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INTRODUÇÃO 
O que não é medido, não é gerenciado (William Edwards Deming). 
Podemos definir finanças como a arte e a ciência de administrar 
fundos (recursos). Praticamente todos os indivíduos e organizações 
obtêm receitas ou levantam fundos, gastam ou investem. As finanças 
ocupam-se do processo, instituições, mercados e instrumentos envolvidos 
na transferência de fundos entre pessoas, empresas e governos. A 
administração financeira diz respeito às responsabilidades do 
administrador financeiro numa empresa. Os administradores financeiros 
administram ativamente as finanças de todos os tipos de empresas, 
financeiras ou não financeiras, privadas ou públicas, grandes ou 
pequenas, com ou sem fins lucrativos. Eles desempenham uma variedade 
de tarefas, tais como: orçamento, previsões financeiras, administração do 
caixa, administração do crédito, análise de investimentos e captação de 
fundos (GITMAN, 2010). 
O administrador financeiro tem dois problemas básicos. Primeiro: 
quanto deve a firma investir e em quais ativos deve investir? Segundo: 
como deve ser levantado o caixa necessário? A resposta ao primeiro 
problema é a decisão de investimento da firma. A resposta ao segundo 
problema é a sua decisão de financiamento. O administrador financeiro 
deve encontrar as respostas específicas que coloquem os acionistas ou 
cotistas da firma na melhor situação possível. O sucesso é julgado pelo 
valor (BREALEY; MYERS; ALLEN, 2013). 
In God, we trust. All others bring data – Em Deus, confiamos. 
Para todas as outras coisas, me traga dados (William Edwards Deming). 
As principais decisões financeiras passam diretamente pela 
complexidade na formulação do pensamento, mas acompanham métricas 
objetivas que nos permitirão criar as melhores soluções, e assim nos 
apontarão os caminhos de onde investir e de como financiar os 
investimentos, pois essas decisões passam por avaliações de curto prazo – 
capital de giro, por exemplo – ou de longo prazo – aporte de capital de sócios 
em uma empresa –, e nas duas vão permitir a melhor tomada de decisão. 
 
 
 
 
Nesse sentido, Finanças Corporativas têm o principal objetivo de trazer conceitos e 
ferramentas que nos trarão os fundamentos de finanças utilizados no mercado, as suas aplicações 
no mundo corporativo, os seus critérios e os seus princípios. Assim, vamos aplicar modelos 
existentes para a solução de problemas financeiros, focalizando o estudo de finanças como 
ferramenta para a análise amplamente utilizada no mercado financeiro, bem como em outros 
mercados e empresas. 
Na sequência, vamos desenvolver, estudar e criar métodos, modelos, critérios de análise e 
avaliação para o devido embasamento da tomada da decisão que maximiza a riqueza e gera valor aos 
investidores. Para a gestão da empresa pública, a decisão ótima é a que maximiza o retorno dos tributos 
e cria valor tanto para os cidadãos como para a sociedade. Assim como na empresa privada, a ótima 
decisão passa pelo retorno dos ativos dos sócios na companhia, elaborando critérios financeiros para 
que sejam estabelecidas métricas convergentes para o sucesso da estratégia sobre a lógica financeira 
estabelecida, e com base nos modelos definidos avaliar para alcançar o objetivo principal, a 
rentabilidade final da empresa, sempre voltada para o longo prazo. 
Dentro de uma ampla visão de gestão, o objetivo geral da disciplina é abordar os principais 
objetivos e conceitos sobre o prisma do mundo financeiro, desde a estruturação geral dos fundamentos 
da Contabilidade até os principais conceitos de Balanço Patrimonial e as suas fundamentais aplicações 
da Demonstração de Resultado do Exercício (DRE). 
Nesse sentido, dimensionaremos e reconheceremos um fluxo de caixa, os seus índices e 
indicadores para as abordagens diversas da análise econômico-financeira e os seus instrumentos de 
consolidação de dados, que nos geram os principais índices e indicadores que vão permear as 
principais tomadas de decisão, consolidando essa visão financeira até a prática e a devida aplicabilidade 
da Matemática Financeira e a utilização da calculadora HP 12c para alcançar os principais dados 
quantitativos. 
Dessa forma, os objetivos específicos da disciplina são: 
 Identificar os objetivos da gestão financeira. 
 Determinar os demonstrativos financeiros básicos. 
 Reconhecer como a administração financeira afeta os resultados da gestão empresarial. 
 Extrair, a partir dos demonstrativos contábeis, informações básicas acerca da saúde e do 
desempenho financeiro de uma empresa. 
 Calcular e aplicar os conceitos e as taxas de juros nominais, efetivas e equivalentes. 
 Reconhecer o conceito e o impacto da variação do valor do dinheiro ao longo do tempo. 
 Reconhecer a estrutura de um Fluxo de Caixa. 
 Dimensionar o Fluxo de Caixa de um projeto de investimento. 
 Aplicar os métodos e as técnicas de avaliação de projetos de investimento. 
 
 
 
 Avaliar as características e as limitações de um projeto de investimento. 
 Aplicar os métodos e as técnicas de avaliação do projeto de investimento. 
 Caracterizar a importância da definição da taxa de atratividade. 
 Apresentar uma visão geral da contabilidade e dos relatórios econômico-financeiro e a 
sua importância gerencial. 
 Distinguir as contas do ativo, do passivo e do patrimônio líquido, entendendo a 
importância de cada conta no contexto do seu grupo de contas. 
 Conhecer os efeitos das variações das receitas e despesas para a determinação do resultado. 
 Avaliar a saúde financeira das companhias a partir da análise dos índices de liquidez. 
 Apresentar os conceitos da Matemática Financeira que servirão de base no 
desenvolvimento de avaliações e operações financeiras realizadas no seu cotidiano. 
 
Com esse enfoque, este material foi estruturado em seis módulos. No módulo 1, estudaremos 
os princípios conceituais de finanças. Como premissa básica, é universalmente aplicável nas 
organizações regionais e globais de todos os tipos e setores, além da sua abrangência e importância nas 
finanças pessoas, pois, segundo Gitman (2010), o termo finanças pode ser definido como “a arte e a 
ciência de administrar o dinheiro”. 
No módulo 2, apresentaremos os conceitos introdutórios e os significados da 
Contabilidade: campo de atuação, definição, importância, usuários e informações para a atividade 
financeira. Além disso, estudaremos a lógica financeira em relação a objetivos estabelecidos, pois 
analisaremos o prisma da Contabilidade e os seus vieses decisórios e avaliaremos desde os seus 
usuários ao seu campo de atuação. 
No módulo 3, entraremos na vida corporativa das companhias ao explorar o Balanço Patrimonial 
com todas as suas estruturas, definições, divisões e subdivisões, o que torna este um instrumento 
padronizado para refletir em números a realidade da empresa, devidamente expressa nos dados que serão 
explorados. Assim, identificaremos as diferentes estruturas e definições conceituais de ativo e passivo, 
conforme são realizados no mercado financeiro, desde os mais básicos, como os grupos de contas, aos 
mais sofisticados, como a própria estrutura de um balanço patrimonial. 
No módulo 4, exploraremos desde a estrutura básica até os conceitos da DRE nas suas variações 
de regimes contábeis; regimes financeiros, ou caixa; e regime econômico, ou competência. Além disso, 
examinaremos os detalhes na demonstração e a comparação dos resultados. 
No módulo 5, utilizaremos os critérios mais importantes nos ajustes e na parametrização 
amplamente difundidos e utilizados no mercado financeiro, assim como a efetiva base para a formação 
dos índices de liquidez, rentabilidade e indicadores econômico-financeiros, tomando por base as 
avaliações da análise vertical e horizontal. 
 
 
 
Dessa forma, concluiremos com o módulo 6, no qual trataremos dos fundamentos da 
Matemática Financeira, desde as noções básicas na utilização da calculadora HP, passando por 
conceitos e aplicação de capitalização – juros simples e compostos–, evoluindo para série de 
pagamentos, uniforme e não uniformes; sistema Price e SAC; payback simples e descontado; VPL; 
TIR e IL. Nesse contexto, exploraremos a sua utilização no mercado financeiro, a formação de preços, 
a análise de dívida no curto e longo prazo e todos os fatores que influenciam as decisões financeiras 
vigentes nas empresas e instituições. 
 
 
SUMÁRIO 
MÓDULO I – VISÃO GERAL DE FINANÇAS ......................................................................................... 11 
O QUE SÃO FINANÇAS? ................................................................................................................... 12 
GESTOR FINANCEIRO: FUNÇÕES E RESPONSABILIDADES .......................................................... 12 
FUNDAMENTOS FINANCEIROS DE ATIVO – AMBIENTE – INVESTIDOR ..................................... 14 
RISCO VERSUS RETORNO ................................................................................................................ 16 
O QUE É VALOR EM FINANÇAS? ..................................................................................................... 18 
MÓDULO II – CONTABILIDADE ........................................................................................................... 19 
CAMPO DE ATUAÇÃO DA CONTABILIDADE .................................................................................. 20 
IMPORTÂNCIA DA CONTABILIDADE .............................................................................................. 21 
USUÁRIOS DA CONTABILIDADE ..................................................................................................... 21 
SISTEMA DE INFORMAÇÕES CONTÁBEIS ...................................................................................... 24 
MÓDULO III – BALANÇO PATRIMONIAL ............................................................................................ 27 
ESTRUTURA BÁSICA ......................................................................................................................... 27 
DEFINIÇÃO DE ATIVO ....................................................................................................................... 28 
DEFINIÇÃO DE PASSIVO E PATRIMÔNIO LÍQUIDO....................................................................... 29 
Passivo exigível ......................................................................................................................... 29 
Patrimônio líquido ................................................................................................................... 29 
BALANÇO PATRIMONIAL SEGUNDO ORIGENS E APLICAÇÕES DE RECURSOS ........................ 29 
SUBDIVISÕES DO BALANÇO PATRIMONIAL ................................................................................. 30 
GRUPO DE CONTAS DO ATIVO ....................................................................................................... 31 
Ativo circulante ......................................................................................................................... 31 
Ativo não circulante ................................................................................................................. 31 
Investimento ....................................................................................................................... 31 
Imobilizado .......................................................................................................................... 32 
Intangível ............................................................................................................................. 32 
GRUPOS DE CONTAS DO PASSIVO E PATRIMÔNIO LÍQUIDO .................................................... 32 
Passivo circulante .................................................................................................................... 32 
Passivo não circulante ............................................................................................................. 32 
Patrimônio líquido ................................................................................................................... 33 
CONTAS REDUTORAS DO ATIVO E PATRIMÔNIO LÍQUIDO ........................................................ 33 
Depreciação ......................................................................................................................... 34 
Amortização ........................................................................................................................ 34 
Exaustão .............................................................................................................................. 34 
Prejuízos acumulados ............................................................................................................. 34 
ESTRUTURAS DO BALANÇO PATRIMONIAL .................................................................................. 35 
SITUAÇÕES PATRIMONIAIS ............................................................................................................. 36 
 
 
MÓDULO IV – DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADO DO EXERCÍCIO ................................................... 37 
DEMONSTRAÇÃO DEDUTIVA .......................................................................................................... 38 
REGIMES CONTÁBEIS ....................................................................................................................... 40 
Regime financeiro ou regime de caixa .................................................................................. 40 
Regime econômico ou regime de competência .................................................................. 41 
COMPARAÇÃO DOS RESULTADOS ................................................................................................. 41 
DRE: DETALHES ................................................................................................................................ 42 
MÓDULO V – INSTRUMENTOS DA ANÁLISE ECONÔMICO-FINANCEIRA ........................................ 47 
AJUSTES E PADRONIZAÇÃO ............................................................................................................ 48 
INDICADORES ECONÔMICO-FINANCEIROS .................................................................................. 48 
Índices de estrutura patrimonial ........................................................................................... 49 
Relações entre as fontes de recursos .............................................................................. 50 
Endividamento geral .......................................................................................................... 50 
Composição das exigibilidades ......................................................................................... 52 
Imobilização do patrimônio líquido ................................................................................. 52 
Índices de liquidez ................................................................................................................... 53 
Liquidez corrente ................................................................................................................ 53 
Liquidez seca ....................................................................................................................... 54 
Liquidez geral ...................................................................................................................... 54 
Índice de rentabilidade ........................................................................................................... 54 
Rentabilidade do patrimônio líquido ............................................................................... 55 
Margem bruta ..................................................................................................................... 56 
Margem operacional de lucro ........................................................................................... 56 
Margemlíquida de lucro ................................................................................................... 57 
Rotação do ativo ................................................................................................................. 57 
Indicadores de prazo médio ................................................................................................... 58 
Prazo médio de compras .................................................................................................. 58 
Prazo médio de estoque .................................................................................................... 59 
Prazo médio de recebimento ........................................................................................... 59 
Ciclo operacional ................................................................................................................ 60 
Ciclo financeiro ................................................................................................................... 61 
ANÁLISE VERTICAL E HORIZONTAL ................................................................................................ 62 
Análise vertical ......................................................................................................................... 62 
Análise horizontal .................................................................................................................... 64 
MÓDULO VI – MATEMÁTICA FINANCEIRA E UTILIZAÇÃO DA CALCULADORA HP ......................... 71 
CONCEITOS FUNDAMENTAIS ......................................................................................................... 72 
Valor do dinheiro no tempo ................................................................................................... 72 
 
 
 
Capitalização ............................................................................................................................. 72 
Capitalização simples ......................................................................................................... 72 
Capitalização composta ..................................................................................................... 73 
Série de pagamentos ............................................................................................................... 75 
Valor presente de uma série de pagamentos ................................................................ 75 
Valor Futuro de uma série de pagamentos .................................................................... 75 
Amortização de empréstimos ........................................................................................... 76 
Critérios para avaliação de projeto .................................................................................. 76 
Exercícios ............................................................................................................................. 76 
NOÇÕES BÁSICAS DA CALCULADORA HP 12C ............................................................................. 77 
Teclas com múltiplas funções ................................................................................................ 78 
Separador de casas decimais ................................................................................................. 78 
Quantidade de casas decimais .............................................................................................. 79 
Limpeza do valor do visor da HP 12C ................................................................................... 79 
Troca do sinal de um número ................................................................................................ 79 
Notação polonesa reversa ...................................................................................................... 79 
Armazenamento de valores na memória fixa ..................................................................... 79 
Recuperação de valores na memória fixa ............................................................................ 80 
Limpeza de todos os registros ............................................................................................... 80 
Potenciação .............................................................................................................................. 80 
Taxa mínima de atratividade .................................................................................................. 80 
Payback simples ....................................................................................................................... 81 
Payback descontado ................................................................................................................ 81 
Valor presente .......................................................................................................................... 81 
Valor presente líquido ............................................................................................................. 82 
Taxa Interna de Retorno ......................................................................................................... 82 
Índice de lucratividade ............................................................................................................ 83 
BIBLIOGRAFIA RECOMENDADA ......................................................................................................... 84 
BIBLIOGRAFIA ...................................................................................................................................... 85 
PROFESSOR-AUTOR ............................................................................................................................. 87 
 
 
 
 
 
 
 
 
Neste módulo, apresentamos os principais objetivos, os conceitos e as definições da gestão 
financeira, bem como consolidamos a introdução de uma visão ampla de Finanças Corporativas e 
os seus modelos de avaliação, métricas e atividades financeiras que ocorrem rotineiramente no dia 
a dia das empresas e dos seus usuários. 
Veremos os fundamentos de finanças, com os métodos e as regras para a decisão de aceitação – 
investir – ou rejeição – não investir – de projetos em orçamento de capital; análise de custo de capital 
próprio e médio ponderado; e análise do risco econômico-financeiro, por meio dos principais índices 
e indicadores. 
Mas o que é finanças e o que engloba o mundo financeiro é fundamentalmente entender o 
processo de criação de riqueza nas organizações, assim como os principais objetivos da gestão 
financeira e o seu impacto no cotidiano da sociedade, nas empresas e nos mercados de uma forma 
ampla e globalizada, por meio das noções gerais de contabilidade, com a consolidação dos seus 
principais instrumentos e o uso dos indicadores de desempenho. 
Nesse contexto, exploramos, de fato, finanças e os principais objetivos e resultados da gestão 
financeira nas diversas estruturas e a sua devida aplicabilidade, para reconhecermos o impacto dos 
recursos ao longo do tempo e criarmos as bases para as definições de lucro de uma empresa e o 
processo de criação de riqueza da sociedade como um todo. 
Dessa forma, contextualizamos a integração da análise de viabilidade financeira com as 
demais áreas de gerenciamento e a estratégia financeira da organização, a fim de estarmos aptos na 
tomada de decisão para avaliar, reconhecer e aplicar um projeto de investimento. 
 
MÓDULO I – VISÃO GERAL DE FINANÇAS 
 
12 
 
O que são finanças? 
O estudo de finanças é amplo e dinâmico, englobando conhecimento e análise dos recursos 
em questão, tanto na vida das pessoas como nas organizações, tomando por base tanto decisões 
individuais como decisões empresariais pela busca da maximização sobre o maior retorno possível 
para a empresa. 
Sob essa ótica, devemos buscar e analisar todos os dados disponíveis para estruturar a melhor 
tomada de decisão, dentro da ótica financeira. Ou seja, cruzando assimtodo o contexto qualitativo da 
estratégia macro da empresa com o resultado objetivo e quantitativo que os dados trarão. 
Dentro desse contexto, com base na gestão financeira, devemos manter o foco no longo prazo 
para interligar a perspectiva global com os dados gerados para metrificar e embasar a melhor tomada 
de decisão, pois com o conhecimento existente e com as devidas informações resultará a criação de 
valor e a potencialização de riqueza da empresa e dos acionistas. 
Visto isso, na prática, devemos identificar, contextualizar e analisar as informações disponíveis 
com o objetivo de construir a melhor relação do risco existente sobre o retorno em questão. 
 
Gestor financeiro: funções e responsabilidades 
O maior desafio do gestor é reconhecer a decisão correta, ao efetuar a leitura do cenário 
econômico-financeiro e as influências do setor em análise versus o contexto da empresa e a sua real 
capacidade sobre o mercado em que atua. Assim, poderá ponderar a necessidade de tomar recursos 
no mercado e analisar as fontes – bancos e credores em geral –, sobre qual prazo, condições e 
garantia exigidas, entre outras análises; ou utilizar recursos próprios, seja por meio dos recursos da 
empresa, desde o uso do capital próprio disponível – patrimônio líquido –, ou até mesmo do capital 
de giro, e eventualmente avaliar qual é o balanço ideal entre os recursos próprios e os de terceiros; 
ou aportar capital de um dos sócios, ou até mesmo a entrada de um novo, diluindo assim a 
participação dos demais. 
Com isso, em última análise, o objetivo do gestor é, por meio do conhecimento e das 
informações disponíveis, conduzir o resultado para a melhor tomada de decisão desde investimentos 
e financiamentos até avaliações financeiras contextualizadas para gerar valor e proporcionar a 
maximização de lucros e riqueza da companhia e dos seus investidores. 
Dentro desse contexto, o papel do gestor financeiro passa por levantar todas as informações 
disponíveis antes de tomar a melhor decisão para a companhia, que passa, basicamente pela análise 
de onde, quanto e como investir. 
 
 
 13 
 
Isso pode ocorre entre opções como o crescimento orgânico ou inorgânico. O crescimento 
orgânico ocorre pelo progresso natural, por meio da evolução no faturamento da companhia. 
Já o crescimento inorgânico ocorre, basicamente, por fusão, aquisição ou um empreendimento 
conjunto (EC). 
Por exemplo, o processo conhecido no mercado como F&A (fusões e aquisições), mais 
conhecido pela sigla em inglês que significa M&A (margin and acquisition). Sob essa ótica, 
definimos a aquisição (compra) de uma empresa concorrente, em partes ou na totalidade, ou por 
meio do processo de fusão entre duas empresas, estabelecendo sinergias operacionais, financeiras e 
gerenciais de uma forma geral, entre outras. Eventualmente, na forma de joint venture, com a 
criação de uma empresa nova, que define uma modalidade em que ambos têm a identidade 
conservada. Assim, gerando uma parceria com a terceira parte, em vez de realizar uma fusão 
completa ou parcial com as outras duas que compõem a transação, mantendo assim a natureza e 
rotina normal destes. No mercado, o termo se consolidou como definição de um negócio que é 
gerado a partir da associação de duas partes – empresas – com o objetivo de explorar um 
determinado setor. 
Seguem alguns exemplos ocorridos no mercado de M&A (fusão e aquisição) e joint venture 
no cenário nacional: 
 
Gráfico 1 – Top 10 Brasil: maiores fusões e aquisições em 2018, envolvendo empresas brasileiras, 
em R$ bilhões 
 
 
14 
 
Fonte: Moura (2019). 
Para mais detalhes sobre o relatório da PricewaterhouseCoopers (Pwc) sobre M&A, acesse 
https://www.pwc.com.br/pt/estudos/servicos/assessoria-tributaria-societaria/fusoes-
aquisicoes/2020/fusoes-e-aquisicoes-no-brasil-fevereiro-20.html 
 
Seguem abaixo três sugestões de leitura: 
 SAFATLE, Claudia; MURAKAWA, Fabio. Boeing e Embraer se aproximam de acordo para 
criar joint venture. Valor Econômico, 3 de julho de 2018. Disponível em: 
<https://www.valor.com.br/empresas/5634127/boeing-e-embraer-se-aproximam-de-
acordo-para-criar-joint-venture>. Acesso em: 14 set. 2018. 
 SALOMÃO, Karin; VAZ, Tatiana. As maiores compras e fusões de empresas no Brasil até 
junho. Exame, 3 de julho de 2016. Disponível em: <https://exame.abril.com.br/negocios/as-
maiores-compras-e-fusoes-de-empresas-no-brasil-ate-junho>. Acesso em: 14 set. 2018. 
 VAZ, Tatiana. As 10 maiores fusões e compras de grandes empresas em abril. Exame, 1º de 
maio de 2016. Disponível em: <https://exame.abril.com.br/negocios/as-10-maiores-fusoes-
e-compras-de-grandes-empresas-em-abril>. Acesso em: 14 set. 2018. 
 
Fundamentos financeiros de ativo – ambiente – investidor 
A identificação e diferenciação entre ativo, ambiente e investidor trará a segurança necessária 
para o entendimento pleno das principais atividades, características, complexidades e diversidades 
da esfera financeira, assim como as variações e diferentes participações dos investidores e as variações 
desse modelo. 
O ativo da empresa é de onde efetivamente se obtêm os ganhos desta. Ou seja, é o bem primordial 
de onde se obtém o faturamento da organização, por exemplo, em uma indústria, o principal ativo é a 
planta fabril (imóvel, máquinas, etc.); e já no caso de uma empresa de consultoria, o seu maior ativo 
será o capital intelectual, pois é o que de fato produz valor a empresa. 
Nesse sentido, podemos citar como um grande diferencial no ativo a natureza de onde é gerado 
o maior valor de uma empresa, o chamado core business. Pelo qual se evidencia o ponto forte na 
estratégia da atuação da empresa, ou seja, o negócio majoritário, a sua principal fonte de renda. O termo 
é originário das palavras em inglês core = núcleo/central e business = negócio. Com isso, forma o termo 
usado para evidenciar o “negócio principal” da empresa, a sua atividade mais importante. 
No caso do chamado ambiente, é de fundamental importância ter pleno conhecimento sobre 
os detalhes, a complexidade e a sua completa natureza. Uma vez que existem diferenças importantes 
que podem fazer um projeto de investimento decolar ou afundar de vez. Ou seja, será a diferença 
entre o sucesso e o insucesso na empreitada, no sentido de provocar a devida amplitude sobre a sua 
importância e os seus reais riscos e benefícios, principais influências, potencial ponto de saturação, 
tipo de monopólio e eficiência do mercado em geral. 
 
 15 
 
Também podemos citar a avaliação do seu tamanho e das suas influências para um lançamento 
de um produto e eventuais concorrentes e substitutos, perfil de fornecedor e stakeholders diversos – 
público estratégico com envolvimentos diretos ou indiretos na operação –, são as chamadas partes 
interessadas no ponto em questão; ou seja, os influenciados e influenciadores, diretos e indiretos, positiva 
e negativamente no cerne central da questão – a empresa. 
Porém, também se faz necessário o entendimento sobre o perfil e a característica do cliente 
em potencial, desde target – nível – de preço, perfil e poder de compra em uma tomada de decisão 
final, por exemplo, assim como toda a logística e infraestrutura em torno da operação e as suas 
influências na operação. 
Além disso, essas influências passam desde as questões legais, tais como incentivos fiscais, 
legislação, complexidade tributária envolvida e demais, como os índices de referência mais 
relevantes, que são medidos desde Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) até o Banco 
Central (Bacen), desde taxa de desemprego (PNAD), inflação, taxa básica (Selic) e os juros que de 
fato são operados no mercado, “bancabilidade” – acesso ao mercado bancário com boas taxas, prazos 
e garantias –, entre outras interferências. Assim como critérios macro e micro econômico existente, 
desde nível de câmbio, perfil para importação e exportação e as suas exposições e estratégias sobre 
o mercado global. 
Dessa forma, os vários pontos citadosdemonstram a complexidade em lidar com todos esses 
componentes sobre uma mesma variável e dar validade a uma decisão final, pois os pontos 
influenciadores são complexos e surgem de vieses não só financeiros. Como vimos, podem ser jurídicos, 
de mercado, econômico e cultural, no caso de um novo entrante regional ou internacional. 
Em última análise, faz-se necessário o entendimento final sobre o perfil dos investidores, 
passando desde credores até o próprio sócio e as suas variações, como apetite a risco entre outros 
que influenciam direta e indiretamente a operação, pois o modelo de negócio, invariavelmente, vai 
transitar por um destes, ou na maior parte do tempo, por ambos. O que vai diferenciar uma boa 
estrutura é exatamente o balanceamento entre essas duas fontes, com todas as suas variações 
características do capital de terceiros ou próprio. Por isso, inclusive, existe um termo que mede o 
custo do capital da empresa, o chamado Custo Médio Ponderado de Capital (CMPC), ou em inglês 
conhecido como Weighted Average Cost of Capital (WACC). 
Dentro desse contexto, teremos um mix de dados e avaliações que serão preponderantes para 
a tomada de decisão de uma companhia, e a maior influência vai passar exatamente sobre o nível 
de risco aceito por sócios e conselheiros, que formam a decisão da empresa para uma determinada 
empreitada. Ou seja, terão de assumir a responsabilidade sobre aquela decisão, e por isso foi 
chamado como conhecido termo de risco versus retorno. 
 
 
16 
 
Risco versus retorno 
O fato é que, se existe a incerteza, existe o risco. Quanto maior o risco, sobre determinado 
ativo, maior a expectativa de retorno. Em contrapartida, quanto mais conservadorismo, sob a ótica 
financeira, maior será a segurança. Nesse sentido, o comportamento do investidor pode resumir-se 
em ser avesso ao risco, neutro ou propenso ao risco. 
 
Relação Risco e Retorno: 
A relação entre risco e retorno é simples: ambos andam de mãos dadas. 
Basta olhar para o mercado financeiro: enquanto a poupança e os fundos 
DI mostram maior segurança, investimentos em ativos mais arriscados, 
como Bolsa, por exemplo, acabam mostrando retornos de longo prazo 
mais elevados (INFOMONEY, 2007). 
 
Em matéria do jornal Valor Econômico, foi exemplificada a variação de 39 anos de aplicações 
financeiras no Brasil, entre os anos de 1970-2009: D’AGOSTO, Marcelo. Risco e retorno nas 
aplicações financeiras. Valor Econômico, 7 de novembro de 2012. Disponível em: 
<https://www.valor.com.br/valor-investe/o-consultor-financeiro/2895132/risco-e-retorno-nas-
aplicacoes-financeiras>. Acesso em: 14 set. 2018. 
 
Gráfico 2 – Fim da instabilidade financeira 
 
Fonte: IpeaData e Banco Central. 
 
 17 
 
Como exemplificação desse fato, segue trecho de recente matéria do jornal Valor Econômico, 
exemplificando as razões das variações existentes na decisão de um investidor, que são influenciados 
por conjunturas complexas, desde o contexto macroeconômico até as variações culturais de faixa 
etária dos indivíduos, estampada na matéria de 14 de junho de 2018: 
 
Pela primeira vez em pelo menos cinco anos, o brasileiro mostra disposição 
para revisar sua tolerância a riscos e partir para investimentos menos 
conservadores. A diversificação para ativos como ações, fundos de gestoras 
independentes ou aplicações no exterior [...] Essa dinâmica coincide com 
o significativo corte da Selic desde outubro de 2016, conforme aponta a 
pesquisa “Sentimento do Investidor 2018”, feita pela gestora Franklin 
Templeton no Brasil, como parte de um levantamento global do grupo 
americano, que reúne US$ 750 bilhões em ativos mundo afora. Os dados 
foram antecipados para o Valor (COTIAS, 2018). 
 
Em uma tomada de decisão, sob a ótica financeira, precisamos medir o risco, e isso pode ser 
feito por dois modelos. Um por comparação no mercado, semelhança de taxas de retorno que são 
praticadas; e outro por métricas teóricas, com a utilização do modelo de precificação de ativos = 
Capital Asset Pricing Model (CAPM). 
Basicamente, na medição por semelhança, executa-se uma média das taxas de retorno 
praticadas no mercado e conclui-se um padrão de referência com base na média praticada pelo 
mercado. Por exemplo, a taxa de retorno de investidores para empresas do setor industrial é 10%, 
15% e 20%; na média, chegamos a 15% sobre esse setor em análise. 
No caso do modelo CAPM, deve ser feito um cálculo, por meio da fórmula: 
 
Ks = Rf + Bs (Erm – Rf) 
 
Onde temos: 
 Ks: Taxa mínima de retorno indicada/exigida (sócios) 
 Rf: Taxa de aplicação em Renda Fixa (média do que conseguiria no mercado com < risco) 
 BETA (Bs) = risco do ativo dos sócios 
 Erm = retorno do mercado 
 (Erm – Rf) = prêmio de risco de mercado 
 
 
 
18 
 
O que é valor em finanças? 
Devemos entender os contextos necessários e, principalmente, as formas e os critérios variados 
para metrificar e analisar pontos focais de determinados investimentos. Ou seja, essa função requer 
muita responsabilidade, é um fato. Todavia, é um caminho matemático, e devidamente tipificado 
se faz necessário levantar os dados corretos e calcular. 
Nesse contexto, faz-se necessário contextualizar os objetivos finais para tais métricas e 
invariavelmente vai remeter-nos a analisar a viabilidade de um projeto financeiro em análise, os seus 
critérios de seleção, viabilidade e classificação entre os melhores e mais lucrativos ou não, por exemplo. 
Por exemplo, valor de um projeto ou empreendimento sobre um determinado prazo, custo 
dos fluxos de caixa (FC) projetado naquele período e taxa descontada sobre o risco, para tal, 
desbravar o Valor Presente Líquido (VPL); ou para o caso de metrificar e comparar, criar um índice 
para gerar um critério de análise, e teremos maior objetividade como a Taxa Interna de Retorno 
(TIR); e para o caso de ter o entendimento mais detalhado sobre o custo de capital para efeitos de 
comparação entre capital próprio ou de terceiros, por exemplo, e com isso será calculado o Índice 
de Lucratividade Líquida (IL). 
 
 
 
 
Neste módulo, acessamos os fundamentos de Contabilidade, os seus demonstrativos 
financeiros básicos e as suas aplicações, passando à introdução, ao campo de atuação, à importância, 
aos usuários e ao sistema de informações contábeis. 
Define-se objetivamente a Contabilidade como sendo um sistema de informações e avaliações 
a prover o seu usuário com demonstrações e análises econômica, financeira e produtividade do 
objeto de contabilização. 
 
a função fundamental da Contabilidade [...] tem permanecido inalterada 
desde os primórdios. Sua finalidade é prover os usuários dos 
demonstrativos financeiros com informações que os ajudarão a tomar 
decisões. Sem dúvida, tem havido mudanças substanciais nos tipos de 
usuários e nas formas de informação que têm procurado. Todavia, esta 
função dos demonstrativos financeiros é fundamental e profunda. O 
objetivo básico dos demonstrativos financeiros é prover informação útil 
para a tomada de decisões econômicas (LUDÍCIBUS, 1986, p. 17). 
 
 Contabilidade 
 conceitos básicos; 
 objetivos da Contabilidade e 
 usuários da Contabilidade. 
 Demonstrações contábeis 
 balanço patrimonial e 
 demonstração de resultado do exercício. 
 
MÓDULO II – CONTABILIDADE 
 
20 
 
 Análise econômico-financeira por meio de índices 
 índices econômico-financeiros; 
 índices de estrutura patrimonial; 
 índices de liquidez; 
 índices de rentabilidade e 
 análise vertical e horizontal. 
 
Ao analisarmos as definições acima, podemos deduzir sem maiores dificuldades que o objetivo 
da Contabilidade é fornecer informações para vários usuários, a fim de auxiliar o processo de tomada 
de decisões. 
 
Campo de atuação da Contabilidade 
De forma simplificada, é o processo de registrar, sumarizar e organizar todos os atos e fatos, 
mensuráveis financeiramente, que ocorrem nas empresas. Devido à necessidade de registro contábil 
de todas as movimentações financeirasde uma empresa, a Contabilidade acaba tornando-se o seu 
grande banco de dados, com o histórico de todas as suas operações, o que pode ser de grande 
importância estratégica para utilizar as informações adequadamente. Assim, a Contabilidade, muito 
além de servir para a apuração de tributos, tem a função de subsidiar o processo de tomada de 
decisões para se atingir o objetivo da empresa. 
De acordo com Damodaran (1999), as decisões para maximizar o valor para o acionista são 
de três tipos: investimento, financiamento e dividendo. 
Como escolher em que projetos investir? Como financiá-los? O que fazer com o excedente 
de recursos se não houver projetos suficientes? 
 
Figura 1 – Decisões para maximizar o valor para o acionista 
 
 
 
 
 21 
 
A nossa disciplina vai concentrar-se no conjunto de conhecimentos sobre Contabilidade 
presente nessas três classes de decisões – investimento, financiamento e dividendo – tomadas 
no âmbito das Finanças Corporativas e nos Projetos de Investimento que integram os portfólios 
das empresas. 
 
Importância da Contabilidade 
É indiscutível a importância e responsabilidade da Contabilidade para toda a sociedade. As 
informações contábeis geram eficiência para o sistema econômico. Sem a informação apropriada, 
há um acréscimo do risco e, como consequência do custo de capital, há um reflexo nos preços. 
A Contabilidade representa um patrimônio da humanidade, desenvolvido pela capacidade 
intelectual do ser humano. Constitui uma linguagem universal única e uma atividade de serviço 
para todos os governos, empresas privadas e entidades sem fins lucrativos, sendo um instrumento 
para a eficiente alocação de recursos, atingindo um papel marcante em uma economia de mercado 
de capitais. 
A Contabilidade proporciona a base para a efetivação de contratos e para a comprovação das 
relações estabelecidas e é fundamental para o controle das atividades econômicas e para a avaliação 
do desempenho daqueles que efetuam a gestão dos recursos. É consagrada em termos legais por 
meio da apresentação das demonstrações contábeis. 
O profissional de Contabilidade tem como competência básica a habilidade para conceituar 
a informação, bem como conhece profundamente o ambiente interno e o externo. Por meio de 
sistemas, sabe que as informações geradas são de extrema importância para que o gestor tome uma 
decisão adequada. Por meio das demonstrações contábeis, como vimos acima, torna-se possível uma 
análise completa das informações geradas, bem como a sua importância para o usuário. 
 
Usuários da Contabilidade 
O estudo da Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras (Fipecafi) 
definiu usuários como: “toda pessoa física ou jurídica que tenha interesse na avaliação da situação 
e do progresso de determinada entidade, seja tal entidade empresa, ente de finalidades não 
lucrativas, ou mesmo patrimônio familiar” (FIPECAFI, 1995, p. 59). 
 
 
22 
 
Diversos são os usuários das informações contábeis, cada um, especificamente, com uma 
necessidade informacional diferenciada. Podemos destacar como os principais: usuários internos, 
que são os empresários, gerentes, diretores, etc.; e usuários externos, que são os investidores – 
pessoas físicas ou jurídicas que adquirem participações nas empresas –, fornecedores de bens e 
serviços, clientes, instituições financeiras, sindicatos, entidades governamentais, não 
governamentais e outros. Portanto, o usuário da informação contábil é toda pessoa física ou jurídica 
que tenha interesse na avaliação da situação e do progresso de determinada entidade, seja de 
finalidades lucrativas, não lucrativas, ou patrimônio familiar. 
 
Quadro 1 – Usuários da informação contábil 
tipo de usuário da 
informação contábil 
meta que desejaria maximizar ou 
tipo de informação mais importante 
acionista minoritário fluxo regular ou dividendos 
acionista majoritário 
fluxo de dividendos, valor de mercado da ação e lucro 
por ação 
acionista preferencial fluxo de dividendos mínimos 
emprestadores de recursos e 
credores em geral 
geração de fluxos de caixa futuros, suficientes para 
retornar o principal e juros com segurança 
entidades governamentais 
análise da situação econômico-financeira, produtividade 
e lucro tributável 
empregados em geral 
fluxo de caixa futuro capaz de assegurar bons aumentos 
ou manutenção de salários, com segurança; liquidez; 
participação nos lucros 
média de alta administração retorno sobre o ativo e sobre o PL, liquidez, etc. 
 
 
 
 23 
 
A figura 2, abaixo, resume quais são os usuários da Contabilidade. 
 
Figura 2 – Usuários da Contabilidade 
 
 
 
24 
 
Sistema de informações contábeis 
O processo contábil, descrito na figura 3, abaixo, é cada vez mais complexo e trabalhoso 
conforme a complexidade e o tamanho da entidade que se esteja analisando. No entanto, 
atualmente a grande maioria das empresas de médio porte e a totalidade das empresas de grande 
porte utilizam sistemas integrados para dar suporte à realização desse processo de forma eficiente 
e adequada. 
 
Figura 3 – Processo contábil 
 
 
Hoje em dia, a responsabilidade de realização do processamento contábil não está concentrada 
na figura apenas do contador, pois com a utilização dos sistemas integrados os registros contábeis vão 
sendo realizados conforme as operações do dia a dia da empresa vão acontecendo nas áreas 
responsáveis. Um exemplo disso é o recebimento de uma matéria-prima adquirida pela empresa. No 
momento em que a pessoa responsável a recebe, realiza a conferência e registra a entrada da nota fiscal 
no sistema. Nesse momento, ele já esta realizando um processo contábil, que vai alimentar as 
informações de estoque de matéria-prima, e contas a pagar da empresa, por exemplo. 
A partir da tecnologia da informação, ficou fácil obter informações atualizadas das contas 
controladas pela Contabilidade. Os sistemas de contabilidade atualmente são informatizados e com 
os seus lançamentos instantâneos e descentralizados. 
 
 
 25 
 
A todo o momento chegam ao plano de contas da contabilidade informações de todas as 
partes da organização atualizando a posição patrimonial. Dessa forma, as informações geradas pela 
contabilidade podem ser utilizadas para a tomada de decisões. Assim, a organização contábil 
contemporânea se mostra altamente dependente de sistemas de informações adequados, utilizando 
processos descentralizados de registro das operações realizadas, estando evidenciadas pelas definições 
e ponderações a seguir. 
A Contabilidade não toma decisões, é um instrumento para avaliar desempenho e subsidiar 
o parecer. O principal objetivo é fornecer informações para subsidiar a tomada de decisão. Por 
definição, é o processo de registrar, sumarizar e organizar todos os atos e fatos, mensuráveis 
financeiramente, que ocorrem nas empresas. 
As organizações contábeis modernas se estruturam a partir do esquema: 
 
Figura 4 – Organização contábil contemporânea 
 
 
 
 
 
 
 
 
Neste módulo, abordamos a principal função do Balanço Patrimonial, que é refletir a posição 
financeira de uma empresa em determinado momento. Deve-se observar que esse relatório 
apresenta uma posição estática da empresa, sendo em qualquer momento após o seu encerramento. 
A sua informação pode ser alterada, visto que outras operações podem ter sido registradas, tais como 
vendas, recebimentos, pagamentos, etc. 
 
Estrutura básica 
A estrutura do Balanço Patrimonial é composta, basicamente, de três partes principais: o Ativo, 
o Passivo e Patrimônio Líquido, segundo as suas origens e aplicações de recursos e subdivisões. 
Esse relatório pode ser graficamente apresentado na estrutura abaixo, onde se observa um 
grande grupo do lado esquerdo, chamado de Ativo; e outro do lado direito, com uma separação 
entre Passivo e Patrimônio Líquido. 
 
Balanço Patrimonial 
Ativo Líquido Passivo e Patrimônio 
Lado Esquerdo Lado Direito 
 
 
MÓDULO III – BALANÇO PATRIMONIAL28 
 
Outra característica a ser observada é que cada uma das partes apresentadas desse relatório é 
composta de diversas contas criadas conforme as necessidades de registros das operações da empresa. 
Essas contas estão organizadas de acordo com o seu grau de liquidez – velocidade de se 
transformarem em dinheiro – e exigibilidade – prazo de exigência de pagamento. 
 
Definição de ativo 
Para algo ser considerado Ativo, deve preencher uma série de requisitos. O primeiro deles é 
ser um bem ou direito da empresa. Assim, uma dívida que a empresa possua, em nenhum momento 
pode ser considerada um ativo. Os bens ainda podem ser divididos em outros subgrupos de 
características semelhantes, tais como tangíveis, que são físicos, por exemplo, os computadores; ou 
intangíveis, que não são físicos, como a marca. Além disso, podem ser classificados como móveis, 
que podem ser movimentados, por exemplo, uma cadeira; ou imóveis, que não podem ser 
movimentados, como um terreno. 
A segunda característica que define um ativo é ser controlado pela entidade. Somente é 
considerado como um ativo da empresa aquilo de que efetivamente ela tenha o controle. 
Ressaltamos que esse conceito se sobrepõe ao de propriedade, uma vez que podem existir situações 
em que a empresa formalmente não seja proprietária de um bem, mas efetivamente tenha o controle 
sobre ele. Nessas situações, deve prevalecer o conceito da essência sobre a forma, ou seja, a 
contabilidade deve registrar o fato tal como ele é, mesmo que este se apresente de forma diferenciada 
ao contrato (forma). 
Podemos citar como exemplos dessa situação algumas empresas aéreas, as quais comumente 
adquirem aviões utilizando financiamento por um mecanismo chamado de leasing, o qual, na sua 
forma, é um contrato de aluguel, sendo a propriedade do bem pertencente à instituição financeira 
arrendadora e não especificamente à empresa aérea. Essa situação pode gerar uma distorção nas 
informações contábeis apresentadas pelas empresas, uma vez que se poderiam encontrar empresas 
aéreas sem aviões. Sendo assim, prevalecendo-se o conceito da essência sobre a forma, a 
contabilidade registra o avião arrendado como ativo da empresa independentemente da natureza 
jurídica do contrato. 
Além das características anteriores, deve também, necessariamente, ter valor objetivo, ou seja, 
deve haver a possibilidade de ser avaliado em dinheiro. A Contabilidade registra atos e fatos 
financeiros, e se alguma coisa não tiver a possibilidade de ser mensurada financeiramente, não pode 
ser registrado ativo. 
A última característica que define o conceito de ativo é o fato de que os ativos devem trazer 
benefícios presentes ou futuros para a empresa. Um computador que tenha sofrido um problema 
elétrico e que não tenha mais uso não vai trazer mais benefícios para a empresa tanto no momento 
atual, quanto no futuro. Assim, esse equipamento, que antes era classificado como ativo, deve ser 
baixado, não devendo mais ser considerado como tal. 
 
 29 
 
Definição de passivo e patrimônio líquido 
A estrutura do Balanço Patrimonial do Brasil apresenta todo o lado direito do relatório como 
“Passivo”. Na verdade, nesse lado existem dois grupos, chamados de Passivo Exigível e Patrimônio 
Líquido, os quais têm características. 
 
Passivo exigível 
O grupo do Passivo Exigível contém todas as obrigações – dívidas – que a empresa tem com 
terceiros, tais como contas a pagar, fornecedores, empréstimos, etc. Uma característica muito 
importante deste grupo é que os valores nele registrados, em algum momento, deverão ser pagos, 
ou seja, serão liquidados pela empresa, mesmo que o período seja bastante distante. 
 
Patrimônio líquido 
Os valores apresentados no grupo do Patrimônio Líquido representam os recursos dos 
proprietários aplicados na empresa. Esses recursos pertencem aos seus sócios, no entanto, não 
podem ter a sua devolução exigida, a não ser que a empresa venha a encerrar as suas atividades e 
liquide os seus compromissos. 
Destacam-se neste grupo duas contas: a de Capital, onde são registrados os valores 
efetivamente aportados pelos sócios no negócio; e a conta de Lucros/Prejuízos Acumulados. Esta 
última tem uma característica diferenciada das outras deste grupo, pois registra o lucro das 
operações da empresa que não foram distribuídos aos sócios. Nesse caso, o lucro é a remuneração 
do capital investido pelos proprietários, e a eles pertence, estando apenas temporariamente à 
disposição da empresa, mas podendo ser solicitados. 
Deve-se observar que, segundo a nova legislação contábil, a conta de Lucros Acumulados não 
poderá existir após o encerramento do exercício, permitindo-se apenas a de Prejuízos Acumulados. 
Assim, a empresa, deverá destinar o seu lucro para a distribuição ou para retenção por meio da 
criação de reservas ou do aumento de capital. 
 
Balanço patrimonial segundo origens e aplicações de 
recursos 
Apesar de a Contabilidade ter de respeitar uma série de regras e procedimentos para que a sua 
informação seja considerada adequada, o seu objetivo final é sempre gerar uma informação 
adequada para os tomadores de decisão. Sendo assim, o seu produto final deve ser entendido de 
acordo com uma lógica que permita a sua adequada interpretação. 
 
30 
 
Os registros contábeis são realizados de acordo com o método das partidas dobradas, segundo 
o qual, toda origem de recurso deverá, necessariamente, possuir uma aplicação de recursos. 
Conforme diagrama abaixo: 
 
Figura 5 – Fluxo de recursos da empresa 
 
Fonte: LIMEIRA, A. L. F. et al. Contabilidade para executivos. 7. ed. FGV, 2006. 
 
Seguindo o mesmo raciocínio, pode-se entender o Balanço Patrimonial também desta forma, 
em que o passivo representa as origens; e o ativo, as aplicações, tal como demonstrado na figura 6, 
a seguir: 
 
Figura 6 – Balanço patrimonial 
 
 
Ao visualizar o Balanço Patrimonial conforme o diagrama anterior, pode-se observar a estratégia 
de financiamento das operações adotada pela empresa, seja por meio da utilização de capital próprio – 
Patrimônio Líquido –, ou por meio de uma combinação com capital de terceiro – Passivo Exigível. 
Além disso, essa análise permite identificar o destino dado aos recursos que entraram na empresa, ou 
seja, de que forma foram aplicados – estoques, máquinas, aplicações financeiras, etc. 
 
Subdivisões do balanço patrimonial 
O Balanço Patrimonial, além de apresentar a separação de Ativo, Passivo Exigível e 
Patrimônio Líquido, é dividido em diversos subgrupos que têm como objetivo aumentar a 
qualidade na informação contábil. 
 
 31 
 
A primeira grande divisão existente no Balanço Patrimonial se refere ao prazo de liquidação 
das suas contas, tanto de Ativo, quanto de Passivo, podendo ser representado graficamente em 
duas partes: 
 
Figura 7 – Balanço patrimonial: prazo de liquidação das contas 
 
 
Geralmente, consideramos de curto prazo todas as contas que devem ser liquidadas antes de 
um ano, e de longo prazo aquelas que ultrapassem esse período. 
 
Grupo de contas do ativo 
Ativo circulante 
O primeiro grupo de contas pertencentes ao Ativo é chamado de Circulante. Nele são 
encontrados ativos que serão liquidados, ou seja, serão transformados em recursos, de forma mais 
rápida, geralmente em um período de até um ano. 
 
Ativo não circulante 
O segundo grupo é chamado de Ativo Não Circulante = Realizável a Longo Prazo. Nele 
podemos observar as contas que a empresa tem intenção de transformar em recursos financeiros, 
mas que levarão um prazo maior para que aconteça, mais de um ano. 
 
Investimento 
São participações em outras empresas que não se destinam à venda, e outras aplicações que 
não têm relação com a atividade operacional da empresa. Por exemplo, ações de outras empresas, 
imóveis alugados a terceiros, obras de arte, etc. 
Ao registrar neste grupo, as participações em outras empresas, existem duas metodologias de 
avaliar essas aplicações no decorrer do tempo: o método de custo e ode equivalência patrimonial. 
 
32 
 
Segundo o método de custo, mantém-se como valor da participação na investida o custo 
histórico de aquisição – o valor pago –, não sofrendo, dessa forma, interferências de lucros ou prejuízos 
apurados. De forma distinta, o método de equivalência patrimonial vai registrar no seu balanço, 
em cada período, o valor referente à participação percentual no patrimônio líquido da investida. 
Assim, sempre que o PL da investida sofrer modificações – por lucro ou prejuízo, por exemplo – o 
total do investimento da controladora também sofrerá alterações. Além disso, o valor dessa variação 
será considerado no resultado da controladora, equilibrando ativo total com passivo total. 
 
Imobilizado 
Aplicações que tenham por objetivo a atividade operacional da empresa. Por exemplo, 
imóveis de uso, móveis, veículos e máquinas. Reduzindo pode existir uma a depreciação, a qual 
diminui o valor, representando perda por uso ou obsolescência. 
 
Intangível 
No fim de 2007, foi aprovada nova legislação contábil brasileira, a qual tramitava há sete anos 
no Congresso Nacional. As novas normas modificaram alguns pontos da estrutura de relatórios 
contábeis. Entre as modificações aprovadas, está a criação de mais um subgrupo, chamado 
Intangível. Neste subgrupo, são classificados todos aqueles ativos de uso que são imateriais, marcas, 
patentes e fundos de comércio. 
 
Grupos de contas do passivo e patrimônio líquido 
Da mesma forma que o Ativo, o Passivo também apresenta as suas subdivisões. 
 
Passivo circulante 
A primeira subdivisão é chamada também de Circulante e apresenta as mesmas características 
do Ativo, ou seja, são classificadas as contas que serão liquidadas rapidamente, até um ano. 
 
Passivo não circulante 
A segunda subdivisão é o Passivo Não Circulante. Nele são classificadas todas as contas que 
serão liquidadas em períodos mais longos, superiores a um ano. 
 
 
 33 
 
Patrimônio líquido 
Por fim, existe o subgrupo do Patrimônio Líquido. A característica deste é que as suas contas 
não são exigíveis. Ou seja, apesar de pertencerem aos sócios, apenas poderão ser retidas da empresa 
após a sua liquidação e o encerramento dos seus compromissos. Considerando todos os subgrupos 
descritos anteriormente, pode-se observar o Balanço Patrimonial com a estrutura: 
 
Figura 8 – Balanço patrimonial: contas do ativo, contas do passivo e patrimônio líquido 
 
 
Contas redutoras do ativo e patrimônio líquido 
Nos itens anteriores, observamos que uma forma de compreender a lógica gerencial do 
Balanço Patrimonial é por meio da visualização das origens de recursos (Passivo + Patrimônio 
Líquido) e das aplicações de recursos (Ativo). A consequência desse conceito é que, nesse 
demonstrativo, tanto origens quanto aplicações de recursos são visualizadas com valores positivos. 
No entanto, existem algumas exceções. 
Uma primeira exceção pode ser encontrada no Ativo Circulante, sendo chamada de Perdas 
Estimadas em Créditos de Liquidação Duvidosa ou Provisão para Devedores Duvidosos (PDD). 
Na sua operação normal, a maioria das empresas vende pelo menos uma parte dos seus produtos 
ou serviços a prazo. Também é comum que uma parcela do total vendido a prazo não seja recebida 
conforme acordado. Ressaltamos que a empresa não sabe quem é o cliente que não vai honrar com 
os seus compromissos, pois se soubesse antecipadamente não venderia. Por outro lado, fazendo uma 
análise histórica das suas operações e das tendências de mercado, pode com certo grau de segurança 
encontrar um percentual das vendas que tende a não ser recebido. 
Como já explicado, o objetivo da contabilidade é fornecer informações adequadas para os 
seus usuários e se ela ignorasse este fato, o resultado seria que as pessoas que estivessem analisando 
os seus dados considerariam que no futuro entraria no caixa da empresa um valor maior do que o 
correto, ou seja, seria feita uma avaliação equivocada sobre a real situação da empresa. 
 
34 
 
Dessa forma, a contabilidade, tendo identificado a existência de uma parcela que não será 
recebida pela empresa, expõe-na por meio da constituição da conta de perdas estimadas em créditos 
de liquidação duvidosa, a qual aparece abaixo de Contas a Receber, mas com o seu valor negativo. 
Assim, se a empresa tem R$ 2 milhões registrados em Contas a Receber, e apresenta um PDD de 
R$ 100 mil, logo abaixo, o usuário imediatamente analisará que a empresa, apesar de ter vendido a 
prazo R$ 2 milhões, tende a receber conforme acordado com os seus clientes apenas 
R$ 1,9 milhões. 
No grupo do Ativo Não Circulante, podem-se encontrar também algumas contas redutoras, 
sendo elas: Depreciação, Amortização e Exaustão. 
 
Depreciação 
Representa a diminuição do valor de itens classificados no Ativo Não Circulante, causada por 
desgaste pelo uso, ação da natureza ou obsolescência técnica. 
 
Amortização 
Compreende a importância correspondente à recuperação do capital aplicado em bens 
intangíveis, ou dos recursos aplicados em despesas que contribuam para a formação no resultado de 
mais de um exercício social, a ser lançada com custo ou encargo, em cada exercício. 
 
Exaustão 
É a importância correspondente à diminuição do valor dos recursos naturais não 
renováveis ou exaurimento indeterminável, resultante da sua exploração, a ser lançada como 
custo ou encargo, em cada período de apuração, nas mesmas condições dos cálculos dos 
encargos de depreciação e amortização, considerando o custo de aquisição ou prospecção dos 
recursos explorados. 
As três contas citadas têm o mesmo princípio, ou seja, a redução do valor do imobilizado, 
reconhecendo a sua perda, sendo que são apresentadas no grupo do Ativo Não Circulante com os 
seus valores negativos. 
 
Prejuízos acumulados 
No grupo do Patrimônio Líquido, também se pode encontrar uma conta redutora, no caso a 
de Prejuízos Acumulados, a qual acumula os resultados negativos do período contábil atual, bem 
como de passados. 
 
 
 35 
 
Estruturas do balanço patrimonial 
De acordo com a Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976 – atualizada pela Lei nº 11.638, 
de 28 de dezembro de 2007, e pela Lei nº 11.941, de 27 de maio de 2009 –, o Balanço Patrimonial 
deve respeitar a estrutura apresentada no quadro 3, abaixo: 
 
Quadro 2 – Estrutura do balanço patrimonial 
 
 
Deve-se observar que este modelo de Balanço Patrimonial inclui as alterações incluídas na 
Lei nº 11.941/09. Segundo essa medida, criou-se o agrupamento “Ativo Não Circulante”, o qual 
compõe os grupos do Ativo Realizável a Longo Prazo, Investimentos, Imobilizado e Intangível; e, 
no passivo, o “Passivo Não Circulante”. 
Outro fato a ser observado é que essa lei determinou a eliminação do grupo de Diferido, o 
qual era encontrado no permanente. No entanto, algumas publicações ainda podem ser realizadas 
com essa antiga classificação, nas situações em que os saldos das contas anteriormente existentes não 
possam ser reclassificados. De qualquer maneira, a estrutura acima apresenta nova estrutura de 
Balanço Patrimonial a ser adotada pelas empresas. 
 
 
36 
 
Situações patrimoniais 
Conforme demonstrado nos itens anteriores, o total do ativo não pode ser diferente do total 
do passivo. No entanto, algumas empresas podem apresentar prejuízo, o qual é registrado na conta 
de prejuízos acumulados. 
A existência de prejuízos acumulados faz com que o Patrimônio Líquido da empresa diminua, 
mas não altera a igualdade entre ativo e passivo. No entanto, a possibilidade de diminuição do 
Patrimônio Líquido pode fazer com que uma empresa apresente três estruturas: 
 Patrimônio Líquido > 0 – Situação mais comum, observada principalmente no momento 
de constituição de uma empresa, representa a situação regular das empresas. 
 Patrimônio Líquido = 0 – Situação em que prejuízos consecutivos acumularam-se e 
acabaram zerando o valor do Patrimônio Líquido, sendo que a empresa estaria 
financiando integralmente o seu Ativo(aplicação de recursos) com capital de terceiros. 
 Patrimônio Líquido < 0 – Situação em que os prejuízos acumulados superaram o valor 
do Patrimônio Líquido. A empresa nessa situação, além de estar financiando 
integralmente o seu ativo (aplicação de recursos) com capital de terceiros, também 
dependeria deste para cobrir os prejuízos acumulados na sua operação. 
 
 
 
 
Neste módulo, abordamos o estudo da DRE e os seus principais conceitos que devem ser 
observados para facilitar a compreensão. Desenvolve-se o entendimento para demonstrações 
dedutivas; regimes contábeis; regime financeiro, ou regime de caixa; regime econômico, ou regime 
de competência; e comparação dos resultados. 
No dia a dia de qualquer negócio, uma série de pagamentos é realizada com as mais diversas 
finalidades. Qualquer pagamento realizado por uma empresa pode ser chamado de Gasto. Uma das 
formas de classificar os diversos tipos de gastos é como Custos, Despesas ou Perdas. 
Custos podem ser entendidos como todos os gastos diretamente relacionados com o produto 
ou serviço prestado. O custo tem como característica possibilitar a sua identificação na composição 
do produto. Como exemplo, considere uma cadeira. Nesse produto, pode-se dizer quanto de 
madeira, plástico, metal, tinta e horas trabalhadas de pessoal de produção foram consumidos para 
se montar um exemplar. Ou seja, todos esses itens são claramente identificados no produto, sendo 
considerados, portanto, custos. 
De outra forma, as despesas, apesar de também serem gastos da empresa, não são diretamente 
relacionadas ao produto. Por exemplo, não é possível dizer quanto do aluguel do escritório da 
administração foi utilizado para montar uma cadeira ou quanto do valor gasto com um comercial 
veiculado na televisão pertence ao mesmo produto. Todos os gastos que têm essas características 
são considerados como despesas. 
Por fim, devemos distinguir conceitualmente custos de perdas. Um gasto deve ser 
considerado como perda quando é imprevisível e aleatório. Se uma quantidade de matéria-prima 
ao ser colocada em produção é descartada devido a algum erro ou falha de operação, por exemplo, 
sendo esse fato não previsto antecipadamente e não devendo repetir-se no futuro, essa quantidade 
deve ser considerada como perda. 
MÓDULO IV – DEMONSTRAÇÃO DE 
RESULTADO DO EXERCÍCIO 
 
38 
 
Por outro lado, se uma matéria-prima é colocada em produção, e uma parte dela é 
constantemente descartada, mas esse efeito já é esperado antecipadamente, essa parcela faz parte da 
composição do produto. Nesse caso, não seria possível fabricar o produto sem descartar a referida 
quantidade. Sendo assim, essa parcela deve ser considerada como custo do produto. 
O objetivo da demonstração de resultado do exercício é a organização das informações sobre 
o lucro ou o prejuízo de uma empresa de forma que o usuário da informação seja capaz de avaliar 
a atuação da empresa e visualizar a sua operação futura. 
Considerando esse segundo objetivo, faz-se necessário separar os resultados atingidos com 
base em operações que a empresa continuará a executar e aqueles originados de fatos que não se 
repetirão mais. 
Esses casos são chamados de operações continuadas e não continuadas. Segundo o CPC 3, a 
entidade deve apresentar e divulgar informações que permitam aos usuários das demonstrações 
contábeis avaliar os efeitos financeiros das operações descontinuadas e das baixas de ativos não 
circulantes mantidos para venda. 
Uma operação descontinuada é um componente da entidade que foi baixado ou está 
classificado como mantido para venda. Além disso: 
 Representa uma importante linha separada de negócios ou área geográfica de operações. 
 É parte integrante de um único plano coordenado para a venda de uma importante linha 
separada de negócios ou área geográfica de operações. 
 É uma controlada adquirida exclusivamente com o objetivo da revenda. 
 
Demonstração dedutiva 
Diferentemente do Balanço Patrimonial, este relatório fornece um sumário de receitas e 
despesas de todo um período, e não uma situação estática em determinado momento. A função 
deste relatório é apurar o lucro ou o prejuízo do exercício, por meio da diferença entre as receitas 
auferidas e os seus custos e despesas correspondentes. 
A DRE pode ser visualizada de uma forma simples, como sendo a sumarização de Receitas e 
Despesas realizadas em determinado período, conforme diagrama abaixo: 
 
 
 
 
 39 
 
Antes de ser apresentado o detalhamento de uma DRE, devemos compreender o 
comportamento do fluxo financeiro e as suas características contábeis. Tomemos como exemplo 
uma empresa industrial. 
Como se sabe, uma empresa pode realizar diversos tipos de gastos. Uma parte desses gastos é 
destinada à elaboração dos seus produtos, sendo, portanto, considerados como custo. 
Os custos de produção podem ser diretos ou indiretos. A diferença entre os custos diretos 
está no fato de que estes necessitam de alguma medida de apropriação, chamadas de rateio para 
serem relacionadas aos produtos. Um exemplo a ser considerado seria o salário de um supervisor de 
produção que tenha sob a sua responsabilidade diversas linhas de produtos simultaneamente. 
É fato que os gastos com o seu salário são custos de produção. Porém, para dizer quanto 
destes pertence a cada unidade produzida, deve-se utilizar algum tipo de medida, tal como a divisão 
do valor pela quantidade produzida total, ou a área ocupada por cada linha, entre outras. Nesse 
caso, o gasto é considerado indireto, diferentemente dos gastos com matéria-prima, por exemplo, 
que são prontamente identificados nos produtos em tipo e quantidade. O grande problema para a 
apuração adequada de custos de produtos se encontra nos custos indiretos, pois, a cada medida 
utilizada para realizar o rateio, podemos encontrar valores finais diferentes. 
Os custos de produção, independentemente da sua natureza, são incorporados aos produtos. 
Ressaltamos que, antes de calcular qualquer resultado – lucro ou prejuízo –, os produtos devem ser 
vendidos. Se não houver venda, não pode haver resultado. Por outro lado, os custos ocorrem antes 
da venda. Sendo assim, todos os custos de produção antes de serem incorporados ao resultado 
devem necessariamente ser acumulados na conta estoque e somente depois da efetivação da venda 
é que o seu valor registrado é transferido como custo para a apuração do resultado da operação. 
Outros gastos realizados pela empresa são considerados como despesa, tais como os 
administrativos ou os comerciais. Estes são normalmente consideradas diretamente na apuração do 
resultado do exercício. 
 
 
40 
 
Acrescentando neste diagrama a receita das vendas realizadas, podemos finalmente encontrar 
o lucro das operações do período, conforme a figura 9, abaixo. 
 
Figura 9 – Lucro das operações do período 
 
 
Regimes contábeis 
Para que sejam apurados os resultados, a Contabilidade utiliza dois regimes diferentes: o 
Financeiro e o Econômico. 
 
Regime financeiro ou regime de caixa 
Neste regime, o resultado pode ser obtido pela Demonstração do Fluxo de Caixa, que é o 
resultado líquido – final – que o investidor vai receber, imediatamente depois dos devidos descontos 
(CF – custo fixo; CV – custo variável; CO – custo operacional), além das taxas e impostos. 
Para melhor entendimento observe o exemplo: 
A Cia. HM7 teve como entrada de caixa em dezembro $ 150.000, provenientes de Receita 
(Vendas) recebida. Ainda no mês de dezembro, a mesma empresa HM7 pagou despesas com salários 
no valor de $ 100.000. Temos, portanto: 150.000 – 100.000 = 50.000, um resultado financeiro 
positivo, já que houve uma sobra financeira. Há efetivamente $ 50.000 de dinheiro em caixa. 
 
 
 41 
 
Temos, então, a seguinte Demonstração do Fluxo de Caixa: 
 
Demonstração de Fluxo de Caixa – dezembro (Cia. HM7) 
Receita Recebida no mês $ 150.000 
(-) Despesas com Salários pagas no mês ($ 100.000) 
Lucro Financeiro (Acréscimo de Caixa) $ 50.000Regime econômico ou regime de competência 
Há de se ressaltar que em uma empresa podem existir receitas que ainda não foram recebidas, 
bem como despesas que ainda não foram pagas. Esses fatos não afetam o caixa da empresa 
imediatamente, sendo necessária uma apuração do resultado econômico. 
A depreciação de um bem não demanda desembolso de caixa, mas constitui-se de um 
elemento importantíssimo para a apuração do resultado. Se não levarmos em conta a depreciação 
de uma máquina, por exemplo, em alguns anos ela perderá a sua capacidade de trazer benefícios, e 
todo o resultado, apurado apenas financeiramente, será incorreto, pois não consideramos o sacrifício 
mensal desse bem para a obtenção do Resultado. 
Veremos o exemplo da Cia. HM7, agora considerando a depreciação das suas máquinas no 
mês de dezembro ($ 80.000), e apurando o resultado por meio da DRE: 
 
Demonstração do Resultado do Exercício – dezembro (Cia. HM7) 
Receita Gerada $ 150.000 
(-) Despesas com Salários ($ 100.000) 
(-) Despesas com Depreciação ($ 80.000) 
Prejuízo Econômico ($ 30.000) 
 
Comparação dos resultados 
 Se do ponto de vista financeiro há um resultado financeiro positivo; do econômico, 
apuramos um prejuízo – resultado econômico negativo. Mesmo havendo sobra em caixa, a Cia. 
HM7, no futuro, se pretende continuar no mercado, não terá recursos financeiros suficientes para 
a reposição dessas máquinas, as quais geram o ganho da empresa. Esse alerta é feito pelo prejuízo 
econômico, que indica a necessidade de maior geração de recursos para essa provável reposição. 
 
42 
 
Avaliando as duas situações, podemos dizer que as despesas pelo regime financeiro são identificadas 
pelo desembolso, pelas saídas do caixa e pelo regime econômico pelo sacrifício incorrido para obter 
a receita. 
 Quanto às receitas, pelo sistema financeiro só são consideradas quando efetivamente 
recebidas, ou seja, quando entrarem no caixa. Pelo sistema econômico, a Receita gerada, mesmo 
que ainda não recebida, já é considerada para apuração do resultado. Sendo assim, as vendas a prazo 
só são consideradas pelo regime econômico, nunca pelo regime financeiro – o que gera uma grande 
diferenciação na avaliação de ambos, uma vez que os dados precisam ser efetivamente interpretados, 
antes de formalizar a análise final dos dados para prosseguir com as devidas tomadas de decisão. 
Notamos que o Regime Econômico é melhor, já que o Regime Financeiro é imperfeito ao não 
considerar alguns fatos, como a depreciação. A apuração ineficaz do resultado pode levar a empresa a 
tomar decisões erradas, que trariam consequências graves, como a própria descontinuidade. 
 
DRE: detalhes 
A função dos relatórios contábeis é fornecer informações adequadas e úteis para os seus 
usuários. Sendo assim, o simples agrupamento de todos os gastos em “Despesas” não é uma 
informação totalmente adequada, pois existem diversas situações diferenciadas que podem reduzir 
a Receita de uma empresa. Para que a apuração de resultado de uma empresa pudesse se tornar mais 
rica em detalhes, a seguinte estrutura padrão foi adotada: 
 
 
Receita Bruta 
(-) Deduções 
(=) Receita Líquida 
(-) Custos 
(=) Lucro Bruto 
(-) Despesas (Administrativas, Comerciais e Gerais) 
(+/-) Outras Receitas e Despesas Operacionais 
(+/-) Resultado da Equivalência Patrimonial 
(=) Resultado Antes das Despesas e Receitas Financeiras 
(+/-) Receitas e Despesas Financeiras 
(=) Resultado Antes dos Tributos sobre o lucro 
(-) Despesas com Tributos Sobre o Lucro 
1 (=) Resultado Após os Tributos sobre o lucro 
(+/-) Resultado Líquido das Operações Descontinuadas 
(+/-) Tributos sobre as Operações Descontinuadas 
2 (=) Resultado Líquido das Operações Descontinuadas Após Tributos 
1+2 (=) Resultado Líquido do Período 
(-) Participações Diversas 
 
 43 
 
A Receita Bruta pode ser entendida como sendo os valores gerados pela venda de produtos 
ou serviços prestados pela empresa, mas que são originados da sua atividade operacional, ou seja, 
para o fim que foi constituída. 
Do total da Receita Bruta são abatidos os valores referentes a: 
 Impostos sobre vendas – Representam os tributos gerados no momento da venda e que 
variam proporcionalmente a ela. Os mais comuns neste grupo são o IPI, ICMS, ISS, PIS 
e Cofins. Devemos observar que os impostos sobre vendas não pertencem à empresa, 
sendo esta apenas uma intermediária para o seu recolhimento. 
 Devoluções (vendas canceladas) – Enquadram-se neste grupo mercadorias devolvidas por 
estarem em desacordo com o pedido por divergências variadas, tais como preço, 
quantidade, avaria, etc. 
 Descontos e abatimentos – Em operações comerciais, é comum a ocorrência de 
diminuições nos preços venda, seja esta motivada por um desejo de fechar uma venda, 
ou muitas vezes, para evitar que produtos que estão sendo entregues sejam devolvidos, 
são oferecidos descontos ao cliente para compensar eventuais prejuízos, evitando, assim, 
que a mercadoria retorne. Quando a redução de preço é concedida no momento da 
venda, esta é chamada contabilmente de “Desconto”; por outro lado, se for após, passa a 
ser chamada de “Abatimento”. 
 
Fazendo-se o abatimento de todas as deduções do valor da Receita Bruta, encontra-se a 
Receita Líquida, a qual representa o que efetivamente resta para a empresa do total faturado. 
No caso da Receita Líquida, reduzimos o montante de custo referente aos produtos vendidos ou 
serviços prestados, de modo a encontrar o Lucro Bruto. Assim, o Lucro Bruto é o montante resultante 
da diferença entre a Receita Líquida e os custos dos produtos ou serviços prestados, representando o 
valor destinado a liquidar as despesas da empresa e remunerar os proprietários. 
Dependendo do ramo de atuação de uma empresa, a denominação do custo é alterada, 
podendo-se encontrar três tipos: 
 Custo do Produto Vendido (CPV) – Denominação utilizada para empresas industriais. 
 Custo das Mercadorias Vendidas (CMV) – Denominação utilizada para empresas 
comerciais. 
 Custo dos Serviços Prestados (CSP) – Denominação utilizada para empresas prestadoras 
de serviços. 
 
Também as despesas podem ter características diferenciadas, as quais fazem com que a DRE 
as contemple. As principais despesas operacionais são: 
 Despesas de vendas – Incluindo desde a promoção de produtos quanto às despesas 
referentes à sua colocação junto ao consumidor (comercialização e distribuição). 
 Despesas administrativas – As necessárias por administrar a empresa. 
 
44 
 
Essas despesas têm como características contribuírem para a atividade normal da empresa. 
No entanto, no dia a dia dos negócios, as organizações podem efetuar operações que não têm relação 
direta com a sua atividade-fim. Um exemplo dessa situação seria uma fábrica de tecidos realizando 
a venda de uma máquina da sua produção. 
Nesse exemplo citado, a empresa não foi criada para gerar resultado por meio da venda de 
máquinas, no entanto, o seu resultado não pode ignorar eventuais perdas ou ganhos provenientes 
dessa operação. Sendo assim, o resultado dessas operações é contabilizado em uma conta específica 
– tanto receitas quanto despesas – de modo que o seu montante seja considerado, mas de forma 
destacada. Esta conta recebe a denominação de “Outras Receitas e Despesas Operacionais” e pode 
tanto aumentar como diminuir o resultado da operação. 
Outra conta particular que pode ser encontrada na demonstração de resultado é a de 
“Resultado de Equivalência Patrimonial”. De uma forma muito simples, podemos dizer que os 
valores encontrados nessa conta representam a participação que a organização tem direito referente 
ao lucro apurado por empresa em que tenha participação. 
Subtraindo do Lucro Bruto as Despesas e as contas citadas acima, encontramos o “Resultado 
antes das Despesas e Receitas Financeiras”. Este representa o resultado apurado pela empresa 
exclusivamente com as operações que representam o seu objetivo fim, sem considerar o efeito de 
movimentações financeiras,

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