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Relatório sobre o júri simulado 6789

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FACULDADE DE ENSINO SUPERIOR DE FLORIANO-FAESF
Instituição: Faculdade de Ensino Superior de Floriano-FAESF 
Disciplina: Direito Penal
Professor: Joffreson Santos 
Aluno: Guilherme Lima Falcão Bloco: 5° 
Relatório sobre o II Juri Simulado da FAESF
No dia 07 de junho de 2023 foi realizado o segundo júri simulado nas dependências do novo prédio da FAESF, sendo este o primeiro júri a ocorrer no recém-inaugurado centro de eventos. Todo o projeto foi realizado pelos alunos do 7° bloco de direito da instituição, juntamente com a supervisão de professores especializados na área de direito, como os professores Jéfferson Santos, Graco Miranda e Jairo Lima, dentre outros.
	O caso objeto da apresentação feita pelos alunos tratava-se de uma tentativa de homicídio qualificado, denúncia feita pelo Ministério Público com fundamentos no art. 121 §2° incisos II(motivo fútil) e IV(mediante recurso que dificulte ou torne impossível a defesa do ofendido) do Código Penal, denúncia feita contra um senhor de cerca de 65 anos acusado de tentar tirar a vida de um dono de bar que havia lhe feito uma cobrança utilizando-se de uma arma branca, perfurando a vítima abaixo do lado esquerdo do peito.
	O Juiz da seção, ora interpretado pelo professor e coordenador do curso de direito, Jairo Lima, inicialmente prestou solenes palavras de agradecimento ao público presente no momento para apreciar a apresentação. O evento contava com a presença de demais instituições situadas na cidade de Floriano, alunos e professores do IFPI e UESPI também dividiam as cadeiras do auditório bem como populares que se interessaram pelo espetáculo que iria começar, fazendo também a honra de chamar para prestar algumas palavras o diretor geral da instituição, Anderson Pinto, este que também além expressou agradecimentos aos presentes, e proferiu algumas palavras de incentivo àqueles que ainda não haviam chegado, mas desejavam chegar ao seu potencial máximo, além de tratar de questões importantes como a “rivalidade” que existe entre instituições pública e privadas, deixando claro que este tipo de pensamento deve existir.
	Após as palavras do diretor geral, o Juiz, antes de dar início ao júri esclareceu algumas questões normativas sobre como funciona o rito do júri e quem seriam feitas algumas alterações para que possa se encaixar à realidade do presente momento. Finalmente dando início pelo sorteio dos jurados, foram sorteados para o júri cerca de 20 pessoas, sendo 9 delas aceitas para comporem a mesa dos julgadores, tendo durante o processo o MP negado três, e a defesa negado duas, sendo uma destas fundamentadamente com base na suspeição, pois a jurada sorteada havia laços de amizade com aquele que seria a filha vítima, assim podendo ser tendenciosa sua decisão.
	De início a vítima foi chamada para apresentar sua versão da história, logo após o MP fez algumas perguntas a mesma, se o acuso tinha histórico de agressividade, de ser responsável por outros atos que infringissem a lei, o horário em que a vítima costumava trabalhar e etc. A vítima manteve-se convicta da sua versão do ocorrido, confirmando sempre que o denunciado tinha um histórico agressivo, que era conhecido na cidade por consumir e não pagar. A voz é passada para a defesa, que retruca a vítima lhe perguntando sobre o seu primeiro depoimento prestado, alegando a defesa que a vítima teria contado fatos diversos daqueles que havia dito no seu depoimento anterior. Todavia o MP afirma que nem sequer houve um primeiro depoimento da vítima, pois devido a lesão grave esta teria sido submetida a tratamento imediato e ficou impossibilitada de sequer dar algum depoimento. Logo em seguida foi o Juiz chamou a primeira testemunha, que não se encontrava presente, sendo necessária a ação dos policiais civis para busca-la, dizendo ao juiz que não havia comparecido por medo do réu, esta, que é a filha da vítima que também contou sua versão do ocorrido ratificando o que a vítima já havia contado, do histórico agressivo do réu, sua fama de consumir e não pagar, nada de tão diferente do que já havia sido dito. Foi chamada a segunda testemunha arrolada pelo MP, o policial que havia feito a abordagem e prendendo o réu, mais uma vez houveram afirmações sobre o histórico do réu. Não houveram mais falas que já não haviam sido ditas anteriormente.
	Chegado o momento das testemunhas arroladas pela defesa do réu, o primeiro foi um homem que estava presente no local, e contou aquilo eu se lembrava, disse que havia acontecido uma discussão entre a vítima e o réu, conta que o dono do bar havia ido cobrar a dívida de forma agressiva. A defesa pergunta com era o comportamento do dono desse bar, a testemunha afirma que ele é conhecido na cidade por ser uma pessoa temperamental. O MP apenas pergunta a testemunha a quanto tempo ela estava no local do ocorrido, a testemunha afirma que aproximadamente uma hora. O Juiz chama a segunda testemunha, ela estava presente no bar com sua esposa, a testemunha afirma que o dono do bar sempre teve atitudes agressivas e tinha tendencias a humilhar terceiros. O MP faz questionamentos a testemunha, que afirma que o dono fez a cobrança em voz alta, sendo possível todos os demais presentes escutarem tudo.
Foi chamada a perita que havia realizado o exame de corpo de delito da vítima, constatando a gravidade da lesão sofrida assim como a urgência para encaminhar a vítima para cirurgia, sob risco de fatalidade. A defesa questiona o porque da perita não ter respeitados os tramites legais impostos pela legislação no que tange ao exame de corpo de delito, foram mostrados os laudos médicos prestados pela perita, tais laudos eram extremamente inconsistentes, sem as especificações, os detalhes necessários que preconiza o CPP, com respostas como “sim” e “não”, sendo sua análise quase que impossível. A perita foi dispensada.
	O acusado foi chamado para narrar a sua versão. Ele conta que não havia necessidade daquela cobrança, porque já havia combinado com a filha da vítima que iria pagar a dívida um dia depois, assim que retirasse o dinheiro de sua aposentadoria, ele afirma que apenas se defendeu, que sentiu medo do que o dono do bar iria fazer com ele, sendo levado a praticar o ato. O MP questiona o motivo do réu não ter prestado o socorro e ter fugido do local, afirmando que foi por medo. A defesa não pergunta se o réu havia levado uma faca para o local, ele afirma que não, que pegou uma faca que estava em uma mesa próxima e ainda conta que não tem o costume de andar armado. Fim do interrogatório.
	Na fase de debates a iniciativa foi da acusação. O primeiro representante do MP, em suma, fez um breve resumo do caso para os jurados, além de explanar sobre a questão do dolo contido na conduta do réu, convicto de que o acusado teria agido com o animus de matar, e não de se defender, afirmando tal alegação com base nos laudos prestados pela perita, mais especificamente na profundidade do corte, fazendo também uma explanação sobre o iter criminis, dizendo que houve a cogitação, preparação e execução, sendo esta punível. A segunda representante do MP persistiu na questão do dolo na conduta, persistindo no animus necandi do réu, também deixando expresso a incontroversa autoria e materialidade, uma vez que o réu admitiu que foi o autor. O MP faz mais remissões ao inquérito policial, relembrando aos jurados sobre o histórico do réu, chegando a alegar que um mês após o ocorrido o denunciado teria invadido a casa de um vizinho, e efetuado disparos de arma de fogo contra o mesmo. Por fim, a terceira representante questiona a alegação de legítima defesa do réu, perguntando-se o porque de ter sido justamente um objeto letal para a defesa, não qualquer outro menos lesivo, fazendo remissão ao dispositivo legal que rege a legítima defesa (art. 23, II c/c art.25 do CP) tentando deixar ainda mais claro o intuito de matar do acusado. Questionando a proporcionalidade que o instituto da legítima defesa exige.
	Chegadoo momento da defesa esta levanta seus argumentos principalmente em cima da falta de provas documentais, alegando que tal denúncia feita pelo MP é infundada, pois estes se baseiam apenas em laudos periciais que não respeitam a legislação, tratando de forma leviano todo o ocorrido, e fortalecendo a arguição de legítima defesa de seu constituinte, remetendo os presentes sobra a agressividade do dono bar, sem justa causa, uma vez que a cobrança da dívida não era necessária naquelas condições, tanto porque já havia sido acordado entre o réu e a filha da dono que seria pago um dia depois, como o valor da dívida, ínfimos 16 reais. O segundo representante da defesa permanece por ratificar o que já havia sido dito sobre a legítima defesa, mais especificamente sobre a proporcionalidade da conduta, afirmando que naquelas condições não haviam possibilidades sequer do acusado pensar de outra forma, apenas se defender, 
utilizando-se daquilo disponível no momento, fazendo assim o necessário para sua efetiva defesa, o que é plausível para a legítima defesa, uma vez que caso hesitasse, outro poderia ter sido o resultado. Adicionando no que tange a alegação de que o acusado teria invadido uma casa e efetuado disparos contra outrem feita pelo MP em suas argumentações, sendo tal alegação considerada absurda pelo representante que afirma não haverem prova alguma sobre isso, levando o ato como crime de calúnia. A terceira representante apenas ratificou aquilo que já havia sido dito antes, fazendo poucos acréscimos.
	O MP utilizou da réplica para uma resposta as argumentações feitas pela defesa, em suma, permaneceram convictos do dolo na conduta, tentando desclassificar a legítima defesa uma vez que não houve proporcionalidade por parte do réu.
	Em resposta, a defesa continuou na arguição da legítima defesa, requerendo a absolvição de seu constituinte por conta deste. Fazendo ao final um pedido subsidiário, caso o primeiro não seja aceito por aqueles que julgarão, pedindo desclassificação do crime de tentativa de homicídio qualificado para o crime de lesão corporal de natureza grave. (art.129, § 1° I, II do CP)
	Ao fim o Juiz se encaminhou com os jurados para a sala secreta onde seria realizada a votação, isso logo após explicar todos os requisitos presentes na folha de votação. Decorrido o praza para votação, os jurados reconheceram a autoria e materialidade do fato, e no terceiro ponto, por maioria dos votos, foi decidida a absolvição do acusado, sendo reconhecida a legítima defesa.
	Ao fim, o Juiz, agora como coordenador profere as últimas palavras, agradecendo aos presentes, aos outros professores colaboradores, e claro, parabenizando os estudantes do 7° bloco pelo exímio trabalho apresentado.
	Este foi um caso real que ocorreu em Nazaré do Piauí em meados de 2011, considerado um processo de demasiada complexidade, contendo mais de 1000 páginas, todavia todos os envolvidos, principalmente os alunos demonstraram ter o controle de toda a situação, não deixando se abater diante do obstáculo e fornecendo um verdadeiro show para aqueles que estavam ansiosos em seus assentos. 
Guilherme L. Falcão
Floriano-PI 08 de junho de 2023

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