Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Fisiologia do Sistema Cardiovascular – Aula 05 Profa. Dra. Nayara Soares Sena Aquino Adaptações cardiovasculares ao exercício físico Parâmetros cardiovasculares durante o repouso • Débito cardíaco = 5L / mim (Homem adulto de 70 kg, tanto treinados quanto destreinados). • Mulheres 56 kg 4,0 L/min • Destreinados - Frequência cardíaca = 70 b/min • Condições emocionais alteram o fluxo anterógrado cortical (comando central) para os nervos cardioaceleradores e para os nervos que modulam a resistência arterial. Adaptações ao exercício Exercício Aumento do consumo de oxigênio (VO2) pelos músculos Aumento do fluxo sanguíneo para os tecidos Aumento do débito cardíaco Redistribuição do fluxo sanguíneo para a musculatura Aumento da captação de oxigênio Capilarização da musculatura Capacidade oxidativa do músculo DC = FC X VS 1. Frequência cardíaca durante o exercício físico Resposta antecipatório pré-exercício • Aumento da frequência cardíaca em resposta à ordem de partida em velocistas treinados. • Aumento de 74% antes mesmo do início do exercício • Comandos provenientes do centro vasomotor cerebral. • Comando central = maior controle da frequência da frequência cardíaca durante o exercício. • Nodo sinusal fica sob maior influência da acetilcolina, que reduz a frequência cardíaca; • A atividade simpática em repouso diminui; • Tônus vagal aumentado e impulso simpático reduzido - Resultado: bradicardia de repouso - frequência cardíaca em repouso mais baixa. • Aumento do volume sistólico de ejeção. Efeitos do treinamento sobre a frequência cardíaca 2. Débito cardíaco O débito cardíaco aumenta rapidamente durante a transição do repouso para o exercício. Em seguida sobe gradualmente até alcançar um platô, momento em que o fluxo sanguíneo passa a atender as demandas metabólicas do exercício. • Efeito do treinamento: O atleta de endurance atinge valores de débito cardíaco muito elevados com a mesma frequência cardíaca de pessoas destreinadas. • O que pode ser responsável pelo elevado débito cardíaco? 2. Débito cardíaco O que pode ser responsável pelo elevado débito cardíaco O aumento do volume sistólico de ejeção Em atletas de endurance: • Maior tônus vagal e menor impulso simpático = frequência cardíaca mais lenta • Aumento do volume sanguíneo, da contratilidade miocárdica e da complacência do ventrículo esquerdo, o que aumenta o volume sistólico de ejeção. Mecanismos fisiológicos para aumento do volume sistólico durante o exercício 1. Enchimento cardíaco aprimorado na diástole, seguido por contração sistólica mais vigorosa –Mecanismo de Frank-Starling • Importante na transição do repouso para o exercício e na natação, pois a posição horizontal facilita o retorno venoso. 2. Enchimento ventricular normal seguido por ejeção e esvaziamento vigoroso na sístole • Maior liberação de catecolaminas durante o exercício aumenta a força contrátil e eleva a potência de ejeção • Utilização do volume de sangue residual (50 a 70 mL – 40%) • Aumento da complacência do ventrículo esquerdo 3. Adaptações ao treinamento que ampliam o volume sanguíneo e reduzem a resistência ao fluxo sanguíneo nos tecidos periféricos. Exemplo: esqui cross-country • Atividade de esqui de 10 a 50 km • Vencedor olímpico aumentava o débito cardíaco para 40 L/min no exercício máximo (quase 8 vezes o valor de repouso) com volume sistólico de 210 ml/min (quase o dobro de um indivíduo sedentário) • Um aumento no débito cardíaco representa um aumento proporcional na capacidade de circular oxigênio (exercício = maior consumo de oxigênio). 3. Fluxo sanguíneo durante o exercício • O fluxo sanguíneo sistêmico aumenta diretamente com a intensidade do exercício • O fluxo de sangue é redirecionado para o músculo, especialmente para as áreas oxidativas do músculo. 3. Redistribuição do fluxo sanguíneo para a musculatura • Início do exercício = vasodilatação das arteríolas da musculatura esquelética • Desvio do fluxo sanguíneo das vísceras para os músculos ativos (Ex.: fígado, rins, pâncreas e trato gastrointestinal). • Abertura de capilares “adormecidos” durante o exercício • Manutenção do fluxo para coração, cérebro e pele Redistribuição do fluxo sanguíneo sanguíneo durante o exercício: 1. Sistema Nervoso Simpático 2. Substâncias químicas locais 3. Fluxo sanguíneo durante o exercício • Os órgãos toleram até uma hora com fluxo reduzido, porém a redução do fluxo para o fígado e rins podem ser motivo de fadiga durante o exercício submáximo prolongado. Redirecionamento do fluxo sanguíneo para os músculos: papel do vasodilatadores locais Óxido Nítrico: • Mecanismo auto-regulador. Produzido pelo estresse de cisalhamento e distensão dos vasos e pelo aumento do fluxo sanguíneo • facilita a vasodilatação e reduz a resistência periférica Desvio cardiovascular Em ambientes quentes • Exercício submáximo por mais de 15 min em clima quente – perda progressiva de água pelo suor e desvio de líquidos do plasma para os tecidos. • Paralelamente o aumento redistribui o sangue para a periferia para dissipar calor. • A queda de volume plasmático reduz a pressão de enchimento cardíaco (pré-carga) e consequentemente o volume sistólico de ejeção, o que aumenta de forma compensatória a frequência cardíaca para manter o débito cardíaco constante. • A pessoa precisará se exercitar com menor intensidade que aquela que poderia ser alcançada se não houvesse o desvio. Resposta integrada ao exercício físico Resposta da pressão arterial ao exercício • Difere de acordo com a modalidade do exercício Exercício resistido Exercício aeróbico Exercício de Resistência Fase concêntrica da contração Compressão dos vasos que irrigam os músculos Aumento da resistência periférica total e redução da perfusão muscular - Atividade simpática – frequência cardíaca -Débito cardíaco -PAM Energia predominante de vias anaeróbias (ATP-CP e Glicólise Lática) Pressão arterial durante o exercício resistido • da frequência cardíaca e do débito cardíaco • Redirecionamento do fluxo • Vasodilatação muscular comprometida pelo efeito mecânico de contração da musculatura ao redor dos vasos enquanto o músculo estiver contraído = aumento da resistência vascular periférica Aumento da PA sistólica e da PA diastólica -A realização de exercícios de resistência de alta intensidade impõe alto risco à indivíduos com hipertensão ou doença cardíaca. - Para indivíduos com doença cardiovascular (em especial os destreinados para exercícios de resistência) o exercícios aeróbicos rítmicos sobrecarregam menos o sistema cardiovascular e proporcionam maiores benefícios. Atividade muscular rítmica estável Trote Natação Ciclismo Atividade muscular rítmica estável Vasodilatação nos músculos ativos Redução da resistência periférica total Contração dos músculos (bomba venosa) = aumento do retorno venoso Estabilização da pressão (140 a 160 mm Hg) A medida que as arteríolas se dilatam a pressão sistólica pode reduzir. Pressão diastólica relativamente constante Aumento da pressão sistólica durante os primeiros minutos Pressão arterial durante o exercício aeróbico • Redução da atividade parassimpática e aumento da simpática sobre o nodo sinusal = da frequência cardíaca • Mecanismo de Frank-Starling (volume sistólico) + atividade simpática = do débito cardíaco • Redirecionamento do fluxo (ex.: vasoconstrição renal e hepática) e vasodilatação muscular = manutenção ou queda da resistência periférica total Aumento da PA sistólica e manutenção ou queda da PA diastólica PA durante o exercício aeróbico: considerações • 1) A maior intensidade do exercício impõe maior necessidade de aporte sanguíneo para a musculatura o que eleva ainda mais a FC, VS e DC • 2) Quanto maior a massa muscular envolvida maior o leito vascular que irá vasodilatar = maior redução da RVP, menor aumentode PAS e maior redução da PAS • 3) A duração do exercício aeróbico não afeta a resposta da PA • 4) Para melhora da hipertensão – exercícios aeróbicos envolvendo grandes grupos musculares, em intensidade leve a moderada e com duração média a prolongada. Exercício Progressivo 1. Elevação inicial 2. Pressão sistólica aumenta proporcionalmente à intensidade do exercício 3. Pressão diastólica estável ou com ligeira queda - Perfil semelhante em indivíduos treinados ou sedentários - Durante o exercício máximo a pressão sistólica pode alcançar 20 mmHg apesar de pouca resistência periférica total devido ao elevado débito cardíaco PA: membros superiores X inferiores • O exercício realizado com os braços produz pressão sistólica e diastólica mais altas que o realizado com membros inferiores • A massa muscular e vasos dos membros superiores oferecem mais resistência ao fluxo sanguíneo = maior sobrecarga cardiovascular. • Para indivíduos com disfunção cardiovascular = exercícios que requeiram grandes grupos musculares: ciclismo, natação, marcha ao contrário dos que utilizam marcha muscular limitada aos membros superiores. Resposta hipotensa ao exercício prévio Após completar o exercício, a pressão sistólica cai abaixo dos níveis pré-exercício tanto para indivíduos normotensos quanto hipertensos • Pode durar até 12 horas • Exercício aeróbico de intensidade baixa a moderada e exercício de resistência • Estagnação do sangue nos órgãos viscerais e membros inferiores. • Tratamento não farmacológico da hipertensão Adaptações cardiovasculares ao treinamento físico crônico 1. Aumento do tamanho cardíaco (adaptação à maior carga hemodinâmica) • Hipertrofia ventricular esquerda excêntrica - Aumento do diâmetro e espessura da parede do ventrículo esquerdo– Atletas de endurance = aumento do volume sistólico 2. Bradicardia de repouso e aumento de volume sistólico (mais acentuada em atletas de endurance) Treinamento de endurance = diminuição do débito cardíaco na mesma carga absoluta de trabalho. Aumento da capilarização e alterações metabólicas na musculatura. Coração mais eficiente = bate menos vezes para transportar a mesma quantidade de oxigênio Interrupção do treinamento • Corredores e ciclistas altamente treinados • Treinamento de 10 a 12 meses 5 vezes por semana durante 60 min com 70 a 80% do VO2 max • Destreinamento após 12, 21, 56 e 84 dias • Redução na diferença arteriovenosa de oxigênio, no débito cardíaco, volume sistólico, e VO2 max. • Aumento da frequência cardíaca
Compartilhar