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Beneficiamento e armazenamento de sementes

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PRODUÇÃO E 
TECNOLOGIA DE 
SEMENTES 
Laís de Carvalho Vicente 
Beneficiamento e 
armazenamento 
de sementes
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
  Descrever a etapa de beneficiamento de sementes.
  Definir os tipos de armazenamento de sementes.
  Distinguir embalagens e respectivos usos.
Introdução
O beneficiamento e o armazenamento de sementes formam a fase final 
do processo produtivo, representando uma etapa de suma importância 
para a produção de sementes de boa qualidade. Tal etapa visa a unifor-
midade, boa taxa de germinação e vigor e, consequentemente, elevada 
produtividade.
Sementes que são beneficiadas de forma correta, classificadas adequa-
damente, devem ser armazenadas de forma a não reduzir sua qualidade. 
O ideal é mantê-las acondicionadas em embalagens adequadas, em 
ambiente com baixa umidade relativa do ar reduzida e livre de pragas ou 
roedores, que podem influenciar na qualidade das sementes ao longo 
do período de armazenamento.
Neste capítulo, você vai conhecer as etapas de beneficiamento e 
como são planejadas. Também vai ver os tipos de armazenamento, assim 
como os tipos de embalagens. Por fim, vai aprender sobre os problemas 
que podem surgir no armazenamento de sementes, que podem com-
prometer sua qualidade.
1 Beneficiamento de sementes
O benefi ciamento de sementes pode ser defi nido como um conjunto de ope-
rações que apresentam como principal objetivo aprimorar as características 
físicas, fi siológicas e sanitárias que contribuem para estabelecer uma população 
vigorosa e sadia de plantas. Sendo assim, o benefi ciamento consiste na etapa 
fi nal do processo produtivo, sendo responsável por eliminar todas as impurezas 
colhidas, permitindo que a haja a separação de lotes mais uniformes com 
sementes de alta qualidade (CARVALHO; NAKAGAWA, 2000; FREITAS; 
NASCIMENTO, 2012).
De forma geral, a qualidade da semente pode ser definida, segundo Popini-
gis (1985), como a soma de todos os atributos genéticos, físicos, fisiológicos e 
sanitários que afetam a capacidade da semente em originar plantas sadias de alta 
produtividade. Ainda de acordo com o autor, a qualidade física representa a pureza 
e a condição física da semente, sendo esta última caracterizada, por exemplo, por 
fatores como umidade, tamanho, cor e danos mecânicos. Já a qualidade fisiológica 
está intimamente relacionada com sua viabilidade e seu vigor. Por sua vez, a 
qualidade sanitária consiste em sementes livres de patógenos e pragas. 
Essa qualidade envolvida no processo de beneficiamento tem influência 
direta na emergência das plântulas, bem como na uniformidade de distribuição 
pela área onde a semente foi semeada e, consequentemente, vai refletir na 
produção final da lavoura (KIKUTI et al., 2003). Daí a importância de realizar 
todo o processo de beneficiamento e armazenamento de forma adequada e 
correta. Sendo assim, durante o processo de beneficiamento, alguns cuidados 
devem ser tomados, evitando, por exemplo, danos mecânicos, contaminação 
varietal dos lotes e perda de sementes viáveis. Quando realizado seguindo 
corretamente as etapas e tomando os devidos cuidados, o beneficiamento 
promove um aprimoramento do lote de sementes e, desse modo, favorece as 
etapas seguintes, de embalagem e armazenamento, mantendo sua qualidade 
(FREITAS; NASCIMENTO, 2012).
Etapas do beneficiamento
O benefi ciamento de sementes consiste em uma sequência de etapas que gera um 
produto fi nal: sementes de alta qualidade. Após a colheita, as sementes seguem 
para Unidades de Benefi ciamento de Sementes (UBS) com várias impurezas, 
como palhas, pedras, restos de culturas, sementes de plantas daninhas, além de 
sementes mal formadas, deformadas ou contaminadas (patógenos ou insetos) 
(CARVALHO; NAKAGAWA, 2000; FREITAS; NASCIMENTO, 2012).
Beneficiamento e armazenamento de sementes2
É importante destacar que as etapas do beneficiamento podem variar de-
pendendo da espécie, do cultivar e das características das impurezas presentes 
no lote de sementes. Aqui, serão abordas as etapas gerais de um processo de 
beneficiamento: recepção, pré-limpeza, secagem (se necessário), limpeza, 
separação e classificação, embalagem e armazenamento. Carvalho e Nakagawa 
(2000) definem essas etapas como:
  Recepção — é a etapa em que as sementes chegam à unidade de be-
neficiamento, sendo transportadas de imediato para a linha de benefi-
ciamento ou então acondicionadas para aguardar as demais operações.
  Pré-limpeza — é a etapa responsável pela retirada inicial das impurezas, 
como palha, torrões, sementes de outras espécies (incluindo plantas 
daninhas), insetos mortos, entre outros. 
  Secagem — realizada apenas quando as sementes não apresentam o teor 
de umidade adequado para o processo de beneficiamento. Essa etapa 
é necessária, então, para que as sementes atinjam os níveis adequados 
para o armazenamento ou beneficiamento. Pode ser empregada secagem 
natural ou artificial.
  Limpeza — essa etapa é similar à pré-limpeza, com a diferença de 
envolver uma separação mais rigorosa e, com isso, muito mais precisa. 
Consiste na separação de todo material indesejável, principalmente 
outros tipos de sementes que acompanham as sementes de interesse, 
como sementes de outras espécies ou cultivares e sementes de interesse 
que estão mal formadas ou imaturas.
  Separação e classificação — serve para triar as sementes de acordo 
com características físicas diferenciais, com o objetivo de promover 
uma separação adequada e perfeita. As características físicas podem 
ser, por exemplo, tamanho, massa, teor de umidade, cor, entre outros. 
Na etapa de classificação, um lote de sementes já separado e totalmente 
limpo pode ser dividido em lotes menores e mais uniformes de acordo 
com o formato e tamanho das sementes. Essa etapa é realizada por 
separadores por espessura, largura ou comprimento, dependendo da 
espécie beneficiada (Figura 1), uma vez que cada espécie pode apre-
sentar características físicas distintas. Essa etapa serve para diversos 
fins práticos, como melhorar a qualidade do lote (pela uniformidade do 
tamanho e forma das sementes), facilitar o processo de tratamento das 
sementes (tornando-o mais eficiente) e facilitar a semeadura mecânica 
(devido à uniformidade das sementes).
3Beneficiamento e armazenamento de sementes
Figura 1. Exemplos de tipos de sementes oriundas de espécies vegetais diferentes.
Fonte: Nopparat Promtha/Shutterstock.com.
  Embalagem — é a etapa de ensacamento das sementes. É importante 
destacar que elas podem ou não ser previamente tratadas com produtos 
químicos (fungicidas e/ou inseticidas), após as etapas citadas ante-
riormente. Após esse tratamento (quando necessário) e/ou após a total 
limpeza e separação, as sementes são levadas para as embaladoras, 
sendo colocadas nas embalagens recomendadas para a espécie que está 
sendo beneficiada e mantidas em condições sob as quais possivelmente 
serão armazenadas.
  Armazenamento — é a etapa final de todo o processo. As sementes 
já limpas, separadas, classificadas e embaladas encontram-se em con-
dições ideais para armazenamento e, posteriormente, para seguir para 
a comercialização. A área na qual é realizado o armazenamento deve 
ser ampla, de forma que seja possível a separação adequada dos lotes, 
apresentando condições ambientais favoráveis para manutenção da 
qualidade fisiológica e sanitária. 
É importante destacar que a qualidade da semente em si não é melhorada em uma UBS. 
O que ocorre é apenas a uniformização dos lotes e a retirada de impurezas indesejáveis. 
Sendo assim, a qualidade da semente é obtida no campo. Nesse caso, todo o processo 
produtivo transcorrido até a colheita das sementes deve ser rigorosamente assistido.
Beneficiamento e armazenamento de sementes4
Separação e classificação das sementes
O benefi ciamento é realizado a partir das diferenças nas características fí-
sicas das sementes que estão sendo benefi ciadas e das impurezasque estão 
presentes no lote. Sendo assim, é importante frisar que a etapa de separação 
e classifi cação só é possível se houver diferenças nessas características entre 
os materiais que possam ser detectadas pelos maquinários utilizados nas 
unidades de benefi ciamento (FREITAS; NASCIMENTO, 2012).
De forma geral, as características físicas utilizadas no processo de separação 
e classificação são: tamanho (que se define em largura, espessura e compri-
mento), forma, peso, textura do tegumento ou do pericarpo, cor, afinidade 
por líquidos e condutividade elétrica (CARVALHO; NAKAGAWA, 2000).
Tamanho
É a característica com maior grau de variabilidade no lote recém-colhido 
que chega à unidade de benefi ciamento, sendo uma das mais empregadas no 
processo de separação de sementes e partículas de impurezas encontradas em 
cada lote. Essa separação por tamanho é considerada um ponto de partida para 
o benefi ciamento de inúmeras espécies. Sabe-se que o tamanho das partículas 
varia em sua largura, espessura e comprimento.
Forma
Essa é uma das características que apresenta maior variação entre as diferentes 
espécies de sementes. Geralmente, a separação e classifi cação ocorrem pela 
diferença entre sementes de forma mais arredondada e sementes de forma 
mais achatada, a partir de máquinas específi cas para esse fi m.
Peso
Uma grande variedade de sementes difere entre si e das impurezas pelo peso 
ou densidade relativa apresentadas. Geralmente, as diferenças no peso entre as 
sementes do mesmo lote ocorrem devido ao ataque de insetos ou patógenos, ou 
por estarem chocas, mal formadas ou imaturas. Essa separação é importante 
para as sementes que não são separadas por tamanho ou forma, mas que não 
estão aptas a compor um lote de qualidade. Com relação a impurezas, é possível 
separar as sementes do lote de pedras e/ou resíduos vegetais, por exemplo.
5Beneficiamento e armazenamento de sementes
Textura do tegumento
Essa característica está relacionada com o grau de rugosidade, que é comu-
mente observado nas sementes. Sendo assim, é possível separar e classifi car as 
sementes em lisas ou rugosas, a partir da utilização de máquinas específi cas 
para esse fi m. 
Cor
Essa característica é importante para separar e classifi car sementes com carac-
terísticas físicas muito parecidas (como tamanho, forma e peso), sendo então 
separadas pela coloração específi ca que apresentam, a partir de catadeiras ou 
selecionadoras eletrônicas, que funcionam a partir de uma célula fotoelétrica, 
calibrada para separar as sementes que apresentam coloração distinta.
Afinidade por líquidos
Essa característica separa as espécies de sementes que diferem entre si de 
acordo com a proporção de líquidos que são capazes de absorver. Tal ca-
racterística também é capaz de separar as sementes do lote recém-colhido, 
distinguindo as aptas das não aptas para a formação de um lote de qualidade. 
Isso é possível porque sementes com tegumento danifi cado aceitam maior 
quantidade de líquido do que as sementes sadias com tegumento não danifi cado.
Condutividade elétrica
Essa característica representa a capacidade que as sementes têm de conduzir ou 
armazenar cargas elétricas. Essa forma de separação e classifi cação apresenta 
certas limitações, visto que as propriedades elétricas das sementes podem 
ser afetadas por outros fatores. Essa forma de separação é realizada quando 
é difícil a separação pelas demais características citadas anteriormente. Para 
realizar esse tipo de separação, é utilizado um separador eletrostático.
UBSs
As UBSs têm como objetivo separar e classifi car as sementes de acordo com as 
características que apresentam, disponibilizando no mercado um produto mais 
homogêneo, livre de impurezas e de alta qualidade física, fi siológica e sanitária. 
Beneficiamento e armazenamento de sementes6
Seu objetivo é atingir maior qualidade e uniformidade das sementes, a partir 
de uma lavoura mais uniforme e mais produtiva (TROGELLO et al., 2013).
Segundo Carvalho e Nakagawa (2000), a escolha das máquinas e a sequ-
ência de etapas a serem seguidas no processo de beneficiamento dependem 
da espécie que está sendo beneficiada, bem como das condições físicas do 
lote. No entanto, ainda de acordo com esses autores, já existem sequências 
básicas para a maioria das sementes que são comumente beneficiadas, havendo 
somente uma mudança ou outra. A sequência de beneficiamento varia, por 
exemplo, entre as sementes de milho e sorgo.
De forma geral, o beneficiamento numa UBS deve seguir as etapas de re-
cepção, pré-limpeza, limpeza, secagem (quando necessário), separação e clas-
sificação, tratamento (quando necessário), armazenamento e comercialização. 
A seleção, instalação e regulagem dos transportadores, equipamentos e maqui-
nários utilizados nas UBS devem ser adequadas, visando o manuseio e separação 
das sementes sem provocar danos mecânicos (CARVALHO; NAKAGAWA, 
2000; TROGELLO et al., 2013). Os equipamentos de transporte, secagem, 
limpeza, separação e classificação devem ser distribuídos na UBS de forma a 
permitir o fluxo contínuo das sementes que estão sendo beneficiadas, seguindo 
da etapa de recebimento do lote até o local de embarque para distribuição e 
comercialização do lote já beneficiado e embalado (TROGELLO et al., 2013).
Todos os investimentos e conhecimentos técnicos envolvidos no planeja-
mento, elaboração e execução de uma UBS são altos, tendo em vista toda a 
estrutura necessária para as etapas como secagem, compra e instalação de 
máquinas, além do armazenamento das sementes embaladas em local amplo e 
adequado. Em virtude de todo investimento, há um aumento do valor agregado 
ao preço final do lote beneficiado de sementes (TROGELLO et al., 2013).
2 Armazenamento de sementes
Após todo o processo de benefi ciamento, os lotes já separados e classifi cados são 
acondicionados em local amplo apropriado, com reduzida umidade relativa do ar e 
livre de insetos, pragas e patógenos. Desse modo, os lotes devem ser armazenados 
em local com condições adequadas para manter a qualidade fi siológica e sanitária 
das sementes benefi ciadas, para comercialização ou uso futuro (MEDEIROS; 
EIRA, 2006). Isso porque a qualidade fi nal da semente vai depender dos cuidados 
durante todo o processo de benefi ciamento, assim como os cuidados no armazena-
mento, a fi m de promover a manutenção da qualidade das sementes benefi ciadas, 
até chegarem ao seu destino fi nal (SILVEIRA; VIEIRA, 1982).
7Beneficiamento e armazenamento de sementes
Diante do exposto, os cuidados no armazenamento devem contemplar os 
fatores que influenciam na conservação e manutenção da qualidade das semen-
tes beneficiadas. Podemos citar como alguns fatores que afetam a qualidade 
das sementes durante o armazenamento (CARVALHO; NAKAGAWA, 2000): 
  qualidade inicial das sementes recém-colhidas; 
  vigor das plantas que originaram as sementes, como status nutricional, 
sanidade, se acometida ou não por pragas e/ou doenças;
  condições climáticas durante o processo de maturação das sementes;
  injúrias ou danos mecânicos causados durante a colheita ou durante 
o processo de secagem ou outra etapa do processo de beneficiamento.
Sendo assim, o local de armazenamento das sementes deve apresentar 
algumas características controladas, com o objetivo de manter sempre a 
qualidade de cada lote. Uma das características é a umidade relativa do 
ar, sendo considerada uma dos fatores mais importantes no processo de 
armazenamento de sementes, devendo ser baixa. De forma geral, o ideal é 
manter a umidade relativa abaixo de 40%. Isso porque uma elevada umidade 
do ar, associada a uma temperatura inadequada, favorece o surgimento de 
patógenos e, consequentemente, uma deterioração das sementes durante o 
armazenamento. 
Outra característica que precisa ser controlada é a ação de insetos, que 
podem atacar as sementes armazenadas. Essa característica está intima-
mente relacionada com as condições do meio, visto que a umidade do ar 
e atemperatura influenciam no surgimento e desenvolvimento de quase 
todos os insetos que se alimentam de sementes. A falta de controle das 
características do ambiente de armazenamento promove perdas de peso das 
sementes, bem como perda na pureza física e na sua qualidade fisiológica 
e sanitária (CARVALHO; NAKAGAWA, 2000). Com isso, serão comercia-
lizadas sementes de baixa qualidade e, consequentemente, de baixa taxa 
de germinação e vigor, formando estandes de plantas não homogêneos, 
que acabam interferindo na produtividade final da lavoura. Por fim, se as 
etapas de beneficiamento forem cumpridas com todos os cuidados, mas 
o armazenamento não for realizado seguindo todas as orientações, não 
haverá um resultado satisfatório em campo, com reflexos na produção 
(CARVALHO; NAKAGAWA, 2000; FREITAS; NASCIMENTO, 2012; 
TROGELLO et al., 2013).
Beneficiamento e armazenamento de sementes8
3 Embalagens: tipos e como escolher
A embalagem é considerada fundamental no processo de armazenamento das 
sementes, não somente porque contribui para manter os lotes separados, mas 
também porque contribui para proteger as sementes do ataque de pragas e 
doenças, além de facilitar o manejo dos lotes e o aproveitamento de espaço do 
armazém (MEDEIROS; EIRA, 2006). Segundo Medeiros e Zanon (1998), a 
escolha do tipo de embalagem vai depender da natureza da semente (ortodoxa 
ou recalcitrante), assim como do método de armazenamento e do período 
durante o qual essa semente permanecerá armazenada.
Atualmente, existem vários tipos de embalagens que podem ser utilizados 
(Figura 2), sendo classificados de acordo com a permeabilidade ao vapor 
d’água que apresentam, segundo as seguintes categorias: permeáveis ou po-
rosas; semipermeáveis ou semiporosas; impermeáveis ou à prova de umidade 
(CARVALHO; NAKAGAWA, 2000; MEDEIROS; EIRA, 2006).
Figura 2. Tipos de embalagens para armazenamento de sementes. Da 
esquerda para a direita: saco de papel, polipropileno, algodão e juta. 
Fonte: Eifert e Utino ([2020?], documento on-line).
As embalagens permeáveis ou porosas são aquelas totalmente permeáveis ao 
vapor d’água, permitindo a troca livre entre as sementes e o ambiente externo. 
Além disso, não protegem as sementes do ataque de insetos. Como exemplo 
dessas embalagens podemos citar as embalagens de pano (algodão), sacos 
9Beneficiamento e armazenamento de sementes
plásticos perfurados, sacos de papel ou de papelão. Já as embalagens semi-
permeáveis ou semiporosas são aquelas que permitem a troca de vapor d’água 
de forma intermediária. Geralmente são embalagens à base de polietileno ou 
poliéster. Por fim, as embalagens impermeáveis ou à prova de umidade não 
permitem de forma alguma a troca de vapor d’água (Figura 3). Os principais 
materiais utilizados nessas embalagens são metal, plástico, vidro e alumínio 
(CARVALHO; NAKAGAWA, 2000; MEDEIROS; EIRA, 2006).
Figura 3. Exemplo de embalagens impermeáveis ou à prova de 
umidade. Neste caso, o material utilizado é o metal. 
Fonte: Eifert e Utino ([2020?], documento on-line).
A escolha do tipo de embalagem a ser utilizada vai depender de alguns 
fatores, como tempo total de armazenamento, condições climáticas, caracterís-
ticas mecânicas das embalagens, bem como sua disponibilidade no comércio 
local. Sementes que precisam ficar por mais tempo em armazenamento devem 
ser acondicionadas em embalagens que protejam-nas por tempo prolongado, 
mantendo sua qualidade. Nesse caso, embalagens permeáveis ou porosas devem 
ser evitadas. As condições climáticas de cada região (tropical ou temperada) 
devem ser consideradas, porque interferem no equilíbrio higroscópico da 
semente, fazendo com que se ajuste à umidade do ar. Uma elevação no teor 
de umidade da semente armazenada pode gerar perda por ataque de pragas e 
patógenos, assim como perda de vigor. 
Beneficiamento e armazenamento de sementes10
Com relação às características mecânicas, o ideal é optar por embalagens 
que apresentam resistência ao rasgamento, assim como ao ataque de roedores, 
insetos e pragas. Além disso, devem apresentar facilidade de empilhamento 
e de manuseio. Por fim, devem estar amplamente disponíveis no comércio 
local, para que seja possível realizar a opção tecnicamente mais adequada 
para as condições do armazenamento (CARVALHO; NAKAGAWA, 2000). 
Outro aspecto importante a ser considerado é a utilização de etiquetas de identificação 
dos lotes, tanto dentro quanto fora da embalagem, trazendo todas as informações 
pertinentes, como espécie, data de coleta, data de beneficiamento das sementes e 
se foram ou não tratadas com fungicidas ou inseticidas.
Ao final de todo um processo adequado de beneficiamento, de escolha 
da embalagem apropriada e de armazenamento, as sementes formam lotes 
de alta qualidade, que estão prontos e aptos a serem comercializados, a fim 
de formar lavouras com alta taxa de germinação, alto vigor das plantas e alta 
produtividade. Daí a importância de realizar todas as etapas com cuidado, 
focando na manutenção da qualidade do produto final.
CARVALHO, N. M.; NAKAGAWA, J. Sementes: ciência, tecnologia e produção. Jaboticabal: 
FUNEP, 2000.
EIFERT, E. C.; UTINO, S. Beneficiamento e armazenamento. Santo Antônio de Goiás: 
Agência Embrapa de Inovação Tecnológica, Embrapa Arroz e Feijão, [2020?]. Disponível 
em: https://www.agencia.cnptia.embrapa.br/gestor/feijao/arvore/CONT000gvxxn-
79j02wx7ha0g934vghisa0nv.html. Acessado em 12 de outubro de 2020.
FREITAS, R. A.; NASCIMENTO, W. M. Beneficiamento de sementes de hortaliças. In: 
CURSO SOBRE TECNOLOGIA DE PRODUÇÃO DE SEMENTES DE HORTALIÇAS, 12., 2012, 
Mossoró, RN. Palestras... Brasília: Embrapa, 2012.
11Beneficiamento e armazenamento de sementes
Os links para sites da web fornecidos neste capítulo foram todos testados, e seu fun-
cionamento foi comprovado no momento da publicação do material. No entanto, a 
rede é extremamente dinâmica; suas páginas estão constantemente mudando de 
local e conteúdo. Assim, os editores declaram não ter qualquer responsabilidade 
sobre qualidade, precisão ou integralidade das informações referidas em tais links.
KIKUTI, A. L. P. et al. Desempenho de sementes de milho em relação à sua posição na 
espiga. Ciência e Agrotecnologia, v. 27, n. 4, p. 765–770, 2003. Disponível em: https://
www.scielo.br/pdf/cagro/v27n4/v27n4a04.pdf. Acesso em: 1 nov. 2020.
MEDEIROS, A. C. S.; EIRA, M. T. S. Comportamento fisiológico, secagem e armazenamento 
de sementes florestais nativas. Colombo: Embrapa Florestas, 2006. (Embrapa Florestas. 
Circular técnica, 127).
MEDEIROS, A. C. de S.; ZANON, A. Conservação de sementes de aroeira-vermelha 
(Schinus terebinthifolius Raddi). Boletim de Pesquisa Florestal, n. 36, p. 11–20, 1998. Dis-
ponível em: https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/29859/1/medeiros.
pdf. Acesso em: 1 nov. 2020.
POPINIGIS, F. Fisiologia da semente. 2. ed. Brasília: [s. n.], 1985.
SILVEIRA, J. F.; VIEIRA, M. G. G. C. Beneficiamento de sementes. Informe Agropecuário, 
v. 8, n. 9, p. 50–56, 1982.
TROGELLO, E. et al. Acompanhamento de uma unidade beneficiadora de sementes de 
milho – estudo de caso. Revista Brasileira de Milho e Sorgo, v. 12, n. 2, p. 193–201, 2013. 
Disponível em: http://rbms.cnpms.embrapa.br/index.php/ojs/article/view/411/743. 
Acesso em: 1 nov. 2020.
Beneficiamento e armazenamento de sementes12

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