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CENTRO UNIVERSITÁRIO ESTÁCIO DA BAHIA ENGENHARIA MECÂNICA EVANICE SANTOS DE LIMA JONATHAN VIEIRA CARDOZO YANA DA CRUZ TRATAMENTO TÉRMICO E TERMOQUÍMICO APLICADO A METALURGIA DO PÓ Salvador 2020 2 Sumário introdução ..................................................................................................................................... 3 Objetivo ........................................................................................................................................ 4 Tratamentos térmicos e termoquímicos................................................................................ 5 Recozimento..........................................................................................................................6 Normalização.........................................................................................................................6 Tempera................................................................................................................................7 Revenimento.........................................................................................................................8 Cementação..........................................................................................................................9 Nitretação ............................................................................................................................9 Fluxograma do processo......................................................................................................10 Aplicação na metalurgia do pó ............................................................................................11 3 INTRODUÇÃO Tratamento térmico é um conjunto de processos que visa melhorar as propriedades dos metais. Pode agir de forma total (em toda a peça) ou de forma localizada (apenas em uma parte de peça). O princípio básico é a reorganização estrutural dos átomos, visando adequar os parâmetros para o melhor aproveitamento da peça metálica. Isto ocorre quando a peça passa por aquecimento e resfriamento de forma controlada, proporcionando: Aumento de sua vida útil quando em uso; Melhoria das propriedades mecânicas; Maior proteção contra oxidações. Operações de aquecimento de um material a uma dada temperatura e esfriamento após certo tempo, em condições controladas, com a finalidade de dar aos materiais propriedades especiais. São executados por alteração da velocidade de esfriamento e da temperatura de aquecimento ou da temperatura a que são esfriados ou de ambos. 4 OBJETIVOS - Aumento da resistência mecânica; - Melhora a ductilidade; - Melhora das propriedades elétricas e magnéticas; - Remocão de tensões internas. 5 TRATAMENTOS TÉRMICOS E TERMOQUÍMICOS • Recozimento • Normalização • Têmpera • Revenimento • Cementação • Nitretação 6 RECOZIMENTO Recozimento é um processo de tratamento térmicos dos aços. O processo se da pelo aquecimento das peças, e o tempo em temperatura é calculado em função do tamanho da peça ou do lote, e o resfriamento em velocidades e condições adversas. Nos processos térmicos, o recozimento reduzir a dureza para ter uma maior usinabilidade das peças que irão ser construídas, existem alguns processos que necessitam de atmosfera controlada ou proteção, elas são mantidas em temperaturas relativamente baixas entre 550°C e 900°C. A temperatura é estipulada pelo tipo do aço que pode ser consultado em uma tabela do fabricante. O resfriamento é feito de maneira lenta, dentro do forno que foi aquecido ou na temperatura ambiente ou em caixas. NORMALIZAÇÃO A Normalização é o processo de tratamento térmico que tem como objetivo diminuir a granulação do aço, é um tratamento que refina a estrutura do aço, dando propriedades melhores que as conseguidas no processo de recozimento. Esse processo pode ser feito no final ou pode ser um processo intermediário. O processo de Normalização é feito em duas partes, o aquecimento que o tempo depende da espessura da peça em atmosfera controlada e resfriamento ao ar. É feito o aquecimento (austenização) a mais ou menos 900°C e o resfriamento é até 600°C. Na alteração de temperatura, a estrutura passa de austenita para perlita e ferrita. O processo de Normalização facilita a usinagem da peça. 7 TÊMPERA Têmpera é um processo de tratamento térmico de aços para aumentar a dureza e a resistência dos mesmos. A têmpera tem duas etapas: aquecimento e esfriamento rápido. O aquecimento tem como objetivo obter a organização dos cristais do metal, numa fase chamada austenitização. O esfriamento brusco visa obter a estrutura martensita. Na têmpera o aquecimento é superior à temperatura crítica, que é de 727ºC. O objetivo é conduzir o aço a uma fase, na qual se obtém o melhor arranjo possível dos cristais do aço, para obter a futura dureza. Após dessa fase o aço pode ser submetido a outras fases, dependendo das necessidades. A temperatura nessa fase é temperatura de austenização. Cada aço tem sua composição, a temperatura de varia de aço para aço. A têmpera é obtida em temperaturas diferentes, o que depende da composição do aço da peça e dos seus objetivos. Portanto, a têmpera de uma dada peça leva em consideração muitos fatores. O próprio tempo de exposição da peça na temperatura de austenização é considerado quando se faz a sua têmpera. Cada aço tem uma temperatura de austenização, e que é aquela que proporciona o máximo de dureza. Essa temperatura é obtida dentro de fornos, os quais podem ser por chama ou por indução elétrica. Dependendo das exigências do cliente, a austenização, e consequentemente a têmpera, vai ocorrer apenas na superfície da peça ou em toda ela. A segunda etapa da têmpera é o resfriamento, o qual deve ser brusco, em óleo ou água. A rapidez do resfriamento é importante para impedir que o aço mude para fase diferente daquela que se obteve na temperatura de austenização (obter estrutura martensítica). Quase sempre, após a têmpera, a peça é submetida ao revenimento. 8 REVENIMENTO Revenimento é aplicado nos aços para corrigir a tenacidade e a dureza excessiva, conseguindo o aumento da tenacidade dos aços. Revenimento é o reaquecimento das peças temperadas, a temperaturas abaixo da linha inferior de transformação do aço. Dependendo da temperatura resulta em pequena ou grande transformação da estrutura martensítica. Na faixa de 140°C e 200°C não há alterações expressivas num aço, a dureza cai para 58 a 60 RC dependendo da composição do aço. O revenimento, nesta faixa de temperatura mudou pouco o aço. Na faixa de 210°C e 260°C as tensões são alteradas, e começa a baixar a dureza, e não teve nenhuma modificação na estrutura consideravel. O revenimento inicia a alteração da estrutura. Na faixa de 270°C e 360°C começa a precipitação de carbonetos finos. O revenimento já faz mudanças maiores na estrutura. Na faixa de 370°C e 730°C a transformação na estrutura é maior. Conforme a temperatura de revenimento é maior, a Cementita precipitada fica mais grossa e se tornam visíveis numa matriz férrica. A 730°C o revenimento pode levar a uma queda da dureza significativa. Aços altamente ligados apresentam um comportamento diferente no revenimento, pois na faixa de 500°C e 600°C apresentam precipitação de carboneto de liga (endurecimento secundário). O processo de revenimento é feito para atender as especificações de dureza dos clientes. 9 CEMENTAÇÃO A cementação é um tratamento termico em que se promove enriquecimentocom carbono da superficie de um aço de baixo carbono pelo mecanismo de difusão atômica. O objetivo é que a dureza após a têmpera e revenimento, esta camada apresente uma dureza mais elevada do que a do núcleo. Quando o ferro ou o aço é rapidamente resfriado por têmpera, o maior teor de carbono na superfície exterior torna-se duro através da transformação da austenita em martensita, enquanto que o núcleo permanece macio e resistente como uma microestrutura ferrítica e/ou perlita. O tratamento termico de cemetanção pode ser feito em cementação a gas, cementação liguida e outros. No caso da SeVla, o carbono vem do gás e é aplicado em peças que necessitam de dureza superficial, resistência à fadiga de contato e submetidas a cargas superficiais elevadas. NITRETAÇÃO Nitretação é um tratamento termoquímico da metalurgia em que se promove enriquecimento superficial com nitrogênio, usando-se de um ambiente nitrogenoso à determinada temperatura, buscando o aumento da dureza do aço até certa profundidade. O objetivo é difundir o nitrogênio, para isso, um cubico de corpo centrado é melhor para a difusão, portanto, temperaturas abaixo de 720°C são ideais. A nitretação tem menos empenamento em relação a cementação, porem, a camada é muito mais fina, chega a 0,3µm a nitretação gasosa e a 0,15µm a nitretação a plasma. Com a nitretação, a dureza pode chegar a 1400HV. 10 Em 2015, a nitretação foi usada para gerar a microestrutura (Martensita - Austenita, Austenita - ferrita exclusiva, conhecida por estar associada a propriedades mecânicas fortemente aumentadas. FLUXOGRAMA DO PROCESSO https://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Microestrutura&action=edit&redlink=1 https://pt.wikipedia.org/wiki/Martensita https://pt.wikipedia.org/wiki/Austenita https://pt.wikipedia.org/wiki/Austenita https://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Alotropos_de_ferro&action=edit&redlink=1 11 APLICAÇÃO NA METALURGIA DO PÓ Metalurgia do PÓ ou Powder Metallurgy (P/M) É uma técnica de fabricação de produtos metálicos (ferrosos ou não ferrosos) obtidos através da conformação de pós metálicos seguido de tratamento térmico de sinterização, onde o material é submetido a temperaturas abaixo do ponto de fusão sob atmosfera controlada, conferindo-se propriedades físicas e mecânicas de acordo com as normas MPIF, ASTM, SAE, ISO e demais correlatas com a P/M. O efeito do custo-benefício é contemplado a nível material e dimensional. O primeiro, através da formulação da composição química e consequentes propriedades fisico-mecanicas na medida exata da solicitações. O segundo é obtido sistematicamente pela compactação em ferramental especifico garantindo geometrias e tolerâncias apertadas com alta repetibilidade. O processo é ecologicamente correto e exerce menor impacto ao meio ambiente (quando comparado aos processos convencionais) devido a melhor utilização da matéria-prima, menor consumo de energia e utilização seletiva de elementos de liga. Como exemplo de aplicação estes mancais fazem parte de uma das mais antigas aplicações industriais das peças metálicas porosas obtidas pela Metalurgia do Pó. A porosidade existente nas peças sinterizadas atua como reservatório de óleo que irá formar o filme lubrificante da região eixo-mancal, evitando-se assim o desgaste prematuro destas superfícies. Quatro variações básicas destes mancais estão contempladas em nossa linha de fabricação: BRONZE, AÇO, FERRO-GRAFITE E FERRO-BRONZE. Cada uma destas aplicações tem características e indicações especificas cuja recomendação é sistematicamente conduzida pela nossa Engenharia através do estudo caso a caso de cada aplicação. 12 Peças Estruturais: Nessa classe estão compreendidas diversas formas e geometrias simples ou complexas para inúmeras aplicações da Metalurgia do Pó (linha automotiva, eletrodomésticos, linha branca, ferramentas elétricas, entre outras). Densidade, dureza, tolerâncias dimensionais e grandes gama de solicitações podem ser combinadas de forma a atender especificações amplas contempladas em inúmeras destas aplicações. Tratamentos térmicos, superficiais, impregnações e usinagens posteriores fazem parte das operações complementares que permitem o custo-benefício da técnica quando comparada a processos mecânicos convencionais.
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