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Fisiologia do Exercício aplicada ao idoso Ramon Repolês Fisiologia do Exercício aplicada ao idoso O ápice funcional ocorre entre 25 – 35 anos. Pessoas ativas sempre atingem maiores níveis de funcionalidade. Idosos ativos podem apresentar níveis orgânicos de um sedentário de 30 anos Fisiologia do Exercício aplicada ao idoso Alterações Funcionais do Coração no Envelhecimento Os parâmetros cardiovasculares em repouso alteram-se muito pouco com a idade, mas, em exercício máximo, a resposta cardiovascular parece estar seriamente comprometida. Alterações Fisiológicas do Sistema Cardiovascular – EM REPOUSO Discreta redução da Frequência cardíaca. Aumento da Pressão arterial. Redução do enchimento diastólico inicial, que aos 80 anos está reduzido em cerca de 80%. Aumento da força da contração atrial esquerda. Alterações Fisiológicas do Sistema Cardiovascular – EM REPOUSO Aumento do volume diastólico final (aumento da fase de relaxamento). Discreto aumento do volume sistólico. Manutenção do débito cardíaco. A fracção de ejecção é preservada. Alterações Fisiológicas do Sistema Cardiovascular – EM ATIVIDADE Diminuição da contratilidade do miocárdio, demora mais tempo para chegar à sua força máxima. Aumento da Pressão Arterial. Diminuição Frequência Cardíaca Máxima. Diminuição do Débito Cardíaco Máximo em 20% - 30%. Alterações Fisiológicas do Sistema Cardiovascular – EM ATIVIDADE Diminuição da sensibilidade beta adrenérgica (estimulação cardíaca). A contração torna-se mais longa, aumenta o período refratário. Atraso no relaxamento no miocárdio e um relaxamento incompleto do ventrículo esquerdo durante o enchimento diastólico inicial. Retardo na adaptação ao exercício e ao repouso. Alterações Fisiológicas do Sistema Cardiovascular – EM ATIVIDADE Aumento da concentração de catecolaminas no plasma do idoso compensatória. O volume sistólico máximo pode ser preservado no idoso através de um maior uso do mecanismo de Frank-Starling. Diminuição da fracção de ejecção máxima. Diminuição do volume máximo de oxigénio, devido à redução da FC máxima. Sistema Respiratório – EM REPOUSO Diminuição da capacidade vital Diminuição do Volume de Reserva Inspiratório (VRI) e do Volume de Reserva Expiratório (VRE). O volume corrente não se altera. Discreto aumento do volume residual. Sistema Respiratório – EM ATIVIDADE Aumento do tempo para adaptação respiratória ao exercício e ao repouso. Retardo na cinética da ventilação e trocas gasosas. Diminuição do volume máximo de ar inspirado. Alterações anatômicas dos sistema respiratório. Função Muscular do idoso Concentra-se nas investigações do comportamento da força muscular. Força: capacidade do músculo de gerar tensão. Em indivíduos sedentários tem o seu pico máximo entre 20 – 30 anos A perda é considerável após os 65-70 anos Função muscular do idoso Estudo de Harries e Bassey 1990: Diminuição de 15% entre 60 – 70 anos e 30% por década após os 70 anos. Frontera et. al. 2000: Após doze anos, indivíduos inicialmente com 65 anos perderam entre 20% e 30% da força de alguns músculos. Potência Muscular Ocorre diminuição da potência muscular (capacidade do músculo de produzir força no menor tempo possível) Tem papel importante na readequação postural (situações inesperadas que levam ao desequilíbrio) Relação tempo de contração X tempo de relaxamento Função Muscular do Idoso A perda de força e potência muscular não é homogênea As mulheres perdem mais força que os homens Membros inferiores perdem mais força e massa muscular que os outros segmentos Força Concêntrica > Força Excêntrica > Força Isométrica Força Muscular Fatores determinantes da força: área de secção transversa (sistema muscular) e número de unidades motoras recrutadas (sistema nervoso). Perda de fibras do tipo IIb. Aumento de deposição de tecidos não contráteis: tecido conjuntivo ou gordura muscular. Perda da capacidade de manutenção das sinapses. Diminuição da liberação e receptação de Cálcio pelo retículo sarcoplasmático Efeitos dos exercícios resistidos para os idosos O organismo também sofrerá alterações morfofuncionais inerentes à prática da atividade física. Idosos sedentários submetidos a treinamento de força apresentam melhora da força máxima e potência. Westcott e Baechle (2001) idosos sedentários apresentaram ganho de 40% com oito semanas de exercícios Efeitos dos exercícios resistidos para os idosos Aumento da área de secção transversa dos músculos Aumento do recrutamento de unidades motoras A intensidade do exercício influencia no ganho de força. Idosos longevos apresentam resultados positivos na força e aumento de massa com influencia na funcionalidade. Aumento da síntese proteica Aumento significativo das fibras tipo IIb. Efeitos dos exercícios resistidos para os idosos Atenua o aumento do percentual de tecido não contrátil. Atenua a perda de força em idosos ativos. Melhora da captação e liberação de Cálcio pelo retículo sarcoplasmático Efeitos dos exercícios resistidos para os idosos Estimula a mineralização óssea Manutenção da densidade óssea Aumenta a atividade osteoblástica Exercícios mais vigorosos apresentam melhores resultados Prevenção da osteoporose Uso do GH: alguns estudos mostraram diferenças outros não Estrogênio associado a atividade física apresenta melhores resultados (associado à atividade física) Efeitos dos exercícios resistidos para os idosos Diminuição da gordura corporal Diminuição do colesterol Aumento do metabolismo basal Aumento da testosterona no homem Diminuição da adaptação do sistema endócrino Diminuição da Pressão Arterial Diminuição da dor VO² e Capacidade aeróbica Capacidade do indivíduo de captar, transportar e metabolizar o oxigênio pelos músculos. VO² = Débito cardíaco X diferença artéria-venosa de O² Com o envelhecimento ocorre a diminuição do VO². Diminuição da capacidade de redistribuição sanguínea da pele e vísceras para os músculos. Diminuição da densidade capilar Diminuição da capacidade do músculo em utilizar O² Consequências do exercício aeróbico para o idoso O organismo do idoso também sofrerá transformações morfofuncionais inerentes à prática de atividade física. O trabalho aeróbico influencia nos sistemas cardiovascular e respiratório. Melhora do VO² Se o treinamento aeróbico for interrompido o VO² diminui. Adaptações Cardiovasculares do idoso ao exercício aeróbico A melhora do VO² se deve à adaptações cardiorrespiratórias e muscular que melhoram o débito cardíaco. A Frequência cardíaca máxima não se altera Aumento do volume diastólico final Aumento do volume sistólico Melhora da contração cardíaca Melhora da resposta vasodilatadora periférica durante o exercício Atenua processos de enrijecimento arterial Adaptações cardiovasculares do idoso ao exercício aeróbico Diminuição da Pressão Arterial em repouso Melhora na capacidade oxidativa dos músculos Aumento da diferença artério-venosa Melhora no redirecionamento para os músculos ativos Adaptações respiratórias do idoso ao exercício aeróbico Melhora da cinética ventilatória Melhora das trocas gasosas Melhora da capacidade vital Atenuação das perdas do sistema respiratório