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1www.grancursosonline.com.br Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br A N O TA ÇÕ E S Processo Civil Desenhado – Sujeitos Processo: Ministério Público DIREITO PROCESSUAL CIVIL PROCESSO CIVIL DESENHADO – SUJEITOS PROCESSO: MINISTÉRIO PÚBLICO MINISTÉRIO PÚBLICO O Ministério Público (MP) tem uma incidência de atuação muito grande no campo do Direito Penal. No Processo Civil, essa incidência é um pouco menos intensa, mas muito importante. O MP tem previsão nos artigos 176 a 181 do Código de Processo Civil. Art. 176. O Ministério Público atuará na defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses e direitos sociais e individuais indisponíveis. Art. 177. O Ministério Público exercerá o direito de ação em conformidade com suas atribuições constitucionais. Art. 178. O Ministério Público será intimado para, no prazo de 30 (trinta) dias, intervir como fis- cal da ordem jurídica nas hipóteses previstas em lei ou na Constituição Federal e nos processos que envolvam: I – interesse público ou social; II – interesse de incapaz; III – litígios coletivos pela posse de terra rural ou urbana. Parágrafo único. A participação da Fazenda Pública não configura, por si só, hipótese de inter- venção do Ministério Público Portanto, o artigo 176 introduz a figura do MP no Processo Civil. O artigo 177 aborda as situações em que o MP exerce atividades como parte no processo. Além de atuar como parte, o MP também pode ser fiscal da ordem jurídica. Independentemente de estar atuando como parte ou como fiscal, o MP sempre está ads- trito às peculiaridades que lhe são observadas na Constituição Federal (artigo 127). Enquanto sujeito do processo, o MP está submetido ao artigo 148 do Código de Pro- cesso Civil, que estabelece que as informações de impedimento e suspeição do juiz (arti- gos 144 e 145) são também aplicadas ao MP. A Constituição Federal, no artigo 127 e seguintes, trata das funções institucionais e ativi- dades do MP. Art. 127. O Ministério Público é instituição permanente, essencial à função jurisdicional do Esta- do, incumbindo-lhe a defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis. 5m 10m 2www.grancursosonline.com.br Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br A N O TA ÇÕ E S Processo Civil Desenhado – Sujeitos Processo: Ministério Público DIREITO PROCESSUAL CIVIL § 1º São princípios institucionais do Ministério Público a unidade, a indivisibilidade e a independên- cia funcional. Observa-se, então, que o artigo 176 do Código de Processo Civil faz uma repetição da Constituição Federal, que serve para reforçar a importância da instituição do MP. O MP atua intensamente na questão dos direitos coletivos. A Súmula 601 do STJ estabe- lece que o MP tem legitimidade ativa para atuação na defesa de direitos difusos, coletivos e individuais homogêneos: • Direitos difusos: essencialmente coletivos; transindividuais (ou seja, extrapolam os limi- tes individualistas); indivisíveis; seus titulares são indeterminados e indetermináveis. Exemplo de direito difuso: meio ambiente. • Direitos coletivos (sentido estrito): essencialmente coletivos; transindividuais; indivisí- veis; seus titulares são indeterminados em um primeiro momento, porém determináveis, pois, aqui, fala-se de grupos de pessoas. • Direitos individuais homogêneos: acidentalmente coletivos; artificialmente transindivi- duais; divisíveis; seus titulares são determinados ou determináveis. Exemplo de direito individual homogêneo: questões relacionadas a consumidores. Conforme mencionado, o artigo 176 do Código de Processo Civil estabelece que “O Ministério Público atuará na defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interes- ses e direitos sociais e individuais indisponíveis”. Nesse sentido, os direitos individuais homo- gêneos estão inclusos, desde que indisponíveis. No entanto, o STJ estabeleceu a possibilidade do MP atuar no campo de direitos indivi- duais homogêneos disponíveis, desde que esse direito tenha viés social. 15m 20m 25m ��Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula preparada e ministrada pela professora Roberta Queiroz. A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclu- siva deste material. 1www.grancursosonline.com.br Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br A N O TA ÇÕ E S Processo Civil Desenhado – Sujeitos Processo: Ministério Público II DIREITO PROCESSUAL CIVIL PROCESSO CIVIL DESENHADO – SUJEITOS PROCESSO: MINISTÉRIO PÚBLICO II ATENÇÃO O Código de Processo Civil de 1973 estabelecia que, nas causas concernentes ao estado da pessoa, “pátrio poder”, tutela, curatela, interdição, casamento, declaração de ausência e disposição de última vontade, o Ministério Público (MP) deveria intervir. Essa visão mudou no Código de Processo Civil de 2015. Hoje, se ocorre uma ação de divórcio, caso não haja incapaz, o MP não intervém. Portanto, foi feito um filtro para sele- cionar as ações em que o MP realmente precisa atuar. Além disso, o CPC de 1973 estabelecia prazo em dobro para recorrer e em quádruplo para contestar. Hoje, de acordo com o CPC de 2015, os prazos para o MP serão sempre em dobro. NOVIDADES DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL • Litígio coletivo nas ações possessórias. Art. 565. No litígio coletivo pela posse de imóvel, quando o esbulho ou a turbação afirmado na pe- tição inicial houver ocorrido há mais de ano e dia, o juiz, antes de apreciar o pedido de concessão da medida liminar, deverá designar audiência de mediação, a realizar-se em até 30 (trinta) dias, que observará o disposto nos §§ 2º e 4º. § 2º O Ministério Público será intimado para comparecer à audiência, e a Defensoria Pública será intimada sempre que houver parte beneficiária de gratuidade da justiça. Portanto, de acordo com esse artigo, quando as ações possessórias envolvem litígio coletivo pela posse de imóvel, o MP deve ser intimado. • Prazo em dobro. Art. 180. O Ministério Público gozará de prazo em dobro para manifestar-se nos autos, que terá início a partir de sua intimação pessoal, nos termos do art. 183, § 1º. • Citações e intimações por meio eletrônico. Art. 270. As intimações realizam-se, sempre que possível, por meio eletrônico, na forma da lei. Parágrafo único. Aplica-se ao Ministério Público, à Defensoria Pública e à Advocacia Pública o disposto no § 1º do art. 246. 5m 10m 2www.grancursosonline.com.br Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br Processo Civil Desenhado – Sujeitos Processo: Ministério Público II DIREITO PROCESSUAL CIVIL • Nulidade. Art. 279. É nulo o processo quando o membro do Ministério Público não for intimado a acompanhar o feito em que deva intervir. No entanto, é importante lembrar que, se não tiver havido prejuízo, o processo não deve ser anulado. A falta de intimação do MP não pode ser reconhecida imediatamente como nuli- dade pelo juiz, que deve consultar o próprio MP. • Limitação da atividade do MP (artigo 178). • Inventário na forma de arrolamento comum quando houver interesse de incapaz (artigo 665). ATUAÇÃO DO MINISTÉRIO PÚBLICO • Parte: ocorre quando o MP for autor ou réu. Nesse caso, o MP exerce direito de ação, de acordo com suas atribuições institucionais. • Fiscal da ordem jurídica: o MP fiscaliza o processo. No artigo 129, a Constituição Federal estabelece as funções institucionais do MP. Por- tanto, as atividades exercidas pelo MP devem ser feitas de acordo com esse artigo. De acordo com o Código de Processo Civil: Art. 178. O Ministério Público será intimado para, no prazo de 30 (trinta) dias, intervir como fis- cal da ordem jurídica nas hipóteses previstas em lei ou na Constituição Federal e nos processosque envolvam: I – interesse público ou social; II – interesse de incapaz; III – litígios coletivos pela posse de terra rural ou urbana. Parágrafo único. A participação da Fazenda Pública não configura, por si só, hipótese de inter- venção do Ministério Público. Portanto, o 178 estabelece os casos em que o MP deve atuar como fiscal da ordem jurí- dica. Observa-se, então, que realmente houve uma limitação da atuação do MP. 15m 20m 25m 30m ��Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula preparada e ministrada pela professora Roberta Queiroz. A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclu- siva deste material. 1www.grancursosonline.com.br Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br A N O TA ÇÕ E S Processo Civil Desenhado – Sujeitos do Processo: MP III DIREITO PROCESSUAL CIVIL PROCESSO CIVIL DESENHADO – SUJEITOS DO PROCESSO: MP III RELEMBRANDO • Art. 82, II, CPC/73: – Nas causas concernentes ao estado da pessoa, “pátrio poder”; tutela, curatela, inter- dição, casamento, declaração de ausência e disp. última vontade. → Adaptação à realidade – 178. • Prazo: – CPC/1973: Prazo 2x rec.; 4x contestar. – CPC/2015: 2x para todos os casos. • Novidades: – Art. 565, CPC – Litígio coletivo – posse. – Art. 180, CPC – Prazo em dobro. – Art. 270, CPC – MP – citações e intimações por meio eletrônico. – Art. 279, CPC – Nulidade – procuração sem intimação do MP – antes de reconhecer nulidade, deve o MP se manifestar. – Art. 178, CPC – Limitação da atividade. – Art. 665, CPC – MP – arrolamento – incapaz. O Ministério Público pode atuar como: Parte: autor ou réu → direito de ação sempre de acordo com as suas atribuições institucio- nais. (Art. 177 do CPC; 129 da CF); possui os mesmos ônus, deveres e poderes das partes. Fiscal da ordem jurídica: Art. 178. O Ministério Público será intimado para, no prazo de 30 dias, intervir como fiscal da or- dem jurídica. I – interesse público ou social; II – interesse de incapaz (arts. 3º e 4º, da CC); III – litígio coletivo pela posse de terra rural ou urbana. Parágrafo único. A participação da Fazenda Pública não configura, por si só, hipótese de inter- venção do Ministério Público. 5m www.grancursosonline.com.br 2www.grancursosonline.com.br Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br A N O TA ÇÕ E S Processo Civil Desenhado – Sujeitos do Processo: MP III DIREITO PROCESSUAL CIVIL Esse parágrafo único é de muita importância, e para o seu entendimento deve-se enten- der primeiro o que vem a ser a Fazenda Pública: pessoa jurídica de direito público. Essas são a União, estados, DF e municípios, as respectivas autarquias e as fundações públicas de direito público. Sabe-se que, no processo civil, há uma norma processual que se dispõe a solucionar conflitos de natureza pública ou privada. Logo, pode-se encontrar processos no campo do Judiciário relacionados à Fazenda Pública. Por exemplo, um estado ou a União em face de um particular, cobrando um tributo que não foi pago. É importante lembrar que a participação da Fazenda Pública no processo não significa ter o MP no processo: o rol indicado no art. 178 não é fechado, havendo ainda outros casos. O PULO DO GATO Deve-se atentar ao uso de “ou” no inciso I: “interesse público ou social”. A banca pode cobrar algo como: “O Ministério Público poderá intervir no processo que hou- ver interesse social.” Logo, deve-se atentar à dicção do próprio art. 178. E o que é interesse público? Para isso, deve-se discutir primeiro Direito Administra- tivo; esse que é um ramo do direito público marcado pelas verticalidades das relações jurí- dicas. O Estado está em uma posição jurídica vantajosa em relação ao particular e goza de prerrogativas. Deve-se notar que existem os dois princípios implícitos que regem o regime jurídico admi- nistrativo: a supremacia do interesse público e a indisponibilidade do interesse público. Além disso, existem duas modalidades de interesse público: o primário, que é o interesse da população e da coletividade (saúde, educação, lazer, meio ambiente, cultura etc.); e o secundário, que é o interesse público da Fazenda Pública enquanto pessoa jurídica (arreca- dação e cobrança de impostos). Idealmente, deve existir harmonia entre os interesses públicos primário e secundário. No entanto, quando o primário entra em conflito com o secundário, deve prevalecer o interesse primário. Na realidade, o que justifica a atuação do MP, ao se falar de interesse público no rol do art. 178, é o interesse público primário. 10m www.grancursosonline.com.br 3www.grancursosonline.com.br Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br A N O TA ÇÕ E S Processo Civil Desenhado – Sujeitos do Processo: MP III DIREITO PROCESSUAL CIVIL Isso explica o parágrafo único do art. 178, afirmando que uma discussão acerca do inte- resse público secundário não justifica a atuação do MP no processo. É por isso que, nas execuções fiscais (o Poder Público cobrando o particular), não há atuação do Ministério Público, apesar de haver interesse público (secundário). Jurisprudência: ERESP 1.151.629 (INFO 548) Como se afirmou anteriormente, esse rol não é fechado. Existem ainda outras leis pre- vendo a possibilidade de participação do MP: O MP pode participar como fiscal na ação popular (art. 6º, § 4º, da Lei n. 4.717/1965); na ação de alimentos (art. 9º, da Lei n. 5.478/1968); na ação civil pública (art. 5º, § 1º, da Lei n. 7.347/1985); nas ações declaratórias de constitucionalidade (ADC) e de inconstitu- cionalidade (ADI) (art. 19, da Lei n. 9.868/1999); no mandado de segurança (MS) (art. 12, da Lei n. 12.016/2009), entre outras situações. Ademais, convém relatar que, se o juiz verificar qualquer processo que tenha interesse público primário, no caso concreto, ele determinará a intimação do MP. Como exemplo, tem-se o REsp 660225, no qual o STJ reconheceu que a ação que envolve o interesse de comunidade indígena tem a atuação do MP. É desnecessária a intervenção do MP nas execuções fiscais (Súmula n. 189, do STJ). Isso acontece porque a execução fiscal é interesse público secundário. Em se tratando de ação envolvendo interesse de idosos, não há obrigatoriedade de intervenção, devendo ser comprovada a situação de risco de que trata o art. 43 da Lei n. 10.741/03 (AgRg no REsp 1.182.212). Nota-se que o art. 178 deve ser lido em conjunto com o art. 179. Esse estabelece que, quando o MP for fiscal da ordem jurídica, ele atuará com observância de duas situações: I – terá vista dos autos depois das partes, sendo intimado de todos os atos do processo; II – Poderá produzir provas, requerer as medidas processuais pertinentes e recorrer. Logo, a partir das funções do Ministério Público, ele deve não somente ser informado dos atos do processo, mas pode também participar ativamente. É importante recordar que o MP pode requerer produção de provas. Nesse caso, as custas relacionadas a essa prova, serão adiantadas pelo autor. 15m 20m 25m 30m www.grancursosonline.com.br 4www.grancursosonline.com.br Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br Processo Civil Desenhado – Sujeitos do Processo: MP III DIREITO PROCESSUAL CIVIL Sobre a possibilidade do MP recorrer, tem-se o art. 996, do CPC; e a Súmula n. 99, do STJ. A súmula estabelece que o Ministério Público tem legitimidade para recorrer no pro- cesso em que ele houver atuado como fiscal da lei (= fiscal da ordem jurídica), ainda que não haja recurso daquela parte envolvida no processo. De acordo com o art. 996, o interesse recursal também é do MP. Obs.: � o MP deve ser ouvido nos conflitos de competência. � De acordo com o Enunciado n. 467 do FPPC, o MP deve obrigatoriamente ser inti- midado no incidentede assunção de competência (IAC). Art. 180. O Ministério Público gozará de prazo em dobro para manifestar-se nos autos, que terá início a partir de sua intimação pessoal, nos termos do art. 183, § 1º. § 1º Findo o prazo para manifestação do Ministério Público sem o oferecimento de parecer, o juiz requisitará os autos e dará andamento ao processo. § 2º Não se aplica o benefício da contagem em dobro quando a lei estabelecer, de forma expressa, prazo próprio para o Ministério Público. Art. 181. O membro do Ministério Público será civil e regressivamente responsável quando agir com dolo ou fraude no exercício de suas funções. A partir disso, pode-se concluir que o MP possui algumas prerrogativas no campo do pro- cesso civil: • Possui prazo em dobro para se manifestar, o qual começa a contar a partir da intima- ção pessoal. Não será em dobro se a lei prescrever prazo específico (próprio). Art. 721.Serão citados todos os interessados, bem como intimado o Ministério Público, nos casos do art. 178, para que se manifestem, requerendo, no prazo de 15 (quinze) dias. Art. 364. Finda a instrução, o juiz dará a palavra ao advogado do autor e do réu, bem como ao membro do Ministério Público, se for o caso de sua intervenção, sucessivamente, pelo prazo de 20 (vinte) minutos para cada um, prorrogável por 10 (dez) minutos, a critério do juiz. • Terá direito a intimação pessoal, que se dará por meio de carga, remessa ou meio eletrônico. A contagem terá início com a entrega do processo. 35m 40m 45m ��Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula preparada e ministrada pela professora Roberta Queiroz. A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclu- siva deste material. www.grancursosonline.com.br
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