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TÓPICOS ESPECIAIS EM DIREITO II

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11/06/2023, 21:44 Ead.br
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TÓPICOS ESPECIAIS EM DIREITOTÓPICOS ESPECIAIS EM DIREITO
IIII
DIREITO PROCESSUALDIREITO PROCESSUAL
CIVIL E DIREITO DOCIVIL E DIREITO DO
CONSUMIDORCONSUMIDOR
Autor: Kélvia Faria Ferreira
Revisor : Lar issa Gonçalves
IN IC IAR
11/06/2023, 21:44 Ead.br
https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?cd=%2bRRNhWSwCZvI1gIJ2MIgOA%3d%3d&l=Qii%2fwd%2fQy7qQ%2bZt3FGPg6w%3d%3d… 2/82
introdução
Introdução
Nesta unidade, trataremos dos temas atinentes ao Direito Processual Civil e
ao Direito do Consumidor. Percorreremos as disciplinas de Processo Civil I, II
e III, revisando o conteúdo estudado durante a graduação. A revisão será
apresentada de acordo com os temas de maior recorrência nos exames da
Ordem dos Advogados do Brasil. Ao longo da unidade, você encontrará
remissões aos temas mais cobrados e indicações de leitura – especialmente
da lei seca. Passaremos pela Teoria Geral do Processo, relembrando os
métodos de solução de con�ito; os conceitos de jurisdição, ação e processo;
os pressupostos processuais; as condições da ação; além dos princípios
processuais. Em seguida, vamos nos debruçar sobre o procedimento de
conhecimento e suas fases – postulatória, ordinatória, instrutória e decisória.
Em Processo Civil II, vamos relembrar a Teoria Geral dos Recursos e os
Recursos em Espécie. Já em Processo Civil III, analisaremos a tutela executiva,
por meio da liquidação de sentença, do cumprimento de sentença e da
execução. Finalmente, estudaremos os principais pontos atinentes ao Direito
do Consumidor. Vamos perpassar pela Teoria Geral do Direito do
Consumidor, relembrando os conceitos de consumidor e fornecedor –
sujeitos da relação de consumo. Aprenderemos os direitos básicos do
consumidor. Falaremos sobre a proteção contratual e a responsabilidade
pelo fato do produto e do serviço.
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O Processo Civil é o ramo do Direito que se ocupa de estabelecer as normas
que regulamentarão o desenvolvimento dos processos judiciais nos quais se
busca a satisfação de interesse de natureza cível. Há uma ordenação lógica
de atos a serem praticados pelas partes até que se alcance o provimento
jurisdicional. Nesta seção, estudaremos os predicados básicos que
constituem a Teoria Geral do Processo, bem como o desenvolvimento do
procedimento comum, por meio do qual se leva a demanda ao
conhecimento do Estado-juiz, buscando dele um pronunciamento.
Teoria Geral do Processo
Para que o Estado-juiz possa exercer sua função de dizer o direito no caso
concreto, é necessário que se observem determinados requisitos no
momento de formulação da demanda. Analisaremos, agora, quais são os
métodos de solução de con�itos, a �m de nos debruçarmos sobre o
processo judicial – método tradicional. Veremos que há uma tríade que
compõe a Teoria Geral do Processo – jurisdição, ação e processo. Em
Processo Civil IProcesso Civil I
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seguida, abordaremos os pressupostos processuais necessários para o
regular ajuizamento e andamento da demanda, as condições da ação, bem
como os princípios aplicáveis ao processo civil.
Métodos de Solução de Con�itos
A vida em sociedade traz consigo a evidente ocorrência de con�itos. Seres
humanos, no exercício de suas atividades cotidianas, inevitavelmente, em
algum momento, terão interesses que se colocarão frente a interesses
diversos de outros seres humanos – e aqui já podemos falar do tradicional
conceito de pretensão e pretensão resistida, ou seja, alguém pretende fazer
algo que um outro alguém não gostaria que aquele �zesse.
Para resolver tais con�itos – ocasionados por pretensões opostas –, existem
vários métodos. Nesta seção, falaremos rapidamente de cada um deles,
para, ao �nal, debruçarmo-nos sobre a forma tradicional de se resolver
litígios: o processo judicial.
Em primeiro lugar, temos que saber que há, basicamente, três formas de
resolvermos litígios. São elas: a autotutela, a autocomposição e a
heterocomposição. A autocomposição divide-se em: negociação, mediação e
conciliação. Já a heterocomposição divide-se em: arbitragem e processo
judicial. Vamos relembrar cada uma delas?
Autotutela: “auto” signi�ca própria, ou seja, é a defesa feita pelo próprio
interessado. Nesse tipo de situação, a parte, em vez de buscar a tutela do
Poder Judiciário, decide praticar os atos necessários para ver seus interesses
atendidos. Um exemplo de autotutela, retratado na mídia televisiva, é o caso
do morador de um condomínio que, incomodado com o barulho da reforma
realizada por um vizinho, jogou gás de pimenta no imóvel onde estava sendo
feita a obra, a �m de fazer cessar o barulho que o incomodava. Ele, por seus
próprios meios, buscou a resolução de seu con�ito. Mas, veja, esse é o tipo
de situação, em regra, vedada pelo ordenamento jurídico brasileiro. Se o
morador estava incomodado, ele deveria buscar os meios legais, acionando
o condomínio para veri�car a regularidade da obra e, em última instância,
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recorrer ao Poder Judiciário, certo?! No caso, além de outros crimes, como
lesão corporal, o morador pode ter praticado o delito de exercício arbitrário
das próprias razões. Portanto, não poderia ter praticado a autotutela. Há, no
entanto, ocasiões em que é possível praticar a autotutela, desde que
cumpridos os requisitos legais, a exemplo da legítima defesa e da greve.
Outra hipótese de autotutela permitida pelo nosso ordenamento jurídico é o
caso do possuidor que tem sua posse turbada ou esbulhada. Na iminência
da ocorrência de um esbulho possessório, pode o possuidor usar da força
para impedir a turbação ou esbulho – art. 1.210, § 1º, Código Civil (BRASIL,
2002).
Já na categoria autocomposição , temos os métodos de resolução de
con�itos: negociação, mediação e conciliação . Veja, “auto” signi�ca
próprio, e “composição”, nesse contexto, signi�ca acordo, pacto, transação.
Logo, na autocomposição, as partes chegam a uma solução para seu con�ito
sem que haja a necessidade de uma manifestação impositiva do Poder
Judiciário. Essa solução pode ser alcançada com ou sem auxílio de terceiros,
e é a partir daí que podemos traçar as principais distinções entre os três
tipos de métodos adequados de solução de litígios.
A negociação é o tipo mais simples dos métodos. Vejamos o que dispõe o
art. 840 do Código Civil (BRASIL, 2002, on-line ): “Art. 840. É lícito aos
interessados prevenirem ou terminarem o litígio mediante concessões
mútuas”. Ou seja, podem as partes envolvidas em um con�ito impedirem a
chegada deste ao Poder Judiciário ou mesmo botarem �m a processo já em
curso por meio de atos de disposição mútua – cada um aceita ceder
parcialmente ao seu interesse para alcançar-se a solução. Imagine uma
situação de terrenos vizinhos em que um dos confrontantes precisa realizar
uma obra em sua propriedade, mas, para isso, terá que passar pelo terreno
do vizinho por várias semanas, causando-lhe certo transtorno. Os
confrontantes podem, de modo consensual, acordarem que o vizinho
aceitará a passagem do outro por seu terreno, desde que respeite
determinados horários e que não haja nenhum tipo de dano. Observe que,
judicialmente, muito provavelmente o vizinho que precisa realizar a obra
conseguiria tal provimento, mas os confrontantes evitaram a demanda por
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meio da negociação feitaentre eles. Essa negociação também poderia
ocorrer quando já proposta a ação, para que se evitasse o prolongamento do
feito.
A negociação como método adequado de solução de con�itos não pode ser
confundida com a negociação processual. Esta última ocorre quando as
partes negociam a forma como serão conduzidas determinadas partes do
processo – art. 190 e 191, Código de Processo Civil (BRASIL, 2015). Por
exemplo: abrem mão da intimação pessoal de certos atos ou de prazos
dilatórios. Lembrando que não são todos os atos processuais que podem ser
negociados.
A mediação , por sua vez, é o método adequado de resolução de con�itos
em que há a participação de um terceiro, ou seja, uma pessoa não
interessada na causa que vai auxiliar as partes em con�ito a tentarem
encontrar uma solução para o impasse. O mediador não apresenta possíveis
soluções, mas apenas facilita o diálogo. A �nalidade de sua atuação é
possibilitar que as partes encontrem sozinhas a melhor saída para o caso. Já
na conciliação , o terceiro imparcial – o conciliador – pode apontar possíveis
saídas para resolver a questão.
As duas principais diferenças entre a mediação e a conciliação estão no fato
de que, na mediação, geralmente há relação anterior entre as partes, por
exemplo, nos casos envolvendo família. É, especialmente, em virtude dessa
relação prévia entre as partes que o mediador não aponta soluções. Ele
apenas facilita o diálogo entre pessoas que já se conhecem e já possuem
algum tipo de relacionamento prévio. Já na conciliação, normalmente, não se
envolvem questões afetivas ou familiares, sendo, por isso, permitido ao
conciliador apresentar possíveis soluções.
Por outro lado, temos os métodos heterocompositivos de solução de
litígios. Nesses, não são as partes que encontrarão sozinhas a saída para
suas diferenças, mas um terceiro decidirá impositivamente. Na arbitragem ,
tem-se a eleição de um juízo arbitral, ou seja, uma pessoa, ou um corpo de
pessoas, com aptidão para decidir a demanda de modo coercitivo. Logo, a
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decisão do juízo arbitral vincula as partes e deve ser cumprida
obrigatoriamente. Por �m, temos as decisões judiciais , que são o recurso
mais conhecido de solução de litígios, por meio do qual transferimos ao
Estado-juiz o poder-dever de dizer o direito no caso concreto.
Jurisdição, Ação e Processo
O conceito apresentado acima é um dos conceitos primordiais para
entendermos a Teoria Geral do Processo, pois se trata do conceito de
jurisdição . Em regra, apenas o Estado, por meio do Poder Judiciário, pode
dizer o direito, solucionando con�itos de interesse, a�nal, “é mediante o
poder jurisdicional que o Estado, aplicando a lei ao caso concreto, poderá
a�rmar quem tem o direito, solucionando e pondo �m à lide” (SALES, 2018,
p. 4).
Você se lembra do que é lide ? Lide é o nome que se dá para o con�ito de
interesses que ocasiona a atuação estatal. Há lide quando há uma pretensão
(um bem da vida que uma pessoa deseja ou algo que a pessoa quer fazer ou
deixar de fazer) e essa pretensão encontra resistência de outra pessoa, ou
seja, é uma pretensão resistida. Por isso, diz-se que “lide é o con�ito de
interesse quali�cado por uma pretensão resistida” (SALES, 2018, p. 4).
Então, já sabemos que, ocorrendo uma lide – con�ito de interesses
quali�cado por uma pretensão resistida –, a parte que sofre a resistência
pode buscar a tutela jurisdicional para dirimir/solucionar a questão. Isso
porque a jurisdição é o poder-dever do Estado, exercido por meio do Poder
Judiciário, de dizer o direito no caso concreto.
Mas como a parte interessada busca esse pronunciamento judicial? Por meio
do direito de ação . Ação “é o poder de dar início a um processo, e dele
participar, com o intuito de obter do Poder Judiciário uma resposta ao pleito
formulado” (GONÇALVES, 2020, p. 103). Então, é por meio do direito de ação
que aquele que tem uma pretensão resistida chama o Judiciário a se
manifestar.
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A esta altura, você já deve imaginar que o instrumento usado para acionar o
Poder Judiciário é o processo judicial . É por meio do processo que o
interessado exerce seu direito de ação, pedindo que o Estado se manifeste e
resolva a demanda, paci�cando, assim, a sociedade. Processo, então, é o
meio/instrumento utilizado para se buscar um bem da vida. “O processo
judicial é nada mais do que uma sucessão de atos, concatenados e
ordenados de maneira lógica, para atingir o resultado �nal” (SALES, 2018, p.
3).
Estamos, pois, diante da tríade clássica que compõe os elementos essenciais
do Direito Processual Civil: jurisdição, ação e processo. Note que esses três
elementos se relacionam e são interdependentes. Nas palavras de Gonçalves
(2020, p. 158):
Com a evolução da sociedade, a solução dos con�itos tornou-se
atributo de um dos poderes do Estado, a jurisdição tem de ser
acionada pelo prejudicado por meio da ação. Assim que proposta,
o adversário do autor será convocado para manifestar-se,
podendo opor-se à pretensão inicial. E, como tudo visa o
provimento jurisdicional, forma-se um processo, em que, durante
algum tempo, os três personagens – autor, juiz e réu – se
relacionarão, de acordo com um roteiro previamente estabelecido
por lei, que se denomina procedimento. Eis, em suma, o
mecanismo estrutural do processo civil.
Portanto, apenas é possível a efetiva paci�cação social porque o Estado
possui o monopólio de poder dizer o direito e às pessoas é possível buscar
essa tutela por meio do direito de ação, corpori�cado na �gura do processo
judicial.
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Passaremos a analisar determinados requisitos intrínsecos a cada um desses
elementos, tais como os pressupostos processuais – relacionados ao
elemento processo – e as condições da ação – relacionadas ao elemento
ação.
Pressupostos Processuais
Os pressupostos processuais e as condições da ação devem ser analisados
antes de se analisar o mérito da demanda. São matérias de ordem pública,
ou seja, devem ser conhecidas de ofício pelo juiz. Apenas não é possível a
análise de ofício dos pressupostos processuais e das condições da ação de
ofício em sede de recurso especial e recurso extraordinário, quando é
necessário o prequestionamento.
Tradicionalmente, os pressupostos processuais são divididos em
pressupostos de existência e pressupostos de validade. A seguir,
saibamais
Saiba mais
Atenção! Não deixe de ler o Título I do Livro
II do CPC/2015 (art. 16 a 20) que trata dos
temas jurisdição e ação. Lembre-se de que o
estudo para a primeira fase da OAB requer
muita leitura da lei seca! Dedique-se
também ao estudo das regras de
competência, estampadas nos art. 21 a 69
do CPC/2015. Acesse o Código de Processo
Civil para fazer a leitura dos artigos
indicados.
ACESSAR
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm
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apresentamos esquematicamente os pressupostos:
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Figura 1.1: Pressupostos processuais
Fonte: Elaborada pela autora.
#PraCegoVer : a Figura 1.1 apresenta um �uxograma dos pressupostos
processuais. O �uxo está representado em retângulos. O retângulo mais alto do
�uxo representa os pressupostos processuais. Dele, saem duas linhas, uma para
a direita e outra para a esquerda. Na esquerda, há um segundo retângulo, em
um patamar abaixo do primeiro,no qual está escrito “De existência''. Desse
retângulo, saem mais duas linhas, apontando para dois novos retângulos um
patamar abaixo. No retângulo mais à esquerda, está o requisito “Investidura”.
Desse retângulo, sai mais uma seta que aponta para mais um retângulo, um
patamar abaixo, no qual está escrito “Juiz investido de jurisdição (aprovado em
concurso, nomeado e empossado)”. No retângulo à direita, está escrito
“Demanda regularmente formulada”. Desse retângulo, sai mais uma seta,
apontando para um retângulo um patamar abaixo, no qual está escrito “partes;
pedido; causa de pedir; apresentada ao juízo, atendendo aos requisitos legais
(art. 319, CPC)”. Voltando ao primeiro retângulo – dos pressupostos processuais
–, temos uma seta para a direita, apontando para um retângulo, no qual está
escrito “De validade”. Desse retângulo, saem cinco setas, apontando para cinco
retângulos, todos um patamar abaixo. No primeiro, da esquerda para a direita,
está escrito “Competência material”. No segundo, está escrito “Imparcialidade do
juiz”. No terceiro, está escrito “Capacidade das partes”. Desse terceiro retângulo,
sai uma seta, apontando para um novo retângulo um patamar abaixo, no qual
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está escrito “de direito (nascimento com vida); de fato (poder estar em juízo);
postulatória (advogado)”. Voltando ao patamar acima, no quarto retângulo, está
escrito “Inexistência de fatos extintivos da relação jurídica processual”. Desse
retângulo, sai uma seta que aponta para um outro retângulo, um patamar
abaixo, no qual está escrito “PRESSUPOSTOS NEGATIVOS: perempção,
litispendência, convenção de arbitragem”. Por �m, no quinto retângulo do
patamar superior, está escrito “Respeito às formalidades do processo”.
Dessa forma, para que o processo se desenvolva corretamente, é necessária
a existência de um juiz devidamente investido de jurisdição, e a demanda
deve ser formulada corretamente, com a indicação das partes, da causa de
pedir e do pedido, bem como atendendo aos requisitos do art. 319 do CPC
(BRASIL, 2015). Para que esse processo seja válido, o juiz precisa ter
competência material para julgar a causa e ser imparcial. Além disso, as
partes precisam possuir capacidade de direito e de fato e estarem
devidamente assistidas por um advogado. Não podem estar presentes os
pressupostos negativos – perempção, litispendência e convenção de
arbitragem. Por �m, é preciso respeitar as formalidades do processo.
Condições da Ação
O exercício do direito de ação não é livre de condicionamentos. Para exercê-
lo, devem ser respeitadas, além dos pressupostos processuais, as condições
da ação. De acordo com o art. 17 do CPC, “para postular em juízo é
necessário ter interesse e legitimidade” (BRASIL, 2015, on-line ). São essas as
duas condições da ação.
No regramento anterior – CPC de 1973 –, tínhamos três condições da ação.
Além das duas que permanecem, também era considerada condição da ação
a possibilidade jurídica do pedido (art. 267, VI do CPC/1973). Seguindo o
entendimento doutrinário mais atual, o Código de 2015 teve por bem
eliminar a possibilidade jurídica do pedido da categoria condições da ação.
Há quem entenda que, com essa mudança, a possibilidade jurídica passa a
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fazer parte do interesse. O que faz sentido, já que não se pode considerar
como justo interesse a ação que pede coisa impossível juridicamente.
A respeito da legitimidade , deve-se observar o art. 18 (BRASIL, 2015, on-line
), que assim dispõe:
Art. 18. Ninguém poderá pleitear direito alheio em nome próprio,
salvo quando autorizado pelo ordenamento jurídico. Parágrafo
único. Havendo substituição processual, o substituído poderá
intervir como assistente litisconsorcial.
O artigo transcrito traz a regra, bem como a exceção. Em regra, apenas
possui legitimidade para ir a juízo o detentor do direito. Não pode um
terceiro propor, na condição de autor, demanda que verse sobre direito de
outrem. Trata-se da legitimidade exclusiva .
Além desta, temos também a legitimidade concorrente , que são os casos
de litisconsórcio. Isto é, existe mais de uma pessoa detentora do direito, e
todas elas possuem, igualmente, o direito de ir a juízo.
Por �m, tem-se a ideia de legitimidade extraordinária , que é a exceção
mencionada pelo art. 18, que são aquelas situações nas quais o
ordenamento jurídico autoriza que um terceiro vá a juízo, em nome próprio,
pleitear direito alheio, agindo assim como substituto processual.
Atenção! Não confunda legitimidade extraordinária com representação.
Quando um incapaz vai a juízo, ele é representado ou assistido por seus
tutores/curadores. Esse não é um caso de legitimidade extraordinária. Isso
porque o tutor/curador não pleiteia em nome próprio direito alheio. O pleito
é feito em nome do incapaz, o qual é representado/assistido.
Já quanto ao interesse , podemos dizer que este se traduz no binômio
necessidade-adequação. Ou seja, o ajuizamento da demanda deve ser
necessário para que se alcance o �m almejado pelo autor. Por outro lado, a
ação proposta deve ser adequada. Por exemplo, não há interesse de agir
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quando o autor propõe ação para cobrança de dívida não vencida, eis que
ainda não exigível. Também carecerá de interesse o autor que propuser ação
sem aptidão para alcançar a �nalidade pretendida, como, por exemplo, a
impetração de um habeas corpus para a cobrança de dívida, já que o remédio
constitucional apenas possui aptidão para assegurar o direito de ir e vir.
Nas palavras de Gonçalves (2020, p. 169):
O interesse de agir exige o preenchimento do binômio:
necessidade e adequação. É preciso que a pretensão só possa ser
alcançada por meio do aforamento da demanda e que esta seja
adequada para a postulação formulada.
Portanto, para que o direito de ação possa ser exercido, é necessário que a
parte autora demonstre ter interesse e legitimidade, ou seja, que demonstre
ser a titular do direito pleiteado, bem como que demonstre a necessidade
daquela medida para se alcançar o bem da vida pretendido. Deve, ainda,
adotar a medida adequada à causa.
Princípios do Processo Civil
Os princípios possuem grande importância em nosso ordenamento jurídico,
haja vista adotarmos como orientação �losó�ca o pós-positivismo jurídico e
como concepção interpretativa o neoconstitucionalismo. Essas duas
diretrizes orientam o respeito aos princípios, por meio do reconhecimento
destes como normas jurídicas cogentes, sendo, portanto, de observância
obrigatória, da mesma forma que as regras.
Dessa forma, é essencial conhecermos quais são os princípios que regem o
Direito Processual Civil. Podemos dividi-los em princípios gerais
constitucionais e princípios infraconstitucionais – dispostos no CPC, em
legislação extravagante ou de reconhecimento doutrinário e jurisprudencial.
É importante ressaltar que o processo civil veio sofrendo um processo de
constitucionalização desde o pós-Segunda Guerra, o que foi positivado no
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Código de 2015, já em seu artigo 1º, que assim dispõe: “Art. 1º O processo
civil será ordenado, disciplinado e interpretado conforme os valores e as
normas fundamentais estabelecidos na Constituição da República Federativa
do Brasil, observando-se as disposições deste Código” (BRASIL, 2015, on-line
).
Logo, o próprio CPC é claro ao declarar a subordinação das normas
processuais ao disposto na Constituição. Dessa forma, não se pode
negligenciar o que nossaCarta Magna dispõe e que se aplica ao direito
processual.
Podemos listar como princípios constitucionais diretamente ligados ao
processo civil os seguintes:
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Princípio
Dispositivo
constitucional
Conceito
Devido
processo legal
Art. 5º, LIV
Obrigatoriedade de que haja
um processo que respeite as
normas antes de se privar
alguém de seus bens ou de sua
liberdade. Possui duas
vertentes: formal e substancial.
O devido processo legal formal
obriga que se respeitem as
normas procedimentais de
condução dos atos processuais.
Já o devido processo legal
substancial impõe limites ao
Estado, subordinando sua
atuação aos predicados de um
Estado Democrático de Direito.
Acesso à
Justiça
Art. 5º, XXXV
(no CPC: art.
3º, caput )
Assegura que todos aqueles
que entenderem necessário
possam buscar o Poder
Judiciário e obter dele uma
resposta à sua demanda. Pode
ocorrer de essa resposta não
ser de mérito, caso não
cumpridos os requisitos
necessários. Mas o direito de ir
a juízo está assegurado. Traduz
o direito de ação. Também
conhecido como princípio da
inafastabilidade da jurisdição.
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Contraditório
Art. 5º, LV (no
CPC: art. 9º)
Garante que o demandado seja
cienti�cado da pretensão contra
ele oposta e, mais que isso,
assegura que ele tenha a
possibilidade de apresentar
defesa. É obrigação do juiz ouvir
as partes e deixar que uma se
manifeste a respeito do alegado
pela outra.
Duração
razoável do
processo
Art. 5º, LXXVIII
(no CPC: art.
4º)
Necessidade de que o Poder
Judiciário pro�ra decisão em
tempo razoável. As partes não
podem �car sem uma resposta
às suas demandas por tempo
inde�nido. O CPC/2015 inclui na
duração razoável do processo a
atividade satisfativa, ou seja,
não basta a decisão judicial,
mas o seu efetivo cumprimento
em prazo razoável.
Isonomia
Art. 5º, caput e
inciso I (no
CPC: art. 7º)
Paridade de tratamento entre
as partes, sem favorecimentos.
A igualdade que se busca não é
apenas a formal, mas a
material. O princípio deve
orientar a atuação do Poder
Legislativo, bem como do Poder
Judiciário.
Imparcialidade
do juiz
Art. 5º, XXXVII e
LIII
Devem ser respeitadas as
regras de competência, de
modo que as partes não
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poderão escolher o juiz que
decidirá a causa. É vedada,
ainda, a criação de tribunais de
exceção, ou seja, criados após a
prática do ato.
Duplo grau de
jurisdição
-
Trata-se de princípio implícito
decorrente da própria lógica
constitucional que, ao
estabelecer a estrutura do
Poder Judiciário, com sua
divisão em instâncias, faz
pressupor o direito de recurso.
Assim, em regra, as decisões
proferidas pelos órgãos
inferiores podem ser revistas
pelos superiores. Mas é
importante observar que há
diversas exceções a essa regra.
Publicidade
dos atos
processuais
Art. 5º, LX e
art. 93, X (no
CPC: art. 11,
caput )
Sendo públicos os atos
processuais, pode a sociedade
exercer o controle sobre a
atuação do Poder Judiciário.
Todavia, há determinadas
situações em que a publicidade
seria prejudicial às partes ou ao
próprio interesse público, o que
justi�ca a exceção à regra,
determinando-se o sigilo.
Motivação das
decisões
judiciais
Art. 93, IX (no
CPC: art. 489,
§1º)
Também é mecanismo de
controle da atuação judicial. Ao
decidir, o magistrado precisa
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Quadro 1.1: Princípios constitucionais aplicáveis ao processo civil
Fonte: Elaborado pela autora.
#PraCegoVer : o Quadro 1.1 apresenta o resumo das principais
características dos princípios constitucionais aplicáveis ao processo civil.
O quadro está dividido em 3 colunas e 10 linhas. Seguindo as colunas,
da esquerda para a direita, temos, na primeira linha, os itens “Princípio”,
“Dispositivo constitucional” e “Conceito”. Na segunda linha, na coluna
Princípio, está “Devido Processo Legal”; na coluna Dispositivo
constitucional, “Art. 5º, LIV”, e, na coluna Conceito, “Obrigatoriedade de
que haja um processo que respeite as normas antes de se privar
alguém de seus bens ou de sua liberdade. Possui duas vertentes: formal
e substancial. O devido processo legal formal obriga que se respeitem
as normas procedimentais de condução dos atos processuais. Já o
devido processo legal substancial impõe limites ao Estado,
subordinando sua atuação aos predicados de um Estado Democrático
de Direito”. Na terceira linha, está o princípio do “Acesso à Justiça”, na
coluna Dispositivo constitucional, está “Art. 5º, XXXV (no CPC: art. 3º,
caput)”, e, na coluna Conceito, está “Assegura que todos aqueles que
entenderem necessário possam buscar o Poder Judiciário e obter dele
uma resposta à sua demanda. Pode ocorrer de essa resposta não ser de
mérito, caso não cumpridos os requisitos necessários. Mas o direito de
ir a juízo está assegurado. Traduz o direito de ação. Também conhecido
como princípio da inafastabilidade da jurisdição”. Na quarta linha, o
princípio é o do “Contraditório”; o dispositivo constitucional é “Art. 5º, LV
(no CPC: art. 9º)”, e o conceito “Garante que o demandado seja
cienti�cado da pretensão contra ele oposta e, mais que isso, assegura
explicitar claramente por que
decidiu desta ou daquela forma
para que as partes possam
conhecer do seu entendimento
e, caso entendam necessário,
opor sua irresignação.
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que ele tenha a possibilidade de apresentar defesa. É obrigação do juiz
ouvir as partes e deixar que uma se manifeste a respeito do alegado
pela outra. Na quinta linha, está o princípio da “Duração razoável do
processo”. Na coluna Dispositivo constitucional, está “Art. 5º, LXXVIII (no
CPC: art. 4º)”, e o conceito é o seguinte: “Necessidade de que o Poder
Judiciário pro�ra decisão em tempo razoável. As partes não podem �car
sem uma resposta às suas demandas por tempo inde�nido. O CPC/2015
inclui na duração razoável do processo a atividade satisfativa, ou seja,
não basta a decisão judicial, mas o seu efetivo cumprimento em prazo
razoável”. Na sexta linha, está o princípio da “Isonomia”, cujo dispositivo
constitucional correspondente é o “Art. 5º, caput e inciso I (no CPC: art.
7º)”, e o conceito é: “Paridade de tratamento entre as partes, sem
favorecimentos. A igualdade que se busca não é apenas a formal, mas a
material. O princípio deve orientar a atuação do Poder Legislativo, bem
como do Poder Judiciário”. Na sétima linha, está o princípio da
“Imparcialidade do juiz”, o dispositivo constitucional é o “Art. 5º, XXXVII e
LIII”, e o conceito é: “Devem ser respeitadas as regras de competência,
de modo que as partes não poderão escolher o juiz que decidirá a
causa. É vedada, ainda, a criação de tribunais de exceção, ou seja,
criados após a prática do ato”. Na oitava linha, está o princípio do
“Duplo grau de jurisdição”, na coluna Dispositivo constitucional, está um
traço, pois não há dispositivo constitucional correspondente, na coluna
Conceito, está: “Trata-se de princípio implícito decorrente da própria
lógica constitucional que, ao estabelecer a estrutura do Poder Judiciário,
com sua divisão em instâncias, faz pressupor o direito de recurso.
Assim, em regra, as decisões proferidas pelos órgãos inferiores podem
ser revistas pelos superiores. Mas é importante observar que há
diversas exceções a essa regra”. Na nona linha, está o princípio da
“Publicidade dos atos processuais”, cujo dispositivo constitucional
correspondenteé o “Art. 5º, LX e art. 93, X (no CPC: art. 11, caput )”, o
conceito é: “Sendo públicos os atos processuais, pode a sociedade
exercer o controle sobre a atuação do Poder Judiciário. Todavia, há
determinadas situações em que a publicidade seria prejudicial às partes
ou ao próprio interesse público, o que justi�ca a exceção à regra,
11/06/2023, 21:44 Ead.br
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determinando-se o sigilo”. Por �m, na décima linha, está o princípio da
“Motivação das decisões judiciais”, no dispositivo constitucional, está o
“Art. 93, IX (no CPC: art. 489, § 1º)”, e, no conceito, está: “Também é
mecanismo de controle da atuação judicial. Ao decidir, o magistrado
precisa explicitar claramente por que decidiu desta ou daquela forma
para que as partes possam conhecer do seu entendimento e, caso
entendam necessário, opor sua irresignação”.
Por sua vez, temos outros princípios que estão positivados no Código de
Processo Civil. São eles:
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Princípio
Dispositivo
legal
Conceito
Princípio
dispositivo
Art. 2º
Tem estrita ligação com o princípio da
inércia. Cabe à parte decidir se irá
propor a demanda, quando e quais os
termos do pedido.
Princípio do
impulso
o�cial
Art. 2º
A jurisdição é inerte quanto ao início
da ação. Todavia, uma vez proposta a
demanda, ela se desenvolve por
impulso o�cial, ou seja, cabe ao
magistrado tomar as medidas
necessárias para o regular
andamento do feito.
Princípio da
boa-fé
Art. 5º
Todos que participam do processo
devem agir de modo probo e íntegro,
com respeito e lealdade.
Princípio da
cooperação
Art. 6º
Dever de todos os participantes do
processo. Todos devem cooperar para
que se alcance a resolução da
demanda em tempo razoável,
evitando pedidos protelatórios.
Quadro 1.2: Princípios legais aplicáveis ao processo civil
Fonte: Elaborado pela autora.
#PraCegoVer : o Quadro 1.2 apresenta o resumo das principais
características dos princípios legais aplicáveis ao processo civil. O
quadro está dividido em 3 colunas e 5 linhas. Seguindo as colunas, da
esquerda para a direita, temos, na primeira linha, os itens “Princípio”,
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“Dispositivo legal” e “Conceito”. Na segunda linha, na coluna Princípio,
está “Princípio dispositivo”; na coluna Dispositivo legal, está “Art. 2º”, na
coluna Conceito: “Tem estrita ligação com o princípio da inércia. Cabe à
parte decidir se irá propor a demanda, quando e quais os termos do
pedido”. Na terceira linha, está o “Princípio do impulso o�cial”, na coluna
Dispositivo legal, está “Art. 2º”, e, na coluna Conceito, está: “A jurisdição
é inerte quanto ao início da ação. Todavia, uma vez proposta a
demanda, ela se desenvolve por impulso o�cial, ou seja, cabe ao
magistrado tomar as medidas necessárias para o regular andamento do
feito”. Na quarta linha, o princípio é o da “boa-fé”; o dispositivo legal é
“Art. 5º”, e o conceito: “Todos que participam do processo devem agir de
modo probo e íntegro, com respeito e lealdade”. Na quinta linha, está o
“Princípio da cooperação”, na coluna Dispositivo legal, está “Art. 6º”, e o
conceito é o seguinte: “Dever de todos os participantes do processo.
Todos devem cooperar para que se alcance a resolução da demanda em
tempo razoável, evitando pedidos protelatórios”.
Lembre-se, os princípios são de observância obrigatória na atual sistemática
constitucional e processual. Para além de funcionarem como postulados
interpretativos, possuem cogência e aplicabilidade imediata no processo
civil.
Processo de Conhecimento
O CPC enuncia um número considerável de procedimentos especiais. Tais
procedimentos apresentam peculiaridades que os distinguem entre si e
também os distinguem do procedimento comum. O procedimento comum é
a regra geral do CPC. Quase sempre, os procedimentos especiais adaptam
algumas partes do procedimento comum para atender às necessidades
decorrentes do direito subjetivo que é tutelado por aquele procedimento.
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Muito embora o procedimento comum seja o que se aplica via de regra, os
casos de sua aplicação são encontrados por exclusão: não havendo nenhum
procedimento especial para aquela situação, usa-se o procedimento comum.
Mas, ainda que haja procedimento especial, o procedimento comum tem
aplicação subsidiária, conforme dispõe o art. 318 do CPC (BRASIL, 2015, on-
line ):
Art. 318. Aplica-se a todas as causas o procedimento comum,
salvo disposição em contrário deste Código ou de lei. Parágrafo
único. O procedimento comum aplica-se subsidiariamente aos
demais procedimentos especiais e ao processo de execução.
O procedimento comum possui quatro fases. São elas: fase postulatória; fase
ordinatória; fase instrutória e fase decisória. O regular andamento do feito
segue esse caminho até a decisão que, preferencialmente, resolverá o mérito
da demanda. A primeira fase representa o momento de apresentação da
demanda ao Estado-juiz e a formação da relação jurídico-processual. Nela, o
autor propõe a demanda e o réu é chamado a se defender. Na segunda fase,
o juiz, em regra, saneia o feito e conduz o processo para a terceira fase, mas
os rumos do processo dependerão da apresentação ou não de resposta do
réu. Na terceira fase, são produzidas as provas necessárias para que se
tenha uma decisão de mérito. Por �m, na quarta fase, o juiz decide a
demanda de�nitivamente.
11/06/2023, 21:44 Ead.br
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reflita
Re�ita
Fique atento! O procedimento
comum é um dos temas de maior
recorrência no Exame da Ordem. É
muito importante conhecer o
caminho que o processo conduzido
pelo procedimento comum segue,
bem como suas normas. Não esqueça
de ler a lei seca para se acostumar
com a redação legislativa. O
procedimento comum está descrito a
partir do art. 319 do CPC/2015.
Vejamos algumas peculiaridades de cada uma das fases.
Fase Postulatória
É o momento no qual tem início a demanda e se forma, em regra, a
triangulação da relação processual: Estado-juiz, autor e réu. Nessa fase, o
autor apresenta sua pretensão ao Estado-juiz e o réu é chamado a exercer
seu direito de defesa.
A. Petição inicial
Já vimos que o exercício do direito de ação se manifesta por meio da
propositura de um processo judicial. O início desse processo ocorre com a
interposição da petição inicial pela parte autora. É nessa peça que o autor
deduzirá todos os fatos e argumentos jurídicos que considera aptos a
assegurar sua pretensão.
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Segundo Gonçalves (2020, p. 460), a petição inicial:
É o ato que dá início ao processo, e de�ne os contornos subjetivo
e objetivo da lide, dos quais o juiz não poderá desbordar. É por
meio dela que será possível apurar os elementos identi�cadores
da ação: as partes, o pedido e a causa de pedir.
O CPC (BRASIL, 2015) enumera uma série de requisitos cujo cumprimento é
necessário para que se considere a demanda devidamente ajuizada. A
ausência deles, em regra, pode ocasionar o indeferimento da petição inicial.
Todavia, tendo em vista a instrumentalidade do processo e a busca pela
tutela satisfativa, pode ser que o magistrado determine a emenda da inicial.
Vejamos, a seguir, quais são esses requisitos, de acordo com o CPC/2015.
11/06/2023, 21:44 Ead.br
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Requisitos da petição inicial: art. 319 e 320, CPC
O juízo a que é dirigida
É o endereçamento da petição .
Como uma carta, a petição inicial
deve apontar a quem ela se
dirige, de acordo com as regras
de competência estabelecidas
pelo ordenamento jurídico.
Os nomes, os prenomes, o
estado civil, a existência de união
estável, a pro�ssão, o número de
inscrição no Cadastro de Pessoas
Físicas ou no Cadastro Nacional
da Pessoa Jurídica, o endereço
eletrônico, o domicílio e a
residência do autor e do réu
É a quali�cação das partes . Os
dados previstos no Código visam
permitir a perfeita
individualização das partes,
evitando-se problemas com
homônimos, por exemplo. Além
disso, viabilizam a citação do réu.
Todavia, caso a parte autora,
justi�cadamente, não tenha
acesso ou não possa identi�car
com precisão a parte ré, isso não
ocasionará o indeferimento da
inicial, sendo possível a citação
por edital ou a tomada de outras
providências necessárias à
perfeita individualização da parte
ré.
O fato e os fundamentos
jurídicos do pedido
É a causa de pedir . É a perfeita
aplicação do brocardo jurídico
“Dá-me os fatos que te darei o
direito”. O juiz está vinculado ao
caso narrado na inicial. Seu
provimento deve considerar a
situação fática trazida à sua
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apreciação. Também deve o
autor apontar o fundamento
jurídico, demonstrando que a lei
acolhe sua pretensão. Todavia,
não há obrigação de apontar o
dispositivo legal, pois o juiz
conhece o direito ( juris novit
curia ).
O pedido com as suas
especi�cações
O pedido , junto com as partes e
a causa de pedir, forma a tríade
dos elementos da ação. Sem ele,
não há como o Estado-juiz
pronunciar-se. Ele deve ser claro,
apontando se a pretensão é
condenatória, declaratória ou
constitutiva, bem como qual o
bem da vida que se busca com a
demanda. O pronunciamento
judicial está vinculado ao pedido
(lembrar das sentenças infra,
ultra e extra petita). Deve haver
clara correlação entre a causa de
pedir e o pedido.
O valor da causa Toda causa deve ter um valor, o
qual deve re�etir, em regra, o
proveito econômico que se
pretende com a demanda. Mas,
ainda que não seja possível
veri�car um conteúdo
econômico auferível de imediato,
a causa precisa ter um valor. É o
que dispõe o art. 291 do CPC. O
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valor da causa é de grande
importância para determinar: a
competência (é um dos critérios
de determinação de
competência); o procedimento
(especialmente para determinar
a possibilidade de se demandar
nos juizados especiais); as custas
processuais; os recursos em
execução �scal. O art. 292 traz
critérios que auxiliam na �xação
do valor da causa.
As provas com que o autor
pretende demonstrar a verdade
dos fatos alegados
O apontamento das provas que
se pretende produzir é um dos
requisitos da inicial que se pode
�exibilizar. Caso o autor aponte,
por exemplo, que pretende tão
somente produzir prova
documental, não estará
impedido de requerer, no
momento oportuno, outras
provas. Isso porque entende-se
que, no decorrer da demanda,
pode surgir a necessidade de
outras provas para a perfeita
elucidação dos fatos. Como o
objetivo máximo do processo é a
tutela satisfativa, relativiza-se
esse critério.
A opção do autor pela realização
ou não de audiência de
conciliação ou de mediação
No procedimento comum,
obrigatoriamente, o juiz deve
designar audiência de tentativa
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de conciliação. Caso o autor
entenda que esta não é viável,
pode assim se manifestar na
inicial. Mas a audiência apenas
deixará de ser realizada com a
concordância da parte ré.
A petição inicial será instruída
com os documentos
indispensáveis à propositura da
ação.
A depender da natureza da
causa e do bem da vida que se
busca, certos documentos são
indispensáveis. Por exemplo, na
ação de divórcio, é fundamental
juntar a certidão de casamento.
É indispensável, também, a
juntada da procuração e do
comprovante de recolhimento de
custas (quando não houver
pedido de justiça gratuita). O art.
435 autoriza a juntada de
documentos a qualquer
momento, mas é preciso que
estes sejam “destinados a fazer
prova de fatos ocorridos depois
dos articulados ou para
contrapô-los aos que foram
produzidos nos autos” (BRASIL,
2015, on-line ). É possível
também a juntada posterior de
documentos, caso a parte prove
que os documentos se tornaram
acessíveis, conhecidos ou
disponíveis após a propositura
da demanda (parágrafo único do
art. 435).
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Quadro 1.3: Requisitos da petição inicial
Fonte: Elaborado pela autora.
#PraCegoVer : o Quadro 1.3 traz os requisitos da petição inicial, de
acordo com os art. 319 e 320 do CPC. O quadro está dividido em 2
colunas e 9 linhas. Seguindo as colunas, da esquerda para a direita,
temos, na primeira linha, o nome do quadro. A partir da segunda linha,
temos, na coluna da esquerda, o requisito legal e, na coluna da direita, a
descrição deste. Na segunda linha, na primeira coluna, está escrito “O
juízo a que é dirigida”, e, na segunda coluna, está escrito “É o
endereçamento da petição . Como uma carta, a petição inicial deve
apontar a quem ela se dirige, de acordo com as regras de competência
estabelecidas pelo ordenamento jurídico”. Na terceira linha, na primeira
coluna, está escrito “Os nomes, os prenomes, o estado civil, a existência
de união estável, a pro�ssão, o número de inscrição no Cadastro de
Pessoas Físicas ou no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica, o endereço
eletrônico, o domicílio e a residência do autor e do réu”, e, na segunda
coluna, está: “É a quali�cação das partes . Os dados previstos no
Código visam permitir a perfeita individualização das partes, evitando-se
problemas com homônimos, por exemplo. Além disso, viabilizam a
citação do réu. Todavia, caso a parte autora, justi�cadamente, não
tenha acesso ou não possa identi�car com precisão a parte ré, isso não
ocasionará o indeferimento da inicial, sendo possível a citação por edital
ou a tomada de outras providências necessárias à perfeita
individualização da parte ré”. Na quarta linha, temos, na primeira
coluna, “O fato e os fundamentos jurídicos do pedido", e, na segunda, “É
a causa de pedir . É a perfeita aplicação do brocardo jurídico ‘Dá-me os
fatos que te darei o direito’. O juiz está vinculado ao caso narrado na
inicial. Seu provimento deve considerar a situação fática trazida à sua
apreciação. Também deve o autor apontar o fundamento jurídico,
demonstrando que a lei acolhe sua pretensão. Todavia, não há
obrigação de apontar o dispositivo legal, pois o juiz conhece o direito (
juris novit curia )”. Na quinta linha, na primeira coluna, está “O pedido
com as suas especi�cações”, e, na segunda, “O pedido , junto com as
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partes e a causa de pedir, forma a tríade dos elementos da ação. Sem
ele, não há como o Estado-juiz pronunciar-se. Ele deve ser claro,
apontando se a pretensão é condenatória, declaratória ou constitutiva,
bem como qual o bem da vida que se busca com a demanda. O
pronunciamento judicial está vinculado ao pedido (lembrar das
sentenças infra, ultra e extra petita). Deve haver clara correlação entre a
causa de pedir e o pedido”. Na sexta linha, na primeira coluna, está “O
valor da causa”, e, na segunda, está “Toda causa deve ter um valor, o
qual deve re�etir, em regra, o proveito econômico que se pretende com
a demanda. Mas, aindaque não seja possível veri�car um conteúdo
econômico auferível de imediato, a causa precisa ter um valor. É o que
dispõe o art. 291 do CPC. O valor da causa é de grande importância
para determinar: a competência (é um dos critérios de determinação de
competência); o procedimento (especialmente para determinar a
possibilidade de se demandar nos juizados especiais); as custas
processuais; os recursos em execução �scal. O art. 292 traz critérios que
auxiliam na �xação do valor da causa”. Na sétima linha, na primeira
coluna, temos “As provas com que o autor pretende demonstrar a
verdade dos fatos alegados”, e, na segunda coluna, “O apontamento das
provas que se pretende produzir é um dos requisitos da inicial que se
pode �exibilizar. Caso o autor aponte, por exemplo, que pretende tão
somente produzir prova documental, não estará impedido de requerer,
no momento oportuno, outras provas. Isso porque entende-se que, no
decorrer da demanda, pode surgir a necessidade de outras provas para
a perfeita elucidação dos fatos. Como o objetivo máximo do processo é
a tutela satisfativa, relativiza-se esse critério”. Na oitava linha, na
primeira coluna, está “A opção do autor pela realização ou não de
audiência de conciliação ou de mediação”, e, na segunda coluna, está
“No procedimento comum, obrigatoriamente, o juiz deve designar
audiência de tentativa de conciliação. Caso o autor entenda que esta
não é viável, pode assim se manifestar na inicial. Mas a audiência
apenas deixará de ser realizada com a concordância da parte ré”. Por
�m, na nona linha, temos, na primeira coluna, “A petição inicial será
instruída com os documentos indispensáveis à propositura da ação”, e,
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na segunda coluna, “A depender da natureza da causa e do bem da vida
que se busca, certos documentos são indispensáveis. Por exemplo, na
ação de divórcio, é fundamental juntar a certidão de casamento. São
indispensáveis, também, a juntada da procuração e do comprovante de
recolhimento de custas (quando não houver pedido de justiça gratuita).
O art. 435 autoriza a juntada de documentos a qualquer momento, mas
é preciso que estes sejam ‘destinados a fazer prova de fatos ocorridos
depois dos articulados ou para contrapô-los aos que foram produzidos
nos autos’ (BRASIL, 2015, on-line ). É possível também a juntada
posterior de documentos, caso a parte prove que os documentos se
tornaram acessíveis, conhecidos ou disponíveis após a propositura da
demanda (parágrafo único do art. 435)”.
B. Resposta do réu
Em respeito ao princípio do contraditório, ninguém pode ser demandado e
ter um provimento judicial contra si sem que lhe seja oportunizada a defesa.
Nesse sentido, o réu é chamado a se manifestar sobre os termos da
demanda, momento no qual se completa a relação jurídica processual, o que
ocorre por meio da citação.
Citado, o réu pode apresentar contestação e reconvenção. Pode, ainda,
requerer a intervenção de terceiros (denunciação da lide ou chamamento ao
processo). Tem ele o prazo de 15 dias para apresentar sua defesa (art. 335,
CPC), prazo este cujo início da contagem se dá à luz do art. 231 (BRASIL,
2015). Vejamos algumas particularidades sobre a contestação e a
reconvenção.
Contestação (art. 335 a 342, CPC/2015) : segundo Gonçalves (2020, p. 478),
ao apresentar a contestação, o réu:
[...] formula a pretensão de ver o pedido inicial desacolhido, no
todo ou em parte, apresentando os argumentos e fundamentos
que servirão para convencer o juiz. Daí que a pretensão contida
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na contestação é sempre declaratória negativa, de que o juiz
declare que o autor não tem razão, desacolhendo o pedido.
A contestação obedece ao princípio da eventualidade, ou seja, todas as teses
defensivas são concentradas na peça contestatória, ainda que contraditórias
(se uma não for acolhida, o juiz pode acolher a outra. Além disso, o réu pode
defender-se processualmente (apresentando preliminares – art. 337 do CPC)
ou defender-se do mérito da demanda – argumentando, portanto, que o
autor não possui o direito que alega ter.
É possível resumir os principais aspectos da contestação da seguinte forma:
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CONTESTAÇÃO
Características Prazo Conteúdo
Peça de defesa por
excelência, deve
veicular toda a defesa
do réu. É a peça que
se contrapõe à
petição inicial,
servindo para que o
réu resista à
pretensão do autor.
Pelo princípio da
eventualidade, todas
as defesas, ainda que
não compatíveis
entre si, devem
�gurar na
contestação.
No procedimento
comum, a
contestação deve
ser apresentada no
prazo de quinze
dias. Se o réu for
Ministério Público,
Fazenda Pública,
Defensoria Pública
ou litisconsortes
com advogados
diferentes, de
escritórios distintos,
não sendo o
processo digital, o
prazo será em
dobro.
Deve conter as
defesas processuais
(preliminares que,
em regra, poderiam
ser conhecidas de
ofício, exceto a
incompetência
relativa e o
compromisso
arbitral). E também
as defesas
substanciais ou de
mérito, que se
classi�cam em
diretas ou indiretas.
As diretas são
aquelas que negam
os fatos em que se
baseia o pedido do
autor; e as indiretas
são aquelas que,
conquanto não
negando os fatos,
apresentam outros
impeditivos,
extintivos ou
modi�cativos do
direito do autor.
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Quadro 1.4: Contestação
Fonte: Gonçalves (2020, p. 484).
#PraCegoVer : o Quadro 1.4 é denominado “Contestação”. O quadro
está dividido em 3 colunas e 3 linhas. Seguindo as colunas, da esquerda
para a direita, temos, na primeira linha, o nome do quadro. Na segunda
linha, temos, na primeira coluna, Características, na segunda, Prazo, e,
na terceira, Conteúdo. Na terceira linha, na coluna Características, está
escrito: “Peça de defesa por excelência, deve veicular toda a defesa do
réu. É a peça que se contrapõe à petição inicial, servindo para que o réu
resista à pretensão do autor. Pelo princípio da eventualidade, todas as
defesas, ainda que não compatíveis entre si, devem �gurar na
contestação”. Na coluna Prazo, está escrito: “No procedimento comum,
a contestação deve ser apresentada no prazo de quinze dias. Se o réu
for Ministério Público, Fazenda Pública, Defensoria Pública ou
litisconsortes com advogados diferentes, de escritórios distintos, não
sendo o processo digital, o prazo será em dobro”. E, na coluna
Conteúdo, está escrito: “Deve conter as defesas processuais
(preliminares que, em regra, poderiam ser conhecidas de ofício, exceto
a incompetência relativa e o compromisso arbitral). E também as
defesas substanciais ou de mérito, que se classi�cam em diretas ou
indiretas. As diretas são aquelas que negam os fatos em que se baseia o
pedido do autor; e as indiretas são aquelas que, conquanto não
negando os fatos, apresentam outros impeditivos, extintivos ou
modi�cativos do direito do autor”.
Reconvenção (art. 343, CPC/2015) : é uma nova ação proposta em face do
autor da ação inicial. Embora sejam julgadas juntas, caso o autor desista da
ação ou ocorra alguma causa extintiva que obste a análise de mérito da
demanda principal, a reconvenção não será extinta. A reconvenção deve ser
apresentada junto com a contestação, sob pena de ocorrência da preclusão
consumativa. Na lógica do CPC/2015, contestação e reconvenção devem ser
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apresentadas em peça única. Deve haver relação entre a demandaprincipal
e a reconvenção – requisito da conexidade.
Não cabe reconvenção, portanto, apenas para que o réu postule a
improcedência do pedido inicial, uma vez que isso não exige ação
autônoma, bastando a contestação. A reconvenção pressupõe
que o réu queira algo mais do autor, que não se satisfaça com a
mera improcedência, e queira formular pretensões em face dele
(GONÇALVES, 2020, p. 485).
Há, ainda, a possibilidade de apresentação de intervenção de terceiros pelo
réu neste momento, como a denunciação da lide e o chamamento ao
processo.
Fase Ordinatória (art. 347 a 353)
Findo o prazo para contestação, os autos serão conclusos ao juiz para que
este decida qual caminho o processo seguirá. Por óbvio, a decisão judicial
dependerá do ocorrido na fase postulatória, ou seja, dependerá da
apresentação ou não de contestação e de reconvenção, pois poderá ocorrer
a aplicação dos efeitos da revelia, caso não haja manifestação do
demandado no prazo a ele concedido.
Em caso de revelia, ou seja, a não apresentação de resposta no prazo, o juiz
pode ou não aplicar os efeitos da revelia. A regra é pela aplicação, conforme
art. 344 (BRASIL, 2015). Todavia, o art. 345 (BRASIL, 2015) traz as exceções,
nas quais a revelia não acarretará a presunção de veracidade dos fatos
alegados na inicial. Ocorrendo essa presunção, o juiz julgará
antecipadamente o mérito da demanda, já que não haverá a necessidade de
produção de provas. Não se aplicando os efeitos da revelia, o juiz saneia o
feito e passa à fase instrutória.
Na fase ordinatória, pode o juiz conceder ao autor a possibilidade de
apresentar réplica. A réplica é uma nova oportunidade para que o autor se
manifeste quanto aos termos da contestação e tem lugar quando o réu alega
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fatos impeditivos, modi�cativos ou extintivos do direito do autor, bem como
preliminares de mérito. A réplica existe em respeito ao princípio do
contraditório.
É também nessa fase que o juiz determina a correção de eventuais vícios
sanáveis ou irregularidades do processo. O juiz, ainda, concede às partes a
oportunidade de especi�carem as provas que pretendem produzir, já que,
nesse momento, já se têm perfeitamente delimitados os contornos da
demanda, sendo o momento adequado para que se observe quais são as
provas adequadas à solução da lide.
É possível, ainda, que ocorra o julgamento antecipado da lide, ou seja, sem
que se adentre na fase probatória. Ele ocorrerá caso o juiz entenda a
desnecessidade de produção de outras provas para a solução da demanda
ou quando o juiz entender ser caso de extinção do processo, acolhendo
alguma preliminar apresentada pela parte ré.
Fase Instrutória (art. 369 a 484)
Na fase instrutória, as partes buscarão meios de demonstrar cabalmente a
verdade dos fatos. Lembrando que apenas precisam ser provados os fatos
controvertidos, ou seja, aqueles nos quais há discordância das partes. Caso
haja algum fato alegado pela parte autora e não contestado pela parte ré,
será ele considerado fato incontroverso, presumindo-se verdadeiro. O art.
374 (BRASIL, 2015) enumera os fatos que independem de prova.
A produção de provas deve ser adequada à comprovação dos fatos, o juiz
deve indeferir as provas protelatórias e aquelas que considerar
desnecessárias à formação de sua convicção. O CPC (BRASIL, 2015) enumera
quais são as provas tipi�cadas legalmente, mas não há impedimento para
que se recorra a outras formas probatórias, desde que não proibidas pelo
direito.
Fase Decisória (art. 485 a 508)
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Todo o curso do processo é conduzido para que se chegue à fase decisória,
na qual o Estado-juiz dará a sua manifestação acolhendo ou negando os
pedidos formulados na inicial. Muito embora sejam proferidas diversas
decisões no decorrer da demanda, a decisão que põe �m à fase cognitiva do
processo de conhecimento é, por excelência, a sentença, conforme dispõe o
art. 203, §1º do CPC (BRASIL, 2015).
A sentença possui uma estrutura que deve ser obedecida para que o
pronunciamento judicial efetivamente atenda à sua �nalidade. Para isso,
deve apresentar, em primeiro lugar, o relatório da demanda. Nesse
relatório, o juiz identi�ca as partes, o pedido e as alegações emanadas em
sede de contestação e resume os principais acontecimentos no curso
processual – decisões interlocutórias, provas produzidas etc.
Após relatar os fatos, o juiz fundamentará sua decisão, por meio da
motivação da sentença. A necessidade de motivação das decisões judiciais é
mandamento constitucional, traduzido em princípio do processo civil,
conforme visto. As partes precisam entender quais foram as razões que
levaram o Estado-juiz a se manifestar de determinada forma para que, em
caso de irresignação, possam motivar seus eventuais recursos. A
fundamentação não pode se resumir à paráfrase ou à transcrição de
dispositivos legais ou julgados, devendo o magistrado fazer a devida
correlação destes com a demanda em análise.
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Figura 1.2: Procedimento ordinário
Fonte: Elaborada pela autora.
#PraCegoVer : a imagem apresenta a Figura 1.2, que se trata de um �uxograma
sobre o procedimento ordinário. O �uxograma está organizado em patamares
verticais e horizontais. Na linha mais alta do �uxo, consta o nome da �gura,
“Procedimento ordinário”. Na linha abaixo dessa, temos quatro retângulos
representando as fases do processo. Cada retângulo representa uma fase, e, em
cada um deles, há uma seta na horizontal apontando para o retângulo seguinte.
No primeiro retângulo, está escrito: “Fase postulatória”. No segundo, está
escrito: “Fase ordinatória”. No terceiro retângulo, está escrito: “Fase ordinatória”.
No quarto, está escrito: “Fase decisória”. De cada um desses quatro retângulos,
saem setas para a linha inferior, a �m de descrever como se desenrola cada uma
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delas. Do retângulo da fase postulatória, saem duas setas apontando para dois
retângulos. No primeiro retângulo, da esquerda para a direita, está escrito:
“Petição inicial”. No segundo retângulo, está escrito: “Defesa do réu”. Desse
retângulo, sai mais uma seta apontando para um patamar abaixo, no qual há um
retângulo com as formas de defesa do réu, quais sejam: “Contestação,
Reconvenção e Intervenção de terceiros”. Do retângulo representando a fase
ordinária, saem cinco setas que apontam para cinco retângulos, um patamar
abaixo, descrevendo as possibilidades que podem ocorrer nessa fase. No
primeiro retângulo, está escrito: “Revelia”. No segundo, está escrito: “Réplica”. No
terceiro, está escrito: “Regularização”. No quarto, está escrito: “Especi�cação de
provas”. No quinto, está escrito: “Julgamento conforme o estado do processo”.
Um patamar abaixo, estão os retângulos decorrentes dos anteriores. Do
retângulo da revelia, saem mais dois, um patamar abaixo. No primeiro, está
escrito: “Presunção de veracidade: julgamento antecipado do mérito”. No
segundo, está escrito: “Não presunção: especi�cação de provas”. Do retângulo
da réplica, sai mais um, no qual está escrito: “Quando o réu alegar preliminares
do art. 337 ou apresentar fatos impeditivos, extintivos ou modi�cativos do
direito do autor”. Do retângulo da regularização, sai mais um, no qual está
escrito: “Correção de vícios sanáveis ou irregularidades”. Do retângulo da
especi�cação de provas, sai mais um retângulo, no qual está escrito: “Não
vincula nem as partes, nem o juiz, que pode indeferir as desnecessárias”. Do
retângulo dejulgamento conforme o estado do processo, sai mais um, no qual
estão as hipóteses que podem ocorrer, sendo elas: “- Extinção do processo; -
Julgamento antecipado do mérito; - Julgamento antecipado parcial do mérito; -
Abertura da instrução”. Voltando ao patamar superior, do retângulo que
representa a fase instrutória, sai mais um retângulo, uma linha abaixo, no qual
está escrito: “Produção de provas”. Deste, também sai mais um retângulo, um
andar abaixo, no qual estão escritos os tipos de provas regulamentadas pelo
CPC: “- Prova documental; - Prova pericial; - Inspeção judicial; - Prova
testemunhal; - Depoimento pessoal; - Interrogatório das partes”. Seguindo, de
volta ao patamar superior, temos um retângulo saindo do retângulo da fase
decisória, um patamar abaixo, no qual está escrito: “Sentença (art. 203, § 1º, CPC)
= põe �m à fase cognitiva”. Deste retângulo, temos dois no patamar abaixo, um
ao lado do outro. No da esquerda está escrito: “- Sem resolução de mérito =
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terminativa; - Com resolução de mérito = de�nitiva”. No da direita, está escrito:
“Requisitos da sentença”. Desse retângulo, saem mais três, nos quais cada
requisito da sentença é explicado. No primeiro retângulo, está escrito: “Relatório:
nome das partes, principais argumentos da inicial e da contestação, registro das
principais ocorrências”. No segundo, está escrito: “Motivação (art. 93, IX, CF/88):
razões pelas quais acolhe ou rejeita o pedido, apreciando fundamentos de fato e
de direito”. Já no terceiro, está escrito: “Dispositivo: a parte em que o juiz
efetivamente decide se acolhe ou rejeita o pedido. Somente o dispositivo faz
coisa julgada”.
Por �m, o juiz decide a demanda no dispositivo da sentença. É neste
momento que ele julga os pedidos procedentes, parcialmente procedentes,
improcedentes ou extingue o feito sem resolução de mérito. O dispositivo
deve ter relação com a motivação, pois é decorrente dela. Lembre-se de que
apenas o dispositivo da sentença faz coisa julgada.
Conhecimento
Teste seus Conhecimentos
(Atividade não pontuada)
O arquiteto Fernando ajuizou ação exclusivamente em face de Daniela, sua cliente,
buscando a cobrança de valores que não teriam sido pagos no âmbito de um
contrato de reforma de apartamento. Daniela, devidamente citada, deixou de
oferecer contestação, mas, em litisconsórcio com seu marido José, apresentou
reconvenção em peça autônoma, buscando indenização por danos morais em face
de Fernando e sua empresa, sob o argumento de que estes, após a conclusão das
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obras de reforma, expuseram, em site próprio, fotos do interior do imóvel dos
reconvintes sem que tivessem autorização para tanto. Diante dessa situação
hipotética, assinale a a�rmativa correta.
(Ano: 2020. Banca: FGV. Órgão: OAB. Prova: FGV - 2020 - OAB - Exame de Ordem
Uni�cado XXXI - Primeira Fase)
a) Como Daniela deixou de contestar a ação, ela e seu marido não poderiam
ter apresentado reconvenção, devendo ter ajuizado ação autônoma para
buscar a indenização pretendida.
b) A reconvenção deverá ser processada, a despeito de Daniela não ter
contestado a ação originária, na medida em que o réu pode propor
reconvenção independentemente de oferecer contestação.
c) A reconvenção não poderá ser processada, na medida em que não é lícito
a Daniela propor reconvenção em litisconsórcio com seu marido, que é um
terceiro que não faz parte da ação originária.
d) A reconvenção não poderá ser processada, na medida em que não é lícito
a Daniela incluir no polo passivo da reconvenção a empresa de Fernando,
que é um terceiro que não faz parte da ação originária.
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Até agora, vimos como se desenvolve o processo até o pronunciamento
judicial que coloca �m à fase cognitiva. Por meio da sentença, o juiz resolve a
demanda, apontando quem tem o direito – autor ou réu – ou a extingue sem
analisar o mérito de acordo com as hipóteses legais.
Certamente, a parte que restar vencida no feito �cará irresignada com a
decisão. Pode acontecer de a parte entender que, de fato, a decisão judicial
está correta, mas, via de regra, a parte tem a intenção de buscar a reforma
da decisão. Ademais, é pací�co que o magistrado também pode falhar na
prestação da tutela jurisdicional, sendo possível que sua decisão não esteja
de acordo com o que a parte entende ser o adequado. Sendo assim, há toda
uma estrutura recursal, por meio da qual a parte insatisfeita com o
provimento judicial busca a reforma da decisão. Veremos, agora, as
principais características dos recursos, bem como quais são as hipóteses de
cabimento de cada um deles.
Processo Civil IIProcesso Civil II
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Teoria Geral dos Recursos
De acordo com a doutrina:
Recursos são os remédios processuais de que se podem valer as
partes, o Ministério Público e eventuais terceiros prejudicados
para submeter uma decisão judicial a nova apreciação, em regra
por um órgão diferente daquele que a proferiu, e que têm por
�nalidade modi�car, invalidar, esclarecer ou complementar a
decisão (GONÇALVES, 2020, p. 956).
Os recursos ocorrem dentro da mesma relação jurídica, ou seja, entre as
mesmas partes da demanda. Assim, se o recurso for apresentado pelo autor,
o recorrido será o réu e vice-versa. Eles têm o condão de atrasar a preclusão
e evitar a coisa julgada, ou seja, se a parte recorreu de uma decisão, não se
pode considerar preclusa sua possibilidade de praticar atos que dependam
da decisão do recurso. Da mesma forma, enquanto pendente recurso, não
se opera a coisa julgada. Tais efeitos se aplicam ainda que ao recurso não
tenha sido atribuído efeito suspensivo .
Por efeito suspensivo entende-se a suspensão do andamento processual
comum para que se aguarde a decisão recursal. Nem todos os recursos
possuem efeito suspensivo. O efeito aplicável a todos os recursos é o efeito
devolutivo , que signi�ca a devolução da análise da demanda para o Poder
Judiciário.
É possível apresentar recursos para corrigir erros materiais ou erros formais.
Quando a parte entende que o julgador deixou de observar regras
processuais cogentes, alegará o error in procedendo , que, caso seja acolhido,
ocasionará a anulação da decisão, com a consequente devolução para o
próprio juízo de origem para que proceda à correção. Já nos casos em que o
juízo tenha proferido uma decisão considerada materialmente incorreta,
será alegado o error in judicando . Nesse caso, a decisão será reformada,
sendo outra proferida em seu lugar que a substituirá. Quem profere essa
nova decisão é o órgão revisor, também chamado de órgão ad quem .
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Chama-se a quo o órgão que proferiu a decisão recorrida e ad quem o órgão
que julgará o recurso. Na lógica do CPC/1973, o órgão a quo realizava juízo
de admissibilidade recursal. Isto é, analisava se o recurso preenchia todos os
requisitos necessários para que o órgão ad quem pudesse apreciar o pedido
recursal. Mas, ao chegar no órgão ad quem , era feito outro juízo de
admissibilidade – o que acarretava ainda mais atraso na análise das
demandas e um retrabalho totalmente desnecessário. Tendo isto em mente,
o CPC/2015 aboliu esse juízo de admissibilidade feito pelo órgão a quo, o
qual passa a ser feito apenas pelo órgão ad quem . Mantém-se, todavia, a
interposição perante o órgão a quo – exceção feita aoagravo de
instrumento. Nesse sentido, o recurso é apresentado ao órgão a quo cuja
função, agora, restringe-se a remeter o feito para apreciação do órgão ad
quem , sem a necessidade de fazer juízo de admissibilidade recursal.
Outra característica dos recursos é a impossibilidade de a parte inovar no
pedido. O recurso tem a �nalidade de reapreciar a demanda tal qual foi
proposta, não se pode trazer matérias não apreciadas pelo juízo originário
ou apresentar novos elementos de prova que poderiam ter sido
considerados na fase cognitiva. As exceções �cam por conta do art. 493 e do
art. 1.014 do CPC (BRASIL, 2015) e das questões de ordem pública, as quais
podem ser conhecidas de ofício e em qualquer grau de jurisdição.
Por �m, ressalte-se que, ao decidir, o órgão ad quem pode conhecer ou não
do recurso, dar provimento ou não. O recurso é conhecido quando preenche
todos os requisitos intrínsecos e extrínsecos de admissibilidade. A contrario
sensu , não é conhecido o recurso que deixa de cumprir algum requisito
necessário. Dar provimento ou não ao recurso signi�ca concordar ou não
com as razões trazidas pelo recorrente. É dado provimento ao recurso
quando o órgão ad quem concorda com o recorrente e procede à reforma da
decisão originária. Por outro lado, não é dado provimento ao recurso
quando o órgão ad quem mantém a decisão originária, discordando,
portanto, do recorrente.
11/06/2023, 21:44 Ead.br
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Recursos em Espécie
A seguir, apresentamos, resumidamente, as espécies de recursos dispostos
no Código de Processo Civil (BRASIL, 2015), bem como os respectivos
dispositivos legais que regulamentam cada um. Não deixe de ler
atentamente a lei seca indicada no quadro!
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Recursos em espécie
Recurso Legislação
Hipóteses de
cabimento
Apelação Art. 1.009 a 1.014
Contra sentença e
contra decisão da qual
não caiba agravo de
instrumento. A
apelação devolve ao
tribunal a
possibilidade de
reanalisar o mérito da
demanda, inclusive a
valoração de provas.
Em regra, possui
efeito suspensivo; as
exceções estão no art.
1.012, § 1º.
Agravo de
instrumento
Art. 1.015 a 1.020 Contra decisões
interlocutórias, mas
apenas aquelas que
possuem aptidão de
causar grave prejuízo
a uma das partes ou
ao próprio andamento
do processo. A regra é
a irrecorribilidade das
decisões
interlocutórias em
separado. O art. 1.015
enumera as decisões
agraváveis. No agravo
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de instrumento, o
processo não sobe
para o tribunal e, em
regra, não há efeito
suspensivo.
Agravo interno Art. 1.021
Contra decisões
monocráticas do
relator que podem ser
de cunho processual
ou material. O agravo
interno visa levar a
decisão ao órgão
colegiado.
Embargos de
declaração
Art. 1.022 a 1.026
Contra qualquer
decisão judicial para
sanar omissão,
obscuridade,
contradição ou corrigir
erro material. É o
único recurso que é
analisado pelo próprio
magistrado/órgão
prolator da decisão.
Não busca inovar, mas
tão somente
esclarecer a decisão.
Sendo assim, não
cabem embargos de
declaração contra
despachos, pois não
têm cunho decisório.
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Recurso ordinário Art. 1.027 e 1.028
Contra decisões de
competência
originária dos
tribunais. É dirigido ao
STJ ou STF. Tem
similaridade com a
apelação, pois devolve
a análise do mérito ao
órgão superior. Assim,
se a ação é de
competência
originária do TJ ou
TRF, apresenta-se
recurso ordinário
perante o TJ. Se de
competência
originária do STJ,
apresenta-se recurso
ordinário perante o
STF.
Recurso especial Art. 1.029 a 1.041
Contra decisões que
contrariem a
legislação federal. Não
permite a
reapreciação de
provas, seu objetivo é
fazer com que haja
uma interpretação
uniforme da legislação
federal em âmbito
nacional.
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Quadro 1.5: Recursos em espécie
Fonte: Elaborado pela autora.
#PraCegoVer : o Quadro 1.5 é denominado “Recursos em espécie”. O
quadro está dividido em 3 colunas e 10 linhas. Seguindo as colunas, da
esquerda para a direita, temos, na primeira linha, o nome do quadro.
Na segunda linha, temos, na primeira coluna, “Recurso”, na segunda,
“Legislação”, e, na terceira, “Hipótese de cabimento”. Na terceira linha,
na coluna Recurso, está escrito: “Apelação”. Na coluna Legislação, está
escrito: “Art. 1.009 a 1.014”. E, na coluna Hipóteses de cabimento, está
Recurso
extraordinário
Art. 1.029 a 1.041
Contra decisões que
contrariem a
Constituição Federal.
Não permite a
reapreciação de
provas, seu objetivo é
fazer com que haja
uma interpretação
uniforme da
Constituição em
âmbito nacional.
Embargos de
divergência em RE e
REsp
Art. 1.043 e 1.044
Contra acórdão de
órgão fracionário do
STJ ou STF. O objetivo
é evitar contradições
entre o
posicionamento das
turmas/seções dos
órgãos superiores,
uniformizando, assim,
a jurisprudência.
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escrito: “Contra sentença e contra decisão da qual não caiba agravo de
instrumento. A apelação devolve ao tribunal a possibilidade de
reanalisar o mérito da demanda, inclusive a valoração de provas. Em
regra, possui efeito suspensivo; as exceções estão no art. 1.012, § 1º”.
Na quarta linha, na coluna Recurso, está escrito: “Agravo de
instrumento”. Na coluna Legislação, está escrito: “Art. 1.015 a 1.020”. E
na coluna Hipóteses de cabimento, está escrito: “Contra decisões
interlocutórias, mas apenas aquelas que possuem aptidão de causar
grave prejuízo a uma das partes ou ao próprio andamento do processo.
A regra é a irrecorribilidade das decisões interlocutórias em separado. O
art. 1.015 enumera as decisões agraváveis. No agravo de instrumento, o
processo não sobe para o tribunal e, em regra, não há efeito
suspensivo”. Na quinta linha, na coluna Recurso, está escrito: “Agravo
interno”. Na coluna Legislação, está escrito: “Art. 1.021”. E na coluna
Hipóteses de cabimento, está escrito: “Contra decisões monocráticas do
relator que podem ser de cunho processual ou material. O agravo
interno visa levar a decisão ao órgão colegiado”. Na sexta linha, na
coluna Recurso, está escrito: “Embargos de declaração”. Na coluna
Legislação, está escrito: “Art. 1.022 a 1.026”. E na coluna Hipóteses de
cabimento, está escrito: “Contra qualquer decisão judicial para sanar
omissão, obscuridade, contradição ou corrigir erro material. É o único
recurso que é analisado pelo próprio magistrado/órgão prolator da
decisão. Não busca inovar, mas tão somente esclarecer a decisão.
Sendo assim, não cabem embargos de declaração contra despachos,
pois não têm cunho decisório. Na sétima linha, na coluna Recurso, está
escrito: “Recurso ordinário”. Na coluna Legislação, está escrito: “Art.
1.027 e 1.028”. E na coluna Hipóteses de cabimento, está escrito:
“Contra decisões de competência originária dos tribunais. É dirigido ao
STJ ou STF. Tem similaridade com a apelação, pois devolve a análise do
mérito ao órgão superior. Assim, se a ação é de competência originária
do TJ ou TRF, apresenta-se recurso ordinário perante o TJ. Se de
competência originária do STJ, apresenta-se recurso ordinário perante o
STF”. Na oitava linha, na coluna Recurso, está escrito: “Recurso especial”.
Na coluna Legislação, está escrito: “Art. 1.029 a 1.041”. E na coluna
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