DESAFIOS - PRAGMÁTICA

Prévia do material em texto

Atividades – pragmática 
Desafio
A formação discursiva, para Pêcheux, é "aquilo que determina o que pode e deve ser dito", ou seja, determina os sentidos do que é dito conforme a posição ideológica dos sujeitos. Assim, pode-se dizer que na análise do discurso não existe um sentido único ou literal para uma palavra ou expressão, mas, sim, sentidos determinados ideologicamente, de acordo com a formação discursiva em que os sujeitos se inserem. Desse modo, uma análise de determinado discurso leva em consideração o posicionamento ideológico do sujeito que enuncia, podendo uma mesma palavra, expressão ou frase ter sentidos diferentes de acordo com o posicionamento do sujeito que a enunciou.
Padrão de resposta esperado
Se consideramos que o fato noticiado é o mesmo em ambos os jornais, percebemos que o que muda é o sentido empregado na manchete. De um lado, o uso do verbo "invadir", e de outro, "ocupar". Em uma análise superficial, podemos dizer que, ao enunciar que se trata de uma "ocupação", entendemos que o jornal B filia-se à mesma formação discursiva daqueles que acreditam que a escola pública pertence aos estudantes. Portanto, não pode se tratar de uma invasão. Já, o jornal A filia-se a uma formação discursiva que entende a escola como um local não pertencente aos alunos. Portanto, tratar-se-ia de uma invasão.
Dominique Maingueneau é um dos autores que mantém a Análise do discurso viva na França. Em sua concepção de AD, ele entende que houve diversos atos de fundação da disciplina, sendo um deles o movimento iniciado por Michel Pêcheux e seu grupo no final da década de 1960. Nesse sentido, o autor também propõe algumas problematizações para que a disciplina permaneça em movimento. Tendo esse contexto em mente, você é professor e pesquisador em uma universidade e está fazendo um curso que trabalha especificamente sobre a proposta de Maingueneau.
Maingueneau propõe uma problematização do estatuto da Formação discursiva, uma tentativa de organização do problema e uma discussão sobre a relação entre a FD e a organização do corpus. Além disso, ele reconfigura a noção, desligando-a de seu equivalente na obra de Pêcheux: o posicionamento e, inclusive, admite a existência de FDs plurifocais que respondem à heterogeneidade constitutiva do discurso.