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REFLEXÕES SOBRE - O ENSINO DE HISTÓRIA ENCONTRA SEU PASSADO

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO TOCANTINS
CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE PORTO NACIONAL
MESTRADO PROFISSIONAL EM HISTÓRIA DAS
POPULAÇÕES AMAZÔNICAS
REFLEXÕES SOBRE - O ENSINO DE HISTÓRIA ENCONTRA SEU PASSADO: MEMÓRIAS DA ATUAÇÃO DOCENTE DURANTE A DITADURA CIVIL-MILITAR.
Porto Nacional -TO 
2022
REFLEXÕES SOBRE - O ENSINO DE HISTÓRIA ENCONTRA SEU PASSADO: MEMÓRIAS DA ATUAÇÃO DOCENTE DURANTE A DITADURA CIVIL-MILITAR.
Atividade avaliativa, referente a disciplina Metodologia e Prática da Pesquisa em Ensino e História - PPGHISPAM da Universidade Federal do Tocantins. 
Prof. Dr. Vasni de Almeida 
Porto Nacional -TO 
2022
 
RESUMO 
No Brasil, a ditadura civil e militar se instalou na década de 1960, alterando a rotina das pessoas, no ambiente escolar, tanto os professores como estudantes tiveram que adaptar as situações postas pelo sistema. O texto analisado apresenta situações que foram relatadas por 4 (quatro) professores que vivenciaram as situações complexas no período ditatorial (1964 - 1985), considerado no Brasil como “anos de chumbo”, repressão e regressão. Foram instituídos atos que reprimiam e censuravam a imprensa ou qualquer ação que fosse contrários ao regime militar. O objeto do estudo trata-se de refletir sobre as memórias de professores que trabalhavam em escolas públicas em São Paulo, que através de suas memórias, relatadas e da oralidade possibilitou entender os desafios enfrentados por cada um durante a ditadura civil e militar no Brasil. 
Palavras-chave: Ensino. Memória. Ditadura. Civil e Militar.
RESUMEN 
En Brasil, la dictadura civil y militar se instaló en la década de 1960, alterando la rutina de las personas, en el ámbito escolar, tanto los profesores como los alumnos, tuvieron que adaptar las situaciones planteadas por el sistema. El texto analizado presenta situaciones relatadas por 4 (cuatro) profesores que vivieron situaciones complejas en el período dictatorial (1964 - 1985), considerado en Brasil como "años de plomo", represión y regresión. Se instituyeron leyes que reprimían y censuraban la prensa o cualquier acción contraria al régimen militar. El objeto de estudio es reflexionar sobre las memorias de los profesores que trabajaron en las escuelas públicas de São Paulo, que a través de sus recuerdos, relatados a través de la oralidad permitieron comprender los desafíos enfrentados por cada uno durante la dictadura civil y militar en Brasil. 
Palabras clave: Enseñanza. La memoria. La dictadura. Civil y Militar.
INTRODUÇÃO
 	O presente estudo, contém reflexões acerca do ensino de história, no período da ditadura civil-militar. Para construção deste, apropriamos das contribuições realizadas pela professora e doutoranda Elaine Lourenço, que apresenta elementos sobre o assunto, através do artigo: “O ensino de História encontra seu passado: memórias da atuação docente durante a ditadura civil-militar”. A metodologia adotada pauta em estudo bibliográfico. 
 	A ditadura civil e militar que se instalou no Brasil, a partir de 1964, modificou o cotidiano escolar e a atuação dos professores da época. Essas transformações se deram a partir da implantação da nova legislação, regida pela Lei 5.692/71 que traziam mudanças, no âmbito da atuação do exercício profissional, destina-se a vigilância aos docentes.
 É um dos ofícios do historiador, relembrar à sociedade, que ao decorrer de mais de quarenta anos de instauração do regime militar no Brasil, a memória da época é representada por um período que apresenta faceta negativa, não havendo associação de pessoas, mas ao sistema implantado na época. Os fatos aqui abordados trata-se de reflexões de memórias de professores que trabalharam em escolas públicas no Estado de São Paulo, através de suas memórias, relatadas e da oralidade, possibilitou entender os desafios enfrentados por cada um, dos quatros professores, durante a ditadura civil e militar no Brasil. 
DESENVOLVIMENTO
 	Através da memória, é possível consolidar a versão, de que o regime se instalou por iniciativa de militares e que a sociedade, tão logo conseguiu despertar desse pesadelo, foi um papel em que civis cumpriram na instauração e sustentação do regime, sobretudo o quanto as elites forem beneficiadas pelas políticas implantadas. É o que fazem, por exemplo, Fernando Novais e João Manuel Cardoso de Mello (2003, p. 618, apud LOURENÇO, 2010 p. 02):
 A Revolução de 64, ao banir, pela violência as forças do igualitarismo e da democracia, produziu, ao longo de seus 21 anos de vigência, uma sociedade deformada e plutocrática, isto é, regida pelos detentores da riqueza. No final do período de crescimento econômico rápido, em 1980, as relações concretas entre as classes sociais guardam uma semelhança apenas formal com aquelas observadas nos países desenvolvidos. As desigualdades relativas em termos de renda e riqueza eram muitíssimo maiores no Brasil. A dinâmica econômica e social se apoiou continuamente, de um lado, na concorrência desregulada entre os trabalhadores, e, de outro, na monopolização das oportunidades de vida, situados no cimo da sociedade.
 	Diante desse cenário, a escola não ficou imune às mudanças em decorrente das reformas que aconteceram a partir da implantação da Lei 5.692/71, em que implicaram na unificação do ensino primário, que são as séries de 1ª a 4ª, com o ensino ginasial, também de 1ª a 4ª, que resultava em eliminação do exame de admissão, que selecionava os ingressantes para esta segunda fase. 
 Resultando com isso a criação do ensino de 1ª grau, com 8 séries, que tinha como finalidade profissionalizante nos locais onde discentes majoritariamente encerrarem seu caminho escolar nesse nível, ou aonde houvesse condições de desenvolvimento dos estudos até o 2ª grau, cumprindo a missão da profissionalização. Com a nova legislação o crescimento no número de matrículas foi um dos possíveis efeito da nova lei segundo o Instituto Brasileiro de Geografia (IBGE), mesmo percebendo-se que uma grande parte dos alunos já tinha deixado a escola, tal aumento, é devido uma expansão da rede física da escola, que se expressa tanto na construção de novos prédios, como na ampliação do número de salas na unidade existente para abrigar esses novos alunos.
 Uma outra medida a ser adotada, a escola passa a funcionar em três turnos seguindo um dos princípios propugnados pela legislação que é o espírito de racionalidade. Quanto ao ensino, uma mudança notável foi a criação da disciplina de Estudos Sociais, projetada para ocupar os lugares das aulas de História e Geografia entre as séries de 5ª a 8ª. Por meio do parecer 853/71, O Conselho Federal de Educação, estabelece que seus objetivos com a integração espaço temporal e social do educando em âmbitos gradativamente mais amplos. Além de deixar claro que a nova disciplina foi complementada com a criação das licenciaturas curtas, deixando bem claro que podiam se realizar em cerca de um ano e meio de estudos, habilitando o professor a lecionar- lá no ensino de 5ª a 8ª.
 Dessa forma, esse nível de ensino passou a abrigar docentes formados em licenciatura plena, ao lado dos ingressantes advindo das licenciaturas curtas.
O período do regime militar, passa a inserir ainda, a reintrodução de outra disciplina, a Educação moral e Cívica, tendo voltado como conteúdo a exaltação da pátria e de seus heróis, bem como a difusão dos ideais cívicos cultuados pelos militares. Apropriando das contribuições de FILGUEIRAS, (2006, p.186, apud LOURENÇO, 2010 p. 04): é possível compreender que a: 
 A educação moral e cívica foi implantada em 1969, no auge do regime militar, com uma grande estrutura preparada. Todos os detalhes foram pensados: programas curriculares para todas as séries, curso de formação de professores e produção de livros didáticos. Ela foi a grande disciplina da “Revolução”. Entretanto, se pararmos para observar detalhadamente sua construção, saltam-nos aos olhos os inúmeros conflitos que envolveram suaimplantação e o seu percurso até 1993. 
 Como tais cursos só se iniciaram na década de 70, os professores formados nas disciplinas curtas em Estudos Sociais seriam responsáveis também por essas aulas. Já os docentes de diversas áreas ficaram com as mesmas, até que os novos docentes tomam posse, o que acabou gerando conflitos.
 Assim, nas escolas do período encontraremos professores formados em História e Geografia ministrando a disciplina junto ao licenciado em Estudos Sociais, e como foi relatado nem sempre atentos aos objetivos colocados pelos seus criadores. Entretanto, já a educação cívica não foi reforçada apenas nas escolas.
Ao analisar as propagandas do período, os militares, foram os responsáveis pelas assessorias mencionadas, a propaganda exercida pelo regime de acordo com fico, caracterizava-se pela sua faceta de otimismo. Para os militares, o povo era despreparado, cabendo a eles, a sua educação e bons hábitos ligados a higiene, a valorização da família e os bons exemplos, retratando como heróis cívicos, contribuindo para criação de uma nova sociedade.
 	A qual se adequaria ao novo patamar de desenvolvimento econômico gerado pelo milagre brasileiro. Proposto por esse civismo militar, construído em um momento de repressão e autoritarismo, caracterizado pela passividade, não era preciso mobilizar-se. De acordo com CERRI, (2000, p. 55, apud LOURENÇO, 2010 p. 04): 
Talvez o sucesso parcial da educação cívica do regime militar tenha se dado por apresentar uma orientação clara e facilmente compreensível e factível sobre o papel da cidadão para exercer sua cidadania: fica no seu canto, cumprir seu papel no sistema produtivo (trabalho, estudo, esporte) e apoiar – por meio de gesto simbólico – não ao regime, mas ao “Brasil” ... [Para] o civismo, envolver-se era, em última análise, permanecer passivo, ainda que com uma atitude mental confiante e otimismo, e não envolver-se também significava manter-se “no seu lugar”.
 	Através das contribuições do autor, há um componente desmobilizador nessa visão, o que caracteriza o regime como autoritário, mais do que isso, seu trabalho, voltado à análise de como a propaganda veiculada nos meios de comunicação, difundia os valores da época, deixando evidente que a publicidade também foi responsável por criar uma consciência histórica. É preciso ser claro que há uma intencionalidade por parte do regime militar, que há uma intencionalidade nas interpretações que se fazem na elaboração de currículos para as escolas, e se percebe na entre linhas das memórias dos docentes entrevistados como eles exerceram seu ofício no período da ditadura civil militar.
 	Uma vez que os professores relatam suas trajetórias de forma retrospectiva e teleológica, encadeando o discurso a partir de uma determinada sequência, é possível pensar que os relatos trazem algo sobre o período e os perigos representados pelo caráter mutável da memória. Em meio a presença de um roteiro de questões, a realização da entrevista assume, portanto, a importância fundamental no processo da construção da fonte, faz uso da fala a docente Yara, em que a mesma faz referência ao ritual de hastear a bandeira e canta o hino nacional de forma obrigatória, acontecendo com bastante frequência nos primeiros anos da ditadura.
Já na década de 1970, essa obrigação se destaca de forma notória com o declínio do regime militar, sendo sua prática reservada apenas às comemorações cívicas.
 Contudo depois de um breve comentário sobre a eleição do primeiro civil após a ditadura, em seu comentário deixa bem claro que poderia ter sido presa, bem como todos os docentes no período, que sabiam que o não cumprimento de ordens em torno do hasteamento da bandeira. Em um regime de exceção, que se instala a partir do AI-5, qualquer descuido poderia ser fatal. Dessa forma, percebe-se que as normas são estabelecidas e o próprio sistema escolar, e os que dele participam, se encarregará da fiscalização. Levando em consideração o episódio anteriormente narrado, é possível perceber que havia consciência do que poderia ou não ser feito, e que de um lado, a afirmação da alienação dos professores e da população em geral, era uma forma de manter-se no seu lugar.
 A professora, ainda traz outra reflexão sobre o autoritarismo, tão típico dos regimes militares. Ela se define como linha dura com alunos, e afirma que isso lhe garantia o respeito deles e a confiança dos pais, já na entrevista com professora Severino, a questão da ditadura e da repressão aparece logo no início, quando ao discutir sua formação na USP na década de 1970, se percebe um hiato entre a gerações militantes dos anos 1960 e os professores recém-chegados à Universidade. O que sobressai, em sua fala, é que nós partíamos do princípio que por aí não ia levar a lugar nenhum, ou se continuava alienado ou procurava outra alternativa, ou seja, percebe sua atuação para além da categoria profissional, e como um grupo que fez parte do processo de redemocratização, ou seja, sua geração teria até mesmo enfrentado uma situação mais delicada porque lutará na rua e foi capaz de mobilizar a população.
 Na fala do professor, a escola tinha marcas do regime militar, sendo que sua geração era bastante contida, que seguia um calendário voltada a pátria, mas demonstrava tamanha ousadia porque procurava colocar a situação do cotidiano, a situação política e tudo mais que estava acontecendo, através de jornal mural e papel manilha de forma que não fugisse a situação, mas era uma época em que não se fazia provocações. Buscava se colocar algumas manchetes e sensibilizar os alunos para o que acontecia no país.
 Em outro momento o professor relata que alguns alunos eram mais politizados, até porque a escola se situava na região do ABC paulista, berço do novo sindicalismo surgido em fins da década de 1970. Esses alunos eram um pouco mais ousados com suas manchetes de murais e faziam denúncias mais provocativas. A situação da ditadura aparece de forma dissimulada, mas sempre presente, infiltrando-se nos rituais escolares, e por meio das cerimônias cívicas, e moldando corpos e mentes aos limites estabelecidos. Aqui, “o ficar em seu lugar”, se expressa por certo “fazer barulho do lugar onde se está!”
 A suprema ousadia do professor se expressa na avaliação, na qual ele recusava a forma autoritária como acontecia e a substitui por um sistema libertário. Em que os alunos gostavam da auto avaliação, a despeito de o professor valorizar o trabalho do grupo e as atividades realizadas em sala de aula. Os alunos haviam interiorizado de tal forma os modelos escolares, marcados pelas provas individuais, que chegavam a exigir as avaliações, havendo uma ruptura com os modelos autoritários de avaliação causava tal desconforto nos alunos que eles preferiam voltar ao sistema anterior.
 Ainda mais radical na percepção dos limites colocados pela ditadura e a próxima entrevistada a docente Arlete, que relata a condições em foi presa pelos militares, no ano em que a mesma era presidente do Centro Cívico, por ironia do destino, na qual trabalhava como essa matéria no período que foi detida e perdeu suas aulas, ao ser liberada e retornar a posto de trabalho para reivindicar suas aulas, a mesma foi surpreendida com a notícia de sua dispensa por abandono de emprego. Deicida, procura o DOI-Codi, requerendo o documento que comprove que esteve detida, e conseguir de forma meio inédita, retornou ao local de trabalho e entregou ao diretor que deu boas vinda, se alegrando com seu retorno regado de muita vigilância e falta de liberdade para ministração de suas aulas.
 Ela relata que sua experiência na universidade foi muito traumática, foi embaixo do pior período militar. E a gente tinha medo, não se estudava, os livros do Marx, o professor pedia para encapar. Por que tinha os olheiros na universidade, tinha o pipoqueiro que podia ser alguém lá do DOI-Codi, tinha livreiro, enfim, era um clima muitotenso, debaixo de prisão, já começa embaixo de mortes, então, a gente militando no movimento estudantil, que eram totalmente clandestinos, mas outras não, em que todas as oportunidades que se tinha era para poder alertar contra a questão da ditadura militar. 
 A experiência da rejeição foi tão marcante que ele termina sua fala, que ao se efetivar na rede pública, a mesma fez questão de voltar para aquela mesma escola, a despeito de o diretor não ser mais o mesmo. Há aqui um relato em que a ditadura esteve absolutamente presente na atuação da professora. A presença opressora não se dava apenas nos sinais externos, tais como as comemorações e a presença do centro cívico, mas fora vivenciada na dura experiência da prisão. Mas de qualquer forma, a professora não é uma pessoa amargurada, no início da entrevista refere-se à docência como uma carreira extremamente gratificante. 
 No caso do entrevistado, o professor Guilherme, trabalhou com História e Educação Moral e OSPB. Então a gente não fazia propaganda, mesmo que a diretora pensasse que era contra o Governo, contra qualquer coisa parecida, não podiam se pronunciar contra, entendeu, tinha olheiro na sala. Foi um período duro, tínhamos que tomar cuidado com o que se falava, como agia, porque para taxarem você de antipolítico era fácil. A resistência que ele anuncia em relação à disciplina, entretanto, não se expressa de forma contundente, uma vez que o citado estudo da constituição era justamente o que se esperava.
 Em relação ao uso de livros didáticos, a fala do professor, os alunos adquiriam o manual de Educação Moral e Cívica que era indicado. E que fazia o uso do livro com um parágrafo, porque começou em uma época que os alunos eram analfabetos, então tinha que ler para explicar o que estava escrito. É que às vezes, eles sabiam ler mecanicamente, mas não estavam alfabetizados, não entendiam o que estavam lendo.
 Então, lia o parágrafo, eu explicava, os alunos perguntavam, a gente discutia e assim iam. Até chegar ao final do livro, quando a gente fazia um exercício de fixação, sempre correndo nas aulas seguintes. Em sua fala em que pegou uma época e interrompeu com fala de sua esposa, nós pegamos uma época maravilhosa. O trecho citado parece situar-se em um meio termo, já era a época de os alunos serem analfabetos. Ainda assim havia a possibilidade de redenção, com a aula e sua dinâmica, com o exercício de fixação. Aqui, evidencia-se uma contradição, se os alunos tinham dificuldade de leitura e interpretação do texto, como resolver esse problema fixando os conteúdos, ou seja, sem problematizar o texto. 
 A avaliação desse professor segue via contrária, a proposta de professores que também foram entrevistados. O mesmo em determinados momentos, motivado pelo contraste de passado e presente, afirma que não teve problemas com a ditadura, e que suas aulas não passaram por nenhum tipo de censura. Os relatos do professor mostram que ele se afasta de modelos comentados pelos demais professores entrevistados.
CONSIDERAÇÕES 
 
 Nota-se situações, distintas, vivenciadas no mesmo período, por professores, que enfrentaram os desafios postos pelo sistema da ditadura civil e militar. É viável lembrar, que esses professores lecionam, quando havia uma grande expansão do sistema escolar, mas com o modelo de escola e o relacionamento entre professores e alunos ocorriam de maneira conservadora. 
Tais relatos abrem uma janela na história da educação no regime militar e possibilitam ver a atuação distinta de quatro docentes, quatro vidas que nos apresentam caminhos diferentes, através da memória, apropriando-se da oralidade. Isto, sem sombra de dúvida, pode nos levar à reflexão sobre os dias atuais e, sobretudo, a lembrar que o campo do professor é sempre um território de múltiplas possibilidades e com diferentes caminhos.
	Muitos foram os desafios enfrentados pelos professores, o texto não relata, mas surgem questionamentos que levam a pensar, também sobre os possíveis desafios enfrentados pelos estudantes nessa época. Considerando que foi classificado como “anos de chumbo”, o período do regime civil e militar, aplicado penas e medidas através do AI-5. 
6 REFERÊNCIAS 
BRASIL. Decreto-Lei nº 5.692, de 11 de agosto de 1971. Fixa Diretrizes e Bases para o Ensino de 1º e 2º graus e dá outras providências.
CERRI, Luís Fernando. Ensino de História e nação na publicidade do milagre econômico – Brasil: 1969-1973. Tese (Doutorado em Educação) – Unicamp. Campinas (SP), 2000, p.55.
FILGUEIRAS, Juliana Miranda. A Educação Moral e Cívica e sua produção didática: 1969-1993. Mestrado em Educação, Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, São Paulo, 2006.
LOURENÇO, Elaine. O ensino de História encontra seu passado: memórias da atuação docente durante a ditadura civil-militar. Revista Brasileira de História, São Paulo, v. 30, n. 60, p. 97-120, 2010.
MELLO, João Manuel Cardoso de; NOVAIS, Fernando. Capitalismo tardio e sociabilidade moderna. In: SCHWARCZ, Lilia Moritz (Org.). História da vida privada no Brasil. 4: Contrastes da intimidade contemporânea. São Paulo: Companhia das Letras, 1998, p. 618.
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