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CLASSIFICAÇÃO DOUTRINÁRIA - DIREITO PENAL IV

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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE GOIÁS
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS
CURSO DE DIREITO
CLASSIFICAÇÃO DOUTRINÁRIA DOS CRIMES DESCRITOS NOS ARTIGOS 297 AO 302 DO CÓDIGO PENAL
Goiânia
2020
ELINALDO ALVES DOS SANTOS
CLASSIFICAÇÃO DOUTRINÁRIA DOS CRIMES DESCRITOS NOS ARTIGOS 297 AO 302 DO CÓDIGO PENAL
Trabalho apresentada à disciplina de Direito Penal IV, da Escola de Direito e Relações Internacionais, Curso de Direito, da Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUCGOIÁS), para obtenção de nota complementar.
Professor (a): Ana Maria de Sousa Duarte
 
Goiânia
2020
SUMÁRIO 
 PÁGINA
INTRODUÇÃO..................................................................................4
1. FALSIFICAÇÃO DE DOCUMENTO PÚBLICO...................5
1.2. Classificação doutrinária..............................................5
2. FALSIFICAÇÃO DE DOCUMENTO PARTICULAR............6
2.1. Classificação doutrinária..............................................6
3. FALSIDADE IDEOLÓGICA...............................................8
3.1. Classificação doutrinária..............................................8
4. FALSIDADE DE ATESTADO MÉDICO.............................9
4.1. Classificação doutrinário............................................10
CONCLUSÃO........................................................................12
BIBLIOGRAFIA......................................................................13
INTRODUÇÃO
 O presente documento visa trazer o estudo e classificação doutrinária dos crimes de: Falsificação de Documento Público, Falsificação de Documento Particular, Falsidade Ideológica e Falsidade de Atestado Médico, todos estão tipificados no código penal, na grande maioria são crimes comuns com exceção do crime de falsidade de atestado médico, descrito no art. 302 do CP, pois se trata de crime próprio, ou seja, só pode ser praticado por profissional da medicina (médico).
CLASSIFICAÇÃO DOUTRINÁRIA DOS CRIMES DESCRITOS NOS ARTIGOS 297 AO 302 DO CÓDIGO PENAL
1. FALSIFICAÇÃO DE DOCUMENTO PÚBLICO
“Art. 297 – Falsificar, no todo ou em parte, documento público, ou alterar documento público verdadeiro.
Pena – reclusão de dois a seis anos e multa.”
1.1 Classificação doutrinária: crime comum, formal, doloso, comissivo, instantâneo, unissubjetivo, plurisubsistente, de forma livre, de perigo, e admite tentativa.
Sujeito ativo: Qualquer pessoa. E se tratando de funcionário público incide na majorante do § 1º.
Sujeito passivo: Principal é o Estado e secundário é a pessoa atingida pela falsificação.
Objeto material: Documento público nacional ou estrangeiro.
Objeto jurídico: Tutela-se a fé pública.
Tipo objetivo: Falsificar (imitar, reproduzir, contrafazer).
Tipo subjetivo: Dolo comum, genérico, consistente na vontade livre e consciente de falsificar o documento público. Não se exige dolo específico nem se prevê a forma culposa.
Consumação: A consumação ocorre no instante em que a falsificação ou alteração do documento público for realizada, independentemente do uso ou qualquer outra consequência posterior. Portanto o delito se caracteriza mesmo que o agente não tenha feito o uso do documento falsificado, bastando que ele esteja em seu poder.
Tentativa:
a) Doutrina majoritária: Segue o entendimento de Noronha no sentido de que a tentativa não se exclui nos crimes de perigo, desde que ofereça um iter constituído por atos inequívocos, sendo nele o agente detido antes de que alcance a consumação.
b) Doutrina minoritária: Nelson Hungria, porém, não aceita a tentativa. Para ele a tentativa se caracteriza pelo perigo de dano ou dano maior, e no caso do falsum, quando se apresenta, ainda que remotamente o perigo de dano, já o crime está consumado.
Estelionato obtido com emprego de documento falso:
a) Predomina, neste assunto, o entendimento de que de estelionato absorve o delito da falsificação, crime único, a falsidade foi apenas um meio para alcançar vantagens ilícitas.
A súmula nº 17 do STJ afirma que “quando o falso se exaure no estelionato, sem mais potencialidade lesiva, é por este absorvido.”
b) Posição minoritária: entende que o fato deve ser resolvido de acordo com as regras do concurso material. Quem lesa o patrimônio de alguém mediante uso de documento falso atinge dois objetos jurídicos distintos, o patrimônio e a fé pública.
Jurisprudência: “Concurso formal. Estelionato e falsidade documental – Inocorrência – Agente que, em conluio com o corréu, utilizando-se de documento falsificado pelo mesmo, efetua diversas compras de eletrodomésticos em vários estabelecimentos mediante falaciosa promessa de pagamento – Falso praticado com vistas unicamente à consumação do crime de estelionato – Delitos dos arts. 297 e 304 que são absorvidos por aquele previsto no art. 171 todos do CP – Aplicação do princípio da consumação – Inteligência da Súm. Nº 17 do STJ. (TJSC – 2ª Câm. – Ap nº 2005.032936-9 – rel. Túlio Pinheiro – j. 25-4-2006 – RT 853/665).
Competência: Pelo entendimento da jurisprudência, a competência é da Justiça Estadual se inexiste o prejuízo de bens, serviços ou interesses federais. E, caso ocorra, a competência passa a ser da Justiça Federal.
2. FALSIFICAÇÃO DE DOCUMENTO PARTICULAR
“Art. 298 – Falsificar, no todo ou em parte, documento particular ou alterar documento particular verdadeiro.
Pena – Reclusão, de um a cinco anos, e multa.
Parágrafo Único. Para fins do disposto no caput, equipara-se a documento particular o cartão de crédito ou débito.”
2.1 Classificação doutrinária: Crime comum, formal, doloso, comissivo, não transeunte, instantâneo, unissubjetivo, plurisubsistente, de forma livre, de perigo e admite, em tese, tentativa.
Sujeito ativo: Qualquer pessoa.
Sujeito passivo: Principal é o Estado e secundário a pessoa atingida pela falsificação.
Objeto material: Conduta recai sobre o documento particular.
Objeto jurídico: Tutela-se a fé pública.
Tipo objetivo: Falsificar (imitar, reproduzir, contrafazer), no todo ou em parte, documento particular ou alterar.
Documento particular é aquele produzido sem a intervenção de funcionário público ou de quem tenha fé pública, como por exemplo, ingressos, cartões de crédito, contratos, receitas, atestados etc.
Feu Rosa defende que a falsificação pode ser realizada de duas formas diferentes: falsificação de documento autêntico e a preparação de documento falso.
Tipo subjetivo: Requer dolo genérico consistente na vontade deliberada de falsificar ou alterar. Não se exige o dolo específico, nem se prevê a forma culposa.
Consumação: Consuma-se independentemente do uso posterior do documento. Ocorre no instante da falsificação.
Jurisprudência: “Para caracterização do delito de falsidade, não se mostra necessária a demonstração do prejuízo, bastando a potencialidade do dano. (STJ – RHC nº 6.528 – Rel. Anselmo Santiago – j. 19-8-1997 – RSTJ 102/471).”
Tentativa: Entende-se não ser possível o fracionamento da conduta delitiva. Ou o falsificador imita efetivamente o documento verdadeiro e o crime se consuma ou não se faz. Se a falsidade não é idônea ou apta a tal finalidade, ou seja, não oferece nenhum risco de dano a um bem jurídico, não se caracteriza crime.
Porém, a doutrina contemporânea, defendida por Fernando Capez, admite ser possível a tentativa pois há um inter criminis que pode ser fracionado. Exemplo: O agente está no início do processo de forjamento de um documento, em que ele figura como beneficiário, momento em que é interrompido por terceiros antes de sua finalização.
Jurisprudência:
“O crime de falsificação de documento particular se consuma independente de seu uso, mas o processo só é possível quando o falsário exiba o papel falso. (TJRS – AC – Rel. Paulo Ribeiro – RF 218/371).”
3. FALSIDADE IDEOLÓGICA
“Art. 299 – Omitir, em documento público ou particular, declaração que dele devia constar, ounele inserir ou fazer inserir declaração falsa ou diversa da que devia ser escrita, com o fim de prejudicar direito, criar obrigações ou alterar a verdade sobre fato juridicamente relevante:
Pena – Reclusão de um a cinco anos, e multa, se o documento é público, e reclusão de um a três anos, e multa, se o documento particular.
Parágrafo Único – Se o agente é funcionário público e comete o crime prevalecendo-se do cargo, ou se a falsificação ou alteração é de assentamento de registro civil, aumenta-se a pena de sexta parte.”
3.1 Classificação doutrinária: Crime comum, formal, doloso, de ação múltipla ou conteúdo variado, de forma livre, comissivo ou omissivo, unisubsistente, unisubjetivo, misto alternativo, não transeunte, de perigo e não admite tentativa.
Sujeito ativo: Qualquer pessoa.
Sujeito passivo: Estado e pessoa prejudicada pela falsidade.
Objeto material: Documento público ou particular.
Objeto jurídico: Tutela-se a fé pública.
Tipo objetivo: Omitir, inserir ou fazer inserir declaração falsa ou diversa da que devia ser escrita.
Tipo subjetivo: O tipo requer não apenas o dolo genérico, mas ainda o elemento subjetivo específico de prejudicar direito, criar obrigação ou alterar a verdade sobre fato juridicamente relevante.
Jurisprudência: “Declarações falsas constantes de testamento público – Tabelião que faz consignar na escritura ter sido ela lavrada em cartório e que o testador expressara de viva voz sua vontade – Ato, no entanto, realizado no hospital, onde aquele estava internado com câncer na laringe. Não há cogitar o delito de falsidade ideológica, se o dolo específico exigido à sua configuração – fim de prejudicar direito, criar obrigação ou alterar a verdade sobre fato juridicamente relevante – não se acha demonstrado nos autos. (TJSP – AC – rel. Nigro Conceição – RT 488/310).
Consumação: Se consuma independentemente do resultado do ato lesivo. A consumação ocorre quando o agente não fez constar no documento a declaração que devia ser feita ou quando insere a declaração falsa ou diversa da que deveria ser inserida.
Tentativa: Não comporta tentativa em nenhuma de suas três condutas típicas. Ou o agente realiza as condutas de perigo e o delito se completa ou não há prática de fato atípico.
Noronha não admite a tentativa nas modalidades de omitir e inserir, mas aceita na hipótese de fazer inserir. Defende que, até a execução deste ato, não se operou a consumação. Ora, se feita, uma completa declaração falsa ao oficial de registro e este, antes de inseri-la, se detiver, desconfiado de sua veracidade, parece clara tentativa.
Causa de aumento de pena: Se o agente é funcionário público, ou se a falsificação/alteração é de assentamento de registro civil, aumenta-se a pena de sexta parte.
Falsidade ideológica X Falsidade material:
Na falsidade ideológica a forma do documento é verdadeira, mas seu conteúdo é falso.
Na falsidade material o que se frauda é a própria forma do documento, que é alterada, em parte, o que era verdadeira.
4. FALSIDADE DE ATESTADO MÉDICO
“Art. 302 – Dar o médico, no exercício de sua profissão, atestado falso:
Pena – Detenção, de um mês a um ano.
Parágrafo único – Se o crime é cometido com fim de lucro, aplica-se também a multa.”
4.1 Classificação doutrinária: Crime próprio, formal, de forma vinculada, de perigo, comissivo, doloso, instantâneo, unissubjetivo, unisubsistente, e não admite tentativa.
Sujeito ativo: Por ser um crime próprio, que somente um médico pode ser seu executor, porém tal circunstância elementar comunica-se a terceiros admitindo a coautoria ou participação.
O beneficiário do atestado poderá, conforme o caso concreto, responder como partícipe do delito ou incorrer no crime de uso de documento falso.
Sujeito passivo: O Estado.
Objeto material: Atestado falso.
Objeto jurídico: Tutela-se a fé pública.
Tipo objetivo: Dar (fornecer, entregar) atestado falso.
Para a configuração do delito torna-se indispensável que o médico, a firmar o documento, declare dolosamente que o favorecido, estava em condição diversa da declara no atestado médico.
Jurisprudência: “A atestação do óbito, mediante paga, sem exame de cadáver, configura em tese, o delito do art. 302 do CP, havendo justa causa para ação penal. (STF – HC – Rel. Rodrigues de Alckimin – RT 507/488).
Tipo subjetivo: Requer, no caput, o dolo comum, genérico, consistente na vontade livre e consciente de dar o médico o atestado falso.
Porém, no parágrafo único, exige-se o elemento do subjetivo específico, a finalidade do agente em obter lucro ao fornecer o atestado falso.
Consumação: Crime formal, que se consuma independentemente do resultado. A consumação ocorre no instante da entrega do atestado falso, pouco importando ser ou não utilizado pelo interessado.
Jurisprudência: “O delito consuma-se no momento em que o médico fornece o atestado sem examinar o paciente, assumindo os eventuais riscos de seu “ato”. (TARS – AC nº 293.068.144 – rel Luiz Armando Bertanha de Souza Leal – JUTARS 87/130)”.
Tentativa: Na prática entende-se impossível o reconhecimento da tentativa. O perigo é contestado efetivamente na entrega do atestado falso. Se este não chega a ser entregue por circunstâncias alheias à vontade do médico, o fato, em nosso sentir, é atípico. A doutrina contemporânea segue, em sua maioria, o entendimento de Noronha:
“Os autores italianos opinam pela admissibilidade... Para nós haverá tentativa quando o médico, tendo escrito o atestado falso, é surpreendido no momento em que está entregando. Assim concluímos, diante da estruturação do delito em nosso Código.”
CONCLUSÃO
 Este documento teve como objetivo estudar a fundo alguns crimes contra a fé pública, Título X do Código Penal brasileiro. Observou-se atenção e grau de reprovação social maior para os crimes cometidos contra algo que envolvesse patrimônio financeiro ou agente ativo funcionário público, algo lógico, tendo em vista que ele é o primeiro responsável pela salvaguarda da fé pública.
 Além disso, observa-se especial concentração de conflito aparente de normas, onde facilmente se poderia achar punição para atos descritos em certos tipos penais se eles não coexistissem como agora, mostrando cuidado do legislador com o caráter subsidiário e específico de cada norma.
BIBLIOGRAFIA
https://avnerm.jusbrasil.com.br/artigos/321559460/avaliacao-dos-artigos-297-298-299-e-302-do-codigo-penal
https://www.direitonet.com.br/artigos/exibir/5982/Analise-teorica-dos-crimes-de-falso
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