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CRIANÇAS E ADOLESCENTES EM ANÁLISE: Como uma análise lacaniana pode ajudá-los? OBJETIVO DA ANÁLISE A clínica psicanalítica olhará para toda a estrutura familiar e seus membros CRIANÇAS E ADOLESCENTES CUIDADORES O 1º passo é separar as identidades mescladas na dinâmica familiar. “É uma passagem da criança-sintoma para a criança que tem um sintoma” (pp. 260) Infantil X Criança Infants não tem palavras, ou seja não pode sofrer os efeitos delas mas podem inventar uma língua própria. Creare ("crescer") é um pequeno ser humano que passou pelo processo de aquisição da linguagem, é aquela que foi marcada pela palavra do corpo. Campo Familiar Família provê sentido Sentido depende e opera sob determinada dinâmica familiar Criança tem conflito dos sentidos Aparição do sintoma singular 1 . A criança adoece, faz sintoma, por concordar e alienar-se com o que é falado sobre ela 2. Para se tratar, ela vai ter que se deslocar 3. Vai ter de passar de ser falado para ser falante 4. Quando falar, a correspondência deixará de existir 5. Isso causa desconforto nos pais "SCRIPT" DA ANÁLISE Conteúdos da criança Conteúdos dos cuidadores DEPENDÊNCIA BIOLÓGICA E SIMBÓLICA Constituição Subjetiva “[...] Os dois desejos – possuir um pênis e um filho – permanecem fortemente catexizados no inconsciente e ajudam a preparar a criatura do sexo feminino para seu papel posterior.” Sigmund Freud. A dissolução do complexo de Édipo. 1924. (pp. 262). “[...] Na medida que os cuidados da mãe trazem a marca de um interesse particularizado, nem que seja por intermédio de suas próprias faltas.” Jaques Lacan. Nota sobre a criança. 1969. (pp. 261) → Cuidados da mãe → Formação de vínculo → Vínculo contém interesses e, portanto, investimento → Criança ocupa o lugar do “desejo do Outro" → Conforto/Segurança → Gozo CÉLULA NARCÍSICA Ao perceber um outro lado da mãe através da presença do pai, surge o 1ª limite, ou seja, quem denota as regras é o pai PAI COMO OPERADOR LÓGICO Mãe → Criança Mulher → Pai Localização na clinica: Estrutura familiar sintomática Verdade do sujeito Verdade do casal familiar REPRESENTAÇÃO DO SINTOMA POSICIONAMENTO X SINTOMA X POROSIDADE SINTOMA NA CLÍNICA: AS DUAS LACUNAS A criança responde a subjetividade materna, sem a mediação paterna, a mulher não obtém a castração que permite a divisão entre o conceito de mãe e mulher. A criança representa uma resposta à impossibilidade de complementaridade, de uma justa proporcionalidade entre o homem e a mulher. 01 02 CONTINUAÇÃO: SEGUNDA LACUNA É necessária a lacuna que a multiplicidade da mãe/mulher traz à perspectiva infantil, pois é através dela que a criança atravessa esse espaço e dá abertura ao seu próprio desejo. “Dessa maneira, a divisão do desejo em desejo da mãe e desejo da mulher se dá pela modalidade de gozo feminino, é o enigma, representado no espaço de intersecção entre os pares: homem e mulher e mãe e criança.” (pp. 264) 02 “Família é aquilo que todo mundo se queixa – boa definição – e se o fazemos é porque ela não oferece o que dela, especialmente dela gostaríamos de receber: o nome do desejo. Isso fica mais evidente em um mundo despadronizado. Insisto, seja ela como for constituída: por cama, ou proveta; hetero ou homossexual; parceira ou monoparental, família é a instituição humana que tem a capacidade de fazer com que nos confrontemos ao real da nossa condição: a falta de uma palavra já pronta, prêt-à-porter, que nomeie o desejo de cada um [...]. Nesse movimento, a família ganha novo status. Em vez de ser o lugar onde se ganha coisas: semanadas, carros, presentes os mais diversos, o que se ganha mesmo, a maior herança é a castração, um dos nomes do Real.” Jorge Forbes. Família e responsabilidade. 2009. (pp. 265) FANTASIA REVELADA NA QUEIXA “Desejar, lembrava Lacan, é sempre desejar outra coisa, a ponto de podermos agradecer a quem não nos dá o que foi pedido” (FORBES, 2003, p. 7). DESEJO DE DESEJAR Uma presença também representa ausências, que impossibilitam a completude do ser, que se transforma em um ser desejante. No ser com ausências, o desejo atua como uma força motor única e livre. Regras de mundo Relações mais íntimas Sentido Aprendido Valores Profundos Espaço de Humanização Crescimento pessoal Princípio NorteadorModelo de amor Família SACRALIZAÇÃO SÉRIE DE CASOS: SINTOMA NA CLÍNICA Caso M Caso 1: Demanda dos pais para análise do filho. Diz o padrasto de M., 15 anos de idade: "Olha, doutora, isso de ele querer saber quem é o pai dele, viajar para BH é uma bobagem. O pai já o abandonou, não tá nem ai pra ele. Ele vai se decepcionar mais ainda... O que a gente quer é que a senhora dê uma enquadrada no M. Que ele pare de mentir pra gente. Que ele tenha responsabilidade com a escola, tome juízo, deixe de passar a maior parte do tempo com os colegas brincando de skate jogando videogame e dormindo no sofá." Pais Escola Saúde ↓ ↓ ↓ Investimento enviesado ≠ Angústia da criança SÉRIE DE CASOS: SINTOMA NA CLÍNICA Caso M2 Caso 2: Demanda da criança no primeiro encontro com o analista. M., 11 anos de idade; Na primeira entrevista, ao recebê-lo, pergunto: "O que acontece?" "Eu tenho um problema com decisão. Eu não consigo decidir... É muito difícil... sabe esse tênis aqui? Levei mais de uma hora e meia para comprar e ainda assim foi minha mãe que disse para levar esse." Pais Escola Saúde ↓ ↓ ↓ Investimento enviesado ≠ Angústia da criança PERGUNTA CHAVE Como identificar se a demanda está vindo da criança na clínica, ou dos pais que a trouxeram? Demandas precisam ser congruentes Querer reajustar a criança muitas vezes é uma demanda dos pais A criança pode não ter demandas A criança pode ter demandas próprias não apontadas na queixa dos pais PERGUNTA CHAVE Como identificar se a demanda está vindo da criança na clínica, ou dos pais que a trouxeram? TRANSFERÊNCIA (E “TRANSFERÊNCIA A VÁRIOS”) Transferência é o meio pelo qual o elemento-força da demanda do paciente é aplicado no tratamento Precisa que haja investimento dos pais no processo analítico em desenvolvimento Crianças e adolescentes são mais maleáveis à análise, por isso o tratamento é mais curto e eficaz, assimilam o trabalho analítico mais facilmente Tendem a transferir afetos para várias pessoas que considere importante “[...] Ninguém mais poderia, em minha opinião, ter persuadido a criança a fazer quaisquer declarações como as dela; o conhecimento especial pelo qual ele foi capaz de interpretar as observações feitas por seu filho de cinco anos era indispensável; sem ele as dificuldades técnicas no caminho da aplicação da psicanálise numa criança tão jovem como essa teriam sido incontornáveis. Só porque a autoridade de um pai e a de um médico se unia numa só pessoa, e porque nela se combinava o carinho afetivo com o interesse científico, é que se pôde, neste único exemplo, aplicar o método em uma utilização para a qual ele próprio não se teria prestado, fossem as coisas diferentes.” Sigmund Freud. Duas histórias clínicas. pp. 15. 1909. (pp. 271) CASO HANS CONCLUSÃO Corpo Brincar Inconsciente Palavra Linguagem JACQUES LACAN. A ÉTICA DA PSICANÁLISE. PP. 382. 1959-1960. (PP. 275) “[...] A única coisa da qual o sujeito deve se sentir culpa é a de recuar diante do seu desejo” OBRIGADO! Alguma dúvida? AMANDA MENDES CAROLINA BARROS LIS SARA LUDIMILA LIMA MANOELA GALVÃO MARCOS REIS MARIA EDUARDA LOPES
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