Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
BANCO DO BRASIL – Atualidades Apostila Brasil Cultural SUMÁRIO 1. POLÍTICA E RELAÇÕES INTERNACIONAIS .......................... 3 RETROSPECTIVA DO SÉCULO XX............................................ 3 FASE 1: ANTECEDENTES DA 2ª GUERRA MUNDIAL ............... 3 FASE 2: A 2ª GUERRA MUNDIAL ............................................... 3 FASE 3: A GUERRA FRIA ........................................................... 4 A NOVA ORDEM MUNDIAL ........................................................ 4 GEOPOLÍTICA............................................................................. 4 INFLUÊNCIA GEOPOLÍTICA NA DIVISÃO DA ÁFRICA .............. 5 A CONFERÊNCIA DE BERLIM.................................................... 5 OS ESTADOS ARTIFICIAIS ........................................................ 5 Definições Importantes................................................................. 5 DESCOLONIZAÇÃO AFRICANA ................................................. 5 OU NEOCOLONIALISMO?.......................................................... 5 AS GUERRAS TRIBAIS NA ÁFRICA ........................................... 6 A EXPERIÊNCIA DEMOCRÁTICA DA ÁFRI-CA DO SUL............ 6 Para Entender Melhor a África ..................................................... 6 Conceitos Importantes – Geopolítica............................................ 6 A GEOGRAFIA SERVE PARA FAZER A GUERRA? ................... 7 Interesses vitais ........................................................................... 7 Pontos estratégicos do globo ....................................................... 7 Termos ligados ao tema geopolítica ............................................. 8 Guerra Fria................................................................................... 8 Termos ligados ao tema Guerra Fria ............................................ 8 Estados Unidos e Rússia - Uma nova Guerra Fria? ..................... 8 Falta de sabedoria ....................................................................... 8 No que Putin é diferente de Gorbachev e Yeltsin ......................... 9 França e Holanda - A constituição Européia – a negação ........... 9 Bipolaridade ................................................................................. 9 Doutrina Truman .......................................................................... 9 OTAN e o Pacto de Varsóvia ....................................................... 9 Muro de Berlim............................................................................. 9 Coexistência Pacífica ................................................................... 9 Países Não-Alinhados.................................................................. 9 Perestróika e Glasnost ............................................................... 10 A morte de Boris Yeltsin – luto de um dia................................... 10 CONFLITOS DA ATUALIDADE.................................................. 10 ANTIGA IUGOSLÁVIA ............................................................... 10 O que é o TPI?........................................................................... 11 Slobodan Milosevic e o TPI ........................................................ 11 Morre Slobadan Milosevic - Tribunal Penal Internacional anuncia ................................................................................................... 11 "Limpeza étnica" ........................................................................ 11 OS CURDOS - UMA NAÇÃO MULTIESTADUAL....................... 11 FARC - COLÔMBIA ................................................................... 12 JUDEUS E PALESTINOS – A QUESTÃO PALESTINA.............. 12 Palestina Histórica ..................................................................... 12 Capítulos Importantes Para se Estudar Judeus e Palestinos...... 12 Primeiro Capítulo - Diáspora dos Judeus ................................... 12 Segundo Capítulo - Movimento Sionista..................................... 13 Terceiro Capítulo - Criação do Estado de Israel ......................... 13 Quarto Capítulo - Guerra dos Seis Dias ..................................... 13 Quinto Capítulo - Guerra de Yom Kippur.................................... 13 Sexto Capítulo - Acordo de Camp David .................................... 13 Sétimo Capítulo - Grupos e líderes da Causa Palestina ............. 13 Oitavo Capítulo - Intifada............................................................ 13 Termos auxiliares à compreensão da guerra entre Judeus e Palestinos .................................................................................. 13 O Muro da Separação de Sharon............................................... 14 Estado de saúde do ex-premiê Ariel Sharon permanece crítico.. 14 Israel e o Hizbollah..................................................................... 14 CAXEMIRA - ÍNDIA E PAQUISTÃO – CHINA ............................ 15 BASCOS – NO NORTE DA ESPANHA E SUL DA FRANÇA...... 15 A DOUTRINA BUSH .................................................................. 15 A doutrina é composta por três pilares básicos: ......................... 15 Derrota da Doutrina Bush – O Atentado em Madri ..................... 16 Bush aprovara a ampliação do muro na fronteira do México com os Estados Unidos: .................................................................... 16 Bush – Tribunais de EXCEÇÃO ................................................. 16 INDONÉSIA – MOLUCAS, TIMOR LESTE E ACEH................... 16 AS ELEIÇÕES NO TIMOR LESTE............................................. 16 CHINA E A ILHA REBELDE....................................................... 16 Um País e Dois Sistemas........................................................... 17 Reconquistas Chinesas - Hong Kong e Macau........................... 17 China e o Tibet de Dalai Lama ................................................... 17 Haiti – Onde Fica?......................................................................17 Haiti – Uma tragédia sem fim......................................................17 CHECHÊNIA NA RÚSSIA ..........................................................17 CHIAPAS NO SUL DO MÉXICO ................................................17 Na China – Tibet, Taiwan, Hong Kong, Macau e Hainan merecem especial atenção.........................................................................17 O IRA NA IRLANDA DO NORTE................................................17 O IRAQUE..................................................................................17 O Terrorismo ..............................................................................18 Uma Pequena História – Terrorismo...........................................18 O Terrorismo Ganha Força.........................................................18 A Banalização do Mal – Terrorismo ............................................18 Continuação – História do Terrorismo.........................................18 A Jihad de Bush .........................................................................18 Termos Complementares ...........................................................19 A política dos “ataques preventivos” ...........................................19 A politica externa do governo Bush e a terceira crise do petróleo19 Histórico das crises do petróleo..................................................19 Rumo a terceira crise do petróleo ...............................................20 Saddan Hussein Condenado à Morte .........................................20 RCTV dribla Chávez e mantém transmissões via internet...........20 Manifestações ............................................................................20 Tony Blair anuncia renúncia após 10 anos no poder...................20 Legado .......................................................................................21Economia ...................................................................................21 Guerras ......................................................................................21 Hugo Chaves (reeleição e Poderes Plenos por Alguns meses): .21 Antiamericanismo.......................................................................22 Ajuda Militar................................................................................22 Fidel Castro e Seu péssimo estado de saúde:............................22 ONU aprova sul-coreano como novo secretário-geral.................22 HOTEL RUANDA (Guerra entre Tutsi e Hutus):..........................22 OS TRATADOS DE NÃO PROLIFERAÇÃO DE 1970: ...............23 A CORÉIA DO NORTE (TESTE NUCLEAR EM 2006): ..............23 O IRÂ NUCLEAR?......................................................................24 Fahrenheit 11 de Setembro (Michael Moore 2004): ....................24 O Senhor das Armas (Andrew Niccol 2005)): .............................24 BUSH PERDE MAIORIA NO CONGRESSO E JÁ PEDE SUGESTÃO SOBRE IRAQUE....................................................24 Darfur- o Genocídio no Sudão ....................................................24 O conflito ....................................................................................25 Refugiados .................................................................................25 Tratado de paz ...........................................................................25 Tropas da ONU ..........................................................................25 2. ECONOMIA............................................................................25 INDÚSTRIA e INDUSTRILIZAÇÃO ............................................25 A PRIMEIRA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL..................................25 A SEGUNDA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL .................................26 O TAYLORISMO ........................................................................26 A TERCEIRA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL.................................26 BASES DO TOYOTISMO...........................................................26 O TOYOTISMO E A ACUMULAÇÃO FLEXÍVEL ........................26 A DESCENTRALIZAÇÃO E A DETROITIZAÇÃO.......................27 SETORES DAS ATIVIDADES ECONÔMICAS ...........................27 ASPECTOS DOS SETORES DA ECONOMIA............................27 NOVO SETOR DA ECONOMIA..................................................27 O OUTRO LADO DA MOEDA ....................................................27 TIPOS DE INDÚSTRIAS ............................................................27 GLOBALIZAÇÃO........................................................................28 BLOCOS ECONÔMICOS E MERCADOS RE-GIONAIS.............28 O Nafta – Acordo de Livre Comércio da América do Norte .........28 A Apec – Cooperação Econômica da Ásia e do Pacífico ............28 China: Nova “superpotência”? ....................................................28 China: Um tigre de papel? ..........................................................29 Acha que o século XXI será o da Ásia, e em particular o da China?........................................................................................29 Mas, apesar das fraquezas, a China conseguirá tornar-se numa super-potência disputando a hegemonia? ..................................30 Quando é que a crise «corretiva» chegará à porta da China? ....30 O Mercosul – Mercado Comum do (Cone) Sul............................30 15 ANOS DO MERCOSUL – Reunião do Rio de janeiro:............30 Comércio quadruplica.................................................................30 O GASEODUTO DE CHAVES e LULA.......................................31 Venezuela passa a ser 5º membro do Mercosul .........................31 BANCO DO BRASIL – Atualidades Preocupação.............................................................................. 31 Área de Livre Comércio da América do Sul: Conformação de um Novo Espaço Econômico ........................................................... 31 O PROGRAMA DA ALCSA........................................................ 32 A União Européia (EU) ou Comunidade Econômica Européia (CEE) ......................................................................................... 32 Outras Associações Comerciais................................................. 32 União Européia alcança 27 países com entrada de Romênia e Bulgária...................................................................................... 32 Mercado comum ........................................................................ 32 Crescimento econômico............................................................. 32 Expansão ameaçada.................................................................. 33 Turquia....................................................................................... 33 O DESAFIO DAS AMÉRICAS: A CRIAÇÃO DA ALCA............... 33 O risco Brasil.............................................................................. 33 Petrobras vende refinarias à Bolívia por US$ 112 milhões ......... 34 O PAC – Programa de Aceleração do Crescimento ................... 34 OMC e os Subsídios na Economia americana:........................... 34 PLANO CRUZADO FEZ 20 ANOS (1986) Sarney e Dílson Funaro ................................................................................................... 34 CONSENSO DE WASHINGTON ............................................... 35 3. SOCIEDADE, EDUCAÇÃO e SEGURANÇA.......................... 35 MIGRAÇÃO INTERNACIONAL QUANTITATIVA E QUALITATIVA ................................................................................................... 35 A XENOFOBIA........................................................................... 35 A COLONIZAÇÃO DE INTELIGÊNCIA ...................................... 35 POPULAÇÃO E TRABALHO ..................................................... 35 POPULAÇÃO, TRABALHO E GLOBALIZAÇÃO ........................ 36 O TELETRABALHO ................................................................... 36 TRABALHO E ESCRAVIDÃO .................................................... 36 Escravidão de Armazém e de Menores...................................... 36 Caso Dorothy - Fazendeiro pega 30 anos .................................. 36 OAB elogia a sentença............................................................... 36 Movimento dos Atingidos por Barragens em Tucuruí ................. 37 Operação Navalha da PF........................................................... 37 Imigrações Globais - Fuga de Cérebros ..................................... 38 A COLONIZAÇÃO DE INTELIGÊNCIA DE PAÍSES PERIFÉRICOS........................................................................... 38 Combatendo a miséria e a exclusão social................................. 38 Um novo Estado para promover a justiça social ......................... 39 A estratégia de superação das desigualdades ........................... 39 O DARWINISMO X DESIGN INTELIGENTE:............................. 39 CAMPANHA DA FRATERNIDADE 2007.................................... 39 INTERNACIONALIZAÇÃO DA AMAZÔNIA:............................... 40 SANTOS DUMONT e SEU 14 BIS (23 de outubro de 1906) 100 anos do vôo ............................................................................... 40 LINHA AMARELA –O ACIDENTE .............................................. 40 GRANDES SERTÕES VEREDAS (GUIMARÃES ROSA) FEZ 50 ANOS EM 2006.......................................................................... 40 REFORMA POLÍTICA PARA AVANÇAR NO APERFEIÇOAMENTO DA DEMOCRACIA................................. 41 Os pontos importantes da reforma eleitoral ................................ 41 Governoprepara nova reforma da Previdência .......................... 42 A reforma tributária e o trabalho................................................. 43 REGRESSÃO NEOLIBERAL ..................................................... 43 INFERNO DO TRABALHADOR ................................................. 43 PARAÍSO DOS CAPITALISTAS................................................. 43 REVERSÃO DAS INJUSTIÇAS ................................................. 44 4. ENERGIA e TECNOLOGIA.................................................... 44 Biocombustíveis ......................................................................... 44 Biodiesel .................................................................................... 44 O que é Biodiesel ?.................................................................... 45 O biodiesel e o meio-ambiente................................................... 45 Etanol......................................................................................... 45 BIOMASSA ................................................................................ 46 Vantagens da biomassa na produção de energia....................... 46 Chernobyl – 20 anos da tragédia (2006):.................................... 46 Acidente radioativo de Goiânia................................................... 47 5. DESENVOLVIMENTO SUSTENTAVEL, ................................ 47 RESPOSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL ................................. 47 e ECOLOGIA ............................................................................. 47 A QUESTÃO AMBIENTAL UMA QUESTÃO POLÍTICA ............. 47 UM BREVE HISTÓRICO DAS CONFERÊNCIAS E TRATADOS SOBRE A QUESTÃO AMBIENTAL............................................ 47 PRINCIPAIS CONFERÊNCIAS, TRATADOS, ACORDOS, CONVENÇÕES E INTENÇÕES SOBRE A QUESTÃO AMBIENTAL............................................................................... 47 A Carta da Terra ........................................................................ 47 A Estocolmo 72 - Um Marco .......................................................48 O Protocolo de Montreal de 1987 ...............................................48 Rio 92.........................................................................................48 O Protocolo de Kyoto - 1997.......................................................48 Rio + 10......................................................................................48 Rio + 10 ou Rio - 10?..................................................................49 A Terra Vai Ter Que Esperar ......................................................49 OUTROS ACORDOS SOBRE QUESTÕES AMBIENTAIS .........49 Conferência Sobre o Mar............................................................49 Conferência da Biosfera .............................................................49 Comissão Brundtland Comissão de Meio Ambiente Desenvolvimento da ONU ..........................................................49 Rio + 5........................................................................................49 Reunião em Bangkok vai analisar aquecimento global ...............49 JIRAU e Santo Antonio - Debate sobre a construção de represas aparece no dia-a-dia de Porto Velho - Polêmica.........................50 Escassez de Água Potável já Afeta um Quinto da Humanidade .50 Transposição do Rio São Francisco ...........................................51 RELATÓRIO DE 2007 SOBRE O AQUECIMENTO GLOBAL: ....51 BRASIL CRIA COMISSÃO PARLAMENTATAR PARA DESENVOLVIMENTO SUSTETÁVEL – FEVEREIRO DE 2007: 51 Relatório do Banco Mundial adverte que problemas ambientais e distúrbios sociais ameaçam metas internacionais de redução da pobreza ......................................................................................52 6.BRASIL e AFINS .....................................................................52 1. A DIVISÃO REGIONAL ..........................................................52 2. Essa Divisão, Efetivamente Implantada A Partir De 1º De Janeiro De 1970, Sofreu Algumas Modificações.........................52 3. OS PROBLEMAS DA DIVISÃO REGIONAL...........................53 4. OS TRÊS COMPLEXOS REGIONAIS....................................53 A Região geoeconômica Centro-Sul ...........................................53 Região geoeconômica da Amazônia...........................................53 A Região geoeconômica do Nordeste do Brasil ..........................53 5. A IMPORTÂNCIA DO ESTUDO REGIONAL ..........................53 6. AS DIVISÕES INTERESTADUAIS .........................................53 7. A DIVISÃO DO TERRITÓRIO BRASILEIRO EM MUNICÍPIOS ...................................................................................................54 Uma Tendência da Urbanização no Brasil ..................................54 Velocidade da Urbanização........................................................54 A Nova Tendência ......................................................................54 Cidades médias..........................................................................54 Novas Aglomerações..................................................................54 URBANIZAÇÃO..........................................................................55 O QUE É CRESCIMENTO URBANO? .......................................55 A RURBANIZAÇÃO....................................................................55 URBANIZAÇÃO NOS PAÍSES DESENVOLVIDOS ....................55 URBANIZAÇÃO NOS PAÍSES SUBDESEN-VOLVIDOS...........55 O QUE SÃO E ONDE ESTARÃO AS MEGACIDADES?.............55 BRASIL – O CRESCIMENTO DAS CIDADES MÉDIAS..............56 UMA EXPLICAÇÃO....................................................................56 REGIÕES E ESTADOS BRASILEIROS: ALGUMAS CARACTERÍSTICAS (texto complementar)...............................56 Exercícios .................................................................................58 Gabarito ....................................................................................72 BANCO DO BRASIL – Atualidades Apostila Brasil Cultural 3 1. POLÍTICA E RELAÇÕES INTERNACIONAIS RETROSPECTIVA DO SÉCULO XX O historiador inglês Eric Hobsbawn define o século XX como “A Era dos Extremos” , um século onde importantes acontecimentos marcam a história da humanidade e trazem profundas transformações para a sociedade mundial. Para entendermos o mundo globalizado da Nova Ordem Mundial , é de suma importância suscitarmos episódios que marcaram o século passado, episódios esses que são abordados mais profundamente na disciplina de História, mas que sem esse embasamento a compreensão geográfica do mundo atual é prejudicada. Dividiremos estes antecedentes em três fases. FASE 1: ANTECEDENTES DA 2ª GUERRA MUNDIAL O século XX inicia-se em 1901 carregado de tensões e animosidades. A expansão neocolonialista e imperialista do século XIX (uma das etapas mais agressivas do capitalismo), que impôs uma “dura” dominação às nações africanas e asiáticas, tinha por objetivo assegurar novas fontes fornecedoras de matérias primas e novos mercados consumidores para as principais potências européias da época: Inglaterra, Alemanha, França e Itália, sem contar um outro sem número de países que também “comiam um pedacinho desse bolo”: Portugal, Espanha, Bélgica, Holanda e Áustria, dentre outros. Portanto, era inevitável que ocorressem atritos entre as potências, pois cada qual queria assegurar as melhores fontes daquelas localidades. Vários impérios viviam ambientes de instabilidade, como o Império Russo por exemplo, e isso tudo criou condições e alicerces para o desenvolvimento de um grande conflito.Nesse clima, iniciou-se a 1ª Guerra Mundial , que opôs duas grandes forças: a Tríplice Aliança (Alemanha, Itália e Áustria) e a Tríplice Entente (Inglaterra, França e Rússia), mais os respectivos aliados de cada bloco. Enquanto as nações européias degladiavam-se, do outro lado do Atlântico nascia a maior potência industrial, comercial e bélica da atualidade: os Estados Unidos da América. Tal nascimento é explicado por que enquanto os combates eram travados, os Eua assumiam a liderança de importantes mercados consumidores do mundo, além de abastecer o mercado europeu de alimentos, armamentos, aço e outros produtos industrializados. Com o fim dos combates, entre vencedores e vencidos, a supremacia americana sobre o espaço mundial estava praticamente assegurada, a não ser por um detalhe! Enquanto os czares russos estavam envolvidos até o pescoço com a guerra, eles “deixaram as barbas de molho” e descuidaram-se do próprio território. Comandados por Lênin, em 1917 trabalhadores do campo e da cidade organizaram um grandioso processo revolucionário e depuseram os czares: A Revolução Russa . A Revolução Russa fez 90 anos. Essa revolução é marcada pela implantação gradual de um novo modo de produção . Um modo de produção enraizado nas teorias defendidas por Karl Marx (um dos maiores teóricos da história da humanidade) no século XIX, onde todos os meios de produção pertenceriam ao Estado, onde os interesses coletivos estariam acima dos interesses individuais e onde o bem-estar social era a premissa básica do Estado: o Modo de Produção Socialista . Este novo modo de produção, que se contrapôs ao Capitalismo delineou grande parte da geopolítica mundial do século XX. Após a guerra, o próximo estágio seria recuperar a infra-estrutura e a economia da Europa, recuperação esta prontamente auxiliada pelos norte americanos. Para a promover a recuperação, durante a início da década de 1920, o nível da produção industrial estadonuidense atingiu níveis impressionantes, haja vista que a infra-estrutura industrial européia foi destruída e a demanda por estes produtos era muito grande. No decorrer da década, a Europa vai se reorganizando e, progressivamente, diminuindo a dependência em relação aos produtos oriundos dos EUA. O liberalismo econômico , que mantinha o Estado distante do controle e planejamento das ações do mercado, fez com que a “Lei da Oferta e da Procura” , norteadora das ações no mercado, fosse simplesmente ignorada pelos industriais, que ao ver o seu volume de vendas sendo reduzido, não diminuiu a produção nos galpões das fábricas. Isso provocou uma grande elevação do nível dos estoques nas indústrias, que sem compradores suficientes, começou a entrar em crise. Esta crise provocava uma desvalorização dos ativos (ações) das fábricas, ativos estes que são negociados na bolsa de valores. A crise atingiu seu ponto máximo em 1929. Na famosa “Terça-Feira Negra” , aconteceu o “Crack de NY” , ou seja, a quebra da bolsa de valores de Nova York. A maior crise da história do capitalismo, deixou em um curto espaço de tempo, um saldo de mais de 10 milhões de desempregados, alavancado pela quebra de mais de 10 mil empresas e instituições financeiras. A recuperação da economia americana e mundial foi lenta, tendo inciado-se somente quatro anos depois do “crack”. Em 1933, o presidente americano, Franklyn Delano Roosevelt , anunciou o New Deal , um conjunto de medidas econômicas inspirada nas concepções do economista inglês John Maynard Keynes. O keynesianismo , previa uma maior intervenção do Estado na economia, promovendo a abertura de fábricas, a geração de empregos, uma maior fiscalização das empresas e garantias sociais até então inexistentes. A fragilidade da economia mundial e os efeitos indesejados que caiam sobre a cabeça dos países sem eles serem responsáveis diretos por isso, abriu espaço para a ascensão de movimentos nacionalistas por todo o mundo e, especialmente, na Europa. Durante a década de 1930, o fascismo (Itália), o nazismo (Alemanha) e o comunismo (URSS, criada pela Rússia em 1922), que tinham como líderes Mussolini, Hitler e Stalin , respectivamente, ganhavam o respaldo popular e abriam caminhos para novos processos expansionistas. FASE 2: A 2ª GUERRA MUNDIAL Desde 1933, quando Hitler foi nomeado Chanceler da Alemanha e prometeu neutralizar os judeus, a esquerda política e unificar os povos alemães, o “cheiro” no ar era de que um novo conflito poderia acontecer. A expansionismo brutal do nazismo era a condição BANCO DO BRASIL – Atualidades Apostila Brasil Cultural 4 básica para o desenvolvimento industrial do Terceiro Reich , ou seja, recuperar áreas perdidas na 1ª Guerra e conquistar novos territórios, dentre eles a Polônia. Em 1° de setembro de 1939 , Hitler declarou que as operações militares de invasão da Polônia haviam se iniciado e em 3 de setembro de 1939 , Inglaterra e França declararam a Alemanha, dando início à 2ª Guerra Mundial . Inicialmente o foco dos combates era a Europa, onde os países Aliados (Inglaterra e França), combatiam sem muito sucesso o Eixo (Alemanha e Itália), tendo a França sido massacrada logo em 1940. Como o Japão já estava em guerra com a China desde 1931 com objetivos claros de conquistar a Manchúria, o que contrariava os interesse norte americanos, o Eixo Roma-Berlim-Tokio , estava configurado e impondo uma vitória quase total na Europa. Em 1941 dois eventos importantes vão alterar os rumos da 2ª Guerra. De um lado, a invasão da URSS pela Alemanha, com a conseqüente ruptura do pacto de não agressão, firmado entre Hitler e Stalin, jogou o gigante soviético na Guerra. Do outro, em 7 de dezembro de 1941 , a força aérea japonesa atacou a base aérea de Pearl Harbor no Hawai, e fez com que o presidente Roosevelt, declarasse guerra ao Japão e, conseqüentemente, ao Eixo. Com a contra-ofensiva soviética em Stalingrado (1933) e o desembarque de 36 divisões, 6.400 navios de guerra e milhares de aviões americanos na Normandia em 6 de junho de 1944 , ofensiva que ficou conhecida como “Dia D” , os Aliados vão dando início a tão esperada virada e a 2ª Guerra vai se aproximando do fim. FASE 3: A GUERRA FRIA Com a rendição do Japão em 2 de setembro de 1945, após as bombas nucleares em Hiroshima e Nagasaki, que mataram 210 mil pessoas, e a derrocada da Itália e da Alemanha, os aliados reuniram-se por duas vezes em 1945 para decidir os rumos do pós-guerra. Na Conferência de Yalta (fevereiro) e na Conferência de Potsdam (agosto), EUA e URSS disputaram, diplomaticamente, o domínio sobre áreas de influência na Europa e no leste Asiático. A ascensão soviética era contrabalançada pela dos Estados Unidos. Substituindo os impérios do Velho Mundo, as duas superpotências, à frente das respectivas esferas de influência, passaram a dar as cartas no jogo político internacional. Estava instalada a Bipolaridade . Harry Truman , em seu discurso no Congresso dos EUA em 12 de março de 1947 , efetivou a Guerra Fria quando declarou: “No presente momento, praticamente todas as nações têm de escolher entre formas de vida alternativas. Muito freqüentemente, essa escolha não se dá de forma voluntária”. Uma clara alusão ao expansionismo soviético “contra” a vontade das nações dominadas, sendo que, naquele dia, o governo dos EUA declarou que iria se opor a qualquer “ameaça” de expansão do socialismo, intervindo militarmente se fosse preciso para “libertar e proteger” as nações dominadas. Novos conflitos, associados à chamada Guerra Fria, logo determinariam a redistribuição dos parceiros nesse jogo perigoso, de apostas apoiadas em armas nucleares.As corridas Armamentista e Aeroespacial, travadas entre as superpotências, confirmavam o embate indireto e ideológico entre elas. Indireto, por que em nenhum momento dos anos da Guerra Fria, americanos e soviéticos enfrentaram-se diretamente. Procuravam sim, impressionar o adversário com ogivas nucleares cada vez maiores e mais potentes. Ideológico, devido a oposição entre a ideologia capitalista e a ideologia socialista. A partir da década de 1970, a URSS, começa a perder fôlego, devido a sucessivas crises econômicas que assolavam o país e prejudicavam o assistencialismo à população soviética. Era extremamente contraditório para o povo soviético, e dos outros países socialistas, que fossem gastos enormes recursos com armamentos e satélites, enquanto o povo mal tinha o que vestir e comer. Some-se a esse fato, a Política da Détente , uma série de acordos de desarmamento firmados entre EUA e URSS na década de 1970 e às negociações de paz entre Ronald Reagan e Mikhail Gorbatchev nos anos de 1980: a Guerra Fria, começava a “esfriar”. Com a política de abertura econômica costurada por Gorbatchev a partir de 1985 chamada de Perestroika , a fragilidade das economias dos países socialistas ficou evidente. A Queda do Muro de Berlim , em 1989 e o fim da URSS, assinado por Gorbatchev em dezembro de 1991 , pôs um ponto final na Guerra Fria e deu lugar a uma nova ordem mundial . A NOVA ORDEM MUNDIAL Com o fim da Guerra Fria e da Bipolaridade, foi a hora de olhar em volta e ver que o mundo havia mudado bastante. Além dos EUA, virtuais vencedores da Guerra Fria, Alemanha e Japão haviam alcançado um crescimento econômico impensável para países que saíram da 2ª Guerra derrotados. O “belicismo” vigente desde 1945, deu lugar a um mundo globalizado, onde a diplomacia e o poder econômico “configuram” os pilares do equilíbrio mundial de forças entre as principais potências. As principais características do mundo contemporâneo e da nova ordem mundial são: − EUA, Japão e Alemanha, como as três maiores potências do mundo; − Rússia, França, Inglaterra e China (devido ao enorme crescimento econômico dos últimos anos) na condição de países importantes para o equilíbrio geopolítico mundial; − A intensificação do fenômeno da globalização; − Os crescentes acordos entre países responsáveis pela formação de associações comerciais e blocos econômicos ; − A impressionante expansão da religião islâmica e das correntes o fundamentalistas (xiitas); − O terrorismo como a mais nova fonte de tensão sobre parte significativa das nações; − A ascensão de movimentos separatistas desde o fim da bipolaridade (Iugoslávia, Kosovo, Timor Leste, Palestina e Chechênia, dentre outros). GEOPOLÍTICA Geopolítica é o ramo da ciência política que estuda as influências geográficas, sobre as relações de poder na política internacional. O termo foi cunhado em 1899 pelo sueco Rudolf Kjellén. Já uma Ordem Geopolítica Mundial BANCO DO BRASIL – Atualidades Apostila Brasil Cultural 5 refere-se ao equilíbrio mundial de poder. As grandes potências e as suas áreas de influência, as disputas ou tensões político-militares, diplomáticas, comerciais, culturais, entre os Estados- nações. INFLUÊNCIA GEOPOLÍTICA NA DIVISÃO DA ÁFRICA A autoridade política indireta ou influência exercida de um Estado sobre o outro(s) Estado(s), se fez sentir claramente na divisão africana, onde os Geopolíticos, indivíduos que praticam ações estratégicas, possuindo características especiais e comprometidos, com o regime político vigente em um país, vislumbravam na África um Espaço Vital. Mas o que vem a ser Espaço Vital? É o espaço de extrema importância para a para um país, em seus projetos geopolíticos, para seu desenvolvimento, como foi na época de sua unificação (1871), Alsácia e Lorena para a Alemanha. Aqui Cabe o conceito de Interesses Vitais: objetivos cuja consecução é entendida como diretamente indispensável á sobrevivência nacional, pelo que se necessário o Estado mobilizará para a sua defesa, todos os recursos e recorrerá a todos os meios ou processos. Não são negociáveis, como tal por eles "morre- se". Materializam a Nação livre e independente, garantem a integridade territorial, protegem as instituições, e fomentam a coesão nacional. Em seus estudos de geopolítica já deve ter chamado a sua atenção à forma como o continente africano foi dividido. Em sua parte setentrional, norte, as fronteiras são retas. Qual a causa e as conseqüências da forma como a África foi dividida? Para se estudar os conflitos gerados não só na África, mas também em outras partes do mundo, vamos apresentar neste fascículo muitos conceitos importantes sobre Geopolítica e Atualidades, tendo, contudo, a África como base para nossa teoria. A CONFERÊNCIA DE BERLIM Durante o período colonial, as metrópoles produziram divisões administrativas no interior dos seus territórios. Tais divisões tinham, quase sempre, funções práticas ligadas à distribuição das forças militares coloniais ou ao controle das cidades e enclaves de mineração. Desse modo, os europeus inventaram espaços que não tinham raízes nas experiências históricas africanas. No dia 26 de Fevereiro de 1885 é assinada ata final desta conferência que partilha a África entre as potências européias. A divisão arbitrária da África teve o seu marco com a Conferência de Berlim iniciada em 1884 e só terminou no ano seguinte. Dela participaram os 15 países, 13 da Europa mais Estados Unidos e Turquia. Os Estados Unidos não possuíam colônias na África, mas era uma potência em ascensão. A Turquia, nesta época, ainda era o centro do extenso Império Otomano. Diversos assuntos foram tratados, mas o principal objetivo foi o de regulamentar a expansão das potências coloniais na África a partir dos pontos que ocupavam no litoral. A Grã-Bretanha e a França foram as que obtiveram mais territórios, seguidas de Portugal, Bélgica e Espanha. Territórios mais reduzidos foram ocupados pela Alemanha e pela Itália. Esta conferência internacional, convocada pelo chanceler alemão Bismarck, concentrou as suas discussões nos problemas da navegação e do comércio nos rios Congo e Níger e nas formas de apropriação colonial de territórios africanos. É mais correto dizer que a Conferência de Berlim não dividiu o continente em colônias, mas fixou princípios para evitar conflitos entre as potências européias que se lançavam à partilha da África. Desta forma o imperialismo europeu dividiu a África em Estados Artificiais. OS ESTADOS ARTIFICIAIS O que é um Estado Artificial? Estado Artificial é um Estado imposto sobre uma ou várias nações, não representando, assim um elo de ligação cooperativa entre governantes e governados. É o Estado traçado na lógica do colonizador. Estes Estados são, na maioria multinacionais, entendendo como Estado Multinacional aquele que contém em seu interior várias nações. Este é um dos motivos básicos dos conflitos étnicos e conseqüentemente dos movimentos separatistas. Temos aqui um caso clássico de rompimento deste elo frágil: a Antiga Iugoslávia. Neste Estado Artificial houve a um processo separatista sangrento ao qual denominamos de balcanização. O termo “balcanização” entrou em nosso vocabulário significando tribalização, divisão em pequenas tribos, como a que ocorreu nos Montes Balcãs, região da Antiga Iugoslávia. Povo de memória longa, os sérvios, croatas, bósnios, hezergovinos, montenegrinos, macedônios, albaneses, kossovares e outros que habitam os Bálcãs, guardam em sua memória acontecimentos que tiveram lugar há centenas de anos e que até hoje são invocados para justificar guerras de vingança.Parece que a única forma de fazer com que esses povos não briguem entre si, é colocando sobre eles um governo autoritário, senão ditatorial, como o do Marechal Tito, que durante quase meia centena de anos conseguiu manter a paz na antiga Iugoslávia. À semelhança do termo, podemos estendê-lo à amplitude mundial, devido a ocorrência de vários conflitos mundiais. Definições Importantes Estado é o termo preciso para designar espaços geográficos unificados por leis singulares e submetidos a um poder político central. O Estado é a área física da atuação de um poder centralizado. Nação é um povo fixado em determinada área geográfica. Para que haja uma nação, é necessária uma consciência comum. Quando outros elementos aparecem – identidade de língua, religião, etnia -, reforçam a unidade nacional. A nação é uma grande sociedade, unida por laços culturais, lingüísticos, com afinidades históricas, étnicas e políticas, dominando, ou não, um determinado território. Território por sua vez é a área onde a nação desenvolve sua noção de identidade. Território é o espaço geográfico do sentimento de identidade de um povo. , DESCOLONIZAÇÃO AFRICANA OU NEOCOLONIALISMO? O Colonialismo foi a busca de colônias, por parte das potências européias, a partir do século XV e XVI, principalmente. Para justificá-lo, perante a opinião, foram forjadas muitas doutrinas. As mais comuns delas ligavam- se aos argumentos de que os europeus tinham uma “missão civilizadora” que os faziam representantes “da natural superioridade do homem branco”. O que se queria fazer acreditar é que a burguesia européia era possuidora da “mais alta civilização” e, por isso, cabia a ela “civilizar”, isto é, ensinar aos nativos dos países “atrasados” os “bons BANCO DO BRASIL – Atualidades Apostila Brasil Cultural 6 costumes”, ou seja, a sua “civilização”. Isto deveria ser considerado uma “missão”, dada à pretensa superioridade racial do homem branco. O Neocolonialismo é a forma assumida pelo colonialismo no século XX, e que consiste na dominação econômica de países que alcançaram recentemente a “independência política”. A essência do neocolonialismo é que um Estado que é teoricamente independente e dotado de todos os atributos da soberania tem, na realidade, sua política dirigida do exterior. No início da Segunda Guerra Mundial (1939-45), a África exibia apenas quatro Estados independentes – Egito, África do Sul, Etiópia e Libéria. A libertação da maioria das colônias ocorreu na década de 60. Em alguns casos, a independência foi conquistada a partir de guerras e movimentos armados de libertação, que acabaram provocando a retirada ordenada das potências européias. A França concedeu a independência para quase todas as suas colônias na África Subsaariana em 1960, conservando laços de cooperação econômica, militar e cultural. Várias antigas colônias britânicas também alcançaram a independência por meio de negociações. Entre os últimos países a alcançarem a independência contam-se as colônias portuguesas de Angola, Moçambique, Guiné-Bissau e Cabo Verde. Nesses países, principalmente em Angola e Moçambique, travaram-se longas guerras de libertação e o colonialismo só terminou em 1975. O alicerce dos novos Estados africanos foi constituído, quase sempre, pelo aparelho administrativo criado pela colonização européia. No momento das independências, o poder político e militar transferiu-se das antigas metrópoles para as elites nativas urbanas, que instalaram regimes autoritários. Muitas vezes, essas elites representavam apenas um dos grupos étnicos do país, marginalizando por completo as etnias rivais. AS GUERRAS TRIBAIS NA ÁFRICA A limpeza étnica é a conseqüência natural de muitas nações em um mesmo Estado. Ela consiste na exterminação, genocídio ou Etnocídio do grupo minoritário pelo grupo maior. Genocídio foi uma noção criada em 1946, no processo de Nuremberg (em que foram julgados criminosos de guerra alemães), e designa o extermínio sistemático dos judeus pelos nazistas. Logo se estendeu também ao extermínio dos índios do continente americano. Mas o termo genocídio remete à idéia de “raça” e ao desejo de exterminar um grupo étnico mediante sua destruição física. O termo raça que se refere ao conjunto de indivíduos com a mesma ascendência. Este conceito está em revisão, pois não há, segundo as últimas pesquisas, projeto-genoma, suporte biológico para o termo. Etnocídio refere-se não apenas à destruição física, mas principalmente à destruição da cultura de um povo, ou seja, do seu modo de vida, dos seus hábitos, das suas crenças, da sua língua, da sua tecnologia, dos seus costumes. A EXPERIÊNCIA DEMOCRÁTICA DA ÁFRI-CA DO SUL A experiência democrática da África do Sul tem o seu peso e começa a exercer influência através da África Subsaariana. A UA (União Africana) depende e muito das experiências vividas na África do Sul e no Apartheid. Serão modificadas assim, muitas das fronteiras africanas para tentar resolver muitos dos conflitos no continente africano. Uma dessas terríveis rivalidades, só para citar um exemplo, é a guerra entre Tutsi e Hutus. Para Entender Melhor a África Conferência de Berlim: a divisão arbitrária da África teve o seu marco com a Conferência de Berlim iniciada em 1884 e só terminou no ano seguinte. Dela participaram os 15 países, 13 da Europa mais Estados Unidos e Turquia. Os Estados Unidos não possuíam colônias na África, mas era uma potência em ascensão. A Turquia, nesta época, ainda era o centro do extenso Império Otomano. Diversos assuntos foram tratados, mas o principal objetivo foi o de regulamentar a expansão das potências coloniais na África a partir dos pontos que ocupavam no litoral. A Grã-Bretanha e a França foram as que obtiveram mais territórios, seguidas de Portugal, Bélgica e Espanha. Territórios mais reduzidos foram ocupados pela Alemanha e pela Itália. Estes haviam entrado recentemente na corrida colonial devido aos seus tardios processos de unificação nacional. A Alemanha perderia o domínio de suas colônias africanas após a Primeira Guerra Mundial, acontecendo a mesma coisa com a Itália no final da Segunda Guerra. Imperialismo: domínio ecológico, econômico, político ou cultural de um grupo sobre outro. Magreb: em dialeto árabe, al-Maghrib, "o poente". Região de aproximadamente 4.000.000 km², situada no noroeste do continente africano. Compreende a Argélia, a Tunísia e o Marrocos, países localizados no extremo oeste do mundo árabe. É limitada pelo mar Mediterrâneo, ao norte, deserto do Saara, ao sul, oceano Atlântico, a oeste, e deserto da Líbia, ao leste. Possui cerca de 30 milhões de habitantes, na maioria berberes sedentários ou nômades e grupos tuaregues. Sahel: faixa de terras semi-áridas que emolduram o Saara, formando um cinturão meridional de transição climato-botânica entre as terras áridas do norte e as terras tropicais do sul. Esta palavra significa orla em árabe. Atravessa o Senegal e a Mauritânia a oeste, passa muitos países até chegar no Sudão, na Etiópia e Somália a Leste. Não é Para Confundir A geografia e a geopolítica exigem uma constante atualização de conceitos. Desta forma, aparecem confusões entre termos como multinacional e transnacional. Multinacional que lembra como já dissemos em questão anterior, é mais bem empregado no sentido de representar várias nações. Assim a Antiga Iugoslávia era um Estado Multinacional. As empresas que hoje atuam pelo mundo são empresas transnacionais. Transnacional é o termo corretamente utilizado para empresas que atuam além do país de origem. Estes conglomerados econômicos, não são, verdadeiramente, empresas de muitospaíses como suscita o termo, antes empregado, multinacional. A Empresa Transnacional tem país-sede e segue as resoluções de sua matriz. Fazem reversão de lucros e atuam de forma tentacular pelo globo. Conceitos Importantes – Geopolítica Autogolpe: ato de desferir contra si próprio um golpe, perdendo, às vezes, temporariamente, o governo. Chauvinismo: nacionalismo exagerado. Patriotada que, em última instância, leva a desprezar outras nacionalidades. Durante a ditadura militar brasileira houve um forte apelo chauvinista, traduzido, por exemplo, na BANCO DO BRASIL – Atualidades Apostila Brasil Cultural 7 famosa frase “Brasil, ame-o ou deixe-o”. Cinturão Geopolítico: cadeia de Estados aliados formada para isolar um Estado rival. Conflito: luta consciente e pessoal, entre indivíduos ou grupos, em que cada um dos contendores almeja uma condição, que exclui a desejada pelo adversário. Conflitos Separatistas: lutas de minorias étnicas ou nacionais pela independência, ou seja, pela organização de um Estado autônomo. Cultura: forma comum e aprendida da vida, que compartilham os membros de uma sociedade, e que consta da totalidade dos instrumentos, técnicas, instituições, atitudes, crenças, motivações e sistemas de valores que o grupo conhece. Etnocentrismo: atitude emocional que sustenta o grupo, a raça ou a sociedade a que uma pessoa pertence, superiores a outras entidades raciais, sociais ou culturais. Esta atitude encontra-se associada ao desprezo pelo estrangeiro ou pelo forasteiro, assim como pelos seus costumes. Fronteira: limite que separa dois países ou duas regiões. Holocausto: sacrifício, imolação. Termo aplicado ao genocídio dos judeus praticado pela Alemanha nazista durante a Segunda Guerra Mundial. Muro de Berlim: construído em 1961, tornou-se o maior símbolo da Guerra Fria. Em novembro de 1989, o início de sua derrubada pela população alemã simbolizou o fim do isolamento da Europa Oriental, varrida por uma onda de liberalismo. Nação Multiestadual: uma nação que está espalhada por motivos geopolíticos em vários Estados, como são, por exemplo, os Curdos na atualidade. Política do Liquidificador: política utilizada por governos imperialistas e ditatoriais, que consiste em desterritorializar etnias, misturando-as, para que percam sua identidade territorial. Stalin, por exemplo, utilizou esta política para burlar a resistência de camponeses contrários a coletivização das terras. Russificação: processo que se seguiu a expansão do reinado dos czares por regiões não-russas, onde Catarina II proibiu as línguas não-russas nos países bálticos (Letônia, Estônia e Lituânia) na Ucrânia e Bielo- Rússia. Também foi proibida a impressão de caracteres latinos, substituídos em todos os lugares por caracteres cirílicos. Xenofobia: Essa palavra de origem grega significa exatamente “medo do estrangeiro”. Em situações históricas tensas, esse medo pode se transformar em ódio. Exemplos atuais vêm da França e da Austrália, com o pânico desses países frente à “invasão” de trabalhadores estrangeiros. A manifestação xenofóbica tem como suportes: a intolerância, a desconfiança, o desprezo, a hostilidade, além de se alimentar do chauvinismo, do etnocentrismo e do preconceito. É extremamente limitante, uma vez que não permite ou interrompe as trocas entre etnias e culturas. LEIA O TEXTO A GEOGRAFIA SERVE PARA FAZER A GUERRA? Dizer antecipadamente que a Geografia serve, antes de mais nada, para fazer a guerra, não implica que sirva apenas para executar operações militares; ela serve também para organizar os territórios, não só como previsão de batalhas que se deverão travar contra tal ou tal inimigo, mas também para melhor controlar os homens sobre os quais os aparelhos de Estado exercem a sua autoridade. A Geografia é, antes de mais nada, um saber estratégico intimamente ligado a um conjunto de práticas políticas e militares (...) São as práticas estratégicas que fazem com que a Geografia seja necessária, em primeiro lugar, aos que comandam os aparelhos de Estado. Hoje, mais do que nunca, a Geografia serve, antes de mais nada, para fazer a guerra. Pôr em prática novos métodos de guerra implica uma análise extremamente precisa das combinações geográficas, das relações entre os homens e das "condições naturais" que é necessário destruir ou modificar para tornar determinada região inabitável ou para levar a cabo um genocídio. A Guerra do Vietnã fornece numerosas provas de que a Geografia serve para fazer a guerra de maneira mais global. Um dos mais célebres e mais dramáticos exemplos foi posto em prática em 1965, 1966, 1967 e, sobretudo, em 1972, em um plano de destruição sistemática da rede de diques que protegem as planícies extremamente populosas do Vietnã do Norte. A escolha dos locais a bombardear resultou de um estudo geográfico a vários níveis de análise espacial. Adaptado de LACOSTE , Y. A Geografia - Isso Serve, em Primeiro Lugar. Interesses vitais • Interesses Vitais: Objetivos indispensáveis à sobrevivência nacional, considerando que se for necessário, o Estado mobilizará para a sua defesa ou consecução, todos os recursos e recorrerá a todos os meios. Estes, não são negociáveis e a luta por tais interesses, torna uma Nação livre ou independente, garantindo a sua integridade territorial. Os referidos interesses, protegem às instituições e fomentam a coesão nacional. Pontos estratégicos do globo • Canal de Suez: Canal que liga o mar Vermelho ao mar Mediterrâneo e, por extensão, os oceanos Atlântico e Índico. Situado em território egípcio. Sua construção, obra do francês Ferdinand de Lessps, foi iniciado em 1859 e concluído em 1869. O canal de Suez, mede 160 Km de extensão e sua largura varia de 80 a 150 m, com profundidade média de 11m. Sua construção facilitou enormemente as comunicações entre a Europa e o Oriente, evitando-se contornar toda a África. • Canal do Panamá: Canal que liga os oceanos Atlântico e Pacífico. Situado no istmo do Panamá, entre a baía de Limón, no mar das Antilhas e o golfo do Panamá, no Pacífico. Sua construção foi iniciada pelo Francês Ferdinand de Lesseps e concluída pelos norte-americanos em 1914. Todavia, em 1904, com a independência do Panamá, os EUA adquiriam os direitos de construção e também a concessão perpétua do canal, mediante pagamento de uma indenização. Após um longo período de negociações por parte do Panamá, visando a devolução do canal, chegou-se a um acordo, mediante o qual o governo dos EUA devolveria o mesmo, sendo concretizada sua devolução no ano de 2000. • Geoestratégica: Relativo à estratégia, que num sentido estrito, consiste na arte ou técnica de planejar e executar operações militares. Num sentido amplo, estratégico quer dizer algo extremamente importante para uma nação, algo de vital importância para o seu futuro. BANCO DO BRASIL – Atualidades Apostila Brasil Cultural 8 Termos ligados ao tema geopolítica • Arbitragem Internacional: Solução de disputa entre dois países por um árbitro. Como árbitro é utilizado um terceiro país, escolhido pelas partes em disputa, ao qual é atribuído o direito de julgar e dirimir a questão. • Hegemonia: Predominância, preponderância de um grupo, classe social, povo, nação, no campo político, militar, econômico, cultural, etc., sobre outros grupos, classes, povos e nações. Supremacia, dominação. • Liberdade Duradoura: Grandeoperação com o objetivo de eliminar o terrorismo, iniciada pelo presidente americano George W. Bush, após o atentado terrorista de 11 de Setembro de 2001. • NOM: Sigla de Nova Ordem Mundial. • Ordem Mundial: Denominação empregada para designar o equilíbrio de forças (econômicas ou políticas) entre os países no cenário internacional. • Russificação: Processo que se seguiu à expansão do reinado dos czares por regiões não-russas, onde a Imperatriz Catarina II proibiu o uso das línguas não- russas nos países bálticos (Letônia, Estônia e Lituânia) na Ucrânia e Biélo - Rússia. Também foi proibida a impressão de caracteres latinos, substituídos em todos os lugares por caracteres cirílicos. Guerra Fria • Guerra Fria: Equilíbrio geopolítico bipolar e conflitivo que dominou as relações internacionais lideradas por EUA e URSS entre 1947 a 1989. Seu início e seu término são discutíveis, dependendo, é claro, do critério utilizado por cada a autor em sua abordagem. Contudo, nunca antecede a 1945 (bomba atômica) e não ultrapassa 1991 (Unificação das Alemanhas - sul e norte). Neste período, dominaram o mundo, URSS e EUA. Termos ligados ao tema Guerra Fria • Europa Ocidental: É a Europa da União Européia, formada pelos países ricos, de economia capitalista consolidada. • Europa Oriental: É a Europa formada pelos países que durante décadas, adotaram o sistema socialista, adotando a economia planificada. • Plano Colombo: Plano de cooperação econômica para os países do sul e sudeste asiático, tendo o objetivo de superar os efeitos da Segunda Guerra Mundial, na região. Resultante de duas conferências realizadas em 1950 e 1951, em Colombo, capital do Sri Lanka. • Plano Marshall: Plano que consistiu num projeto de reconstrução da Europa, pós-Guerra, apresentado pelo general George Marshall, em junho de 1947. Este, além de visar a recuperação da economia européia, teve reflexos geoestratégicos na região, uma vez que barrava o expansionismo soviético. • U-2: Avião espião que voou a partir de 1956, obtendo imagens de instalações de mísseis nucleares da antiga União Soviética. Atingia 27 quilômetros de altitude. Em 1960 foi derrubado e seu piloto aprisionado pelos soviéticos. Estados Unidos e Rússia - Uma nova Guerra Fria? Para o acadêmico russo-americano Sergei Khrushchev, falta aos atuais presidentes dos Estados Unidos e da Rússia --protagonistas da tensão que vem permeando a relação entre os dois países nas últimas semanas a sabedoria de um líder como seu pai, Nikita Khrushchev, que comandou a União Soviética entre 1953 e 1964. "Não creio que a atual tensão entre os dois países seja uma repetição da história. Trata-se apenas de o Ocidente se ajustando à nova Rússia. Antes, havia Gorbachev e Ieltsin, que eram líderes que só diziam 'sim, senhor'. Agora, quando a Rússia diz 'não', isso acaba causando choque", afirma. Khrushchev pertence ao Departamento de Estudos Internacionais da Brown University e já escreveu diversos livros sobre variados aspectos da Guerra Fria, entre eles um dos principais episódios da gestão de seu pai, a Crise dos Mísseis Cubanos, que quase levou os Estados Unidos e a então União Soviética à guerra. O contexto, frisa ele, é bem distinto daquele do passado. "Trata-se apenas de uma troca de palavras mais duras. Mas não haverá um retorno à Guerra Fria. O Ocidente vai acabar compreendendo que a Rússia tem interesses distintos. Assim como os britânicos, franceses e alemães têm suas diferenças. Não é sempre que Londres diz sim a uma proposta vinda de Bruxelas ou de Berlim." Existem temores de que a troca de farpas entre George W. Bush e Vladimir Putin, que deverão se encontrar nesta quinta-feira durante a reunião do G8 na Alemanha, possa ofuscar o evento. No entender de Khrushchev, a retórica dos dois líderes vem causando danos a americanos e russos. "É claro que é prejudicial. É preciso medir o que se faz e se fala. Meu pai, que era um político sábio, costumava dizer o tempo todo: 'Qualquer tolo é capaz de começar uma guerra. Mas é preciso vários homens inteligentes para encerrá-la'. Ele não se referia apenas à guerra de fato, mas a qualquer tensão." Falta de sabedoria Khrushchev crê que ambos os líderes chegarão a alguma espécie de consenso. "Nenhum dos dois está demonstrando qualquer sabedoria. Espero que isso não vá muito longe. Estou procurando ser otimista com parte de minha alma americana e parte de minha alma russa." Radicado nos Estados Unidos há anos, Khrushchev se tornou cidadão americano em 1999. Mesmo tendo acompanhado a Guerra Fria de perto, na União Soviética, ele louva líderes americanos do passado, como Dwight Eisenhower e Ronald Reagan. No entender dele, alguns dos motivos que estimularam a atual crise, os planos americanos de instalar um sistema de radar antimísseis na República Checa e dez interceptadores de mísseis na Polônia, remetem aos anos da Guerra Fria. "Quando o presidente Eisenhower deixou o poder, ele disse que seria um desastre se o complexo militar- industrial passasse a ditar a política externa americana. A decisão de instalar esse radar na República Tcheca ocorreu por influência do complexo militar-industrial, que tem nostalgia dos anos 70. Da perspectiva de inteligência BANCO DO BRASIL – Atualidades Apostila Brasil Cultural 9 militar, essa decisão pode ser importante, mas, do ponto de vista político, foi um erro." No que Putin é diferente de Gorbachev e Yeltsin No entender do analista, o atual líder russo tem diversas vantagens sobre seus antecessores. "(Mikhail) Gorbachev era um sonhador. Ele abriu vários portões, mas foi varrido do Kremlin e não conseguiu completar suas reformas. Ele colocava o bem mundial, uma expressão que ele usava e que eu não sei bem o que quer dizer, acima das necessidades nacionais." Quanto a Boris Ieltsin, Khrushchev é inclemente. "Ieltsin foi um desastre para a Rússia, uma força destrutiva. Você dava algumas bebidas a ele, e ele assinava o que você quisesse." Putin, em seu entender, é distinto. "Não concordo com tudo o que ele diz, mas ele compreendeu que para se ter êxito como líder na Rússia é preciso satisfazer toda a nação. E parte dela quer viver no período soviético, parte na monarquia e parte no futuro. Ele está equilibrando estes interesses de uma maneira inteligente, muito mais do que Gorbachev e Ieltsin." O PAC é mais que um programa de expansão do crescimento. Ele é um novo conceito de investimento em infra-estrutura que, aliado a medidas econômicas, vai estimular os setores produtivos e, ao mesmo tempo, levar benefícios sociais para todas as regiões do país. Conheça o PAC e saiba como e onde o Governo Federal está investindo para o Brasil crescer mais. França e Holanda - A constituição Européia – a negação A assinatura da primeira Constituição para a Europa unificada, no dia 29 de outubro de 2004, em Roma, foi classificada pelo então chanceler federal da Alemanha, Gerhard Schröder, como "um sonho que virou realidade". Mais de dois anos após a data histórica, o texto ainda não entrou em vigor por não ter sido ratificado em todos os países-membros. Na França e na Holanda, ele foi mesmo rejeitado pelas respectivas populações, em plebiscitos. Reativar o projeto da Constituição européia é uma das metas da Alemanha para o período em que exercer a presidência rotativa da União Européia, no primeiro semestre de 2007. Bipolaridade • Bipolaridade: Estrutura geopolítica de um sistema de Estados / países na qual existem apenas duas superpotências, (dois pólos) sobrepondo-se e dominando o mundo, como no caso dos EUA e URSS, no período de 1945 a 1989.(Período da Guerra Fria). • Conflito Leste-Oeste: Conflito entre os mundos capitalista (Oeste) e socialista (leste), protagonizado, principalmente, pelas duas grandes potências, Estados Unidos (Oeste) e URSS (leste), no período da Guerra Fria. Doutrina Truman • Doutrina Truman: Elaborada pelo presidente norte-americano Harry Truman, baseada nas idéias da hegemonia dos Estados Unidos no mundo ocidental e na necessidade de contenção de um suposto expansionismo soviético. Em 1947, anunciou o engajamento dos EUA na “Guerra Fria”, invertendo radicalmente o sentido da política externa americana. A Europa, principal cenário da confrontação com os URSS, tomou o lugar de destaque que cabia à América. A “Doutrina Monroe” deu lugar à “Doutrina Truman”, isto é, a América dava lugar ao Socialismo enquanto inimigo. OTAN e o Pacto de Varsóvia • OTAN: Organização do Tratado do Atlântico Norte. Criada em 1949, seu objetivo era militar, visando defender as potências ocidentais de possíveis ataques realizados pela URSS e seus aliados formados, posteriormente, pelo “Pacto de Varsóvia”. • Pacto de Varsóvia: Tratado de Amizade, Cooperação e Assistência Mútua, no caso de agressão armada entre muitos países sob influência da ex-URSS. Muro de Berlim • Muro de Berlim: Construído em 1961, tornou-se o maior símbolo da “Guerra Fria”. Em novembro de 1989, o início de sua derrubada pela população alemã, simbolizou o fim do isolamento da Europa Oriental, varrida por uma onda de liberalismo. Coexistência Pacífica • Coexistência Pacífica: Política inaugurada pelo antigo comandante Nikita Kruschev da URSS (1954-1964) com relação aos Estados Unidos, afirmando que a vitória sobre o capitalismo se daria através da luta ideológica e da competição econômica. Dizia que haveria: “uma forma superior da luta de classes”. • Nikita Kruschev: Governante da URSS (1954- 1964) que procurou limitar a centralização política e conter os entraves burocráticos do governo de Stálin. Iniciou assim, um “processo de desestalinização”, numa política de reformulações que fazia críticas públicas ao socialismo de Stálin devido às suas limitações produtivas. Inaugurou com os Estados Unidos uma nova política denominada Coexistência Pacífica. Países Não-Alinhados • Não-Alinhados: Constitui-se no movimento surgido em 1955, que inicialmente reuniu 29 Estados dentre eles: a Índia, o Paquistão, a Indonésia e outros, pretendendo uma terceira posição para os países subdesenvolvidos, isto é, nenhum alinhamento com os dois blocos geopolíticos da época: nem com o “bloco capitalista”, liderado pelos Estados Unidos, e nem com o “bloco socialista”, liderado pela ex-União Soviética. • Conferência de Bandung: Em 1945, a Europa imperial cedeu à supremacia de suas colônias, aos Estados Unidos e à União Soviética. Questionou-se à época (18/04/55) durante a Conferência de Bandung, na Indonésia, sobre o lugar reservado ao chamado “Terceiro Mundo”. Reuniram-se então, nesta conferência internacional, vinte e nove países subdesenvolvidos, da Ásia e da África. Bandung pode ser traduzida numa tentativa de união dos países do Terceiro Mundo. A referida conferência declarou-se representante dos países não alinhados. Ressalte-se que sua posição era neutra. Insistiam não pertencer nem ao bloco soviético, nem ao BANCO DO BRASIL – Atualidades Apostila Brasil Cultural 10 bloco capitalista. Porém, enfatizavam ser favorável à criação de “sociedades igualitárias”. A Conferência soou como um sinal de alerta, para as potências coloniais. Perestróika e Glasnost • Perestróika: Política de reestruturação econômica proposta por Mikail Gorbachev, que juntamente com a “glasnost” foi implantada na ex-URSS em 1986, diante das crises passadas pelo país. • Glasnost: Possui o sentido de “abertura política” proposta pelo ex - Presidente Mikhail Gorbachev, para a ex-URSS em 1986. Tinha o significado de “transparência política”. A morte de Boris Yeltsin – luto de um dia O ex-presidente Boris Yeltsin, o primeiro chefe de Estado russo depois da queda da União Soviética, falecido nesta segunda-feira aos 76 anos, será sepultado em Moscou, informou o Kremlin, que declarou a quarta-feira como dia de luto nacional. Yeltsin, que tinha uma saúde frágil, morreu às 15h45 locais (08h45 de Brasília) no Hospital Central de Moscou, de ataque cardíaco, informou a agência de notícias Interfax, citando o chefe do serviço médico da Presidência, Sergei Mironov. O último presidente soviético, Mikhail Gorbachev, esteve entre os primeiros a expressar condolências pela morte daquele que foi seu ex-adversário político. "Apresento minhas profundas condolências à família de um homem em cujos ombros repousaram muitas grandes obras para o bem do país e erros sérios: um trágico destino", disse o ex-líder soviético, citado pela agência Interfax. Em declarações transmitidas pela Interfax, o presidente russo, Vladimir Putin, herdeiro político de Yeltsin, destacou que uma "nova Rússia democrática, um Estado livre aberto ao mundo", nasceram graças a seu antecessor. "Boris Nikolaievich Yeltsin, o primeiro presidente da Rússia, morreu. É como este título que ele entra para sempre na História da Rússia. Morreu um homem, graças ao qual toda uma época pôde ver a luz", disse o presidente russo. "Uma nova Rússia democrática nasceu, um Estado livre, aberto ao mundo", acrescentou Putin. Líderes mundiais também prestaram tributo a Yeltsin por seu papel corajoso na defesa da democracia depois do colapso traumático da União Soviética. O presidente americano, George W. Bush, qualificou Yelstin de "figura histórica", destacando que ele ajudou a ancorar a democracia em seu país, além de criar laços calorosos com os Estados Unidos. Yeltsin "desempenhou um papel importante quando a União Soviética foi dissolvida, ajudou a lançar as bases da liberdade, tendo sido o primeiro a ser eleito democraticamente na história do país. Aprecio os esforços que fez para construir uma relação muito forte entre a Rússia e os Estados Unidos", acrescentou Bush em um comunicado. Para o primeiro-ministro britânico, Tony Blair, Yeltsin desempenhou "um papel vital" na história da Rússia. "Yeltsin foi um homem notável, que compreendeu a necessidade da democracia e de reformas econômicas", disse Blair. Reunidos em Luxemburgo, líderes da União Européia prestaram uma longa homenagem ao ex- presidente russo Boris Yeltsin, morto aos 76 anos, por sua "contribuição decisiva no estabelecimento da democracia e da economia de mercado" na Rússia. "Ele trouxe uma contribuição decisiva è política e à economia de seu país, que merece nosso respeito. Voltou- se para a Europa e se empenhou em desenvolver as relações entre a Alemanha e a Rússia, entre a União Européia e a Rússia, marcadas pela amizade", disse Frank-Walter Steinmeier, chefe da diplomacia da Alemanha, país que preside a UE, à margem de encontro de ministros europeus do bloco. Boris Yeltsin entra para a História como o homem que tirou os comunistas do poder, em agosto 1991, e colocou a Rússia no caminho das reformas antes de ceder o cargo, já doente e impopular, ao atual presidente russo, Vladimir Putin. Ele nasceu em 1º de fevereiro de 1931, em uma família de camponeses, perto da cidade de Yekaterinburgo, nos montes Urais, e se formou engenheiro antes de entrar para a política no Partido Comunista, aos 37 anos. Em junho de 1991, ele foi eleito o primeiro presidente da Federação Russa e, em agosto do mesmo ano, liderou os democratas a desafiar a junta de generais e burocratas do governo que depuseram Gorbachev em um golpe. Foi reeleito em 3 de julho 1996. Noentanto, desacreditado pela crises financeiras do verão (hemisfério norte) de 1998, Yeltsin renunciou repentinamente antes do fim de seu mandato, no dia 31 de dezembro de 1999. Um político com inclinação para gestos extravagantes, Yeltsin talvez seja mais lembrado em todo o mundo por escalar, bravamente, um tanque enviado a Moscou pelos comunistas de linha-dura, na tentativa de golpe de Estado frustrado de 1991, nos últimos dias da União Soviética. Ele forçou a falida economia comunista a adotar o capitalismo, lançou o pluralismo político, e permitiu a existência de uma imprensa vigorosa e livre. Yeltsin virou herói para muitos no Ocidente, mas nos oito anos em que esteve no poder, sua reputação na Rússia foi abalada pelos constantes flagrantes de abuso de álcool, hospitalizações secretas que se seguiram a ataques cardíacos e o lançamento desastroso da guerra na Chechênia. Até hoje, a maioria esmagadora dos russos culpam Yeltsin pela transformação da Rússia do status de superpotência para uma nação incapaz economicamente e subordinada aos Estados Unidos no cenário internacional. Apenas a ascensão de seu sucessor, o ex-oficial da KGB Vladimir Putin, reverteu este sentimento de humilhação. CONFLITOS DA ATUALIDADE ANTIGA IUGOSLÁVIA O caso da Iugoslávia está associado a vários povos eslavos do antigo império austro-húngaro, só unificado por Josefh Tito nos anos 40 para livrar-se da forças de Hitler. Tito construiu um Estado Multinacional que significa várias nações, ou seja, um estado que em seu interior agrupa várias nações, o qual governou com pulso forte, fazendo rotatividade de governo até crise Soviética (Perestroika e Glasnost nos anos 80) quando morre. A Antiga Iugoslávia que era um Estado artificial entrou em crise após a morte do marechal Tito. Houve assim, uma generalizada guerra étnica na região dos Montes Balcãs. Povo de memória longa, os sérvios, croatas, bósnios, hezergovinos, montenegrinos, macedônios, BANCO DO BRASIL – Atualidades Apostila Brasil Cultural 11 albaneses, kossovares e outros que habitam os Bálcãs, guardam em sua memória acontecimentos que tiveram lugar há centenas de anos e que até hoje são invocados para justificar guerras de vingança e que motivaram, naquele momento, uma limpeza étnica. Esta expressão relaciona-se aos massacres (matanças) e/ou discriminações espaciais de algumas etnias, tendo como justificativa a discutível e duvidosa atitude, de se “limpar” uma população, muito comum nos anos 90, na antiga Iugoslávia, quando as autoridades sérvias resolveram massacrar ou expulsar de seus territórios, etnias consideradas indesejáveis como por exemplo: os Kossovares, e Bósnios. Kossovo é uma região da Antiga Iugoslávia, de maioria populacional albanesa, que sofreu uma drástica redução em sua população, devido a ação das tropas do Primeiro Ministro Slobodan Milosevic. Hoje após os acordos de DAYTON (1995) a Bósnia está dividida em duas Federações Muçulmana Croata e República Sérvia de Srepska. Agora os Albaneses massacrados no passado pelos Sérvios e fortalecidos pelo apoio da ONU entraram em graves conflitos com os Macedônios pela criação da Grande Albânia. União da Sérvia e Montenegro é o atual nome da antiga Iugoslávia, adotado oficialmente, em 4 de fevereiro de 2003. O que é o TPI? O Tribunal que constitui-se de meio importante de luta contra crimes graves tais como: o genocídio; crimes contra a humanidade; crimes de guerra; crime de agressão. A motivação de sua criação deve-se ao massacre ocorrido em Kossovo, Iugoslávia, por Slobodan Milosevic. Decidido através de acordo, foi concluído graças a uma vontade política de compromisso que ultrapassou os diferentes regimes jurídicos e os interesses divergentes dos países signatários. A União Européia, considera que a criação do Tribunal Penal Internacional, constitui um meio essencial de promoção do respeito ao Direito Humanitário Internacional e dos Direitos do Homem. Na sua Comunicação de 2001 relativa à promoção dos Direitos do Homem e democratização nos países terceiros, a Comissão criadora, identificou a luta contra a impunidade como uma das prioridades de financiamento no âmbito da Iniciativa Européia para a Democracia e para a Defesa dos Direitos do Homem. Sua sede é em Haia, na Holanda. Slobodan Milosevic e o TPI Para Slobodan Milosevic o TPI é um novo Nuremberg. Para ele o tribunal é parcial não julgando, por exemplo, Pinochet por questões humanitárias e os governos americanos, já que a hiperpotência está “fora da lei”. O Tribunal de Nuremberg foi criado em 1946, pelos aliados, no qual foram julgados criminosos de guerra alemães. Morre Slobadan Milosevic - Tribunal Penal Internacional anuncia O ex-presidente da antiga Iugoslávia, Slobodan Milosevic, 64, foi encontrado morto em sua cela neste sábado, no Tribunal Penal Internacional (TPI) para a ex- Iugoslávia, em Haia, na Holanda, informou o tribunal em um comunicado. O ex-presidente da antiga Iugoslávia, Slobodan Milosevic "Milosevic foi encontrado sem vida em sua cama, em sua cela na unidade de detenção", informou o tribunal, segundo a agência de notícias Reuters. "Um guarda alertou imediatamente o oficial da unidade e o médico, que confirmou que Milosevic estava morto." O tribunal informou que a polícia holandesa foi chamada e deve começar uma investigação. A necropsia de Milosevic foi requisitada e a família já foi informada, segundo o comunicado. Milosevic sofria de problemas no coração e de pressão arterial elevada, que interromperam repetidas vezes seu julgamento pelas acusações de genocídio, crimes contra a humanidade e crimes de guerra por seu papel nos três conflitos da antiga Iugoslávia na década de 90, que deixaram mais de 250 mil mortos: Croácia (1991-1995), Bósnia (1992-1995) e Kosovo (1998- 1999). O julgamento de Milosevic havia começado em fevereiro de 2002. Ele se defendia das alegações de que apoiava e mesmo ordenava o uso da força e da violência pelas forças sérvias dizendo que não era responsável pelas ações das forças militares. O Tribunal Penal Internacional para a ex-Iugoslávia foi estabelecido pela resolução 827 das Nações Unidas, em maio de 1993. Sediada em Haia (Holanda), a corte é o primeiro organismo internacional para crimes de guerra desde Nuremberg (Alemanha) e Tóquio (Japão), após a Segunda Guerra Mundial (1939-1945). "Limpeza étnica" Milosevic, partidário da noção de supremacia sérvia, propôs em 1990 quando era dirigente do Partido Comunista da Iugoslávia o fim do modelo federativo e o sistema "um homem, um voto". Eslovenos e croatas discordaram, uma vez que os sérvios eram maioria. Foi o primeiro passo rumo ao racha que se consumaria dois anos depois. A Macedônia seguiu o exemplo. Nas regiões da Bósnia-Herzegóvina e em Kosovo, no entanto, os sérvios eram minoritários. Em 1992, foi realizado um plebiscito em que ambas optaram pela independência. A Sérvia intercedeu e passou a apoiar milícias que se entregaram à eliminação física de muçulmanos. Foi a "limpeza étnica". A Guerra da Bósnia fez ao todo 250 mil mortos, em atrocidades cometidas pelas forças envolvidas sérvios cristãos ortodoxos, croatas católicos e bósnios muçulmanos. O massacre de Srebrenica cidade da Bósnia em que sérvios assassinaram 8.000 homens e meninos muçulmanos, em julho de 1995, e a maior atrocidade cometida na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-45). O genocídio foi orquestrado pelo ex-líder político dos sérvios da Bósnia Radovan Karadzic e por seu braço-direito militar, Ratko Mladic. Em 1995, foram firmados os Acordos de Dayton, que deu origem a uma missão de manutenção da paz conhecida como
Compartilhar