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TOMÁS ANTÔNIO GONZAGA 1 2 Tomás Antônio Gonzaga 3 Sobre o autor: • Tomás Antônio Gonzaga (1744-1810) nasceu na região do Porto em Portugal; • Depois de perder a mãe, veio para o Brasil em 1751; • Formou-se em Direito em Coimbra, em 1768 e começou a atuar como juiz em uma cidade portuguesa; • Assim como Cláudio Manuel da Costa estabeleceu contato com as ideias iluministas e árcades; • Chegou a escrever uma obra filosófica em homenagem ao Marquês de Pombal – Tratado de Direito Natural. • Em 1782 foi nomeado ouvidor em Vila Rica – descontente com a política dos poderosos escreve Cartas Chilenas; • Em Vila Rica iniciou sua atividade literária e sua relação amorosa com Maria Doroteia de Seixas, uma jovem de 16 anos, cantada em seus versos com o pseudônimo de Marília. Tomás Antônio Gonzaga 4 Sobre o autor: • Em 1786 foi promovido a desembargador na Bahia; • Em 1789 foi acusado de pertencer ao grupo dos inconfidentes. Ficou três anos preso no Rio de Janeiro até 1792; • Sua pena foi o exílio (a expulsão do país). Partiu para Moçambique, onde se casou com a filha de um negociante de escravos; • Apesar dos sofrimentos passados na prisão, Gonzaga levou uma vida relativamente tranquila. Ali se casou, enriqueceu e ainda se envolveu com a polítia local; • Seu pseudônimo poético era Dirceu Tomás Antônio Gonzaga 5 O mais popular dos poetas árcades, sua obra é considerada a mais importante da poesia árcade Brasileira. Seus poemas seguem de perto os princípios determinados para seu tempo; o cenário sempre bucólico, em que se vê uma natureza em geral tranquila e equilibrada. A poesia de Tomás Antônio Gonzaga, se comparada à dos demais poetas árcades brasileiros, apresenta algumas inovações que apontam para uma transição entre o Arcadismo e o Romantismo, ou seja, marcas de um pré-Romantismo. Tomás Antônio Gonzaga 6 Os poemas finais, escritos quando o autor encontrava-se preso pela participação na inconfidência mineira, mostram o sofrimento vivenciado pela distância entre o eu do poema e sua amada, a pastora Marília. Em outras palavras, incorpora muito de sua experiência pessoal à poesia (escrita antes e durante a prisão). Gonzaga conseguiu quebrar em grande parte a rigidez dos princípios árcades. Por exemplo, em contraposição à contenção dos sentimentos, sua poesia é mais emotiva e espontânea. Sua Marília, em vez de se apresentar como uma mulher irreal, como a Nise de Cláudio Manuel da Costa, mostra-se mais humana e próxima do real. Tomás Antônio Gonzaga 7 Lira II de Marília de Dirceu Na sua face mimosa, Marília, estão misturadas purpúreas folhas de rosa, brancas folhas de jasmim. Dos rubis mais preciosos os seus beiços são formados; os seus dentes delicados são pedaços de marfim. Tomás Antônio Gonzaga 8 Os temas árcades do distanciamento da mulher amada e do sofrimento dele decorrente não são, no caso de Gonzaga, mero temas clássicos convencionais, mas assumem feição de pura verdade. Lira XI Estou no Inferno, estou, Marília bela; e numa coisa só é mais humana a minha dura estrela; uns não podem mover do Inferno os passos; eu pretendo voar e voar cedo à glória dos teus braços. Tomás Antônio Gonzaga 9 Marília de Dirceu A obra divide-se em três parte 1ª parte: contém os poemas escritos na época de Gonzaga. Nela, predominam as composições convencionais: O pastor Dirceu celebra a beleza de Marília. Em alguns poemas, entretanto, as convenções mal disfarçam a confissão amorosa do autor: a ansiedade de um quarentão apaixonado por uma adolescente; a necessidade de mostrar que não é um qualquer e que merece sua amada; os projetos de uma sossegada vida futura, rodeado de filhos e bem cuidado por sua mulher. Tomás Antônio Gonzaga 10 Marília de Dirceu A obra divide-se em três parte 2ª parte: escrita na prisão da Ilha das Cobras. Os poemas exprimem a solidão de Dirceu, saudoso de Marília. Nesta segunda parte, encontramos a melhor poesia de Gonzaga. 3ª parte: Aparece o tom confessional e o pessimismo prenunciam o emocionalismo romântico Tomás Antônio Gonzaga 11 Essas experiências dão à obra de Gonzaga maior subjetividade, espontaneidade e emotividade – traços que foram aprofundados pelo movimento Romantismo. Gonzaga cultivou: Poesia satírica – Cartas Chilenas. Na lírica - Marília de Dirceu; Tomás Antônio Gonzaga 12 Cartas Chilenas Atribui-se a Gonzaga a autoria de Cartas Chilenas, escritas provavelmente com a colaboração de Cláudio Manuel da Costa. Trata-se de, um poema satírico, incompleto, em forma de cartas (13 poemas satíricos), que circulou anonimamente em Vila Rica pela época da Inconfidência (1787-1788). O alvo das sátiras era o governador da Capitania das Minas, Luís da Cunha Meneses, apelidado, no texto de fanfarrão Minésio. O signatário é o pastor Critilo (pseudônimo de Gonzaga); o destinatário é o pastor Doroteu (identificado pelos estudiosos como pseudônimo de Cláudio Manuel da Costa). Tomás Antônio Gonzaga 13 Cartas Chilenas Nessa mesma linha de interpretação, deve-se entender Santiago do Chile, de onde as cartas são enviadas, como Vila Rica e Espanha, para onde as catas são envidas como Portugal. Cartas chilenas constituem um importante documento/um rico painel sobre a vida social e política da época. Cartas Chilenas são a principal expressão satírica da literatura colonial do século XVIII, trilhando os caminhos abertos por Gregório de Matos. Tomás Antônio Gonzaga 14 Marília de Dirceu As liras, de Tomás Antônio Gonzaga, popularizaram-se com o título de Marília de Dirceu e constituem-se a obra poética mais importante do século XVIII brasileiro e uma das mais expressivas do Neoclassicismo em língua portuguesa. Tomás Antônio Gonzaga Slide 1 Slide 2 Slide 3 Slide 4 Slide 5 Slide 6 Slide 7 Slide 8 Slide 9 Slide 10 Slide 11 Slide 12 Slide 13 Slide 14