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PROPEDÊUTICA NEUROLÓGICA ● EXAME DE ESTUDO MENTAL MiniExame do Estado Mental (MEEM) - Avalia funções cognitivas: A partir dessa etapa do exame neurológico, é possível avaliar os níveis de consciência e de atenção, o humor, a iniciativa, as capacidades de julgamento e de crítica, a coordenação de ideias, a memória para fatos recentes e antigos, e a capacidade de comunicação verbal. • orientação – Perguntas sobre a data atual, localização, entre outros. Avalia memória recente, atenção e orientação no tempo e espaço; • retenção – testa-se a memória imediata do paciente a partir da repetição de três palavras que devem ser escolhidas previamente, visando-se excluir possíveis correlações semânticas ou gramaticais; para a pontuação, deve-se considerar apenas a primeira tentativa, mas, se o paciente não for capaz de fazê-lo, deve-se continuar tentando até que consiga (máximo de três tentativas); • atenção e cálculo – testa a capacidade de atenção, cálculo e as memórias imediatas e operacionais do paciente; • memória – avalia-se a memória recente do paciente pedindo que este repita as três palavras mencionadas na avaliação da retenção; • linguagem – aqui, são avaliadas várias propriedades da linguagem, como fala espontânea, compreensão oral, repetição, nomeação, leitura e escrita. O resultado do MEEM é altamente influenciado pela idade, pelo nível de escolaridade e pelo nível socioeconômico do paciente, sendo as notas de corte segundo grau de escolaridade descritas: ● EXAME DO NÍVEL DE CONSCIÊNCIA A consciência é definida como o completo e permanente conhecimento de si mesmo e do ambiente (tempo, pessoas, desejos, atitudes, espaço, fatos, emoção, abstração, cálculo, lógica, julgamento, compreensão). Dessa forma, entende-se por “rebaixamento do nível de consciência” a perda de tais características. A escala de Glasgow foi idealizada para a avaliação de pacientes vítimas de trauma e seu escore é referência para os principais protocolos de tratamento (p. ex.: um escore igual ou menor que oito configura uma indicação formal de intubação em pacientes vítimas de trauma). Todavia, em virtude de sua ampla difusão no meio médico, ela passou a ser utilizada para diversas situações que não exclusivamente o trauma, o que, algumas vezes, pode ocasionar condutas inadequadas por parte da equipe de assistência. Assim, é importante que o examinador conheça a melhor escala a ser aplicada a cada situação. Escala de Coma de Glasgow: Avalia o grau de consciência, abertura ocular, melhor resposta verbal e melhor resposta motora. - VARIAÇÃO DE RESULTADOS ANORMAIS • sonolência (ou obnubilação) – definido como a incapacidade de manter o estado de vigília sem que um estímulo externo seja aplicado. É indistinguível do sono normal, porém persiste continuamente; • torpor – sono semelhante ao normal, porém o paciente não alterna a posição no leito espontaneamente, despertando apenas com estímulos vigorosos e repetitivos. Nos casos mais graves, há alteração das frequências cardíaca e respiratória; • coma superficial – não há comunicação com o meio, o paciente apresenta atividade motora somente por meio de estímulos dolorosos e os reflexos do tronco encefálico estão preservados; • coma profundo – o paciente não apresenta reação aos estímulos dolorosos, os reflexos do tronco encefálico estão deprimidos ou abolidos e pode haver distúrbios das funções autonômicas; • coma dépassé – estado que pode ser reversível, no qual o paciente deve encontra-se obrigatoriamente em apnéia associada à falência das funções autonômicas (p. ex.: hipotermia intensa e intoxicação por barbitúricos); • morte encefálica – falência total e irreversível das funções encefálicas. AUSÊNCIA DE ATIVIDADE DO TRONCO ENCEFÁLICA ● INTEGRIDADE DO TRONCO ENCEFÁLICO • Reflexo pupilar: com uma luz adequada, deve-se iluminar a pupila do paciente. A resposta esperada é a miose tanto da pupila irradiada (reflexo fotomotor direto) como da pupila contralateral (reflexo fotomotor consensual). Via aferente – II par (n. óptico) Via eferente – III par (n. oculomotor) • Reflexo córneo-palpebral: realizado com uma mecha de algodão seco, tocando alternadamente as córneas e observando-se a presença de fechamento palpebral ou o desvio conjugado dos olhos para cima (fenômeno de Bell). Via aferente – V par (n. trigêmio) Via eferente – VII par (n. facial) • Reflexo oculocefálico: realiza-se a movimentação da cabeça no eixo horizontal (rotação da cabeça) e no eixo vertical (flexão e extensão do pescoço). A resposta normal é o https://www.facebook.com/alinepletschoftalmologia/videos/entenda-o-fen%C3%B4meno-de-bellmovimento-que-os-olhos-fazem-para-cima-e-para-a-latera/321485202332480/?locale=pt_BR deslocamento ocular no sentido contrário aos movimentos realizados, mantendo a fixação do olhar em um ponto específico (p. ex.: o examinador rotaciona a cabeça do paciente para a esquerda observando o desvio conjugado do olhar para a direita); quando isso não ocorre e os olhos se deslocam com a cabeça, observa-se o sinal dos “olhos de boneca”. Via aferente – VIII par (n. vestíbulo-coclear) Via eferente – VI e III pares (n. abducente e oculomotor) • Provas calóricas – Reflexo vestíbulo-calórico: inicialmente, deve-se atestar a permeabilidade do conduto auditivo pela otoscopia. Feito isso e com a cabeça do paciente elevada a 30º do plano horizontal, é preciso, com o auxílio de uma seringa, injetar lentamente 50 mL de água a 4ºC sobre a membrana timpânica do paciente. A resposta normal é o desvio conjugado do olhar para o lado contralateral com nistagmo batendo em direção à orelha injetada com água a 4ºC no limite do olhar. Via aferente – VIII par (n. vestíbulo-coclear) Via eferente – VI e III pares (n. abducente e oculomotor) • Reflexo da tosse: Estimulação traqueal com cânula de aspiração. Via aferente – IX par (n. glossofaríngeo) Via eferente – X par (n. vago) • Teste da apneia: realizado desligando-se a ventilação mecânica por 10 minutos. O teste é positivo (indica lesão do centro respiratório bulbar) na ausência de qualquer movimento espontâneo durante os 10 minutos. Não é necessário repetir o teste de apneia quando o primeiro exame for positivo. Integridade do centro respiratório do bulbo. https://www.facebook.com/fonocarloscharone/videos/nistagmo-cal%C3%B3rico/1678906962368263/?locale=pt_BR https://www.facebook.com/fonocarloscharone/videos/nistagmo-cal%C3%B3rico/1678906962368263/?locale=pt_BR ● AVALIAÇÃO DA LINGUAGEM Disfonia: distúrbio do timbre e da intensidade do som produzido; ocorrem por comprometimento da inervação motora das cordas vocais. Dislalia: distúrbio da articulação da palavra que decorre de causas múltiplas, excluídas as perturbações neurológicas. Existe uma dislalia fisiológica que deve desaparecer ao redor de 4 anos de idade. Também pode ser provocada por malformação do aparelho fonador. Disartrias: distúrbios da articulação das palavras ocasionados por alterações neurológicas, em nível periférico ou central. PROBLEMA MOTOR→ área primária Taquilalia: alteração do ritmo, em que há aceleração da fala. Bradilalia: lentidão em pronunciar palavras. Gagueira: caracterizada pela interrupção da fala, com tal frequência e anormalidade que chamam a atenção e interferem na comunicação. ***AFASIA − afasia sensorial (Wernicke): caracteriza-se por incapacidade ou dificuldade de entender a palavra escrita ou falada. Os pacientes falam abundantemente, cometendo frequentes erros verbais e gramaticais. Nos casos mais graves, o indivíduo apresenta uma linguagem repleta de neologismos. O déficit de compreensão impede esses pacientes de perceberem seus próprios erros; Giro temporal superior. − afasia motora (Broca): o paciente apresenta dificuldade ou incapacidade na expressão oral e/ou gráfica. Esses pacientes falam pouco, têm consciência de seu déficit e, por isso, sofrem. A compreensão da linguagem falada está aparentemente pouco alterada; Giro frontal inferior. − afasia total: ocorre desintegração da função da linguagem, com incapacidade do paciente paraentender ordens verbais e para a expressão oral e gráfica. ● AVALIAÇÃO DA FORÇA MOTORA A motricidade espontânea é avaliada solicitando-se ao paciente que execute os diversos movimentos possíveis do segmento corporal que se deseja avaliar, como abrir e fechar uma das mãos, abduzir e aduzir um dos braços, fletir e estender uma coxa, etc. Pode-se identificar plegias e diferentes graus de paresias: ● AVALIAÇÃO DO NERVO FACIAL ● AVALIAÇÃO DA MARCHA Exame da Marcha ou Equilíbrio Dinâmico avalia a motricidade automática. Tipos de Marcha: https://stanfordmedicine25.stanford.edu/the25/gait.html - Escarvante Ocorre quando o doente tem paralisia do movimento de flexão dorsal do pé, ao tentar caminhar toca com a ponta do pé no solo e tropeça. Lesão periférica. ACOMETIMENTO DO NERVO PERIFÉRICO: Fraqueza Hiporreflexia - Ceifante ou Hemiplégica Tipicamente de AVC- “ponto e vírgula”. Precisa ter força grau 1 até 3. VIA PIRAMIDAL TRÍADE DA SÍNDROME DO MOTONEURÔNIO SUPERIOR: Espasticidade - Aumento de tônus no lado acometido Fraqueza Hiperreflexia TRÍADE DA SÍNDROME DO MOTONEURÔNIO INFERIOR: Fasciculação- tremer os músculos Fraqueza Hiporreflexia - Parkinsoniana. Bradicinesia motora em preferência crural e rigidez muscular concomitante. https://www.youtube.com/watch?v=-Dusn7cSh0U https://www.youtube.com/watch?v=ihz74Zv6D84 https://www.youtube.com/watch?v=pFLC9C-xH8E → SISTEMA EXTRAPIRAMIDAL Redução de dopamina na substância negra e vias nigroestriatais rigidez bradicinesia tremor de repouso - Talonante. Acometimento do cordão posterior da medula (fascículo grácil e cuneiforme) Alteração na propriocepção: bate o calcanhar no chão. EX. SÍFILIS, VIT B12 deficiente. TESTE ROMBERG + - Vestibular e Cerebelar. Paciente semelhante aos embriagados. **TOXICIDADE DO ÁLCOOL AO CEREBELO ACOMETIMENTO DO CEREBELO Ataxia Desequilíbrio Base Alargada - Frontal. https://www.youtube.com/watch?v=Q__cWmispjw https://www.youtube.com/watch?v=vCn1WRR_U3E https://www.facebook.com/clinicalstep/videos/marcha-magn%C3%A9tica-na-hpn-geralmente-o-dist%C3%BArbio-de-marcha-e-algum-outro-sintoma-s/275960413754745/ - Em “tesoura” e “pequenos passos”. - Anserina. Acometimento da musculatura que fixa o quadril. Doenças musculares **sinal trendelenburg https://www.youtube.com/watch?v=j_E2R2jWZRU tirar o pé do chão e desregular a cintura pévica - Claudicante. - Perna-de-pau. - Histérica. ● QUESTÕES NORTEADORAS Saber avaliar o estado mental e funções corticais superiores, por meio do MEEM. Saber avaliar o nível de consciência, por meio da escala de coma de Glasgow. Saber avaliar os reflexos de integridade do tronco encefálico. Saber avaliar os distúrbios de linguagem. Saber avaliar força motora. Saber avaliar o nervo facial. Saber avaliar o equilíbrio dinâmico por meio da marcha. Conhecer os principais tipos de marchas patológicas e seus significados clínicos.