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DESCRIÇÃO A Educação Física na Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e sua estruturação na educação infantil e nos anos iniciais do ensino fundamental. PROPÓSITO Reconhecer a área de Educação Física como especialidade e componente curricular na educação infantil e nos primeiros anos do ensino fundamental, a partir da Base Nacional Comum Curricular, o que é fundamental para a futura atuação na Educação Física escolar. OBJETIVOS MÓDULO 1 Identificar os princípios pedagógicos da educação infantil e suas relações com a Educação Física MÓDULO 2 Reconhecer a Educação Física na educação infantil a partir da BNCC, suas finalidades, atividades e referências para o planejamento de ensino MÓDULO 3 Analisar a Educação Física nas séries iniciais do ensino fundamental, segundo a BNCC MÓDULO 1 Identificar os princípios pedagógicos da educação infantil e suas relações com a Educação Física INTRODUÇÃO A educação é um processo social que está presente em todos os grupos sociais, em qualquer tempo e lugar, seja em grupos humanos menores e mais tradicionais (povos originários), seja em grandes civilizações modernas. Embora a educação seja considerada um processo contínuo ― pois as mudanças são contínuas ―, o conceito tradicional ou generalizado é que ela é a maneira pela qual se realiza a transmissão cultural entre gerações (ABBAGNANO, 2007, p. 306), na qual se inserem: As linguagens Os valores Os códigos de conduta Os rituais As habilidades necessárias à sobrevivência As formas de relacionamento social Outra compreensão de educação igualmente utilizada é a de sua correlação com a socialização, que significa capacitar indivíduos para viverem em sociedade. O conceito de educação também está associado à escolarização, que é o processo de educação institucionalizado pela escola. A educação, portanto, é um processo complexo que possui várias instâncias (por exemplo: família, comunidades, grupos sociais, escola e trabalho) e que adquire variadas formas e funções específicas, dependendo do contexto. A escola, que é a instituição social destinada ao processo formal de educação nas sociedades modernas, apresenta diferentes níveis e formas de organização próprias. No Brasil, a educação escolar está organizada em educação básica e educação superior, conforme o quadro abaixo. EDUCAÇÃO ESCOLAR NO BRASIL Educação básica Educação superior Educação infantil Ensino fundamental Ensino Médio Quadro: Educação escolar no Brasil. Elaborado por Guilherme Borges. A educação infantil, assunto central deste conteúdo, é considerada a primeira etapa da educação básica e “tem como finalidade o desenvolvimento integral da criança de até 5 (cinco) anos, em seus aspectos físico, psicológico, intelectual e social, complementando a ação da família e da comunidade” (BRASIL, 2013). A educação infantil é oferecida em creches, para crianças de até três anos de idade; e em pré- escolas, para crianças de quatro anos e cinco anos de idade. Nessa etapa de ensino, o corpo e o movimento se apresentam como aspectos muito importantes no processo educacional. A partir de agora, vamos identificar os princípios pedagógicos da educação infantil e suas relações com a Educação Física. Para tanto, é necessário que conheçamos um pouco mais da história da educação infantil e das suas mudanças, da sua implantação no Brasil, chegando até o momento atual. ORIGENS DA EDUCAÇÃO INFANTIL NA SOCIEDADE MODERNA Educar as crianças menores sempre foi uma preocupação de todos os grupos sociais em qualquer tempo da história, ainda que sempre tenha havido diferentes processos e perspectivas. Durante séculos, a educação das crianças menores foi atribuição das famílias, particularmente das mães. Nas civilizações mais antigas e desenvolvidas, como na Grécia dos filósofos Platão e Aristóteles e na antiga Roma, já havia uma preocupação clara com a pedagogia para as crianças menores e com a organização de princípios educacionais. A educação infantil, como pedagogia sistematizada e escolarizada, contudo, surge junto à modernidade ocidental, na Europa, a partir do século XVII. Nessa época, a infância passa a ser entendida como um período especial da vida do ser humano, que merece atenção especial devido à fragilidade da criança. Ocorre uma ruptura com o pensamento tradicional, que considerava a criança apenas como um adulto em formação. A partir de então, entendeu-se que a criança deve ser tratada diferentemente do adulto. Vários pensadores, pedagogos e filósofos começam a propor princípios, sistemas, regimes e práticas educacionais, com uma atenção particular para a educação das crianças menores. VOCÊ SABIA Comenius, Rousseau, Pestalozzi, Oberlin e Froebel são pensadores e pedagogos que vão se dedicar à educação delas (RIZZO, 1992). Assim, consolida-se a ideia de se considerar a criança como um ser com características próprias e que deve ser tratado de acordo com suas necessidades. Na Europa do século XIX, começam a ser criadas instituições específicas para a educação infantil, com espaços, pessoas e processos pedagógicos próprios. O desenvolvimento da educação infantil nessa época estava diretamente associado ao crescimento das indústrias e das cidades, que impuseram um novo modo de vida à população, com novas possibilidades, mas também com novas necessidades sociais e humanas. Imagem: Shutterstock.com Friedrich Froebel (1782-1852) foi um pedagogo que influenciou definitivamente a educação infantil, sendo considerado por muitos como a principal influência para a sua consolidação. Ele cria o primeiro jardim da infância na Alemanha, em 1837, para atender crianças de 3 a 7 anos de idade. Sua pedagogia, centrada na criança e cujas atribuições ao jogo e às atividades de cooperação possuíam importância destacada, visava à educação integral da infância. Sua obra se torna modelo para a pedagogia infantil, servindo de base para inúmeras propostas pedagógicas no mundo ocidental, chegando inclusive ao Brasil no início do século XX, onde vai se desenvolvendo ao longo dos anos (LEMOS, 2019). EDUCAÇÃO INFANTIL NO BRASIL A educação infantil no Brasil ganha espaço formal como preocupação de Estado no final da Monarquia e início da República. O desenvolvimento econômico, social e urbano requer que sejam criados espaços adequados às crianças, sejam crianças órfãs, filhos de operárias ou crianças da elite. No século XIX, foram criadas instituições filantrópicas, as primeiras creches para filhos de operárias e os primeiros jardins de infância, incialmente com o propósito de proteção à criança e com finalidades médico-higienistas. A partir da terceira década do século XX, educadores como Anísio Teixeira, Lourenço Filho e Heloísa Marinho se empenharam em inserir a educação para a “idade pré-escolar” visando à modernização educacional, com base na ciência da pedagogia da Escola Nova. Esses educadores foram importantes também para a formação de professoras especialistas para essa etapa de ensino, contribuindo para a criação de escolas de formação de professoras. É importante registrar que as primeiras instituições de atenção à criança contavam com o apoio de setores jurídico, médico e religioso, que apresentavam, cada um deles, suas justificativas (LEMOS, 2019) e que foram sendo incorporadas progressivamente à sociedade da época. Essas instituições voltadas para as crianças apresentavam orientação de cuidados com a saúde e com a função de guarda. O higienismo, um movimento social originário da Europa, passa a ser a principal referência para os cuidados com a infância. De acordo com esse movimento, a população de uma nação era um bem a ser preservado, um valor importante para o seu desenvolvimento (GÓIS JR. e LOVISOLO, 2005). Amparado pelas novas descobertas da Medicina, como a vacinação, por exemplo, o higienismo visava à saúde coletiva e se preocupava com a criação de normas de conduta pessoal e com o desenvolvimento de hábitos higiênicos que contribuíssem para a manutenção da saúde.Surgem, nesse contexto, as primeiras instituições sociais de apoio à infância e às mães de crianças pequenas, pois o risco de abandono pelas mães mais pobres era real. As instituições públicas e religiosas tomariam para si a obrigação de cuidar das crianças que tivessem esse destino. Ao mesmo tempo, a mulher começa a ingressar no mercado de trabalho, em fábricas e em outras tarefas fora de casa, e as instituições assumem a função de guarda e de cuidado dessas crianças. Desse embrião, começa a se formar a “pré-escola” no início do século XX, agora já com função pedagógica, os chamados jardins de infância. Ao longo do tempo, são formulados os aspectos normativos da educação infantil, culminando com os documentos atualmente em vigor: Estatuto da Criança e do Adolescente Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) Referenciais Curriculares Nacionais de Educação Infantil Diretrizes Curriculares Nacionais de Educação Infantil Plano Nacional de Educação (PNE) Base Nacional Curricular Comum Planos estaduais e municipais de educação ATENÇÃO Esse conjunto de documentos garante o direito à educação, orienta pedagogicamente e normatiza a oferta educacional no país, nos estados e nos municípios. PEDAGOGIA DA EDUCAÇÃO INFANTIL No Brasil, atualmente, a educação para a primeira infância se tornou um direito assegurado pela Constituição Federal de 1988. Nesse cenário, a educação infantil torna-se obrigatória a partir dos quatro anos de idade. Os cuidados com a criança passam formalmente a ser tratados a partir de uma perspectiva pedagógica e escolarizada, acompanhando uma tendência nacional e internacional, que reconhece que a criança é um cidadão que deve ter seus direitos garantidos pela sociedade, destacando-se, além da educação, a saúde, o convívio familiar e o convívio social. A LDB de 1996 passa a definir a educação infantil como a primeira etapa da educação básica, organizada da seguinte forma: Creches ou equivalentes para crianças até três anos de idade Pré-escola para crianças de quatro a seis anos de idade O acompanhamento pedagógico deve ser feito por meio de registro do desenvolvimento das crianças, e a jornada deve ter o mínimo de quatro horas, podendo alcançar sete horas para o atendimento integral. Na organização da educação infantil, é importante ressaltar que a família é a instância privilegiada para a educação e o desenvolvimento infantil. A base da pedagogia da educação infantil está na centralidade da criança, nas suas características e nas suas necessidades emocionais, físicas, sociais e cognitivas, em que o corpo, o movimento e o jogo têm lugar destacado. JEAN PIAGET Um dos estudos que contribuiu incisivamente para o desenvolvimento da pedagogia da educação infantil foi o do biólogo e psicólogo suíço Jean Piaget (1896-1980), que reconheceu que o conhecimento era um processo de construção efetivado pelo próprio sujeito (a criança) a partir da sua interação com o meio em que vive, isto é, em interação com o mundo físico e social. Dessa forma, o conhecimento não era produto somente das características intrínsecas da criança, mas sim das interações. Nesse aspecto, a qualidade das experiências da criança passa a ser crucial para o seu desenvolvimento. Piaget propõe, então, uma teoria de estágios de desenvolvimento da inteligência e uma teoria do desenvolvimento moral-social, também em estágios. Veja a primeira no quadro a seguir. Foto: Ensaio publicado pela Universidade de Michigan / Wikimedia Commons / CC0 License FASE I Sensório-motora (do nascimento aos 2 anos) A criança, neste período, organiza as suas percepções, forma alguns hábitos e inicia o desenvolvimento da linguagem. O movimento é funcional, sendo instrumento importante para explorar e reconhecer o mundo dos objetos e para se expressar. FASE II Do pensamento pré-operacional (2 a 7 anos) Com o desenvolvimento da linguagem e da ampliação progressiva do vocabulário, a criança se torna capaz de compreender o mundo e a si mesma. Essa fase também é denominada de período simbólico, pois a criança, nesta idade, é capaz de representar, imaginar e simular situações do dia a dia. Ela pensa, movimenta-se, explora e se expressa. O movimento ainda precede a compreensão das coisas. A criança precisa experimentar para conhecer. FASE III Das operações concretas (7 a 11 anos) Nesta fase, ocorre uma importante mudança na forma de ver o mundo. A criança passa de um estado de autocentração, em que acredita ser o centro do mundo e que todas as coisas existem em função de suas necessidades, para uma condição de intensas trocas e de grandes interações com o outro. Os processos cooperativos e sociais se consolidam e o raciocínio lógico começa a se manifestar. Quanto ao corpo e ao movimento, a criança vai atingir o estágio maduro da fase dos movimentos fundamentais (GALLAHUE e OZMUN, 2005), que irão se desenvolver concomitantemente com o raciocínio lógico e com a atividade social. FASE IV Das operações formais (11 anos em diante) Nesta fase, criança e adolescente demonstram possibilidades de raciocinar abstratamente, elaborando hipóteses, indo além da realidade concreta vivida. Quadro: Quatro fases ou períodos do desenvolvimento da inteligência em Piaget. Adaptado de Freire, 1994. A partir deste autor, as práticas pedagógicas tradicionais que se valiam de métodos de reprodução de hábitos e de saberes, nos quais a memorização é o elemento mais forte, passam a ser progressivamente substituídos pelos métodos de experimentação, pela interação e pela descoberta. Essa perspectiva veio a ser denominada de construtivismo. LEV VIGOTSKY As proposições do psicólogo e linguista russo Lev Vigotsky (1896-1934) também contribuíram bastante para as reflexões acerca da educação infantil. Assim como Piaget, Vigotsky entende que o meio social leva o indivíduo ao desenvolvimento. Sua proposta valoriza: A linguagem As atividades em grupo O relacionamento social Foto: Wikimedia Commons/ CC-BY-SA-3.0 A cultura e a história social do grupo ao qual a criança faz parte são o que define seu desenvolvimento, são o que permite que ela internalize as práticas culturais de seu grupo social, possibilitando o desenvolvimento dos processos psicológicos e cognitivos. As proposições de Piaget e Vigotsky coincidem no que diz respeito à experiência. Para Piaget, a experiência individual é importante; e para Vigotsky, a experiência social é destacada. Para Lev Vigotsky, aprendizagem e desenvolvimento são processos interligados e um conceito central de sua abordagem é a Zona de Desenvolvimento Proximal (ZDP), que pode ser entendida como a distância que existe entre aquilo que a criança sabe fazer com autonomia e aquilo que potencialmente poderá fazer com auxílio (ROLIM, GUERRA e TASSIGNY, 2008). Na prática, isso significa que a criança que é capaz de fazer algo de forma relativamente autônoma será capaz de fazer algo da mesma natureza, porém mais complexo, com ajuda, seja da professora, dos pais ou mesmo de seus colegas de escola. Esse conceito é importante para a educação infantil, pois as atividades coletivas e cooperativas passam a ser muito importantes para a aprendizagem e o desenvolvimento. Neste particular, o jogo, em geral, e o jogo motor, em particular, destacam-se como atividades muito adequadas, sendo o jogo o método privilegiado na educação infantil. As observações e teorias do desenvolvimento infantil propostas por Piaget, Vigotsky e outros estudiosos refletem-se nas Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação Infantil - DCNEI (BRASIL, 2010), quando estabelecem dois eixos de sustentação para as práticas pedagógicas na educação infantil: 1. As interações com pessoas (seus pares e adultos) e objetos em diferentes contextos e situações. Elas favorecem a ampliação do repertório cultural das crianças, potencializando as aprendizagens e o desenvolvimento. 2. As brincadeiras É brincando que as crianças representam o mundo e simulam as relações existentes, imitando, repetindo,transformando e ampliando suas experiências. CORPO, MOVIMENTO, JOGO E EDUCAÇÃO FÍSICA NA EDUCAÇÃO INFANTIL Observa-se que a criança, desde o nascimento, busca interagir com os mundos físico, natural e social para conhecê-los, e o primeiro canal de comunicação com esses mundos é o próprio corpo. É partir dos movimentos corporais que a criança começa a estabelecer suas relações com o mundo em que vive. Foto: Shutterstock.com O corpo e o movimento, ou ainda o ser em movimento, é um aspecto central na pedagogia da educação infantil. A Educação Física se insere, então, como uma prática pedagógica que possui inúmeros recursos que podem contribuir firmemente para o desenvolvimento das crianças em idade pré-escolar, em especial, por meio dos jogos e brincadeiras, pois a conduta sempre presente nas formas de interação da criança com o mundo e com os outros é a lúdica, a brincadeira, o jogo. O jogo e a brincadeira são o eixo norteador da educação infantil (BORRE e REVERDITO, 2019), uma vez que são as atividades principais das crianças e, ao mesmo tempo, conteúdo e método de ensino da Educação Física na educação infantil. Jogo é um conceito de difícil definição, dado que se manifesta de variadas formas. Contudo é possível compreendê-lo a partir de suas principais características. O historiador Johan Huizinga considera que o jogo é um estado natural do ser humano, e afirma que se trata de um estado de evasão da realidade e que apresenta características de desafio, tensão e incerteza (HUIZINGA, 2012; RETONDAR, 2007). Para caracterizar o jogo infantil, Christie (1991, apud KISHIMOTO, 1998) apresenta seis critérios para a compreensão do jogo: Não literalidade: é uma evasão da realidade e possui critérios de funcionalidade internos. Efeitos positivos: está associado ao gosto, ao prazer e à alegria. Flexibilidade: permite e facilita novas experiências, pois não segue um roteiro fixo. Prioridade no processo de brincar: tem fim em si mesmo, é autorrealizador; a criança quando brinca não se ocupa dos efeitos ou dos resultados que irá obter. Livre escolha: essencialmente é decisão voluntária do jogador. Controle interno: é conduzido e organizado pelos próprios jogadores, sendo eventualmente possível alterar regras e objetivos enquanto ocorre, desde que sejam de comum acordo. Podemos observar que o jogo é atividade livre, desinteressada e controlada pelos jogadores. Mas como propor um jogo nas aulas para a educação infantil, a partir das intencionalidades pedagógicas da professora ou do professor? Não seria a professora ou o professor quem controla o jogo? Kishimoto (1998) auxilia na compreensão do jogo educativo. A autora admite que a função lúdica (ou jogo essencial) coexista com a função educativa (jogo educativo). FUNÇÃO LÚDICA O jogo propicia a diversão, tem fim em si mesmo e é escolha voluntária. FUNÇÃO EDUCATIVA O jogo educativo “ensina qualquer coisa que complete o indivíduo”. Aparentemente, essas duas funções estariam em oposição, uma vez que os jogos propostos pela escola não são exatamente de livre escolha dos alunos e nem conduzidos por eles mesmos de forma autônoma, pois estariam relacionados a objetivos estabelecidos pelo professor ou pela professora. A função lúdica estaria, então, diminuída. Contudo, reconhecendo o valor pedagógico do jogo, caberá ao professor propor jogos e atividades lúdicas que articulem a função lúdica (o interesse do aluno) com a função educativa (o propósito da escola). A partir do jogo, em geral e, em particular, do jogo motor, é possível reconhecer o importante papel da Educação Física para a educação e o desenvolvimento das crianças até 5 anos de idade. A atividade lúdica, que é uma necessidade da criança, é também uma atividade pedagógica, se conduzida dessa forma pelos professores e professoras, que devem organizar o seu trabalho lançando mão de jogos motores que envolvam: Movimentos locomotores, como correr, saltar e rolar. javascript:void(0) javascript:void(0) Movimentos manipulativos, como arremessar, pegar, empilhar, arrastar e puxar. Movimento estabilizadores, como equilibra-se e girar. Foto: Shutterstock.com DICA Professores e professoras de Educação Física devem ainda utilizar os jogos simbólicos e de dramatização, os brinquedos cantados e as cantigas de roda, pois favorecem tanto a interação com as outras crianças, como a criatividade e a imaginação, que são fatores essenciais para o desenvolvimento social, cognitivo e emocional infantil. PRINCÍPIOS PEDAGÓGICOS DA EDUCAÇÃO INFANTIL E SUAS RELAÇÕES COM A EDUCAÇÃO FÍSICA O especialista Guilherme Pacheco apresentará um resumo do módulo, dando ênfase à aplicação da Educação Física na educação infantil. VERIFICANDO O APRENDIZADO 1. A EDUCAÇÃO INFANTIL, COMO CONHECEMOS AGORA, DESENVOLVEU-SE NA SOCIEDADE MODERNA, URBANA E INDUSTRIALIZADA. ESSA SOCIEDADE, DIFERENTE DAS SOCIEDADES RURAIS, PASSOU A APRESENTAR NECESSIDADES QUE NÃO HAVIA NO CAMPO, UMA VEZ QUE, NAS CIDADES, O RITMO DE VIDA ERA DITADO PELA INDÚSTRIA E PELO COMÉRCIO. AS PESSOAS MUDARAM O SEU MODO DE VIDA, OS ESPAÇOS DE CONVÍVIO SE MODIFICARAM, ASSIM COMO AS CONDIÇÕES SANITÁRIAS, E AS PESSOAS ASSUMIRAM UM NOVO MODO DE TRABALHO, QUE PASSOU A INCLUIR TAMBÉM AS MULHERES MÃES. QUAIS AS PRINCIPAIS FUNÇÕES DA EDUCAÇÃO INFANTIL NO INÍCIO DE SUA IMPLANTAÇÃO NO BRASIL? A) Disciplinadora e de guarda para as crianças da elite B) De guarda e médico-higienista C) Pedagógica e disciplinadora D) Orientadora das famílias e de promoção da saúde E) Pedagógica e de guarda 2. O CORPO E O MOVIMENTO CONFIGURAM-SE COMO UM DOS CAMPOS DE EXPERIÊNCIA NA EDUCAÇÃO INFANTIL. ELES SÃO IMPORTANTES NESTA FASE DA EDUCAÇÃO BÁSICA PORQUE: A) É uma experiência exclusiva para o desenvolvimento motor. B) É uma experiência lúdica, na qual a criança dispersa energia e preserva a saúde. C) É por meio do corpo e do movimento que a criança explora o mundo e passa a conhecê-lo e conhecer a si mesma. D) É por meio do corpo e do movimento que a criança aprende a ser disciplinada e obediente. E) É uma experiência natural e as aprendizagens são espontâneas. GABARITO 1. A educação infantil, como conhecemos agora, desenvolveu-se na sociedade moderna, urbana e industrializada. Essa sociedade, diferente das sociedades rurais, passou a apresentar necessidades que não havia no campo, uma vez que, nas cidades, o ritmo de vida era ditado pela indústria e pelo comércio. As pessoas mudaram o seu modo de vida, os espaços de convívio se modificaram, assim como as condições sanitárias, e as pessoas assumiram um novo modo de trabalho, que passou a incluir também as mulheres mães. Quais as principais funções da educação infantil no início de sua implantação no Brasil? A alternativa "B " está correta. Com o desenvolvimento urbano e industrial, surgiu a necessidade de acolher os filhos de mulheres da camada popular que buscavam trabalho fora de casa, na indústria e em outras atividades, portanto, a guarda era uma função importante. O higienismo, que foi um movimento de saúde pública, entendia que a população era um patrimônio do país a ser preservado. 2. O corpo e o movimento configuram-se como um dos campos de experiência na educação infantil. Eles são importantes nesta fase da educação básica porque: A alternativa "C " está correta. O movimento corporal permite que a criança explore o mundo físico e social, e a si mesma, a partir da manipulação de objetos e de brinquedos e a partir de jogos com outras crianças. MÓDULO 2 Reconhecer a Educação Física na educação infantil a partir da BNCC, suas finalidades, atividades e referências para planejamento de ensino INTRODUÇÃO Agora, você aprenderá como a Educação Física pode contribuir para o desenvolvimento das crianças em idade pré-escolar, a partir da proposta da BNCC para a educação infantil. Você conhecerá os eixos estruturantes, os direitos da criança e os campos de experiência na educação infantil, relacionando esses elementos com a Educação Física. Foto: Shutterstock.comBASE NACIONAL COMUM CURRICULAR PARA A EDUCAÇÃO INFANTIL A educação nacional está organizada e é regulada por uma série de documentos legais e pedagógicos, sendo a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB, 1996) o principal e primeiro documento legal sobre a educação no país. A LDB estabelece que as diferentes etapas da educação básica devem ter uma base nacional curricular. Assim, no ano de 2017, foi publicada a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), para a educação infantil e para o ensino fundamental. A BNCC é o documento de referência para a educação escolar, que define as aprendizagens essenciais que todas as crianças e jovens da educação básica devem alcançar, independente do seu local de estudo, origem e classe social. Dessa forma, a BNCC tem como finalidade última reduzir as desigualdades de aprendizado no país. Ela está subdividida por etapas de educação escolar, a saber: educação infantil, ensino fundamental e ensino médio. A etapa da educação infantil é entendida como um processo de educar e cuidar, consolidando a função pedagógica da educação infantil. Ainda que as crianças em idade de creche (0 a 3 anos) ou em idade pré-escolar (4 a 5 anos) estejam iniciando seu contato com o mundo e ainda não tenham autonomia, a BNCC concebe que são sujeitos ativos e que interagem intencionalmente no mundo que os cerca, com os objetos e com as pessoas, pois é dessa forma que aprendem, conhecem, desenvolvem-se em múltiplos aspectos, constroem a sua identidade e conferem sentido ao mundo em que vivem. Foto: Shutterstock.com Essa etapa da educação tem como finalidade bem definida: AMPLIAR O UNIVERSO DE EXPERIÊNCIAS, CONHECIMENTOS E HABILIDADES DESSAS CRIANÇAS, DIVERSIFICANDO E CONSOLIDANDO NOVAS APRENDIZAGENS, ATUANDO DE MANEIRA COMPLEMENTAR À EDUCAÇÃO FAMILIAR. (BNCC, 2017) Destacando-se os aspectos de desenvolvimento da autonomia, da comunicação e da socialização. SAIBA MAIS É importante registrar que a educação infantil é articulada à educação familiar, atuando de forma complementar, notadamente para as crianças de 0 a 3 anos de idade (creche). EIXOS ESTRUTURANTES E DIREITOS DA CRIANÇA NA EDUCAÇÃO INFANTIL As Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação Infantil – DCNEI (BRASIL, 2010), fundamento da Base para essa etapa da educação básica, estabelece dois eixos estruturantes das práticas pedagógicas: as interações e a brincadeira. A brincadeira (ou o jogo) é a ação predominante da vida infantil e é por meio dela que a criança experimenta diferentes interações com o mundo físico e social, resultando em aprendizagens e no desenvolvimento em seus diferentes aspectos: físico, motor, cognitivo, social e emocional. É no jogo, na brincadeira, que reconhecemos que o processo de aprendizagem e de desenvolvimento infantil ocorre de forma integral. As ações pedagógicas, portando, devem ser concebidas como experiências globais, integrais e preferencialmente não compartimentalizadas em áreas do saber ou disciplinas, como se observa em outras etapas da educação. Veremos, mais adiante, que a Educação Física deverá atuar na educação infantil, não como disciplina específica, mas como campo pedagógico para a contribuição do desenvolvimento integral da criança, articulada com o projeto pedagógico. Foto: Shutterstock.com As DCNEI (2010, p. 25-27) ainda estabelecem 12 objetivos que as práticas norteadas pela interação e pela brincadeira devem assegurar às crianças. Espera-se que elas: 1. Promovam o conhecimento de si e do mundo por meio da ampliação de experiências sensoriais, expressivas, corporais que possibilitem movimentação ampla, expressão da individualidade e respeito pelos ritmos e desejos da criança. 2. Favoreçam a imersão das crianças nas diferentes linguagens e o progressivo domínio por elas de vários gêneros e formas de expressão: gestual, verbal, plástica, dramática e musical. 3. Possibilitem às crianças experiências de narrativas, de apreciação e interação com a linguagem oral e escrita, e convívio com diferentes suportes e gêneros textuais orais e escritos. 4. Recriem, em contextos significativos para as crianças, relações quantitativas, medidas, formas e orientações espaço-temporais. 5. Ampliem a confiança e a participação das crianças nas atividades individuais e coletivas. 6. Possibilitem situações de aprendizagem mediadas para a elaboração da autonomia das crianças nas ações de cuidado pessoal, auto-organização, saúde e bem-estar. 7. Possibilitem vivências éticas e estéticas com outras crianças e grupos culturais, que alarguem seus padrões de referência e de identidades no diálogo e conhecimento da diversidade. 8. Incentivem a curiosidade, a exploração, o encantamento, o questionamento, a indagação e o conhecimento das crianças em relação ao mundo físico e social, ao tempo e à natureza. 9. Promovam o relacionamento e a interação das crianças com diversificadas manifestações de música, artes plásticas e gráficas, cinema, fotografia, dança, teatro, poesia e literatura. 10. Promovam a interação, o cuidado, a preservação e o conhecimento da biodiversidade e da sustentabilidade da vida na Terra, assim como o não desperdício dos recursos naturais. 11. Propiciem a interação e o conhecimento pelas crianças das manifestações e tradições culturais brasileiras. 12. Possibilitem a utilização de gravadores, projetores, computadores, máquinas fotográficas, e outros recursos tecnológicos e midiáticos. O conceito de educação como direito, a concepção de criança, o reconhecimento de suas características próprias, assim como a identificação das suas necessidades, resultou na definição de seis direitos de aprendizagem e de desenvolvimento pela BNCC (2017, p. 38), que são: Conviver com outras crianças e adultos, em pequenos e grandes grupos, utilizando diferentes linguagens, ampliando o conhecimento de si e do outro, o respeito em relação à cultura e às diferenças entre as pessoas. Brincar cotidianamente de diversas formas, em diferentes espaços e tempos, com diferentes parceiros (crianças e adultos), ampliando e diversificando seu acesso a produções culturais, seus conhecimentos, sua imaginação, sua criatividade, suas experiências emocionais, corporais, sensoriais, expressivas, cognitivas, sociais e relacionais. Participar ativamente, com adultos e outras crianças, tanto do planejamento da gestão da escola e das atividades propostas pelo educador quanto da realização das atividades da vida cotidiana, tais como a escolha das brincadeiras, dos materiais e dos ambientes, desenvolvendo diferentes linguagens e elaborando conhecimentos, decidindo e se posicionando. Explorar movimentos, gestos, sons, formas, texturas, cores, palavras, emoções, transformações, relacionamentos, histórias, objetos, elementos da natureza, na escola e fora dela, ampliando seus saberes sobre a cultura, em suas diversas modalidades: as artes, a escrita, a ciência e a tecnologia. Expressar, como sujeito dialógico, criativo e sensível, suas necessidades, emoções, sentimentos, dúvidas, hipóteses, descobertas, opiniões, questionamentos, por meio de diferentes linguagens. Conhecer-se e construir sua identidade pessoal, social e cultural, constituindo uma imagem positiva de si e de seus grupos de pertencimento, nas diversas experiências de cuidados, interações, brincadeiras e linguagens vivenciadas na instituição escolar e em seu contexto familiar e comunitário. CAMPOS DA EXPERIÊNCIA A partir dos eixos estruturantes e dos direitos de aprendizagem, a BNCC estabeleceu como forma de organização curricular cinco campos de experiência. Essa organização curricular parte das experiências concretas da vida cotidiana das crianças, que produzem saberes e se articula com conhecimentos que fazem parte do patrimônio cultural. Os campos da experiência são os seguintes: O EU, O OUTRO E O NÓS À medida que a criança interage com o mundo, ela mesma vai se reconhecendo e constituindo uma percepção de si mesma, primeiramente, de uma forma autocentrada, na qual o mundodos objetos e das pessoas deve atender às suas necessidades imediatamente. A criança até os 2 anos, aproximadamente, ainda não percebe o mundo como algo a ser compartilhado. Essa perspectiva vai se alterando à medida que as experiências vão se ampliando e se enriquecendo, permitindo que a criança descubra e reconheça o outro, diferenciando a si mesma dos outros e, ao mesmo tempo, identificando-se como ser social. Assim, progressivamente, vai alcançando uma ideia do “nós”, do compartilhamento. Esse campo de experiência possibilitará que a criança construa a imagem de si mesma, construa a sua identidade, reconheça a diferença entre as pessoas, aprenda a compartilhar e a respeitar o outro. CORPO, GESTOS E MOVIMENTOS A experimentação do mundo natural e social pela criança é realizada pelo corpo em movimento. Conhecer o mundo nessa idade é uma atividade concreta, é uma ação e requer também expressão. Por meio de movimentos, gestos e expressões, a criança comunica a sua compreensão do mundo à medida que o conhece. Embora importante, o corpo vai além da mera reação da sensibilidade a estímulos, pois a sensibilidade, o movimento e a gestualidade são carregados de significados por meio de diferentes linguagens, como a música, a dança, a dramatização, as brincadeiras de faz de conta. Isto permite que as crianças se comuniquem e se expressem “no entrelaçamento entre corpo, emoção e linguagem”. Por meio do movimento, as crianças aprendem “as sensações e funções de seu corpo, e com seus gestos e movimentos identificam suas potencialidades e seus limites, desenvolvendo, ao mesmo tempo, a consciência sobre o que é seguro e o que pode ser um risco à sua integridade física” (BNCC, 2017). TRAÇOS, SONS, CORES E FORMAS Conhecer grafismos, desenhos, formas, cores, sons e música, possibilita às crianças vivenciar diversas formas de expressão. Desenhar, pintar, colar, modelar, cantar, dançar, encenar, construir e utilizar recursos tecnológicos digitais exercitam na criança a capacidade de autoria (individual ou coletiva) e o desenvolvimento da sensibilidade, da criatividade e do senso estético. ESCUTA, FALA, PENSAMENTO E IMAGINAÇÃO As primeiras formas de comunicação do bebê são corporais, nas quais se incluem o choro e as primeiras vocalizações. Quando o adulto reage a essas manifestações, elas ganham significado, produzindo as primeiras formas de comunicação. Logo, a palavra passa a fazer parte da comunicação, e a criança vai se apropriando do vocabulário e, aos poucos, torna-se a principal forma de ela se comunicar. Ao escutar e compreender o significado da palavra, a criança torna-se capaz de reproduzi-la por meio da fala. Porém, a palavra falada e compreendida não é apenas uma forma de comunicação. A ampliação do vocabulário e a compreensão das palavras estão diretamente ligadas ao pensamento e à imaginação. O pensamento, pode-se dizer, é formado pelas palavras, e quanto mais se conhece e se usa as palavras, mais se pensa e imagina. A escrita e a leitura são formas essenciais de comunicação em nossa sociedade. Embora não seja o propósito da educação infantil alfabetizar, o reconhecimento da função social da escrita se inicia nessa fase. Desse modo, a contação de histórias, as narrativas, as conversas e a leitura de histórias favorecem a inserção gradativa das crianças na escrita como sistema de representação da língua. ESPAÇOS, TEMPOS, QUANTIDADES, RELAÇÕES E TRANSFORMAÇÕES Naturalmente, a criança busca se situar no mundo natural e social, tentando se localizar no espaço (casa, escola, rua, bairro etc.) e no tempo (hoje, ontem, amanhã, dia, noite, antes e depois). Há também a preocupação com aspectos físicos e naturais que envolvem o seu próprio corpo (respirar, soprar, tossir, fechar e abrir os olhos, ouvir e discriminar sons etc.), seres vivos (formas, mobilidade, sons), fenômenos atmosféricos (calor, frio, chuva), objetos inanimados e suas propriedades (leve, pesado, grande, pequeno, seco, úmido, formas líquidas, cores, entre tantos outros) e as pessoas (graus de parentesco, por exemplo). A criança percebe aos poucos as características próprias e as mudanças que ocorrem. Operações cognitivas como contar, classificar, medir e ordenar, que são conhecimentos matemáticos, também começam a ser explorados nesta etapa da educação. É preciso que, na educação infantil, a observação, a descrição, a nomeação, a comparação, a manipulação de objetos, as perguntas e as explicações façam parte da pedagogia e das estratégias de ensino. Nesse sentido, estimular a curiosidade é fundamental para que essas experiências sejam de qualidade. EDUCAÇÃO FÍSICA NA EDUCAÇÃO INFANTIL Como foi possível observar, a organização curricular da BNCC para a educação infantil não prevê matérias ou disciplinas, antes considera os campos de experiência. A Educação Física, enquanto disciplina, portanto, não está prevista para a educação infantil, com exceção de alguns municípios, de maneira isolada. Todavia, o corpo de conhecimento da área, os saberes e as práticas consolidadas podem contribuir efetivamente para o desenvolvimento integral das crianças em idade pré-escolar. Conceitualmente, podemos entender a Educação Física como uma área de intervenção pedagógica, portanto, com intencionalidade formativa, que lida com diferentes práticas corporais, tais como o jogo, a dança, a ginástica, a luta e o esporte, que têm suas características, suas codificações, seus significados e propósitos. Essas práticas são produto da cultura humana e devem ser entendidas como possibilidades de manifestação e expressividade dos sujeitos praticantes. A Educação Física, como uma pedagogia, deve possibilitar aos alunos diferentes vivências nessas práticas, garantindo sua inserção no universo da cultura corporal, com seus valores, saberes, fazeres e possibilidades, de forma progressivamente autônoma e crítica. Para a Educação Física na educação infantil, os temas mais adequados aos níveis de desenvolvimento, capacidades e interesses das crianças são: Foto: shutterstock.com Jogo Foto: shutterstock.com Ginástica Foto: shutterstock.com Dança A partir dessas temáticas ou práticas corporais, a Educação Física é capaz de se articular com o projeto pedagógico da escola, colaborando para a formação integral do aluno. O jogo contribui para: • O conhecimento de si mesmo, de seus limites e possibilidades corporais. • O reconhecimento dos objetos (brinquedos, p. ex.) e de suas propriedades. • O estabelecimento das relações sociais e compreensão de regras. • A articulação da ação intencional com o pensamento e com o desenvolvimento da inteligência. A ginástica contribui para: • O desenvolvimento e o controle do corpo em movimentos manipulativos, locomotores e de estabilização. • A exploração de variadas formas de movimentos naturais, como correr, saltar, girar, arremessar, pegar, pendurar, balançar, rolar, girar e se equilibrar. • A identificação de efeitos e reações do corpo a partir da exercitação, como uso de força, alteração da frequência respiratória, cansaço e relaxamento. • A exploração de materiais e equipamentos, como plintos, traves de equilíbrio, barras, colchões, túneis, bancos, bolas, fitas, bastões, cones, cordas e arcos, que possibilitem a exploração e o enriquecimento de variadas formas de movimentos. A dança contribui para: • A associação de ritmo e movimento. • O conhecimento de danças, folguedos e brinquedos cantados da cultura popular e tradicional. • A expressividade por meio da dança com enredos e de danças livres e criativas. • A participação em grupo. PLANEJAMENTO DE ENSINO E PLANOS Os professores de Educação Física preocupados com a educação integral das crianças da educação infantil devem estabelecer uma rotina de trabalho que facilite o alcance dos objetivos. O valor do planejamento é inegável, pois prevê as ações necessárias e a organização de recursos variados para dar conta do projeto escolar. Para isso, alguns procedimentos podem ser seguidos. Oprofessor de Educação Física, antes de iniciar o seu planejamento, deve tomar conhecimento do Projeto Político Pedagógico da escola (PPP), a fim de localizar as possibilidades de contribuição da Educação Física para a educação dos alunos. Esse é o primeiro passo. Contudo, o documento frio pode não informar sobre a cultura escolar, as formas de relacionamento entre as pessoas, as condições de trabalho presentes. Os outros professores são os principais parceiros para a elaboração de um bom planejamento. Em primeiro lugar, porque conhecem a dinâmica da escola, e em segundo lugar porque o ensino na educação infantil deve ser articulado, integrado e não compartimentalizado. Qualquer planejamento da Educação Física na educação infantil deve ser inteiramente alinhado com outros planos e projetos da turma ou grupo de alunos. O segundo passo é o diagnóstico da realidade. O professor deve buscar e registrar todo o tipo de informação disponível sobre o ambiente escolar: sobre as pessoas, sobre as instalações e sobre os equipamentos. Deve também buscar informações sobre a comunidade em que a escola está inserida e, em especial, sobre as famílias de seus alunos. Por fim, o professor deve conhecer a sua turma, os seus alunos individualmente, em todas as suas dimensões: motoras, cognitivas, sociais e emocionais. Ao final, o professor deverá produzir um documento em que esses aspectos estejam registrados. ATENÇÃO Somente a partir do diagnóstico da realidade e do conhecimento do PPP, o professor poderá elaborar um plano de trabalho ajustados aos propósitos da escola, às condições de ensino, às expectativas das famílias e às necessidades das crianças. O planejamento de ensino na educação infantil pode ser organizado em níveis, de acordo com a sua abrangência. Recomenda-se que se faça um plano de longo prazo, um plano anual, e planos de médio prazo (trimestrais ou bimestrais), integrados às outras atividades e objetivos. É indispensável que sejam elaborados os planos de ensino de curto prazo (plano de aula ou plano semanal). Os planos de ensino podem apresentar diferentes formatos, dependendo dos modelos adotados pela escola. A Educação Física na educação infantil, ainda que não prevista na BNCC, apresenta-se como um recurso bastante rico para a aprendizagem e o desenvolvimento da criança em idade pré-escolar. O corpo e o movimento são os primeiros recursos que as crianças têm para conhecer o mundo e a si mesmas, como visto. O universo da cultura corporal, com os jogos, as danças e a ginástica, permite experiências que favorecem os objetivos estabelecidos para a educação infantil. ATENÇÃO Caberá aos professores de Educação Física: planejar, organizar e administrar as experiências educativas das crianças, fundamentadas pedagogicamente, sempre promovendo seus direitos e respeitando seus limites e possibilidades. A EDUCAÇÃO FÍSICA NA EDUCAÇÃO INFANTIL A PARTIR DA BNCC O especialista Guilherme Pacheco fará um resumo do módulo dando ênfase à aplicação da Educação Física e da BNCC com ênfase no planejamento pedagógico. VERIFICANDO O APRENDIZADO 1. DENTRE OS CINCO CAMPOS DE EXPERIÊNCIA DA EDUCAÇÃO INFANTIL ESTABELECIDOS PELA BNCC ESTÁ O CAMPO DO CORPO, GESTOS E MOVIMENTOS. ESSE CAMPO TEM RELEVÂNCIA, ENTRE OUTROS MOTIVOS, PORQUE: A) É por meio dos movimentos que a criança reconhece os símbolos e signos da linguagem oral. B) É por meio de movimentos, gestos e expressões que a criança comunica a sua compreensão do mundo à medida que o conhece. C) A gestualidade ocupa o lugar da dança e do teatro, ausentes na educação infantil. D) Exercitam na criança a capacidade de autoria individual, seja em formas, cores ou traços. E) A ausência da Educação Física na BNCC da educação infantil limita o desenvolvimento da criança. 2. EM NOSSO PAÍS, A EDUCAÇÃO É CONCEBIDA COMO UM DIREITO. ENTRE ESSES DIREITOS ESTÁ O DE BRINCAR, PREVISTO NA BNCC. BRINCAR É UM DIREITO PORQUE: A) Auxilia no desenvolvimento da escrita e da leitura, que possuem um papel importante da educação infantil. B) Dispersa a energia da criança, aumentando a capacidade de concentração nas aprendizagens. C) É uma espécie de treinamento biopsicossocial para a vida adulta. D) Possibilita a ampliação de experiências sociais, motoras e emocionais. E) Possibilita a socialização por respeito às regras. GABARITO 1. Dentre os cinco campos de experiência da educação infantil estabelecidos pela BNCC está o campo do corpo, gestos e movimentos. Esse campo tem relevância, entre outros motivos, porque: A alternativa "B " está correta. O corpo, os gestos e o movimento são as primeiras formas de conhecer o mundo. É por meio da movimentação do corpo que a criança inicia a exploração do espaço que a circunda e, com isso, o apreende. Assim, o corpo, os gestos e os movimentos se tornam também uma importante possibilidade de comunicação e expressão. 2. Em nosso país, a educação é concebida como um direito. Entre esses direitos está o de brincar, previsto na BNCC. Brincar é um direito porque: A alternativa "D " está correta. A brincadeira e o jogo são as principais atividades da criança na idade pré-escolar e o ato de brincar amplia e diversifica o acesso da criança a produções culturais, seus conhecimentos, sua imaginação, sua criatividade, suas experiências emocionais, corporais, sensoriais, expressivas, cognitivas, sociais e relacionais. MÓDULO 3 Analisar a Educação Física nas séries iniciais do ensino fundamental, segundo a BNCC INTRODUÇÃO Agora, você irá aprender como a Educação Física está organizada nos anos iniciais do ensino fundamental, segundo a BNCC, e compreender o que são as competências gerais, por área e específicas. Além disso, reconhecerá as unidades temáticas, os objetos de conhecimento e as habilidades da Educação Física como componente curricular. EDUCAÇÃO FÍSICA NOS ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL A Educação Física é um componente curricular obrigatório no ensino fundamental, seja nos anos iniciais (1º ao 5º ano), seja nos anos finais (6º ao 9º ano), como preveem a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), as Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação Básica (DCNEB) e a Base Nacional Comum Curricular (BNCC). VOCÊ SABIA A obrigatoriedade da Educação Física na educação básica e no ensino fundamental é resultante da consolidação dos valores pedagógicos da Educação Física e do reconhecimento das suas contribuições para a formação da criança e do adolescente. Tendo como objeto as práticas corporais, inseridas na cultura corporal e suas manifestações, a Educação Física é capaz de atender a múltiplas finalidades e objetivos, tais como: O desenvolvimento de habilidades motoras básicas e específicas. O controle do corpo. O conhecimento de si e a consciência corporal. A socialização e a formação moral e ética. Os cuidados com o corpo e com a saúde. O conhecimento da cultura corporal local e universal. O exercício do lúdico. A autonomia para administrar e gerir suas próprias práticas corporais dentro e fora da escola. A Educação Física possui ainda potencial para contribuir com projetos multidisciplinares e interdisciplinares, pois a natureza do seu campo prático favorece a articulação com diferentes áreas e campos de conhecimento escolar. Dessa forma, a disciplina encontra o seu espaço na formação de crianças e jovens, sendo legitimada como componente curricular. Na educação básica, a etapa do ensino fundamental está dividida em dois momentos: ANOS INICIAIS Compreendem o período entre o 1º ano e o 5º ano e atende o grupo etário de crianças dos 6 aos 10 anos. ANOS FINAIS Correspondem ao período do 6º ano ao 9º ano e atende o grupo etário de crianças dos 11 aos 14 anos. EDUCAÇÃO FÍSICA NA BNCC A BNCC é um documento normativo que estabelece as aprendizagens essenciais que os alunos devem desenvolver ao longo das etapas de educação. Para compreendê-la, é importante reconhecer dois aspectos básicos de sua estrutura: Competências Áreasde conhecimento A BNCC foi concebida com foco no desenvolvimento de competências. Isso significa que as aprendizagens e os conteúdos devem contribuir para o desenvolvimento delas, que, na BNCC, estão organizadas como: Competências gerais Competências da área de conhecimento Competências do componente curricular O conceito de competência, de acordo com a BNCC, é a: javascript:void(0) javascript:void(0) MOBILIZAÇÃO DE CONHECIMENTOS (CONCEITOS E PROCEDIMENTOS), HABILIDADES (PRÁTICAS, COGNITIVAS E SOCIOEMOCIONAIS), ATITUDES E VALORES PARA RESOLVER DEMANDAS COMPLEXAS DA VIDA COTIDIANA, DO PLENO EXERCÍCIO DA CIDADANIA E DO MUNDO DO TRABALHO. (BRASIL, 2017) A complexidade de seu conceito supõe que todas as competências presentes na BNCC estão relacionadas entre si, sendo decorrentes das experiências de aprendizagem que mobilizam conhecimentos, habilidades e atitudes, de forma integrada, em articulação horizontal (entre áreas) e em articulação vertical (entre os anos escolares). Veja alguns exemplos de competências na BNCC, juntamente com seus respectivos objetivos: COMPETÊNCIAS OBJETIVOS Competência gerais da BNCC Valorizar e fruir as diversas manifestações artísticas e culturais, das locais às mundiais, e participar de práticas diversificadas da produção artístico-cultural. Competência da área de linguagens (na qual a Educação Física se insere) Conhecer e explorar diversas práticas de linguagem (artísticas, corporais e linguísticas) em diferentes campos da atividade humana para continuar aprendendo, ampliar suas possibilidades de participação na vida social e colaborar para a construção de uma sociedade mais justa, democrática e inclusiva. Competência específica da Educação Física Experimentar, desfrutar, apreciar e criar diferentes brincadeiras, jogos, danças, ginásticas, esportes, lutas e práticas corporais de aventura, valorizando o trabalho coletivo e o protagonismo. Quadro: Exemplos de competências na BNCC e seus objetivos. Adaptado de BNCC, 2017. Observa-se que a Educação Física pode contribuir com as competências gerais a partir das manifestações práticas do universo da cultura corporal. Em relação à competência da área de linguagens, a Educação Física também pode contribuir, pois a experiência nas práticas corporais permite maior participação na vida social. Quanto à última competência, nota-se que, por ser específica do componente curricular, estão presentes as temáticas específicas da Educação Física e da cultura corporal, isto é, as práticas corporais (jogos, danças, ginásticas, lutas, esportes e práticas corporais de aventura). Nesse caso, destacando a experiência dentro desses temas e suas possibilidades de trabalho coletivo. As competências específicas da Educação Física contribuem para as competências gerais e para as competências da área de linguagem, e refletem nelas, pois apresentam caráter geral e mais amplo. Sendo assim, seu desenvolvimento se dá em longo prazo, no decorrer dos nove anos do ensino fundamental, e não podem ser confundidas com objetivos de ensino, ainda que sejam as referências centrais para a formulação desses mesmos objetivos. Portanto, para o ensino, na prática pedagógica diária, essas competências devem ser desdobradas em competências menores, habilidades ou objetivos de ensino. Foto: Shutterstock.com A Educação Física é um componente curricular que se insere na área de linguagens, uma vez que dá espaço e possibilita manifestações expressivas das pessoas, sejam de ordem coletivas, sejam de ordem individual, uma vez que o corpo e o movimento, ou o ser em movimento, são possibilidades comunicativas, expressivas e de interação entre os sujeitos. Os movimentos tematizados, como o jogo, a dança, a ginástica, a luta e o esporte, estão impregnados de valores, sentidos e significados que são incorporados, experimentados e comunicados. SAIBA MAIS As práticas corporais sempre apresentam ou representam algo, sejam capacidades individuais (habilidades, saberes, emoções), sejam valores, símbolos e costumes de um grupo social. O agir corporal, na Educação Física, neste sentido, supera a perspectiva de que o movimento humano é um fenômeno apenas biológico, ainda que este movimento seja uma propriedade da vida humana. O movimento humano, como dito, é impregnado de significados, portanto é uma linguagem. EDUCAÇÃO FÍSICA NOS ANOS INICIAIS E A BNCC Os primeiros anos do ensino fundamental se caracterizam por mudanças significativas na vida da criança em todas as suas dimensões, seja na dimensão motora, em que alcança o estágio maduro dos movimentos fundamentais (habilidades básicas) e experimenta habilidades específicas; seja no desenvolvimento da inteligência, em que alcança o período das operações concretas; seja nas relações sociais e morais, em que a criança reconhece o valor das normas de convívio e busca o reconhecimento dos outros. Nesses primeiros anos, é importante ressaltar que o ensino fundamental, em especial no 1º ano e no 2º ano, configura-se como uma transição da educação infantil e que demanda cuidado e atenção para que o ensino seja realizado de forma contínua e equilibrada, a fim de garantir a continuidade da aprendizagem das crianças. Isso porque, novas formas de experiências se apresentam na forma de condução pedagógica, na organização dos espaços escolares, nas responsabilidades, entre outros aspectos. Ainda que a criança se desenvolva rapidamente, ganhando mais autonomia progressivamente, os anos iniciais do ensino fundamental se caracterizam por uma importante mudança na vida escolar e, por consequência, na vida do adulto. Nos anos iniciais, a criança amplia substancialmente o desenvolvimento da sua capacidade de comunicação, aumentando o seu vocabulário, e começa a se apropriar do sistema de escrita; ela é capaz de reconhecer símbolos gráficos e matemáticos, adquirindo um pensamento já considerado abstrato. Torna-se importante estimular a curiosidade, a solução de problemas e a criatividade. A criança começa a desenvolver a capacidade de reconhecer problemas e de formular possíveis respostas (descoberta), de experimentá-las e de avaliar os resultados, como, por exemplo, avaliar a trajetória de uma bola arremessada em um alvo. Foto: Shutterstock.com Do ponto de vista cultural e estético (entendido como gosto e fruição), é possível que a criança ultrapasse o seu universo conhecido, podendo experimentar novos jogos, novas danças e novas formas de se movimentar. Ao longo dos anos iniciais do ensino fundamental, é importante também estimular a autonomia dos alunos, pois, nos anos finais, surgirá uma outra organização escolar, segundo a qual a criança deve possuir competências para uma nova transição escolar. A Educação Física disponibiliza uma série do possibilidades de experiência, apresentando um grande conjunto de práticas que se compõe de “saberes corporais, experiências estéticas, emotivas, lúdicas e agonistas” (BRASIL, 2017). A experiência corporal supera o movimento puro e simples, propiciando diferentes aprendizados e contribuindo de maneira única para a formação da criança. Como finalidade educativa de longo prazo, espera-se que os alunos participem da vida social e cultural, além da escola, “de forma autônoma, em contextos de lazer e saúde” (Idem). Foto: Shutterstock.com A BNCC define que, na Educação Física, há três elementos fundamentais comuns às práticas corporais: 1. O movimento corporal como elemento essencial ― a base da Educação Física é o corpo e o movimento (ou o ser em movimento), esta é a sua característica central. 2. A organização interna ― as diferentes manifestações corporais seguem uma lógica específica, uma estrutura mais ou menos organizada. 3. As práticas corporais são consideradas um produto cultural, pois são criadas, desenvolvidas, consolidadas e modificadas a partir das histórias culturais dos diferentes grupos sociais e se vinculam com o lazer/entretenimento e/ou com o cuidado com o corpo e a saúde. A partir dostemas identificadores da área de Educação Física, a BNCC apresenta seis unidades temáticas: BRINCADEIRAS E JOGOS São atividades voluntárias, de conteúdo lúdico, com variadas formas e que são conduzidas pelos jogadores/brincantes, com regras flexíveis, porém que devem atender às intenções pedagógicas da escola. Os jogos e brincadeiras podem ser: Tradicionais Populares Competitivos Cooperativos Ativos Calmos Pré-esportivos Motores De construção De tabuleiro Em pequenos grupos Em grandes grupos Existe uma infinidade de tipos e de “famílias” de jogos. Para a Educação Física, o jogo tem fim em si mesmo. Participar de jogos e brincadeiras atende às necessidades lúdicas e de movimento da criança. Todos os jogos contêm desafios que sempre requerem um ou mais tipos de capacidades e de habilidades, dependendo do jogo. Jogar, portanto, é aprender e se desenvolver. O jogo, contudo, pode ser utilizado para ensinar outras coisas fora dele mesmo, como exemplificado no próprio texto das BNCC, no qual lemos que o “jogo dos dez passes” pode ser um jogo para se aprender handebol ou basquetebol, e que o jogo de “pique-bandeira” traz elementos dos esportes de invasão territorial. ESPORTES Os esportes podem ser entendidos como jogos institucionalizados, codificados, com regras fixas, espaços e equipamentos próprios e que não variam a despeito das características dos participantes. O esporte é uma manifestação típica da cultura contemporânea e está associado à comparação de desempenho entre indivíduos ou grupos de indivíduos. Para organizar a unidade temática “esporte”, a BNCC utiliza um modelo de classificação que considera a lógica interna do esporte, critérios de cooperação, interação com o adversário, as habilidades motoras e os objetivos táticos de ação, são eles: Esportes de marca. Esportes de precisão. Esportes técnico-combinatórios. Esportes de rede/quadra dividida ou parede de rebote. Esportes de campo e taco. Esportes de invasão ou territorial. Esportes de combate. Os esportes, se apresentados aos alunos no modelo fechado dos esportes de alto rendimento ou de espetáculo, tendem a ser seletivos. Por essa razão, nessa etapa de ensino, os esportes podem e devem ser ajustados e adaptados aos objetivos didáticos, às características dos alunos e às condições de ensino. É recomendável que o ensino dos esportes nas escolas seja sempre inclusivo, lúdico e não seletivo. Freire (2011) concebe que o esporte está ao alcance de todos e que pode ensinar mais do que as habilidades esportivas propriamente ditas, pois ele é educativo, se bem conduzido. A esse respeito, este autor elaborou quatro princípios pedagógicos para o ensino do futebol, e para qualquer esporte, que são os seguintes: 1. Ensinar o esporte a todos. 2. Ensinar o esporte bem a todos. 3. Ensinar mais que esporte. 4. Ensinar a gostar do esporte. GINÁSTICAS As ginásticas desenvolvem as habilidades motoras, promovem a saúde e facilitam o conhecimento de si mesmo. As ginásticas podem apresentar várias formas, contudo, a BNCC as classifica em três categorias: 1. Ginástica geral 2. Ginásticas de condicionamento físico 3. Ginásticas de conscientização corporal DANÇAS As danças apresentam grandes possibilidades criativas e expressivas. Elas exploram o conjunto das práticas corporais caracterizadas por movimentos rítmicos, organizados em passos e evoluções específicos, muitas vezes, também integradas a coreografias. Assim como em outros temas, na dança, existem diferentes manifestações, tais como: As danças tradicionais e populares As danças urbanas A dança moderna LUTAS As lutas focalizam as disputas corporais, nas quais os participantes empregam técnicas, táticas e estratégias específicas para imobilizar, desequilibrar, atingir ou excluir o oponente de um determinado espaço, combinando ações de ataque e defesa dirigidas ao corpo do adversário. PRÁTICAS CORPORAIS DE AVENTURA Nessa temática, exploram-se expressões e formas de experimentação corporal centradas em habilidades exigidas pelas situações de desafio. Assim como as demais práticas, elas são objeto também de diferentes classificações. Dependendo do ambiente desafiador onde ocorrem, a BNCC as apresenta como: Práticas na natureza Práticas urbanas As práticas corporais de aventura não estão previstas para os anos iniciais do ensino fundamental, por demandarem um risco incompatível com a idade. DIMENSÕES DO CONHECIMENTO E COMPETÊNCIAS ESPECÍFICAS DA EDUCAÇÃO FÍSICA As práticas corporais da Educação Física resultam em uma série de experiências, de saberes, de conhecimentos, de habilidades e de atitudes. A experiência nas práticas corporais permite, segundo a BNCC, que sejam privilegiadas oito dimensões do conhecimento: 1. Experimentação: é o conhecimento produzido pela efetiva vivência das práticas corporais. Associa- se a ela conhecimentos que não podem ser acessados sem passar pela vivência corporal. 2. Uso e apropriação: são os conhecimentos que, incorporados, permitem ao aluno realizar práticas corporais de forma autônoma. 3. Fruição: está vinculada ao gosto, ao desfrute, à sensibilidade despertada pelas práticas corporais. É a apreciação do belo, a apreciação da própria experiência. 4. Reflexão sobre a ação: significa observar, analisar e avaliar as suas próprias experiências corporais, assim como a dos outros. É um ato consciente e intencional e está relacionado a: • Resolver desafios peculiares à prática realizada. • Apreender novas modalidades. • Adequar as práticas aos interesses e às possibilidades próprios e aos das pessoas com quem se compartilha a sua realização. 5. Construção de valores: está relacionado às vivências sociais e à aprendizagem social presentes nas práticas corporais. Tem conteúdo ético e moral e está voltada ao exercício da cidadania em prol de uma sociedade democrática. 6. Análise: é o processo de compreensão das características e do funcionamento das práticas corporais, produzindo saberes específicos que envolvem: • Classificação dos esportes • Sistemas táticos • Coreografias • Capacidades físicas 7. Compreensão: situa-se na dimensão conceitual e busca entender o processo de inserção das práticas corporais no contexto sociocultural, permitindo ao estudante interpretar as manifestações da cultura corporal de movimento em relação às dimensões: • Sociais • Históricas • Culturais • Éticas • Estéticas Seja essa interpretação na dimensão local, seja de culturas e costumes próximos, seja na dimensão global. 8. Protagonismo juvenil: é uma dimensão do conhecimento voltada para atitudes/ações e conhecimentos que impliquem na participação do jovem no exercício da cidadania no contexto das práticas corporais. Tem caráter crítico, analítico e pragmático, visando buscar soluções de eventuais problemas de acesso à prática, principalmente, na comunidade em que vive o aluno. Essas dimensões do conhecimento possibilitadas pelas práticas corporais resultam no desenvolvimento das competências específicas da Educação Física para o ensino fundamental, como se pode ver a seguir (BNCC, 2017, p. 223): Compreender a origem da cultura corporal de movimento e seus vínculos com a organização da vida coletiva e individual. Planejar e empregar estratégias para resolver desafios e aumentar as possibilidades de aprendizagem das práticas corporais, além de se envolver no processo de ampliação do acervo cultural nesse campo. Refletir, criticamente, sobre as relações entre a realização das práticas corporais e os processos de saúde/doença, inclusive no contexto das atividades laborais. Identificar a multiplicidade de padrões de desempenho, saúde, beleza e estética corporal, analisando, criticamente, os modelos disseminados na mídia, discutindo posturas consumistas e preconceituosas. Identificar as formas de produção dos preconceitos, compreender seus efeitos e combater posicionamentos discriminatórios em relação às práticas corporais e aos seus participantes. Interpretar e recriar osvalores, os sentidos e os significados atribuídos às diferentes práticas corporais, bem como aos sujeitos que delas participam. Reconhecer as práticas corporais como elementos constitutivos da identidade cultural dos povos e grupos. Usufruir das práticas corporais de forma autônoma para potencializar o envolvimento em contextos de lazer, ampliar as redes de sociabilidade e a promoção da saúde. Reconhecer o acesso às práticas corporais como direito do cidadão, propondo e produzindo alternativas para sua realização no contexto comunitário. Experimentar, desfrutar, apreciar e criar diferentes brincadeiras, jogos, danças, ginásticas, esportes, lutas e práticas corporais de aventura, valorizando o trabalho coletivo e o protagonismo. As competências específicas da Educação Física se referem às conquistas dos alunos ao longo do ensino fundamental, considerando os anos iniciais e os anos finais. Portanto, a expectativa é que os estudantes desenvolvam todas essas competências, em maior ou menor grau ao final do ensino fundamental, uma vez que esse desenvolvimento é produto de diferentes e variadas experiências, nos diferentes anos de ensino. Essas competências devem ser desdobradas em habilidades e objetivos, que são conquistadas a cada aula ou conjunto de aulas. OBJETOS DE CONHECIMENTO E HABILIDADES Os objetos de conhecimento e as habilidades na BNCC compõem a organização sequencial dos desdobramentos das competências específicas da Educação Física e se apresentam de forma progressiva, isto é, em articulação vertical dos conhecimentos. Esses objetos de conhecimento são entendidos como conteúdos, conceitos e processos, que, por sua vez, são organizados em unidades temáticas. Para os anos iniciais, a BNCC organizou as unidades temáticas e os objetos de conhecimento da seguinte forma: Unidades temáticas Objetos de conhecimento (o que se deve conhecer por unidade temática: conteúdos, conceitos e processos) 1º E 2º ANOS 3º AO 5º ANO Brincadeiras e jogos Brincadeiras e jogos da cultura popular presentes no contexto comunitário e regional Brincadeiras e jogos populares do Brasil e do mundo Brincadeiras e jogos de matrizes indígena e africana Esportes Esportes de marca Esportes de precisão Esportes de campo e taco Esportes de rede/parede Esportes de invasão Ginásticas Ginástica geral Ginástica geral Danças Danças do contexto comunitário e regional Danças do Brasil e do mundo Danças de matrizes indígena e africana Lutas - Lutas do contexto comunitário e regional Lutas de matrizes indígena e africana Práticas corporais de aventura - - Quadro: Unidades temáticas e os objetos de conhecimento para os anos iniciais. Adaptado de BNCC, 2017, p.225. O quadro demonstra como as práticas, os conhecimentos e processos seguem uma progressão que respeita a ordem do local para o universal, do conhecido para o não conhecido, do simples para o complexo. Esta concepção vai, por seu lado, gerar 27 habilidades específicas, articuladas horizontalmente com as competências específicas da Educação Física, com as competências da área de linguagens e com as competências gerais da BNCC. As habilidades “expressam as aprendizagens essenciais que devem ser asseguradas aos alunos nos diferentes contextos escolares” (BRASIL, 2017). Estão organizadas por blocos (1º e 2º anos e 3º ao 5º ano), por unidades temáticas, em progressão. Vejamos um exemplo que envolve o 1º ano e o 2º ano, na unidade temática “brincadeiras e jogos”: HABILIDADES (EF12EF01) Experimentar, fruir e recriar diferentes brincadeiras e jogos da cultura popular presentes no contexto comunitário e regional, reconhecendo e respeitando as diferenças individuais de desempenho dos colegas. (EF12EF02) Explicar, por meio de múltiplas linguagens (corporal, visual, oral e escrita), as brincadeiras e os jogos populares do contexto comunitário e regional, reconhecendo e valorizando a importância desses jogos e brincadeiras para suas culturas de origem. (EF12EF03) Planejar e utilizar estratégias para resolver desafios de brincadeiras e jogos populares do contexto comunitário e regional, com base no reconhecimento das características dessas práticas. (EF12EF04) Colaborar na proposição e na produção de alternativas para a prática, em outros momentos e espaços, de brincadeiras e jogos e demais práticas corporais tematizadas na escola, produzindo textos (orais, escritos, audiovisuais) para divulgá-las na escola e na comunidade. Quadro: Unidade temática - brincadeiras e jogos para o 1º e o 2º ano do ensino fundamental. Adaptado de BNCC, 2017, p.227. Observe a identificação e ordenação das habilidades. Por exemplo, o código EF12EF01 significa: “EF” ensino fundamental “12”; “EF” agora como componente curricular Educação Física e “01” a primeira habilidade do bloco dos dois primeiros anos. As habilidades descritas na BNCC devem ser consideradas fontes para o planejamento dos professores, pois cada uma delas orienta sobre conhecimentos, conteúdos, habilidades e processos, mas não são alcançáveis facilmente em uma aula apenas. O planejamento, os planos de ensino do professor, deverão então ser mais bem detalhados do que as habilidades presentes na BNCC. Vejamos o exemplo da seguinte habilidade: EXEMPLO (EF35EF07) Experimentar e fruir, de forma coletiva, combinações de diferentes elementos da ginástica geral (equilíbrios, saltos, giros, rotações, acrobacias, com e sem materiais), propondo coreografias com diferentes temas do cotidiano. Esta habilidade está prevista para ser alcançada a qualquer momento entre o 3º ano e o 5º ano. Dada a variedade de movimentos, gestos, combinações, coreografias e temas, depreende-se que serão necessárias algumas aulas para que os alunos alcancem essa habilidade. Essas aulas podem ser em sequência ao longo de um mesmo ano, ou podem ser distribuídas em partes menores ao longo dos 3 anos do bloco. É uma decisão pedagógica que deve estar alinhada com o PPP da escola e com o diagnóstico e projeções feitos pelo professor ou pela professora. Desse modo, cada plano de aula deve conter um aspecto dessa habilidade, podendo ser descrito como objetivo de ensino parcial, específico e imediato e com uma sequência de atividades e procedimentos que conduzam à conquista desse objetivo no mesmo dia ou semana. Os modelos de plano de aula são inúmeros, contudo, cada plano de aula prevê o alcance de uma parte da habilidade pretendida, específica para aquela aula e de alcance rápido (são os objetivos de aula). Os planos devem listar também a sequência de ações da aula, as atividades dos alunos, e eventuais intervenções do professor. A EDUCAÇÃO FÍSICA NAS SÉRIES INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL, SEGUNDO A BNCC O especialista Guilherme Pacheco fará um resumo do módulo dando ênfase à elaboração dos planos de curso e aula. VERIFICANDO O APRENDIZADO 1. A BNCC É UM DOCUMENTO NORMATIVO SOBRE O ENSINO, QUE ESTABELECE AS APRENDIZAGENS MÍNIMAS QUE TODOS OS ALUNOS DEVEM ALCANÇAR AO FINAL DO ENSINO FUNDAMENTAL. NO COMPONENTE CURRICULAR “EDUCAÇÃO FÍSICA”, A BNCC DEFINE QUE HÁ TRÊS ELEMENTOS FUNDAMENTAIS COMUNS ÀS PRÁTICAS CORPORAIS. QUAIS SÃO ELES? A) Saúde, lazer e cultura B) Cuidados com o corpo, movimento corporal e entretenimento C) Movimento corporal, organização interna e produto cultural D) Práticas corporais, organização interna e educação E) Movimento corporal, práticas corporais e produto cultural 2. OS OBJETOS DE CONHECIMENTO E AS HABILIDADES NA BNCC COMPÕEM A ORGANIZAÇÃO SEQUENCIAL DOS DESDOBRAMENTOS DAS COMPETÊNCIAS ESPECÍFICAS DA EDUCAÇÃO FÍSICA E SE APRESENTAM DE FORMA PROGRESSIVA, ISTO É, EM ARTICULAÇÃO VERTICAL DOS CONHECIMENTOS. PARA O 1º ANO E 2º ANO, PARA A UNIDADE TEMÁTICA “BRINCADEIRAS E JOGOS”, SÃO OBJETOS DE CONHECIMENTO: A) Brincadeiras e jogos da cultura popular presentes no contexto comunitário e regional B) Brincadeiras recreativas de função lúdica C) Jogos tradicionais da cultura brasileira e do mundo D) Brincadeiras e jogos de matriz indígenaE) Brincadeiras e jogos pré-esportivos e cooperativos GABARITO 1. A BNCC é um documento normativo sobre o ensino, que estabelece as aprendizagens mínimas que todos os alunos devem alcançar ao final do Ensino fundamental. No componente curricular “Educação Física”, a BNCC define que há três elementos fundamentais comuns às práticas corporais. Quais são eles? A alternativa "C " está correta. De acordo com a BNCC, os três elementos fundamentais da Educação Física são o movimento, a organização interna e o produto cultural. 2. Os objetos de conhecimento e as habilidades na BNCC compõem a organização sequencial dos desdobramentos das competências específicas da Educação Física e se apresentam de forma progressiva, isto é, em articulação vertical dos conhecimentos. Para o 1º ano e 2º ano, para a unidade temática “brincadeiras e jogos”, são objetos de conhecimento: A alternativa "A " está correta. A organização dos objetos de aprendizagem na BNCC segue a lógica do conhecido para o novo conhecimento, do local para o universal. Assim, as brincadeiras e jogos que fazem parte da cultura do aluno e são próximos dele são apresentados no primeiro momento, ou seja, nos dois primeiros anos de ensino. CONCLUSÃO CONSIDERAÇÕES FINAIS Situamos a Educação Física na educação infantil e nos anos iniciais do ensino fundamental (1º ano ao 5º ano). Vimos como a educação infantil se consolida no mundo e no Brasil. Aprendemos como se estrutura a BNCC na educação infantil e identificamos as possibilidades de contribuição da Educação Física nos diferentes campos de experiência. Conhecemos a estrutura da BNCC para o ensino fundamental, localizando a Educação Física como componente na área de linguagens e reconhecendo o conceito de competência. Vimos que a Educação Física se organiza com base em três elementos essenciais: o movimento corporal, a lógica interna e o produto cultural. Identificamos as unidades temáticas, compreendemos os objetos de conhecimento e as habilidades como forma de organização dos conhecimentos, conteúdos e processos da Educação Física. AVALIAÇÃO DO TEMA: REFERÊNCIAS ABBAGNANO, N. Dicionário de filosofia. São Paulo: Martins Fontes, 2007. BORRE, L. M.; REVERDITO, R. S. Educação Física infantil: tempos, espaços e os direitos da criança. Corpoconsciência, Cuiabá, v. 23, n. 2, p. 96-108, 2019. BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil. Brasília, 18 de dezembro de 2009. BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil. Brasília, 20 de junho de 2010. BRASIL. Ministério da Educação. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Brasília, de 20 de dezembro de 1996. BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Básica. Brasília, 2013. BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. Base Nacional Comum Curricular. Brasília, 2017. FREIRE, J. B. Educação de corpo inteiro. São Paulo: Scipione, 1994. FREIRE, J. B. Pedagogia do futebol. Campinas: Autores Associados, 2011. GALLAHUE, D. L.; OZMUN, J. C. Compreendendo o desenvolvimento motor. São Paulo: Phorte, 2005. GÓIS Jr., E. e LOVISOLO, H. A Educação Física e concepções higienistas sobre raça: uma reinterpretação histórica da Educação Física brasileira dos anos de 1930. Revista Portuguesa de Ciências do Desporto, 3(V) 322–328, 2005. HUIZINGA, J. Homo ludens: o jogo como elemento de cultura. São Paulo: Perspectiva, 2012. KISHIMOTO, T. M. O jogo e a educação infantil. São Paulo: Pioneira, 1998. LEMOS, G. P. A Educação Física na educação infantil no Distrito Federal: uma experiência em construção. Dissertação (Mestrado em Educação Física) – Faculdade de Educação Física, Universidade de Brasília. Brasília, 148. p. 2019. RETONDAR, J. J. M. Teoria do jogo: a dimensão lúdica da existência humana. Petrópolis: Vozes, 2007. RIZZO, G. Educação pré-escolar. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1992. ROLIM, A. A. M.; GUERRA, S. F.; TASSIGNY, M. M. Uma leitura de Vygotsky sobre o brincar na aprendizagem e no desenvolvimento infantil. Revista Humanidades, Fortaleza, v. 23, n. 2, p. 176- 180, 2008. EXPLORE+ Para saber mais sobre os assuntos explorados neste conteúdo: No Youtube, assista aos dois vídeos O brincar na educação infantil, da Profa. Tizuko M. Kishimoto e identifique a importância da brincadeira para o direito e para o desenvolvimento. No site do Movimento pela Base Nacional Comum Curricular, explore o documento interativo BNCC na educação infantil: orientações para gestores municipais sobre a implementação dos currículos baseados na Base em creches e pré-escola. No portal de periódicos da Universidade Tuiuti do Paraná, leia e analise o artigo de set./dez. 2015 publicado no “Caderno de Pesquisa: Pensamento Educacional”, v. 10, n. 26, p. 400-419, intitulado Educação Física Escolar: (re)vendo os pressupostos e a prática pedagógica dos professores do ensino fundamental. No site do MEC, leia a BNCC, na seção Educação Física, identificando as competências específicas, as unidades temáticas, os objetos de conhecimento e as habilidades. CONTEUDISTA Guilherme Borges Pacheco Pereira CURRÍCULO LATTES javascript:void(0);
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