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01/04/23, 22:18 Ead.br https://ambienteacademico.com.br/mod/url/view.php?id=774680 1/23 introdução Introdução PROCESSOS DE FABRICAÇÃOPROCESSOS DE FABRICAÇÃO PROCESSOS DE TRATAMENTOPROCESSOS DE TRATAMENTO TÉRMICOSTÉRMICOS Autor: Me. Alberto Coutinho de Lima Revisor : L isandro Mart ins da S i lva IN IC IAR 01/04/23, 22:18 Ead.br https://ambienteacademico.com.br/mod/url/view.php?id=774680 2/23 Tratamento Térmico refere-se à técnica de aquecer e resfriar uma peça (de acordo com o material e o tratamento), alterando as suas propriedades, mecânicas e físicas, sem alterar o seu formato original. Há vários tipos de tratamentos térmicos, de acordo com o seu propósito: como: Têmpera, Recozimento, Revenido, Normalização, Martêmpera e Austêmpera. Esse nome é dado pelo fato de que a estrutura da peça está sendo tratada, para resistir a impactos, maiores resistências e durabilidade. Para cada aplicação a peça e tratada adequadamente. Esse processo envolve altas temperaturas para alterar as estruturas super�ciais ou a organização dos cristais da estrutura, fenômeno chamado de austenitização. Em seguida, as peças são resfriadas, controlando-se tempo de resfriamento, ambiente e velocidade, objetivando modi�car as propriedades do material e dar- lhe a resistência e as propriedades mecânicas necessárias. 01/04/23, 22:18 Ead.br https://ambienteacademico.com.br/mod/url/view.php?id=774680 3/23 Tomamos como exemplo a mola da suspensão de um veículo automotor. Ela sofre várias deformações, devido às condições dos locais (estradas, ruas asfaltadas e esburacadas, estradas de terra, lombadas, pisos com oscilações, en�m são diversos meios que qualquer veículo tem que suportar). Assim, a mola tem que ser tratada termicamente para aguentar todas as possíveis deformações que sofre. Esse tratamento permite que a mola sofra deformação elástica sem perder a sua forma original. Ela precisa ter dureza elevada, elasticidade e resistência mecânica para não sofrer deformação plástica. Nem todos os processos térmicos são intencionais, pois em alguns processos de fabricação, como, por exemplo, a fundição ou mesmo a solda de materiais, as peças sofrem aquecimentos e resfriamentos, podendo sofrer alterações nas suas propriedades estruturais. Chamamos de ZTA (Zona Termicamente Afetada) a região em que um elemento que, por exemplo, recebeu uma solda, Conceitos Iniciais e oConceitos Iniciais e o Processo de TêmperaProcesso de Têmpera Figura 3.1 - Resumo dos principais tratamentos térmicos Fonte: Adaptada de Tshiptschin (2020). 01/04/23, 22:18 Ead.br https://ambienteacademico.com.br/mod/url/view.php?id=774680 4/23 devido à alta temperatura, a região do material como um todo se fragilizou, colocando em risco sua resistência. Normalmente, os tratamentos térmicos estão associados ao aumento da resistência do material. No entanto, também podem ser utilizados para alterar as características de fabricação, como na usinagem, na estampagem ou na restauração da ductilidade após intenso processo de conformação a frio. Um material que aceita muito bem o tratamento térmico é o aço, pois responde bem aos diferentes tratamentos térmicos, conseguindo, com isso, obter diferentes tipos de resistência necessários, ductilidade e tenacidade muito variadas, favorecendo, por exemplo, para o material tratado ser usinado e depois endurecê-lo com um novo tratamento térmico. Por essa razão, o aço é extremamente comercial. Essa área da metalurgia que estuda os processos de tratamento térmico possui grande aplicabilidade na indústria metal mecânica (construção civil, metalurgia, indústrias de automóveis, entre outras). Importante para classi�car as ligas metálicas e os metais, incluindo os tratamentos térmicos necessários, estudam-se os grá�cos de ligas ferrosas, para o aluno estar apto a perceber como se dá o fenômeno de mudanças de fase dos materiais tratados. Dentro da engenharia, os aços e as ligas são utilizados com maior frequência. Perceberemos, então, que nos tratamentos térmicos que serão estudados neste capítulo, serão mostradas algumas aplicações práticas, como também para outros tipos de ligas ferrosas e não ferrosas. Assim começamos de�nindo as fases importantes para a ocorrência do tratamento térmico: aquecimento, manter a temperatura e o resfriamento. Agora veremos um dos mais importantes tratamentos térmicos, a têmpera. 01/04/23, 22:18 Ead.br https://ambienteacademico.com.br/mod/url/view.php?id=774680 5/23 Tratamento Térmico: Têmpera A resistência do aço pode ser aumentada, aquecendo, e, em seguida, mergulhando esse metal aquecido em uma composição líquida, para resfriar rapidamente. Esse resfriamento rápido, conhecido como têmpera, pode formar microestruturas do aço, tais como a martensita ou a bainita saiba mais Saiba mais Dentro da história da humanidade (por volta de 1000 anos a.C.), muitas foram as necessidades de sobrevivência, dentre elas a aplicação dos metais no dia a dia (principalmente para fazer armas de proteção e caça). Assim, descobriu-se que aquecendo os minérios descobertos na natureza através do fogo, esses poderiam ser transformados no formato que desejavam, ou seja com o aquecimento e resfriamento, seria possível mudar as propriedades estruturais e mecânicas dos artefatos, pois os metais �cavam mais duros ou mais moles. Além disso, percebeu-se que, ao serem resfriados, esses metais �cavam mais resistentes ou até fracos quando muito aquecidos. Assim se estava criando uma técnica de tratamento térmico, que foi levada pelo ser humano ao longo da nossa história. Tanto que no período de 350 a.C. já havia históricos, tanto na Índia como na China, de que o minério de ferro que era extraído da natureza era fundido, em locais semelhantes aos fornos (alta temperatura), de�nindo um processo de aquecimento semelhante ao realizado nos fornos atuais. Dessa forma, o homem conseguia um bloco (do minério aquecido) com características esponjosas, depois passando por muitos impactos, para remoção das escórias formadas ao seu redor. Na sequência, o ferro passava por novo aquecimento em recipientes menores e, por �m, era resfriado de forma lenta. Os aços originários de Damasco já possuíam verdadeiros depósitos em suas camadas, misturando aço duro e aço macio, que se uniam entre si, semelhantes a solda e forjamento. Fonte: Vale (2011, on-line ). 01/04/23, 22:18 Ead.br https://ambienteacademico.com.br/mod/url/view.php?id=774680 6/23 (considerados um metal estável, enrijecido devido ao Carbono, resultando no aço-carbono). A sua estrutura cristalina se transforma, fazendo aumentar a sua dureza e também a resistência mecânica. As composições líquidas utilizadas na têmpera podem ser classi�cadas em função da velocidade do metal se resfriar, no ar (pouco e�caz), em óleo (rápido), na água (mais rápido). As aplicações da têmpera se resumem em peças compostas de aço, com baixo ou médio teor de carbono em sua estrutura, podendo também possuir uma quantidade de carbono em sua estrutura. saiba mais Saiba mais Bainita e martensita: 1. Sempre que a austenita é resfriada de forma rápida, há formação da bainita, com temperatura na faixa de 200 a 400°C. A bainita se forma com a separação dos carbetos. Uma parte muito minúscula da base que está deformada, a sua composição, possui carbono na faixa de um pouco mais de 0,02% de C. 2. No caso do resfriamento rápido da austenita, a temperaturas mais baixas que aquelas que formam a bainita, ocorre a formação da martensita. Essa fase é extremamente dura e frágil, pois o carbono �ca preso na superfície, uma vez que o metal se encontra em uma mistura sólida supersaturada. Se esse carbono está em excesso, irá modi�car a estrutura cristalina do metal, transformando-se em estrutura tetragonal de corpo centrado (TCC), caracterizando uma estrutura cristalina da sua composição. 3. Por sua vez a austenita, inicia-se em vários tratamentos térmicos das ligas de ferro. É possível modi�caçãoda liga em vários outras de menor tamanho, tendo-se, como exemplo, uma têmpera que modi�ca a austenita em martensita, em um meio qualquer, resfriando-se de forma muito rápida. O nome “Austenita” foi dado em homenagem ao seu inventor: o inglês metalúrgico, William Chandler Roberts-Austen (1843-1902). Fonte: Ciência dos materiais (2020). 01/04/23, 22:18 Ead.br https://ambienteacademico.com.br/mod/url/view.php?id=774680 7/23 Revenimento Quando se tem o tratamento térmico de revenimento, este sempre acompanha outro tratamento, a têmpera. Seu objetivo é abaixar ou eliminar as tensões adquiridas na têmpera e corrigir a debilidade e a rigidez da peça, para ganhar resistência, desgaste e di�culdade em se partir, reduzindo os efeitos mecânicos e de temperatura, devido ao cisalhamento da estrutura austenitizada (vem de austenita; veja no saiba mais anterior). Fonte: Rohde (2010, on-line). O método do revenimento vem na sequência da têmpera, com valores de temperaturas inferiores aos valores críticos, atribuindo um resfriamento lento, tendo como resultado um alívio das tensões. A temperatura é de�nida sempre de acordo com as combinações das propriedades que se quer atingir no material tratado, ou seja, de 150 a 230°C, os carbonetos começam a precipitar. Essa estrutura martensita e revenida (possuirá um tom escuro ou preto). A dureza decresce de 65 RC para 60 a 63 RC (na faixa de 230 a 400°C), os carbonetos �cam se precipitando em estrutura de globo, de forma que não dá para se enxergar em um microscópio ótico. Na composição perlita �na (Troostita), a dureza vai diminuir dos valores de 62 RC para 50 RC (400 a 500°C). Neste caso, os carbonetos crescem em glóbulos, �cando visíveis ao microscópio ótico. Na estrutura sorbita, a dureza cai de 50 RC para 20 a 45 RC (650 a 738°C), os carbonetos criam partículas que podem ser visíveis ao microscópio comum. Na estrutura esferoidita, a dureza decresce para valores inferiores a 20 RC. Tratamentos Isotérmicos Quando a temperatura �ca com valores constantes, observam-se as modi�cações da fase. Há dois tratamentos que possuem essas características: a austêmpera e a martêmpera. O tratamento da Austêmpera ocorre quando a temperatura �ca constante, condição apropriada para aços de alta temperabilidade, de�nidos como aqueles que têm alto teor de carbono, a sequência da austêmpera: a peça é aquecida acima da sua zona crítica (valores acima dos 800ºC, de acordo com o teor de carbono), por um período de tempo até atingir a austenitização. Em seguida, resfria-se rapidamente a peça, em uma composição de sais fundidos, na faixa de 260 a 440ºC, permanecendo nessa condição por período de tempo, ocorrendo a modi�cação da austenita em bainita. Na 01/04/23, 22:18 Ead.br https://ambienteacademico.com.br/mod/url/view.php?id=774680 8/23 sequência, a peça é resfriada ao ar livre. Na martêmpera, ou têmpera paralisada, que seria um tipo de tratamento com as temperaturas constantes, aplicado em aços-liga. Observa-se que esse tipo de processo diminui o risco de trincas, empenamento e tensões residuais das peças tratadas. A peça é aquecida na parte superior da zona crítica obtendo a austenita. Na sequência, a peça é resfriada em duas etapas. Na primeira, a peça é mergulhada em um banho de sal fundido ou óleo quente, com temperatura um pouco acima da linha de�nida, permanecendo nessa temperatura por algum tempo. A segunda etapa é a do resfriamento �nal, ao ar, em temperatura ambiente. O resultado da martensita mostra-se uniforme e homogêneo, caindo os riscos de trincas. Depois da martêmpera é necessário que a peça seja revenida. Alguns aços da ABNT utilizados na martêmpera são 4130, 4140, 4150, 4340, 5140, 6150,8640 e 52100. Têmpera Sub-Zero Esse tratamento serve para modi�car a austenita pressa, em martensita e, elevar a dureza super�cial do aço. O tratamento consiste em resfriar a peça de aço em Nitrogênio líquido (-197 ºC) ou em mistura de líquidos em temperaturas negativas para que a temperatura Mf do aço seja cruzada, permitindo que ocorra 100% de transformação. Esse tratamento térmico é utilizado em aços com alto teor de carbono, em especial os aços ferramenta. Tratamento Criogênico Trata-se de um novo tratamento, que consiste em resfriar as peças, mesmo que não tenho austenita, até a temperatura sub-zero, mantendo nessa temperatura por várias horas. Em seguida, as peças são aquecidas até a temperatura ambiente, em tempos prolongados de 8 a 20 horas, revenidas entre 150ºC e 600ºC, para baixar a dureza e aumentar a tenacidade. Esse tratamento é demorado e traz benefícios mecânicos para as peças. O Ensaio chamado Jominy (temperabilidade), tem como objetivo temperar a base de uma peça, utilizando jato de água, em um dispositivo adequado, um corpo de prova padrão; em seguida realiza-se várias medições de dureza, ao longo da peças (notando-se, se ocorreu a diminuição da dureza na extensão do corpo ensaiado) . 01/04/23, 22:18 Ead.br https://ambienteacademico.com.br/mod/url/view.php?id=774680 9/23 saiba mais Saiba mais Ensaio de Jominy : O ensaio Jominy, na área de tratamento térmico, é designado para avaliar a temperabilidade de um aço, ou seja, a capacidade de se obter martensita por tratamento térmico de têmpera. Consiste de um dispositivo no qual se coloca um corpo de prova cilíndrico, austenitizado, sobre um jato de água, até seu total resfriamento. Em seguida, é feita a medida de dureza ao longo de todo o seu eixo axial. Para realizar esse ensaio, existe um procedimento que deve ser obedecido, descrito na norma ASTM A255 a seguir. ACESSAR I – Austenitização : O corpo de prova cilíndrico, com 1" de diâmetro x 4" de comprimento, é colocado em um forno a uma temperatura na faixa de 900°C durante um período de 30 minutos. II – Resfriamento : Após a austenitização (I), o corpo de prova é colocado em um dispositivo no qual recebe um jato de água, de um tubo de 10mm de diâmetro colocado pouco abaixo de sua base, regulado a uma pressão correspondente à altura livre de 65mm. III – Medição de Dureza : A dureza é medida em Rockwell C (HRC) a partir de um corte transversal à peça em intervalos de 1/16"; IV – Em seguida, determina-se a curva de variação de dureza em função da distância Jominy. https://www.scribd.com/document/410999376/Norma-ASTM-A255 01/04/23, 22:18 Ead.br https://ambienteacademico.com.br/mod/url/view.php?id=774680 10/23 Material a Temperar Temperatura de pré- aquecimento Temperatura de Têmpera Cor da Tempera Resfriar em AÇO 1040 a 1050 500 °C 830 °C Vermelho Água AÇO 1060 a 1080 500 °C 790 °C Vermelho escuro Água e Óleo AÇO 1090 500 °C 775 °C Vermelho cereja Óleo AÇO PRATA 550 °C 800 °C Vermelho escuro Óleo AÇO P/ MOLAS 600 °C 875 °C Vermelho claro Óleo AÇO RÁPIDO 550 a 900 °C 1300 °C Branco Óleo Quadro 3.1 - Têmperas de aços, adaptado de INDA Fonte: Elaborado pelo autor. praticar Vamos Praticar O tratamento super�cial consiste em aumentar a dureza e a abrasão das superfícies de “peças” que serão utilizadas em máquinas e equipamentos. Esse tratamento oferece às peças melhores condições mecânicas e qualidade, garantindo que essas elas alcancem o máximo de e�cácia. Outros fatores importantes para que a empresa adote esse tipo de processo, o tratamento em peças grandes, são as di�culdades maiores quando feitas em fornos convencionais. Assim, há necessidade de adaptações para não se perder os resultados. Muitas vezes, o resultado do tratamento térmico de têmpera super�cial só é possível com o acréscimo dessa dureza em algumas áreas especí�cas da peça. MTCtrat. Tratamento térmico têmpera super�cial . 2018. Disponível em: http://www.mtctrat.com.br/ . Acesso em: 10 fev. 2020. http://www.mtctrat.com.br/ 01/04/23, 22:18 Ead.br https://ambienteacademico.com.br/mod/url/view.php?id=774680 11/23 Com referência ao texto anterior, podemos a�rmar que: a) A �nalidade da têmpera super�cial é dar maior ductilidade ao material. b) A têmpera super�cial tem como objetivoaliviar tensões do material. c) A �nalidade desse tratamento super�cial é aliviar as tensões do material. d) O objetivo da têmpera super�cial é elevar a resistência ao desgaste do material. e) O objetivo do tratamento por têmpera super�cial é normalizar o material. 01/04/23, 22:18 Ead.br https://ambienteacademico.com.br/mod/url/view.php?id=774680 12/23 Os processos de recozimento são classi�cados por diminuição das tensões ou subcrítico, recozimento para se assemelhar, recozimento para recristalização, recozimento total ou pleno, recozimento isotérmico ou cíclico e esferoidização ou Coalescimento (que veremos no item 3). Os recozimentos para obter o alívio de tensões e a recristalização podem ser aplicados a qualquer tipo de liga metálica. Já o recozimento para obter a homogeneização é recomendado para peças fundidas. Já para os aços em geral, usa-se recozimento total ou pleno e recozimento isotérmico ou cíclico. O que diferencia cada um desses tratamentos térmicos de recozimento é o produto �nal e a sua aplicação prática (para veri�car se precisa melhorar a usinagem ou obter uma maior resistência mecânica). Assim, de�nem-se as temperaturas de aquecimento, as formas de aquecimento, os locais e diferentes tipos de resfriamento, sempre de acordo com o resultado desejado. Em ligas metálicas, os processos de recozimento mais usados são: Recozimento Pleno Tratamentos que resultam em novas formas estruturais para o aço, tais como: i. Hipoeutetoide → ferrita + perlita grosseira. ii. Eutetoide → perlita grosseira. iii. Hipereutetoide → cementita + perlita grosseira. Uma das condições para se obter melhores resultados no processo de usinagem dos aços de baixo e médio carbonos e sua composição é a perlita grosseira, que facilita operações de corte dessas ligas. Já nos aços que possuem alto carbono em sua formação, para se conseguir uma melhor condição de usinagem, é utilizada a esferoidização. O objetivo do recozimento pleno seria obter a regularidade que se quer, uma estrutura bruta de fusão, atingindo essa condição de se igualar aos Processos deProcessos de Recozimento eRecozimento e NormalizaçãoNormalização 01/04/23, 22:18 Ead.br https://ambienteacademico.com.br/mod/url/view.php?id=774680 13/23 materiais fundidos. Assim, obtém-se alívio das tensões internas e também regulam-se as estruturas dos materiais por conta das operações de conformação mecânica a frio e a quente, como é observado na tre�lação, nas estampagens, nos dobramentos e também nos cortes e soldas, fazendo cair ou até eliminar as tensões existentes no material, conseguindo-se regular a estrutura por conta dos tratamentos térmicos anteriores, eliminar as tensões devido às irregularidades ocorridas durante o resfriamento de diferentes partes de peças, eliminar impurezas gasosas, tornar o material mais dúctil, tenaz ou mole (a energia para rompimento será acrescida). Assim, dureza diminui para melhorar as usinagens dessas ligas e modi�car as características mecânicas, ou seja, a resistência mecânica (resistência à tração) e a ductilidade, ajustar o tamanho de grão, melhorar as propriedades magnéticas e elétricas, criar uma microestrutura de�nida, para controlar a dureza e estrutura dos aços. Recozimento para Alívio de Tensões ou Recozimento Subcrítico O processo de recozimento para atingir o alívio das tensões ou recozimento já é de�nido. O objetivo é eliminar as tensões internas provenientes de processos: soldagem, tratamentos mecânicos, corte, etc. A temperatura a ser atingida deve ser de um valor que não provoque nenhuma modi�cação de fase. Deve-se atuar em temperatura abaixo da crítica dos aços (550 a 700ºC) e o resfriamento deve ser lento (no ar ou dentro do forno). Recozimento para Recristalização O objetivo é eliminar o encruamento produzido pela deformação a frio. Deve apresentar um mínimo de encruamento e aquecer a uma temperatura adequada. Essa temperatura a ser alcançada deve ser tal que não provoque nenhuma transformação de fase; o resfriamento deve ser lento (ao ar ou dentro do forno). Recozimento para Homogeneização O objetivo é melhorar a condição de homogeneidade da microestrutura das peças fundidas. É feito em temperaturas acima das observadas no tratamento térmico de recozimento pleno; o resfriamento deve ser lento (ao ar ou dentro do forno). Recozimento Isotérmico ou Cíclico O objetivo é melhorar a homogeneidade da microestrutura de peças confeccionadas geralmente em aço. O resfriamento deve ser bem mais rápido do que no resfriamento pleno, o que é mais prático e econômico, para assim obter uma estrutura �nal mais homogênea. A temperatura recomendada de aquecimento do tratamento térmico para os aços hipoeutetoides é de 50°C para os hipereutetoides. O resfriamento geralmente é realizado em banho de sais fundidos (severidade baixa), removendo-se a peça do forno e mantendo-a em banho até a completa modi�cação. Em peças grandes e com volume, não é aplicável esse processo, porque há mais di�culdade de diminuir a temperatura do núcleo e da superfície. 01/04/23, 22:18 Ead.br https://ambienteacademico.com.br/mod/url/view.php?id=774680 14/23 Normalização Os objetivos são equalizar e re�nar a granulação dos aços, melhorar a uniformidade da microestrutura, sendo usada frequentemente antes da têmpera e do processo de revenimento. Na normalização, obtém-se uma melhor homogeneização das microestruturas resultantes, do que é conseguido no recozimento pleno, pois a temperatura de tratamento é maior. A granulação mais �na é atingida no resfriamento mais rápido. O método é aquecer o aço a uma temperatura acima da sua zona crítica, manter nessa temperatura, para alcançar a completa homogeneização e depois com resfriamento ao ar. As aplicações são peças fundidas e/ou forjadas e peças de grandes dimensões. Os resfriamentos ocorrem em ar calmo ou forçado. praticar Vamos Praticar Alguns dos objetivos do tratamento térmico de recozimento são proporcionar o alívio de tensões, a redução da resistência mecânica e o aumento da tenacidade, promovidos pelas mudanças induzidas ao material. Os processos de recozimento consistem em uma sequência de etapas descritas nos itens a seguir. i. Aquecimento até a temperatura desejada. ii. Manutenção ou encharque na temperatura. iii. Aquecimento até a temperatura crítica. iv. Resfriamento geralmente até a temperatura ambiente. Petrobras. Questões de concurso . Q182062. RJ: CESGRANRIO, 2011. Está correto o que se a�rma em: a) I, III e IV, apenas. b) I, II e IV, apenas. c) I, II e IV, apenas. d) II, III e IV, apenas. e) I, II, III e IV. 01/04/23, 22:18 Ead.br https://ambienteacademico.com.br/mod/url/view.php?id=774680 15/23 No tratamento de cementação, uma peça de aço ganha resistência extra, permitindo assim aplicações em inúmeros segmentos. Por exemplo, uma peça forjada, com o tratamento de cementação, pode exercer capacidade de executar diversas funções, sendo muito utilizada na construção civil. Esferoidização ou Coalescimento Objetivos: conseguir uma estrutura globular ou esferoidal composta de carbonetos no aço (esferoidita), objetivando melhorar a usinagem, em geral em aços com alto teor de carbono e melhorar a deformação a frio. Método: o aquecimento da peça é realizado por um longo tempo, a uma temperatura logo abaixo da linha inferior da zona crítica. Como alternativa, a esferoidização pode ser realizada com aquecimentos e resfriamentos variados, sempre entre temperaturas que estão logo acima e logo abaixo da linha inferior de transformação. Cementação É um tratamento termoquímico feito para introduzir carbono na superfície da peça por um método de difusão atômica com o propósito de aumentar a dureza da superfície do material, depois de ter sido corretamente temperado. Quando o aço ou o ferro é resfriado rapidamente pela têmpera, o maior nível de teor de carbono na superfície exterior torna-se duro através da modi�cação da austenita em martensita, enquanto que o núcleo permanece macioe resistente como uma microestrutura ferrítica e/ou perlita. Durante muito tempo, a cementação tem sido usada. Porém, com os avanços tecnológicos, as técnicas de tratamento de calor desse processo evoluíram, melhorando a sua dureza e a durabilidade das peças fabricadas. Temos, como exemplo, as molas de arame de aço ao carbono, que são forjadas. A parte do gás-carburado (nitreto de carbono) irá Esferoidização ouEsferoidização ou Coalescimento eCoalescimento e CementaçãoCementação 01/04/23, 22:18 Ead.br https://ambienteacademico.com.br/mod/url/view.php?id=774680 16/23 formar a superfície carburada mais dura, e o núcleo sem alteração, onde é mais macio e dúctil. O processo consiste na aplicação combinada de aquecimento e resfriamento por um determinado período de tempo, sob condições controladas, com o objetivo de dar ao material propriedades diferenciadas. Em relação à aplicação, temos: recozimento, normalização, revenido e temperado. Um aço, quando cementado, torna-se um aço de baixo Carbono (no máximo 0,2% de Carbono, contendo ou não elementos de liga), porém quando esse aço carbono passa por um tratamento termoquímico, chegará ao teor de 0,8% de Carbono na superfície. A espessura da superfície pode variar de 0,5 a 2 mm. Exemplos de peças que passam por esse processo são engrenagens de caixa de transmissão e de câmbio, que costumam ser cementadas. Cementação Sólida Neste processo, a peça é envolvida em substâncias ricas em carbono, tais como coque, carvão de lenha, óleo de linhaça e carbonato de cálcio, tudo isso dentro de uma caixa de aço. Na sequência, todo esse conteúdo é colocado em um forno com uma temperatura por volta de 930°C, durante um período de tempo que for necessário, para atingir a camada de carbono desejada. Na sequência, a peça passará por uma têmpera, para aumentar a dureza necessária. O tempo de permanência da peça no forno irá variar entre uma e trinta horas, sendo que camada cementada varia de 0,3mm a 2,0mm. Cementação Gasosa Esse processo é mais e�caz, pois permite cimentar as peças com maior regularidade, gerando ainda uma economia de energia. Neste processo se usa o gás propano (gás de cozinha) ou gás natural para gerar carbono. A temperatura irá variar entre 850°C e 950°C. Na sequência da cementação, o aço é temperado em óleo. Cementação Líquida Esse processo utiliza sais fundidos, que são ricos em carbono, principalmente os sais com base de cianeto e de carbonato. As temperaturas deverão estar entre 930°C e 950°C. Nesses valores de temperatura, os sais se transformam em líquidos, pois se fundem por volta de 650°C. Na Figura 3.3 - Engrenagens cementadas Fonte: Leitão, Mei e Libardi (2012, on-line). 01/04/23, 22:18 Ead.br https://ambienteacademico.com.br/mod/url/view.php?id=774680 17/23 sequência, as peças preaquecidas a 400ºC são colocadas em banho fundido. A função desse preaquecimento é de eliminar água e evitar choque térmico. A peça deve ser resfriada em salmoura com 10 a 15% de cloreto de sódio (ClNa) ou em óleo de têmpera. praticar Vamos Praticar 3Na cementação (carbonetação), observa-se que no núcleo os aços que passam por esse processo contêm de 0,15 a 0,25 % de carbono, enquanto que em sua superfície esse teor de carbono se encontra entre 0,8 e 1 % de carbono. Essa cementação é feita por meio sólido, líquido ou gasoso, podendo também ser utilizado plasma. Essa capacidade química do carbono no meio de cementação de�ne a capacidade máxima de carbono que o aço poderá atingir, de�nindo o nível de carbono na superfície do material. INFOMET. Tratamentos térmicos dos aços . Disponível em: https://www.infomet.com.br/ . Acesso em: 11 fev. 2020. O processo de disseminação dos átomos de carbono na base rica em ferro do aço depende de alguns fatores. Assinale a alternativa que indica um deles. a) Resfriamento do tratamento. b) Não depende do tempo de tratamento. c) Não depende da composição química do aço, somente do teor de carbono. d) Capacidade química que o carbono tem na superfície da peça. e) Depende de um dos três processos de cementação, sendo o processo sólido o mais e�ciente. https://www.infomet.com.br/ 01/04/23, 22:18 Ead.br https://ambienteacademico.com.br/mod/url/view.php?id=774680 18/23 reflita Re�ita Após a têmpera, podemos a�rmar que na próxima etapa do processo, o material torna-se envelhecido. O tempo para envelhecimento e a temperatura dos materiais envolvidos no processo são de�nidos pelo endurecimento que se deseja no produto �nal relacionado à sua aplicação. Todas as modi�cações que são realizadas no tratamento térmico de envelhecimento de alumínio atuam na estrutura cristalina – do aço inoxidável, do alumínio ou de outras ligas – e com isso evita a �ssura dessas estruturas bem como a sua plasticidade, determinando que a movimentação de partículas se torne difícil. Evitar essas rupturas de movimentação de partículas é imprescindível para dar resistência à liga. Fonte: Serviços… (2020, on-line ). 01/04/23, 22:18 Ead.br https://ambienteacademico.com.br/mod/url/view.php?id=774680 19/23 indicações Material Complementar LIVRO Tratamento térmico dos metais (da teoria à prática) Editora : SENAI SP Autor : Paulo Sergio de Freitas ISBN : ISBN-10: 8565418863 Comentário : Rico em exemplos, este livro aborda a tecnologia que embasa as transformações de microestruturas dos metais e as técnicas aplicadas na prática para a operacionalização dessa importante etapa produtiva. As alterações das características dos diversos tipos de metais são relevantes para atender a diferentes solicitações mecânicas requeridas em projetos de peças que fazem parte de equipamentos compostos de materiais metálicos. Em linguagem simples e preservando a profundidade técnica necessária, o livro é voltado a estudantes e pro�ssionais de diversos níveis de formação e atuação. 01/04/23, 22:18 Ead.br https://ambienteacademico.com.br/mod/url/view.php?id=774680 20/23 WEB Tratamento Térmico Ano : 2011 Comentário : O vídeo retrata o tratamento térmico de trilhos de metrô. É bastante interessante, pois os mesmos sofrem vários impactos e precisam ser seguros; daí a importância da correta escolha do tratamento térmico. Para assistir ao vídeo, acesse o link a seguir. ACESSAR https://www.youtube.com/watch?v=4ELS5LXahrc 01/04/23, 22:18 Ead.br https://ambienteacademico.com.br/mod/url/view.php?id=774680 21/23 conclusão Conclusão Tratamento térmico é uma sequência lógica, envolvendo aquecimento controlado e resfriamentos necessários para atingir resistências melhores, realizados no material em estado sólido, modi�cando sua microestrutura e/ou suas propriedades. Também há tratamentos térmicos em cerâmicas ou em composições de cerâmica, para alterar suas propriedades mecânicas. O objetivo dos tratamentos nos materiais são amolecer para melhorar sua aplicabilidade, aumentar a força ou a dureza da sua superfície, aumentar a resistência a fratura, estabilizar as propriedades mecânicas ou físicas contra possíveis instabilidades (como aplicação de mola de um carro), assegurar parte da estabilidade e aliviar tensões durante etapas de fabricação. Os metais respondem ao tratamento em diferentes valores de temperaturas, pois cada metal tem sua composição química especí�ca. Assim, alterações em suas propriedades físicas e estruturais ocorrem em diferentes temperaturas críticas, como a quantidade de carbono na composição de um metal, que de�ne a temperatura, o tempo de exposição, o método e a taxa de resfriamento a serem usados no processo. De acordo com o tratamento térmico, a microestrutura de um material ou a sua estrutura atômica pode ser alterada. referências Referências Bibliográ�cas CANALE, L. Engenharia de superfície : tratamentos super�ciais. 2019. Disponível em: https://bit.ly/32Aw3fP . Acesso em: 09 jan. 2020. CIÊNCIA dos materiais. Capítulo 09 - Estruturas Longe das Condições de Equilíbrio. Disponível em: http://www.cienciadosmateriais.org/index.php?acao=exibir&cap=13&top=281. Acesso em: 10 fev. 2020. DUBBEL; TASCHENBUCH. Manual de construção de máquinas (Engenheiro mecânico). Características e aplicações dos materiais. São Paulo: Hemus, 1974. https://bit.ly/32Aw3fP http://www.cienciadosmateriais.org/index.php?acao=exibir&cap=13&top=281 01/04/23, 22:18 Ead.br https://ambienteacademico.com.br/mod/url/view.php?id=774680 22/23 ESAB. Tratamento Térmico de Alívio de Tensões na soldagem . Disponível em: https://www.esab.com.br/br/pt/education/blog/tratamento_termico_alivio_tensoes_soldagem.cfm . Acesso em: 09 jan. 2020. INFOMET Aços e ligas. Processos de fabricação . São Paulo, e120, fascículo, 01 a 09 dez. 2019. Disponível em: https://www.infomet.com.br/site/acos-e-ligas.php . Acesso em: 10 fev. 2020. LEITÃO, C. J.; MEI, P. R.; LIBARDI, R. Efeitos da cementação e da nitretação no custo e na qualidade de engrenagens produzidas com aços ABNT 4140 e 8620. 2012. Tecnol. Metal. Mater. Miner. , São Paulo, v. 9, n. 3, p. 257-263, jul.-set. 2012. Disponível em: https://tecnologiammm.com.br/article/10.4322/tmm.2012.036/pdf/tmm-9-3-257.pdf . Acesso em: 08 fev. 2020. ROHDE, R. A. METALOGRAFIA PREPARAÇÃO DE AMOSTRAS : Uma abordagem prática. Outubro de 2010. LEMM Laboratório de Ensaios Mecânicos e Materiais. Disponível em: https://edisciplinas.usp.br/plugin�le.php/4313798/mod_resource/content/1/APOSTILA_METALOGRAFIA.pd . Acesso em: 08 fev. 2020. SENAI. Tratamento Térmico . Módulos especiais mecânica (Telecurso 2000). São Paulo: Senai, 2008. 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