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Samara Ruiz Dias Barroso RA 8173890 Licenciatura em Pedagogia RELATÓRIO DE PRÁTICA PEDAGÓGICA FUNDAMENTOS E MÉTODOS DO ENSINO DE LÍNGUA PORTUGUESA E MATEMÁTICA PORTFÓLIO 2 – OBSERVAÇÃO, PLANEJAMENTO E REGÊNCIA DE AULAS MARABÁ 2023 RELATÓRIO DE PRÁTICA PEDAGÓGICA PORTFÓLIO 2 – OBSERVAÇÃO, PLANEJAMENTO E REGÊNCIA DE AULAS 1. INTRODUÇÃO Esta prática pedagógica na disciplina de Fundamentos e Métodos de Ensino da Língua Portuguesa e Matemática oportuniza alinhar o que aprendemos na teoria referente aos 3 primeiros ciclos do curso de Pedagogia à realidade da sala de aula, onde encontramos diversos fatores a serem contornados e resolvidos para um desenvolvimento e prática educacional de eficiência. Foi, portanto, oportuno verificar as sondagens da escrita, pelas hipóteses da escrita desenvolvidas pela teórica Emília Ferreiro e Ana Teberosky, bem como seus desdobramentos. Estudamos os métodos de alfabetização, a fim de contextualizar as concepções de alfabetização e de aprendizagem e suas decorrências metodológicas no processo da alfabetização. Além disso, Vimos como a criança constrói seu percurso de interpretação da escrita, por meio dos níveis conceituais linguísticos ou as hipóteses de escrita, sustentado teoricamente, pela Psicogênese da Língua Escrita. Houve, ainda, a instrução para realizar a construção de instrumentos de sondagem diagnóstica e de acompanhamento das crianças, a fim de compreender o processo de apropriação da língua, por meio da análise de amostras de escritas infantis à luz do referencial teórico de Ferreiro e Teberosky (1985). Na oportunidade de observação das aulas nas turmas do ensino fundamental inicial, podemos conhecer os elementos necessários para a organização e planejamento do trabalho pedagógico de alfabetização, tais como: o mapeamento e o acompanhamento dos alunos no processo de apropriação do sistema de escrita alfabética; a formação dos agrupamentos produtivos de alunos na sala de aula de alfabetização; o planejamento da rotina de alfabetização e letramento. Além disso, foi oportuno discutir o conceito de consciência fonológica, assim como os princípios básicos linguísticos relacionados aos mecanismos de consciência fonológica na etapa de apropriação do sistema de escrita alfabética (SEA). Foi trabalhado, também, as questões relativas à compreensão das habilidades fonológicas, essenciais para a criança avançar em suas hipóteses sobre o sistema alfabético e a relevância da reflexão metalinguística para potencializar esse processo. Por fim, no último ciclo de estudos referente a este relatório, conhecemos a definição e diferenças dos conceitos de alfabetização e letramento, além da discussão sobre as questões relativas aos gêneros textuais e seu tratamento na alfabetização e no ensino de língua materna. Além de refletir sobre a importância da organização do trabalho pedagógico em uma perspectiva do alfabetizar letramento, compreendemos a alfabetização como prática discursiva e as funções sociais da leitura e da escrita, a fim de embasar a prática do Ensino da Língua Portuguesa, atendendo aos pressupostos da BNCC do Ensino Fundamental. 2. OBJETIVOS Este trabalho de observação e de regência de Fundamentos e Métodos do Ensino de Língua Portuguesa e Matemática tem como objetivo instruir o acadêmico no exercício da docência, assim como refletir sobre as ações futuras como professor (a) da Educação Básica. O objetivo neste relatório é detalhar as observações feitas por mim durante o estágio de observação de aulas do ensino fundamental, como também apresentar a proposta de regência a ser realizada em sala de aula, que servirão como experiência para o exercício da docência. É importante ressaltar que a Prática Pedagógica é parte fundamental do curso, pois visa à formação docente conforme definição da BNC - Educação Básica, constituindo-se como estratégia para aprimorar as aprendizagens essenciais para a atuação docente, relacionadas aos aspectos intelectual, físico, cultural, social e emocional, a partir da vivência do cotidiano escolar e da interação teoria e prática. Temos, ainda, como objetivo da prática pedagógica o aprimorar do aprendizado dos alunos por meio de instrumentos e técnicas que façam com que ambos se interessem pela matéria e fixem o conteúdo. Nesse âmbito, são desenvolvidas diversas atividades pelos professores na intenção de obter sucesso e garantir bom entendimento e aprendizado dos mesmos. Concluímos que o objetivo precípuo da prática pedagógica é alinhar a teoria à prática, oportunizando um aprendizado mais eficiente e coerente com a realidade da sala de aula. Desta forma, o professor recém formado se sentirá adequado e seguro para a sua prática docente. 3. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA A leitura e a escrita se faz presente desde muito cedo na vida do indivíduo, seja ele criança, jovem ou adulto. É direito de toda criança ter acesso à cultura letrada desde os primeiros anos de vida. Assim, este processo precisa ser oferecido já na educação infantil, pois a criança já possui contato com a escrita, seja no ambiente familiar ou social. O estudo apresentado a seguir compreende os aspectos que envolvem as particularidades da aquisição do processo da linguagem escrita, analisando de que forma acontece a inserção da criança no mundo da escrita já na educação infantil. Busca identificar as diferentes possibilidades de inserir a alfabetização e letramento na educação infantil, bem como compreender a importância deste processo nesta idade escolar. As crianças, desde a mais tenra idade, têm convívio com a linguagem oral. Elas aprendem a falar ouvindo e manifestam interesse pela escrita precocemente, pois a língua, tanto oral como a escrita, se apresentam em diferentes contextos da vida cotidiana. As palavras escritas são vistas em outdoors, placas, letreiros, rótulos de embalagens, dentre outros espaços e contextos. A oralidade possibilita que as crianças participem de diversas situações de interação social. Sendo assim, percebe-se que a língua oral ocupa importante papel nas relações sociais. Segundo Maciel e Lúcio (2009, p. 14), “a escrita, comparável a um instrumento, é vista como capaz de permitir a entrada do aprendiz no mundo da informação”. A escrita é um instrumento que permite ao sujeito ter acesso aos conhecimentos construídos socialmente e historicamente. Além disso, constitui-se como um meio de produção de novos saberes. O ensino da escrita não poderá ser de forma mecânica para o aprendiz memorizar letras, sílabas ou palavras, sem mediação das partes pronunciadas. A aquisição da tecnologia da escrita deverá ser por intermédio da compreensão da correspondência entre as letras (unidades gráficas mínimas) e os fonemas (unidades sonoras mínimas). Ferreiro (1995) desenvolveu os estudos sobre o processo de construção da escrita e constatou que a aquisição da escrita passa por três níveis: - o primeiro é da distinção entre o modo de representação de imagens ou de letras, números, sinais e diferenciação intrafigural; - o segundo é a construção de formas de diferenciação interfigural, variações de grafias e quantidade de grafias; - terceiro - o da fonetização da escrita, quando a criança compreende a relação entre fala e escrita. Baseado nesses três níveis, Ferreiro (1995) ainda identificou quatro hipóteses de desenvolvimento da escrita: A hipótese pré-silábica predomina nos primeiros e segundos níveis: é quando a criança começa a fazer a diferenciação entre as representações gráficas (icônico e não icônico) representadas pelo desenho e escrita. Já no terceiro nível há as hipóteses: silábica; silábica- alfabética e alfabética. A hipótese silábica tem como característica a compreensão que a sílaba não é apenas representada por uma unidade representando o lado quantitativo – uma letra não representa uma silaba – e o lado qualitativo – ortografia (letras – sons). A hipótese silábica-alfabética constitui-se como a transição entre a fase silábica e alfabética, momento em queo indivíduo “descobre a necessidade de fazer uma análise que vá ‘mais além’ da sílaba pelo conflito entre a hipótese e a exigência de quantidade mínima de letras [...] e o conflito entre as formas gráficas que o meio lhe propõe” (FERREIRO; TEBEROSKY, 1999, p. 214). Na hipótese alfabética, é o último nível de evolução da escrita, o qual culmina no processo de alfabetização da pessoa. Sobretudo, caracteriza-se como momento que o sujeito supera as barreiras do sistema de representação da linguagem escrita. pode-se afirmar que “a partir desse momento, a criança se defrontará com as dificuldades próprias da ortografia, mas não terá problemas de escrita, no sentido estrito” (FERREIRO; TEBEROSKY, 1999, p. 219). A leitura, por sua vez, diz respeito à capacidade de o sujeito ler e interagir com outras pessoas, devendo ser compreendido como um processo complexo e como um instrumento que garante papel fundamental nas relações sociais. A leitura deve proporcionar a inserção em práticas sociais, antecipação dos sentidos, inferências, permitir relações de intertextualidade. Assim, é importante compreender a utilização de diversos textos literários. A aquisição das tecnologias da escrita alfabética e da utilização das habilidades de ler e escrever acontece por meio do processo de alfabetização, ou seja, pela apropriação do sistema de escrita alfabética. Sobretudo, é preciso compreender que “o domínio da tecnologia de escrita (o sistema alfabético e ortográfico), se obtém por meio do processo de alfabetização” (MACIEL; LÚCIO, 2009, p. 14). Contudo, não basta que o sujeito apenas aprenda a ler e escrever, mas que tenha domínio da leitura e escrita em diferentes contextos e situações, percebendo que existem múltiplas possibilidades do uso da escrita e da leitura, resultando no processo de letramento. Soares (2006, p. 20) afirma “que não basta apenas saber ler e escrever, é preciso também saber fazer uso do ler e do escrever, saber responder as exigências de leitura e escrita que a sociedade faz continuamente”. Esta reflexão permite compreender que ser letrado não se limita apenas à capacidade de compreender a tecnologia, de ler e escrever, mas abrange os aspectos sociais, políticos, cognitivos, culturais, psíquicos e linguísticos. O letramento traz impactos no exercício da cidadania da pessoa, pois permite ao sujeito a interação social, produções de textos, compreensão de diversos gêneros textuais. Letramento é uma versão do português da palavra inglesa literacy, que significa “estado ou condição que assume aquele que aprende a ler e escrever. Implícita nesse conceito está a ideia de que a escrita traz consequências sociais, culturais, políticas, econômicas, cognitivas, linguísticas” (SOARES, 2006, p.17); estas consequências são tanto do posto de vista individual como também do ponto de vista social. Segundo Leal, Albuquerque e Moraes (2007, p. 70), “letramento, relaciona-se ao exercício efetivo e competente daquela tecnologia da escrita, nas situações em que precisamos ler e produzir textos reais”. Alfabetização e letramento são fenômenos complexos, distintos, porém, inseparáveis, pois o processo de alfabetização deverá ser na perspectiva do letramento, possibilitando ao aprendiz, por intermédio de uma postura política, alfabetizar-se e letrar-se, simultaneamente (LEAL; ALBUQUERQUE; MORAES, 2007). Diante disso, enfatiza-se que a alfabetização deve ser promovida na perspectiva do letramento, pois, o ato de ler e escrever deve superar o simples domínio de uma tecnologia e alcançar uma complexidade de inserção do indivíduo nas práticas sociais. Segundo Soares (2006, p. 18) “Letramento é, pois, o resultado da ação de ensinar a ler e escrever: o estado ou a condição que adquire um grupo social ou um indivíduo como consequência de ter-se apropriado da escrita”. O letramento é um estado que permite ao sujeito envolver-se em práticas sociais de leitura e escrita. A linguagem está presente constantemente na vida das pessoas, o ser humano se constitui pela linguagem. Assim, a concepção de linguagem estabelece relação com a leitura, a produção de texto, a oralidade, a variedade textual, ou seja, tem diversas manifestações, considerando que a linguagem é um processo de interação. De acordo com Travaglia (1996, p. 23), “a linguagem é, pois, um lugar de interação humana, de interação comunicativa pela produção de efeitos de sentidos entre interlocutores, em uma dada situação de comunicação e em um contexto sóciohistórico e ideológico”. A linguagem ocupa papel central nas relações sociais, constituindo-se como um instrumento, não apenas de comunicação, mas também de interação social, histórico e construído ideologicamente. A concepção de alfabetização está relacionada à aprendizagem do sistema de escrita alfabética, a leitura, a produção de texto. Isto implica compreender que alfabetizar é aprender a ler, escrever, no entendimento que, “sem mediação, não garante que nossas crianças e nossos jovens se alfabetizem, ou seja, que se apropriem do Sistema da Escrita Alfabética” (LEAL; ALBUQUERQUE; MORAES, 2007, p. 70). Assim, a alfabetização é concebida como um processo que se obtém a partir da aprendizagem da leitura, da escrita, compreensão e da produção de textos, logo, ser alfabetizado não significa apenas saber ler e escrever automaticamente ou memorizar a ordem alfabética, mas compreender o uso da tecnologia da escrita e da leitura e suas diversas funções. A formação de leitores e autores de textos de diversos gêneros textuais deverá ser na perspectiva de alfabetizar letrando, considerando que é preciso investir na diversidade textual para que o sujeito possa compreender seus usos na sociedade. Alfabetizar e letrar simultaneamente são, sobretudo, uma mudança considerável de acesso à leitura e escrita no país, superando a mera aquisição da tecnologia de ler e escrever (SOARES, 2006). Diante desta mudança de concepção sobre alfabetização na perspectiva do letramento, cabe ao educador promover “situações de leituras, produções de textos e reflexões sobre os aspectos sócio- discursivos dessa variedade textual” (LEAL; ALBUQUERQUE; MORAES, 2007, p. 72). Na educação infantil e nos anos iniciais do ensino fundamental, as leituras devem ser prazerosas, lúdicas, interessantes. Além disso, é preciso compreender que os textos literários necessitam fazer parte do universo infanto-juvenil. A formação de estudantes leitores não se dá de forma mecânica, sem mediação ou sem reflexão, mas por intermédio da prática social, ressaltando que se constitui como condição para a prática de leitura e produções de textos “introduzir diferentes gêneros textuais no processo de ensino, refletindo sobre as relações entre suas características composicionais e suas funções” (MACIEL; LÚCIO, 2009, p. 14). Diante disso, é possível afirmar que, para tornar-se leitor e autor, é preciso que o sujeito tenha acesso ao mundo letrado. Assim, não basta apenas codificar as letras do sistema alfabético, mas perceber como um instrumento de acesso à informação e compreensão de mundo. Portanto, enfatiza-se que ler e escrever na sociedade atual são condições para manter as relações sociais, além de se constituírem como um ato político. 4. DESCRIÇÃO DETALHADA DE TODAS AS ETAPAS DESENVOLVIDAS a) Amostra de escrita e análise da sondagem diagnóstica Foi realizada a sondagem diagnóstica da escrita com o Pedro Henrique, 7 anos, conforme anexo I. Pela análise, conforme as hipóteses da escrita de Emília Ferreiro, a escrita do Pedro Henrique está na fase alfabética. Nesta fase, a criança já compreende que a escrita é uma forma de comunicação e que pode fazer uso social dela. Ela já conhece o valor sonoro de todas ou quase todas as letras e já apresenta uma estabilidade na escrita das palavras. A criança compreende que cada letra corresponde aos menores valores da sílaba, já é capaz de adequar a escrita à fala, faz leitura com ou sem uso de imagens e já podem iniciar as preocupaçõescom as questões ortográficas. b) Elaboração do plano de aula de alfabetização da 4ª etapa Plano de aula de Alfabetização voltado para o 1º ano do Ensino Fundamental 1. Título da aula: As letras e seus sons 2. Tempo necessário: Duas aulas de 45 minutos cada 3. Etapa de ensino e Ano: Ensino Fundamental: (x) 1º ano ( ) ou 2º ano 4. Objetivos da aula: Desenvolver a consciência fonêmica dos alunos 5. Competências e Habilidades a serem desenvolvidas: Competências: Compreender a língua como fenômeno cultural, histórico, social, variável, heterogêneo e sensível aos contextos de uso, reconhecendo-a como meio de construção de identidades de seus usuários e da comunidade a que pertencem; Apropriar-se da linguagem escrita, reconhecendo-a como forma de interação nos diferentes campos de atuação da vida social e utilizando-a para ampliar suas possibilidades de participar da cultura letrada, de construir conhecimentos (inclusive escolares) e de se envolver com maior autonomia e protagonismo na vida social; Ler, escutar e produzir textos orais, escritos e multissemióticos que circulam em diferentes campos de atuação e mídias, com compreensão, autonomia, fluência e criticidade, de modo a se expressar e partilhar informações, experiências, ideias e sentimentos, e continuar aprendendo; Compreender o fenômeno da variação linguística, demonstrando atitude respeitosa diante de variedades linguísticas e rejeitando preconceitos linguísticos. Habilidades: EF01LP05; EF01LP07; EF01LP08; EF01LP10. 6. Práticas de Linguagem/ Objetos do Conhecimento: - Análise linguística e semiótica; - Construção do sistema alfabético e da ortografia; Conhecimento do alfabeto português do Brasil. 7. Estratégia de Ensino - Aula explícita do conteúdo - Leitura em voz alta - Música referente ao tema para auxílio na memorização - Figuras e letras móveis para associação de letras iniciais - Jogos para fixação do conteúdo - Atividades escritas para fixação do conteúdo 8. Detalhamento da Aula: como será a aula e detalhar o conteúdo que será trabalho com os alunos. Esta aula será realizada a partir da estratégia de ensino: exposição do conteúdo explicitamente. Para esta aula, irei ensinar aos alunos que cada letra do alfabeto possui um fonema (som) correspondente a nossa fala. A aula começa com as boas vindas e um acolhimento com a música “As letras falam” de Nani Medeiros. Em seguida explico que cada letrinha do alfabeto possui um som e passo a expô-los, estimulando a imitação pelos alunos. Em seguida, divido a turma em 4 grupos e distribuo um jogo de trilha do alfabeto, com dado e cada um com seu pino para caminhar na trilha conforme os números sorteados no dado. Quando o pino cair na letra, o aluno deve fazer seu respectivo som para caminhar no tabuleiro. Este jogo ajuda na fixação dos sons da letra e estimula a socialização das crianças. Para finalizar este momento, distribuo uma atividade de texto e escrita para os alunos treinarem a identificação e reconhecimento dos grafemas. Para o segundo momento, distribuo imagens e letras móveis e trabalhamos os sons iniciais da imagens, enfatizando sempre os sons das letras. Por fim, realizo uma leitura em voz alta com livro pertinente ao tema, como por exemplo, O batalhão das letras, Bichodário etc. 9. Recursos/materiais Os recursos necessários para esta aula são: pincel, lousa, papel, figuras, letras do alfabeto móvel, caixa de som, livros, dado, pinos, trilha com o alfabeto, lápis de cor e giz de cera. 10. Avaliação No que se refere à avaliação, realizarei a avaliação conhecida como diagnóstica para identificar a realidade de conhecimento de cada aluno e verificar suas habilidades ou dificuldades de aprendizagem. Escolho esta modalidade, pois – geralmente - é aplicada nos momentos iniciais e finais de uma fase da educação, como é a alfabetização. O objetivo dessa avaliação é conhecer melhor os estudantes, identificando e compreendendo suas necessidades. As avaliações diagnósticas indicam os avanços e as dificuldades da turma. As informações obtidas por meio desse tipo de avaliação evidenciam os pontos fortes e fracos do processo educativo. Isso permite que o professor repense as atividades que irão favorecer o aprendizado dos alunos ao avaliar possíveis mudanças nas práticas escolares por meio das intervenções pedagógicas. As avaliações diagnósticas seriam realizadas por meio de provas ou testes escritos; provas ou testes orais; perguntas e questionários. 11. Referências CAPOVILLA, F. Destruindo mitos e construindo competências: lições da França, Inglaterra e Estados Unidos para o alfabetizador brasileiro. In: Revista Cultural, Rio de Janeiro, ano IV, nº5, p. 42-65, nov de 2003. FERREIRO, E.; TEBEROSKY, A. Psicogênese da língua escrita. Porto Alegre: Artes Médicas, 1986 MORAIS, A. G.; ALBUQUERQUE, E. B.C.; FERREIRA, A. T. B. As Práticas cotidianas de Alfabetização: O que fazem as professoras? Anais da 28ª Reunião Anual da Anped, Caxambu, Minas Gerais, maio de 2006. Disponível em www.anped.org.br/28/textos/gt10/gt101128int.rtf c) Descrição detalhada de como foi a observação das 4 aulas de alfabetização na escola, da 5ª etapa: Durante os dias 05 de junho e 07 de junho de 2023, tive a oportunidade de dar início a observação das aulas de Língua Portuguesa, na série do 1º ano vespertino da escola Galeria de Artes do Pará (GAP), que fica localizada na cidade de Marabá/ PA. Primeira aula observada: As aulas foram ministradas pela professora Brenda, formada em Educação Física e Pedagogia, da seguinte forma: as aulas iniciaram às 14h e terminaram às 15h30, com duração de 45 minutos cada aula, na qual a professora regente deu-me total liberdade para assistir as aulas as quais foram ministradas de acordo com o livro didático do sistema SAE. No dia 05/06/2023, às 14h, ao chegar à sala de aula, a professora fez minha apresentação para os alunos, e logo explicou o motivo da minha presença na sala de aula, então fui muito bem recebida por eles e cumprimentei a turma e tomei meu lugar numa cadeira aos fundos da sala e dei início às minhas observações. A professora convidou os alunos a abrirem o livro na parte que tratava sobre ordem alfabética para uma revisão da ordem em que as letras se posicionam no alfabeto português brasileiro, apresentou também o tema da aula no quadro escrevendo ‘Ordem alfabética’ e fez um exercício de revisão oral enfatizando sobre a posição das letras, juntamente com a participação dos alunos. Em seguida, pediu aos alunos que abrissem o livro didático na pág. 45 e observassem o texto e depois acompanhassem a leitura em voz alta. Logo após, fez um breve comentário sobre o texto para classificar as letras antes ou depois de acordo com a letra em referência no livro. Em seguida colocou no quadro as páginas para os exercícios sobre o assunto da aula. Os alunos ficaram comprometidos realizando a atividade proposta e em seguida puderam consultar o livro texto para responder os exercícios. Para finalizar a aula, a professora conduziu os alunos em um ensaio de duas músicas para apresentação do projeto de festa junina, onde percebi a participação dos alunos com muita animação e empenho. Segunda aula observada: No dia 07/06/2023 às 14h, observei a aula de Lingua Portuguesa que já está com o conteúdo finalizando referente ao primeiro semestre, mas em revisão e com ensaios para o projeto de festa junina. A professora cumprimentou os alunos, fez minha reapresentação como na aula anterior. Nesta aula, a professora recapitulou o assunto da aula anterior e trabalhou a consciência de sílabas. Recebeu as atividades da ficha e ao corrigi-las, percebeu que havia alguns alunos que não tinham completado os exercícios porque tinham dúvidas a respeito. Nesse momento, ela deu visto na atividade de quem havia concluído e em seguida colocou no quadro as dúvidas encontradas explicando- as, e continuou com o restante das atividades do dia. No final da aula, a professora propôs uma atividade para osalunos resolverem em casa. Regência: No dia 12 de junho de 2023, voltei à mesma classe, do 1º ano do ensino fundamental, com permissão da direção, para realizar a regência. Confesso que fiquei bastante nervosa, pois é uma responsabilidade muito grande, apesar de valorosa, ensinar nessa fase de alfabetização. Conduzi a aula conforme o plano de aula que elaborei para este relatório e foi gratificante. Iniciei a aula com a canção “As letras falam” de Nani Medeiros. Os alunos gostaram e tentaram aprender a letra com entusiasmo. Após o acolhimento com a canção, expliquei que cada letra possui seu som correspondente à fala, e fui exemplificando. Após esse momento, dividi a turma em 4 grupos para um jogo a fim de estimular a memorização dos sons da letra, o que me causou grande surpresa pois as crianças aprenderam muitos sons rápido nesta aula. Em seguida, entreguei a atividade para treino da escrita e finalizei a aula com uma leitura em voz alta do livro “O batalhão das letras”. Foi uma experiência agregadora para minha formação e me senti emocionada ao poder participar dessas aulas, interagir com os alunos, observar as possíveis limitações e dificuldades do exercício da carreira docente e também as oportunidades de participar de grandes momentos na construção do saber de pessoas em desenvolvimento e, assim, pude constatar que realmente é minha vocação ser educadora. 5. ANÁLISE DO PROJETO DE PRÁTICA Após a regência e oportunidade de prática pedagógica, concluí que é um desafio ser educadora, principalmente na fase da alfabetização, pois envolve vários fatores, desde a rotina doméstica, bem como os aspectos culturais, emocionais e sociais de cada aluno que precisam ser levados em consideração. É ainda perceptível que para desenvolver este papel de educador é preciso uma formação contínua, de muitos estudos, muito pesquisar e constante atualização e amadurecimento, pois além da sociedade estar em constante mudança, as crianças da atualidade também estão em circunstâncias que trazem desafios para a sala de aula. Uma das constatações que pude observar é a hiperestimulação pelas telas que acabam causando desinteresse e desestímulo para o aprendizado, pois este demanda um esforço neuromotor. Além disso, algumas crianças não são devidamente acompanhadas pelos responsáveis e acabam dependendo somente da escola para prover e suprir a parte intelectual e às vezes até socioafetiva, pois há um certo abandono velado nas casas. Hoje, temos desafios na educação que há alguns anos não existiam. E estes se acumulam com os que já existiam. Acredito ser para poucos essa vocação do ensino, pois quem busca ensinar com propósito - ainda sim - encontra uma motivação valorosa para se manter firme em meio a tantos desafios, além do básico desafio de alinhar a teoria à prática. 6. CONSIDERAÇÕES FINAIS Foto 1: Momento de leitura em voz alta, durante a regência para a turma do 1º ano do fundamental. A disciplina de Língua Portuguesa nas séries do ensino fundamental, séries iniciais objetiva a alfabetização e letramento, sua dinâmica e as mudanças que ocorreram ao longo do tempo, situando o aluno como indivíduo participativo e integrante do saber, bem como das transformações socioeconômicas, políticas, culturais e ambientais que estamos vivenciando, além da construção de identidades e a formação de uma consciência, baseada no diálogo, na reflexão e no respeito à diversidade, que são princípios indispensáveis ao exercício pleno da cidadania. A constatação de limitações no ensino da Lingua Portuguesa e a defesa de uma proposta que envolva teoria e prática nessas áreas demonstra a necessidade urgente de um planejamento a partir do cotidiano da escola e que alcance cada vez mais espaço nas pesquisas e discussões acadêmicas nos tempos atuais. Há ainda o fato da alfabetização e letramento interferir cada vez mais em nossas vidas e a rapidez com que surgem as inovações nesses campos do conhecimento vêm ampliando o debate acerca do papel do ensino na sociedade contemporânea e da necessidade de mudanças em suas práticas educativas. A escola está inserida num mundo em constante transformação, alunos e professores não estão alheios às tensões ocasionadas pelas mudanças, e sua problematização e análise no contexto das salas de aula de Português poderão oportunizar a reflexão crítica e consciente e o desenvolvimento de conhecimentos básicos e das habilidades cognitivas necessárias à participação ativa dos estudantes na vida social, bem como o acesso à cultura, ao trabalho, ao progresso e à cidadania. Desse modo, torna-se evidente que o futuro docente dos anos iniciais do Ensino Fundamental deverá ter consciência de que a aprendizagem dos nossos estudantes nas áreas de linguagens precisa ser mais significativa, mediante uma ação pedagógica investigativa e questionadora, que poderá tornar o ensino de seus respectivos componentes curriculares mais atraente, participativo e provocador. 7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS FERREIRO, Emília. Desenvolvimento da Alfabetização: psicogênese. In: GOODMAN, Yetta M. (Org.). Como as Crianças Constroem a Leitura e a Escrita: perspectivas piagetianas. Porto Alegre: Artes Médicas, 1995. FERREIRO, Emília; TEBEROSKY, Ana. Psicogênese da língua escrita. Porto Alegre: Artes Médicas, 1999. LEAL, Telma Ferraz; ALBUQUERQUE, Eliana Borges Correia; MORAIS, Artur Gomes. Letramento e alfabetização: pensando a prática pedagógica. In: BEAUCHAMP, Jeanete; PAGEL, Sandra Denise; NASCIMENTO, Aricélia Ribeiro (orgs.). Ensino Fundamental de Nove Anos: Orientações para inclusão da criança de seis anos. Brasília: MEC/SEB, 2007. MACIEL, Francisca Isabel Pereira; LÚCIO, Iara Silva. Os conceitos de alfabetização e letramento e os desafios da articulação entre teoria e prática. In: CASTANHEIRA, Maria Lúcia; MACIEL, Francisca Isabel Pereira; MARTINS, Raquel Márcia Fontes (orgs.). Alfabetização e letramento na sala de aula. 2 ed. Belo Horizonte: Autêntica editora: Caele, 2009. SOARES, Magda. Letramento: um tema em três gêneros. 2 ed., 11reimp. Belo Horizonte: A u t ê n t i c a , 2 0 0 6 . TRAVAGLIA, Luiz Carlos. Gramática e Interação: uma proposta para o ensino de gramática. São Paulo: Cortez, 1996. ANEXO I – SONDAGEM DA ESCRITA ANEXO II – DOCUMENTOS DA PRÁTICA PEDAGÓGICA
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