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CONTEXTO_HISTO_RICO_DA_TESTAGEM_E_AVALIAC_A_O_PSICOLO_GICA

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O CONTEXTO HISTÓRICO 
DA TESTAGEM E DA 
AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA 
✓  Avaliar é necessário; �
✓  As primeiras medidas em psicologia; !
✓  As origens da Psicometria;
✓ A avaliação psicológica e testagem psicológica no 
Brasil.
AVALIAR É NECESSÁRIO 
Avaliação psicológica é um dos 
principais temas na formação do 
psicólogo, pois ela está presente implícita 
ou explicitamente em quase todas as 
áreas daPsicologia.
Segundo Pasquali (2001), a avaliação não profissional é 
aquela avaliação que fazemos no cotidiano ao interpretar o 
comportamento dos outros. Ou seja, a partir da 
decodificação do comportamento verbal e não verbal 
relacionando-os dentro de categorias de como as pessoas 
devam se comportar. Assim, “achamos” alguma coisa a 
respeito de algo ou alguém e já interpretamos conforme 
aquilo que acreditamos. 
Pasquali (2001) ressalta que essa habilidade é 
importante para nossa sobrevivência.
 
Já a avaliação profissional, na 
área da psicologia, não há 
“achismo”. Saímos do senso 
comum e vamos ao encontro da 
ciência. O psicólogo deve estar 
embasado nos seus métodos, 
que são técnico-científicos para 
coleta de informações.
A avaliação profissional, são as avaliações 
mais formais, elas são confiáveis porque têm 
base em instrumentos e procedimentos 
a d e q u a d o s . C o m a d i v e r s i f i c a ç ã o 
dasnecessidades e das tecnologias de 
avaliação, tornou-se necessária a existência 
de um perito na área: o psicólogo. Assim, a 
avaliação passou a ser uma habilidade 
primordial do profissional psicólogo. 
(PASQUALI,2001, p.15). 
o  Avaliação, em Psicologia, refere-se à coleta e interpretação de 
informações psicológicas, resultantes de um conjunto de 
procedimentos confiáveis que permitam ao Psicólogo avaliar o 
comportamento. Aplica-se ao estudo de casos individuais ou de 
grupos ou situações. (Resolução CFP Nº 012/00, 2000, que 
institui o Manual para Avaliação Psicológica de candidatos à 
Carteira Nacional de Habilitação e condutores de veículos 
automotores).
o  Os testes psicológicos são os instrumentos utilizados para esse 
fim. Sendo assim, a avaliação é um processo, e os testes são os 
instrumentos. São vários os tipos de testes utilizados para fins 
de avaliação psicológica. Um teste pode ser bom, ter 
as propriedades psicométricas básicas com garantias de 
a l t o g r a u d e c o n f i a b i l i d a d e , m a s , q u a n d o 
utilizado indevidamente, pode perder sua validade. 
Cronbach (1996) afirma que um teste é um procedimento 
sistemático para observar o comportamento e descrevê-lo 
com a ajuda de escalas numéricas ou categorias fixas. 
Para Pasquali (2001), o teste é um conjunto de 
comportamentos que querem expressar, em termos 
físicos, traços latentes, isto é, processos mentais, e não 
outros comportamentos. O fato é que um teste 
psicológico é uma medida objetiva e padronizada de uma 
amostra de comportamento (Anastasi, 2000). 
Os testes psicológicos são caracterizados por um 
conjunto de tarefas ou problemas que o sujeito deve 
resolver ou responder em uma situação sistematizada. 
Os testes são construídos com rigor absoluto para que 
seus itens possam expressar a representação 
comportamental de um traço latente. Quando um teste é 
construído, passa por uma série de etapas para que, na 
sua forma final, seus itens possam realmente expressar 
aquela característica que ele informa medir.
TIPOS DE TESTES 
1) Testes psicométricos: são aqueles cujos resultados são valores 
numéricos, por isso são objetivos. Ou seja, o resultado é um número que vai 
nos dizer algo a respeito daquela pessoa avaliada. Mas como assim? O 
número fala? Sim, mas, para compreender sua linguagem, precisamos 
entender um pouco sobre suas propriedades.Os testes psicométricos têm 
ênfase na padronização e parâmetros que garantam a veracidade e a 
precisão dos resultados obtidos. Em geral são utilizados para a medida da 
capacidade geral, aptidões específicas, atitudes e interesses, além de 
inventários de personalidade. 
Os testes psicométricos têm ênfase na padronização e parâmetros 
que garantam a veracidade e a precisão dos resultados obtidos. 
Em geral são utilizados para a medida da capacidade geral, 
aptidões específicas, atitudes e interesses, além de inventários de 
personalidade.
2) Testes projetivos são aqueles que têm análise qualitativa. O sujeito recebe uma tarefa 
não estruturada ou pouco estruturada. O estímulo incompleto favorece a projeção de sua 
experiência interna, distorce o estímulo e, por fim, a interpreta. Portanto, não é 
u m n ú m e r o q u e m e f a l a a l g u m a c o i s a s o b r e o s u j e i t o a v a l i a d o . 
As respostas podem variar de sujeito para sujeito. Então, como podemos obter o diagnósti
co? A partir da constância das respostas apresentadas. Um exemplo de 
teste projetivo é aquele em que nos é solicitado desenhar uma casa, uma árvore, uma 
pessoa.
Segundo Pasquali (2001), os testes, 
como os conhecemos hoje em dia, 
datam do início do século XX. 
Contudo, na história do 
desenvolvimento dos testes 
psicológicos, há uma série de 
cientistas que desempenharam um 
relevante papel.
AS PRIMEIRAS MEDIDAS EM 
PSICOLOGIA 
Para Urbina (2007), o uso mais básico de um teste é 
como ferramenta na tomada de decisões que envolvem 
pessoas. Para ela, antes do estabelecimento de 
sociedades urbanas, industriais e democráticas, havia 
pouca necessidade de que as pessoas tomassem 
decisões a respeito de outras e, mesmo assim, muito 
antes do século XX já existiam diversos precursores do 
que conhecemos hoje como testagemmoderna.
v No Oriente, uma das primeiras referências a um processo 
sistematizado de avaliação para uma finalidade remonta à 
seleção de trabalhadores para o serviço civil no império 
Chinês em 605 a. C.. 
❖  Já no Ocidente, entre os gregos 
antigos a testagem era realizada 
principalmente nos processos 
educacionais (Anastasi e Urbina, 
2000). Os processos de avaliação 
são descritos na idade média nas 
universidades europeias. O 
principal aspecto das avaliações era 
permitir identificar a proficiência 
de trabalhadores, no império 
Chinês, ou uma prova de 
conhecimento e do notório saber 
daqueles que se destacavam nas 
universidades europeias nos 
séculos XI ao XV. 
v O sistema de concursos da China imperial foi abolido em 
1905 e substituído por seleções baseadas em estudos 
universitários, mas serviu como inspiração para as 
seleções ao serviço público desenvolvidas na Inglaterra 
na década de 1850, as quais, por sua vez, estimularam a 
criação do Concurso Nacional para o Serviço Público dos 
Estados Unidos (U.S. Civil Service Examination) na 
década de 1860 (DuBois,1970)
v  Esses são exemplos simples sem extrapolarmos mais do 
que o necessário sobre os primórdios da instituição 
"avaliação". O importante é reconhecermos que uma 
preocupação em avaliar com uma atitude menos 
enviesada, e a partir de critérios, não é exclusiva da 
história da psicologia ou restrita há tempos recentes.
AS ORIGENS DA 
PSICOMETRIA 
Na psicologia, na segunda metade do século XIX, as primeiras 
medidas não eram de natureza psicológica, mas psicofísica. Os 
pesquisadores, dessa época, estavam preocupados em medir 
atributos físicos associados a capacidades mentais humanas, por 
exemplo, o nível mínimo de um estímulo que uma pessoa é capaz de 
identificar. 
O objetivo era estabelecer leis gerais, voltados para compreender as 
características da espécie, limiar absoluto, diferencial e terminal, por 
exemplo, e não diferenças individuais, que na verdade eram vistas 
como erros. As regularidades com que as pessoas captavam e 
discriminavam estímulos está na base da psicofísica e esta, nos 
primórdios históricos da testagem em psicologia. 
Nessa época, medidas simples como as de discriminação sensorial, 
começaram a ser relacionadas à capacidadeintelectual geral do 
indivíduo. Um expoente desse pensamento é Francis Galton que era 
um estudioso de como medidas antropométricas(características 
mensuráveis da morfologia humana) e de acuidade sensorial 
podiam ser utilizadas para avaliar a capacidade intelectual do 
indivíduo. 
Galton desenvolveu métodos estatísticos descritivos como a 
correlação e a tendência de regressão a média para demonstrar 
associação entre variáveis, medidas de tendência central e 
variabilidade. Um de seus alunos, Karl Pearson, desenvolveu 
algumas técnicas estatísticas que são utilizadas na atualidade: r de 
Pearson, qui-quadrado de Pearson, etc.
 JAMES McKEEN 
CATTELL 
(1860-1944) 
Foi o primeiro a utilizar a expressão “testes 
metais” e enfantizou as diferenças individuais 
e não gerais no estudo dos processos 
sensoriais , tendo publicado o texto Mental 
Test and Measurements que foi uma base para 
construção de testes psicológicos 
posteriormente. Cattell trabalhou com Wundt 
e fez estudos com tepo de reação e externsão 
da memória humana. 
 CHARLES SPEARMAN 
(1863-1945) 
 
Desenvolveu a teoria do Fator Geral de 
Inteligência (Fator G) através de técnicas 
estatísticas como correlação e regressão, 
conforme proposto por Galton e 
Pearson.
https://www.york.ac.uk/depts/maths/histstat/spearman_biog.htm
CATTELL E SPEARMAN SÃO 
EXPOENTES QUE DELIMITARAM O 
SURGIMENTO HISTÓRICO DAQUILO 
QUE CHAMAMOS DE… 
Podemos dividir a história da 
Psicometria em fases que são 
delimitadas pelos seus 
expoentes. Pasquali (2011) 
apresenta 7 fases e delimita dois 
momentos. 
O PRIMEIRO MOMENTO 
“A Constituição das bases 
históricas" 
Inglaterra 1880
A primeira fase: A 
década de Galton 
Francis Galton 
(1809-1882)
Galton, na tentativa de verificar semelhanças e 
diferenças entre pessoas afins ou não, criou 
instrumentos de medida, tornando-se pioneiro 
na criação de escalas e questionários e o 
primeiro a se preocupar com a necessidade de 
padronização dos testes. 
(Erthal,2003, p.17) 
•  Foi o primeiro a sugerir que as impressões 
digitais poderiam ser utilizadas como 
identificação pessoal de indivíduos – 
procedimento mais tarde utilizado pela Scotland 
Yard. 
•  Ele tentou determinar a efetividade da reza (e a 
considerou inefetiva). 
•  Ele tentou determinar qual país tinha as 
mulheres mais bonitas.
•  Ele mediu o nível de tédio observado em 
palestras científicas. 
Curiosidades
A década de Galton: visava à avaliação das aptidões 
humana por meio da medida sensorial
EUA 1890
A segunda fase: A 
década de Cattel 
James McKeen 
Cattel (1860-1944)
Cattell, psicólogo americano, desenvolveu 
suas medidas de diferenças individuais 
dando ênfase, ainda, às medidas 
sensoriais por considerá-las mais precisas. 
Ficou famoso ao usar, em seu artigo de 
1890, o termo “teste mental” (mental test) 
para as provas aplicadas aos alunos 
universitários, com a intenção de avaliar 
seu nível intelectual, o que fez sucesso 
internacional. 
Percebeu que algumas medidas 
objetivas para avaliação das funções 
mais complexas não produziam 
resultados condizentes com o 
desempenho acadêmico. Contudo, os 
resultados dos seus próprios testes 
também não foram satisfatórios. 
Pasquali(p. 20 2003) 
A década de Cattell (James Mckeen): desenvolveu 
medidas das diferenças individuais inaugurando a 
terminologia testes mentais.
O SEGUNDO MOMENTO 
“O Desenvolvimento da 
Psicometria" 
França 1900
A terceira fase: A 
década de Binet 
Alfred Binet (1857-1911)
Com o pedagogo e psicólogo 
francês Alfred Binet (1857- 1911) 
realmente começaram os testes de 
inteligência, propondo-se a medir 
as funções mais complexas. Ele 
não pensava no determinismo 
b i o l ó g i c o n e m n a 
hereditariedade.
Estava preocupado em como 
ajudar crianças que tinham 
problemas na escola e que não se 
desenvolviam tão bem quanto as 
outras, em como medir e criar 
instrumentos para avaliar e, 
assim, auxiliar para que essas 
crianças progredissem mais.
Segundo Pasquali (2001, p.22), esta orientação de Binet 
e Simon em elaborar testes de conteúdo mais cognitivo 
fez grande sucesso nos anos subsequentes, 
inaugurando de uma vez por todas a era dos testes, 
inclusive com a introdução do Q.I., termo criado por 
Stern em 1912. 
A década de Binet: predominaram os interesses pelas 
avaliações das aptidões humanas, visando à predição na 
área acadêmica e na área da saúde. Embora Binet tenha 
predominado nesta época, esta década também pôde ser 
considerada a era de Spearman, o qual deu os fundamentos 
da teoria da psicometria clássica com suas obras. Portanto, 
obras que falavam sobre a correlação entre medidas, 
diferenças, somas, e sobre a inteligência, de uma forma 
geral.
Alemanha/Inglaterra
A quarta fase: A 
década de Binet, 
incluimos Spearman 
Charles Spearman 
(1863-1945)
O conceito de “inteligência 
geral”.
Em 1904, publicou o seu artigo chamado 
“General Intelligence, Objectively 
Determined and Measured.” Análise da 
capacidade de “medir tanto um 
indivíduo ou um grupo de indivíduos de 
formas variadas. Todas as medidas são 
intercorrelacionadas para determinar 
quais delas variam de modo sistemático”. 
Spearman descobriu, então, que a 
inteligência poderia ser explicada por 
dois fatores: A) fatores específicos 
(matemática, línguas, música), que 
ganhou a letra S como identificador; B) 
fator geral (G), que teria uma ligação 
determinante com as questões 
hereditárias. 
EUA 1910/1930
A quinta fase: Era 
dos testes de 
inteligência 
Primeira Guerra Mundial 
(1916)
Com a Primeira Guerra Mundial (1916), 
surgiu a necessidade de realização de 
testes para convocação ao Exército 
americano. Foram criadas centenas de 
testes de inteligência.
Depois surgiram os testes de aptidão e de 
personalidade. Hoje, são diversos os testes 
que buscam a mensuração dos aspectos 
do comportamento humano 
Pasquali (2001) 
A era dos testes de inteligência desenvolveu-se sob a 
influência dos testes de inteligência de Binet, os 
artigos de Spearman, e sob a influência do impacto da 
Primeira Guerra Mundial, que impôs a necessidade 
de uma seleção rápida e eficiente de recrutas para o 
exército (ex. testes Army Alpha e Army Beta).
 
A sexta fase: Década 
da análise fatorial 
Análise fatorial é uma 
análise multivariada que se 
aplica à busca de fatores 
num conjunto de medidas 
realizadas (Pereira, 2004). 
1930
Psicólogos estatísticos começaram a repensar 
as ideias de Spearman e surgiu, assim, a 
Análise Fatorial, trazendo reconhecido 
avanço para a Psicometria. 
A década da análise fatorial: os psicólogos estatísticos 
começaram a repensar as ideias de Spearman, uma vez que 
o entusiasmo com os testes de inteligência vinha caindo 
muito, sobretudo quando se mostrou que estes eram 
demasiadamente dependentes da cultura onde eram 
criados. Desenvolvimento da análise fatorial múltipla, a 
escalonagem psicológica. Fundação da Sociedade 
Psicométrica Americana e da revista Psycometrika.
1940/1980
A sexta fase: Era 
da sistematização 
Questionamento das  
teorias clássicas de 
psicometria.
Este foi um período marcado por duas 
tendências opostas. Ambas tinham a intenção 
de resgatar a confiabilidade dos testes psi- 
cológicos. Nas obras de síntese, havia o 
interesse em sistematizar os avanços da 
Psicometria através dos estudos de Gulliksen 
(1950), Torgerson (1958), Thurstone (1947), 
Harman (1967), Cattell (1965) e Guilford 
(1967). Na mesma época, a American 
Psychological Association – APA – introduziu 
as normas de elaboração e uso dos testes.A era da sistematização foi marcada por duas 
tendências opostas, os trabalhos de síntese e os 
trabalhos de crítica.Tentou-se sistematizar os avanços 
da Psicometria, a teoria clássica dos testes 
psicológicos, e a teoria sobre a medida escalar. Além 
disso, recolheram-se os avanços na área de análise 
fatorial, procurou-se sintetizar os dados da medida em 
personalidade, e procurou-se sistematizar uma teoria 
sobre a inteligência.
American Psychological Association - APA- introduziu as 
normas de elaboração e uso dos testes. Crítica: levantou-se 
os problemas das escalas de medida, o que acarretou e ainda 
acarreta muita polêmica. Surgiu a primeira grande crítica 
à teoria clássica dos testes, na obra de Lord e Novick (1968 
- Statistical theory of mental tests scores), que iniciou o 
desenvolvimento de uma teoria alternativa, a do traço 
latente, que desembocou na teoria moderna da psicometria, 
mais tarde sintetizada por Lord (1980).
1980
A sétima fase: A Era 
da psicometria 
moderna 
Teorias modernas 
de psicometria
Surgimento da TRI – Teoria de 
Resposta ao Item – que foi 
sistematizada a partir da obra de Lord e 
Novick (1968). Embora esta teoria seja 
considerada um modelo do primeiro 
mundo, ainda não conseguiu resolver 
todos os problemas da Psicometria, mas 
substitui parte do modelo clássico e é 
baseada no modelo do traço latente 
Pasquali (2001). 
Na Teoria Clássica dos Testes (TCT), o foco do 
interesse está no escore de um teste, que 
representa um conjunto de comportamentos. 
Na TRI (Teoria de Resposta ao Item), o foco 
está no traço latente. Traço latente pode ser, 
segundo Urbina (2007), habilidades, traços ou 
construtos psicológicos não observáveis, 
subjacentes ao comportamento observável dos 
indivíduos, demonstrados por suas respostas 
aos itens do teste. 
A avaliação e testagem 
psicológica no Brasil 
 
No Brasil podemos demarcar o desenvolvimento dos 
testes psicológicos, didaticamente, em cinco 
períodos:
ü A produção médico-científica acadêmica 
(1836-1930);
ü Difusão da psicologia no ensino das universidades 
(1930-1962);
ü Criação dos cursos de graduação em psicologia 
(1962-1970);
ü Criação de cursos de pós-graduação (1970-1990);
ü Criação e consolidação de laboratórios de pesquisa 
em avaliação e medida em psicologia (1990-atual).
1836-1930
A produção médico-
científica acadêmica 
A Psicologia como um novo campo de estudos 
das faculdades de Medicina, os temas de 
interesse eram neurologia, psicofisiologia, 
psiquiatria, , saúde mental com ênfase na 
avaliação psiquiátrica. Em 1913 a escala Binet-
Simon é utilizada em pacientes do Hospício 
Nacional (Pedro II). Em 1919 o médico José 
Joaquim Medeiros e Albuquerque publicou 
"Psicologia de um Neurologista – Freud e suas 
teorias sexuais”, e em 1924 o primeiro livro de 
teste “Tests”. Foi o criador o primeiro 
laboratório experimental do Brasil, no Rio de 
Janeiro.
http://newpsi.bvs-psi.org.br/ebooks2010/pt/
Jose_J._de_C._da_C._Medeiros_e_Albuquerqu
e_files/TestsMedeiros.pdf
1930-1962
Difusão da psicologia 
no ensino das 
universidades 
A criação das primeiras universidades e 
o aumento do ensino das disciplinas de 
psicologia e da pesquisa. Em 1962 houve 
a Regulamentação da Psicologia como 
profissão (Lei 4.119/62), criação do CFP 
(Lei 5.766/74).
1962/1990
Criação dos cursos 
de graduação e pós- 
graduação em Psicologia 
Houve uma rápida expansão dos cursos de 
psicologia, mas ao longo de 3 décadas a 
qualidade cai devido a infraestrutura e 
qualificação dos professores da disciplina 
Psicometria e na pós-graduação de Avaliação 
Psicológica. No Brasil o declínio do interesse 
pelos testes psicológicos perdurou até quase 
o final da década de 80, tonando a evoluir 
com falta de recursos humanos e baixa 
qualidade no material gráfico e de impressão 
comercializados pelas editoras até os anos 
2000.
No final da década de 60, observa-se no 
brasil e no mundo, um desinteresse pela 
medida em psicologia, fato fomentado 
pelo advento do humanismo e da 
dialética, movimentos contrários à 
quantificação e as ciências de base 
positivista e derivadas. Fato agravado 
no Brasil pela precária qualificação dos 
profissionais da psicologia, 
principalmente, na área de avaliação 
psicológica.
A psicometria, o número e a medida em 
psicologia transformaram-se em vilãs, e 
aos testes, a culpa pela rotulação e 
exclusão de crianças em ambiente 
escolar, por exemplo. As críticas 
apontavam que a psicologia deveria 
abandonar os testes e desenvolver 
processos mais compreensivos como a 
observação e a entrevista. Hoje sabese 
que a crítica foi salutar, uma vez que, 
nesses desdobramentos históricos, 
avaliar e testar eram sinônimos. 
Um exemplo prático, é a criação em 1947 do 
Instituto de Seleção e Orientação Profissional 
no Rio de Janeiro, sendo o teste o único 
recurso técnico que era empregado, mas 
devemos destacar que a partir do zeitgeist*, do 
conhecimento acumulado até aquele 
momento, o teste trazia para a psicologia um 
status de ciência, pois media com 
imparcialidade e isso era desejável no Brasil e 
no mundo. O problema era a imprecisão 
desses instrumentos, os equívocos nas 
tomadas de decisão e a carência de estudos de 
validade.
§  Podemos traduzir o termo alemão como o espírito (ou índole) do  
tempo.  Goethe (1749-1832),   pensador alemão, viu o Zeitgeist 
como um “conjunto de opiniões que dominam um momento 
específico da história e que, sem nosso saber, ou 
inconscientemente, formam o pensamento de todos os que vivem 
em seu contexto”. 
§  Utilizando uma terminologia antropológica, poderíamos falar da 
“cultura do dia, cultura dos tempos”: os conhecimentos, as 
crenças, as atitudes das pessoas que vivem num tempo e num 
lugar específicos. 
ZEITGEIST*
§  Segundo este Modelo, Zeitgeist produz idéias como a "grativatação" , 
instituições como "casas editoriais ou periódicos" e "movimentos 
científicos", como a Psicologia Experimental. Sem Wundt, a psicologia 
experimental produziria um substituto, seria institucionalizada em outro 
lugar, por outra pessoa. Os tempos estariam prontos para receber a 
Institucionalização da Psicologia.
•  Os   Grandes   Homens,   são   os   agentes   máximos do 
Zeitgeist,   uma   construção   hipotética, um modo  
de   interpretar  a  conduta  dos   indivíduos  e dos  grupos.  O Zeitgeist é 
o   fundo   de um   esquema   interpretativo   da   história   e,   como   tal, 
é útil na reconstrução e compreensão de eventos históricos. ​
Freitas (p. 10-11, 2008)
1990-Atual
Criação e consolidação de 
laboratórios de pesquisa 
em avaliação e medida em 
psicologia 
Em 1998 foi criado o Instituto Brasileiro 
de Avaliação Psicológica (Minas Gerais).
Em 2003 o CFP cria o Sistema de 
Avaliação dos Testes Psicológicos. A 
legislação forçou o psicólogo a assumir 
maior responsabilidade quanto aos 
instrumentos que utiliza, do seu papel de 
profissional de avaliação psicológica, 
sujeito às leis da qualidade e de 
prestação de serviço à sociedade. 
https://satepsi.cfp.org.br/legislacao.cfm
CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA 
A Avaliação Psicológica é entendida como o processo 
técnico-científico de coleta de dados, estudos e 
interpretação de informações a respeito dos fenômenos 
psicológicos, que são resultantes da relação do 
indivíduo com a sociedade, utilizando-se, para tanto, 
de estratégias psicológicas – métodos, técnicas e 
instrumentos.
CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA 
Os resultados das avaliações devem considerar e 
analisar os condicionantes históricos e sociais e seus 
efeitos no psiquismo,com a finalidade de servirem 
como instrumentos para atuar não somente sobre o 
indivíduo, mas na modificação desses condicionantes 
que operam desde a formulação da demanda até a 
conclusão do processo de avaliação psicológica 
(Resolução CFP N.o 007/2003). 
Critérios de Avaliação 
De acordo com Alchieri (2003) 
•  A medida oferece um valor de magnitude ao objeto estudado 
(linguagem matemática);
•  Instrumento é todo recurso usado para fins de coleta de 
informações, como testes, dinâmicas de grupo, entrevistas, 
questionários…;
•  A avaliação psicológica é um processo que se refere à coleta e 
interpretação de informações psicológicas, resultantes de um 
conjunto de procedimentos confiáveis que permitam ao 
psicólogo avaliar o comportamento.
Avaliação - PROCESSO
Teste - INSTRUMENTO
Testes Psicológicos no Brasil 
satepsi.cfp.org.br
Testes Psicológicos no Brasil 
satepsi.cfp.org.br
Testes Psicológicos no Brasil 
satepsi.cfp.org.br
Propriedades Psicométricas 
satepsi.cfp.org.br
Propriedades Psicométricas 
Fidedignidade - grau de precisão do instrumento. 
É confiável o instrumento que não apresenta erros. 
Quanto menor a margem de erro mais confiável. 
Validade - capacidade do instrumento de medir o 
traço, a característica que informa medir. 
Obs.: Não podemos confiar no “nome” do teste; 
devemos buscar no manual seu referencial teórico e 
suas propriedades psicométricas: validade e 
fidedignidade. 
Vamos, então, conhecer as áreas mais 
comuns para utilização da avaliação 
psicológica NO BRASIL 
Os alunos de Psicologia devem se capacitar para: 
•  Reconhecer o tipo de instrumento adequado aos seus 
objetivos psicológicos; 
•  Aplicar adequadamente, cumprindo as instruções contidas 
no manual; 
•  Apurar com cautela os resultados;
•  Interpretar de maneira correta todo material resultante da 
testagem, levando em consideração os outros métodos 
utilizados, como a observação e a entrevista. 
Para o CRP, a avaliação psicológica é uma função privativa do 
psicólogo e, como tal, se encontra definida na Lei no 4.119 de 
27 de agosto de 1962 (alínea a, do parágrafo 1o do artigo 13). 
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FIM!

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