 dias antes da data 
provável do parto. 
Contraindicações: 
o A vacina está contraindicada nas 
seguintes situações: ocorrência de 
hipersensibilidade após o recebimento 
de dose anterior; ou história de 
hipersensibilidade aos componentes 
de qualquer um dos produtos; 
o Ou história de choque anafilático após 
administração da vacina; ou Síndrome 
de Guillain-Barré nas seis semanas após 
a vacinação anterior contra difteria 
e/ou tétano. 
Eventos adversos 
o Manifestações locais: Dor, 
vermelhidão e edema são frequentes. 
o Manifestação sistêmica: Febre, 
cefaleia, irritabilidade, sonolência, 
perda do apetite e vômito. Com menos 
frequência podem ocorrer anafilaxia e 
a síndrome de Guillan Barré, que são 
extremamente raras. 
 
Condutas gerais 
o Prescrição do sulfato ferroso (40mg de 
ferro elementar/dia) 
o Prescrição do ácido fólico (5 mg/dia) 
o Orientação sobre a alimentação 
o Aleitamento materno 
o Referenciamento ao serviço 
odontológico 
o Agendar consultas subsequentes 
 
Consultas subsequentes 
o 6 consultas (1 no primeiro trimestre, 2 
no segundo, 3 no terceiro) 
o Inicialmente mensais até 28 semanas. 
Quinzenais de 28/36 sem e semanais a 
partir de 36 semanas. 
o Não existe alta do pré-natal

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