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Epidemiologia Veterinária 1
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Epidemiologia Veterinária
Aluna: Rebeca Azevedo Moura
Módulo de Epidemiologia
Estudo de conceitos epidemiológicos.
Conceitos gerais
Mortalidade: risco de um indivíduo da
população morrer.
Letalidade: risco de um indivíduo da
população, que esteja doente, morrer.
Morbidade: risco de um indivíduo da
população.
Incidência: número de novos casos.
Prevalência: número total de casos.
“O índice de prevalência representa a probabilidade do indivíduo entrar na
casuística”
Transmissão
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Horizontal
Direta
Contato direto: pele/pele ou
mucosa/mucosa
Contato indireto: fluidos
Indireta
Veículos: fômites
Vetores: mecânico e biológico
(essencial; faz parte do ciclo biológico
do patógeno)
Aérea
Vertical
Transovariana
Transplacentária
Perinatal
Colostro/leite
Flutuações Clínicas e Sazonais
As flutuações clínicas e sazonais em epidemiologia referem-se às variações na incidência e nos padrões
de ocorrência de doenças ao longo do tempo, com base nas estações do ano ou outros fatores sazonais.
Essas flutuações podem ser observadas em várias doenças e são influenciadas por uma combinação de
fatores ambientais, comportamentais e biológicos.
Algumas doenças apresentam flutuações clínicas sazonais consistentes. Por exemplo, doenças
respiratórias, como a gripe, tendem a ser mais comuns durante os meses de inverno em regiões
temperadas. Isso pode ser atribuído a fatores como maior proximidade física entre as pessoas em
ambientes fechados, menor umidade relativa do ar, menor exposição à luz solar e supressão do sistema
imunológico devido a alterações hormonais sazonais.
Sua relação é inespecífica.
Exemplos: raiva, febre aftosa.
Relacionada à períodos chuvosos e não chuvosos.
Exemplos: dengue, malária.
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Padrões Temporais de Ocorrência das Enfermidades
Os padrões temporais de ocorrência das enfermidades referem-se às tendências ou variações sazonais nas
taxas de incidência de doenças ao longo do tempo. Esses padrões podem ser influenciados por diversos
fatores, como sazonalidade de agentes infecciosos, variações climáticas, comportamento humano e
interações entre hospedeiros, vetores e patógenos.
Algumas doenças mostram padrões temporais bem definidos e previsíveis. Por exemplo, a gripe sazonal
geralmente tem um pico de incidência durante os meses de inverno em regiões temperadas, quando as
pessoas tendem a passar mais tempo em ambientes fechados e há maior circulação do vírus. Da mesma
forma, algumas infecções transmitidas por mosquitos, como a dengue e a malária, podem ser mais
comuns durante estações chuvosas, quando há maior reprodução e atividade dos mosquitos vetores.
Controle e Prevenção
Controle se refere a medidas que reduzem a prevalência de uma doença ou infecção existente, por meio
de intervenções terapêuticas e de manejo do hospedeiro e do ambiente, enquanto a prevenção se refere a
medidas que evitam que uma doença ou infecção ocorra, por meio de intervenções como vacinação,
higiene e/ou eliminação de vetores ou reservatórios. Ou seja, reduz a incidência.
Módulo de Zoonoses
Parte de epidemiologia enfatizando as doenças transmitidas entre seres humanos e animais.
Leishmaniose
Características gerais
Família: Trypanosomatidae - É uma doença sistêmica severa, porém na maioria dos casos
a evolução é lenta
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Gênero: Leishmania
- PROTOZOÁRIO
- P.I.: média 3 a 7 meses.
- Antropozoonose
- Dois hospedeiros obrigatórios
(heteróxenico)
- O animal pode apresentar-se desde aparentemente sadio a
até em severo estágio final.
- Parasitos presentes no local da picada, depois infecção de
vísceras, podendo distribuir-se através da derme.
Habitat
Vetor: lúmen do trato digestivo
Hospedeiro vertebrado: células do sistema
mononuclear fagocitário (SMF),
principalmente macrófagos
Vetor
Mosquito-palha
Modo de Transmissão
Pela picada de do mosquito fêmea
📖 Ciclo do Mosquito
Ciclo Biológico
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Mosquito irá ingerir amastigotas → formas amastigotas sofrem
alteração em promastigotas no intestino dos flebotomíneos → o
mosquito irá fazer o repasto sanguíneo liberando e inoculando as
formas promastigotas no indivíduo (mamíferos) → no indivíduo as
promastigotas são fagocitadas pelos macrófagos → transformam-
se em amastigotas → ocorre a multiplicação das amastigotas →
liberação → infecção de outras células corpóreas → reinicia o ciclo
Leishmaniose Cutânea (L. braziliensis)
Destruição de macrófagos
Úlceras cutâneas superficiais (lábios,
pálpebras)
Baixos níveis de resposta imune
Leishmaniose Visceral/Calazar (L. chagasi; L.
infantum)
Destruição de macrófagos
Lesões cutâneas e viscerais
Sintomatologia variada
Altos níveis de resposta imune
Crônica (baixa mortalidade)
Sinais Clínicos
Sintomas
Lesões e úlceras cutâneas
Descamação
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Úlceras nos olhos, focinho, cauda e
articulações
Ceratoconjutivite
Coriza
Esplenomegalia e Hepatomegalia
Onicogrifose (aumento das unhas por
falta de desgaste)
Alopecia local ou generalizada
Mucosas pálidas
📖 Anotações
Os principais sintomas da LVC são
perda de apetite, emagrecimento, pelo
opaco, queda de pelos, feridas na pele
e, num estágio mais avançado, o
crescimento exagerado das unhas e
perda dos movimentos das patas
traseiras (parestesia).
Diagnóstico
➢ PCR
➢ Sorologia
➢ Histológico (biópsia de lesões, linfonodos ou
medula)
➢ Identificação do parasita (formas amastigotas)
Profilaxia
➢ Coleiras repelentes
➢ Vacinação
➢ Tratamento de pacientes soropositivos
➢ Doença de Notificação Obrigatória
Leishmaniose | Dica Veterinária #11
Leishmaniose é uma doença cercada de dúvidas e tabus. Conheça um pouco sobre
o que se trata esse mal que, infelizmente, ainda causa a morte de muitos cães no
Brasil.
https://youtu.be/q-YF4VPXtMg
https://youtu.be/q-YF4VPXtMg
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Leptospirose
Características gerais
Gênero: Leptospira
Espécie: L. interrogans (patogênica)
- BACTÉRIA GRAM-NEGATIVA
Espiroqueta/helicoidal
- + de 200 sorotipos
- Antropozoonose
- Caráter ocupacional
- Níveis pluviométricos elevados (Enchentes: ↑
riscos de infecção)
- Doença de Notificação Obrigatória
Tipos de Transmissão
Indireta (Transplacentária; Pelo leite)
Direta
Animais carreadores: Ratos (permanentes)
➢ Rattus norvegicus - ratazana ou rato de esgoto
↑↑↑↑↑↑
➢ Rattus rattus - rato de telhado ou rato preto
➢ Mus musculus – camundongo (menor
relevância epidemiológica)
Animais reservatório: Cães, suínos e bovinos
Ciclo biológico
Representação do ciclo.
Após entrar no organismo, as bactérias desse gênero provocam
uma rápida infecção sistêmica através da corrente
sanguínea, atingindo os olhos, o trato genital, sistema
nervoso central, baço e, principalmente, o fígado e os rins.
Após a infecção, elas dão início a sua reprodução até os
anticorpos do hospedeiro entrarem em ação. Com a evolução
da infecção, as bactérias são eliminadas pela urina. Agora
no ambiente, elas precisam de um local quente e úmido para
sobreviver e encontrar novos animais para a continuidade do
ciclo.
📖 Entrada → corrente sanguínea → infecção
sistêmica → vísceras: olhos, baço, fígado e rins →
eliminação pela urina → reinicia o ciclo
Sinais Clínicos
Sintomas
Profilaxia e Controle
Limpeza
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Icterícia
Disfunção hepática e renal
Sangramento digestivo
Pneumonite por sangramento pulmonar
e insuficiência respiratória
Choque séptico
Controle de roedores
Coleta e armazenamento adequada do lixo
Eficácia de saneamento básico
Educação em saúde - fundamental
Diagnóstico
- Sorologia
- Elisa - IgM
Leptospirose | Dica Veterinária #84
#ZOONOSES
https://youtu.be/7BHpT_VUvvw
Raiva
Características gerais
Família: Rhabdoviridae
Gênero: Lyssavirus
- VÍRUS ENVELOPADO
- Doença de Notificação Obrigatória
- RNA, com envelope lipídico, forma de projétil,
100 - 150nm
- Vírus lábil, inativado 56ºC, luzsolar e
temperaturas ambiente
Segundo a Secretaria de Saúde do Paraná,
ansiedade e hiperexcitabilidade
crescentes; febre; delírios; espasmos
musculares involuntários, generalizados,
https://youtu.be/7BHpT_VUvvw
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e/ou convulsões são sintomas comuns da
raiva.
Ciclos da Raiva
1) Ciclo aéreo - aquele onde a transmissão ocorre
entre morcegos;
2) Ciclo silvestre - aquele que ocorre entre
animais selvagens tais como: o lobo, o cachorro
do mato, o guaxinim;
3) Ciclo urbano - aquele em que os principais
reservatórios são os cães e os gatos;
4) Ciclo rural - aquele em que os principais
reservatórios são os herbívoros (bovinos,
caprinos, ovinos) e os suínos. Representação gráfica dos ciclos da raiva.
Ciclo Biológico
Mordedura, lambedura e/ou arranhadura → saliva
→ vírus se multiplica em ponto de inoculação →
sistema nervoso periférico → sistema nervoso central
→ disseminação generalizada → eliminação pela saliva
(glândulas salivares)
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Profilaxia e Controle
Vacinação (antirrábica)
Controle de morcegos
Difenadiona (anticoagulante)
Diagnóstico
Clínico epidemiológico
IFD
Biológico
Histologia
IPX
PCR
Achado: Corpúsculo de Negri
Sinais Clínicos
“Os primeiros sintomas são o isolamento do animal e a perda
de apetite, os quais também ocorrem em outras doenças e por
razões diversas, mas no caso da raiva estes sintomas iniciais
evoluem rapidamente, apresentando sinais neurológicos como
salivação intensa, tremores musculares, andar
cambaleante, decúbito e movimentos de pedalagem,
opistótono e morte; em casos raríssimos, pode ficar
agressivo”
Raiva em cães e gatos: Transmissão, sintomas e prevenção | Dica Veterinária #66
Uma doença com 100% de letalidade e que, graças à vacinação, está controlada. Vamos
falar um pouco sobre a Raiva.
https://youtu.be/upWuL3xoW5g
Toxoplasmose
Características gerais
Toxoplasma gondii
- PROTOZOÁRIO HETEROXÉNO FACULTATIVO
https://youtu.be/upWuL3xoW5g
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Transmissão
Oral-fecal
Alimentos e água contaminados
Hospedeiro definitivo (replicação assexuada e sexuada): Felídeos, principalmente o gato
Hospedeiros intermediários (replicação assexuada): Mamíferos (suínos, bovinos, cães) e aves
(eurixeno)
Transmissão vertical (transplacentária)
Transmissão direta
Formas Biológicas do Toxoplasma
Fase sexuada
O ciclo sexuado ocorre somente nas células epiteliais
do intestino delgado de gatos e outros felídeos não
imunes. Durante o desenvolvimento desse ciclo ocorre
uma fase reprodutiva prévia por merogonia
(esquizogonia) seguida por outra sexuada (gametogonia)
do parasito.
Ingestão → oocisto formado no tubo digestivo →
eliminação nas fezes → oocisto infectante (2
esporocistos com 4 esporozoítos).
Fase Assexuada
Ingestão de oocistos maduros contendo esporozoítos → epitélio intestinal → reprodução assexuada →
formação de taquizoítos → disseminação via sanguínea ou linfática → taquizoítos invadem tecido
muscular, neurológico e visceral → fase aguda
📖 Esporozoítos são infectantes e ao serem ingeridos se multiplicam originando os taquizoítos
(forma mais ativa) → bradizoítos → cistos
Sinais Clínicos
Depende de onde se alojam os cistos
Diagnóstico
Sorologia
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Febre
Perda da visão
Hipertermia
Hipotermia
Acúmulo de líquido no abdômen
Parasitológico de fezes
Elisa
IFI - Imunofluerência indireta (IgM {aguda}
e IgG {crônico})
Profilaxia
Higiene
Limpeza de ambientes (fezes)
Toxoplasmose: Transmissão, sinais, tratamento e prevenção | Dica Veterinária #87
INSCREVA-SE E ATIVE AS NOTIFICAÇÕES
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https://youtu.be/cHwIgiVR_rQ
Giardíase
Características gerais
Giardia lambia
- PROTOZOÁRIOS
Ciclo Biológico
Ingestão dos oocistos pelo hospedeiro → estômago e intestino → ação de enzimas
pancreáticas → trofozoítos → se ligam a parede da mucosa intestinal (ID) → pode
voltar a forma de oocisto → eliminação pelas fezes
https://youtu.be/cHwIgiVR_rQ
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Transmissão
Oral-fecal;
Em épocas chuvosas e quentes a quantidade
é maior!
Sinais Clínicos
Diarreia com muco e sangue;
Fezes mucóides, pálidas, fétidas e pastosas.
Diagnóstico
Encontro de cistos nas fezes ou trofozoítos em diarreias agudas
√ Centrífugo-flutuação com sulfato de zinco 33% - d. 1,18
√ Técnica de Hoffmann – sedimentação espontânea
ELISA - Giardia Antigen Test Kit ®
Giardíase em pets | Dica Veterinária #59
A giardíase é uma doença que prejudica o trato intestinal e é uma das grandes
causas de diarreia em cães e gatos. Seu pet já sofreu com esse protozoário?
https://youtu.be/lsrds6LwWoM
https://youtu.be/lsrds6LwWoM