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07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 MÓDULO 9: CRIMES EM ESPÉCIE TEMA 7 – CRIMES CONTRA A FÉ PÚBLICA 0 76 23 89 27 38 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 RESUMO As modalidades de falsidade documental inauguram os crimes contra a fé pública, tendo o legislador empregado uma tipologia bastante exaustiva na previsão de suas modalidades, distinguindo a falsidade material (artigos 297 e 298) da ideológica (artigo 299). Com razão, ainda, houve por bem distinguir a falsidade que tenha por objeto material o documento público, daquela que se produza em documento particular. Explica-se: o documento público traz, em si, a presunção de veracidade, militando seu favor a chamada fé pública. Falsificação de documento de público 1. Tipo Penal objetivo O artigo 2971 estabelece o crime de falsidade de documento público. Trata-se, in casu, do crime de falsidade material, visto que o crime de falsidade ideológica vem previsto no artigo 299. O tipo penal prevê dois núcleos Falsificar imitar, reproduzir, contrafazer e Alterar modificar ou adulterar. Na primeira hipótese, o documento ainda não existe. Na segunda, o documento existe e é verdadeiro, sendo modificado pela conduta do agente. Trata-se, em síntese, de tipo penal voltado à falsificação material, ou seja, nos aspectos extrínsecos do documento. Por outras palavras, a falsidade recai sobre o documento em seu aspecto físico e não em seu conteúdo. A falsificação pressupõe o potencial de ludibriar a terceiros, colocando, assim, em risco a fé pública. Dessa forma, não haverá o delito se a falsificação for grosseira. 1 Falsificação de documento público Art. 297 - Falsificar, no todo ou em parte, documento público, ou alterar documento público verdadeiro: Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa. § 1º - Se o agente é funcionário público, e comete o crime prevalecendo-se do cargo, aumenta-se a pena de sexta parte. § 2º - Para os efeitos penais, equiparam-se a documento público o emanado de entidade paraestatal, o título ao portador ou transmissível por endosso, as ações de sociedade comercial, os livros mercantis e o testamento particular. § 3o Nas mesmas penas incorre quem insere ou faz inserir: (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) I – na folha de pagamento ou em documento de informações que seja destinado a fazer prova perante a previdência social, pessoa que não possua a qualidade de segurado obrigatório;(Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) II – na Carteira de Trabalho e Previdência Social do empregado ou em documento que deva produzir efeito perante a previdência social, declaração falsa ou diversa da que deveria ter sido escrita; (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) III – em documento contábil ou em qualquer outro documento relacionado com as obrigações da empresa perante a previdência social, declaração falsa ou diversa da que deveria ter constado. (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) § 4o Nas mesmas penas incorre quem omite, nos documentos mencionados no § 3o, nome do segurado e seus dados pessoais, a remuneração, a vigência do contrato de trabalho ou de prestação de serviços.(Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) Aula II – Falsidade Documental 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9983.htm#art2 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9983.htm#art2 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9983.htm#art2 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9983.htm#art2 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9983.htm#art2 O documento público sempre tem relevância jurídica e para que assim possa ser considerado deve: i) proceder de funcionário público; ii) proceder de funcionário público com competência e atribuição sobre o documento iii) ser exigível pelo interessado. São exemplos: certidões, atestados, traslados, cópias autenticadas, telegramas emitidos por funcionários públicos. Considerando que a falsidade material é crime que deixa vestígios, é necessário o exame de corpo delito (in casu, perícia documental). A falsidade documental, no mais das vezes, não se exaure em si mesma, sendo recorrente a hipótese de concurso de crimes notadamente com o crime de estelionato. Nesse caso, se o falso se exaure no estelionato, sem mais potencialidade lesiva, haverá punição apenas por este, conforme estabelece a Súmula 17 do STJ: “Quando o falso se exaure no estelionato, sem mais potencialidade lesiva, é por este absorvido.”. Em havendo falsificação e uso de documento falso estar-se-á diante de crime progressivo, sendo punível somente pelo segundo. No § 1° o legislador estabeleceu uma causa de aumento de pena em função da condição pessoal do agente como funcionário público, somente tendo incidência quando a emissão do documento falsificado estiver entre as atribuições do funcionário. No § 2° tem-se um tipo penal explicativo fixando um grupo de documentos que, embora de natureza particular, dadas as suas características, foram, para fins penais equiparados aos públicos. Assim são considerados como públicos os documentos emanados de entidades paraestatais (autarquia, sociedades de economia mista, empresas públicas e fundações instituídas pelo poder público), título ao portador ou transmissível por endosso (cheque, duplicata, letra de câmbio etc.), ações de sociedade comercial (S.A.s e comandita por ações), livros mercantis e o testamento particular. Os § 3° e 4.° não pertencem à redação original do Código Penal, tendo sido introduzidos pela Lei n° 9983/2000. Genericamente trazem a previsão específica de certas hipóteses de falsidade documental ligadas a inserção de informações falsas em documentos aptos a produzirem efeitos em relação ao programa de seguridade social (v.g. Carteira de Previdência e Carteira de Trabalho). Em verdade as previsões destes dois últimos parágrafos descrevem condutas de falsidade ideológica e não de falsidade material. 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 2. Tipo penal subjetivo Exige-se apenas o dolo genérico, não sendo necessário nenhuma finalidade específica. 3. Classificação Trata-se de crime comum (próprio na forma do §1°) formal, comissivo, de perigo abstrato e instantâneo. Falsificação de documento particular 1. Tipo Penal objetivo O tipo penal do artigo 2982, repete os termos e a dinâmica do caput do artigo 297 (falsificação de documento público). Os dois delitos variam, contudo, quanto ao objeto material, o que traz reflexos nos limites em abstrato cominados aos crimes. Evidentemente as penas, em se tratando de documento público, são superiores às previstas no artigo em comento, dada a repercussão potencial que se tem numa e noutra situação. O tipo penal prevê dois núcleos Falsificar imitar, reproduzir,contrafazer e Alterar modificar ou adulterar. Na primeira hipótese o documento ainda não existe. Na segunda o documento existe e é verdadeiro, sendo modificado pela conduta do agente. Trata-se, em síntese, de tipo penal voltado à falsificação material, ou seja, nos aspectos extrínsecos do documento. Por documento particular deve-se entender como aquele que não emana de autoridade pública, nem segue formalidades legais. É necessário que o documento falsificado tenha relevância jurídica ou seja, potencialidade de dano em sendo falso. 2. Tipo penal subjetivo Exige-se apenas o dolo genérico, não sendo necessário nenhuma finalidade específica. 2 Art. 298. Falsificar, no todo ou em parte, documento particular ou alterar documento particular verdadeiro: Pena – reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, e multa. 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 3. Classificação Trata-se de crime comum (próprio na forma do §1°) formal, comissivo, de perigo abstrato e instantâneo. Falsidade ideológica 1. Tipo penal objetivo Estabelecidas as formas fundamentais da falsidade material, o legislador estabeleceu no artigo 2993 a figura da falsidade ideológica, se distinguindo da falsidade material por que neste caso o que se falsifica é o teor ideativo do documento (seu conteúdo propriamente dito). Enquanto o documento é físico e extrinsecamente genuíno, a informação nele contida é inverídica. O tipo penal estabelece três condutas nucleares: Omitir deixar de inserir ou não mencionar quando deveria e fosse da essência do documento; Inserir colocar, introduzir (agente age diretamente, forma imediata); Fazer inserir proporcionar para que se introduza (agente proporciona meios para que terceiro insira os dados falsos, forma mediata). Diferentemente da técnica adotada em relação à falsidade material, o legislador houve por bem concentrar a falsidade que recaia sobre o documento público ou particular no mesmo tipo penal, fazendo a distinção apenas na pena. Na conduta omissiva, o agente deliberadamente deixa de inserir no documento informação que lhe seria essencial. Nas condutas comissivas, faz-se a inserção do dado inverídico. Observe-se que para que haja o aperfeiçoamento do delito, é necessário que a informação seja relevante e substancial, de sorte que a mera irregularidade ou mentira irrelevante não configura o delito. O parágrafo único prevê, ainda, a causa de aumento de pena caso o agente seja funcionário público e a falsidade seja praticada em razão da função. A mesma causa incide quando o objeto do delito recair sobre assentamento de registro civil (nascimentos, casamentos, óbitos, 3 Art. 299. Omitir, em documento público ou particular, declaração que dele devia constar, ou nele inserir ou fazer inserir declaração falsa ou diversa da que devia ser escrita, com o fim de prejudicar direito, criar obrigação ou alterar a verdade sobre fato juridicamente relevante: Pena – reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, e multa, se o documento é público, e reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa, se o documento é particular. Parágrafo único. Se o agente é funcionário público, e comete o crime prevalecendo-se do cargo, ou se a falsificação é de assentamento de registro civil, aumenta-se a pena de sexta parte. 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 emancipações, interdições, sentenças de ausência, sentenças de adoção e opções de nacionalidade). 2. Tipo penal subjetivo O crime de falsidade ideológica somente existe na forma dolosa. Exige-se, ainda, o dolo específico consistente na vontade de prejudicar direito, criar obrigação ou alterar a verdade sobre fato juridicamente relevante. 3. Classificação Trata-se de crime comum (próprio na forma da primeira parte do parágrafo único), formal, omissivo e comissivo, de perigo abstrato e instantâneo. LEITURA COMPLEMENTAR 1 - “Com o advento dos modernos computadores, dos avançados softwares de gráfica, dos scanners e das impressoras de qualidade (jato de tinta e laser), e, mais em geral, das elevadas capacidades gráficas que estes conjuntos proporcionam, iniciaram a aparecer também as falsificações de documentos feitas através do aproveitamento dos meios digitais que, hoje, são poderosos, amplamente disponíveis e de uso econômico. Tais documentos falsificados são utilizados para as mais variadas finalidades, desde criação de empresas, abertura de contas bancárias e realização de operações comerciais ou financeiras (fraudulentas ou não), até a produção de provas falsas em processos judiciais. A gama de usos de documentos falsificados digitalmente é extremamente ampla e abrange múltiplos e fundamentais aspectos de segurança. (...). “ Para íntegra do texto, segue link abaixo: Falsificação de documento digital traz desafios para perícia 2 – “Embora acusados não sejam obrigados a produzir provas contra si, a condenação por falsificação de documento público independe de exame grafotécnico quando outros elementos nos autos comprovam a autoria. Assim entendeu o Tribunal de Justiça de Minas Gerais ao condenar uma vereadora de Estrela do Sul (MG) por falsificar um certificado de conclusão escolar. A decisão foi mantida pelo Superior Tribunal de Justiça. Em segundo grau, a ré alegava que a sentença não poderia ter confirmado sua participação, pois ela se recusou a ter a escrita analisada. "Não se olvida que a acusada não é obrigada a produzir provas contra si. No entanto, em confronto com os demais elementos de provas constantes dos 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 https://www.conjur.com.br/2017-nov-22/parodi-falsificacao-documento-digital-traz-desafios-pericia autos, já suficientes à convicção deste julgador, a recusa da ré causa, no mínimo, estranheza, de sorte que, in casu, se inocente, não teria qualquer problema em provar sua inocência através da realização da perícia", diz o acórdão do TJ-MG. (...)” Para íntegra do texto, segue link abaixo: Ré que recusa exame grafotécnico não impede processo por falsificação JURISPRUDÊNCIA PENAL E PROCESSO PENAL. APELAÇÃO CRIMINAL. FALSIFICAÇÃO E USO DE DOCUMENTO FALSO. AUSÊNCIA DE FUNDAMENTAÇÃO. INOCORRÊNCIA. VIOLAÇÃO AO PRINCÍPIO DA IDENTIDADE FÍSICA DO JUIZ. INOCORRÊNCIA. IMPROCEDÊNCIA DA ACUSAÇÃO. DESCABIMENTO. ATENUANTE PREVISTA NO ART. 65, III, 'a'. INAPLICABILIDADE. REVISÃO DO QUANTUM DA REPRIMENDA. POSSIBILIDADE. APELO PARCIALMENTE PROVIDO. SENTENÇA PARCIALMENTE REFORMADA. 1. Trata-se de apelação criminal interposta contra sentença proferida pelo d. Juiz de Direito da Vara Única da Comarca de Umirim, o qual julgou procedente o pedido contido na denúncia e condenou o réu como incurso nas sanções previstas nos arts. 304 c/c 297, caput, ambos do Código Penal Brasileiro. 2. A lei não exige exaustivo arrazoado na motivação da sentença, porquanto o que não se admite, sob pena de violação do disposto no art. 93, IX, da CF, é a falta absoluta de fundamentação, sendo que sua forma concisa ou deficiente não tem o condão de anular o decisum. 3. O e. Supremo TribunalFederal decidiu que o princípio da identidade física do Juiz não é absoluto, devendo ser mitigado sempre que a sentença proferida por Juiz que não presidiu a instrução criminal seja correlata com as provas produzidas pelo magistrado que a conduziu. 4. Descabido o argumento de improcedência da acusação, vez que os argumentos trazidos pelo recorrente quanto à não comprovação da prática da falsificação do documento, bem como da ausência de dolo face ao uso do mesmo não subsistem, ante a farta provida trazida aos autos. 5. A atenuante prevista no art. 65, III, a, do CPB somente é aplicável quando o crime for, de fato, cometido por relevante valor social ou moral, o que não se comprovou no caso em deslinde. 6. Não haverá concurso de crimes, aplicando-se aqui, o raciocínio relativo ao antefato impunível, devendo o uso de documento falso (crime-fim) absorver o crime meio (falsificação de documento). Assim, mister se faz decotar a pena fixada pelo d. Juiz de planície, excluindo-se aquela cominada ao crime de falsificação. 6. Recurso conhecido e parcialmente provido, no sentido de redimensionar a represália aplicada ao réu, que resta fixada em 2 (dois) anos de reclusão e no pagamento de 5 (cinco) dias-multa. Determino a substituição da pena privativa de liberdade por duas penas restritivas de direito, ex-vi do art. 44, § 2º, do CPB. ACÓRDÃO: Vistos, relatados e discutidos estes autos, acorda a 3ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará, por unanimidade, em conhecer do recurso de apelação interposto, para DAR-LHE PARCIAL PROVIMENTO, reformando a sentença vergastada, nos precisos termos alinhados no 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 https://www.conjur.com.br/2017-jan-30/recusa-exame-grafotecnico-nao-impede-processo-falsificacao voto do Relator. Fortaleza, 31 de outubro de 2017 DES. FRANCISCO LINCOLN ARAÚJO E SILVA Presidente do Órgão Julgador DES. JOSÉ TARCÍLIO SOUZA DA SILVA Relator (TJ-CE - APL: 00022348120118060177 CE 0002234-81.2011.8.06.0177, Relator: JOSÉ TARCÍLIO SOUZA DA SILVA, 3ª Câmara Criminal, Data de Publicação: 31/10/2017). DECISÃO: Acordam os Desembargadores integrantes da 2ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Estado do Apelação Crime nº 1.217.476-0. EMENTA: APELAÇÃO CRIMINAL - ABUSO DE INCAPAZES E FALSIDADE IDEOLÓGICA (ARTS. 173 E 299 DO CP)- SENTENÇA ABSOLUTÓRIA - RECURSO APRESENTADO PELO ASSISTENTE DE ACUSAÇÃO - 1. INVIABILIDADE DO EMPREGO DA EMENDATIO LIBELLI AO CASO (ART. 383 DO CPP)- DESCRIÇÃO DO FATO 1 QUE NÃO COMPORTA A NOVA CAPITULAÇÃO JURÍDICA PRETENDIDA - 2. IMPOSSIBILIDADE DE APLICAÇÃO DE UM DECRETO CONDENATÓRIO - INSERÇÃO DE DECLARAÇÃO FALSA EM LAUDO PSICOLÓGICO - DOLO NÃO DEMONSTRADO - AUSÊNCIA DE PROVAS DE QUE AS AGENTES ABUSARAM E INDUZIRAM OS MENORES A RELATAR SUPOSTA VIOLÊNCIA SEXUAL, COM O INTUITO DE AUFERIR VANTAGEM PATRIMONIAL INDEVIDA - ATIPICIDADE DA CONDUTA - RECURSO DESPROVIDO. 1. Tendo em vista que a descrição fática trazida no fato 1 não comporta a nova capitulação jurídica pretendida, qual seja, a prevista no art. 339 do CP (denunciação caluniosa), Apelação Crime nº 1.217.476-02o pleito de aplicação da emendatio libelli deve ser afastado. 2. Inexistindo provas suficientes da materialidade delitiva quanto aos crimes de abuso de incapaz (art. 173 do CP) e falsidade ideológica (art. 299 do CP), não é possível acolher o pleito condenatório. 3. "Para a configuração do crime previsto no art. 299 do CP, exigem-se além do dolo genérico, o especial fim de agir que se revela na intenção de prejudicar direito, produzir obrigação ou modificar a verdade sobre fato juridicamente relevante. A ausência de prova do dolo específico importa na atipicidade da conduta" (TJPR - 3ª C.Criminal - AC 0653307-3 - Mandaguari - Rel.: Juiz Subst. 2º G. Jefferson Alberto Johnsson - Unânime - J. 05.05.2011). 4. O delito do art. 173 do CP exige que o ato praticado deva ser capaz de produzir efeito jurídico em relação ao patrimônio da vítima ou de terceira pessoa, no qual o efeito jurídico pretendido pelo abusador deve estar relacionado com a esfera patrimonial do abusado, o que não ocorre nos presentes autos. (TJPR - 2ª C.Criminal - AC - 1217476-0 - Curitiba - Rel.: Luís Carlos Xavier - Unânime - - J. 06.04.2017) (TJ-PR - APL: 12174760 PR 1217476-0 (Acórdão), Relator: Luís Carlos Xavier, Data de Julgamento: 06/04/2017, 2ª Câmara Criminal, Data de Publicação: DJ: 2017 27/04/2017). 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8
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