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Recurso em Sentido Estrito

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Recurso em Sentido Estrito
O RESE é um recurso que o legislador colocou à disposição das partes para que elas possam se insurgir diante de decisões interlocutórias proferidas no curso de uma ação penal. O RESE será cabível se o provimento em questão estiver previsto no rol do Art. 581 do Código de Processo Penal, bem como se a decisão interlocutória não tiver sido expressamente excluída do seu âmbito de incidência.
O RESE somente poderá ser interposto se a decisão tiver sido proferida por juiz singular. A despeito da redação do mencionado artigo incluir despachos e sentenças entre os pronunciamentos que podem ser questionados por meio do RESE, Lima (2020) ressalta que o dispositivo não pode ser interpretado de forma literal.
Despachos são conceituados como movimentações administrativas, que não solucionam o processo nem ao todo, nem em parte.
As sentenças, por sua vez, como regra devem ser questionadas por meio da apelação. É por essa constatação que se define o RESE como um recurso de caráter residual, ou seja, ainda que em tese seja possível interpor o recurso em sentido estrito, se a decisão a ser impugnada estiver contida em uma sentença a parte interessada deve se abster de interpor o RESE e recorrer por meio da apelação.
Art. 593. Caberá apelação no prazo de 5 (cinco) dias: [...]
§ 4o  Quando cabível a apelação, não poderá ser usado o recurso em sentido estrito, ainda que somente de parte da decisão se recorra. 
Se a decisão que a parte pretende ver reformada ou anulada já transitou em julgado, porém, o recurso cabível será o agravo em execução, que encontra previsão no Art. 197 da Lei de Execuções Penais.
Hipóteses de cabimento do RESE
Dispõe o Art. 581 do CPP:
Art. 581.  Caberá recurso, no sentido estrito, da decisão, despacho ou sentença:
I - que não receber a denúncia ou a queixa;
II - que concluir pela incompetência do juízo;
A respeito do Art. 581, II é preciso ressaltar que a decisão que reconhece a incompetência do juízo pode ter sido proferida de ofício ou por provocação das partes. Lima atenta para o fato de que a decisão que desclassifica o crime no âmbito do Tribunal do Júri também acaba por concluir por sua incompetência, devendo ser incluída nessa hipótese.
III - que julgar procedentes as exceções, salvo a de suspeição;
Ressalte-se que a decisão que considerar improcedentes as exceções será irrecorrível. Lima assevera, porém, que esse tópico poderá ser questionado no bojo da apelação, podendo se vislumbrar ainda a impetração de habeas corpus caso os demais requisitos para seu manejo estejam preenchidos.
IV – que pronunciar o réu;           
Diante de decisão que deixa de pronunciar o réu, o recurso adequado é a apelação. O STF já firmou entendimento de que é lícito ao assistente de acusação interpor RESE na hipótese do supracitado inciso.
V - que conceder, negar, arbitrar, cassar ou julgar inidônea a fiança, indeferir requerimento de prisão preventiva ou revogá-la, conceder liberdade provisória ou relaxar a prisão em flagrante;
A respeito dessa hipótese, cumpre ressaltar que o RESE só pode ser interposto para questionar decisões judiciais. Portanto, sendo o caso de arbitramento de fiança pela autoridade policial, na forma da lei, não poderá a parte interpor RESE com base no inciso em questão.
VII - que julgar quebrada a fiança ou perdido o seu valor;
A quebra da fiança ocorre quando o acusado deixa de comparecer tendo sido regularmente intimado, pratica ato de obstrução, descumpre medida cautelar, resiste a ordem judicial, pratica nova infração dolosa ou deixa de cumprir com os deveres descritos nos Arts. 327 e 328 do CPP.
O fiador tem legitimidade para interpor RESE nesse caso.
VIII - que decretar a prescrição ou julgar, por outro modo, extinta a punibilidade;
IX - que indeferir o pedido de reconhecimento da prescrição ou de outra causa extintiva da punibilidade;
X - que conceder ou negar a ordem de habeas corpus;
No que se refere ao habeas corpus, deve-se entender a concessão ou denegação de que trata o inciso X como aquela que foi decidida por delegado de polícia. Sabe-se que o RESE só é cabível diante de decisões de juízo singular. O ato da autoridade policial que restringe a liberdade de alguém seria fundamento para a apreciação do habeas corpus por juiz singular.
Se o juiz do caso conceder a ordem, sua decisão deverá ser remetida ao Tribunal por força do disposto no Art. 574, I, CPP.
XI - que conceder, negar ou revogar a suspensão condicional da pena;
Entende-se que esse inciso também abarca a possibilidade de interpor RESE diante da concessão, denegação ou revogação da suspensão condicional do processo. Quanto à suspensão condicional da pena, porém, Lima afirma que o dispositivo foi tacitamente revogado. O autor explica que a suspensão da pena pode ser questionada no bojo da sentença, situação diante da qual o recurso adequado será o de apelação, ou ainda perante o juízo da execução, quando poderá ser questionada por meio de agravo em execução.
XII - que conceder, negar ou revogar livramento condicional;
XIII - que anular o processo da instrução criminal, no todo ou em parte;
O inciso XII foi tacitamente revogado pela acima mencionada disposição da Lei de Execuções Penais que traz a figura do agravo em execução como o recurso adequado a ser interposto perante o juízo da execução.
Sobre o inciso XIII, deve-se interpretar a "instrução criminal" de forma ampla, compreendendo toda a fase judicial do processo criminal.
XIV - que incluir jurado na lista geral ou desta o excluir;
Lima entende que essa hipótese não mais comporta a interposição de recurso em sentido estrito. Para aqueles que acreditam que ainda se trata de hipótese de cabimento, importa ressaltar que o prazo para recorrer difere das demais hipóteses: será de 20 dias, contados da publicação da lista.
O Presidente do Tribunal será o competente para o julgamento do RESE. A legitimidade para interpor o recurso será ampla, incluindo qualquer pessoa que demonstrar interesse, inclusive quem figurar como jurado na lista geral.
XV - que denegar a apelação ou a julgar deserta;
A denegação se refere à inadmissibilidade do recurso de apelação, quando decretada pelo juízo que proferiu a sentença. A deserção diz respeito somente à falta de preparo, em se tratando de ação penal privada.
XVI - que ordenar a suspensão do processo, em virtude de questão prejudicial;
A disposição desse inciso não pode ser estendida às hipóteses de indeferimento do pedido de suspensão do processo por qualquer das partes. Se o RESE em face da decisão de suspensão for julgado procedente, o intervalo de tempo até o julgamento do recurso deve ser computado no cálculo da prescrição.
XVII - que decidir sobre a unificação de penas;
XVIII - que decidir o incidente de falsidade;
XIX - que decretar medida de segurança, depois de transitar a sentença em julgado;
XX - que impuser medida de segurança por transgressão de outra;
XXI - que mantiver ou substituir a medida de segurança, nos casos do art. 774;
XXII - que revogar a medida de segurança;
XXIII - que deixar de revogar a medida de segurança, nos casos em que a lei admita a revogação;
XXIV - que converter a multa em detenção ou em prisão simples.
O único dos incisos acima que não se considera tacitamente revogado é o inciso XVIII. Será possível, para a hipótese nele prevista, interpor RESE independentemente de ter sido considerado o incidente procedente ou improcedente.
Os incisos XVII, XIX, XX, XXI, XXII e XXIII não mais correspondem a hipóteses de cabimento de RESE, tendo em vista as disposições constantes da LEP a respeito do agravo em execução.
Já o inciso XXIV perdeu seu efeito devido a não mais haver a previsão da conversão de multa em prisão, por força das alterações promovidas pela Lei nº 9.268/96 no Código Penal.
XXV - que recusar homologação à proposta de acordo de não persecução penal, previsto no art. 28-A desta Lei.
O último inciso faz referência ao acordo de não persecução penal. Lima entende que essa disposição deve ser interpretada extensivamente para abranger tambéma recusa à homologação de acordo de colaboração premiada.
O juiz não homologará o acordo caso entenda que o pacto firmado não respeita os requisitos que o legislador impôs para a sua formação, ou ainda que não se trata de um acordo adequado considerando os parâmetros previstos no Art. 28-A, §5º do CPP.
Processamento do RESE
O prazo para interposição do recurso em tela é de cinco dias, exceto pelo disposto no Art. 581, XIV, CPP, de que já tratamos. As partes terão dois dias para apresentar razões e as respectivas contrarrazões.
Lima destaca que, por comportar a possibilidade de retratação do juiz, as razões devem ser apresentadas oportunamente, de modo que o órgão que proferiu a decisão possa levá-las em consideração.
Efeito suspensivo
Entende-se que o RESE terá efeito suspensivo se interposto com base no Art. 581, incisos IV, VII ou XV.
Caso o RESE seja interposto contra decisão de pronúncia, seu efeito suspensivo não atinge a medida cautelar que tenha sido imposta concomitantemente à pronúncia.
O efeito suspensivo relativo ao inciso VII diz respeito apenas ao perdimento de metade da quantia dada devido à quebra da fiança.
Apelação
Parafraseando Lima, a apelação é um recurso que permite apreciação de questões de fato e de direito. Em regra, é um recurso de fundamentação livre. Pode ser interposta visando à cassação ou à substituição da decisão.
A respeito da sentença que emana dos processos de competência do Tribunal do Júri, a apelação só poderá reformá-la quanto à atuação do juiz que presidiu o feito, no que tange à aplicação do Direito pelo magistrado.
Isso se deve ao preceito constitucional que encontra previsão no Art. 5º, XXXVIII, "c" acerca da soberania dos vereditos.
Há apenas uma exceção que permite a reforma da sentença também quanto ao que foi decidido pelos jurados. Trata-se da hipótese em que a decisão está completamente em desacordo com as provas que foram produzidas no âmbito do processo. Para privilegiar o mandamento constitucional acima referido, porém, não é dado ao Tribunal que julga a apelação substituir a decisão dos jurados, podendo apenas cassá-la e determinar que se realize um novo julgamento.
Espécies de apelação
De acordo com a classificação de Lima, tem-se apelação:
Plena ou parcial
Enquanto a apelação plena abrange todo o conteúdo da decisão, a parcial visa a modificar apenas parte do que restou definido pela sentença.
A apelação do tipo parcial é tida como regra nos processos da competência do Tribunal do Júri, pelo que vimos anteriormente.
Com a interposição da apelação, o recorrente deve desde logo delimitar o que pretende que seja apreciado pelo juízo ad quem. Caso não o faça, a apelação se presume plena.
Principal ou subsidiária
A apelação principal é aquela interposta pelo Ministério Público. Lima entende que a apelação subsidiária é aquela que é interposta pelo ofendido devido à inércia do Ministério Público. O autor aponta, porém, que parte da doutrina entende como subsidiária a apelação descrita no Art. 593, II do CPP:
Art. 593. Caberá apelação no prazo de 5 (cinco) dias:
II - das decisões definitivas, ou com força de definitivas, proferidas por juiz singular nos casos não previstos no Capítulo anterior;
O capítulo anterior a que o legislador fez referência é aquele na qual são descritas as hipóteses de cabimento do RESE.
Sumária ou ordinária
Lima explica que o entendimento tradicional é o de que a apelação sumária é aquela interposta em processos que versem sobre crimes para quais se prevê a pena de detenção, de acordo com o Art. 610 do CPP.
Seguindo a mesma lógica, a apelação ordinária é aquela que impugna a sentença proferida em ação penal acerca de delito para o qual se prevê pena de reclusão.
O doutrinador, porém, à luz do disposto na Lei nº 11.719/08, entende que a apelação deve ser classificada como uma das duas espécies de acordo não com a previsão da espécie da pena a ser aplicada, mas sim pelo tempo máximo de cumprimento previsto para o crime em tela.
Dessa forma, a apelação ordinária seria aquela na qual se prevê pena máxima de quatro anos ou mais, enquanto que a apelação sumária deveria ser reconhecida como aquela que é interposta no bojo de ação penal a respeito de crime que pode levar ao cumprimento de pena por período entre dois e quatro anos.
Cabimento
O Art. 593 do CPP traz os casos nos quais é possível interpor apelação.
O primeiro deles diz respeito à sentença prolatada por juiz singular que condena ou absolve o réu. Nada obsta a interposição face a absolvição sumária. A decisão embasada em causa extintiva da punibilidade é de natureza declaratória e não absolutória, motivo pelo qual o recurso a ser interposto é o RESE.
As decisões definitivas que não podem ser impugnadas por RESE foram endereçadas quando tratamos das apelações subsidiárias. São decisões que contêm julgamento de mérito, mas não determinam a absolvição ou a condenação do réu.
A apelação em face das decisões emanadas do Tribunal do Júri só podem ser interpostas quando se puder observar alguma das situações enumeradas nas alíneas do inciso III:
Art. 593. Caberá apelação no prazo de 5 (cinco) dias:
III - das decisões do Tribunal do Júri, quando:
a) ocorrer nulidade posterior à pronúncia;
b) for a sentença do juiz-presidente contrária à lei expressa ou à decisão dos jurados;
c) houver erro ou injustiça no tocante à aplicação da pena ou da medida de segurança;
d) for a decisão dos jurados manifestamente contrária à prova dos autos.  
A apelação contra sentença do Tribunal do Júri será um recurso de fundamentação vinculada, podendo versar apenas a respeito do que o legislador considerou adequado, que está inscrito no texto legal.
Aponta Lima que parte da doutrina considera o cabimento de apelação contra sentença do Tribunal do Júri inconstitucional, por afronta à soberania dos vereditos. O autor assevera, porém, que tal interpretação não considera que deixar de submeter a sentença à revisão nos casos enumerados viola o direito ao duplo grau de jurisdição. O estudioso ressalta ainda que o Tribunal não substitui a decisão dada pelo Conselho de Sentença, motivo pelo qual discorda dos que adotam o mencionado entendimento.
Processamento da apelação
O recurso deve ser interposto no prazo de cinco dias. As razões e contrarrazões devem ser apresentadas em oito dias, contados da notificação pelo juízo.
Em processos nos quais há a intervenção de assistente, esse deverá apresentar as razões em até três dias depois do Ministério Público.
Efeito suspensivo
A interposição da apelação implica a suspensão dos efeitos da sentença condenatória. Para as sentenças absolutórias próprias, não se reconhece esse efeito. Quanto às sentenças que absolvem o réu, mas impõem medida de segurança, diz-se que há efeito suspensivo indireto. A apelação, nesse último caso, impedirá que desde logo se forme a coisa julgada e também suspenderá a execução da medida de segurança.
Se o recurso tiver sido interposto por assistente que intervém no processo, não haverá suspensão dos efeitos da decisão, na forma do Art. 598, caput do CPP:
Art. 598.  Nos crimes de competência do Tribunal do Júri, ou do juiz singular, se da sentença não for interposta apelação pelo Ministério Público no prazo legal, o ofendido ou qualquer das pessoas enumeradas no art. 31, ainda que não se tenha habilitado como assistente, poderá interpor apelação, que não terá, porém, efeito suspensivo.
A apelação criminal é um dos recursos possíveis dentro do Processo Penal e está prevista no art. 593 do CPP.
Diante de todas as possibilidades de recurso criminal, pode ser confuso entender a apelação criminal, suas hipóteses de cabimento e os prazos de interposição.
Lembrando que os prazos para interpor a apelação criminal podem variar em função de quem irá recorrer, portanto, é preciso ficar atento!
Pensando nisso, a Legalcloud preparou esse post para você aprender tudo sobre o art. 593 do CPP e os prazos da apelação criminal de uma maneira simples e direta.
O que é apelação criminal?
A apelação criminal é um recurso do Código de Processo Penalque busca, de maneira geral, o reexame da matéria já examinada em sentença definitiva (ou com força de definitiva) de primeira instância.
Dessa maneira, a parte sucumbente, isto é, a parte considerada prejudicada pela decisão, recorre ao princípio do duplo grau de jurisdição.
Através da apelação criminal a matéria é revista pela órgão jurisdicional superior, de forma a tentar reformar, anular ou substituir a decisão proferida no primeiro grau de jurisdição. 
A apelação criminal pode ser plena (quando se dirigir ao inteiro teor da decisão) ou parcial (quando o inconformismo é com apenas uma parte da decisão).
A apelação criminal está prevista no art. 593 do CPP, além de estar também nos arts. 76 e 82 da Lei nº 9.099/1995, que trata do Juizado Especial Criminal
Quais são os prazos e quem pode interpor apelação criminal?
Há cinco personagens dentro do Processo Penal que podem interpor um recurso de apelação criminal.
Eles são definidos pelo art. 577 do CPP: o Ministério Público; o querelante (autor da queixa-crime na ação penal privada); o assistente de acusação; o réu e seu procurador ou defensor.
Lembrando que o parágrafo único do art. 577 dispõe que o recurso penal não será admitido quando a parte recorrente não tiver interesse na reforma ou modificação da decisão.
Ministério público e a apelação criminal
O Ministério Público não está restrito apenas à acusação.
O Ministério Público pode interpor a apelação criminal em favor do réu, em seu papel de fiscal da lei, caso ele já não tenha apelado tempestivamente contra sentença condenatória.
Todavia, o Ministério Público não pode lançar mão da apelação em sentenças absolutórias nas ações penais privadas, pois lhe falta titularidade.
Esta é conferida apenas ao particular, e não ao Estado.
Ainda assim, segundo Guilherme de Souza Nucci, o MP pode “apresentar recurso de apelação contra a decisão condenatória, que não aplicou corretamente a pena ou que, injustamente, sem provas suficientes, condenou o querelado.”
Por outro lado, nas ações penais privadas subsidiárias da pública, há legitimidade recursal do MP, independentemente do caso.
Prazo para apelação criminal pelo Ministério Público
A contagem de prazo para interposição da apelação criminal pelo Ministério Público se dá a partir do recebimento dos autos no setor administrativo do MP.
Esse entendimento jurisprudencial cria uma exceção para a contagem de prazos processuais penais a partir da intimação, disposta pela Súmula 710 do STF.
Lembrando os prazos de apelação criminal pelo Ministério Público:
Prazo para interposição da apelação criminal: 5 dias.
Prazo para razões: 8 dias.
Prazo para vista dos autos nas ações penais movidas pelo ofendido: 3 dias.
No processo penal, o MP não possui prazo em dobro para recorrer, conforme jurisprudência do STF (HC 120.275). 
Querelante e a apelação criminal
Nas ações penais privadas ou da ação penal privada subsidiária da pública, existe a figura do querelante e do querelado.
O querelante é o ofendido e autor da queixa-crime (petição inicial nestas ações específicas), enquanto o querelado é o ofensor.
Nas ações penais privadas, a titularidade é do ofendido.
Por outro lado, na ação penal privada subsidiária da pública, a titularidade é do Estado. 
Todavia, o ofendido pode propor a ação, através da queixa-crime subsidiária, quando o MP se manter inerte.
Prazo para apelação criminal pelo querelante
Conforme previsto no art. 593 do CPP, os prazos de apelação criminal pelo querelante são:
Prazo para interposição da apelação criminal: 5 dias.
Prazo para razões: 8 dias.
O assistente da acusação e a apelação criminal
Nas ações penais penais públicas, a titularidade é do Estado. Assim, o ofendido pode atuar como assistente de acusação, conforme o art. 268 do CPP.
Nas ações penais privadas, a figura do assistente não é admitida, uma vez que sua titularidade já é do ofendido.
Assim, a função do assistente de acusação é representar os interesses do ofendido e auxiliar o MP, independentemente da ação pública ser condicionada ou incondicionada.
Podem ser assistentes: o ofendido e seu representante legal, ou na falta destes, seu cônjuge, ascendente, descendente ou irmão, nos termos dos art. 268 e 31, ambos do CPP.
O ofendido também pode constituir advogado para desempenhar a função de assistente da acusação.
É preciso destacar que o corréu não pode ser assistente, como disposto no art. 270 do CPP.
O assistente pode interpor apelação criminal, como lhe é facultado no art. 271 do CPP.
Para ser habilitado como assistente, o ofendido deve formular um pedido ao juiz para tal e o Ministério Público se manifestará a favor se preenchidos os requisitos legais.
Nesse caso, o prazo para interpor a apelação é o prazo comum de 5 dias, uma vez que já participando do processo, será intimado da sentença e terá acesso aos autos (art. 593 do CPP).
Mesmo não habilitado, o assistente também poderá interpor apelação criminal, em conformidade com o art. 598 do CPP, mas sem efeitos suspensivos.
O recurso de apelação do assistente é subsidiário em relação ao recurso do Ministério Público.
Também vale lembrar que a Súmula nº 448 do STF dispõe que o prazo para o assistente recorrer, supletivamente, começa a correr assim que termina o prazo do MP.
O assistente pode ser admitido em qualquer momento do processo, até o trânsito em julgado. Todavia, não é admitido na fase de inquérito policial ou de execução da pena.
Já no âmbito do Tribunal do Júri, só se pode ser assistente se sua habilitação tiver sido requerida até 5 dias antes da data da sessão, em consonância com o art. 430 do CPP.
razo para apelação criminal pelo assistente
Como visto acima, os prazos para interposição do recurso de apelação criminal pelo assistente variam conforme a sua habilitação no processo penal em curso.
	
	Assistente habilitado
	Assistente não habilitado
	Prazo para interposição da apelação criminal
	5 dias
	15 dias
	Dispositivo legal
	art. 593 do CPP
	art. 598 do CPP, § único
	Prazo para razões
	3 dias após o MP
	3 dias após o MP
Assim como é estabelecido no art. 577 do CPP, tanto o réu quanto o seu procurador ou defensor são legitimados para recorrer através da apelação criminal.
Quando o réu necessita de assistência jurídica e não tem meios de constituir um advogado, a Defensoria Pública pode atuar de forma a fornecer a defesa técnica.
A Lei Complementar nº 80/1994 organiza o estabelecimento da Defensoria Pública e a concessão da assistência jurídica para os necessitados.
É através dela que é concedido o dobro de todos os prazos aos processos do defensor público, inclusive os de apelação no âmbito do CPP.
Ainda que o procurador e o defensor estejam mais aptos a garantir o exercício da ampla defesa, o réu também tem legitimidade para interpor a apelação de forma autônoma.
Isso se dá pois a pena afeta unicamente a pessoa do condenado, e apenas ele irá sentir verdadeiramente o inconformismo e os efeitos da sentença.
Entretanto, nos casos em que o réu renunciar ao direito de interpor a apelação criminal, sem a assistência de seu procurador ou defensor, este ainda poderá apelar.
Tal entendimento está pacificado pela Súmula 705 do STF.
Quando é cabível a apelação criminal?
O recurso de apelação pode ser interposto sempre que ocorrerem as hipóteses previstas no art. 593 do CPP.
Além disso, conforme o art. 599 do CPP, as apelações podem ser interpostas em relação a todo o julgado ou em partes.
Sentenças definitivas proferidas por juiz singular
A primeira delas é quando houver “sentenças definitivas de condenação ou absolvição proferidas por juiz singular”.
Assim, a apelação criminal sempre será cabível quando o juiz de primeira instância decidir por absolver ou condenar o réu.
Ou seja, o caso de um acórdão condenatório, por exemplo, não está previsto nesta hipótese.
O inciso I do art. 593 do CPP trata das sentenças de condenação, absolvição, absolvição imprópria e absolvição sumária no rito do Tribunal do Júri (art. 415 do CPP).
No que tange a absolvição sumária, que em regra é passível de apelação criminal, vale lembrar do art.397 do CPP, que traz a possibilidade:
“Art. 397.  Após o cumprimento do disposto no art. 396-A, e parágrafos, deste Código, o juiz deverá absolver sumariamente o acusado quando verificar: 
I – a existência manifesta de causa excludente da ilicitude do fato;   
II – a existência manifesta de causa excludente da culpabilidade do agente, salvo inimputabilidade;     
III – que o fato narrado evidentemente não constitui crime; ou    
IV – extinta a punibilidade do agente.“
Como já dito anteriormente, é possível interpor apelação criminal para impugnar sentenças de absolvição sumária, mas há uma exceção!
É importante destacar que o inciso IV do art. 397 tem sua natureza declaratória, como disposto na Súmula 18 do STJ. Nesse caso, portanto, não cabe apelação criminal:
“SÚMULA n.18/STJ: A sentença concessiva do perdão judicial é declaratória da extinção da punibilidade, não subsistindo qualquer efeito condenatório.“
Relembre o que é a absolvição sumária!
O recebimento da denúncia ou queixa dá início à ação penal. Recebendo a peça acusatória, o réu deve ser citado para para responder a acusação em até 10 dias.
Nesse sentido, quando o juiz toma ciência de certas circunstâncias, ele pode determinar o julgamento antecipado do processo, nos ritos do procedimento comum.
Essas circunstâncias estão previstas no art. 397. Desse modo, o juiz pode absolvê-lo sumariamente.
A absolvição sumária também se aplica aos procedimentos especiais do Tribunal do Júri, com o art. 415 do CPP.
Já no que tange os procedimentos especiais do Tribunal do Júri, o art. 416 deixa claro: contra a sentença de impronúncia ou de absolvição sumária caberá apelação.         
Vale lembrar da impronúncia também! O art. 414 do CPP a prevê quando o juiz não se convencer da materialidade do fato ou da existência de indícios suficientes de autoria ou participação.
Decisões definitivas ou com força de definitivas quando não couber RESE
Nesse caso, o inciso II do art. 593 do CPP dispõe “decisões definitivas, ou com força de definitivas, proferidas por juiz singular nos casos não previstos no Capítulo anterior“.
Ou seja, somente pode-se interpor o recurso de apelação quando não for possível o Recurso em Sentido Estrito (RESE), cujas hipóteses estão ilustradas no art. 581 do CPP.
Assim, a apelação criminal tem um caráter residual.
São hipóteses que não julgam o mérito do processo, mas decidem e concluem controvérsias surgidas durante o processo, podendo ou não extingui-lo.
Segundo o penalista Guilherme Nucci, essas hipóteses também são chamadas de decisões interlocutórias mistas.
Decisões específicas no âmbito do Tribunal do Júri
Em virtude da garantia constitucional da soberania dos veredictos do Júri (art. 5º, XXXVIII, alínea “c”, da CF), a apelação criminal só é uma possibilidade em casos específicos.
O último inciso do art. 593 do CPP restringe o cabimento do recurso de apelação para quando
a) ocorrer nulidade posterior à pronúncia
A nulidade é, basicamente, um defeito jurídico que torna um ato jurídico, no todo ou em parte, inválido. 
Lembrando que a nulidade absoluta pode ser arguida a qualquer tempo, mesmo após o trânsito em julgado, enquanto a nulidade relativa deve ser arguida em momento oportuno!
Dica: o art. 571 do CPP traz os momentos certos para se arguir a nulidade peremptoriamente.
Ou seja, quando o réu já foi pronunciado (materialidade do fato + indícios suficientes de autoria ou participação), mas ocorre uma nulidade, pode-se interpor a apelação criminal.
Por exemplo: se a constituição do júri não atingiu o quórum mínimo de 15 pessoas, conforme preceituado no art. 571, III, alínea “i” do CPP, há aí uma nulidade que possibilita o recurso de apelação.
Nesse caso, sendo reconhecida a nulidade, o julgamento deve ser anulado e o réu, submetido a outro.
b) for a sentença do juiz-presidente contrária à lei expressa ou à decisão dos jurados
O juiz-presidente é o juiz togado que, como o nome sugere, preside a sessão do Tribunal do Júri.
Sua sentença deve estar em consonância com o decidido pelos jurados e com a lei expressa.
Quando isso não ocorre, deve-se interpor a apelação criminal para que a sentença seja retificada em conformidade.
Nesse caso, sendo o recurso de apelação provido, o julgamento não é anulado, uma vez que não se trata de decisão do conselho de sentença.
Um exemplo é a interposição da apelação quando o júri reconhece uma qualificadora e o juiz-presidente a desconsidera na hora de condenar o réu.
c) houver erro ou injustiça no tocante à aplicação da pena ou da medida de segurança
A injustiça se caracteriza quando o juiz não respeita o princípio da individualização da pena, aplicando seu regime de cumprimento de maneira inadequada.
Por outro lado, o erro ocorre quando há um equívoco na hora de se estipular a pena ou medida de segurança.
Em ambos os casos, a apelação criminal provida retificará a aplicação da pena ou medida de segurança, sem afetar a soberania do conselho de sentença. 
É preciso destacar que o recurso de apelação não pode ser interposto, nesse contexto, para incluir ou excluir qualificadoras, reconhecer privilégios ou causas de aumento e diminuição da pena que já não tenham sido conhecidas pelo Júri.
Entretanto, é possível interpor a apelação para incluir ou excluir agravantes ou atenuantes
d) for a decisão dos jurados manifestamente contrária à prova dos autos
Decisões manifestamente contrárias às provas são aquelas que fogem completamente dos elementos probatórios.
Isso se dá pois a decisão dos jurados deve ser formada de maneira livre e pela íntima convicção destes, mas ainda assim precisa encontrar apoio nas provas trazidas.
Nesse contexto de decisões arbitrárias, a apelação criminal deve ser interposta para que seja verificada a existência de algum tipo de embasamento probatório na decisão dos jurados.
Caso a apelação seja provida, será realizado novo julgamento. Mas atenção! Conforme o parágrafo 3º do art. 593 do CPP, a apelação só será cabível uma única vez!
Ou seja, em caso de novo julgamento, os jurados poderão deliberar da forma que entenderem correta, inclusive no mesmo sentido da decisão apelada.
Exceções da apelação criminal
Conforme o parágrafo quarto do art. 593 do CPP, verifica-se que a apelação criminal tem caráter residual, sendo cabível nos casos em que não se pode utilizar o RESE.
Por isso, existem exceções à apelação criminal, ainda que sejam decisões compatíveis com o disposto nos incisos do art. 593 do CPP.
Mesmo que a decisão seja absolutória ou terminativa (ou com força de terminativa), é preciso verificar se não se enquadram no art. 581 do CPP.
Nesse sentido, a apelação não poderá ser utilizada, devendo ser interposto o recurso em sentido estrito, quando a decisão:
Rejeitar a denúncia ou queixa (art. 581, I, do CPP)
Acolher exceção de coisa julgada, de ilegitimidade de parte ou de litispendência (art. 581, III, do CPP)
Pronunciar o réu (art. 581, IV, do CPP)
Extinguir a punibilidade (art. 581, VIII e IX, do CPP)
Absolver sumariamente o réu se verificada a extinção da punibilidade (art. 397, IV, do CPP)
Importante! No Juizado Especial Criminal, regido pela Lei nº 9.099/95, da decisão que rejeita denúncia ou queixa, cabe apelação criminal! A previsão encontra-se no art. 82.
	HIPÓTESE
	PRAZO
	FUNDAMENTAÇÃO LEGAL
	Prazo para apelação criminal comum
	5 dias
	Art. 593 do CPP
	Prazo para apelação criminal do assistente habilitado
	5 dias
	Art. 593 do CPP + precedente HC 59.668-RJ, DJ 4/6/1982 do STF]
	Prazo para apelação criminal do assistente não habilitado: 15 dias [art. 598, P. único]
	15 dias
	Art. 598, parágrafo único, do CPP
	Prazo para apelação criminal no âmbito do Juizado Especial Criminal
	10 dias
	Art. 82 da Lei nº 9.099/1995
	Resposta do recorrido no âmbito do Juizado Especial Criminal
	10 dias
	Art. 82, § 2º, da Lei nº 9.099/1995
	Prazo para razões em processos comuns
	8 dias
	Art. 600 do CPP
	Prazo para razões em processos de contravenção
	3 dias
	Art. 600 do CPP
	Prazo para razões pelo assistente
	3 dias
	Art. 600, parágrafo primeiro, do CPP
	Vista dos autos pelo MPem ação penal movida pelo ofendido
	3 dias
	Art. 600, parágrafo segundo, do CPP
	Prazo recursal em dobro pela Defensoria Pública
	10 dias
	Art. 44, I; art. 89, I; e art. 128, I, da LC nº 80/1994
	Prazo para os autos serem remetidos à instância superior findo os prazos para razões
	5 dias
	Art. 601 do CPP
	Prazo para os autos serem remetidos à instância superior caso peças do processo fiquem arquivadas no cartório
	30 dias
	Art. 601 do CPP + art. 603 do CPP
	Translado dos autos, caso haja mais de um acusado e nem todos tenham apelado, à instância superior
	30 dias
	Art. 601, parágrafo primeiro do CPP
	Prazo para apresentação da apelação no Tribunal ad quem
	5 dias
	Art. 602 do CPP
Importante! A apelação no Juizado Especial Criminal tem prazo simultâneo de 10 dias para interpor e arrazoar. Não há intimação para razões!
Também é importante destacar o parágrafo terceiro do art. 600, que dispõe prazo comum quando houver dois ou mais apelantes.
A apelação criminal e o RESE
Dentre os recursos penais possíveis, a apelação criminal e o recurso em sentido estrito (RESE) podem confundir os operadores do Direito.
Ainda que haja o princípio da unirrecorribilidade e a exigência da adequação para interpor recursos no direito processual penal, às vezes o advogado pode interpor o recurso errado.
ale lembrar do parágrafo quarto do art. 593 do CPP, que preconiza que o recurso de apelação, quando cabível, impede a interposição do recurso em sentido estrito.
	
	RESE
	APELAÇÃO CRIMINAL
	FUNDAMENTAÇÃO LEGAL
	Cabimento
	Rol taxativoDecisões interlocutórias
	Caráter residual
Decisões que põem fim ao processo
	Apelação: art. 593 do CPP
RESE: art. 581 do CPP
	Legitimidade
	Igual
	Igual
	Art. 577 do CPP + art. 271 do CPP
	Efeito regressivo
	Sim
	Não
	Apelação: arts. 596 e 597
RESE: art. 589 do CPP
	Prazo comum de interposição
	5 dias
	5 dias
	Apelação: art. 593 do CPP
RESE: art. 586 do CPP 
	Prazo comum para razões
	2 dias
	8 dias
	Apelação: art. 600 do CPP
RESE: art. 588 do CPP
	Forma de interposição
	Petição
Por termo nos autos
	Petição
Por termo nos autos
	Art. 578 do CPP
	Exemplo de aplicação
	Decisão de pronúncia
	Decisão de impronúncia
	Apelação: art. 416 do CPP
RESE: art. 581, IV, do CPP
Nesse sentido, o STJ já fixou uma tese que permite a aplicação do princípio da fungibilidade quando não houver má-fé ou erros grosseiros, em consonância com o art. 579 do CPP:
 “Aplica-se o princípio da fungibilidade à apelação interposta quando cabível o recurso em sentido estrito, desde que demonstrada a ausência de má-fé, de erro grosseiro, bem como a tempestividade do recurso.”
De um modo geral, a principal diferença é a hipótese de cabimento desses recursos.
O RESE tem um rol taxativo (art. 581 do CPP) de cabimento, enquanto a apelação, que tem caráter residual, cabe em decisões que põem fim ao processo e que não admitem RESE.
tabela simplificando as principais diferenças e semelhanças entre o RESE e a apelação criminal.
Quais são os efeitos da apelação criminal?
Os efeitos da apelação criminal podem ser três: devolutivo, extensivo e suspensivo.
Na apelação criminal, não se aplica o efeito regressivo de outros recursos penais — RESE e agravo em execução (art. 589 do CPP e art. 197 da Lei nº 7.210/84, respectivamente). 
Só para relembrar! O que é efeito regressivo?
O efeito regressivo nos recursos penais ocorre quando o processo é retorna ao conhecimento do juízo que tomou a decisão.
Assim, ele pode rever sua decisão, quando houver expressa previsão legal.
Isso não torna tal juízo competente para julgar o recurso, mas o permite proferir outra decisão (juízo de retratação) ao acolher as razões do recorrente.
Efeito devolutivo da apelação criminal
O efeito devolutivo tem a função de devolver o conhecimento da matéria para reexame ao órgão superior ao que proferiu a sentença apelada.
Nesse sentido, a apelação sempre tem efeito devolutivo. 
Em tese, pela força do princípio tantum devolutum quantum apllelatum (“tanto se devolve quanto se apela”), o Tribunal ad quem deveria conhecer as matérias trazidas na apelação interposta. 
Todavia, o efeito devolutivo da apelação criminal também pode implicar na apreciação de matérias além do tema recursal, tendo em vista os princípios do favor do rei e da busca da verdade real. 
or exemplo, o Tribunal pode absolver o acusado quando na apreciação de uma apelação do Ministério Público para aumentar a pena.
O STJ, inclusive, ao divulgar 15 teses sobre apelação criminal e o RESE, disponibilizou a seguinte:
“O  efeito devolutivo amplo da apelação criminal autoriza o Tribunal de origem a conhecer de matéria não ventilada nas razões recursais, desde que não agrave a situação do condenado.”
Entretanto, vale lembrar que a Súmula 713 do STF define que o efeito devolutivo contra as decisões do júri é restrito aos fundamentos da interposição.
Efeito extensivo da apelação criminal
Ocorre quando há concurso de agentes, conforme disposição do art. 580 do CPP. 
Quando apenas um réu apela da decisão e sua apelação criminal é apreciada no sentido de reformar a sentença, a mudança também atingirá os corréus.
O efeito extensivo da apelação criminal, contudo, é delimitado para os aspectos objetivos do processo, beneficiando os demais apenas nas partes em comum do recurso.
Isto é, se a apelação se fundamentar em motivos de caráter exclusivamente pessoal do réu que interpôs a apelação, a decisão reformada não aproveitará aos demais.
O efeito suspensivo é excepcional e só ocorre quando a lei estipular.
Ele impede que a decisão produza consequências imediatas em virtude da interposição do recurso de apelação. 
A apelação criminal não tem efeitos suspensivos quando a sentença absolve o réu — conforme o art. 596 do CPP, ele deve ser posto em liberdade prontamente. 
Por outro lado, quando se trata de sentença condenatória, há efeito suspensivo na apelação: o art. 597 do CPP deixa claro. 
Estando o réu solto, a pena privativa de liberdade só pode ser executada após o trânsito em julgado.
O que é suspensão condicional do processo
A suspensão condicional do processo, também conhecida como sursis processual, serve para anular um processo criminal que tenha menor potencial ofensivo, com pena de até um ano. Na prática, o acusado precisa cumprir uma série de condições fixadas em juízo, para que sua punibilidade seja extinta.
Trata-se, portanto, de uma medida do Direito Penal que tem caráter de despenalização, anulando todo o processo.
A Suspensão Condicional do Processo (SCP) ou sursis processual é uma medida despenalizadora cabível, sob determinadas condições, em crimes de menor potencial ofensivo e com pena de até um ano. Saiba mais!
O advogado criminal deve estar atento à todas as possibilidades de garantir a melhor representação do seu cliente, além de ter o dever de representá-lo de forma com que a sua pena seja a mais justa possível, dentro dos parâmetros da lei.
A suspensão condicional do processo, dessa forma, se apresenta como uma possibilidade importante para pessoas sem passado criminal.
Ter conhecimento de como a suspensão condicional do processo pode ser aplicada no caso específico e da jurisprudência sobre o tema é muito importante para o criminalista, pois a mesma pode se apresentar como uma forma de possibilitar que o acusado não enfrente tempo em cárcere.
Qual o objetivo da suspensão condicional do processo
Como abordamos anteriormente, o objetivo da suspensão condicional do processo, então, é oferecer ao réu do processo penal a possibilidade de não ter que cumprir a pena, anulando o processo, o que faz com que a pessoa não obtenha uma ficha criminal.
Como a possibilidade de sursis processual só é cogitada em crimes que tenham como pena máxima a reclusão por um ano, atingindo assim crimes de pouco impacto ou potencial ofensivo à terceiro ou à sociedade.
A SCP e os antecedentes criminais
Considera-se a Suspensão Condicional do Processo uma medida despenalizadora. Justamente por isso, a SPC não gera o reconhecimento de culpa ou antecedentes criminais.
Todavia, quando se trata da homologação emcargos públicos, a questão ganha outros contornos. É possível encontrar casos na jurisprudência em que a presença da suspensão impediu a ocupação de um determinado cargo. A interpretação do STF, no entanto, é no sentido de que, existindo o retorno do processo e o trânsito em julgado, prevalece a presunção de inocência, autorizando a ocupação do cargo.
Lei nº 9.099/95
A Lei nº 9.099/1995, além de regulamentar o funcionamento dos Juizados Especiais Cíveis e Criminais, importantes instituições jurídicas criadas com o objetivo de agilizar processos judiciais mais simples e de causas menores, trouxe os regramentos para a aplicação da suspensão condicional do processo. O artigo 89 da Lei nº 9.099 dispõe as regras para o sursis processual, baseando seus critérios para aprovação no artigo 77 do Código Penal que, por sua vez, aborda as questões voltadas à suspensão condicional da pena, que será abordada mais adiante.
Embora a Lei nº 9.099/95 apresente apenas um artigo sobre a suspensão condicional do processo (que, de forma subsidiária, é complementado pelo artigo 77 do Código Penal), o regramento é de extrema importância para o descongestionamento do sistema penal, além de oferecer ao réu outra possibilidade de cumprimento da punição.
Por isso, é muito importante que o advogado criminalista conheça as regras tanto da suspensão condicional do processo quanto do sursis penal, pois é do interesse tanto do profissional quanto do seu cliente ter acesso às melhores formas de defesa contra a acusação de um crime.
O principal benefício da suspensão condicional do processo é a extinção da punibilidade. Em outras palavras, o autor do crime cumpre as condições determinadas pelo juízo, a pena não é aplicada para o crime cometido.
É importante ressaltar, ainda, que o art. 89 da Lei 9.099/95 se refira a “crime”, esta não é a única hipótese de incidência do benefício. Pelo contrário, o sursis processual também é concedido em casos de contravenções penais.  Do mesmo modo, expressa a Súmula 337 do STJ que:
É cabível a suspensão condicional do processo na desclassificação do crime e na procedência parcial da pretensão punitiva.
O benefício da suspensão do processo não é aplicável em relação às infrações penais cometidas em concurso material, concurso formal ou continuidade delitiva, quando a pena mínima cominada, seja pelo somatório, seja pela incidência da majorante, ultrapassar o limite de um (01) ano. a onde encontrar a pessoa, caso seja necessário esclarecimentos.
Há a possibilidade da pessoa acusada de sair do local onde reside, porém é necessário que o juiz responsável pelo processo seja avisado anteriormente, com necessidade de justificativa para a viagem. Assim, o juiz poderá dar a permissão.
4. Comparecimento pessoal e obrigatório a juízo a cada mês
O acusado pode ser obrigado, para se beneficiar da suspensão condicional do processo, a comparecer mensalmente no juízo responsável pelo processo, para prestar contas de seus atos, justamente com o objetivo de monitorar as atividades da pessoa.
Se o acusado residir em outra localização da qual o processo penal ocorreu, o comparecimento se dará por carta precatória, onde o juiz responsável pela comarca onde vive o réu, o deprecado, fará o monitoramento a partir dos questionamentos do deprecante.
5. Outras situações impostas pelo juízo
O parágrafo 2º do artigo 89 define que o juiz não fica limitado apenas as restrições impostas pelo próprio artigo, podendo criar outras condições para o acusado se beneficiar da medida, desde que tenham relação com o caso específico.
Revogação da suspensão condicional do processo
Embora a suspensão condicional do processo seja apenas possível para pessoas que não estejam sendo processadas e que não tenham passado criminal, existem possibilidades de abertura para que o benefício seja suspenso pelo juízo.
Os parágrafos 3º e 4º do artigo 89 definem as situações onde o juízo pode revogar a medida, fazendo com que o acusado responda pelo crime que foi suspenso:
“§ 3º A suspensão será revogada se, no curso do prazo, o beneficiário vier a ser processado por outro crime ou não efetuar, sem motivo justificado, a reparação do dano”.
“§ 4º A suspensão poderá ser revogada se o acusado vier a ser processado, no curso do prazo, por contravenção, ou descumprir qualquer outra condição imposta”.
A suspensão condicional do processo se dará como completa na situação onde o acusado atender às demandas e condições do juízo pelo prazo estipulado (parágrafo 5º do artigo 89).
O que é a suspensão condicional da pena?
A suspensão condicional da pena, regulamentada pelo artigo 77 do Código Penal, também é uma medida que possibilita que o acusado não cumpra a pena dada a ele por atividade criminosa.
Na suspensão condicional da pena, também chamada de sursis penal, o condenado em processo criminal tem condições de não cumprir a pena, desde que cumpra a algumas determinações e condições postas, da mesma forma que funciona a suspensão condicional do processo.
“Art. 77 – A execução da pena privativa de liberdade, não superior a 2 (dois) anos, poderá ser suspensa, por 2 (dois) a 4 (quatro) anos, desde que:
I – o condenado não seja reincidente em crime doloso;
II – a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e personalidade do agente, bem como os motivos e as circunstâncias autorizem a concessão do benefício;
III – Não seja indicada ou cabível a substituição prevista no art. 44 deste Código”.
O parágrafo 2º do artigo 77 do Código Penal também admite que a pessoa possa a possibilidade de não cumprir uma pena de até quatro anos caso o condenado tenha mais de 70 anos de idade ou tenha condições de saúde que justifiquem a suspensão da pena.
Qual a diferença entre suspensão condicional da pena e suspensão condicional do processo?
A suspensão condicional da pena, por ter um efeito final relativamente parecido com a sursis processual (o não cumprimento da pena pelo acusado), é geralmente confundida e até levada como sinônimo da suspensão condicional do processo.
Entretanto, ambas possuem diferenças claras, que possuem impactos na vida do acusado e não forma com que o processo é dado.
Como vimos anteriormente, a suspensão condicional do processo extingue, por tempo determinado, até que se cumpram as condições, o próprio processo penal em que o acusado se encontra.
Isso faz com que o mesmo não tenha o delito acrescido em sua ficha criminal, deixando-a limpa. Cabe ao acusado, nesse caso, cumprir as demais demandas do juízo.
No sursis penal, por sua vez, o acusado é condenado pelo crime cometido, que está registrado em sua ficha criminal. O que o benefício possibilita é apenas o não cumprimento da pena em si, embora o processo já tenha corrido, tendo todas as demais aplicações mantidas.
Dessa forma, a suspensão condicional da pena tem caráter de prevenção da reincidência de crimes, porém mantendo as punições demandas pelo ato, tirando do condenado apenas a necessidade de passar tempo encarcerado.
Casos onde o sursis não pode ser aplicado
Embora a lei ofereça a possibilidade do sursis processual para quem atender os critérios estipulados, existem casos onde a jurisprudência não permite a aplicação do benefício. Veremos duas dessas situações abaixo:
1. Agente foi beneficiado anteriormente pelo sursis no prazo de 5 anos
Uma vez que a suspensão condicional do processo tem caráter despenalizante e de evitar a reincidência, a jurisprudência compreende que pessoas que já foram beneficiadas pelo sursis processual não devam ter acesso ao benefício em um período de tempo.
O Supremo Tribunal Federal baseia o impedimento do benefício no inciso II do parágrafo 2º do artigo 76 da Lei nº 9.099/95, que traz:
“Art. 76. Havendo representação ou tratando-se de crime de ação penal pública incondicionada, não sendo caso de arquivamento, o Ministério Público poderá propor a aplicação imediata de pena restritiva de direitos ou multas, a ser especificada na proposta. 
§ 2º Não se admitirá a proposta se ficar comprovado:
II – ter sido o agente beneficiado anteriormente, no prazo de cinco anos, pelaaplicação de pena restritiva ou multa, nos termos deste artigo”.
Dessa forma, o artigo 76 é estendido pela jurisprudência para as situações onde compete a possibilidade do benefício da suspensão condicional do processo.
2. Lei Maria da Penha
Os acusados de crimes que envolvem a violência contra a mulher, tipificados na lei Maria da Penha, também não podem se beneficiar do sursis processual.
O entendimento do STF sobre o tema foi condensado na súmula 536. Veja dois trechos de jurisprudência do Tribunal sobre o caso:
“[…] os delitos de lesão corporal leve doméstico cometidos contra a mulher não admitem suspensão condicional do processo, tendo em vista a constitucionalidade do art. 41 da Lei n. 11.340/2006, que veda a aplicação da Lei n. 9099/1995 aos delitos dessa espécie (ADI n.4.424 e ADC n. 19). […]”
 “[…] O art. 41 da Lei 11.340/06 (Lei Maria da Penha) afastou a incidência da Lei 9.099/95 quanto aos crimes praticados com violência doméstica e familiar contra a mulher, independentemente da pena prevista, o que acarreta a impossibilidade de aplicação dos institutos despenalizadores nela previstos, como a suspensão condicional do processo (art. 89 da Lei 9.099/95). […]”
Petição de aceitação da suspensão condicional do processo
É perceptível que ter conhecimento do benefício condicional do processo é de grande interesse do advogado criminalista, pois é importante que o mesmo consiga representar os interesses e a dignidade do seu cliente da melhor forma possível.
Por isso, saber realizar uma petição de aceitação das condições impostas pelo Ministério Público e pelo juízo para que a suspensão possa ocorrer é imprescindível.
Outras dúvidas sobre suspensão condicional do processo
Nesta parte deste artigo, respondemos a algumas das dúvidas mais comuns sobre a suspensão condicional do processo encontradas nas ferramentas de busca da internet.
O que acontece depois da suspensão condicional do processo?
No momento em que o acusador e seu defensor aceitarem as condições impostas pelo juízo na audiência, começará o prazo de suspensão do processo, junto com as condições impostas pelo juízo.
Caso o acusado cumpra todas as determinações durante o prazo, sem reincidir em outros delitos, o processo será anulado, livrando o réu de cumprir pena e de ter registro em ficha criminal.
Quais as consequências da suspensão condicional do processo?
As duas principais consequências do sursis processual são a extinção da punibilidade, fazendo com que o acusado não seja mais obrigado a cumprir a pena imposta pelo crime cometido, e o não registro do delito em sua ficha criminal, o que pode fazer com que o mesmo, em regra, possa participar de concursos públicos, por exemplo.
Ausência do réu na audiência de suspensão condicional do processo
A jurisprudência aponta que a ausência do réu na audiência do sursis processual implica na revelia do mesmo, que apresentará, então, impossibilidade de cumprir com as condições impostas, perdendo o direito ao benefício.
Saiba o que diferencia o réu primário do reincidente
É chamado tradicionalmente de “primário” o réu que não havia sido anteriormente condenado por sentença transitada em julgado. Já o reincidente é aquele que comete algum crime, já tendo sido condenado anteriormente. O desembargador Jaubert Carneiro Jaques esclarece a diferença.
O que é réu primário? Em um processo criminal, temos 3 figuras principais. O autor, réu e o Juiz da causa. O réu é a pessoa que está sendo acusada de ter praticado um delito. Mas até então, ele é considerado inocente. Isso porque, existe aquilo que chamamos de princípio da inocência, conforme o exposto no artigo 9º da Declaração Universal de Direitos Humanos, em que aborda que todo acusado de algum delito presume-se inocente até que seja declarado culpado. Nossa Constituição Federal também prevê expressamente o princípio da presunção da inocência, no seu artigo 5º, LVII, em que aborda que todo acusado é inocente até que exista uma sentença condenatória transitada em julgado.
Dessa forma, o réu é primário quando não existe contra ele uma sentença definitiva, ou seja, aquela que não cabe mais nenhum recurso.  Então, um réu não deixa de ser primário quando é acusado por um crime e nem quando é preso, mas apenas quando existir contra ele uma sentença condenatória com trânsito em julgado. Agora, o fato de ser réu primário não quer dizer que a pessoa não possa ter maus antecedentes, certo? Já que são termos distintos, vamos entender a diferença?
Antecedentes Criminais e Reincidência Primeiramente, você precisa entender que o réu pode ser primário e ter maus antecedentes, pois primariedade e antecedentes criminais não se confundem. Você já sabe que o réu deixa de ser primário quando existe contra ele uma sentença condenatória transitada em julgado. Agora, até que a sentença transite em julgado você sabe que pode demorar bastante, não é?  Dessa forma, enquanto não existe a sentença condenatória, o acusado é réu primário. Mas, se nesse meio termo ele resolver cometer outro delito, seja da mesma espécie ou não, ele terá maus antecedentes, pois ainda que não exista a sentença, de certa forma ele se envolveu com a justiça criminal e isso pode interferir na hora da dosimetria da pena. Por outro lado, perder a primariedade significa que ao cometer um outro delito após a condenação transitada em julgado, você será reincidente, o que pode implicar em uma pena mais severa e fazer com o que o acusado perca alguns direitos no processo.
réu primário e ter bons antecedentes criminais, ou seja, nunca teve nenhum tipo de envolvimento com a justiça criminal; réu primário mas ter maus antecedentes, ou seja, não teve uma condenação transitada em julgado, mas teve algum envolvimento com a justiça criminal; Perder a primariedade, ou seja, deixa de ser réu primário e ao cometer um outro delito será considerado reincidente e consequentemente, terá maus antecedentes. É importante ressaltar que a reincidência tem um período para acabar. Ter sido condenado não quer dizer que o indivíduo será pra sempre reincidente. Esse prazo é de 5 anos. Após 5 anos, acaba a reincidência mas ficam os antecedentes criminais.  Dessa forma, podemos entender como maus antecedentes tudo aquilo que remanesce da reincidência.  Quais benefícios que um réu primário possui em um processo criminal? O artigo 44 do Código Penal, prevê a possibilidade de conversão da pena privativa de liberdade por penas restritivas de direitos ao réu primário.  As penas restritivas de direitos são aquelas em que o acusado não é privado de sua liberdade mas paga pelo delito com a prestação de serviços à sociedade ou com a perda de algum direito. São penas restritivas de direito: 
prestação pecuniária; perda de bens e valores; limitação de fim de semana; prestação de serviços comunitários ou a entidades públicas; interdição de direitos.  Todavia, não são todos os casos em que o réu primário poderá ter sua pena privativa de liberdade substituída pela restritiva de direitos. O crime precisa, por exemplo, ter uma pena que não ultrapasse 4 anos, além de não ter sido cometido com emprego de violência ou grave ameaça. Outras hipóteses de cabimento da conversão de pena estão previstas no artigo 43 do Código Penal. Se não for o caso da substituição pela pena privativa de direitos, o réu primário pode ainda ter sua pena diminuída, conforme o artigo 59 do Código Penal. A primariedade é levada em conta na hora da fixação da pena. A Lei 11.343 ( Lei de Drogas) também beneficia o réu primário. A pena para o tráfico de drogas pode ser diminuída de 1/6 a 2/3  conforme o artigo 33, §4 da referida Lei. Todavia, o réu precisa de bons antecedentes e não pode integrar Organização Criminosa. Essa modalidade de tráfico é chamada de “tráfico privilegiado”.
Como fica a pena para o réu primário? Como citado anteriormente, o réu primário possui alguns benefícios com relação a fixação da pena. 
Assim, ele pode ter sua pena privativa de liberdade substituída pela pena restritiva de direitos. Mas nem sempre será possível, pela falta de algum requisito.Então, como fica a pena privativa de liberdade ao acusado que é réu primário?  De fato, essa é uma pergunta que não dá pra responder com exatidão. Posto que, cada crime possui uma pena, a depender da gravidade do delito, estou correta?  Mas posso te dizer que ser réu primário em um processo criminal é um benefício e tanto. Na primeira fase da dosimetria da pena, são observados critérios como os antecedentes criminais do acusado, sua personalidade e conduta na sociedade.  Se tratando de réu primário, a pena-base, via de regra, é fixada no mínimo legal, o que faz uma enorme diferença na pena aplicada ao acusado. 
O réu primário também não sofrerá com a agravante da pena pela reincidência, conforme o artigo 61 do CP. Como fica a pena quando o réu perde a primariedade? O réu quando deixa de ser primário perde todos os benefícios descritos acima. Na verdade, se ele voltar a praticar alguma conduta delituosa, além de não ter benefícios, ele terá alguns malefícios.  O réu quando perde a primariedade e volta a cometer um delito é chamado de reincidente. Vale lembrar, que o réu só perde a sua primariedade quando existe contra ele uma sentença condenatória transitada em julgado. Se existe um processo ainda em andamento, o réu, por enquanto, é considerado inocente e primário. Após o trânsito em julgado, qualquer condenado em processo criminal, quando voltar a cometer delitos, será considerado reincidente durante um período de 5 anos. Passado esse lapso temporal, o réu deixa de ser reincidente, mas continua tendo maus antecedentes. A reincidência será uma circunstância agravante na hora da aplicação da pena, a ser observada pelo magistrado e é analisada apenas na segunda fase da dosimetria da pena. Além da circunstância agravante, a reincidência em prática criminosa também traz outras consequências. O reincidente não pode ter a pena privativa de liberdade substituída pela restritiva de direitos no caso de crime doloso. Além disso, também não é possível o sursis e nem a substituição da pena privativa de liberdade pelo pagamento de multa. Não iremos aprofundar muito nesse contexto, já que o mérito do conteúdo é abordar sobre o réu primário e seus benefícios. Mas, saiba que as consequências para o reincidente não acabam por aqui. Réu primário e crimes hediondos Os crimes hediondos são aqueles de natureza grave. Como o latrocínio, homicídio qualificado, genocídio, entre outros. Você já sabe que o réu tem alguns benefícios. Agora, claro que se ele cometer algum crime grave ele sofrerá consequências mais severas, ainda que seja réu primário. Já que os crimes hediondos, por exemplo, são insuscetíveis de graça, indulto e anistia, além do indivíduo não ter direito a fiança. Mas ainda assim, o acusado pode fazer jus a alguns benefícios. Mesmo se esse crime for hediondo. Vamos entender?
A pessoa acusada de cometer um crime hediondo deve inicialmente responder pela pena em regime fechado, podendo progredir de regime com o tempo. A primariedade faz diferença justamente nesse momento. Posto que, o réu primário pode progredir de regime após o cumprimento de 2/5 da pena. Enquanto o réu reincidente só poderá progredir após 3/5 de cumprimento de pena em regime fechado.  Nos crimes hediondos, também é possível a concessão da liberdade condicional ao condenado que seja réu primário e tenha bons antecedentes, desde que cumpra mais de dois terços da pena. Agora, se o réu for reincidente em crime hediondo perde a possibilidade de concessão da liberdade condicional, nos termos do artigo 83, V, do Código Penal.
Como um advogado pode ajudar o réu primário? Um Advogado irá montar uma estratégia de defesa para seu cliente. Seja para provar a inocência do réu ou seja para buscar uma pena mais leve.  Existem alguns direitos inerentes ao acusado e o advogado especialista em direito criminal, fará com que eles sejam respeitados. Como por exemplo, o direito à ampla defesa e contraditório. Isto é, a Constituição Federal garante que todos os acusados possam se defender, independente da natureza do delito.  O acusado também faz jus ao direito ao silêncio, em que ele pode decidir falar apenas na presença do seu Advogado ou não responder perguntas, seja de um policial ou de um Juiz, a fim de preservar aquilo que chamamos de garantia a não autoincriminação.  E claro, irá buscar todos os benefícios garantidos ao réu que é primário. Se tratando de um crime culposo ou doloso, mas que a pena não ultrapasse 4 anos e não houve emprego de violência ou grave ameaça, ele pedirá pela substituição da pena privativa de liberdade pela restritiva de direitos.  Se tratando de um crime de natureza grave, ainda assim é possível obter alguns benefícios. Como a progressão de regime de forma mais rápida e a possibilidade de concessão da liberdade condicional, dentre outros benefícios.
Qual a pena para o réu primário?
Na prática, somente o juiz, após o julgamento do caso e respeitando todo o processo penal instituído por lei, poderá determinar a pena do réu. Sendo assim, não há resposta exata para essa pergunta, já que isso varia conforme a gravidade e o tipo de crime cometido.
No entanto, por se tratar de um réu primário,  a pessoa contará com direito à redução da pena. Então, veja como funciona:
Pena do réu reincidente
Crime simples: 1/6;
Crime hediondo: 3/5.
Pena do réu primário:
Crime simples: 1/6;
Crime hediondo: 2/5.
Imagine que Pedro foi condenado há 12 anos de reclusão, sendo réu primário em um crime simples. Conforme os dados acima, o cálculo se dá deste modo:
12 × 1/6  = 12/6 = 2 anos.
Isto é, após cumprir 2 anos de regime fechado, Pedro poderá terminar sua pena no regime  semiaberto.
Réu primário responde em liberdade?
Neste caso, muitas são as variáveis e condicionantes para saber se isso procede ou não. Além disso, essa pergunta é complexa e não permite somente uma resposta. Para a justiça, uma pessoa que comete um delito pela primeira vez deve receber considerações diferentes de um reincidente. 
Contudo, o direito de responder em liberdade irá depender da gravidade do caso. Portanto, primeiro é necessário saber qual o crime gerador da acusação. Caso seja lesão corporal grave ou então tentativa de homicídio, por exemplo, o juiz poderá negar o habeas corpus.
Além do tipo de crime, é preciso que o advogado do caso comprove que o suspeito cumpre todos os requisitos para gozar da liberdade provisória. Por exemplo, se o réu possui endereço fixo, não coagiu testemunhas e não possui qualquer possibilidade de fugir do local, para evitar uma futura prisão.
Deste modo, o advogado poderá entrar com um pedido de liberdade provisório, mediante fiança ou qualquer das hipóteses previstas no artigo 319 do Código de Processo Penal (CPP), com monitoração eletrônica ou comparecimento periódico em juízo.
E quanto a pena relativa ao crime de homicídio qualificado?
O homício qualificado ocorre quando um crime é feito por motivo fútil, isto é, por discriminação racial, sexual ou religiosa, ou incetivo financeiro, por exemplo. Além disso, trata-se de um crime premeditado, ou com emboscada, sem chance de defesa à vítima.
Desta forma, este crime se refere ao que possui maior pena prevista, variando de 12 a 30 anos. Além disso, podem ser considerados como crime hediondo o latrocínio e o estupro. 
Destarte, no momento de calcular a pena, o juiz levará em conta a conduta social, à personalidade, motivos, consequências e circunstâncias do crime, assim como os antecedentes.
Entretanto, o fato de ser réu primário pode não reduzir a pena do crime. Deste modo, o que pode acontecer é receber uma pena mínima, considerando a primariedade do indivíduo.
Estritamente primários: nesta categoria se enquadra o réu primário, ou seja, até pode ter antecedentes, desde que não sejam reincidentes e não possua qualquer condenação transitada em julgado;
Tecnicamente primário: pessoas que possuem maus antecedentes, mas não são reincidentes;
Reincidentes: se refere a repetição de um acontecimento, a recaída ou a nova execução de um ato que já tenha sido feito. 
Além disso, o Código Penal não determinaa residência, ele apenas define o momento em que ela ocorre.
Diferenças entre o réu incidente e o réu primário
É importante deixar clara essa diferenciação. Conforme a lei, o réu primário não significa exatamente um ato praticado pela primeira vez. No sentido técnico jurídico, primário se trata da pessoa que não tem contra si uma sentença judicial transitada em julgado.
Ou seja, ele até pode responder inúmeros processos e ter várias condenações em outras esferas, mas desde que não tenha sido julgado ele ainda é considerado primário.
Assim, a reincidência de um ato também não gera obrigatoriamente um réu reincidente. O réu só será considerado como tal, se já tiver sido julgado em sentença anterior. Entretanto, essas ações constam em registros, resultando como antecedentes criminais.
Ainda, dentro de um processo, a existência de antecedentes criminais pode dificultar a decisão por responder à ação penal em liberdade, assim como outros benefícios como um intuito, um livramento condicional ou suspensão da pena.
 Requisitos para ser réu incidente
Enquanto gramaticalmente a palavra reincidir significa repetir um ato, no direito penal, refere-se a perpetração de novo crime ou de um mesmo crime praticado antes. 
Sendo assim, no direito penal, a palavra reincidente funciona como sinônimo de recidiva. E, como mencionamos, o código penal não conceitua a reincidência, apenas fixa o momento em que ela se verifica.
De acordo com a natureza do crime, se considera um réu reincidente qualquer pessoa que pratique:
Dois crimes dolosos;
Dois crimes culposos;
Um crime doloso e outro culposo;
Um crime consumado e outro tentado;
Dois crimes tentados;
Dois crimes consumados.
Benefícios do réu primário
Ao ser julgado como réu primário, o acusado possui alguns benefícios, conheça a seguir os principais:
Pena privativa de liberdade convertida em restritiva de direito (artigo 44 do Código Penal); Prestação de serviços à comunidade ou a entidades públicas, em entidades assistenciais, hospitais, escolas, orfanatos e outros estabelecimentos congêneres, em programas comunitários ou estatais;
A aplicação da pena levará em conta a primiparidade, podendo diminuir o tempo, conforme preconiza o artigo 59 do Código Penal. Além disso, poderá ter a concessão da suspensão do processo, para os crimes com pena mínima igual ou menor que 1 ano;
Em relação à lei de drogas, a pena para o réu primário com redução de  ⅙ a ⅔ do tempo de privação, desde que ele tenha bons antecedentes criminais e não participe de facções criminosas.
Perguntas frequentes sobre o tema
O que acontece quando se perde o réu primário?
Perder o réu primário significa perder a primariedade, ou seja, o indivíduo foi condenado em ação penal com trânsito em julgado. Porém, enquanto o processo não terminar e ele não for condenado, ele continua sendo primário em todos os efeitos legais.
Qual a pena máxima de um réu primário ao cometer homicídio?
Conforme o artigo 121 do Código Penal, a pena por matar alguém é de 6 a 20 anos. Contudo, se o agente que comete o crime e se enquadra na categoria de réu primário, o juiz poderá reduzir sua pena de um sexto a um terço.
Quais são os crimes inafiançáveis?
Existem crimes que não admitem pagamento de fiança para soltura do preso, por exemplo, os crimes dolosos contra a vida envolvendo de tortura, crimes hediondos, tráfico de entorpecentes, racismo e terrorismo.
 A pessoa poderá voltar a ser réu primário depois de cumprir sua pena?
Segundo a Constituição Federal de 1988, após decorridos 05 anos desde a data da extinção de pena ou da data do cumprimento, o agente retorna à qualidade de primário, deixando de ser réu reincidente.
O Código Penal adotou o sistema trifásico no momento do cálculo da pena, conforme delineado no art. 68 do Código Penal. Assim, a dosimetria segue os seguintes passos:
1º passo: o juiz calcula a pena-base de acordo com as circunstâncias judiciais do art. 59, CP;
2º passo: o juiz aplica as agravantes e atenuantes;
3º passo: o juiz aplica as causas de aumento e de diminuição.
No momento do cálculo da pena – etapa conhecida como dosimetria –, em respeito ao princípio da individualização, o juiz precisa estar atento a uma série de elementos que envolvem tanto o contexto do crime quanto o histórico e as características do agente. É quando o magistrado avalia, por exemplo, as chamadas circunstâncias judiciais (culpabilidade, antecedentes, conduta social, entre outras), os elementos que podem agravar ou atenuar a pena e as causas de aumento ou diminuição.
Como se sabe, dosimetria da pena é o cálculo que define o tempo de pena a ser cumprido pelo condenado, conforme as regras do artigo 68 do Código Penal:
Art. 68 - A pena-base será fixada atendendo-se ao critério do art. 59 deste Código; em seguida serão consideradas as circunstâncias atenuantes e agravantes; por último, as causas de diminuição e de aumento.
Parágrafo único - No concurso de causas de aumento ou de diminuição previstas na parte especial, pode o juiz limitar-se a um só aumento ou a uma só diminuição, prevalecendo, todavia, a causa que mais aumente ou diminua.
Os maus antecedentes são citados no art. 59 do Código Penal como uma das circunstâncias judiciais a serem valoradas na primeira fase da individualização da pena, ou seja, sua valoração serve para estabelecimento da pena base, juntamente com todas as outras contidas no art. 59 do CP:
Art. 59 - O juiz, atendendo à culpabilidade, aos antecedentes, à conduta social, à personalidade do agente, aos motivos, às circunstâncias e conseqüências do crime, bem como ao comportamento da vítima, estabelecerá, conforme seja necessário e suficiente para reprovação e prevenção do crime:
I - as penas aplicáveis dentre as cominadas;
II - a quantidade de pena aplicável, dentro dos limites previstos;
III - o regime inicial de cumprimento da pena privativa de liberdade;
IV - a substituição da pena privativa da liberdade aplicada, por outra espécie de pena, se cabível.
Assim, as meras acusações contra o réu não podem ser maus antecedentes, em respeito ao princípio de não-culpabilidade.
Quanto aos atos infracionais praticados por menores, tais atos não podem ser considerados para fins de maus antecedentes e de reincidência em relação os crimes praticados pelo agente após atingida a maioridade, mas tem o condão de demonstrar a periculosidade do agente.
O STF definiu que os antecedentes abrangem todas as condenações criminais e definitivas, ainda que a pena tenha sido cumprida há mais de 5 anos, conforme a seguinte tese fixada:
“Não se aplica ao reconhecimento dos maus antecedentes o prazo quinquenal de prescrição da reincidência, previsto no art. 64, I, do Código Penal”. RE 593818
A reincidência, por sua vez, é considerada uma das circunstâncias agravantes previstas no art. 61, I, do CP, aplicada na segunda fase de aplicação da pena, e o seu conceito é estabelecido nesse mesmo diploma legal:
“Art. 63 - Verifica-se a reincidência quando o agente comete novo crime, depois de transitar em julgado a sentença que, no País ou no estrangeiro, o tenha condenado por crime anterior.
Art. 64 - Para efeito de reincidência:
I - não prevalece a condenação anterior, se entre a data do cumprimento ou extinção da pena e a infração posterior tiver decorrido período de tempo superior a 5 (cinco) anos, computado o período de prova da suspensão ou do livramento condicional, se não ocorrer revogação;
II - não se consideram os crimes militares próprios e políticos.”
O réu reincidente que pratica crime sujeito a pena de reclusão deve começar o cumprimento da pena em regime fechado. Contudo, admite-se o regime semiaberto ao reincidente que praticar crime cuja pena seja inferior a quatro anos e as circunstâncias judiciais sejam favoráveis, conforme teor da súmula n. 269 do STJ: "É admissível a adoção do regime prisional semi-aberto aos reincidentes condenados a pena igual ou inferior a quatro anos se favoráveis as circunstâncias judiciais."
Assim, cabe regime semiaberto ao reincidente que:
- for condenado a pena igual ou inferior a 4 anos;
- as circunstanciasjudiciais forem favoráveis.
A reincidência pode ser classificada em:
a) genérica: ocorre quando os crimes praticados são de tipos penais diferentes (espécies diferentes). Ex.: após condenação transitada em julgado por furto, o indivíduo pratica um roubo.
b) específica: ocorre quando os crimes praticados são da mesma espécie (mesmo tipo penal). Ex.: após condenação transitada em julgado por crime de furto, o agente pratica novo furto.
c) ficta: ocorre quando o autor comete um crime novo depois de ter sido condenado, porém sem ter cumprido a pena.
Como identificar a agravante da reincidência:
1 - Se a pessoa é condenada definitivamente por CRIME (no Brasil ou exterior) e depois da condenação definitiva pratica novo CRIME a consequência será a reincidência.
2 - Se a pessoa é condenada definitivamente por CRIME (no Brasil ou exterior) e depois da condenação definitiva pratica nova CONTRAVENÇÃO (no Brasil) a consequência será a reincidência.
3 - Se a pessoa é condenada definitivamente por CONTRAVENÇÃO (no Brasil) e depois da condenação definitiva pratica nova CONTRAVENÇÃO (no Brasil) a consequência será a reincidência.
4 - Se a pessoa é condenada definitivamente por CONTRAVENÇÃO (no Brasil) e depois da condenação definitiva pratica novo CRIME não há reincidência. Foi uma falha da lei, mas gera maus antecedentes
Pena Restritiva de direitos
A pena restritiva de direitos é uma das 3 espécies de penas estabelecidas pelo Código Penal, conforme texto do seu artigo 32, a serem aplicadas ao condenado. 
 Também são chamadas de penas “alternativas”, pois são uma alternativa à prisão, ao invés de ficarem encarcerados, os condenados sofrerão limitações em alguns direitos, como forma de cumprir a pena.
O artigo 43 do mencionado diploma legal descreve as possibilidades de penas restritivas como: prestação pecuniária, perda de bens e valores, limitação de fim de semana, prestação de serviços à comunidade, e interdição de direitos. 
É importante destacar que o texto do artigo 44 determina que as penas restritivas substituem as privativas de liberdade quando os requisitos forem preenchidos. Assim, não é decisão discricionária do magistrado, se ele constatar a presença dos requisitos, deve aplicar a substituição. Segundo o texto do artigo, a pena deve ser substituída quando: 1) não houve violência ou ameaça no cometimento do crime, a pena aplicada não for maior do que 4 anos, ou para crimes culposos independente da pena; 2) o réu não for reincidente em crime doloso; e 3) o réu não tiver maus antecedentes.   
Para os casos de condenação em crimes em âmbito de violência doméstica, mesmo que a pena seja inferior a 4 anos, não é possível a substituição por pena restritivas de direitos. Esse entendimento foi objeto do enunciado de Súmula n 588 do Superior Tribunal de Justiça.
 
Sentença definitiva
Sentença definitiva é a que resolve o mérito. Por meio desse ato, denominado sentença, o juiz aplica o Direito objetivo, de caráter geral, ao caso concreto. Em outras palavras, o juiz cria norma especial para dirimir o litígio entre as partes, baseada no Direito objetivo.
Sentença definitiva não significa sentença perpétua, imutável, mas, sim, que é o provimento final, definidor do litígio, no juízo de primeiro grau. A imutabilidade só advirá com o esgotamento de todos os recursos possíveis, ou seja, com a coisa julgada material.
A sentença definidora da situação jurídica dos litigantes (definitiva) pode ser proferida após o esgotamento de todos os atos do procedimento, quando então o juiz, sopesando os fatos, as provas e o ordenamento jurídico, acolhe ou rejeita o pedido do autor (art. 487, I, CPC/2015). Em outras hipóteses, entretanto, o procedimento é abreviado, seja porque não há necessidade de provas em audiência, seja porque o réu é revel, ou porque as próprias partes encontram uma solução para a contenda.
Sentença definitiva é aquela que resolve o litígio e que, uma vez transitada em julgado, torna imutável a relação de direito material, não permitindo a discussão do direito controvertido, por força da coisa julgada material.
O que importa para classificar a sentença como definitiva é saber se houve acertamento do direito material (no processo de conhecimento). Irrelevante é perquirir se tal composição decorreu dos atos cognitivos do juiz, que sopesou os elementos fáticos e jurídicos constantes dos autos, ou se decorreu da iniciativa das partes. Havendo reconhecimento da procedência do pedido pelo réu, transação, acolhimento de alegação de decadência ou prescrição do direito material, ou renúncia, por parte do autor, ao direito sobre que se funda a ação, definitiva será a sentença. Havendo resolução do mérito (art. 487, I a III,, CPC/2015), a sentença é denominada definitiva.
Com a prolação e trânsito em julgado da sentença definitiva, o que se dá nos casos do art. 487, CPC/2015, o litígio desaparece; há extinção da relação de direito processual, bem como da relação de direito material que deu ensejo ao processo, que é confirmada ou regulada pela sentença. A relação de direito material entre as partes decorrerá da sentença e não mais do ato ou fato discutido no processo. Há formação da coisa julgada material.
Agora, vamos verificar as hipóteses em que a sentença do juiz não só extingue a relação processual, mas também resolve o mérito, ou seja, compõe a lide. Tal julgamento, esgotados os possíveis recursos, faz coisa julgada material, tornando definitiva a sentença.
a) Acolhimento ou rejeição do pedido formulado na ação ou na reconvenção (art. 487, inciso I, CPC/2015):
Analisando os fundamentos de fato e de direito expostos na inicial, na contestação e na reconvenção (se houver), bem como a prova produzida pelas partes, o juiz emite o julgamento. Se a pretensão manifestada pelo autor estiver de acordo com o ordenamento jurídico e as provas forem hábeis para demonstrar a titularidade do direito postulado, o desfecho da demanda será no sentido da procedência do pedido. Ao contrário, a desconformidade entre o pleito do autor e o ordenamento jurídico, a ausência de provas, bem como o acatamento de fato impeditivo, modificativo ou extintivo arguido pelo réu, conduzirão à improcedência do pedido.
O mesmo entendimento vale para a reconvenção, tenha ela sido proposta junto com a contestação ou de forma independente. É que, como o pedido reconvencional também configura mérito da causa, a sua apreciação acarretará a extinção na forma do art. 487, CPC/2015.
O acolhimento ou rejeição do pedido formulado na ação ou na reconvenção é a forma, por excelência, de composição do litígio pelo Judiciário. Isso porque, nas demais hipóteses de extinção do processo, a resolução da lide tem intervenção mais acentuada das partes (inciso III) e ou decorre do transcurso do tempo (inciso II).
b) Decadência ou prescrição (art. 487, inciso II, CPC/2015):
Prescrição é a perda da pretensão à reparação de um direito violado, em razão da inércia do seu titular, durante o lapso temporal estipulado pela lei. A prescrição aniquila somente a pretensão, não alcançando o direito constitucional de ação. Passados seis meses a contar da data da apresentação, o cheque perde sua força executiva (art. 59 da Lei nº 7.357/1985). Em outras palavras, a pretensão executiva do beneficiário foi atingida pela prescrição. Nada obsta a que o titular do direito busque a satisfação de seu crédito por outras vias, como, por exemplo, por meio do procedimento monitório ou comum (arts. 61 e 62 da mesma lei).
Decadência é a perda do próprio direito pelo não exercício no prazo estabelecido pela lei. A decadência alcança o direito potestativo, que pode se referir ao direito material ou a um dado procedimento (direito à via do mandado de segurança, por exemplo).
O Código de 1973 disciplina os institutos da decadência e da prescrição como hipóteses de indeferimento da petição inicial e consequente extinção do processo com resolução do mérito (art. 295, IV, c/c art. 269, IV, do CPC/1973). São os únicos motivos de indeferimento que levam o juiz a proferir sentença que aprecie o mérito da

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