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REVISÃO DE LITERATURA A FEIJÃO E SOJA (1)

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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DE PERNAMBUCO
ENGENHARIA AGRÍCOLA E AMBIENTAL
SISTEMAS DE PRODUÇÃO AGROPECUÁRIO
REVISÃO DE LITERATURA DAS CULTURAS DO FEIJÃO E DA SOJA
Atividade para obtenção de nota parcial na
disciplina de Sistemas de produção
agropecuário ministrada pelo Prof. Dr.
Gerônimo Ferreira da Silva, realizada pelos
discentes Izaias Marcelino, Victor Miranda,
Joyce Dias e Beatriz Xavier.
Recife, dezembro de 2022
SUMÁRIO
1. HISTÓRICO DA CULTURA 4
2. ORIGEM 5
3. IMPORTÂNCIA ECONÔMICA PARA O PIB BRASILEIRO 5
4. PRODUÇÃO 5
4.1 PRODUÇÃO MUNDIAL 6
4.2 PRODUÇÃO NACIONAL 7
4.3 PRODUÇÃO ESTADUAL 7
5. MORFOLOGIA 8
5. 1. SEMENTE 8
5. 2. SISTEMA RADICULAR 9
5. 3. PARTE AÉREA 9
5. 3. 1. CAULE 9
5. 3. 2. FOLHA 10
5. 3. 3. FLORES 10
5. 3. 4. FRUTOS 11
6. ECOFISIOLOGIA 12
7. CLASSIFICAÇÃO BOTÂNICA 12
8. PRINCIPAIS CULTIVARES NO BRASIL E NO NORDESTE 13
9. MANEJO 15
9.1 PLANTIO 15
9.2 PRAGAS E DOENÇAS 15
9.3 EXIGÊNCIAS NUTRICIONAIS 18
9.4 ADUBAÇÃO 19
2
9.4.1 ADUBAÇÃO ORGÂNICA 19
9.4.2 ADUBAÇÃO FOLIAR 20
9.5 CONTROLE DE PLANTAS DANINHA 20
9.6 COLHEITA 21
10. PRINCIPAIS UTILIZAÇÕES DAS CULTURAS 21
11. CONSIDERAÇÕES FINAIS 21
12. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 22
A CULTURA DA SOJA 23
1. ORIGEM DA CULTURA 23
2. HISTÓRICO DA SOJA NO BRASIL. 23
3. PRINCIPAIS CULTIVARES DE SOJA NO BRASIL E NO NORDESTE. 24
4. IMPORTÂNCIA ECONÔMICA PARA O PIB BRASILEIRO 24
4.1 PRODUÇÃO MUNDIAL 24
4.2 PRODUÇÃO NACIONAL 24
4.3 PRODUÇÃO NO ESTADO 25
5. MORFOLOGIA 25
5.1 SEMENTE 25
5.2 SISTEMA RADICULAR 26
5.3.1CAULE 26
5.3.2 FOLHAS 26
6. ECOFISIOLOGIA (CLIMA, CHUVA, TEMPERATURA, SOLOS, LUZ SOLAR) 27
6.1CLIMA - TEMPERATURA 27
6.2 CHUVA - DISPONIBILIDADE HÍDRICA. 27
6.3 SOLO 27
6.4 LUZ SOLAR - FOTOPERÍODO. 28
7. CLASSIFICAÇÃO BOTÂNICA/CIENTÍFICA DA CULTURA 28
3
8. MANEJO 28
8.1. PLANTIO 28
4
A CULTURA DO FEIJÃO
1. HISTÓRICO DA CULTURA
O feijoeiro-comum (Phaseolus vulgaris L.) é uma das principais culturas de grãos
produzidas no Brasil e no mundo. Em países em desenvolvimento tanto das regiões tropicais
como subtropicais, constitui-se como uma das mais importantes fontes de proteínas na dieta
humana (BARBOSA; GONZAGA, 2012).
Os principais produtores mundiais de feijão são: Mianmar, Índia, Brasil, China,
Tanzânia, Uganda, Estados Unidos, México, Quênia e Burundi (FAOSTAT, 2021). O mercado
global de grãos secos cresce a cada ano, em decorrência da conscientização dos benefícios
para a saúde que eles são capazes de proporcionar. São alimentos ricos em micronutrientes,
como potássio, magnésio, folato, ferro e zinco, que são importantes fontes de proteína em
dietas vegetarianas.
A produção de feijão é afetada por diversos fatores, como por exemplo, os riscos
ambientais e o fato da cultura está sujeita aos ataques de pragas, principalmente quando estão
submetidas a altas temperaturas e excesso de umidade. Os maiores custos de produção de
feijão seco podem incluir sementes, pulverizações, mão de obra extra durante a colheita,
especialmente em regiões com escassez de pessoal. Várias políticas agrícolas prepararam o
caminho para o desenvolvimento da cadeia de abastecimento de feijão em todos os níveis,
visto que é o componente vital da estratégia geral para enfrentar a competição do mercado
global para a cultura.
2. ORIGEM
O feijão está entre os alimentos mais antigos do mundo e seus registros estão
diretamente associados à história da humanidade. Phaseolus vulgaris, também conhecido
como feijoeiro-comum, refere-se a uma das 55 espécies que pertencem ao gênero Phaseolus,
cujo centro de origem se deu nas Américas.
Um estudo da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) que recebeu o
nome de “Embrapa Arroz e Feijão”, explica que a existência dos tipos domesticados de
feijoeiros foram datados há cerca de sete mil anos antes de Cristo (a.C.), na Mesoamérica, e se
espalharam posteriormente por toda a América do Sul. Por outra perspectiva, registros de
descobertas arqueológicas de 10.000 a.C, no Peru, indicam que o feijoeiro pode ter feito um
caminho contrário: domesticado na América do Sul e depois transportado para a América do
5
Norte. O fato é que, a partir daí a variedade desenvolvida nas Américas se espalhou pelo
mundo, sendo também encontrada em regiões da Europa, Ásia e África. Alguns estudiosos
acreditam também na teoria de que as guerras da antiguidade também ajudaram a espalhar a
leguminosa pelo mundo, uma vez que os guerreiros e soldados usavam o feijão como
alimento nas viagens rumo aos campos de batalha.
No Brasil, existem diversas espécies e tipos de feijão cultivados e sua ocorrência é
bastante regional e cultural, como por exemplo, o feijão-caupi ou feijão de corda, muito
cultivado no Norte e Nordeste do país, regiões pouco favoráveis ao cultivo do feijão-comum.
3. IMPORTÂNCIA ECONÔMICA PARA O PIB BRASILEIRO
O feijão é um produto com alta importância econômica e social no País, exerce
grande valor sob o ponto de vista alimentar, como alternativa econômica de exploração
agrícola em pequenas propriedades e como atividade de ocupação de mão-de-obra menos
qualificada nas diversas regiões rurais brasileiras.
4. PRODUÇÃO
Tabela 1 – Balanço de oferta e demanda - Feijão - EM MIL T
(Fonte: Conab, colado diretamente.)
4.1 PRODUÇÃO MUNDIAL
Na Índia, a produção de feijão foi de 6,82 milhões de toneladas em 2019, com uma
estimativa de produção de 8,31 milhões de toneladas até 2025, isso significa um crescimento
6
de 3,8% a.a. no período de projeção, o país lidera o ranking, sendo o maior produtor de feijão
do mundo. A Índia expandiu fortemente sua produção nos últimos anos.
Com relação ao Mianmar, o consumo de feijão foi avaliado em US$ 3,65 bilhões em
2019, de acordo com o relatório de pesquisa global do mercado de feijão seco, com projeção
de US $3,99 bilhões em 2025, representando 3,8% a.a. O feijão é usado em muitos pratos da
culinária birmanesa, tendo em vista sua praticidade, por ser acessível e não requer muita
preparação.
Segundo a Emerging Markets Group Company, os EUA importaram cerca 518 mil
toneladas de feijão em 2019, com estimativa de produção chegando a 572 mil toneladas até
2025, podendo chegar a alta de 5,5% a.a. durante este período da previsão. O valor das
importações foi de US$ 358,5 milhões em 2019,com perspectiva de US$ 403,3 milhões até
2025.
A Rússia exportou 1,2 milhão de toneladas de feijão em 2019, e até o ano de 2025
deve chegar a 1,36 milhão de toneladas, esse aumento pode representar um aumento de 3,5%
ao ano. O valor das exportações de feijão foi de US$ 358,8 milhões em 2019, e a projeção
para 2025 é uma arrecadação de aproximadamente US$ 404 milhões (3,8% a.a.).
4.2 PRODUÇÃO NACIONAL
O Brasil é o terceiro maior produtor de feijão e o Nordeste, com 788 mil toneladas,
lidera a produção entre as regiões apesar da baixa produtividade, que fica em torno de 522
kg/hectare. A Região nordeste passou a ser a maior produtora do país na safra 2019/20, fato
que não ocorria desde o ano 2007/2008, isso, devido ao clima favorável e da demanda
aquecida.
De acordo com a Conab, em 2020/21, o consumo de feijão chegou a marca das 2,9
milhões de toneladas, com estimativa de 3,02 milhões de toneladas para 2030, um aumento
não muito significativo que se dá, devido ao fato da leguminosa estar perdendo espaço na
alimentação dos brasileiros, uma vez que é consumido principalmente pela classe
trabalhadora e, devido a uma série de acontecimentos relacionados a política atual do país e a
consequente recessão econômica dos últimos 6 anos, faz com que as camadas de baixa renda
optem por alimentos mais baratos e menos nutritivos.
A estimativa de área para plantio no primeiro ciclo do grão em 2022/23 era de 869,3
mil hectares, somando o cultivo do feijão-comum cores, preto e caupi. Este valor representou
7
uma diminuição na destinação de área em relação ao exercício passado, principalmente pela
ampla concorrência de cultivos mais rentáveis, como soja e milho.
Figura 1 – Comparativo comsafra anterior (Fonte: Conab ,colado diretamente.)
4.3 PRODUÇÃO ESTADUAL
Pernambuco é o segundo maior produtor de feijão do Nordeste, ficando atrás apenas
do estado da Bahia. A região é propícia principalmente à cultura da variedade caupi (Vigna
unguiculata), que apresenta rusticidade bastante elevada, especialmente em relação à
demanda hídrica, adaptando-se bem às condições de menor disponibilidade de água.
Na terceira safra da temporada 2021/22, a produção em Pernambuco foi de 38,4 mil
toneladas do tipo cores, 7,8 mil toneladas de preto e 8 mil toneladas de caupi. De acordo com
a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) a safra pernambucana total de feijão deverá
crescer 13% em relação à produção e à produtividade do ciclo anterior, podendo alcançar 93,8
mil toneladas, o equivalente a 423 kg/ha cultivado. A informação é do 1° Levantamento da
Safra de Grãos 2022/23.
5. MORFOLOGIA
A morfologia vegetal busca compreender características estruturais das plantas que as
permitem realizar sua fixação, nutrição, disseminação e hidratação. Abaixo segue algumas das
características estruturais do feijão.
5. 1. SEMENTE
A semente do feijão possui quatro partes que compõem sua estrutura externa. A seção
exterior é composta pelo tegumento, capa externa da semente, onde se localizam os pigmentos
8
que dão cor ao grão; a cicatriz deixada pelo funículo que conecta a semente com a placenta é
chamado de hilo; a estrutura que circunda o hilo da semente é o halo; e a abertura próxima ao
hilo, que é responsável por promover a absorção da água, é a micrópila.
Figura 2 – Estrutura externa da semente. (Fonte: Embrapa.com)
Enquanto que, interiormente, a semente é formada pelo embrião, que é constituído por
mais quatro partes: o hipocótilo, região de transição entre a plúmula e a radícula, que durante
a germinação permitirá que os cotilédones cheguem até a superfície ao se expandir; a
plúmula, que é a pequena gema da qual procedem o caule e as folhas da planta; a radícula,
que é a raiz do embrião que origina o sistema radicular; e o cotilédone, folha seminal (ou
embrionária) que contém as reservas necessárias para a germinação e desenvolvimento inicial
da planta.
Figura 3 – Estrutura interna da semente. (Fonte: Embrapa.com)
9
5. 2. SISTEMA RADICULAR
O sistema radicular do feijão é composto por uma raiz principal pivotante da qual se
originam ramificações com alcance não muito profundo no solo.
No embrião, abaixo dos cotilédones, o eixo central inferior consiste do hipocótilo e da
radícula. A radícula cresce, com orientação geotrópica positiva, e dá origem à raiz principal
(primária), que, por sua vez, dá origem a raízes secundárias, terciárias e outras, estas se
desenvolvendo lateralmente na raiz principal.
5. 3. PARTE AÉREA
5. 3. 1. CAULE
O caule é o eixo principal da planta. Nele há os pontos de inserção das folhas,
chamados de “nós”, dos quais saem as ramificações (ramos). Esses ramos provindos do caule
respeitam ordenações, sendo o ramo primário o originador de ramos secundários e assim
sucessivamente.
Figura 4 – Caule e ramos. (Fonte: Embrapa.com)
5. 3. 2. FOLHA
O feijoeiro possui dois tipos de folhas: as simples, que são unicamente as folhas
primárias, e as compostas, que são as demais trifolioladas.
10
5. 3. 3. FLORES
A flor do feijoeiro é formada pelo cálice e pela corola. O cálice é verde e a corola é
composta de cinco pétalas que podem ser brancas, rosadas ou violáceas. A pétala maior é o
estandarte, enquanto que as menores são chamadas de asas. Duas asas são soldadas uma à
outra, formando a quilha, que é retorcida em forma de espiral. No interior da quilha é
encontrado o androceu e o gineceu, respectivamente os órgãos masculino e feminino da
planta. As flores do feijoeiro são agrupadas em uma haste que sustenta os botões florais,
conjunto chamado de inflorescência floral (ou racimo floral).
Figura 5 – Flor do feijoeiro e partes que a constituem: (a) asa; (b) estandarte; e (c) quilha.
(Fonte: Embrapa.com)
5. 3. 4. FRUTOS
A vagem é o fruto do feijoeiro, ela é formada por duas partes (ou valvas): uma
superfície superior e outra inferior. Suas formas podem variar desde um formato reto, ao
arqueado ou muito curvo. O ápice da vagem, que corresponde a sua ponta ou extremidade,
também pode assumir a forma arqueada ou reta. Sua cor pode ser uniforme ou apresentar
11
estrias de outra cor e variar de acordo com o grau de maturação (vagem imatura, madura e
completamente seca), podendo ser verde, verde com estrias vermelhas ou roxas, vermelha,
roxa, amarela, amarela com estrias vermelhas ou roxas.
Figura 6 – Vagem formada com os grãos (óvulos fecundados e crescidos). (Fonte: Embrapa.com)
6. ECOFISIOLOGIA
CLASSIFICAÇÃO BOTÂNICA
Segundo Vilhordo (1996) o feijoeiro comum pode ser classificado botanicamente
como sendo pertencente à ordem Rosales, família Fabaceae, sub-família Faboideae, tribo
Phaseoleae, gênero Phaseolus e espécie Phaseolus vulgaris L.
O local exato da origem do feijão ainda é motivo de discussão devido às várias teorias
e vestígios encontrados ao longo dos anos por pesquisadores. As variedades atuais que
conhecemos da leguminosa são resultado de inúmeros testes de domesticação, com diferentes
12
centros primários, um na América Central e o outro ao Sul dos Andes (Sul do Peru, Bolívia,
Norte da Argentina) (EMBRAPA, 2006).
O feijão possui uma raiz principal, esta, possibilita que outras raízes se desenvolvam
lateralmente, concentradas na base do caule. Trata-se de uma planta herbácea de crescimento
determinado ou indeterminado, com germinação do tipo epígea, a qual o cotilédone se projeta
acima do solo e o caule é formado por uma sequência de nós e entrenós, no primeiro nó estão
localizados os cotilédones, no segundo as folhas primárias, e a partir do terceiro as folhas
trifolioladas ou definitivas. (FIGURA 7)
Figura 7 – Germinação do feijoeiro. (Fonte:infoescola.com)
7. PRINCIPAIS CULTIVARES NO BRASIL E NO NORDESTE
13
Tabela 2 – Relatório de Relação de Cultivares de Pernambuco. (Fonte: SISZARC - Sistema de
Zoneamento Agrícola de Risco Climático )
O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) faz publicações
periodicamente, referente às listas das cultivares inscritas no Registro Nacional de Cultivares
e no Zoneamento Agrícola de cada Unidade da Federação, conferindo caráter legal a essa
tecnologia.
GRUPO I: Feijão carioca
I. ANFC 5 (AGRO NORTE PESQUISA E SEMENTES)
II. TAA Bola Cheia (AGROP. TERRA ALTA)
III. TAA DAMA (AGROP. TERRA ALTA)
IV. BRS FC104 (EMBRAPA ARROZ E FEIJÃO - CNPAF)
V. IAC Imperador (IAC)
GRUPO II: Feijão preto
I. ANFc 9 (AGRO NORTE PESQUISA E SEMENTES)
II. ANfp 119 (AGRO NORTE PESQUISA E SEMENTES)
III. Aporé (EMBRAPA ARROZ E FEIJÃO - CNPAF)
IV. BRS 9435 Cometa (EMBRAPA ARROZ E FEIJÃO - CNPAF)
V. CNPAF BRS Esteio (EMBRAPA ARROZ E FEIJÃO - CNPAF)
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GRUPO III: Feijão comum
Com relação a esta cultivar, verificamos sua ocorrência apenas nos estados de RS, SC,
SP, PR e RS, conforme os dados disponibilizados pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e
Abastecimento(MAPA) através do Sistema de Zoneamento Agrícola de Risco Climático
(SISZARC).
I. FTS 41 (FRANCISCO TERASAWA)
II. FTS 65 (FRANCISCO TERASAWA)
Nota: Os grupos compostos por cinco cultivares apresentadas neste trabalho, referem-se
aqueles que se destacam no relatório de relação de cultivares do Sistema de Zoneamento
Agrícola de Risco Climático (SISZARC) tanto nos estados do Nordeste quanto para o
restante do território nacional.
8. MANEJO
Um bom manejo da cultura do feijão é de grande importância para que se obtenha
uma boa safra, é necessário que haja uma combinação de boas práticas culturais e de controle
químico. A cultura se estabelece bem em semeadura convencional, no cultivo mínimo e na
semeadura direta, contanto que sejam tomados os devidos cuidados específicos para cada
sistema de manejo. Pode ser cultivado no sistema solteiro ou consorciado com outras culturas,
como por exemplo,o milho, mamona, mandioca e palma.
Na Região Nordeste o consórcio com milho e mandioca é bastante utilizado, portanto,
todos os procedimentos utilizados na lavoura, desde o manejo do solo, têm de levar em
consideração esta prática.
9.1 PLANTIO
A escolha da semente deve ser feita levando em consideração a região onde o plantio
será realizado e escolher uma variedade que seja adaptada para sua região. Deverão ser
plantadas no local definitivo, a uma profundidade de 3 cm a 7 cm, enquanto o espaçamento de
plantio pode variar de acordo com a variedade a ser cultivada e com as condições desse
cultivo. Nas literaturas consultadas observa-se que o espaçamento padrão é de 30 a 60 cm
entre as linhas e 7 a 10 cm entre as plantas.
15
O solo precisa estar bem drenado, com pH entre 5,5 e 6,5 e rico em matéria orgânica.
A irrigação precisa ser feita de forma a manter o solo sempre úmido, mas sem atingir a
capacidade de campo.
9.2 PRAGAS E DOENÇAS
Por ser cultivado durante todo o ano e em uma variedade de ecossistemas, o feijoeiro
pode ficar exposto a fatores que podem não ser favoráveis para o seu desenvolvimento. Entre
eles, destacam-se as doenças.
Essa leguminosa é hospedeira de muitas doenças de origem bacteriana, fúngica e
nematóides. Cada doença varia de acordo com o ano, a época, o local e a cultivar empregada.
As perdas anuais de produção devidas às doenças são geralmente significativas, o que
justifica a adoção de medidas apropriadas para o seu controle, como por exemplo o controle
químico.
Ferrugem (Uromyces appendiculatus)
Encontra-se distribuída em todo o território nacional, podendo causar danos mais
severos quanto mais cedo ocorrer no ciclo da cultura, o que pode gerar uma redução no
rendimento da planta de até 70%. Na parte inferior das folhas, é possível observar manchas
pequenas e esbranquiçadas. Essas manchas aumentam de tamanho até produzirem pústulas
maduras, marrom-avermelhadas, onde são encontrados os uredósporos. (FIGURA 8)
Figura 8 – Sintomas de ferrugem nas partes superior e inferior das folhas de feijoeiro-comum. (Fonte:
Manual de Identificação das Principais Doenças do Feijoeiro-Comum)
Foto: Murillo Lobo Junior
Sarna (Colletotrichum dematium f. sp. truncata)
16
A sarna do feijoeiro-comum foi identificada há mais de trinta anos na cultura, sendo
incitada pelo fungo Colletotrichum dematium f. sp. truncata. Os primeiros sintomas da
doença podem ser notados através da formação de uma zona de tecido um pouco mais clara,
entre o caule e as raízes da planta, ainda no estádio de plântulas. À medida que a doença se
desenvolve, esse tecido se torna necrosado, com coloração castanha. (FIGURA 9)
Figura 9 – Sintomas de sarna no colo das plantas de feijoeiro. (Fonte: Manual de Identificação das
Principais Doenças do Feijoeiro-Comum)
Foto: Adriane Wendland
Mofo-branco (Sclerotinia sclerotiorum)
O mofo-branco é uma das doenças mais destrutivas que atacam o feijoeiro-comum. As
sementes infectadas morrem durante a germinação e, ao redor delas, são produzidos de três a
seis escleródios (estruturas de resistência).O início da infecção geralmente coincide com o
fechamento da cultura e o florescimento, quando pétalas de flores senescentes são colonizadas
pelo fungo que, a seguir, invade outros órgãos da planta. Folhas, hastes e vagens mais
severamente atacadas podem apodrecer e cair.(FIGURA 10)
Figura 10 – sintomas e escleródios em vargens de feijoeiro. (Fonte: Manual de Identificação das
Principais Doenças do Feijoeiro-Comum)
Foto: Murillo Lobo Junior
Mosaico-dourado do feijoeiro (Bean golden mosaic virus)
Descrito por A. S. Costa em 1961, no estado de São Paulo. Pouco tempo depois
tornou-se um dos principais problemas da lavoura de feijão, a doença afeta as principais
regiões produtoras de feijão do Brasil. Geralmente é possível observar nas primeiras folhas
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trifolioladas, quando a presença do vetor ocorre precocemente, ou cerca de 14 dias após a
germinação, induzindo a um tom amarelado das folhas, com manchas douradas inequívocas
seguindo as áreas entre as nervuras. (FIGURA 11)
Figura 11 – Mosca-branca transmissora do vírus do mosaico-dourado do feijoeiro. (Fonte: Manual de
Identificação das Principais Doenças do Feijoeiro-Comum)
Foto: Josias Correa de Faria
Vírus do mosqueado suave do caupi (Cowpea mild mottle virus: CPMMV)
Como citado anteriormente, existem várias doenças do feijoeiro que são transmitidas
através da mosca-branca e, entre essas, se destaca a virose que recebeu o nome de mosaico
angular do feijoeiro Jalo, em 1983, agora conhecida como vírus do mosqueado suave do
caupi, também conhecida como carlavirose.
Os sintomas de mosaico-angular e de mancha-angular, descritos em 1983, são válidos
para o feijoeiro Jalo, além do amarelecimento internerval, do clareamento das nervuras e do
mosaico, bem suaves, algumas cultivares apresentam sintomas de forte encarquilhamento
foliar (crinkling leaf) que inclui necroses das nervuras foliares. (Embrapa Arroz e Feijão
2018). (FIGURA 12)
Figura 12– Sintomas de vírus do mosqueado suave do caupi nas folhas e plantas do feijoeiro. (Fonte:
Manual de Identificação das Principais Doenças do Feijoeiro-Comum)
Foto: Josias Correa de Faria
Destacam-se também, o crestamento bacteriano comum, antracnose, podridão
radicular seca, podridão de raízes e oídio. Entre as medidas de controle, o uso de sementes
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certificadas e de cultivares resistentes estão entre as formas mais eficazes e econômicas de
evitar a maioria das doenças. O uso de sementes certificadas previne a entrada de alguns
patógenos em áreas não contaminadas.
9.3 EXIGÊNCIAS NUTRICIONAIS
As plantas de feijão requerem nutrientes específicos para prosperar, elas têm um
sistema radicular limitado e um ciclo de crescimento curto. Consequentemente, é necessário
garantir que os nutrientes estejam disponíveis quando eles precisarem. De acordo com
GALLO & MIYASAKA (1961) para a cultivar “Chumbinho Opaco”, a quantidade de
nitrogênio exportado em kg/ha é de 67 kg/ha enquanto para HAAG et al. (1967) esse valor
passa a ser 28 kg/ha. Embora encontrem-se disparidades, a maioria das literaturas consultadas
indicam que as plantas de feijão requerem mais nutrientes do que outras plantas. Um exemplo
notável é a necessidade de mais fósforo do que a cultura da soja requer.
As quantidades médias de nutrientes exportados por 1.000 kg de grãos citadas em
várias pesquisas são: 35,5 kg de N, 4,0 kg de P, 15,3 kg de K, 3,1 kg de Ca, 2,6 kg de Mg e
5,4 kg de S.
Tabela 3 – Extração e exportação de nutrientes de acordo com diferentes autores (Fonte: Adaptado de
Ciro A. Rosolem. colado diretamente )
9.4 ADUBAÇÃO
Recomendações técnicas de adubação e calagem para o cultivo de feijão no Nordeste
do Brasil, assim como em outras regiões de produção, exigem que outros fatores relacionados
ao sistema de produção estejam em nível satisfatório para um bom desenvolvimento da
leguminosa, incluindo neste contexto a aplicação de práticas conservacionistas do solo. A
19
cultura do feijão é muito sensível à degradação ambiental e a produtividade potencial é
limitada se o solo apresentar características que limitem o crescimento do feijoeiro ou se o
solo for tratado de forma inadequada, promovendo seus processos físicos e químicos de
degradação, o que prejudica sua capacidade produtiva.
9.4.1 ADUBAÇÃO ORGÂNICA
A rotação de culturas é altamente recomendada para a cultura do feijão tanto em
termos de adubação e nutrição, como no controle de doenças e pragas. A introdução de
adubação verde e resíduos vegetais pode aumentar a produtividade, uma vez que a planta
responde bem à adubação orgânica. As respostas foram obtidas com a aplicação de até 15-20
t/ha de esterco de galinhas caipiras e até 4-8 t de esterco de frango ou cama de frango. O
efeito residual deste fertilizante é observado até o 3º ano de vida. O adubo orgânico deve ser
espalhado e incorporado com grade.
9.4.2 ADUBAÇÃO FOLIAR
A fertilização foliar é importante no diagnósticode quaisquer deficiências,
especialmente micronutrientes, com relação aos macronutrientes, é possível a adubação
nitrogenada do início ao fim da floração.
Se as plantas apresentarem alguma deficiência em nutrientes após a floração, a
aplicação de uréia pode atuar tanto no peso das sementes quanto no rendimento final da
planta. Segundo Ciro A. Rosolem ,a uréia pode ser utilizada em concentrações de até 5% de
forma segura. Eventualmente, podem aparecer algumas manchas fitotóxicas, que desaparecem
em poucos dias.
9.5 CONTROLE DE PLANTAS DANINHA
As plantas daninhas afetam as colheitas reduzindo a produtividade e a qualidade das
sementes, tornando-se hospedeiras de pragas e doenças, competindo com as lavouras por
água, luz e nutrientes e consequentemente interferindo no processo normal de maturação das
plantas e dificultando o manejo. O período crítico para a competição de plantas daninhas com
o feijoeiro é entre 15 e 30 dias após a emergência da cultura, e os métodos de controle são
culturais e químicos.
20
O controle cultural onde o objetivo é aproveitar as próprias características do feijoeiro
e das plantas daninhas, fazendo com que a cultura leve vantagem sobre as invasoras.
O controle químico, por meio do emprego de herbicidas, destaca-se como um dos
métodos mais utilizados na cultura do feijoeiro, devido à maior praticidade e sua grande
eficiência. Existe também o uso do controle mecânico, que consiste no uso de práticas de
eliminação de plantas daninhas por meio do efeito físico-mecânico, como por exemplo, a
capina manual.
9.6 COLHEITA
Para evitar perdas e obter produtos de qualidade, as leguminosas devem ser colhidas
logo após as sementes atingirem a maturidade fisiológica, que corresponde ao estágio de
desenvolvimento em que as plantas irão apresentar folhas amarelas, as vagens mais velhas
secas e as sementes carnudas confirmando o seu máximo desenvolvimento.
Atrasar a colheita do feijão, deixando-o no campo muito tempo depois do
amadurecimento pode levar à abertura das vagens e, consequentemente perda de sementes ou
desenraizamento da planta, principalmente em áreas de clima quente e seco.
Para plantações de pequeno porte a colheita pode ser feita manual já para grandes
plantações é necessário o uso da colheita mecanizada (está em menor número). Vale ressaltar
que a maioria é realizada de forma manual.
9. PRINCIPAIS UTILIZAÇÕES DAS CULTURAS
Além do papel relevante na alimentação da população brasileira, o feijão é um dos
produtos agrícolas de maior importância econômico-social, principalmente devido à mão de
obra empregada durante o ciclo da cultura, sobretudo na época da colheita.
10.CONSIDERAÇÕES FINAIS
Por fim, o sucesso da cultura do feijão está diretamente relacionado com a correta
escolha da época de plantio, que depende das condições peculiares de cada região produtora
da cultura. O uso de cultivares melhoradas é a primeira medida a ser tomada quando o
21
objetivo é atingir alta produtividade e reduzir o custo de produção. A adubação e o preparo do
solo na cultura do feijão dependem do nível tecnológico do produtor.
A revisão em questão é importante no entendimento dos desafios dos produtores e das
necessidades da cultura para alcançar uma boa produção, além de compartilhar o
conhecimento sobre os inúmeros fatores que interferem nas produções, o que torna a pesquisa
importante para o entendimento dessa temática.
11.REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CONAB - COMPANHIA NACIONAL DE ABASTECIMENTO. Acompanhamento da
safra brasileira de grãos. Safra 2021/22, 1º levantamento. Disponível em:
https://www.conab.gov.br/info-agro/safras/ graos.
CONAB - COMPANHIA NACIONAL DE ABASTECIMENTO. Acompanhamento da
safra brasileira de grãos. Safra 2022/23, 1º levantamento. Disponível em:
https://www.conab.gov.br/info-agro/safras/ graos.
CONAB – COMPANHIA NACIONAL DE ABASTECIMENTO. Monitoramento semanal
das condições das lavouras. Brasília, DF, 21 de Novembro de 2022.
VILHORDO, B.W. Morfologia. In: ARAUJO, R.S. (Coord). Cultura do feijoeiro comum no
Brasil. Piracicaba: Potafos, 1996. p.71-99.
ARAÚJO, R. S.; RAVA, C. A.; STONE, L. F. ZIMMERMANN, M, J. O. Cultura do
Feijoeiro Comum no Brasil. Piracicaba: Associação Brasileira para Pesquisa da Potassa e do
Fosfato, 1996.
Feijão - Doença de planta. I. Lobo Junior, Murillo. II. Faria, Josias Correa de. III. Título. IV.
Embrapa Arroz e Feijão.
ROSOLEM, C.A. Nutrição e Adubação do Feijoeiro. Piracicaba: Associação Brasileira para
Pesquisa da Potassa e do Fosfato, 1987. 93p. (Boletim Técnico, 8).
HOHMANN, C.L.; CARVALHO, S.M. de. Pragas e seu controle. Londrina: Fundação
Instituto Agronômico do Paraná, 1989. p.217-241.
EMBRAPA. Principais doenças e pragas do feijoeiro comum no Brasil. Goiânia, 1983.
54p.
22
A CULTURA DA SOJA
1. ORIGEM DA CULTURA
A soja (Glycine max (L.) Merrill) é uma cultura cuja origem se atribui ao continente
asiático, sobretudo a região do rio Yangtse, na China. A soja que hoje cultivamos é muito
diferente dos seus ancestrais, que eram plantas rasteiras que se desenvolviam na costa leste da
Ásia, principalmente ao longo do rio Yangtse, na China. Sua evolução começou com o
aparecimento de plantas oriundas de cruzamentos naturais entre duas espécies de soja
selvagem que foram domesticadas e melhoradas por cientistas da antiga China.
Os 5 (cinco) maiores produtores de soja do mundo são: Brasil, Estados Unidos,
Argentina, China e Índia. O mercado de grãos em aspecto global cresce a cada ano, em
consequência dos diversos estudos que trazem dados de uma melhora na saúde, com a
introdução desses grãos rotineiramente na alimentação diária.
2. HISTÓRICO DA SOJA NO BRASIL.
O primeiro registro de cultivo comercial de soja no Brasil data de 1914, no município
de Santa Rosa, RS. Mas, foi somente a partir dos anos 40 que o seu cultivo adquiriu alguma
importância econômica, merecendo o primeiro registro estatístico nacional, em 1941, no
Anuário Agrícola do Rio Grande do Sul, Nesse mesmo ano, instalou-se a primeira indústria
processadora de soja do País, em Santa Rosa, RS, e, em 1949, com produção de 25.000(vinte
e cinco mil) toneladas o Brasil figurou, pela primeira vez, como produtor de soja nas
estatísticas internacionais.
A partir da década de 1960, devido à política de subsídios ao trigo, visando à
auto-suficiência do país desse grão, foi que a soja se estabeleceu como cultura
economicamente importante para o Brasil. Naquela década, sua produção multiplicou-se por
cinco (passou de 206 mil toneladas, em 1960, para 1,056 milhões de toneladas, em 1969). A
maior parte desse volume, 98%, foi produzido nos três estados da Região Sul, onde prevalecia
a dobradinha, trigo no inverno e soja no verão.
23
Apesar do significativo crescimento da produção no decorrer dos anos 60, foi na
década seguinte que a soja consolidou-se como a principal cultura do agronegócio brasileiro,
passando de 1,5 milhões de toneladas (1970) para mais de 15 milhões de toneladas (1979).
Esse crescimento deveu-se, não apenas ao aumento da área cultivada (1,3 para 8,8 milhões de
hectares), mas, também, ao expressivo incremento da produtividade (1,14 para 1,73t/ha),
graças às novas tecnologias disponibilizadas aos produtores pela pesquisa brasileira. Mais de
80% do volume produzido na época ainda se concentrava nos três estados da Região Sul do
Brasil.Nas décadas de 1980 e 1990, repetiu-se, na região tropical do Brasil, o explosivo
crescimento da produção ocorrido nas duas décadas anteriores na Região Sul.
3. PRINCIPAIS CULTIVARES DE SOJA NO BRASIL E NO NORDESTE.
Apesar de existirem cerca de 2.000 ( dois mil) cultivares de soja registrados de acordo
com o Ministério da Agricultura, não são todos que são usados para a alimentação humana,
mas todos são usados para algum meio, seja ele para alimentação animal, humana ou diversas
outras práticas.
As principais cultivares no Brasil são as seguintes: BRS 7582 (não transgênica); Cultivar BRS
7080IPRO (transgênica) ; BRS 7482RR (transgênica) ; CultivarBRS 8383IPRO (transgênica)
, são utilizadas pela alta produtividade e por serem modificadas geneticamente essas tem uma
maior resistência a pragas rotineiras que atacam a cultura de soja.
4. IMPORTÂNCIA ECONÔMICA PARA O PIB BRASILEIRO
No biênio 2020-21, a safra alcançou recordes e, em 2020, seu crescimento bateu 24%
em relação aos ganhos de 2019 e representava 26,6% de todo o PIB brasileiro. No ano de
2021 a participação chegou 27,4%. Utilizando assim, a exportação do grão, farelo e do óleo.
Exportação de soja em grão (Agrostat): 74,1 milhões de toneladas - U$ 28,561 bilhões (2020).
Exportação de farelo (Agrostat): 16,7 milhões de toneladas - U$ 5,910 bilhões (2020).
Exportação de óleo (Agrostat): 1,0 milhões de toneladas - U$ 0,761 bilhão (2020).
Total exportado (Agrostat): U$ 35,232 bilhões (2020).
4.1 PRODUÇÃO MUNDIAL
Produção: 362,947 milhões de toneladas.
Área plantada: 127,842 milhões de hectares. (USDA (08/06/2021)
24
4.2 PRODUÇÃO NACIONAL
Produção: 123.829,5 milhões de toneladas.
Área plantada: 40.921,9 milhões de hectares.
Produtividade: 3.026 kg/ha.
(CONAB (Levantamento de 05/2022)
Sendo o estado maior produtor do país, o estado do Mato Grosso.
4.3 PRODUÇÃO NO ESTADO
A área cultivada foi de aproximadamente 464,6 mil hectares, com produtividade
média de 536 quilos por hectare. Os dados são do 12° Levantamento da Safra de Grãos
2020/21. (CONAB levantamento de 09/2021)
5. MORFOLOGIA
O legume da soja é levemente arqueado, peludo, formado por duas valvas de um
carpelo simples, medindo de 2 até 7cm, onde aloja de 1 até 5 sementes. A cor da vagem da
soja varia entre amarela-palha, cinza e preta, dependendo do estágio de desenvolvimento da
planta.
Fonte:Agrolink.
25
5.1 SEMENTE
As sementes da soja são lisas, ovais, globosas ou elípticas. Podem ser também
encontradas nas cores preta, verde ou amarela. O Hilo (meio da semente) é geralmente
marrom, cinza ou preto.
5.2 SISTEMA RADICULAR
O sistema radicular da soja é tido por partes, tendo raízes principais e secundárias, ele
é dividido em 3 partes sendo: 1ª parte - A radícula do embrião cresce verticalmente para
baixo, desta, cresce a raiz principal e dependendo da temperatura do solo ( média de 22 a
27ºC) a raiz pode desenvolver-se de 2,5 a 5cm diários. 2ª parte - Com o início do
florescimento e formação das vagens a raiz principal continua seu crescimento, podendo
alcançar até 75cm de profundidade as raízes laterais continuam se ramificando até os 15cm de
raiz axial. 3ª parte - Entre a formação das vagens, enchimento de grãos e a maturação
fisiológica, diminuição no crescimento da raiz principal; por outro lado, há aumento no
desenvolvimento e penetração das raízes secundárias principais. Na raiz da soja existe
nódulos resultantes de bactérias que são essenciais para o seu crescimento e desenvolvimento,
pois são elas que fornecem nitrogênio fixados no ar atmosférico e em troca recebem hidratos
de carbono.
5.3.1CAULE
O caule da soja é do tipo herbáceo ereto, pubescente e ramificado, desenvolve-se a
partir do eixo embrionário, logo depois do início da germinação. (pubescente é um termo
botânico que define uma parte da planta que é coberta pelos finos, curtos e macios.
26
5.3.2 FOLHAS
Durante todo o ciclo da planta são distinguidos quatro tipos de folha: cotiledonares,
folhas primárias ou simples, folhas trifolioladas ou compostas e prófilos simples. Sua cor, na
maioria dos cultivares, é verde pálida e, em outras, verde escura.
6. ECOFISIOLOGIA (CLIMA, CHUVA, TEMPERATURA, SOLOS, LUZ
SOLAR)
6.1CLIMA - TEMPERATURA
Para melhor adaptação da soja necessita ser em localiza onde a temperatura oscila
entre 20 a 30ºC, regiões com temperatura menores que 10ºC são impróprias para o cultivo da
soja, regiões com temperatura em torno de 40ºC provocam estragos na floração e diminuem a
retenção de vagens, o efeito é acentuado no ocorrência do estresse hídrico.
6.2 CHUVA - DISPONIBILIDADE HÍDRICA.
A principal limitação no potencial de rendimento da cultura da soja é a falta da água, a
água constitui 90% do peso da planta, existe uma necessidade hídrica que varia em torno de
400 a 800mm por ciclo da cultura. Importante PRINCIPALMENTE em dois períodos, A
Germinação e floração e enchimento de grão.
6.3 SOLO
O solo para plantar soja deve ser rico em nutrientes e não ser seco. O melhor tipo de
solo para o cultivo de soja é o barroso (onde solo predominante no Brasil Argissolo e
Latossolo são ricos nesse quesito), que apresenta boa drenagem e não é muito duro. Para
27
preparar a terra é preciso retirar os resquícios das plantações anteriores, pois eles podem
atrapalhar o desenvolvimento dos pés de soja.
6.4 LUZ SOLAR - FOTOPERÍODO.
A soja é uma cultura de dias curtos, são plantas que florescem quando submetidas a
fotoperíodos abaixo do seu fotoperíodo crítico, quando expostas a fotoperíodos crítico,
quando expostas a fotoperíodos maiores que o seu crítico estas plantas crescem mas não
florescem, a sensibilidade ao fotoperíodo ainda é um importante restrição para uma adaptação
melhor da soja.
7. CLASSIFICAÇÃO BOTÂNICA/CIENTÍFICA DA CULTURA
A soja cultivada é uma planta herbácea incluída na classe Magnoliopsida
(Dicotiledônea), ordem Fabales, família Fabaceae, subfamília Faboideae, gênero Glycine L. É
uma planta com grande variabilidade genética, tanto no ciclo vegetativo (período
compreendido da emergência da plântula até a abertura das primeiras flores), como no
reprodutivo (período do início da floração até o fim do ciclo da cultura), sendo também
influenciada pelo meio ambiente.
8. MANEJO
O solo é o fator de maior importância na produção na definição da produtividade dos
cultivos, depois da água, porém, sem o solo não há produção. O manejo do solo é a base do
sucesso para o cultivo da soja e das culturas que compõem o sistema de rotação de culturas. O
manejo correto do solo diminui a erosão e, consequentemente, as perdas de solo e
fertilizantes, os gastos com a energia e, com o passar dos anos, proporciona estabilidade ou
aumento da produtividade da soja.
28
8.1. PLANTIO
O plantio direto é o sistema de manejo do solo mais adequado às condições brasileiras:
diminui a erosão, aumenta a disponibilidade de alguns fertilizantes como o fósforo, permite
melhor uso das máquinas, promove economia de combustível, amplia o período de
semeadura, entre outros benefícios. O plantio direto requer algumas condições: Implantar o
plantio direto em solos não-compactados ou que tenham sido descompactados, e com acidez e
fertilidade da camada arável (20 cm) corrigidas. Adotar a rotação de culturas, de modo a
garantir produção abundante de massa seca vegetal, em torno de 6 a 8 t. ha-1, para cobertura
do solo.
8.2. principais pragas e doenças
Podridão-radicular ( Phytophthora sojae)
A principal característica da doença é a necrose do caule, que vai se espalhando até
atingir as folhas. Ao decorrer desse processo, a vegetação vai secando e a raiz principal
apodrece, eliminando a planta.
Oídio ( Microsphaera diffusa)
A principal característica do patógeno é o surgimento de micélio. Uma espécie de
manchas esbranquiçadas nas folhas, que podem evoluir para uma cobertura total da superfície.
29
Ferrugem asiática ( Phakopsora pachyrhizi)
Sua característica é única, já em seus primeiros estágios de infestação as folhas
apresentam pequenos esporos na parte de baixo da folha. O nome dado para essa formação é
urédia e sua responsabilidade é disseminar a doença pelo ar.
Mancha olho de rã( Cercospora sojinna)
Em estágio inicial, a doença apresenta pequenas lesões castanho-claro na folha, que
vão aumentando de tamanho e quantidade ao decorrer do tempo. Nos caules e vagens o
patógeno não é evidente, porém, é possível enxergar pequenas fissuras em seu meio.
Antracnose(Colletotrichum truncatum)
30
As principais características da doença aparecem nas hastes da planta com o
surgimento de pequenas manchas marrons ou em tons mais escuros. Em algumas folhas
também é possível observaresse processo, atacando as nervuras foliares.
8.3. Exigências nutricionais da cultura
A exigência nutricional da soja e o potencial de exportação da cultura são
características determinadas por fatores genéticos, porém influenciados por fatores climáticos,
pela fertilidade do solo e pelo manejo cultural. O elemento mais requerido pela soja é o
nitrogênio. Portanto, para uma produção de 3.000 kg/ha, há a necessidade de 246 kg de
nitrogênio, que são obtidos, em pequena parte, do solo (25% a 35%) e, na maior parte, pela
fixação simbiótica do nitrogênio (65% a 85%).
8.4. recomendações de Adubação/Adubação orgânica/Adubação foliar
A adubação deve ser feita de acordo com a análise de solo, condições de manejo e
outros fatores externos como preços. Para realizar a adubação de soja adequadamente, sem
desperdícios ou deficiências, é preciso planejar tudo isso anteriormente, criando o melhor
programa de adubação para a propriedade. Existem dois tipos, sendo eles:
a. Adubação Fosfatada
A adubação de soja de P corretiva pode seguir dois caminhos: Correção do solo total a
lanço e incorporada, com posterior adubação de manutenção ou correção gradual, que
consiste em aplicar no sulco de semeadura uma quantidade de P superior à extração da
cultura.
Se o nível de P no solo estiver classificado como médio ou bom deve-se usar a
adubação de manutenção.Em geral, ela consiste em 20 kg de P2O5/ha para cada 1.000 kg de
grãos produzidos.
b. Adubação Potássica
A adubação potássica deve ser feita a lanço em solos com teor de argila maior que
20%. Em solos de textura arenosa, não deve ser feita a adubação de soja corretiva de K
porque ocorre perdas por lixiviação. Assim, na semeadura da soja é interessante aplicar 20 kg
de K2O para cada 1.000 kg de grãos que se espera produzir.
31
https://blog.aegro.com.br/potassio-para-a-soja-cuidados-para-nao-faltar/
O controle de plantas daninhas é uma prática de elevada importância uma vez em que
prejudica a cultura, porque ela compete com a soja pela luz solar, água,nutrientes, e
dependendo do nível de infestação e da espécie,pode dificultar a operação de colheita e
comprometer a qualidade do grão.Os métodos normalmente utilizados para controlar as
invasoras são o mecânico, o químico e o cultural, sendo sempre que possível,utilizar a
combinação de dois ou mais métodos(GIANLUPPI et al., 2009).
Ademais, o ideal é que a colheita seja realizada logo que possível após a maturidade
fisiológica da soja, ou seja, quando o transporte de nutrientes para o grão cessa e ela chega ao
acúmulo máximo de matéria seca, com as melhores condições fisiológicas. Porém, neste
período a soja se encontra com alta umidade e presença de ramos e folhas verdes, o que
impossibilita a colheita mecanizada. 
Dessa forma, realiza-se o manejo de dessecação, quando necessário, para diminuir o
período em que os grãos ficam no campo expostos a condições climáticas adversas, pragas e
doenças. Assim, o produtor deve realizar a aplicação do dessecante no estádio R7 da cultura
logo após o ponto de maturidade fisiológica, quando pelo menos uma vagem está com
coloração madura na haste principal.
8.5. Controle de plantas daninha
Com a evolução dos métodos de manejo de espécies daninhas, o controle químico
cresceu em participação percentual, na maioria das áreas agrícolas do mundo. Entretanto, tem
crescido a preocupação com a preservação do meio ambiente e a busca por alimentos obtidos
por meio de práticas mais ecológicas de manejo dos cultivos. Usa-se o controle cultura,
controle manual, controle manual e mecânica e controle químico, antes ou após isso é
importante a prevenção dessas daninhas, ou erradicação pela destruição de sua semente ou de
qualquer outra forma de propagação, como tubérculo, bulbo ou rizoma.
8.6. Colheita
Iniciar a colheita quando as plantas da lavoura atingirem o estádio de desenvolvimento
R8 (maturação de colheita) e os grãos apresentarem teor de umidade entre 13% e 15%. A
colhedora deve estar previamente ajustada e limpa (evitar introduzir solo e restos de culturas
de outras lavouras). Na regulagem da colhedora, dar especial atenção ao trabalho harmônico
entre o molinete, a barra de corte, a velocidade de avanço, o cilindro e as peneiras, como
condição básica para evitar perdas. Trabalhar com velocidade de deslocamento da colhedora
entre 4 e 6 km/h e velocidade periférica do molinete 25% superior à velocidade de
32
deslocamento da colhedora. Fazer avaliações periódicas dos níveis de perdas, utilizando o kit
específico (informações disponíveis na Embrapa Soja), detectando as causas das perdas e
corrigindo-as a tempo. Tolerar, na operação de colheita, uma perda máxima de 60 kg/ha.
8.7 Pós Colheita - Secagem
Ocasionalmente, os grãos podem ser colhidos com grau de umidade superior àquele
adequado para armazenamento seguro, que é de 12,5 % para semente, e de 14% para grão.
Nesse caso, a operação de secagem é requerida afim de adequar a umidade do grão ao grau
ideal de armazenamento. A determinação do grau de umidade pode ser feita por meio de
aparelhos expeditos com leitura direta ou de estufa termoelétrica, por diferença de peso antes
e após a secagem da amostra. A temperatura de secagem da massa de grãos não deve exceder
38ºC para semente, e 48ºC para grãos de soja destinados à agroindústria.
33
9. Principais utilizações das culturas
Apesar da maior parte do grão produzido ser utilizado na fabricação de óleo e farelo,
seus derivados também são encontrados nos mais diversos usos. No entanto, o uso
diferenciado significa apenas 7% da destinação da soja, outros 49% vão para o processamento
de óleo e farelo, usados, especialmente na alimentação humana e animal e na produção de
biocombustíveis, como o biodiesel. E 44% são exportados in natura, a maior parte para a
China.
(fonte:Aprosoja-MT)
10. Considerações finais
Por fim, o sucesso da cultura da soja, está diretamente relacionado com a correta
escolha da época de plantio, que depende das condições peculiares de cada região produtora
da cultura. O uso de cultivares transgênicas é a primeira medida a ser tomada quando o
objetivo é atingir alta produtividade e reduzir o custo de produção em relação à herbicidas e
possíveis danos de pragas e doenças danosas a cultivar . A adubação e o preparo do solo na
cultura da soja dependem do nível tecnológico e informação do produtor.
A revisão em questão é importante no entendimento dos desafios dos produtores e
problemáticas, das necessidades da cultura para alcançar uma boa produção, além de
compartilhar o conhecimento sobre os inúmeros fatores que interferem nas produções, o que
34
torna a pesquisa importante para o entendimento dessa temática, levando ao público que não
tem a informação acerca este tema, a informação relevante e necessária.
11. Referências bibliográficas
SOJA e suas riquezas – História. São Paulo: FIESP, 2018. Disponível em:
https://www.fiesp.com.br/sindimilho/sobre-o-sindmilho/curiosidades/soja-e-suas-riquezas-hist
oria/#:~:text=A%20soja%20. Acesso em: 14 dez. 2022.
Embrapa Soja - Coleção entomológica da Embrapa Soja.
https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/206337/1/Catalogo-4-Soja-2019-OL.pdf
COMPANHIA NACIONAL DE ABASTECIMENTO – CONAB. Acompanhamento da safra brasileira
grãos, – safra 2022.
https://www.embrapa.br/web/portal/soja/cultivos/soja1/dados-economicos
EMBRAPA lança cultivares de soja com tolerância a percevejo, ferrugem e glifosato.
São Paulo: Daniel Popov, 25 mar. 2021. Disponível em:
https://www.canalrural.com.br/projeto-soja-brasil/embrapa-lanca-5-novas-cultivares-
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Embrapa Cerrados - Coleção entomológica da Embrapa Cerrados.
https://www.embrapa.br/busca-de-noticias/-/noticia/65867239/embrapa-lanca-quatro-cultivare
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Embrapa Soja - Coleção entomológica da Embrapa Soja.
https://www.canalrural.com.br/wp-content/uploads/2019/07/word-manual-soja-embrapa.pdf35
https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/206337/1/Catalogo-4-Soja-2019-OL.pdf
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https://www.embrapa.br/web/portal/soja/cultivos/soja1/historia acesso - 27/11/2022 -
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https://www.embrapa.br/busca-de-noticias/-/noticia/8901995/artigo---a-soja-no-
sistema-de-cultivo
36
https://www.fiesp.com.br/sindimilho/sobre-o-sindmilho/curiosidades/soja-e-suas-riquezas-historia/#:~:text=A%20soja%20
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