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AINES - YARLLA CRUZ

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Aines: anti-inflamatórios não-esteroidais 
• Classes de medicamentos que atuam 
contra a inflamação - glicocorticóides 
(hormonais) e AINES (não hormonais) 
 • Glicocorticóides (inibição da fosfolipase 
A2) - atuam como anti-inflamatórios, 
imunossupressores e anti-alérgicos 
• Os AINES (inibição das ciclooxigenases) 
possuem propriedades anti-inflamatória 
(COX-2), analgésica (COX-2 e COX-3), 
antipirética (COX-3) e antiagregante 
plaquetário (AAS - COX 1) 
 • Seletividade dos medicamentos em 
relação as propriedades 
 • Apresentam várias vias de 
administração 
• AINES típicos - seletivos COX-2 (coxibe) e 
não seletivos 
 • Não seletivos - não podem ser utilizados 
em casos de asma, uma vez que a ação da 
lipooxigenase aumenta os leucotrienos 
(ação broncoconstritora - mediadores de 
crises asmáticas) 
 • Cetoprofeno - pode ser util izado em 
casos de asma, uma vez que bloqueia COX 
e LOX 
• AINES atípicos - dipirona e paracetamol 
 • São restritos a propriedade antipirética 
e analgésica 
 • Não geram efeitos adversos associados 
a COX-1 
• AAS (ácido acetilsalicíl ico) - apresenta uso 
reduzido como anti-inflamatório 
 • Febre reumática (dose acima de 500 
mg) e pericardite 
Inflamação 
• Sinais flogísticos - calor, dor, rubor, edema 
e, consequentemente, a perda de função 
 • Calor, rubor e edema - vasodilatação 
associada a liberação de prostaglandina 
(produzidas na cascata do ácido 
araquidônico) 
 • Dor - ativação dos nociceptores 
• Fármaco ideal - preservar as ações 
fisiológicas e bloquear as ações 
patológicas 
 
Prostaglandinas 
• Estimulação da agregação (TXA2) 
• Inibição da agregação plaquetária 
(PGI2) 
• Relaxamento da vascular (PGE2 e PGI2) 
• Contração vascular (PGF, TXA) 
• Contração brônquica (PGF2, LCT, LTD, 
TXA) 
• Relaxamento brônquico (PGE2) 
• Proteção da mucosa gástrica (PGE1, 
PGI2) 
• Manutenção do fluxo renal e regulação 
do metabolismo de sódio e potássio (PGE1, 
PGI2) 
• Indução da contração uterina (PGE1, 
PGE2, PGF alfa 2) 
• Produção de febre (PGE2) 
• Hiperalgesia por potencialização dos 
mediadores da dor (PGI2) 
• Sensibilização das terminações 
nociceptivas periféricas (PGI2) 
 
Cascata do ácido araquidônico 
• A membrana gera mediadores de 
sinalização inflamatória 
Fosfolipase A2 - a lesão tecidual provoca a 
liberação de fosfolipídios da membrana 
(ácido araquidônico), disponibilizando 
para a célula 
 • O ácido graxo é metabolizado pela 
ciclooxigenase e lipooxigenase (formação 
de leucotrienos que estimulam receptores 
da dor e quimiotaxia para neutrófilos) 
• COX-1 - atua na resposta fisiológica do 
organismo 
 • Plaqueta (TXA2 - estimula a agregação 
plaquetária associada a vasoconstrição) 
 • Células estomacais (PGI2 e PGE1 - 
associadas formação do muco protetor do 
estômago) 
 • Células renais no rim (PGE2 - ação 
vasodilatadora, facilitando a filtração 
glomerular) 
Yarlla Cruz 
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 • Todos os fármacos que bloqueiam COX-
1, bloqueiam COX-3, mas nem todo 
fármaco que bloqueia COX-3 bloqueia 
COX-1 
• COX-2 - atua na lesão tecidual e na 
resposta fisiológica do organismo 
 • Rim (PGE2 - vasodilatação e filtração 
glomerular) 
 • Vasos (PGI2 - reduz a agregação 
plaquetária e estimula a vasodilatação) 
 • Demais células - liberação de diversas 
prostaglandinas (ação vasodilatadora), 
provocando rubor, calor, edema e 
ativação dos receptores da dor (fibras do 
tipo C) 
• COX-3 - atua cérebro 
 • PGE1 - desregulação hipotalâmica 
(controle da temperatura), causando dor e 
febre 
 • Leucotrienos - são capazes de 
sensibil izar nociceptores, quimiotáticos 
(neutrófilos) e broncoconstritores 
• Diclofenato - não apresenta seletividade, 
bloqueando a COX-1, COX-2 e COX-3 
 • Aumenta o risco de hemorragia, de 
problemas gástricos e provoca a elevação 
da PA arterial 
 • Deve ser utilizado por um curto período 
de tempo 
• Rofecoxib - bloqueia apenas a COX-2 
 • Apresenta o tempo de uso mais 
prolongado 
 • O volume do fármaco é maior, de forma 
que bloqueia apenas a COX-2 
 • Eventos tromboembólicos e infarto nos 
pacientes com doenças vasculares - a 
ação fisiológica da COX-2 foi bloqueada, 
de forma que a COX-1 atua estimulando a 
agregação plaquetária e a vasoconstrição 
 • Foi retirado do mercado 
• A COX-2 apresenta uma bolsa lateral 
(valina-523) que a COX-1 não apresenta 
• Pacientes que apresentam úlcera 
gástrica e necessitam de anti-inflamatório - 
devem fazer uso dos coxibes por poucos 
dias 
 • Etoricoxib (1 vez ao dia) 
 • Celecoxib (celebra) 
• Misoprostol - é um gastroprotetor que 
provoca contrações uterinas (aborto) 
 
Inibidores seletivos de COX-1/COX-3 
• AAS (em baixas doses) 
 • Dose menor que 320 mg 
 
Inibidores de COX-1, COX-2 e COX-3 
• AAS (em altas doses) - acima de 320 mg 
 • Síndrome de Reye - utilização de AINES 
nas infecções virais em crianças 
• Piroxicam - sublingual (início de ação mais 
rápido), uso em cólicas 
• Diclofenaco 
 • Lesões gástricas 
• Ibuprofeno 
 
Inibidores relativamente seletivos COX-2 e 
COX-1*/COX-3* 
• Reduzem os efeitos adversos 
• Nimesulida 
• Etodolato 
• Meloxicam 
• * - em menor quantidade 
 
Inibidores seletivos de COX-2 
• Etoricoxibe 
• Celecoxibe 
 
Inibidores COX-3 
• Dipirona 
• Paracetamol - mais fraco que a dipirona 
 
Classificação geral dos AINES 
AAS (salicilatos) 
• Ação não inflamatória - distúrbios 
cardiovasculares 
• Farmacocinética 
 • Ácido fraco - boa absorção 
 • É um pró-fármaco, sendo ativado no 
sangue pela esterase, se transformando em 
salicilato 
• Mecanismo de ação - ligação irreversível 
(covalente) da COX-1 (COX-3*) 
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• Efeitos adversos 
 • Salicismo - utilizado com antiagregante 
plaquetário em idosos por um longo 
período 
 • Vertigem, tinido e diminuição da 
audição (náuseas e vômitos) - acúmulo de 
AAS no corpo 
 • Redução da dose 
 • Síndrome de Reye - em infecções virais 
(sarampo e rubéola) 
 • Encefalopatia hepática após 
doenças virais em crianças - é irreversível 
 • Piora da asma 
• Interação com a varfarina - risco de 
hemorragia aumentando em uso do AAS 
 
Derivados de paraminofenol 
• Paracetamol ou acetaminofen (EUA) 
• Mecanismo de ação - inibidor seletivo de 
COX-3 
 • Fraco inibidor de COX-1 e COX-2 
• Inibe a síntese de PG no cérebro 
 • Fraca atividade antiinflamatória, boa 
ação analgésica e antipirética 
 • Sem os efeitos adversos comuns aos 
AINES 
• Farmacocinética 
 • Administrado por via oral - 30-60 min 
 • Meia vida - 2-4 horas 
 • Metabolização hepática - intoxicação 
(geração NAPBQI no fígado que gera 
necrose hepática) 
 • O NAPBQI pode ser degradado pela 
glutationa no fígado até uma certa dose 
 • Dose máxima de paracetamol por dia 
em pessoas saudáveis - 3,2 mg 
 
Derivados do ácido fenilacético 
• Diclofenaco sódico/ potássico/ 
colestiramina 
 • Sódico - início de ação rápido e efeito 
curto, não é contra-indicado para 
pacientes hipertensos 
 • Potássico - início de ação longo e efeito 
duradouro 
 • Colestiramina - início de ação rápido e 
efeito duradouro 
• Mecanismo de ação - inibição 
competitiva reversível rápida da COX-1 
(COX-3*) e COX-2 
• Propriedades farmacológicas 
 • Anti-inflamatório, analgésico e 
antipirético 
• Efeitos adversos 
 • Distúrbios gastrointestinais 
 • Reações cutâneas e alérgicas 
 • Diminuição da função renal 
 
Derivados do ácido propiônico 
• Ibuprofeno, naproxeno, fenoprofeno, 
cetoprofeno, fluviprofeno 
• Mecanismo de ação - inibição 
competitiva rápida da COX-1 (COX-3*) e 
COX-2 
• Propriedades farmacológicas 
 • Anti-inflamatórios - naproxeno é 20 vezes 
mais potente do que aspirina e causa 
menos efeitos gastrointestinais 
 • Analgésicos e antipiréticos 
 • Cetoprofeno - inibe a COX e a LOX – uso 
em asmáticos 
• Efeitos adversos 
 • Gastrointestinais (menor que o da 
aspirina) 
 • Cefaleiae tonturas 
 
Ácido enólicos (oxicans) 
• Piroxican, meloxican e tenoxican 
• Mecanismo de ação 
 • Inibição competitiva reversível rápida 
da COX-1 
 • Meloxicam - inibição mais seletiva para 
COX-2, provocando a redução de efeitos 
adversos estomacais, renais e plaquetários 
• Propriedades farmacológicas 
 • Analgésicos, antipiréticos e anti-
inflamatórios 
• Efeitos adversos 
 • Distúrbios gastrointestinais 
 • Meloxican - efeitos indesejáveis quase 
nulos 
 
Derivados da pirazolona 
Dipirona 
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• Analgésico (inibe diretamente o receptor 
da dor) e antipirético, sendo desprovido de 
atividade anti-inflamatória 
 • Bloqueio da COX-3 
• Efeitos adversos 
 • Náuseas, vômitos e desconforto 
gastrointestinal 
 • Leucopenia, agranulocitose e 
trombocitopenia - raro 
 • Reações cutâneas 
• É contra-indicado em pacientes com 
problemas hematológicos prévios 
 • Alto índice de discrasias sanguíneas - 
EUA 
• Ótimo efeito antipirético 
 • Febre acima de 38 °C 
 • Paracetamol não controle febre alta 
 • Causa diminuição da PA 
• O paracetamol é associado a codeína 
em outros países, uma vez que o uso da 
dipirona é restrito aos hospitais em alguns 
países 
 
Nimesulida 
• É hepatotóxica (acima de 200 mg/dia) 
• Mais seletiva para a COX-2 - moderados 
efeitos indesejados (gástricos, intestinais e 
plaquetários) 
• Uso em pacientes alérgicos a AAS 
• É contra-indicada em crianças menores 
de 12 anos 
• Ponstan (ácido mefenâmico) - diminuição 
das prostaglandinas uterinas (uso em 
cólicas) 
 
Coxib’s 
Celecoxib (Celebra) 
• Altamente seletivo da COX-2 
• Biodisponibilidade de 36% 
• Pico de concentração plasmática em 3 
horas 
• 97% ligado a proteína plasmática - alto 
risco de interação medicamentosa 
• Meia-vida de eliminação de 8-12 horas 
 
Etoricoxib (Arcoxia) 
• Altamente seletivo da COX-2 
• Biodisponibilidade de aproximadamente 
100% 
• Pico de concentração plasmática em 1 
hora 
• 92% ligado a proteínas 
• Uso de 24 em 24 horas (meia-vida mais 
longa) 
 
Efeitos adversos da COXIBs 
• Efeitos adversos cardiovasculares 
 • Eventos trombóticos 
 • Hipertensão - inibição da PGE2 e PGI2 
(vasodilatadoras/anti-trombóticas) e não 
inibição do TXA2 (vasoconstritor/pró-
trombótico) 
• Efeitos adversos renais 
 • Diminuição da taxa de filtração renal 
(inibição da COX-2 renal) 
• Outros efeitos adversos 
 • Urticária, angioedema, agravamento 
de convulsões 
 
Contra-indicações para o uso de 
AINES 
• História de úlcera péptica 
• Intolerância aos AINES 
• Sangramento e hemorragias espontâneas 
• Insuficiência renal, disfunção renal, ICC, 
hipoglicemia, cirrose hepática, depleção 
de sódio, uso concomitante de drogas 
nefrotóxicas 
• Idade maior que 60 anos 
• Crianças e adolescentes com viroses 
(síndrome de Reye) 
• Asmáticos 
 
Efeitos adversos comuns dos AINES 
• Gastrintestinais 
 • Dispepsia, náuseas e vômitos 
 • Doença ulcerosa (usuários crônicos) - 
erosões, petéquias, distúrbios 
gastrointestinais e hemorragia 
grave/perfurações 
• Efeitos renais 
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 • Insuficiência renal aguda - indivíduos 
com distúrbios nos sistemas NA e da renina 
(inibição da vasodilatação compensatória) 
• Nefropatia analgésica 
 • Nefrite crônica 
 • Necrose papilar renal 
• Interferência na coagulação sanguínea 
 
 
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Yarlla Cruz

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