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Requisitos: Nível Médio AGENTE CENSITÁRIO MUNICIPAL (ACM) AGENTE CENSITÁRIO SUPERVISOR (ACS) IBGE INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA © Editora Criativa - Ltda-ME. Todos os direitos autorais desta obra são reservados e protegidos pela Lei nº 9.610, de 19/2/1998. Proibida a reprodução de qualquer parte deste material, sem autorização prévia expressa por escrito do autor e da editora, por quaisquer meios empregados, sejam eletrônicos, mecânicos, videográficos, fonográficos, reprográficos, microfílmicos, fotográficos, gráficos ou outros. Essas proibições aplicam-se também à editoração da obra, bem como às suas características gráficas. Título da obra: IBGE - Agente Censitário Municipal (ACM) e Agente Censitário Supervisor (ACS) Autores: Diversos EDITORAÇÃO ELETRÔNICA Souza Nunes Tiana Adília Josué Correia PRODUÇÃO EDITORIAL Gessié Correia Jhenyfer Karoline Gesi Ribeiro CAPA/ILUSTRAÇÃO Josué Correia DIRETORIA EXECUTIVA Ivanildo Nunes/Tiana Adília DISTRIBUIÇÃO Benícia Antunes Sérgio Correia Setor Norte AC 219 Conjunto C, Lote 21 - Loja 01 Santa Maria - Brasília-DF, CEP: 72549-315 Fone: (61) 3046-8800 www.grupoapcon.com.br CONHECIMENTOS - LÍNGUA PORTUGUESA - RACIOCÍNIO LÓGICO QUANTITATIVO - ÉTICA NO SERVIÇO PÚBLICO - NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO/ SITUAÇÕES GERENCIAIS - CONHECIMENTOS TÉCNICOS Página | 1 Língua Portuguesa (Prof. Marcelo Pimentel) LÍNGUA PORTUGUESA SUMÁRIO: 1. Compreensão e interpretação de textos de gêneros variados...................................................51 2. Reconhecimento de tipos e gêneros textuais............................................................................61 3. Domínio da ortografia oficial.....................................................................................................7 4. Domínio dos mecanismos de coesão textual, 4.1. Emprego de elementos de referenciação, substituição e repetição, de conectores e de outros elementos de sequenciarão textual. 4.2 Emprego de tempos e modos verbais.............................................................................18/20/61 5. Domínio da estrutura morfossintática do período.....................................................30/35/37/38 5.1. Emprego das classes de palavras..............................................................................................11 5.2. Relações de coordenação entre orações e entre termos da oração...........................................36 5.3. Relações de subordinação entre orações e entre termos da oração.....................................36/37 5.4. Emprego dos sinais de pontuacao............................................................................................38 5.5. Concordância verbal e nominal................................................................................................40 5.6. Regência verbal e nominal..................................................................................................43/44 5.7. Emprego do sinal indicativo de crase.......................................................................................49 5.8. Colocação dos pronomes atonos..............................................................................................25 6. Reescrita de frases e parágrafos do texto. 6.1 Significação das palavras. 6.2 Substituição de palavras ou de trechos de texto. 6.3 Reorganização da estrutura de orações e de períodos do texto. 6.4 Reescrita de textos de diferentes gêneros e níveis de formalidade.....................51/63 Página | 2 Língua Portuguesa (Prof. Marcelo Pimentel) Página | 3 Língua Portuguesa (Prof. Marcelo Pimentel) ORTOGRAFIA É o uso correto das letras, bem como das iniciais maiúsculas e minúsculas nas palavras. 1ª PARTE: palavras escritas por convenção. Ex.: monge, jiló, graxa, flecha, sósia, proeza, he- resia, obcecar, maçarico, variz, extasiar, pretensão, acessar, discernir, excetuar, exsudar, etc. PALAVRAS ESCRITAS POR CONVENÇÃO G algema algibeira angélico apogeu auge bugiganga digerir drágea efígie estrangeiro evangelho falange faringe frigir geada gêiser geleia gêmeo gengibre gengiva gesso gesto gim girafa gíria higiene ligeiro megera monge mugir ogiva rígido rugir sugerir tangente tangerina tigela vagina J berinjela cafajeste canjica hoje injetar jeca jegue jeito jejum jenipapo jequitibá jérsei jesuíta jiboia jiló jirau jiu-jitsu majestade manjedoura manjericão objeto projeto rejeitar sujeito X abacaxi almoxarife bexiga broxa bruxa capixaba caxumba coaxar coxa coxo elixir esdrúxulo faxina graxa haxixe lagartixa lixa lixo luxar luxo maxixe muxoxo orixá oxalá pexote pixaim praxe puxar relaxar rixa roxo taxa vexame vexar xadrez xale xampu xangô xará xarope xavante xaxim xepa xeque xereta xerife xi! xícara xiita xilofone xingar xis xô! xodó xucro CH arrochar bochecha boliche brecha brocha broche bucha cachaça cachimbo cartucho chá chácara chafariz chalé charco chuchu chucrute chumaço churrasco cocha coche cochichar cochilar colcha concha coqueluche debochar despachar encher espichar estrebuchar fachada fantoche fechar ficha flecha guache inchar linchar machucar mecha mochila pechincha piche rachar salsicha tacha tocha S abusar aceso acusar adesão aliás amnésia analisar ananás anestesiar após artesão ás asa Ásia asilo asteca avisar basalto base basílica besouro bisão bisonho blusa brasa brasão brisa camisa casaca casimira caso catalisar cesária coesão colisão concisão conclusão cós coser crase crisálida crisântemo crise decisão defesa demasia designar desistir Deus diocese diurese divisa dose eclesiástico empresa ênclise escusar esposa esquisito eutanásia evasão exclusão extasiar fantasia fase framboesa frase freguês friso fusão fuselagem fusível fuso gás gasolina gênese groselha heresia hesitar improvisar incisão inclusão intruso invasão isolar lesar lilás liso lisonja losango luso manganês maresia mariposa masoquismo medusa mesa mesóclise mesquita misantropo miséria mosaico musa obeso obséquio obtuso parafuso paraíso paralisar parmesão peso pesquisar preciso presente presépio preservar presídio presidir prosa pus querosene quesito raposa raso rasurar reclusão recusar represália reprisar requisitar rês resenhar reservar residir resíduo resignar resina resistir resolver resultar resumir retesar riso risoto rosa sinestesia siso sósia suserano tese tesoura tesouro tosar transar trás turquesa usina usar usurar usurpar vaso vesícula visar Z agonizar alazão albatroz alfazema algazarra algoz amazona amizade antipatizar apaziguar armazém arroz assaz atroz avestruz azar azedo azeitona azêmola azia azul balizar batizar bazar bezerro bizarro buzina búzio cafezal cafuzo capataz capuz cartaz catequizar cicatriz coalizar conduzir coriza cozer cozinha cruz cuscuz czar deduzir deslizar dizer dizimar economizar fazer feliz fezes foz fuzil fuzuê gaze gazela gazeta giz gozar granizo guizo hipnotizar horizonte induzir introduzir jazida juiz lambuzar lazer luz magazine matiz matriz mazela meretriz nariz nazismo noz ojeriza ozônio Página | 4 Língua Portuguesa (Prof. Marcelo Pimentel) paz prazer prazo prejuízo prezar primazia produzir proeza quartzo raiz rapaz razão reduzir rezar seduzir simpatizar sintetizar talvez topázio tornozelo traduzir trapézio trazer variz vazio verniz vez voz zangão zangar zebra ziguezague Ç açafrão açaí aço açúcar açucena açude alça alçapão almaço almoço ameaçar arregaçar arruaça babaçu bagaço baço balança boçal cabaça caçar caçoar caçula calça camurça caniço carapaça carapuça carcaça chouriço chumaço cobiçarcoçar conjunção couraça dançar disfarçar endereço enguiçar erupção exceção feitiço hortaliça laço licença linguiça maçã maçaneta maçar maçarico maço maçom março miçanga mordaça mormaço muçulmano muçurana orçar ouriço paço paçoca palhaço pança piaçava pinça poço quiçá rechaçar roça roçar ruço saçaricar soçobrar tapeçaria terço terçol traça trança trapaça troço viço vidraça C acelga acender acento acepção acervo acessar agradecer alicerce aparecer aquecer cacete cacimba cacique carecer carroceria cédula ceia ceifar cela celeiro celibato celta cem cemitério cena cenoura censo censura centavo centopeia centro cepa céptico cera cerca cerda cereal cerebelo cérebro cereja cerimônia cerne cerrar certo cerveja cervo cerzir cesariana cessar cesta cetim cetona cetro cevada chacinar chance cicerone ciciar ciclo ciclone cicuta cidra cifra cigano cigarro cilada cílio cima cimento cinema cínico cinta cintilar cintura cinza cio cipó cipreste ciranda circo circuito circundar cirrose cirurgia cisco cismar cisne cissiparidade cisterna citar cítara ciúme cócegas concertar concílio corcel decepcionar docente esquecer falecer focinho incipiente lince lúcido maciço macio magricela marcial mencionar morcego obcecar parecer penicilina percevejo pocilga recender resplandecer sobrancelha súcia tecer tecido vacilar vacina você H hábil habitar hachurar hálito handebol hangar hanseníase hantavírus harém harmonia harpa haste havana haver haxixe hebreu hectágono hectare hediondo hégira helicóptero hélio hem! hemácia hematita hemisfério hemorragia hepatite heptaedro hera herdar heresia hermafrodita hérnia hertz hesitar hetero heureca hexacampeão hiato hibernar híbrido hidra hidroavião hiena hierarquia hieróglifo hífen higienizar hímen hindu hino hipérbole hipófise hipopótamo hipoteca histeria história hoje homem homofilia homogêneo homologar honesto honra hóquei hora horda horizonte hormônio horóscopo horror horta hortelã hortênsia hosana hospedar hospital hóstia hostil hulha humano humilde humilhar humor húmus 2ª PARTE: palavras derivadas. Em geral, as palavras derivadas mantêm as mesmas letras iniciais das suas respectivas palavras primitivas. Ex.: rabugento (de rabugem); viajem (de viajar); almoxarifado (de almoxarife); pichar (de piche); catálise (de catalisar); sintetizado (de sintetizar); exultante (de exultar); intercessão (de interceder); disfarçado (de disfarçar); ascensão (de ascender); exsudação (de exsudar); assessor (de assessorar); etc. Exceções: angélico e angelical (de anjo); extensão, extensibilidade, extensidade, extensível, extensividade, extensivo, ex- tenso e extensor (de estender). Obs.1: Viajem (forma verbal do verbo viajar, no presente do subjuntivo). Ex.: Espero que eles viajem bem. Viagem (substantivo: ação de viajar). Ex.: A viagem foi maravilhosa. Obs.2: Palavra Primitiva: é aquela que não vem de nenhuma outra da própria língua. Ex.: casa, água, pedra, terra, ar, etc. Obs.3: Palavra derivada: é aquela que vem de ou- tra da própria língua. Ex.: caseiro, aquático, pedrada, terreno, aé- reo, etc. Página | 5 Língua Portuguesa (Prof. Marcelo Pimentel) 3ª PARTE: regras convencionais. G J X CH Ç C SS S Z H K W Y 5 1 4 0 2 1 1 7 2 2 3 : 28 regras G 1. Emprega-se g: a) nas terminações –ágio, -égio, -ígio, -ógio e -úgio; Ex.: adágio, colégio, prodígio, relógio, refúgio, etc. b) nas terminações –agem, -igem e –ugem; Ex.: viagem, fuligem, rabugem, garagem, ver- tigem, ferrugem, etc. Exceções: lajem, pajem e lambujem. c) nas terminações –ege e –oge; Ex.: frege, herege, sege, doge, paragoge, etc. d) depois de r: Ex.: alergia, energia, imergir, surgir, etc. Exceções: alforje, caborje e interjeição. e) após a inicial de palavra. Ex.: ágio, agir, ágil, agenda, agitar, etc. J 2. Emprega-se j: a) nas terminações -aje e -ajé. Ex.: laje, traje, acarajé, pajé, etc. X 3. Emprega-se x: a) após ditongo; Ex.: baixo, caixa, faixa, feixe, madeixa, peixe, frouxo, rouxinol, trouxa, etc. Exceções: caucho e guache. b) após en inicial de palavra; Ex.: enxada, enxertar, enxoval, enxugar, enxame, enxerido, enxofre, etc. Exceções: encher e enchova. c) após me e mé iniciais de palavra; Ex.: mexer, mexilhão, México, etc. Exceções: mecha e mechoacão. d) após e inicial de palavra. Ex.: exalar, Exército, exílio, êxodo, exumar, examinar, exercer, exímio, exoterismo, etc. Exceções: esôfago e esoterismo. CUIDADO: encharcar (de charco); enchente (de encher); enchumaçar (de chumaço); recauchutar (de caucho). Ç 4. Grafa-se com ç: a) os sufixos –aça, -aço, -ção, -iço, -iça, -nça, -uço, -açu e –oça; Ex.: barca + aça = barcaça; rico + aço = ricaço; navegar + ção = navegação; sumir + iço = sumiço; carne + iça = carniça; cria + nça = criança; dente + uço = dentuço; igu + açu = Iguaçu; carro + oça = carroça. b) após ditongo. Ex.: caução, feição, etc. C 5. Grafa-se com c: a) após ditongo. Ex.: coice, foice, etc. SS 6. Grafa-se com ss: a) os substantivos e os adjetivos derivados de ver- bos cujos radicais terminam em: ced, gred, prim, met, mit e cut. Ex.: CED > CESS : suceder - sucessão, sucessivo; GRED > GRESS : progredir - progresso, progressivo; PRIM > PRESS :imprimir - impressão, impresso; MESS MET > : prometer - promessa, promissor; MISS MIT > MISS : permitir - permissão, permissivo; CUT > CUSS :discutir - discussão. S 7. Grafa-se com s: a) os substantivos e os adjetivos derivados de ver- bos cujos radicais terminam em: nd, rg, rt, pel, corr e nt; Ex.: ND > NS: expandir - expansão, expansivo; RG > RS: submergir - submersão, submerso; RT > RS: inverter - inversão, inverso; PEL > PULS: expelir - expulsão, expulso; CORR > CURS: discorrer - discurso, discursivo; NT > NS: sentir - sensação, sensível. Página | 6 Língua Portuguesa (Prof. Marcelo Pimentel) b) os adjetivos terminados em –oso e em -osa, deri- vados de substantivos; Ex.: dengo + -oso = dengoso; + -osa = dengosa. teima + -oso = teimoso; + -osa = teimosa. gás + -oso = gasoso; + -osa = gasosa. c) os adjetivos pátrios terminados em -ês e em -esa; Ex.: campo + n + ês = camponês; + n + esa = camponesa. Paquistão + ês = paquistanês; + esa = paquistanesa. Pequim + n + ês = pequinês; + n + esa = pequinesa. d) os títulos de nobreza femininos terminados em -esa; Ex.: baronesa, duquesa, marquesa, princesa. e) após ditongo; Ex.: causa, coisa, gêiser, lousa, maisena, náusea, Cleusa, Neusa, Sousa, etc. f) as formas verbais de pôr (e dos derivados) e de querer. Ex.: pôs, pus, puser, puseram, pusesse; depôs, depus, depuser, depuseram, depusesse; quis, quiser, quiseram, quisesse, etc. g) os sufixos gregos -ase, -ese, -isa, -ise, -isia e -ose. Ex.: metástase, prófase, catequese, síntese, papi- sa, poetisa, pesquisa, análise, catálise, ele- trólise, paralisia, hipnose, metamorfose, os- mose, etc. Z 8. Grafa-se com z: a) os verbos terminados em -izar, derivados de substantivos e de adjetivos. Ex.: colônia + -izar = colonizar; sinal + -izar = sinalizar; ágil + -izar = agilizar; fértil + -izar = fertilizar; etc. Obs.: Se o verbo for a palavra primitiva, sua termi- nação –izar (ou –isar) poderá ser escrita com z ou com s, dependendo do seu tipo. Ex.: analisar, catalisar, eletrolisar, improvisar, paralisar, pesquisar, batizar, catequizar,deslizar, hipnotizar, sintetizar, etc. b) os substantivos abstratos terminados em -ez e em -eza, derivados de adjetivos. Ex.: ácido + -ez = acidez; pequeno + -ez = pequenez; delicado + -eza = delicadeza; rico + -eza = riqueza; etc. H 9. Grafa-se com h: a) o final de algumas interjeições; Ex.: ah!, eh! e oh! b) os dígrafos ch, lh e nh. Ex.: chave, palha, unha, chique, alho, banho, etc. Obs.: Bahia (nome de estado) possui essa grafia (com h e sem acento agudo) por tradição e por incoerên- cia dos nossos gramáticos, já que ela é a própria palavra baía (acidente geográfico), que não possui h e que pos- sui acento agudo. K, W e Y 10. Grafa-se com k, com w ou com y: a) as abreviaturas e os símbolos de termos científi- cos de uso internacional; Ex.: km (quilômetro), kg (quilograma), k (potás- sio), w (watt), W (oeste), yd (jarda), etc. b) as palavras estrangeiras não aportuguesadas. Ex.: kart, kibutz, smoking, show, watt, play- ground, playboy, hobby, etc. c) os nomes próprios estrangeiros não aportuguesa- dos (e seus derivados). Ex.: Kant, Franklin, Shakespeare, Wagner, Ken- nedy, Mickey, Newton, Darwin, Hollywood, Washington, Kremlin, Byron, Walt Disney, kantismo byroniano, shakespeariano, kartista, parkinsonismo, Disneylândia, etc. EMPREGO DE PALAVRAS I. EMPREGO DOS PORQUÊS: 1. PORQUE: é usado em respostas e em explica- ções. Ex.: Por que parou? (pergunta) Porque estou cansado. (resposta) Raquel não veio à faculdade, porque está doente. (explicação) 2. PORQUÊ: é o único dos quatro porquês que exige, diretamente, antes dele, artigo, adjetivo, numeral ou pronome masculinos. Ex.: Não sei o porquê disto. Ela me deu um belo porquê. Ofereceram três porquês para o problema. Este porquê não serve. 3. POR QUÊ: é usado no final do período (simples ou composto), em perguntas e em afirmações. Ex.: Você fez isso por quê? Susana agiu assim e não sabe por quê. Página | 7 Língua Portuguesa (Prof. Marcelo Pimentel) 4. POR QUE: a) é usado no início do período (simples ou compos- to) em perguntas e em afirmações. Ex.: Por que você fez isso? Por que construí Brasília (título de um dos livros de JK) Por que Adriana acha que é melhor, do que Henrique? b) é usado no meio do período composto ( = pelo qual, pela qual, pelos quais e pelas quais). Ex.: Este é o caminho por que passaram. Esta é a resposta por que aguardava. c) idem letra b ( = por que motivo). Ex.: Não se sabe por que chove tanto, naquela região do país. II. Onde/ Aonde: 1. Emprega-se aonde com os verbos de movimento com a preposição a. Ex.: Aonde você irá? Aonde nos leva? 2. Emprega-se onde, naturalmente, com os verbos es- táticos e com os de movimento sem a preposição a. Ex.: Onde estão os livros? Não sei onde te encontro. Até onde, você irá? De onde, ele vem? III. Mau / Mal: 1. Mau é, sempre, um adjetivo (seu antônimo é bom). Refere-se, pois, a um substantivo. Ex.: Escolheu um mau momento. Era um mau aluno. 2. Mal pode ser advérbio de modo (antônimo de bem) e substantivo. Ex.: Ele se comportou mal. Seu argumento está mal-estruturado. Ela não sabe o mal que me faz. IV. HÁ / A: 1. Há (verbo haver), para indicar tempo passado ou para significar existe (m). Ex.: Há dois meses, ele não aparece. No mundo, há muitos fãs do futebol. 2. A (preposição), para indicar tempo futuro e dis- tância. Ex.: Daqui a dois meses, ele aparecerá. A Terra fica a milhões de quilômetros do Sol. V. MAS / MAIS / MÁS: 1. Mas é conjunção adversativa, que indica uma opo- sição (ou um contraste). Pode ser substituída por outra conjunção adversativa (porém, contudo, to- davia, entretanto, etc.). Ex.: Eu iria ao cinema, mas choveu. 2) Mais pode ser um advérbio de intensidade ou um pronome indefinido. É antônimo de menos. Ex.: Sem dúvida, é a garota mais simpática da sa- la! Atualmente, tenho mais sabedoria e mais conhecimento. 3) Más é adjetivo (antônimo de boas). Ex.: Ela tem atitudes más. Eles são pessoas más. -------------------------------------------------------------------- ACENTUAÇÃO GRÁFICA 1. Monossílabos tônicos: Acentuam-se os terminados em a(s), e(s) e o(s). Ex.: pá(s), ê(s) fé(s), ô(s) só(s), etc. 2. Oxítonos: Acentuam-se os terminados em a(s), e(s), o (s) e em (ens). Ex.: sofá(s), você(s), café(s), robô(s), cipó(s), ninguém, parabéns, etc. 3. Paroxítonos: Acentuam-se os terminados em ps, um (uns), r, u(s), x, i(s), en, on(s), l, ã(s), e ditongo [acompanhado ou não de s: ei (s), ão(s), ea (s), eo (s), ia(s), ie(s), io(s), oa(s), ua(s), ue(s) e uo(s)]. Ex.: bíceps, fórceps, álbum(uns), médium(uns), açúcar, éter, meinácu, Vênus, tórax, fênix, júri, lápis, pó- len, hífen, próton(s), fóton(s), fácil, desagradável, órfã(s), ímã(s), pônei(s), jóquei(s), órgão(s), só- tão(s), fêmea(s), orquídea(s), óleo(s), simultâ- neo(s), ânsia(s), farmácia(s), série(s), cárie(s), sí- tio(s), lírio(s), mágoa(s), nódoa(s), tábua(s), ré- gua(s), tênue(s), bilíngue(s), árduo(s), vácuo(s), etc. 4. Proparoxítonos: Quase todos são acentuados. Ex.: lâmpada, fósforo, elétrico, cápsula, médico, auréola, período, míope, medíocre, etíope, etc. Exceções: deficit e habitat. Obs.: Essas duas palavras não podem ser acentua- das, por serem latinismos (palavras oriundas do latim), sabendo-se que essa língua não possuía acento gráfico, como o inglês e o alemão não o possuem. Entre os dicio- naristas, há os que as acentuam, e os que não as acentu- am. Página | 8 Língua Portuguesa (Prof. Marcelo Pimentel) 5. Ditongos éi, éu e ói: a) se forem pronunciados (pela norma culta) ei, eu ou oi, não serão acentuados; Ex.: colmeia, farei, sei, eufônico, ateu, meu, loi- ro, boi, doido, etc. b) se forem pronunciados (pela norma culta) éi, éu ou ói (desde que estejam na sílaba forte da palavra), se- rão acentuados, exceto os paroxítonos. Ex.: ideia, europeia, plateia, hebreia, fiéis, réis (moeda), chapéu(s), réu(s), troféu(s), herói, anzóis, mói (moer), joia, boia, jiboia, he- roico, etc. CUIDADO: aneizinhos, chapeuzinho, anzoizinhos. Obs.: São equivocados os conceitos de ditongo aberto e de ditongo fechado: não existe essa divisão dos ditongos na NGB, nem na NGP (dentro da Fonética). Na verdade, as vogais é que podem ser abertas, semi- abertas, fechadas ou semifechadas, e não os ditongos. 6. Hiatos: a) AÍ, EÍ, OÍ, UÍ, AÚ, EÚ, IÚ e OÚ: Sua segunda vogal (i ou u) será acentuada normal- mente, se estiver sozinha na própria sílaba ou se vier acompanhada de s. Ex.: saída, faísca, cafeína, politeísmo, moído, egoísta, ruído, uísque, saúde, balaústre, re- úne, ciúme, timboúva, etc. Obs. 1: Se ela vier acompanhada de l, de m, de n, de r ou de z ou se ela vier seguida de nh, deixará de ser acentuada. Ex.: Raul, paul, ruim, amendoim, ainda, saindo, fluir, ruir, juiz, raiz, rainha, bainha, tainha, moinho, fuinha, etc. Obs. 2: Acompanhar: estar na mesma sílaba. Seguir: estar na sílaba seguinte. b) OO (S) final de palavra: não é mais acentuado. Ex.: coo doo, magoo, perdoo, abençoo, coroo, abotoo, povoo, enjoo(s), voo(s), zoo(s), etc. c). EEM final de palavra: não é mais acentuado. Ex.: creem, deem, leem, veem e derivados (des- creem, desdeem, releem, preveem, anteve- em, etc. Obs.: ee de eem não é hiato, e, sim, vogal forte mais ditongo decrescente. 7. Grupos gue, gui, que e qui: O u desses grupos: a) não mais receberá acento agudo, se ele for pro- nunciado fortemente (pela norma culta); Ex.: averiguem, arguis, oblique, etc. b) não mais receberá trema, se ele for pronunciado fracamente (pela norma culta); Ex.: bilíngue, linguiça, cinquenta, tranquilo, etc. c) não receberá nada, se ele não for pronunciado (pela norma culta). Ex.: aguerrido, enguiço, quente, quilo, etc. Observação: O tremafoi abolido com o acordo ortográfico de 1/1/2009. Ex.: equilátero, líquido, sanguíneo, etc. 8. Acento Diferencial: Ele só permaneceu em algumas palavras do portu- guês. Ex.: pôr: verbo e substantivo; por: preposição. pôde: pretérito perfeito do indicativo do verbo poder; pode: presente do indicativo do mesmo verbo. tem: 3ª pessoa do singular do verbo ter; têm: 3ª pessoa do plural do mesmo verbo. porquê: substantivo; porque: conjunção. vem: 3ª pessoa do singular do verbo vir; vêm: 3ª pessoa do plural do mesmo verbo. Ex.: Pôr o livro sobre a mesa é fácil. (verbo) O pôr-do-sol de Brasília é belo. (substantivo) Fiz isso por ela. (preposição) Marcos pôde trabalhar ontem. Marcos pode trabalhar hoje. Elas têm 20 anos. Ela tem 20 anos. Eles vêm da Bahia. Ele vem da Bahia. Obs.1.: Em relação a tem/têm e a vem/vêm, o acento diferencial dessas palavras aplica-se, também, às formas verbais dos verbos derivados de ter e de vir (contém/contêm, detém/detêm, mantém/mantêm, re- tém/retêm, convém/convêm, intervém/intervêm, pro- vém/provêm, etc.). Ex.: O edital deste concurso contém estas discipli- nas. Os editais destes concursos contêm estas dis- ciplinas. O avião provém de Berna. Os aviões provêm de Berna. Obs.2.: Nas palavras paroxítonas, não se usa mais o acento agudo no i, nem no u tônicos, quando vierem de- pois de um ditongo. Ex.: baiuca, bocaiuva, cauila, feiura, etc. Página | 9 Língua Portuguesa (Prof. Marcelo Pimentel) Obs.3.: Se a palavra for oxítona, desde que o i ou que o u estejam em posição final (acompanhados ou não de s), o acento permanecerá. Ex.: Piauí: Obs.4: Dêmos (forma verbal no presente do subjun- tivo do verbo dar, cujo uso do acento circunflexo é fa- cultativo), para diferenciar-se de demos (forma verbal no pretérito perfeito do indicativo do mesmo verbo). Ex.: Raquel espera que nós lhe dêmos (ou demos) toda a assistência a ela. Nós demos toda a assistência a Raquel ontem. Obs.5: Fôrma(s) (= molde), cujo acento circunflexo é facultativo, para diferenciar-se de forma(s) (= disposi- ção exterior de algo) Ex.: Esta fôrma (ou forma) de bolo é moderna. A forma do bolo é circular. *********************************************** NOTAÇÕES LÉXICAS Sinais gráficos que mudam a pronúncia da palavra. Além das três tradicionais (til, apóstrofo e cedilha), há, ainda, os dois acentos (agudo e circunflexo). 1. TIL ( ~ ): Emprega-se o til, para nasalizar as vogais a e o de várias palavras portuguesas. Ex.: mãe, pães, escrivães, maçã, avião, cão, vão, põe, leões, vulcões, balões, junções, etc. 2. APÓSTROFO ( , ) Emprega-se o apóstrofo, para substituir uma deter- minada letra da palavra. Ex.: copo d’água, galinha-d’angola, esp’rança, c’roa, minh’alma, etc. 3. CEDILHA ( ¸ ): Emprega-se a cedilha sob o c, para mudar a sua pronúncia, de | k | para | s |, antes de a, de o ou de u. Ex.: miçanga, aço, açúcar, carniça, palhaço, Igu- açu, etc. 4. ACENTO AGUDO ( ´ ): Ex.: vatapá, café, saída, avó, baú, etc. 5. ACENTO CIRCUNFLEXO ( ^ ): Ex.: câmara, lêvedo, avô, etc. HÍFEN 1. Nas locuções adjetivas, pronominais, adverbiais, prepositivas, verbais, conjuntivas, interjetivas e denotati- vas, em geral, ele é proibido. Ex.: cor de vinho, cada um, à vontade, a fim de, tinha estudado, ao passo que, cruz credo! , isto é, etc. Exceções: cor-de-rosa, mais-que-perfeito, etc. 2. Nos substantivos compostos por justaposição, há vários exemplos com e sem ele. Ex.: guarda-chuva, passatempo, beija-flor, giras- sol, quinta-feira, paraquedas, abaixo- assinado, cão de guarda, ave-maria, fim de semana, estrela-do-mar, sala de jantar, etc. 3. Nos adjetivos compostos, ele é obrigatório. Ex.: sócio-político-econômico, verde-clara, mar- rom-escuro, surdo-mudo, verde-abacate, amarelo-ouro, etc. 4. Na divisão silábica, ele é obrigatório. Ex.: pe-rí-o-do, mí-o-pe, au-ré-o-la, ca-os, sen- sa-ci-o-nal, etc. 5. Na ênclise e na mesóclise, ele é obrigatório. Ex.: amá-lo, põe-na, deixe-os, enviar-lhe-ei, em- prestá-lo-emos, etc. 6. Nos topônimos, em geral, ele é proibido. Ex.: América do Norte, África do Sul, Belo Hori- zonte, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Estados Unidos, etc. Exceções: Guiné Bissau, Passa-Quatro, Trás-os- Montes, Baía de Todos-os-Santos, Grã-Bretanha, Grão- Pará, etc. 7. Na união de duas ou de mais palavras, ocasio- nalmente, combinadas (incluindo-se os itinerários), ele é obrigatório. Ex.: Liberdade-Igualdade-Fraternidade, ponte Rio-Niterói, Brasília-Florianópolis, Manaus-Rio Branco, etc. 8. Nos sufixos -açu, -guaçu e –mirim, ele é obriga- tório. Ex.: jacaré-açu, amoré-guaçu, tamanduá-mirim, etc. 9. Nos prefixos e nos radicais áudio-, auri-, bio-, cardio-, claro-, derma-, entre-, foto-, geo-, hidro-, iso-, macro-, micro-, mini-, psico-, radio-, socio- e tele-, o hífen é proibido. Ex.: audiosseletivo, aurirrubro, bioestatístico, cardiorrenal, cloroacético, dermatomicose, entreaberto, fotoalgrafia, geoistórico, hidro- avião, isossilábico, macroeconomia, micror- região, minissaia, psicossocial, radioamador, socioeconômico, teleobjetivo, etc. 10. Nos radicais bel-, grã- e grão-, ele é obrigató- rio. Ex.: bel-prazer, grã-cruz, grão-duque, etc. Página | 10 Língua Portuguesa (Prof. Marcelo Pimentel) 11. Nos prefixos e nos radicais: além-, aquém-, ex- , nuper-, recém-, sem-, sota-, soto-, vice- e vizo-, ele é obrigatório. Ex.: além-túmulo, aquém-mar, ex-combatente, nuper-falecido, recém-nascido, sem- vergonha, sota-piloto, soto-soberania, vice- presidente, vizo-rei, etc. Exceções: alentejano, Alentejo, expatriar, expatria- do, sotaventear, sotavento e sotopor. 12. Nos prefixos pos-, pre- e pro-: REGRAS: 1ª) quando eles forem pronunciados pos-, pre- e pro- (pela norma culta) respectivamente, não serão acen- tuados, nem seguidos de hífen. Ex.: poscéfalo, posfácio, pospasto, posponto, pos- por, preanunciar, preaquecimento, precitado, predeter- minado, preestabelecer, preexistente, prefixado, prenota- ção, preopinar, preordenação, pretônico, previsão, pro- cônsul, proembrião, prolongar, promover, propagar, pro- por, etc. 2ª) quando eles forem pronunciados pós-, pré- e pró- (pela norma culta) respectivamente, serão acentua- dos e seguidos de hífen. Ex.: pós-bíblico, pós-conciliar, pós-datar, pós- diluviano, pós-doutorado, pós-eleitoral, pós-graduação, pós-guerra, pós-socrático, pós-verbal, pré-ajustado, pré- aviso, pré-datar, pré-eleitoral, pré-história, pré-leitura, pré-matrícula, pré-natal, pré-olímpico, pré-primário, pré- requisito, pré-universitário, pré-vestibular, pró- americano, pró-análise, pró-britânico, pró-homem, pró- memória, pró-socialista, etc. 13. Nos prefixos bem- e ben-: REGRAS: 1ª) bem- (com m): com hífen. Ex.: bem-amado, bem-bom, bem-comportado, bem- disposto, bem-estar, bem-feito, bem-humorado, bem- intencionado, bem-lançado, bem-me-quer, bem-nascido, bem-ordenado, bem-parecido, bem-querer, bem- sucedido, bem-vindo, etc. 2ª) ben- (com n): sem hífen. Ex.: bendito, bendizer, benfazejo, benfeitor, benfei- toria, benfeitorizar, benquerença, benquerente, benquis- tar, benquisto, etc. 14. Nos prefixos e nos radicais gregos e latinos au- to-, contra-, extra-, infra-, intra-, neo-, proto-, pseu- do-, semi-, supra- e ultra-: a) haverá hífen, se o início da palavra seguinte for h; Ex.: auto-hemoterapia, extra-humano, infra- hepático, neo-hegelianismo, proto-história, pseudo-herói, supra-homem, ultra-humano, etc. Exceções: coabitação, coabitador, coabitante, coa- bitar, coabitável, desabilidade, desabilitar, desabitado, desabitar, desábito, desabituação, desabituar, desarmo- nia, desarmônico, desarmonioso, desarmonização, de- sarmonizado, desarmonizador, desarmonizante, desar- monizar, desarmonizável, inábil, inabilidade, inabilido- so, inabilitação,inabilitar, inabitabilidade, inabitado, inabitável, inabitual, reidratação, reidratado, reidratante, reidratar, etc. b) se o início da palavra seguinte for r ou s, o hífen será proibido; tendo essas duas letras de ser dobradas; Ex.: autorretrato, autossuficiente, contrarreforma, contrassenso, extrarregulamentar, extrassensorial, infrar- renal, infrassom, neorrepública, protorrevolução, protos- satélite, pseudorrincoto, pseudossigla, semirreta, semis- selvagem, suprarrealismo, suprassumo, ultrarromântico, ultrassom. c) se o final do prefixo (ou do radical) e o início da palavra seguinte forem vogais diferentes, o hífen será proibido; Ex.: autoescola, contraindicação, extraoficial, infra- estrutura, intraocular, neoescolástica, protoactínio, pseu- doescorpião, semiárido, supraexcitante, etc. d) se o final do prefixo (ou do radical) e o início da palavra seguinte forem vogais iguais, o hífen será obriga- tório. Ex.: auto-oscilação, contra-ataque, extra- atmosférico, infra-assinado, micro-ônibus, semi-integral, supra-axilar, etc. 15. Prefixos gregos e latinos ante-, anti-, arqui- e sobre-: Idem regras a, b, c e d do caso 14 Ex.: ante-histórico, anti-higiênico, sobre-horrendo, anterrosto, antessala, antirrábico, antisséptico, arquirra- bino, arquissecular, sobrerronda, sobressaia, anteato, an- tiássido, arquiavó, sobrealcunha, ante-estreia, anti- infeccioso, arqui-inimigo, sobre-elevado, etc. 16. Nos prefixos gregos e latinos hiper-, inter- e super-, só haverá hífen, se o início da palavra seguinte for h ou r. Ex.: hiper-hidrose, hiper-rugoso, inter-hemisférico, inter-relação, super-hidratação, super-requintado, etc. 17. No prefixo latino circum, só haverá hífen, se o início da palavra for vogal, m ou n. Ex.: circum-adjacente, circum-escolar, circum- uretral, circum-meridiano, circum-murar, circum- navegar, circum-nutação, etc. Página | 11 Língua Portuguesa (Prof. Marcelo Pimentel) 18. No prefixo latino mal-, só haverá hífen, se o início da palavra seguinte for vogal ou h. Ex.: mal-assombrado, mal-entendido, mal- intencionado, mal-ouvido, mal-usar, mal-humorado, etc. 19. No radical grego pan-, só haverá hífen, se o iní- cio da palavra seguinte for vogal, h, m ou n. Ex.: pan-americano, pan-eslavismo, pan-islâmico, pan-harmônico, pan-helenista, pan-hispânico, pan- mágico, pan-mítico, pan-negritude, etc. Exceções: panorama, panoramense, panorâmica, panorâmico, etc. 20. No prefixos latinos ab-, ob- e sob-, só haverá hífen, se o início da palavra seguinte for r. Ex.: ab-reagir, ab-reptício, ab-rogar, ab-rogável, ab- rupto (ou abrupto), ab-ruptude, ob-rogação, ob-rogado, ob-rogante, ob-rogar, ob-rogatório, ob-rogável, sob-roda, sob-rojar, etc. 21. No prefixo latino sub-, só haverá hífen, se o iní- cio da palavra seguinte for b, h ou r. Ex.: sub-base, sub-betuminoso, sub-biotipia, sub- bosque, sub-braquial, sub-brigadeiro, sub-burgo, sub- hepático, sub-hidroclorato, sub-híspido, sub-horizontal, sub-humano, sub-raça, sub-região, sub-roda, sub-rogar, etc. 22. No prefixo latino ad-, só haverá hífen, se o iní- cio da palavra seguinte for d ou r. Ex.: ad-digital, ad-rogação, ad-rogado, ad-rogador, ad-rogante, ad-rogar, ad-rostral, etc. ********************************************* EMPREGO DAS CLASSES DE PALAVRAS Todas as palavras da língua portuguesa têm finali- dades específicas: umas dão nome aos seres; outras indi- cam ações e qualidades desses seres; outras apenas esta- belecem ligações entre termos de uma frase; etc. De acordo com essas finalidades, as palavras dividem-se em CLASSES GRAMATICAIS. Existem na língua portuguesa dez classes gramati- cais divididas em dois grupos distintos: * Variáveis: são as palavras que podem mudar de forma e de classe, conforme seu emprego na frase. São elas: Substantivo, Adjetivo, Verbo, Pronome, Advér- bio, Artigo e Numeral. * Invariáveis: São as palavras que não apresentam mudança em sua forma. São elas: Preposição, Conjun- ção e Interjeição. SUBSTANTIVO É palavra que dá nome aos seres em geral. Nor- malmente exerce função sintática diretamente relaciona- da com o verbo, atuando como núcleo do sujeito, dos complementos verbais e do agente da passiva. Pode, ain- da, funcionar como núcleo do complemento nominal ou do aposto, como núcleo do predicativo do sujeito ou do objeto ou como núcleo do vocativo. Classificação Os substantivos classificam-se em: 1. Substantivo próprio – dá nome a um ser especí- fico, individualizando-o entre os outros da mesma espé- cie. Ex.: Manuel, Adriana, Jaci, Brasil, São Paulo, Terra (planeta em que habitamos), Sol (astro que é o centro do nosso sistema planetário), Lua (satélite da Terra), Deus, Praça do Buriti, Polícia Militar, Ministério da Marinha, “Dom Casmurro”, Jornal de Brasília, etc. Obs.: Não confundir alguns nomes próprios, com nomes comuns: terra (solo, local, região) sol (astro que é centro de um sistema planetário), deus (divindade, ído- lo), medicina (remédio), etc. 2. Substantivo comum – nome que serve para de- signar os seres de uma mesma espécie. Ex.: homem, mulher, menino, casa, escola, igreja, muro, cão, pedra, caneta, rio, etc. 3. Substantivo concreto – nome do ser que existe por si (concreto real) ou que se apresenta em nossa ima- ginação, como se existisse por si (concreto fictício): Ex.: de concretos reais: homem, casa, José, etc. de concretos fictícios: saci, bruxa, lobisomem, mu- la-sem-cabeça, fada, etc. 4. Substantivo abstrato – nome do ser que só tem existência dependente de outro ser, ou seja, nome de uma característica, de um estado, de uma ideia, de uma ação: Ex.: beleza, crueldade, saúde, crença, ciúme, viva- cidade, esperança, pulo, coroação, pensamento, etc. Note a importante observação, a seguir, feita por HILDEBRANDO A. de ANDRÉ, em sua Gramática Ilustrada: “A forma dos seres designados pelos substantivos abstratos não é captada pela imaginação, é entendida pela inteligência. A forma dos seres designados pelos substantivos concretos é apreendida pela imaginação, pois os seres concretos possuem forma física ou apre- sentam-se com forma física fictícia. Julgamos que Deus, alma, anjo, demônio devam ser incluídos entre os substantivos concretos reais, por- que, quando empregamos tais nomes, no ato da fala, re- ferimo-nos a seres que existem por si realmente, muito embora não tenham forma física (suas representações materiais são meros símbolos convencionais)”. 5. Substantivo simples – nome formado de um só elemento (radical). Ex.: espada, pedra, joia, guarda, moleque, pé, etc. 6. Substantivo composto – nome formado de dois ou mais elementos (radicais). Página | 12 Língua Portuguesa (Prof. Marcelo Pimentel) Ex.: peixe-espada, pedra-pome, guarda-joia, pé de moleque, passatempo, etc. 7. Substantivo primitivo – nome que não deriva, em português, de outra palavra: Ex.: flor, âncora, café, pedra, livro, máquina, etc. 8. Substantivo derivado – nome que deriva de ou- tra palavra portuguesa: Ex.: florista, ancoradouro, cafezal, pedreira, denta- dura, livreiro, maquinaria, etc. 9. Substantivo coletivo – nome que expressa, es- tando no singular, um grupo de seres da mesma espécie: Ex.: exército (soldados), rebanho (ovelhas), código (leis), fornada (pães), cardume (peixes), etc. FLEXÃO NOMINAL DO SUBSTANTIVO É o estudo das variações do substantivo quanto ao gênero, número e grau. GÊNERO Os substantivos podem variar em gênero (masculi- no ou feminino). * São do gênero masculino os substantivos a que se podem antepor os artigos o ou os. o gato, os alunos, o candidato, os garotos, etc. * São do gênero feminino os substantivos a que se podem antepor os artigos a ou as. a gata, as alunas, a candidata, as garotas, etc. Formação do gênero Quanto ao gênero, os substantivos dividem-se em biformes e uniformes.* Biformes - são os substantivos que apresentam uma forma para o masculino e outra para o feminino. A oposição entre essas duas formas pode ser indicada de várias maneiras. Vejamos: Regra geral: Não existe uma regra específica para a formação do gênero do substantivo. Em geral, substitui-se a termina- ção “o”, pela terminação “a”, para designar o feminino. Ex.: menino / menina, gato / gata, aluno / aluna, candidato / candidata, etc. Regras especiais: 1. Alguns substantivos terminados em “e” formam o feminino, substituindo-se esse “e” por “a”. Ex.: mestre / mestra, infante / infanta, presidente / presidenta, etc. 2. Outros, quando terminados em consoante, for- mam o feminino acrescendo-se a desinência a. Ex.: freguês / freguesa, bacharel / bacharela, pro- fessor / professora, embaixador / embaixadora, etc. 3. Os substantivos masculinos, terminados em ão, formam o feminino substituindo-se o ão por ã, oa ou ona. Ex.: – Ã cirurgião - cirurgiã cidadão - cidadã anão - anã – OA leão - leoa leitão - leitoa hortelão - horteloa – ONA folião - foliona figurão - figurona castelão - castelona 4. Alguns substantivos formam o feminino pelo acréscimo de um sufixo feminino. Ex.: – ESA/ESSA camponês - camponesa prior - prioresa duque - duquesa abade - abadessa – ISA papa - papisa poeta - poetisa profeta - profetisa – TRIZ embaixador - embaixatriz imperador - imperatriz ator - atriz – INA herói - heroína maestro - maestrina czar - czarina – ORA cantor - cantora pastor - pastora senhor - senhora 5. Há, ainda, alguns substantivos que distinguem o masculino do feminino através de um radical distinto pa- ra cada gênero. São os Heterônimos ou Desconexos, que apresentam radicais diferentes, não se distinguindo pela terminação. Alguns exemplos bode cabra genro nora cão cadela veado cerva boi vaca homem mulher pai mãe padrinho madrinha cavalo égua compadre comadre * Uniforme - são os substantivos que apresentam uma única forma para o masculino e para o feminino. A oposição entre as duas formas pode ser indicada pela classificação dada a eles: comuns-de-dois gêneros: O gênero é indicado pe- lo artigo, adjetivo, pronome ou numeral que acompanha o substantivo. Ex.: o acrobata - a acrobata aquele mártir - aquela mártir belo artista - bela artista Página | 13 Língua Portuguesa (Prof. Marcelo Pimentel) Sobrecomuns: O gênero apresenta a mesma forma (tanto para o masculino, como para o feminino), não va- riando nem mesmo as palavras que os acompanham. Ex.: o cônjuge (tanto pode ser o esposo, como a esposa). a criança (pode ser o menino ou a menina) a vítima (pode ser do sexo masculino ou feminino) Epicenos: São substantivos que designam outros animais que não o ser humano. Seu gênero é indicado com o acréscimo dos termos MACHO ou FÊMEA. Ex.: a girafa macho a girafa fêmea o tatu macho o tatu fêmea a cobra macho a cobra fêmea CUIDADO!!! 1) Há alguns substantivos cuja mudança de gênero acarreta mudança de significado. Tal sentido varia con- forme o artigo que o antecede. Essas palavras são ho- mônimas pois são iguais na forma, porém de origem, gênero e significado diferente. Observe: o águia = espertalhão a águia = ave o cabeça = chefe a cabeça = parte do corpo o capital = conj. de bens a capital = cidade sede do Estado o cura = pároco a cura = restabelecimento o grama = medida de peso a grama = vegetal o moral = coragem a moral = ética o praça = soldado raso a praça = lugar público 2) O gênero é uma classificação gramatical, não existindo correspondência necessária entre o gênero (masculino/feminino) e o sexo (macho/fêmea) dos seres a que se referem os substantivos. Ex.: a mesa é do gênero feminino e não do sexo femini- no. o banco é do gênero masculino e não do sexo mas- culino. 3) Como não existe necessariamente uma relação entre o gênero e o sexo, muitos substantivos apresentam gênero incerto e oscilante, mesmo na língua culta. Neste caso, a gramática registra como correto o gênero fixado pelo uso culto. Assim, são: MASCULINOS- FEMININOS o ágape a cal o apêndice a cataplasma o champanha a comichão o eclipse a motocicleta o guaraná a faringe o milhar a dinamite 4) Quando o próprio uso culto da língua não fixar o gênero do substantivo, a gramática aceita ambos os gêne- ros. o / a diabete o / a personagem o / a manequim o / a sabiá o / a pijama o / a suéter 5) O substantivo quando usado como adjetivo fica invariável. Ex.: Uma recepção monstro. NÚMERO Quando falamos em número, estamos referindo-nos ao singular e ao plural. Seguem regras com exemplos, porém o mais impor- tante é você fixar estas palavras, não se colocando a de- corar as regras em si. Exemplos comuns, com o acréscimo de "S" final: Substantivos terminados em vogal ou em ditongo (exceto ão): cajá – cajás céu – céus irmã – irmãs boi – bois paletó – paletós pai – pais Substantivos terminados em – ÃO: a) recebem o "s": bênção bênçãos grão grãos cristão cristãos órgão órgãos b) troca-se o ÃO por ÕES: balão balões coração corações caixão caixões folião foliões canção canções limão limões c) troca-se o ÃO por ÃES: cão cães tabelião tabeliães capitão capitães alemão alemães escrivão escrivães pão pães d) há, alguns que admitem duas e até três formas de plural: anão = anãos e anões ancião = anciãos, anciões e anciães ermitão = ermitãos, ermitões e ermitães Terminados em AL, EL, OL, UL, trocam o L por IS: canal = canais caraco =caracóis Papel = papéis Paul =pauis Terminados em IL – Oxítonos: trocam o "L" por "S": funil = funispro jétil = projetis Página | 14 Língua Portuguesa (Prof. Marcelo Pimentel) – Paroxítonos: trocam o "IL" por "EIS": fóssil = fósseis projétil=projéteis réptil = répteis Terminados em R ou Z: recebem ES: cor = cores cocar = cocares dólar = dólares nariz = narizes Terminados em S: * Monossílabos e Oxítonos: recebem ES: mês = meses gás = gases adeus = adeuses ás = ases * Paroxítonos e Proparoxítonos: variam somente o indicador de número: o lápis = os lápis o pires =os pires o ourives = os ourives o ônibus =os ônibus Terminados em M: trocam o M por NS: dom = dons armazém = armazéns item = itens vintém = vinténs nuvem = nuvens som =sons Atenção especial para os seguintes substantivos: abdômen = abdomens ou abdômenes cânon = Cânones espécime = espécimens ou especímenes hífen = hifens ou hífenes Os substantivos terminados em X ficam invariáveis. Ex.: as fênix, os tórax, os ônix. Alguns substantivos são usados somente no plural: os arredores as férias (tempo de descanso) as fezes os víveres PLURAL DOS COMPOSTOS Como regra geral, pode ser tomado o seguinte: Flexionam-se os elementos que são substantivos, ar- tigos, adjetivos, numerais e pronomes; os demais perma- necem invariáveis. Observe os princípios: 1. Recebe plural apenas o 1° elemento: a) substantivo + preposição + substantivo pés de moleque mãos-de-obra b) quando o segundo elemento limita ou determina o primeiro. canetas-tinteiro guardas-marinha amigos-urso peixes-boi 2. Recebe plural só o 2° elemento: a) verbo + substantivo: beija-flores; b) palavra composta sem hífen: girassóis, pontapés; c) elemento invariável + palavra variável: ave- marias, sempre-vivas, alto-falantes; d) palavras repetidas: ruge-ruges, quero-queros. 3. Recebem plural os dois elementos: a) substantivo + substantivo = couves-flores, abe- lhas-mestras. b) substantivo + adjetivo = obras-primas, amores- perfeitos, capitães-mores. c) adjetivo + substantivo = públicas-formas, boas- vidas. Exceção: grã-cruzes 4. Casos especiais: os louva-a-deus os joões-ninguém os bem-te-vis os diz-que-dizos bem-me-queres Obs.: 1. Se o 1º elemento for a palavra GUARDA (ver- bo), esta ficará invariável. Vejamos como reconhecer is- to. Verbo: se o 2º elemento for substantivo: guarda-roupa =guarda-roupas (subst.) guarda-comida = guarda-comidas Substantivo: se o 2º elemento for adjetivo: guarda-noturno = guardas-noturnos (adj.) guarda-florestal = guardas-florestais 2. Alguns substantivos que apresentam ô (fechado) no singular e ó (aberto) no plural: caroço = caróços osso = óssos coro = córos ovo = óvos destrôço = destróços porco = pórcos fogo = fógos povo = póvos Obs.: O acento é ilustrativo, uma vez que serve apenas para indicar a tonicidade. Alguns que continuam com o ô (fechado) no plural: acordo esgoto globo almoço gosto bolo estojo rolo ferrolho soro esboço transtorno O GRAU DO SUBSTANTIVO 1. Aumentativo: exprime o aumento do ser em re- lação ao seu tamanho normal. 1.1. Analítico: forma-se por meio de adjetivos. Exs.: casa grande, pedra enorme, estátua colossal. 1.2. Sintético: forma-se com o auxílio de sufixos, como: ão, az, alhão, alhona, ázio, ona, etc. garrafão fatacaz papelão poetastro barbaça mulherona vagalhão gatázio copázio mocetona (de moça) Página | 15 Língua Portuguesa (Prof. Marcelo Pimentel) Atenção: Há casos em que o aumentativo expressa desprezo. Serão chamados, assim, de pejorativo ou de depreciativo. 2. Diminutivo: Exprime a diminuição do ser em re- lação ao seu tamanho normal. Também pode ser: 2.1. Analítico: formado com o auxílio dos adjeti- vos. Ex.: lápis pequeno , inseto minúsculo. 2.2. Sintético: formado com o auxílio de sufixos, como: inho, zinho, acho, culo, ejo, ete, icho, ico, ucho, etc. filhinho florzinha cãozito fogacho lugarejo burrico festim espadim Obs.: Há casos em que o diminutivo expressa pie- dade, desprezo, antipatia, etc. irmãozinho mãezinha dedinho (ternura) livreco padreco papelucho (pejoração) * Plural dos diminutivos em zinho e zito: colo- cam-se os dois no plural e corta-se o "S" do substantivo: animalZINHO = animais + zinhos = animaizinhos coraçãoZINHO = corações + zinhos = coraçõezinhos SUBSTANTIVO COLETIVO Coletivo é o substantivo do tipo comum que, embo- ra empregado no singular, indica um conjunto de seres da mesma espécie. Embora a NGB não dê nenhuma classificação dos coletivos, a maioria dos gramáticos classificam-nos em: coletivos específicos: são os que determinam uma só espécie de seres. Ex.: Arquipélago = conjunto de ilhas. Banda = conjunto de músicos. Colméia = conjunto de abelhas. coletivos indeterminados: são os que podem de- terminar mais de uma espécie de seres. Necessita, pois, de um determinante para sua identificação. Ex.: Bando = Bando de criança - Bando de aves - etc. Junta = Junta de médicos, Junta de bois, de exami- nadores, etc. Manada = Manada de bois - Manada de búfalos - Manada de elefantes, etc. coletivos numéricos: são os que determinam um número exato de seres. Ex.: semana, dezena, dúzia, mês, centena, etc. ********************************************* ADJETIVO ADJETIVO é a palavra que expressa qualidade, propriedade ou estado do ser. Os adjetivos dividem-se em: 1. Adjetivo explicativo – que diz qualidade essen- cial do ser. Ex.: pedra dura, gelo frio, leite branco, etc. 2. Adjetivo restritivo: que expressa qualidade ou estado acidental do ser. Ex.: pedra preciosa, gelo útil, leite caro, livro velho, bela casa, alto muro, etc. 3. Adjetivo pátrio: quando expressa nacionalidade ou lugar de origem do ser. Ex.: brasileiro, árabe, japonês, português, etc. * Locução Adjetiva: expressa o valor de adjetivo, constituída de preposição + substantivo Ex.: corpo sem sangue = corpo anêmico perímetro da cidade = perímetro urbano agilidade de gato = agilidade felina FLEXÕES DO ADJETIVO 1. Gênero e Número O adjetivo concorda em gênero e número com o substantivo ao qual se refere. menino preguiçoso : meninas preguiçosas mulher má : mulheres más Formação do gênero: Quanto ao gênero, os adjetivos podem ser UNI- FORMES ou BIFORMES: Uniformes apresenta uma só forma para indicar os dois gêneros. Vejamos exemplos: professor jovem : professora jovem homem otimista : mulher otimista Outros: leve, nômade, paulista, contente, ruim, ante- rior, simples, veloz, amável, etc. Biformes (duas formas): Apresentam uma forma para o masculino e outra para o feminino. Alguns exem- plos: moço camponês : moça camponesa embaixador francês : embaixatriz francesa garoto sofredor : garota sofredora Formação do plural Quanto ao número, podem ser: Adjetivos simples – seguem as mesmas regras dos substantivos simples. Adjetivo composto – há uma regra geral, apenas o último elemento varia em gênero e em número. Página | 16 Língua Portuguesa (Prof. Marcelo Pimentel) blusa azul-amarela = blusas azul-amarelas relação franco-americana = relações franco-americanas O adjetivo composto ficará INVARIÁVEL quan- do: a) um dos elementos for SUBSTANTIVO olhos verde-mar gravatas rosa-ouro saias azul-pavão lenços branco-gelo b) houver no composto a preposição DE: blusas cor-de-rosa olhos cor-de-anil Observações: 1. substantivos simples, indicando cor, são invariá- veis. meias gelo camisas rosa gravatas cinza muros laranja 2. São invariáveis: azul-marinho azul-celeste 3. Variam os dois elementos: surdo-mudo novo-rico 2. Grau Quanto ao grau, os adjetivos podem ser: Comparativo: compara-se a mesma qualidade entre dois seres. João é mais estudioso que Paulo . COMPARATIVO de igualdade Pedro é tão alto como João de superioridade Pedro é mais alto do que João De inferioridade Pedro é menos alto do que João Note bem: igualdade : tão... como (quanto) superioridade : mais...que (do que) inferioridade : menos...que (do que) – o “do”, na conjunção “do que”, é partícula expletiva. * Há adjetivos que apresentam formas irregulares para o comparativo de superioridade; são eles: GRAU NORMAL COMPARATIVO DE SUPERIORIDADE BOM Melhor MAU Pior PEQUENO Menor Quando comparamos duas qualidades de um mes- mo ser, podemos empregar as formas "mais grande", "mais mau", "mais bom". Ex.: Esta casa é mais grande do que pequena. Pedrinho é mais mau do que bom. Superlativo: apresenta a qualidade em grau mais elevado; não se fazendo comparação com qualidade de outroser. Divide-se em: a) Absoluto ANALÍTICO: A estátua é muito bela. SINTÉTICO: A estátua é belíssima. b) Relativo DE SUPERIORIDADE DE INFERIORIDADE: A estátua é menos bela de todas. Analítico: A estátua é a mais bela de todas. Sintético: A casa é a maior de todas. Para fixar melhor, observe que o ABSOLUTO não apresenta RELAÇÃO do ser com qualquer outro, en- quanto que o RELATIVO (de relação) relaciona o SER (A casa é a mais bela de todas) a outros. Como segunda observação, notamos que ambos possuem aspectos: ANALÍTICO e SINTÉTICO. Aqui, também, torna-se fácil distinguir: – ANALÍTICO: (lembra análise, decomposição) – apresenta duas palavras: muito bela, mais bela – SINTÉTICO: sempre uma só palavra: belíssima, maior Veja, agora, algumas formas do superlativo absolu- to sintético = adjetivo + sufixos - íssimo, imo ou rimo: amargo amaríssimo ágil agílimo antigo antiguíssimo doce dulcíssimo bom boníssimo dócil docílimo Feliz felicíssimo frágil fragílimo Feroz ferocíssimo humilde humílimo Frio frigidíssimo semelhante simílimo Parco parcíssimo acre acérrimo sagrado sacratíssimo célebre celebérrimo Sério seriíssimo livre libérrimo *********************************************************** VERBOS Verbo é a palavra que exprime ação, fenômeno na- tural, estado ou mudança de estado, situando tais fatos no tempo. CANTAR, IR (AÇÃO); TROVEJAR, NEVAR (FENÔMENO); ESTAR, PERMANECER (ESTADO).Conjugação é o uso sistemático de todas as formas em que o verbo pode ser conjugado. Os verbos em Por- tuguês são distribuídos por quatro conjugações, cuja terminação é formada do -r, desinência do infinitivo im- pessoal, precedido de uma vogal que caracteriza a conju- gação, a saber: * a para a primeira:cantar, estar. * e para a segunda:ver, crescer. * i para a terceira: dirigir, seguir, possuir. * o para a quarta: pôr, repor, propor, supor, etc. Página | 17 Língua Portuguesa (Prof. Marcelo Pimentel) Essas vogais, chamadas vogais temáticas, apare- cem sistematicamente em várias formas de conjugação, seja o verbo regular ou não. Para cada uma dessas conju- gações, há uma forma - o paradigma - que indica as formas a serem assumidas pelas flexões verbais. De acordo com a relação estabelecida pelo para- digma, os verbos podem ser classificados em: regulares: obedecem precisamente ao paradigma da respectiva conjugação. irregulares: o verbo é irregular quando sofre al- teração no radical ou nas desinências não seguindo o pa- radigma da respectiva conjugação. defectivo: são aqueles que não possuem forma certa. Eufonia ou homofonia são dadas como a causa principal desse problema. Por isso mesmo não são con- jugados em determinadas formas. abundantes: verbo abundante é aquele que pos- sui mais de uma forma para determinada conjugação ou dois particípios. Elementos estruturais do verbo: 01. Radical: encerra a significação básica do verbo. AM (-AR), FAZ (-ER), PART (-IR) 02. Tema: radical + vogal temática CANT + A = CANTA (tema) * São as seguintes as vogais temáticas: A - vogal temática da 1ª conjugação; E - vogal temática da 2ª conjugação; I - vogal temática da 3ª conjugação; O - vogal temática da 4ª conjugação. Assim, os verbos CANTAR, VENDER, PARTIR e PÔR têm como temas: - CANTA =(cantar) - VENDE =(vender) - PARTI =(partir) - PO =(pôr) 03. Desinências modo-temporais: indicam o tem- po e o modo. Observe os elementos em destaque, aqui apresentados, e, facilmente, você identificará em que tempo e modo o verbo estará sendo usado. A seguir, os verbos paradigmas das três conjuga- ções apresentados em todos os seus tempos e modos. –VA– indica o pretérito imperfeito do indicativo da primeira conjugação. canta-VA cantá-VA-mos canta-VA-s cantá-VE-is (desinência -VE) canta-VA canta-VA-m –IA– caracteriza o pretérito imperfeito do indicati- vo da segunda e terceira conjugações. vend-IA part-IA vend-IA-s part-IA-s vend-IA part-IA vend-ÍA-mos part-ÍA-mos vend-ÍE-is (desin. E) part-ÍE-is (desin. -IE) vend-IA-m part-IA-m –RA– identifica o mais-que-perfeito do indicativo de qualquer conjugação. canta-RA vende-RA parti-RA canta-RA-s vende-RA-s parti-RA-s canta-RA vende-RA parti-RA cantá-RA-mos vendê-RA-mos partí-RA-mos cantá-RE-is vendê-RE-is partí-RE-is canta-RA-m vende-RA-m parti-RA-m Obs.: Na segunda pessoa do plural a desinência é -RE- –RA e –RE– apontam o futuro do presente do indi- cativo de qualquer conjugação. canta-RE-i vende-RE-i parti-RE-i canta-RÁ-s vende-RÁ-s parti-RÁ-s canta-RÁ vende-RÁ parti-RÁ canta-RE-mos vende-RE-mos parti-RE-mos canta-RE-is vende-RE-is parti-RE-is canta-RÃ-o vende-RÃ-o parti-RÃ-o –RIA– caracteriza o futuro do pretérito do indicati- vo de qualquer conjugação. canta-RIA vende-RIA parti-RIA canta-RIA-s vende-RIA-s parti-RIA-s canta-RIA vende-RIA parti-RIA canta-RÍA-mos vende-RÍA-mos parti-RÍA-mos canta-RÍE-is vende-RÍE-is parti-RÍE-is canta-RIA-m vende-RIA-m parti-RIA-m Obs.: Na 2ª pessoa do plural, a desinência é -RIE. –E– indica o presente do subjuntivo da primeira conjugação. cant-E cant-E-mos cant-E-s cant-E-is cant-E cant-E-m –A– indica o presente do subjuntivo da segunda e da terceira conjugação. vend-A part-A vend-A-s part-A-s vend-A part-A vend-A-mos part-A-mos vend-A-is part-A-is vend-A-m part-A-m –SSE– caracteriza o pretérito imperfeito do subjun- tivo de qualquer conjugação. canta-SSE vende-SSE parti-SSE canta-SSE-s vende-SSE-s parti-SSE-s canta-SSE vende-SSE parti-SSE cantá-SSE-mos vendê-SSE-mos partí-SSE-mos cantá-SSE-is vende-SSE-m parti-SSE-m –R– indica o futuro do presente do subjuntivo e também o infinitivo de qualquer conjugação. Página | 18 Língua Portuguesa (Prof. Marcelo Pimentel) infinitivo canta-R vende-R parti-R futuro do subjuntivo canta-R vende-R parti-R canta-R-es vende-R-es parti-R-es canta-R vende-R parti-R canta-R-mos vende-R-mos parti-R-mos canta-R-des vende-R-des parti-R-des canta-R-em vende-R-em parti-R-em FLEXÃO VERBAL É o estudo das variações do verbo quanto as suas flexões que podem variar em: número, pessoa, tempo, modo e voz. a) Número e Pessoa O verbo pode referir-se a um único ser ou a mais de um. No primeiro caso, dar-se-á no singular; no segundo, no plural. Essa indicação de número é sempre acompa- nhada pela indicação da pessoa objeto do verbo. Quanto à pessoa, o verbo flexiona-se em três pesso- as: * primeira - é aquela que fala: eu (no singular) / nós (no plural); * segunda - é aquela com quem falamos: tu ou vo- cê (no singular) / vós ou vocês (no plural); * terceira - é aquela de quem falamos: ele ou ela (no singular) / eles ou elas (no plural) Ex.: A conjugação do verbo pensar no presente do indicativo é: singular plural 1ª pessoa: eu penso nós pensamos 2ª pessoa: tu pensas vós pensais você pensa vocês pensam 3ª pessoa: ele pensa eles pensam ela pensa elas pensam Obs.: * O pronome informal você e os informais (prono- mes de tratamento) o senhor, a senhora, Vossa Senho- ria, etc. por tratar-se da pessoa com quem se fala, são considerados da 2ª pessoa do singular. Quando no plural, vocês, os senhores, as senhoras, Vossas Senhorias, etc. vão para a 2ª pessoa do plural. Ex.: Você é bonita Vocês são bonitas O senhor é o líder. Os senhores são os líderes * Quando vós se refere a uma só pessoa, indica sin- gular apesar de tomar a flexão plural. Ex.: Senhor, vós que sois todo poderoso, ouvi mi- nha prece. * Na linguagem do dia a dia, utiliza-se com fre- quência a forma a gente como pronome (no lugar de NÓS), o que não é aceito pela norma culta. Neste caso, o verbo deve permanecer na terceira pessoa do singular. Ex.: A gente apanha mas sempre acredita nos polí- ticos. b) Tempos e Modos Os tempos Indicam o momento em que ocorre o fato expresso pelo verbo. São eles: * presente – expressa um acontecimento que ocor- re no momento da fala. (estudo, estudas, estuda, etc.) * pretérito – expressa um fato ocorrido num mo- mento anterior ao da fala. Subdivide-se em: pretérito perfeito: denota ação completa, plena- mente realizada. (Fiz a prova - Trabalhei naquela empre- sa.) pretérito imperfeito: denota ação incompleta ou interrompida no momento da fala. (Pensava na Hélia, enquanto fazia a prova.) pretérito mais-que-perfeito: denota ação anterior a outra ação também passada. (Quando o resultado da prova saiu, João aprendera a lição.) * futuro – expressa um fato que está por vir, poste- rior ao momento da fala. Subdivide-se em: futuro do presente: denota uma ação posterior. (Farei a prova no menor tempo. - Serás um funcionário competente.) futuro do pretérito: denota uma ação posterior relacionado a outra já passada. Geralmente a segunda ação é dependente da primeira e inclui uma condição. (Estaria trabalhando se tivesse um padrinho) Os modos * Indicam as diferentes maneiras de um fato reali- zar-se. São três: indicativo, subjuntivo e imperativo * Situam a época ou o momento em que se verifica o fato. * Estão sempre associados à indicação do tempo, ou seja, a expressão da atitude da pessoa do verbo está inti- mamente ligada ao tempo da ocorrência do fato. Veja- mos: O MODO INDICATIVOExprime um fato certo, positivo: Chegamos muito tarde. Tempos do indicativo 01. O presente enuncia um fato como atual. Sou o galã, as garotas adoram-me. 02. O pretérito imperfeito apresenta o fato como an- terior ao momento atual, mas ainda não-concluso no momento passado a que nos referimos. Eu era o galã, as garotas adoravam-me. Saía sempre que meus pais permitiam . 03. O pretérito perfeito diz um fato já concluso, em época passada. Página | 19 Língua Portuguesa (Prof. Marcelo Pimentel) Fui um galã, as garotas adoraram-me. 04. O pretérito mais-que-perfeito expressa um fato anterior a outro fato que, também, é passado. Quando cheguei à estação, o trem já partira. "cheguei" = fato passado. "partira" = fato passado, anterior ao pri- meiro fato. Fui para ver se ainda salvava alguma coisa, mas a enchente já arrastara tudo. 05. O futuro do presente diz um fato que deve reali- zar-se num tempo vindouro, com relação ao momento presente. Serei milionário, comprarei um arranha-céu, viverei folgadamente. - Viajaremos pelo Brasil. - Conquistarei o prêmio cobiçado. 06. O futuro do pretérito expressa um fato posterior com relação a outro fato já passado. Frequentemente, o outro fato já passado é dependente do primeiro e inclui uma condição. Ganharíamos o prêmio se tivéssemos feito um preparo físico adequado. "ganharíamos" = fato posterior "tivéssemos feito" = fato passado, de- pendente do primeiro e inclui condição. O MODO SUBJUNTIVO Exprime fato possível, hipotético ou duvidoso. Ex.: Talvez, sejas aprovado. Tempos do subjuntivo 01. O presente traduz uma ação subordinada a ou- tra, e que se desenvolve no momento atual. Expressa dú- vida, possibilidade, suposição. Supões que sejam eles os prisioneiros? Pode bem ser que o colega te passe a perna. Deixe de estudar e você verá. 02. O pretérito imperfeito diz uma ação passada, mas posterior e dependente de outra ação passada. O professor receou que eu desistisse. receou = ação passada desistisse = ação passada, mas posterior e dependente da primeira. Eu duvidava (ação passada) que ele fizesse a viagem (ação passada, mas posterior e dependente da primeira). 03. O futuro expressa ação vindoura – condicional, temporal ou conformativa – dependente de outra ação, também, futura. Quando se esgotarem todos os recursos, apelaremos ao presidente. Se for preciso, nós te ajudaremos. Faremos como julgarmos melhor. O MODO IMPERATIVO O imperativo expressa ordem, conselho, pedido. Vai para fora. Não sejam amolantes. Conduza o carro atentamente. * Obs.: Deixe de lado a preocupação em decorar conceitos quanto aos tempos verbais. Procure, antes de tudo, a prática constante. FORMAS NOMINAIS DO VERBO São o INFINITIVO, o GERÚNDIO e o PARTICÍ- PIO, assim denominados porque têm função de nomes: INFINITIVO = SUBSTANTIVO GERÚNDIO = ADJETIVO PARTICÍPIO = ADVÉRBIO * Infinitivo No infinito, os verbos podem ser: 01. Infinitivo impessoal: enuncia a significação do verbo de modo inteiramente vago. É o nome do verbo: (cantar, vender, partir, etc.). 02. Infinitivo pessoal: é o infinitivo ligado às pes- soas do discurso. Na primeira e na terceira pessoas do singular não apresenta flexão ou terminação; nas demais, diz-se infinitivo flexionado, por apresentar terminação; número-pessoal: cantar (eu), cantares, cantar (ele), can- tarmos, cantardes, cantarem. * Gerúndio No gerúndio, o verbo funciona como adjetivo ou como advérbio. Vi a menina chorando. (função de adjetivo) Estudando (função de advérbio), venceremos o concurso. * Particípio No particípio, o verbo é empregado na formação dos tempos compostos; fora disso, é verdadeiro adjetivo (chamado "adjetivo verbal"), devendo ser flexionado, como adjetivo, em gênero, número e grau. Estudadas as lições, fizemos as provas. LOCUÇÃO VERBAL A locução verbal é uma expressão formada por ver- bo auxiliar + verbo principal. Observe as locuções verbais nas orações a seguir: Letícia acabou de chegar. Buscamos encontrar uma solução. Não consegui falar direito. Costuma chegar tarde. Desejamos examinar a batalha. Hei de vencer a batalha. Temos de achar uma solução. Vínhamos insistindo nisso há muito tempo. Página | 20 Língua Portuguesa (Prof. Marcelo Pimentel) Note que, quando houver desdobramento do infini- tivo (2º verbo), não haverá locução verbal: O aluno finge entender o assunto. - finge entender = finge que entende Espero achar uma solução. - Espero achar = Espero que eu ache. Obs.: O verbo parecer, quando anteposto a infiniti- vo, formará com ele uma locução verbal, embora seja possível o desdobramento do infinitivo. Ex.: Denise e Célia pareciam gostar da brincadeira. Rosângela parece querer um doce. c) Vozes verbais Voz do verbo é a forma que o verbo assume para indicar que a ação verbal é praticada ou recebida pelo su- jeito. São três: ativa, passiva e reflexiva. 1. Voz ativa: o sujeito pratica a ação verbal. O inimigo sitiou a cidade. Nós fomos à feira. Observe que o sujeito (o inimigo e nós) pratica a ação, é chamado sujeito agente. 2. Voz passiva: o sujeito sofre a ação verbal. Joãozinho foi castigado pelo professor. A ponte fora construída por hábil engenheiro. Observe que o sujeito (Joãozinho) recebe a ação de castigar, por isso é chamado sujeito paciente, assim co- mo A ponte. a) passiva analítica, com um dos auxiliares ser, es- tar, ficar, seguidos do particípio do verbo que se quer apassivar. O soldado foi morto pelo inimigo. Eles estão cercados pelos guardas. A sala ficará ocupada por nós. b) passiva pronominal, com um verbo transitivo di- reto acompanhado do pronome apassivador se. Dá-se terra para plantio. Alugam-se casas. 3. voz medial: a pessoa do sujeito pratica e, ao mesmo tempo, sofre a ação verbal. Subdivide-se em: a) reflexiva: quando só houver um ser envolvido na ação. Maria penteou-se. O menino machucou-se. b) recíproca: quando houver dois ou mais seres en- volvido na ação. Os vizinhos ofendiam-se. Os lutadores esmurravam-se. A voz medial é a combinação da voz ativa com o pronome oblíquo átono da mesma pessoa do sujeito: eu me lavo, tu te lavas, ele se lava, nós nos lavamos, vós vos lavais, eles se lavam. O pronome oblíquo átono fun- ciona como objeto que "reflete" a pessoa do sujeito. VERBOS REGULARES E IRREGULARES – Regulares: conservam o mesmo radical em toda a conjugação, em relação à fala, não em relação à escrita. cantar, amar, vender, bater, partir, aplaudir. – Irregulares: apresentam variações no radical ou nas flexões ou em ambas simultaneamente (em relação à fala). dar, odiar, passear, crer, dizer, perder, querer, valer, acudir, aderir, agredir, despir, mentir, pedir, etc. * Vimos há pouco a conjugação completa dos ver- bos regulares tomados como modelo. Formas Rizotônicas e Arrizotônicas Em algumas formas verbais, o acento tônico incide no radical; noutras, na terminação. As primeiras cha- mam-se RIZOTÔNICAS; as últimas, ARRIZOTÔNI- CAS. Veja: VENDO (acento tônico no radical -VEND - rizotô- nica); VENDERÁ (acento tônico fora do radical - RÁ - arrizotônica). Examine o Modelo: cant-o (rizotônica) cant-e (rizotônica) cant-as (rizotônica) cant-es (rizotônica) cant-a (rizotônica) cant-e (rizotônica) cant-amos (arrizotônica) cant-emos (arrizotônica) cant-ais (arrizotônica) cant-eis (arrizotônica) cant-am (rizotônica) cant-em (rizotônica) Irregulares Verbos em -GUAR- tomado como modelo o verbo AGUAR. Observe as duas maneiras de empregá-lo. PRES. DO INDICATIVO IMPERATIVO AFIRMATIVO PRES. DO SUBJ. IMPERATIVO NEGATIVO águo águem águas água tu águes não águes água águe você águe não águe aguais aguai vós agueis não agueis águam águem vocês águem não águem * O modelo acima é seguido pordesaguar, enxa- guar e minguar. Não obstante, os verbos "apaziguar" e "averiguar" têm sempre o "-u-" tônico nas rizotônicas. Obs.: O pronome “nós”, por representar o falante, não pode ser incluso nos imperativos. Página | 21 Língua Portuguesa (Prof. Marcelo Pimentel) A maioria das irregularidades dos verbos encontra- se nas formas rizotônicas. Por exemplo: os verbos em EAR são irregulares, apenas nas formas rizotônicas, nas quais recebem um "i" eufônico. (Ex.: passeio - passeias - passeia - passeiam). Passeamos e passeais são formas ar- rizotônicas. O mesmo, no subjuntivo presente e na 2ª pessoa do imperativo. Os verbos em IAR são regulares com exce- ção de: M ediar A nsiar R emediar I ncendiar O diar Nesses verbos, a irregularidade consiste num "E" acrescido ao radical, nas formas rizotônicas. Mais irregulares, com aspectos que nos interessam: PEDIR PRES. DO INDICATIVO IMPERATIVO AFIRMATIVO PRES. DO SUBJ. IMPERATIVO NEGATIVO peço peça pedes pede tu peças não peças tu pede peça você peça não peça você Pedis pedi vós peçais não peçais vós Pedem Peçam vocês peçam não peçam vocês “Pedir” apresenta variação no radical da primeira pessoa do singular do presente do indicativo e nas for- mas derivadas. O mesmo ocorre com os verbos desim- pedir, expedir, impedir e medir. Abrimos parênteses para uma observação sobre a formação do imperativo. Note que o mesmo é formado do presente do subjuntivo, com exceção apenas das 2as pessoas (do singular e do plural) do imperativo afirmati- vo. Segundas pessoas do imperativo afirmativo - retira- das do presente do indicativo sem o S. TU PEDES : PEDE TU VÓS PEDIS : PEDI VÓS SAIR PRES. DO INDICATIVO IMPERATIVO AFIRMATIVO PRES. DO SUBJ. IMPERATIVO NEGATIVO saio saia sais sai tu saias não saias tu sai saia você saia não saia você saís saí vós saiais não saiais vós saem saiam vocês saiam não saiam vocês Obs.: pelo modelo "sair”, conjugam-se: cair, decair, descair, recair, sobressair, trair, abstrair, atrair, distrair, retrair, extrair, subtrair, etc. O Verbo com Pronomes Oblíquos (O, A, OS, AS). Os pronomes O, A ,OS, e AS não são reflexivos. Quando empregados após a forma verbal, modificam-se conforme o final do verbo: Se o verbo terminar por vogal ou ditongo oral, em- pregamos, sem qualquer alteração: -o, -a, -os, -as. tenho-o, amo-a, ajudou-as, traga-as, etc. Se a forma verbal terminar por -R, -S ou -Z, essas consoantes caem e empregamos as formas -lo, -la, -los, - las. Com o final R: amar + o = amá-los; vender + a = vendê-la; Com o final S: fazeis + o = fazei-lo; amamos + os = amamo-los; Com o final Z: faz + as = fá-las; diz + o = di-lo. Se a forma verbal terminar por nasal (-AM, -EM, - ÃO, -ÕE), os pronomes o, a, os e as, devem vir precedi- dos de um "-N-" eufônico: -no, -na, -nos, -nas. amam + o = amam-no; dizem + a = dizem-na; pões + os = põe-nos; dão + as = dão-nas. Obs.: As formas átonas objetivas indiretas me, te, lhe, lhes, nos e vos, vistos no caso anterior, podem com- binar-se com as objetivas diretas o, a, os e as: me + o = mo; te + o = to; lhe + o = lho; nos + o = no-lo; vos + o = vo-lo; lhes + o = lhos. Ex.: O colega enviou o livro a mim. = O colega enviou-mo. O duplo particípio em alguns verbos Há verbos que apresentam duas ou mais formas de igual valor e função. São chamados verbos abundantes (ex.: ele constrói ou ele construi; comprazi ou comprou- ve, entopes ou entupes, vamos ou imos, etc.). Entretanto, é no particípio que mais encontramos formas duplas e mesmo triplas, uma regular e a outra ou as outras irregulares. Ex.: VERBO PARTICÍPIO REGULAR PARTICÍPIO IRREGULAR aceitar aceitado aceito entregar entregado entregue expulsar expulsado expulso pegar pegado pego salvar salvado salvo soltar soltado solto acender acendido aceso suspender suspendido suspenso imprimir imprimido impresso submergir submergido submerso Observe a regra para o emprego do particípio: * As formas regulares são empregadas, na voz ati- va, com os auxiliares (particípio -do) "ter" ou "haver". – O caçador havia matado o leão. – O vigário teria benzido a beata. Página | 22 Língua Portuguesa (Prof. Marcelo Pimentel) * As formas irregulares são usadas, na voz passiva, com os auxiliares “ser”, “estar”, “ficar”, “continuar” e “permanecer”. – O leão foi morto pelo caçador. – A beata estava benta pelo vigário. Obs.: As formas regulares "ganhado", "gastado" e "pagado" são evitadas na língua culta. Diga-se: "ganho", "gasto" e "pago" com qualquer auxiliar. DEFECTIVO Defectivo é o verbo cuja conjugação não é comple- ta. As formas ausentes são rejeitadas por motivos de eu- fonia. Vejamos alguns exemplos: ABOLIR REAVER PRESENTE DO INDICATIVO PRESENTE DO INDICATIVO aboles abole abolimos reavemos abolis reaveis abolem VERBOS DE DIFÍCIL CONJUGAÇÃO a) FALIR, ESBAFORIR, FLORIR, ESPAVORIR – Grupo de verbos da 3ª conjugação que só são conjugados nas formas onde apareça "-i" depois do radical. b) COLORIR, ABOLIR, BANIR, RUIR, ESCUL- PIR, DEMOLIR – Grupo de verbos da 3ª conjugação que rejeita as formas terminadas em "-o" ou em "-a". c) PRECAVER – Só é conjugado nas formas arrizo- tônicas. Não possui, então, as pessoas do singular e a 3ª pessoa do plural do presente do indicativo; não possui o presente do subjuntivo. Pretérito Perfeito - precavi, pre- caveram, precaveu, precavemos, precavestes. d) REAVER (re + haver) – Só é conjugado nas formas em que o verbo HAVER apresenta a letra "v". PRESENTE DO INDICATIVO HAVER REAVER hei – hás – há – havemos reavemos haveis reaveis hão – PRETÉRITO PERFEITO HAVER REAVER houve reouve houveste reouveste houve reouve houvemos reouvemos houvestes reouvestes houveram reouveram e) PRAZER – Só é conjugado na 3ª pessoa do sin- gular e na 3ª pessoa do plural: praz/prazem, prazia/ praziam, prouve/prouveram, prazerá/prazerão. f) APRAZER e COMPRAZER – São verbos irregu- lares. Variam no radical e nas desinências. PRES. IND. PRET. PERFEITO aprazo aprouve aprazes aprouveste apraz aprouve aprazemos aprouvemos aprazeis aprouveste aprazem aprouveram g) PROVER – Conjuga-se como o verbo ver, exce- to no pretérito perfeito e seus derivados, em que é regu- lar. Pretérito Perfeito: provi, proveste, proveu, prove- mos, provestes, proveram. h) REQUERER – Verbo irregular. Não se conjuga como QUERER. PRES. IND. PRET. PERF. requeiro requeri requeres requereste requer (e) requereu requeremos requeremos requereis requerestes requerem requereram i) CRER – Verbo irregular. Varia no radical e nas desinências. PRES. IND. PRET. PERF. PRET. IMP. IND. creio cri cria crês creste crias crê creu cria cremos cremos críamos credes crestes críeis crêem creram criam ANÔMALO Anômalo é o verbo que apresenta muitos radicais. São anômalos os verbos SER, IR e PÔR. SER somos, éramos, fomos... IR vamos, íamos, fomos... PÔR pomos, púnhamos, pusemos ********************************************* PRONOMES Pronome é a palavra que substitui ou modifica um nome. Página | 23 Língua Portuguesa (Prof. Marcelo Pimentel) Ela chegou tarde. Minha avó faleceu aos 90 anos. Sintaticamente os pronomes podem desempenhar as mesmas funções desempenhadas pelos substantivos e pe- los adjetivos. Servem pois: a) para representar um substantivo. São os pro- nomes substantivos: “Invejava os homens e copiava-os” b) para acompanhar um substantivo, determi- nando-lhe a extensão do significado – São os pronomes adjetivos: “Vi terras de minha terra, Por outras terras andei, No meu olhar fatigado Foram terras que inventei.” Há sete
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