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Desenvolvimento Funcional na Infância

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Corpo, Movimento 
e Psicomotricidade
Responsável pelo Conteúdo:
Prof.ª Me. Evelyn Camponucci Cassillo Rosa
Revisão Textual:
Prof.ª Me. Sandra Regina Fonseca Moreira
Desenvolvimento Funcional 
e Desenvolvimento Funcional na Infância
Desenvolvimento Funcional e 
Desenvolvimento Funcional na Infância
 
 
• Apresentar as possibilidades envolvidas em atividades relacionadas com os movimentos 
humanos e as emoções geradas a partir da relação entre meio/aluno, aluno/aluno e 
aluno/professor, tanto na perspectiva intrínseca quanto extrínseca;
• Viabilizar situações adequadas para os diferentes momentos de desenvolvimento dos 
alunos da Educação Infantil e Ensino Fundamental I;
• Otimizar a relação de ensino-aprendizagem na perspectiva do desenvolvimento do 
cidadão crítico e reflexivo.
OBJETIVOS DE APRENDIZADO 
• Introdução;
• A Importância do Movimento em cada uma das Faixas 
Etárias e o Desenvolvimento Funcional na Infância;
• Habilidades Motoras;
• Considerações Finais.
UNIDADE Desenvolvimento Funcional e 
Desenvolvimento Funcional na Infância
Introdução
Ao longo da história da humanidade, o movimento vem sofrendo modificações 
quanto à sua funcionalidade. Além disso, por muito tempo, as destrezas e as capaci-
dades físicas eram elementos essenciais para a sobrevivência do ser humano.
Assim, a necessidade de ter força, agilidade e resistência estavam relacionadas 
às situações de vida ou morte. Afinal de contas, a caça para a alimentação e uso 
da força para a defesa de suas famílias contra outros predadores exigiam de forma 
natural essas habilidades e capacidades.
As atividades relacionadas à infância já possuíam uma relação direta com esse de-
senvolvimento, que podemos comparar com os outros animais, que testam e desenvol-
vem suas habilidades e capacidades brincando, assim como fazem os cães, os leões etc.
Graças à capacidade intelectual do ser humano, que além de possibilitar reflexões 
mais complexas que os outros seres da natureza, faz com que seja possível guar-
dar informações para as gerações futuras se apropriarem desse conhecimento, sem 
terem vivenciado uma determinada situação que levou ao conhecimento específico.
Com isso, as sobrevivências foram se tornando menos ameaçadas. A manipula-
ção de novas ferramentas que facilitaram a vida cotidiana do ser humano e o desen-
volvimento de novas tecnologias tornaran o homem cada vez menos dependente de 
suas capacidades e destrezas físicas.
Na sociedade moderna, o uso exacerbado de alguns utensílios, como carros, 
motos, escadas rolantes, elevadores entre outros, afasta ainda mais o movimento da 
rotina diária de cada indivíduo e, assim, por falta de estímulo, problemas como obe-
sidade, menor desenvolvimento dos músculos, deficiências físicas (força, resistência e 
flexibilidade), tornam-se fatores relacionados diretamente com o desenvolvimento de 
doenças crônicas, além de problemas psicossociais.
Pesquisas atuais mostram a importância da presença do movimento no desen-
volvimento dos indivíduos. Crianças cujas vidas sejam restritas de brincadeiras com 
a presença de ações motoras, por terem a maior parte do seu tempo de diversão 
relacionados a uma postura estática em frente a uma tela, seja de computador, televi-
são, vídeo games e tablet, acabam não vivenciando atividades fundamentais para seu 
desenvolvimento motor, cognitivo e psicosocial. Crianças sedentárias têm maior pos-
sibilidade de serem adultos sedentários, sendo que podemos ainda relacionar tal fator 
aos pais sedentários, que aumentam a incidência dessas características em seus filhos.
Desta maneira, a falta de conhecimento dos pais em relação aos potenciais de 
aprendizagem envolvidos nas brincadeiras coletivas que contemplem movimento, 
raciocínio para solucionar problemas que solicitam aspectos intelectuais, destrezas 
corporais e adaptações contínuas de ambas contribuem ainda mais para a ausência 
do movimento na rotina das crianças.
Podemos ainda destacar fatores da sociedade contemporânea, como a violência, 
que nos torna cada vez mais presos dentro de nossas casas, condomínio, shopping 
8
9
centers etc. Dentro desse contexto, a escola tem um papel fundamental para estimular 
ações que possibilitem aos alunos vivências motoras, afetivas e sociais, a fim de esti-
mular práticas que contribuirão para o desenvolvimento integral da criança/indivíduo.
Nesta unidade, iremos refletir sobre questões como:
• O que devemos apresentar em termos de movimento para cada uma das faixas etá-
rias que compõem a Educação Infantil e os Anos Iniciais do Ensino Fundamental? 
Sobre qual contextualização devemos apresentar cada uma dessas atividades?
• Qual o potencial de aprendizagem em atividades interdisciplinares que envolvem 
o movimento?
• Quais são os movimentos essenciais para garantir o desenvolvimento global de 
nossos alunos?
• Quais são os estímulos sociais relacionados com essas atividades e quais as 
emoções envolvidas que proporcionam o desenvolvimento do aluno equili-
brado emocionalmente?
Sugerimos que leia um artigo que resume os estudos de David L Gallahue intitulado 
Educação Física Desenvolvimentista, disponível em: https://bit.ly/2XYcy0z
O artigo apresenta a importância do movimento no desenvolvimento do indivíduo, 
apontando características do desenvolvimento motor, aprendizagem cognitiva e cres-
cimento sócio afetivo cognitivo e crescimento sócio afetivo.
Leia o artigo e faça uma reflexão sobre a importância do movimento no currículo 
escolar em relação à sua prática profissional futura, ressaltando a importância do 
estudo da unidade para a sua formação pessoal e profissional.
A Importância do Movimento em cada uma 
das Faixas Etárias e o Desenvolvimento 
Funcional na Infância
Compreendemos por meio dos nossos estudos a importância do movimento 
para o desenvolvimento humano. Este está presente desde a concepção até os últi-
mos dias de vida. Desde a barriga da mãe (período fetal), a criança apresenta seus 
primeiros movimentos perceptíveis. Nessa fase, há movimentação da boca e punhos 
e, de forma reflexa, o sugar do polegar e, ainda, com seu crescimento e o espaço 
restrito, os movimentos reflexos já são consistentes e consideráveis, tornando-se cada 
vez mais ativo até o nascimento.
Nos dois primeiros anos de vida, há um desenvolvimento motor substancial.
A criança passa de um ser sem defesa, relativamente sedentária, para uma criança 
9
UNIDADE Desenvolvimento Funcional e 
Desenvolvimento Funcional na Infância
consideravelmente maior, vertical e ativa. O desenvolvimento motor tem uma forte 
influência no crescimento físico e o desenvolvimento de suas capacidades como força 
e resistência. Nessa fase, cabe aos responsáveis e aos educadores possibilitarem um 
ambiente seguro para uma exploração nata das crianças, sendo que critérios de 
comparação não devem ser estabelecidos, pois algumas características físicas, como 
tamanho da cabeça, que influencia no equilíbrio em pleno desenvolvimento, o tama-
nho da mão, que influencia na manipulação de objetos e as capacidades físicas (prin-
cipalmente força e resistência) alteram-se no tempo de desenvolvimento subjetivo.
No primeiro ano de vida, o aumento tanto de peso como de comprimento ocorre 
de maneira veloz e continua de forma acentuada até o segundo ano, mas já com 
intensidade relativamente menor.
Os movimentos reflexos têm funções importantes na sobrevivência das crianças 
e servem de base para o desenvolvimento dos movimentos voluntários posteriores. 
Ações como engatinhar e caminhar apresentam uma relação de dependência para 
o desenvolvimento funcional das crianças e serão a base para futuras ações mais 
complexas. Observe a tabela abaixo:
Tabela 1 – Sequência de desenvolvimento e taxa aproximada de 
aparição e inibição de reflexos selecionados primitivos e posturais
Mês
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
Reflexos 
Primitivos
De moro x x x x x x x
Susto x x x x x
Procura x x x x x x x x x x x x
Sucção x x x x x
Palmar-mental x x x
Palmar-mandibularx x x x
Agarramento palmar x x x x x
De Babinki x x x x
Agarramento plantar x x x x x x x x x
Firmeza do pescoço x x x x x x x
Reflexos 
Posturais
Direção auditiva x x x x x
Direção ótica x x x x x x x
Flexão dos braços x x x x x x x x x x
Amortecimento e apoio x x x x x x x x x
Endireitamento do pescoço x x x x x x x
Endireitamento do corpo x x x x x x x
Engatinhar x x x x
Caminhar x x x x x
Nadar x x x x x
Fonte: Adaptado de Gallahue, D L., 2003
10
11
Os reflexos primitivos estão relacionados diretamente com a obtenção de alimento 
e a segurança dos bebês. Portanto, apresentaremos alguns reflexos primitivos que 
devem ser acompanhados ao longo do desenvolvimento das crianças.
• Reflexo de Moro: testado a partir de uma condição de insegurança que pode 
ser gerada a por uma postura supina. Também pode ser provocado por um 
barulho ou até a própria tosse do bebê. A permanência desse reflexo por mais 
que seis meses pode ser um indício de distúrbios neurológicos e quando esse 
reflexo ocorre de forma assimétrica pode indicar paralisia de Erb ou lesão de 
um membro;
• Reflexos de Busca e de Sucção: estão associados diretamente com a busca 
pelo alimento e devem ser estimulados principalmente na amamentação, 
estando presentes em todos os recém-nascidos normais;
• Reflexo Palmar de Pressão: ocorre desde os primeiros meses e com tamanha 
intensidade que é possível que a criança sustente o peso do seu próprio corpo em 
suspensão. Um aperto sem força e o prolongamento de ato, após o primeiro ano 
de vida, pode ser um sinal de retardo no desenvolvimento motor ou de hemiplegia; 
nesse caso, cabe uma investigação com laudo específico para esse diagnóstico;
• Reflexo de Babinsk: se desenvolve para o reflexo plantar. A persistência de ato, 
após o sexto mês, pode ser um indicador de falha no desenvolvimento;
• Reflexos Posturais: se enquadram em uma classe de ações que precedem os 
movimentos voluntários e, por esse motivo, devem ser estudados pelos indiví-
duos envolvidos no desenvolvimento motor das crianças. De uma forma geral, 
esse reflexo posiciona a criança em uma postura ereta em relação ao seu am-
biente e pode durar até o primeiro ano de vida, sendo identificado em todas as 
crianças normais;
• Reflexos Corretivos Labirínticos e Visuais: estão envolvidos diretamente 
na manutenção da postura ereta das crianças e podem ser identificados com 
inclinações diferenciadas do tronco, sendo que a cabeça se posiciona sempre 
para um equilíbrio da postura ereta. Essas ações ainda são reforçadas pelo 
reflexo de levantamento, que envolve os braços em uma ação para o mesmo 
objetivo postural;
• Reflexos de Engatinhar, Andar e Nadar: embora, aparentemente, estejam 
relacionados com atos voluntários posteriores não estão bem esclarecidos nos 
estudos do desenvolvimento motor. Thelen (1985) propõe que o estímulo de um 
reflexo desenvolva a força dos membros envolvidos, facilitando o desenvolvi-
mento futuro dos movimentos voluntários.
Para compreender melhor a sequência de desenvolvimento dos reflexos primitivos e postu-
rais, assista aos vídeos do professor Rogério J. de Souza:
• Reflexos primitivos – Avaliação e Integração: https://youtu.be/wm-ApSbCMK8
• Reações Posturais: https://youtu.be/9MohtXdx5AU
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UNIDADE Desenvolvimento Funcional e 
Desenvolvimento Funcional na Infância
Desenvolvimento Funcional na Infância
Do nascimento até o final da primeira infância, o desenvolvimento motor, de uma 
forma geral, está associado aos processos de sobrevivência, tendo como principal 
foco a alimentação e a defesa. Os movimentos reflexos e as habilidades rudimentares 
(manipulação, estabilização e locomoção), que servem de base para o desenvolvi-
mento motor posterior, completam-se nesse período. Os aspectos cognitivos e o 
fortalecimento das musculaturas envolvidas nas ações reflexas e rudimentares são 
extremamente necessários para dar condição básica às crianças para tentativas mais 
ousadas e complexas para as novas possibilidades que a vida lhes apresentará.
A introdução na fase motora fundamental exige que as atividades de locomoção e 
de manipulação estejam totalmente controladas, pois a combinação dessas será ine-
vitável no desenvolvimento natural do ser humano. Embora não seja o foco central 
desta unidade, não há como dissociar os aspectos afetivos, que influenciam de forma 
significativa a velocidade do desenvolvimento motor das crianças, da segurança rela-
cionada ao meio e às pessoas, que permitem um avanço mais intenso no desenvolvi-
mento das habilidades que serão adquiridas nessa fase. A forma como os fatores de 
estímulos são apresentados também pode melhorar a capacidade de aprendizagem 
dos nossos alunos.
O modelo proposto a seguir mostra-nos uma condição de interação entre os princi-
pais fatores que atuam nessa proposta de desenvolvimento e interação com os alunos.
Indivíduo Ambiente
Atividades
Vivências, segurança,
encorajamento e
fatores intrínsecos
Fatores físicos e
mecânicos
Genética,
subjetividade e
fatores psicológicos
Figura 1 – Esquema geral de desenvolvimento motor
A interação desses fatores é fundamental no desenvolvimento de todo ser. 
As características genéticas, os conceitos/valores familiares e a forma como a criança 
percebe refletem-se diretamente em seus aspectos psicológicos. Poderíamos, ainda, 
destacar características de saúde, como nutrição, sono e patologias. O ambiente 
12
13
oferecido às crianças deve ter características que transmitam possibilidades de desen-
volvimento, sem colocar em risco sua saúde.
A dificuldade de pais e educadores está em saber até onde há excesso de segu-
rança que possa estar privando a criança de uma possibilidade de desenvolvimento 
maior, e até que ponto a displicência de proteção pode colocar a criança em risco 
mais sério. De uma forma geral, na infância, as brincadeiras são o principal cami-
nho para o desenvolvimento como um todo. O sentido da autonomia e o estímulo 
às iniciativas estão envolvidos diretamente à capacidade de desenvolvimento socioa-
fetivo que irá servir de alicerce para os próximos passos, caminhando para um novo 
sentido de independência e fomentando habilidades para a manipulação de fatores 
ambientais de acordo com o anseio da criança para explorar novas vivências.
Espera-se, para a fase da infância, um desenvolvimento motor e físico rápido, ha-
vendo, normalmente, pequenas confusões no que se refere à consciência corporal, 
temporal, espacial e direcional. Os aspectos físicos são necessários, inclusive, para 
o controle adequado das necessidades fisiológicas, como urinar e defecar. Ações 
envolvidas na troca de vestimenta são esperadas nesse período. Os movimentos 
bilaterais apresentam menor dificuldade de serem explorados quando comparados 
aos unilaterais, e não há diferença significativa nas habilidades e nas capacidades 
quando comparamos meninas e meninos dessa faixa etária. Os aspectos cognitivos 
são facilmente observados pela quantidade de ideias expressas, que constituem o 
desenvolvimento de raciocínio pré-operacional, o qual apresenta como resultan-
te a transição de um comportamento de autossatisfação para o comportamento 
socializado fundamental. O desenvolvimento afetivo circula em torno do vencer a 
timidez, a insegurança por experimentar o novo, associado ao controle de riscos na 
execução das atividades, principalmente as lúdicas, que compõem o mágico mundo 
do imaginário, do faz de conta, que permite que a aprendizagem vá muito além do 
mundo concreto.
Aos educadores e aos pais cabe oferecer uma abundância de atividades que apre-
sentem problematizações a serem solucionadas de forma autônoma, a fim de maxi-
mizar a criatividade e o anseio de explorar um mundo novo, mas cada vez menos 
temido, fomentando o encorajamento positivo e reduzindo o medo do fracasso.
O nível de exigência das habilidades deve estar de acordo com habilidades pré-
-existentes, mas sempre com um grau ótimo de desafio para estimular uma par-
ticipação engajada das crianças nabusca pelo sucesso da realização da atividade.
O envolvimento global do corpo faz-se necessário para os desenvolvimentos moto-
res posteriores; é preciso usar braços, pernas, cintura pélvica e escapular, tanto de 
forma bilateral como unilateral, variando velocidade, amplitude e agilidade, favore-
cendo também uma postura adequada.
Na fase final da infância (de 6 a 10 anos), o desenvolvimento se dá em uma 
velocidade mais lenta, e já é notado um controle no sistema sensorial e motor 
mais desenvolvido.
13
UNIDADE Desenvolvimento Funcional e 
Desenvolvimento Funcional na Infância
Habilidades Motoras
As habilidades motoras estão relacionadas diretamente com fatores intrínsecos às 
atividades diárias, ao ambiente e ao indivíduo, sendo denominados de rudimentares, 
quando nos referimos ao desenvolvimento motor crescente da primeira infância.
O desenvolvimento motor da criança está associado diretamente aos estímulos 
apresentados em sua rotina. Assim, mesmo que a solução do problema apresentada 
como estímulo para a criança gere um movimento rudimentar, ele deve ser persis-
tente, a fim de afinar as características motoras da criança. Desse modo, o controle 
da musculatura, a experiência com a ação da força da gravidade e o ato de se 
movimentar em espaços restritos são fundamentais para o desenvolvimento motor 
da criança, sendo que o desenvolvimento se dá de forma sequencial previsível, mas 
em ritmos individualizados, de acordo com a subjetividade e estímulo apresentado a 
cada uma das crianças.
As habilidades rudimentares podem ser divididas em: estabilidade, locomoção 
e manipulação.
Habilidades de Estabilização e Habilidades 
Motoras Fundamentais de Estabilidade
De forma segmentada, o controle relacionado à estabilidade inicia-se pela capaci-
dade motora do pescoço e prossegue com o desenvolvimento do controle do tronco 
e das pernas, suscetivelmente.
Ao nascer, temos uma preocupação constante quanto aos cuidados apresentados 
ao posicionamento da cabeça dos bebês, pois os músculos relacionados ao controle 
do pescoço são os primeiros controles de estabilização observados, dessa forma, a 
velocidade de desenvolvimento de força e resistência dessa região, assim como das 
outras, irá depender dos estímulos. Portanto, crianças privadas de movimento, como 
eram usados, os “charutinhos de fraldas” em bebês recém-nascidos em tempos pas-
sados, inibem esse controle.
O controle seguinte a ser desenvolvido é o do tronco, tanto da região torácica 
(porção superior do tronco), como da região lombar (porção inferior do tronco). 
Esse controle é detectado com o posicionamento inclinado do tronco e a reação de 
inclinação do bebê na busca pela posição ereta. Outra habilidade observada nessa 
fase é a rotação do tronco da posição supinada para a posição pronada, que ocorre 
aproximadamente no 6º mês ou um pouco mais tarde.
Com o controle completo do tronco, o bebê está apto a iniciar a postura de sentar. 
O sentar com apoio na região lombar exige o controle pleno do tronco, mas ainda 
não há o controle das pernas. A necessidade de apoio vai diminuindo com o tempo, 
estando inversamente proporcional ao ganho de controle dos membros inferiores, 
14
15
sendo que o auxílio para o sentar se faz desnecessário aproximadamente no 7º mês 
de vida, lembrando que, em paralelo, o controle das mãos e dos membros superiores 
ocorre de forma simultânea ao desenvolvimento dessas habilidades.
Observe a tabela abaixo e acompanhe a sequência de desenvolvimento em cada 
faixa etária, segundo Gallahue:
Tabela 2 – Sequência de desenvolvimento e idade aproximada
de surgimento de habilidades rudimentares de estabilidade
Controle da cabeça 
e do pescoço
Segura-se com apoio. 1º mês
Desencosta o queixo da superície de contato. 2º mês
Bom controle de cúbito ventral. 3º mês
Bom controle de cúbito dorsal. 5º mês
Controle do tronco
Levanta cabeça e peito. 2º mês
Tenta virar de bruço. 3º mês
Rola com sucesso para ficar de bruço. 6º mês
Rola de bruço para a posição de barriga para cima. 8º mês
Sentar
Senta com apoio. 3º mês
Senta com o própio apoio. 6º mês
Senta sozinho. 8º mês
Fica em pé com apoio. 6º mês
Ficar em pé
Apoia-se segurando com as mãos. 10º mês
Puxa-se para ficar em pé com apoio. 11º mês
Fica em pé sozinho. 12º mês
Fonte: Adaptado de Gallahue, D. L., 2003
O marco no processo de desenvolvimento relacionado à estabilidade é o ato de 
ficar em pé, o controle involuntário da musculatura dos membros inferiores em pro-
cessos de contração e relaxamento para ação estável do corpo na posição ereta com 
apoio exclusivo das pernas.
Essa ação, de uma forma geral, é tida como a mais espetacular nessa fase de 
desenvolvimento motor, pois é a partir desse momento que o bebê inicia a ação de 
caminhar, sendo os primeiros passos realizados com apoio, transcendendo de uma 
forma muito veloz para as primeiras tentativas de excluí-los. Assim, os estímulos são 
fundamentais para essa realização e o encorajamento deve ser feito de forma contí-
nua e segura para que não ocorram inibições traumáticas e riscos excessivos.
O equilíbrio dinâmico está relacionado à manutenção de uma postura cor-
poral que tenha domínio do centro de gravidade em deslocamento, como, por 
exemplo, os processos de diferentes formas de caminhar, nas quais existe uma 
constante projeção do centro de gravidade, que é deslocado para frente e recupe-
rado ao eixo corporal imediatamente após, ou seja, uma sucessão de desequilíbrio 
e recuperação do equilíbrio que ocorrem enquanto caminhamos. O equilíbrio 
estático ocorre quando não temos deslocamento, mas pode ser estimulado tanto 
15
UNIDADE Desenvolvimento Funcional e 
Desenvolvimento Funcional na Infância
na posição bípede ou invertida (cabeça para baixo). Os movimentos axiais são 
relacionados a posturas estáticas que envolvem inclinações de tronco, alongamen-
tos, giros, rotações e similares.
Tabela 3 – Média de idade no desenvolvimento das habilidades motoras fundamentais de estabilidade
Padrão de 
movimento
Habilidades
Idade aproximada 
de início
Equilíbrio 
dinámico
Caminhar em linha reta. 3 anos
Caminhar em linha circular. 4 anos
Ficar em pé sobre uma trave de equilíbrio baixa. 2 anos
Caminhar com apoio sobre uma trave de 10 cm a curta distância. 3 anos
Caminhar na mesma trave alternando os pés. 3-4 anos
Executar rolamento de frente de forma grosseira. 3-4 anos
Executar rolamento de frente de forma refinada. 6-7 anos
Equilíbrio 
estático
Colocar-se em pé. 10 meses
Colocar-se em pé sem apoio das mãos. 11 meses
Colocar-se em pé sem apoio. 12 meses
Equilibrar-se em um pé por aproximadamente 4 segundos. 5 anos
Suportar o peso do corpo em apoio invertido com 3 contatos. 6 anos
Movimentos 
axiais
Refina-se progressivamente até o momento em que esses movimentos 
estejam incluídos nos padrões de movimentos manipulativos emer-
gentes de lançar, aparar, chutar, bater, etc.
2 meses a 6
Fonte: Adaptado de Gallahue D L., 2003
Embora o desenvolvimento das habilidades seja analisado de forma isolada, não 
podemos deixar de enfatizar a importância do conjunto das habilidades a serem 
estimuladas com nossos alunos, pois cada nova aprendizagem dá à criança novos 
recursos para continuar a exploração de um mundo ainda novo.
Habilidades de Locomoção
A capacidade de explorar um mundo em plena expansão se dá com o desenvolvi-
mento das habilidades de locomoção. Assim, a familiarização com a ação constante 
da força da gravidade se faz necessária para esse processo e os movimentos de 
locomoção têm uma relação de dependência das habilidades rudimentares anteriores 
para que seja desenvolvida.
Arrastar-se é o primeiro indício que a criança está apta a iniciar as habilidades 
relacionadas à locomoção com o apoio dos braços no solo. A criança estimulada por 
algum desejo pessoal empurra seu tronco em direção aos seus pés e, no retorno do 
tronco, há um leve deslocamento iniciando a ação dessa habilidade. Cabe destacar 
que o estímulo para esse desenvolvimento está relacionadoao fato da criança ficar 
no solo solta, pois quando a criança é privada dessa situação, dificilmente haverá 
16
17
alguma evolução nesse sentido. Devemos lembrar, portanto, que o uso do andador é 
um exemplo dessa privação, pois inibe o desenvolvimento da musculatura que atua 
como base para movimento motor e cognitivo da criança.
O primeiro deslocamento eficaz das crianças é o engatinhar, com a combina-
ção de movimentos dos membros superiores com os membros inferiores, asso-
ciados ao controle pleno da cabeça e pescoço, havendo evolução de velocidade 
e estabilidade. Segundo Carl Delacano (1966), o aprimoramento do engatinhar e 
as técnicas de se arrastar são necessários para o alcance do domínio hemisférico 
cortical, sendo que esse domínio de um lado do córtex está relacionado à orga-
nização neurológica apropriada, considerando ainda que uma organização com 
falhas levará a problemas motores, perceptivos e de linguagem na criança e no 
adulto. Essa hipótese é confirmada por neurologistas, pediatras e pesquisas na 
área de desenvolvimento infantil.
Com o domínio geral do corpo, as crianças iniciam a tentativa de colocar-se 
na postura em pé. Com os pés afastados, virados para fora e joelhos levemente 
flexionados, a habilidade de caminhar não ocorre inicialmente de maneira fluida. 
Desse modo, os fatores ambientas são fundamentais para o estímulo dessa habi-
lidade, pois o sentimento de segurança da criança propulsionará o maior número 
de tentativas e, consequentemente, uma evolução mais rápida. Essa fase do desen-
volvimento tem uma relação direta com o desenvolvimento do sistema nervoso e 
das aptidões físicas.
Tabela 4 – Sequência de desenvolvimento e idade aproximada de
início de surgimento de habilidades de locomotoras rudimentares
Galope ereto
Andar segurando com as mãos. 10º mês
Andar com orientação. 11º mês
Andar sozinho (mãos para o alto). 12º mês
Andar sozinho (mãos abaixadas). 13º mês
Fonte: Adaptado de Gallahue, D L., 2003
Shyrley (1931) destacou quatro estágios, relacionados ao desenvolvimento das 
crianças para o caminhar sem auxílio:
• Período precoce do caminhar, no qual pouco progresso é realizado;
• Período de ficar em pé com ajuda;
• Período de caminhar amparado;
• Período de caminhar sozinho.
Com o domínio do caminhar, as crianças iniciam as tentativas de suas varia-
ções, como caminhar para os lados e para trás (ECKERT, 1973) e nas pontas dos 
pés (BAYLEY, 1935).
17
UNIDADE Desenvolvimento Funcional e 
Desenvolvimento Funcional na Infância
Tabela 5 – Média de idade no desenvolvimento das habilidades motoras fundamentais de locomoção
Padrão de 
movimento
Habilidades
Idade aproximada
de início
Caminhada
Galope ereto rudimentar sem auxílio. 13 meses
Caminhada lateral. 16 meses
Caminhada para trás. 17 meses
Sobe degraus com auxílio. 20 meses
Sobe degraus sozinho (passos seguidos). 24 meses
Desce degraus sozinho (passos seguidos). 25 meses
Corrida
Caminhada rápida (mantém contato com o solo). 18 meses
Corrida verdadeira. 2-3 anos
Corrida eficiente e refinada. 4-5 anos
Corrida madura. 5 anos
Salto
Desce de objetos baixos. 18 meses
Salta de objetos com o impulso de um pé. 2 anos
Salta de objetos com o impulso dos dois pés. 28 meses
Salta em distância (aproximadamente 1 m). 5 anos
Salta em altura (aproximadamente 30 cm). 5 anos
Padrão de salto maduro. 6 anos
Saltito
Saltita até três vezes com o pé de preferência. 3 anos
Saltita de 4 a 6 vezes no mesmo pé. 4 anos
Saltita de 8 a 10 vezes no mesmo pé. 5 anos
Saltita distâncias de 15 cm em cerca de 11 seg. 5 anos
Saltita com habilidade com alternâncias rítmicas. 6 anos
Galope
Galope básico (ineficiente). 4 anos
Galopa habilmente, padrão maduro. 6 anos
Skipping
Skipping com uma perna. 4 anos
Skipping completo. 5 anos
Skipping completo maduro. 6 anos
Fonte: Adaptado de Gallahue, D. L., 2003
Com o domínio das habilidades motoras rudimentares, as crianças estão prontas 
para a execução de movimentos mais elaborados e complexos. Os movimentos 
exigidos nas novas vivências serão o estímulo para o desenvolvimento das habilida-
des motoras fundamentais de locomoção.
Habilidade de Manipulação e Habilidades 
Motoras Fundamentais de Manipulação
As habilidades de manipulação estão relacionadas aos ajustes visuais e manuais e 
ao processo de interação com objetos dispostos no ambiente da criança, e funcionam 
como estímulos para o desenvolvimento dessa habilidade, os movimentos de ombros 
e braços, mesmo que descoordenados, e que inicialmente, antecedem os movimentos 
de punho e das mãos.
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As crianças, desde muito cedo, conseguem segurar alguns objetos de forma re-
flexiva, mas é necessário colocarmos um objeto em suas mãos, agindo como os 
primeiros estímulos para o desenvolvimento das habilidades manipulativas.
Eckert (1987) resumiu seis atos para a conquista da preensão:
• Transição da localização visual de um objeto para a tentativa de alcançá-lo;
• Transição da coordenação simples, visual e manual, para a progressiva indepen-
dência do esforço visual com sua expressão máxima em atividades com dedilhar, 
digitar ou tocar um piano;
• Transição do movimento máximo inicial da musculatura corporal para um 
envolvimento mínimo, com maior economia de esforço;
• Transição da atividade proximal dos grandes músculos dos braços e dos ombros 
para a atividade distal dos músculos finos dos dedos;
• Transição dos movimentos precoces, rudimentares e abrangentes, na manipu-
lação de objetos, para a precisão de controle similar à de uma pinça, com o 
polegar e o dedo indicador em oposição;
• Transição do alcance e da manipulação inicial bilateral para o uso ideal da 
mão perfeita.
Tabela 6 – Sequência de desenvolvimento e idade aproximada de
início de surgimento de habilidades de manipulação rudimentares
Alcance controlado. 6º mês
Pegar
Pegadura flexível. Nascimento
Pegadura voluntária. 3º mês
Pegadura palmar com as duas mãos. 3º mês
Pegadura palmar com uma mão. 5º mês
Pegadura de pinça. 9º mês
Pegadura controlada. 14º mês
Come sem ajuda. 18º mês
Soltar
Soltura básica. 12º ao 14º mês
Soltura controlada. 18º mês
Fonte: Adaptado de Gallahue, D. L., 2003
A habilidade de soltar os objetos ocorre para um polimento final. As habilidades 
rudimentares de manipulação: desde os seis meses, a criança consegue segurar, mas 
o controle motor relacionado ao soltar ocorre de forma tardia, aproximadamente aos 
14 meses. O desenvolvimento dessas habilidades proporciona a criança o explorar 
de um mundo com mais detalhes, não se limitando apenas em segurar e colocar na 
boca, conseguido assim identificar formas e detalhes mais minuciosos.
Observe a tabela a seguir, que aponta a idade média aproximada no desenvolvi-
mento das habilidades motoras fundamentais de manipulação.
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UNIDADE Desenvolvimento Funcional e 
Desenvolvimento Funcional na Infância
Tabela 7 – Média de idade no desenvolvimento das habilidades motoras fundamentais de manipulação
Padrão de 
movimento
Habilidades
Idade aproximada 
de início
Alcançar, segurar 
e soltar
Comportamento de alcance primitivo. 2–4 meses
Captura de objetos. 2–4 meses
Pegar espalmando. 3–5 meses
Pegar pinçando. 8–10 meses
Pegada controlada. 12–14 meses
Soltura controlada. 14–18 meses
Lançar
Corpo vira para o alvo, pés mantêm-se estáticos, objeto é lançado somente com 
a extensão dos braços. 2–3 anos
Idem ao anterior, acrescentando a rotação do corpo. 3–5 anos
Com deslocamento do pé do mesmo lado do braço utilizado para o lançamento. 4–5 anos
Padão maduro de lançamento. 6 anos
Pegar
Persegue a bola, não responde a bolas aéreas. 2 anos
Responde a bolas aéreas com movimento de braços atrasados. 2–3 anos
Precisa de orientação de como posicionar os braços. 2–3 anos
Reação de medo (gira a cabeça). 3–4 anos
Utiliza o corpo para apanhar objetos. 3 anos
Apanha objetos utilizando somente as mãos. 5 anos
Padrão maduro do movimento de apanhar. 6 anos
Chutar
Empurra a bola. 18 meses
Chute com a perna extendida e com discretomovimento corporal. 2–3 anos
Flexiona a perna na sua porção inferior. 3–4 anos
Grande balança frente/trás com oposição definida dos braços. 4–5 anos
Padrão maduro do chute. 5–6 anos
Bater
Visualiza o objeto e faz um balanço no plano vertical. 2–3 anos
Faz um balanço no plano horizontal e de desloca ao lado do objeto. 4–5 anos
Giro de tronco e quadril e leva o peso do corpo para a frente. 5 anos
Padrão horizontal maduro utilizando bola estacionária. 6–7 anos
Fonte: Adaptado de Gallahue D. L., 2003
O trabalho com as mãos é exigido todos os dias por nossas rotinas. A mão é uma 
das principais portas de entrada para o conhecimento das crianças. O uso das mãos 
inicia-se na gestação, com ações reflexas. Isso pode ser observado quando o bebê 
coloca a mão no rosto ou mesmo chupa os dedos ainda no ventre da mãe.
A capacidade de manipulação de objetos amplia-se de forma crescente. Os atos 
de alcançar, segurar e soltar estão relacionados ao contato bem sucedido com o 
objeto a ser manipulado, mantendo-o preso e soltando-o de forma espontânea, o 
que se torna possível com o desenvolvimento cognitivo que ocorre com o desen-
volvimento das habilidades. Essa tarefa surge, inicialmente, com as brincadeiras, 
que podem ser estimuladas com móbiles, brinquedos de diferentes formas e/ou que 
emitam algum tipo de som ou sejam feitos de diferentes materiais e rugosidade, e 
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passam, rapidamente, a serem utilizados como forma de se alimentar, de se higie-
nizar e também de comunicação.
A habilidade fundamental de lançar consiste na projeção de um objeto em uma 
determinada direção-alvo, sendo essa habilidade desenvolvida por estímulos nor-
malmente já relacionados a algum esporte, como o basquete e o beisebol, entre 
outros. A habilidade fundamental de pegar tem uma forte relação com o lançar, 
pois precisamos deter o objeto de forma controlada para que possamos lançá-lo. 
Uma definição para o ato de pegar está relacionada ao realizar uma recepção de 
um objeto que foi lançado para ser seguro em pleno voo.
Os pais acabam, de forma inconsciente, apresentando à criança objetos e brin-
cadeiras que aumentam a velocidade de aprendizagem de uma determinada habili-
dade. Qual criança, no Brasil, não ganha uma bola e lhe é solicitado o movimento 
de chutar, sob influência diretamente do nosso futebol? O desenvolvimento da habi-
lidade de chutar, em brasileiros, é precoce, quando comparada com os americanos. 
A cultura, de uma forma geral, é o principal caminho para o uso de determinados 
estímulos (tipo de brinquedo, brincadeira e espaço disponível) e, durante a infância, 
há uma projeção de complexidade desses estímulos, que são direcionados para as 
habilidades que são exigidas nesses esportes. Cabe ressaltar que gestos motores 
pré-definidos em todas as modalidades esportivas como sendo os corretos não 
devem ser exigidos nessa fase, pois há muitos caminhos a serem percorridos até 
que a criança execute, de forma perfeita, um determinado gesto esportivo e essa 
cobrança pode ser causa de inibição para a prática.
Chutar pode ser definido como a transferência de força com os pés para um 
objeto, normalmente bola, mas existem outros objetos que podem ser usados na exe-
cução de um chute. Esse movimento inicia-se apenas com um empurrar com os pés 
e desenvolve-se para chegar ao uso do corpo com deslocamento frontal e utilização 
simultânea de rápida flexão/extensão do joelho da perna a ser utilizada no chute.
A habilidade fundamental de manipulação de bater não deve estar associada à 
agressão, pois é uma habilidade que exige diversos sensores associados à interação 
de aspectos cognitivos e capacidades físicas para ser executada. Pode ser descrita 
como um breve contato com o objeto com os braços acima da cabeça, ao lado 
do corpo ou mesmo abaixo da linha da cintura pélvica. Existem diversas formas 
de estímulo para a realização dessa habilidade, podendo ser um bater de bola de 
diferentes formas, um rebater com algum objeto, exemplo do beisebol, do tênis, do 
crickete, entre outros.
Considerações Finais
O conhecimento apresentado nesta unidade se faz necessário aos educadores 
para estimular as habilidades adequadas para cada uma das faixas etárias na qual está 
atuando, auxiliando na avaliação de habilidades pré-adquiridas em fases anteriores. 
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UNIDADE Desenvolvimento Funcional e 
Desenvolvimento Funcional na Infância
Sabemos que a curiosidade nata de explorar um mundo desconhecido ocorre natu-
ralmente, contudo, o uso do imaginário, do faz de conta, de atividades lúdicas, de 
músicas, são possibilidades importantes para o desenvolvimento dessas habilidades 
rudimentares, além do desenvolvimento paralelo dos aspectos sociais e afetivos 
envolvidos desse período.
Os estímulos apresentados ao longo do crescimento das crianças de 3 a 10 anos, 
em média, devem proporcionar uma variedade de atividades. É importante apre-
sentar à criança todas as habilidades cabíveis à sua faixa etária e colocá-las no 
planejamento de atividades que contenham alguma habilidade fundamental envolvida. 
Não devemos esquecer essas variações, fomentando assim o vocabulário motor 
diversificado, auxiliando, ainda mais, no desenvolvimento de aspectos sensoriais. 
A utilização de músicas enriquece trabalhos feitos com crianças de idades infe-
riores, mas a dança pode ser aplicada em todas as fases da vida e não pode 
ser deixada de lado quando estamos definindo os conteúdos a serem utilizados. 
De uma forma geral, o esquema abaixo simplifica os itens envolvidos no processo 
de desenvolvimento da criança, lembrando que não conseguimos desenvolver qual-
quer habilidade de forma única e isolada, pois aspectos sociais, cognitivos e afetivos 
envolvem cada uma das atividades práticas, principalmente quando trabalhadas de 
forma coletiva.
Aspectos
ambientais
Objetivos da
atividade
Indivíduo
Resultado
Figura 2 – Proposta de desenvolvimento da atividade proposta
A contextualização das atividades envolve o imaginário das crianças no desen-
volvimento de suas atividades. Se apresentarmos uma simples atividade de busca a 
um determinado objeto, o estímulo para a brincadeira não será tão elevado, mas, se, 
na mesma brincadeira, contarmos um história que prenda a atenção e que envolva 
suas emoções, teremos um envolvimento completo da criança nessa atividade. 
O faz de conta presente no imaginário das crianças deve ser sempre alimentado, 
pois isso as torna grandiosas em suas realizações. Que criança não brinca e ima-
gina que voa? Que está no sol? Que luta com monstros grandiosos? Que lida com 
fadas variadas? Só não nos permitimos mais isso quando ganhamos maturidade e 
nos encaminhamos para outra fase de nossas vidas. A riqueza desse universo deve 
ser explorada ao máximo, garantindo, assim, o envolvimento pleno da criança em 
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seu desenvolvimento motor. As atividades motoras, por muitas vezes, podem ainda 
ser relacionadas a outras disciplinas numa contextualização e para o resultado final.
A interdisciplinaridade traz grande potencial de aprendizagem quando existem 
movimentos envolvidos. Devemos quebrar o paradigma de que criança compor-
tada é a criança que fica sentada, prestando atenção, e envolvê-la em atividades 
ricas em aspectos motores, afetivos, sociais e cognitivos. Só assim alcançaremos o 
caminho para a transformação e ao alcance da vida autônoma.
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UNIDADE Desenvolvimento Funcional e 
Desenvolvimento Funcional na Infância
Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
 Livros
Compreendendo o Desenvolvimento Motor: Bebês, Crianças e Adultos
GALLAHUE, D. L.; OZMUN, J. C. Compreendendo o desenvolvimento motor: 
bebês, crianças e adultos. (cap. 9). 2. ed. São Paulo: Editora Phorte, 2003.
Educação Física na Escola – Implicações para a Prática Pedagógica de Coordenação
DARIDO, S. C.; RANGEL, I. C. A. Educação física na escola – implicações para 
a prática pedagógica de coordenação. (cap. 10-15). Rio de Janeiro: Guanabara 
Koogan, 2005.
 LeituraJogos e Brincadeiras e o Desenvolvimento Motor na Educação Infantil
GONÇALVES, R. P. Jogos e Brincadeiras e o Desenvolvimento Motor na 
Educação Infantil. Centro Universitário de Brasília – UniCEUB, 2016.
https://bit.ly/3eMdYkL
A Dança como Estratégia para o Desenvolvimento Motor de Crianças
NOGUEIRA JR., J. E. A dança como estratégia para o desenvolvimento motor 
de crianças. IV Simpósio Internacional de Ciências Integradas da Unaerp. Unaerp, 
Guarujá, São Paulo.
https://bit.ly/3bCcXJQ
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Referências
BRASIL. Referencial Curricular Nacional Para a Educação Infantil. v.3. Brasília: 
MEC/SEF, 1998.
DARIDO, S. C.; RANGEL, I. C. A.; Educação física na escola: implicações para 
a prática pedagógica. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2005.
GALLAHUE, D. L.; OZMUN, J. C. Compreendendo o desenvolvimento motor:
bebês, crianças adolecentes e adultos. São Paulo: Phorte Editora, 2003.
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