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CONFLITOS REGIONAIS E SUAS CONEXÕES GLOBAIS (1)

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CONFLITOS REGIONAIS E SUAS CONEXÕES GLOBAIS.
Se o século XX deu origem à era da guerra total, como afirmou o historiador inglês Eric Hobsbawm, o século XXI inaugura a era da insegurança e da eminência mundial de uma nova onda de guerras. Esse receio diante da possibilidade de novos conflitos tem início com a simbólica data de 11 de Setembro de 2001, com o atentado terrorista de Osama Bin laden às torres gêmeas do World Trade Center. Dessa forma, o primeiro ano do terceiro milênio começou com uma grande catástrofe, em que o medo trouxe instabilidade na defesa da paz mundial.
As relações entre os Estados tornaram-se mais complexas a partir do atentado nos Estados Unidos, e a tensão militar adquiriu força nos últimos anos. Essa instabilidade entre as nações é exemplificada, por exemplo, na política nuclear do Irã, que descumprindo medidas de seguranças investe pesado na produção de armas nucleares, com a justificativa de que essa produção será exclusivamente utilizada para fins pacíficos. Todavia, existe uma insegurança entre vários países, principalmente do Ocidente, de que essa narrativa iraniana seja coberta de interesses para uma suposta guerra nuclear.
Nessa era da insegurança, destaca-se recentemente o atentado à capital da Noruega, Oslo, realizado por um empresário nacionalista que motivado por ideologias xenofóbicas causou a morte de pelo menos 76 pessoas. Anders Behring Breivik, autor dessa violência, adotou um discurso fundamentalista em seu julgamento, apoiando-se em ideias que vão contra a diversidade cultural e religiosa em seu país, principalmente em relação aos cidadãos muçulmanos.
Outras tensões vêm acontecendo na atualidade, como os conflitos entre os países árabes que representam historicamente as divergências políticas e religiosas. A divisão do mundo islâmico em duas perspectivas – sunitas e xiitas – pode ser entendida como uma dessas divergências que contribui para o distanciamento entre governo e população. Um exemplo dessas diferenças de cunho religioso são as manifestações na Síria contra o governo de Bashar al-Assad, que, sendo ele um membro xiita, realiza perseguições contra os muçulmanos sunitas.
Conflitos civis no Norte da África também ganharam força nos últimos anos. A história nos mostra que grande parte do continente africano tem sua identidade construída através do sofrimento e das práticas coloniais que impediram o crescimento da região. O resultado dessa herança colonial é caótico para a população civil que, através de reivindicações, tenta suprimir a ausência de liberdade e democracia, como a resistência civil na Líbia, que derrubou o ditador Muammar Gaddafi, no poder desde 1969.
Portanto, para compreender mais sobre os conflitos e tensões ocorridos no mundo atual, acompanhe os textos destacados por esta seção e obtenha informações necessárias para uma análise criteriosa dessas complexas relações políticas. 
OS CONFLITOS NO CONTEXTO DA GLOBALIZAÇÃO:
anteriormente os confrontos entre as etnias tinham um caráter mais local, hoje � com o mundo sob a égide unificadora da globalização � tais conflitos interessam não apenas à região em que se desenrola a disputa, mas também às demais nações que compõem o globo. 
Os conflitos étnicos sempre existiram e sempre existirão, porque servem de desculpa para outros tipos de conflitos, como os religiosos, territoriais ou econômicos.
Às vezes, um conflito não é apenas étnico, podendo estourar por razões étnicas e ser continuado por conta de uma resistência à dominação. Nesse caso não se trata apenas de uma questão de etnia, mas sim de cultura.
CONFLITOS NA ÁFRICA: HERANÇA DO PASSADO COLONIAL:
Os conflitos na África possuem diversas motivações, que remontam da época da colonização. Os colonizadores, ao fragmentarem o continente, ignoraram diferenças étnicas, culturais e políticas dos territórios. Essas diversidades e fragilidades motivam conflitos em diversos países africanos, causando graves crises humanitárias, econômicas e políticas e dizimando milhares de pessoas.
No continente africano, o que motiva os conflitos é o modo pelo qual o continente foi dividido. Antes da chegada dos europeus, os africanos viviam em harmonia, pois os grupos rivais se respeitavam e isso não gerava instabilidade. No processo de colonização, os países europeus se reuniram em Berlim, em uma Conferência, para definir a divisão do espaço africano para que esse fosse administrado e explorado pelas nações envolvidas na reunião. Mas as fronteiras impostas pelos europeus não levaram em conta as disparidades étnicas existentes no continente. Esse ato equívoco provocou a separação de grupos aliados, “união” de grupos rivais e assim por diante. Ao serem agrupados de forma desordenada e sem analisar a estrutura social, cultural e religiosa, promoveu-se uma grande instabilidade em vários pontos da África.
A Conferência de Berlim aconteceu entre novembro de 1884 e fevereiro de 1885 e delimitou regras e acordos durante a ocupação do continente africano pelas potências europeias. 
Conhecido também como partilha da África, esse evento oficializou o neocolonialismo que resultou na extensa exploração econômica de colônias africanas pelos países europeus.
A Conferência de Berlim foi resultado do surto neocolonialista que surgiu a partir da segunda metade do século XIX. A Europa estava experimentando um grande desenvolvimento tecnológico conhecido como Segunda Revolução Industrial. Esse crescimento tecnológico promoveu avanços na produção de energia, na química e no desenvolvimento de meios de transporte mais eficientes etc.
À medida que o capitalismo sofria transformações a partir desse desenvolvimento tecnológico, surgiu como necessidade o impulso imperialista para dar continuidade no processo exploratório de matérias-primas e de obtenção de novos mercados consumidores. Os continentes africano e asiático apareceram, então, como alvo da ambição das potências industrializadas europeias.
Os países europeus buscaram de maneira desenfreada tomar posse do máximo possível de territórios no continente africano. A falta de regulamentação dessa ocupação levou a inúmeros atritos diplomáticos entre esses países da Europa por disputas territoriais na África. Com o intuito de resolver essas questões, foi sugerida uma conferência internacional.
A ocupação do continente não aconteceu de maneira passiva. Houve movimentos de resistência em diferentes partes da África, no entanto, em razão da diferença de organização militar e de tecnologia, a resistência africana, em geral, teve apenas efeito de retardar o domínio europeu.
 
O SUDÃO DO SUL:
Em fevereiro de 2011, a população no Sudão – país localizado na região norte da África – foi às urnas para definir, em referendo, a separação e emancipação da região na porção meridional do país. Com a aprovação de esmagadores 98,8% dos votantes, surgiu o até então mais novo país: o Sudão do Sul, tendo como capital a cidade de Juba.
Apesar das intensas celebrações nas ruas, não tardou para que a população percebesse que havia muito pouco para comemorar, pois o novo país nascia com graves convulsões sociais e pesados desafios a enfrentar. Para piorar, os conflitos com os vizinhos do norte foram retomados em função das indefinições no estabelecimento das fronteiras entre os dois países, que disputam regiões ricas em petróleo.
Em resumo, pode-se dizer que uma guerra civil (até então, a mais longa em atividade na África), em vez de acabar, foi apenas transformada em um conflito internacional.
Assim como a maior parte da África, as fronteiras do Sudão foram definidas artificialmente pelas potências ocidentais durante o processo de implantação do colonialismo. Assim, desde a independência do Sudão em relação ao Reino Unido em 1956, o país vive em profundas crises políticas, que confluíram para uma série de guerras civis.
Para a solução de um conflito armado que se arrastava por 12 anos – e também pela grande pressão internacional – foram estabelecidos acordos em 2005 na cidade de Nairóbi, Quênia, onde se decidiu peloreferendo de 2011, que culminou na separação.
A diferença entre os dois territórios é latente tanto nos aspectos físicos quanto nas composições étnicas. O norte é majoritariamente composto por regiões desérticas (salvo o vale por onde passa o Rio Nilo), com escassez de água e recursos naturais, enquanto o sul possui uma maior quantidade de vegetação e pântanos. Além disso, o Sudão do Sul é basicamente composto por povos cristãos e animistas, que não aceitavam a dominação política e legislativa dos povos do norte, de maioria islâmica.
Apesar dessas diferenças étnico-culturais, a razão para a existência dos conflitos está plenamente centrada na disputa pelos recursos naturais, principalmente o petróleo, produto do qual os dois países são dependentes. Nesse quesito, observa-se uma interdependência na utilização desse recurso natural que necessita de uma maior estabilidade política para se manter.
Podemos observar que boa parte da produção petrolífera na região é detida pelos povos do Sudão do Sul, que, no entanto, necessitam dos oleodutos localizados no Sudão para escoar suas produções. Além disso, há a disputa pela região de Abyei, reivindicada pelos dois países e rica em reservas petrolíferas.
Para agravar a situação, a guerra e os constantes bombardeios – principalmente nas regiões de fronteira – intensificam o número de mortos e refugiados, além de fazer com que o governo do sul invista quase 50% das riquezas do país em armas em detrimento de investimentos em educação e saúde.
Apesar de recentes acordos, bem como dos esforços da ONU e de alguns países vizinhos, como Nigéria e Angola, as diferenças entre os dois países parecem estar longe do fim, bem como a crise socioeconômica e as condições de miséria que assolam a maior parte dos habitantes.
CONFLITOS NA AMÉRICA LATINA:
VENEZUELA:
Uma compreensão do que ocorre na Venezuela só é possível por meio de uma breve análise sobre o chavismo nesse país. A ascensão política de Hugo Chávez na Venezuela aconteceu na década de 1990. Chávez era um paraquedista do exército venezuelano e envolveu-se em uma tentativa de golpe contra o então presidente Carlos Pérez no ano de 1992.
Chávez era membro do Movimento Bolivariano Revolucionário 200, um movimento de esquerda que visava à tomada do poder no país. O golpe fracassou, Chávez foi preso, mas tornou-se uma figura extremamente popular no país e foi libertado pelo presidente seguinte da Venezuela, Rafael Caldeira.
Chávez saiu da prisão e lançou-se à candidatura presidencial, com um discurso de ataque aos políticos do país e prometendo refazer a democracia venezuelana. Afirmava buscar a realização de maior justiça social por meio do principal produto do país, o petróleo. Hugo Chávez venceu a eleição em 1998 e iniciou um longo processo no poder, que se estendeu por catorze anos. Nesse período, Chávez venceu quatro eleições (1998, 2000, 2006 e 2012).
Durante os catorze anos no poder, Hugo Chávez promoveu uma ampla distribuição de renda no país. Conseguiu aumentar o Produto Interno Bruto (PIB) da Venezuela, diminuiu sensivelmente o número de pobres do país, reduziu a mortalidade infantil etc. 
O chavismo, porém, contribuiu abertamente para a corrosão da democracia venezuelana.
Chávez aparelhou o Supremo Tribunal do país ao aumentar o número de juízes de 20 para 32. Os 12 novos juízes eram adeptos do chavismo. Durante seu governo, Hugo Chávez também promoveu a perseguição de opositores e procurou, por meio de pequenas reformas, perpetuar-se no poder.
Maduro assumiu a Venezuela quando a crise da economia do país começava a despontar. Isso reforçou a oposição do país contra o governo e levou Maduro a usar de mecanismos de força para combater e calar seus opositores. Em 2016, por exemplo, a oposição de Maduro começou a articular-se para convocar um referendo revogatório do mandato de Maduro. O Conselho Nacional Eleitoral do país, porém, adiou a data de acolhimento das assinaturas necessárias, e o processo de referendo revogatório não evoluiu por isso.
A pressão sobre o governo Maduro era grande, porque, em 2015, a correlação de forças no Legislativo venezuelano alterou-se quando a oposição conseguiu eleger a maioria de parlamentares. A pressão sobre Maduro vinda da Assembleia Nacional o fez adotar um mecanismo para enfraquecê-la, e, em 2017, Maduro propôs a convocação de uma Constituinte para redigir uma nova Constituição para a Venezuela.
COLÔMBIA:
A Guerra Civil colombiana, um dos conflitos mais antigos da América Latina, surgiu em 1964, entre as forças conservadoras e as socialistas, pela disputa do poder no país, provocando uma guerra problemática sem solução definitiva, refletindo até hoje no cenário político da Colômbia.
Nos anos 60, ex-combatentes liberais colombianos fundaram as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia, popularmente conhecida como FARC-EP, sob a liderança de Manuel Marulanda, para lutar pela criação de um Estado marxista.
A FARC-EP surgiu em 1964, quando um grupo de proprietários rurais rebeldes influenciados pelo sucesso de Fidel Castro, começou a ganhar proporção. Os Estados Unidos, que passavam pelo momento da Guerra Fria, pressionaram o Exército Colombiano para eliminar o grupo, porém os rebeldes reagiram e o pequeno sitiante Manuel Marulanda Vélez, apelidado Tirofijo, criou o movimento revolucionário. Outro grupo de esquerda, o guevarista Exército de Libertação Nacional (ELN) se juntou às FARC-EP pelo mesmo ideal marxista.
Quatro anos mais tarde, em 1968, foi criada uma lei para a criação de um exército de direita para combater os faccionistas. 
Com o passar do tempo, esse exército que teoricamente seria controlado pelo Estado, saiu do controle nacional e passou a ser uma organização terrorista e de extrema direita, fundando as Autodefensas Unidas de Colômbia (AUC) em 1997.
Assim criou-se um verdadeiro caos na Colômbia: dois grupos terroristas extremamente violentos lutando cada um por seu ideal, seja marxista ou conservadorista. Outro grande fator preocupante é que a partir dos anos 80, a guerra civil colombiana tornou-se extremamente ligada ao tráfico de drogas internacional, pois as FARC-EP e o ELN financiavam os custos de guerra através do tráfico de drogas e do sequestro de civis, fazendo também com que a violência no país matasse cerca de 30 mil pessoas desde os anos 60.
Diversas tentativas de acordos de paz e negociações por parte do governo foram fracassadas. As FARC-EP reclamavam da falta de ação do governo para conter os paramilitares direitistas (AUC). No ano de 2000, os EUA liberaram cerca de 1,3 bilhão de dólares em ajuda financeira para os programas anti-droga da Colômbia, porém até hoje a situação colombiana continua indefinida.
HAITI:
A abolição da escravidão ocorreu no ano de 1794, e Toussaint foi nomeado governador vitalício em 1801. No entanto, uma expedição francesa encarregada de reconquistar a ilha prendeu Toussaint, que fora enviado para França, onde morreu em 1803.
Jean-Jacques Dessalines, antigo escravo, deu continuidade ao movimento de resistência, e o resultado disso foi positivo, pois o país obteve sua independência no dia 1° de janeiro de 1804 e passou a chamar-se Haiti, que foi a primeira República Negra das Américas e o primeiro país latino-americano a declarar-se independente.
A elite, composta por mulatos, ficou insatisfeita com a nova política instalada no país, e, em 1806, tomou o poder após o assassinato de Dessalines. O Haiti teve sua administração fragmentada, assim, o norte ficou sob domínio de Henri Christophe e o sul foi governado por Alexandre Pétion. Somente em 1820, sob o governo de Jean-Pierre Boyer, o país foi unificado.
Um dos períodos mais conturbados da história do Haiti teve início em 1957. Naquele ano, o médico François “Papa Doc” Duvalier foi eleito presidente da nação, instalando um regime ditatorial baseado na repressão militar que perseguiu muitos opositores – inclusive a Igreja Católica –, e sua guarda pessoal, os tontons macoutes (bichos-papões) eram os responsáveis pelos massacres.O Papa Doc foi assassinado em 1971, no entanto, seu filho Jean-Claude Duvalier, o Baby Doc, assumiu a presidência do Haiti, dando continuidade às perseguições políticas. Os protestos populares contra o regime ditatorial intensificaram-se, e Baby Doc fugiu para a França em 1986, deixando no poder uma junta chefiada pelo general Henri Namphy.
Sob nova constituição, o país realizou eleições presidenciais livres em 1990. A maioria dos eleitores (67%) optou pelo padre esquerdista Jean-Bertrand Aristide. Porém, no mesmo ano, Aristide foi deposto por um novo golpe militar e a ditadura foi novamente imposta no país. A Organização das Nações Unidas (ONU) impôs sanções econômicas ao Haiti para forçar a volta de Aristide. Somente em 1994, ele retornou ao cargo de presidente do Haiti.
Entretanto, os problemas no Haiti persistiram, fazendo com que Aristide fugisse para a África em fevereiro de 2004 e, atualmente, o país sofre intervenção internacional pela ONU.
Além de todos esses entraves políticos, a população haitiana enfrenta vários problemas de ordem socioeconômica. O Haiti é o país economicamente mais pobre das Américas, no qual cerca de 60% da população é subnutrida e mais da metade vive com menos de um dólar por dia.
Em janeiro de 2010, um terremoto de magnitude 7,0 na escala Richter atingiu o país, provocando uma série de feridos, desabrigados e mortes. Estima-se que mais de 120 mil pessoas morreram em consequência desse desastre.
A REDE GLOBAL DO NARCOTRÁFICO:
O tráfico de drogas corresponde a uma atividade ilegal poderosa, uma vez que não existem países que não sofram a sua influência, direta ou indiretamente. Esta atividade mobiliza grande número de pessoas e, também, um enorme montante de recursos jamais vistos na história. Essa atividade se expandiu a partir das facilidades de deslocamento e transporte, que o atual período técnico-informacional proporcionou ao mundo.
Essa atividade conta com diferentes etapas, sendo, por isso, considerada altamente dinâmica. Isso porque, ela se desenvolve desde a produção de sua matéria-prima até os fluxos comerciais, bancários e de transporte da droga já produzida. Cada etapa do tráfico de drogas é desenvolvido por grupos distintos, que se estendem do camponês/produtor rural até o revendedor, que pode estar em outro país, distante quilômetros de onde ela foi produzida.
Assim, observa-se que o tráfico de drogas impõe uma divisão internacional do trabalho, em que os países periféricos são aqueles que produzem a droga, enquanto os países centrais são responsáveis pelo consumo e acúmulo de capitais, gerados a partir dessa atividade. Países de economia intermediária como o Brasil e o México tendem a atuar nessa rede ilegal fornecendo industrializados utilizados no beneficiamento da droga.
Dessa forma, observa-se que o tráfico de drogas se utiliza da mesma lógica empresarial a que recorrem as multinacionais. Em outras palavras, os países que estão menos integrados ao circuito da economia formal (globalização) são os que apresentam condições para que as redes ilegais se desenvolvam, tais quais, mão de obra barata e vulnerável; facilidade de controle, pois possuem Estados corruptos ou fracamente ativos; além de condições físicas favoráveis à produção de matérias-primas necessárias à elaboração da droga.
O tráfico de drogas possui vínculos estreitos com o Estado e com o capital estrangeiro. Grande número de Estados, sobretudo aqueles de países periféricos, têm ligação com o poder do narcotráfico. Vale destacar que o tráfico de drogas é responsável pela manutenção de grupos paramilitares e guerrilheiros, além de alimentar ditaduras e governos corruptos.
O geógrafo Carlos Walter Porto-Gonçalves e Rogério Haesbaert sustentam que os movimentos separatistas como os de Mindanao (Filipinas) e o da província de Aceh (Indonésia) são claramente sustentados com recursos oriundos do tráfico de drogas. Além destes, os geógrafos argumentam que os governos do Afeganistão, Paquistão, Camboja e Peru revelaram seus vínculo com o tráfico de drogas.
Portanto, o montante de capital que esta atividade gera acaba criando relações de interdependência entre o poder legal e o poder ilegal. Assim, um colapso nesse circuito poderia originar o colapso do próprio capitalismo globalizado. 
Cabe destacar que a ligação entre os dois circuitos, legal e o ilegal, é feita por meio da “lavagem de dinheiro”. A rede ilegal é favorecida  pela existência de lugares onde a legislação e o controle sobre a circulação de dinheiro ilegal é menos rígida, os chamados paraísos fiscais, como as Ilhas Cayman, no Caribe; Ilhas Maurício, no Índico; e também, lugares estrategicamente posicionados, como Hong Kong, Cingapura e Gibraltar.
Em suma, podemos afirmar que o comércio de drogas ilícitas tem características de uma atividade multinacional, atuando na escala global; no entanto, para que haja êxito, a atividade depende das condições locais de produção e consumo, como também, de legislações e fiscalizações menos rígidas.  
REDE DE SOLIDARIEDADE:
Podemos pensar na construção de um outro mundo, mediante uma globalização mais humana. As bases materiais do período atual (a unicidade da técnica, a convergência dos momentos e o conhecimento do planeta), que o grande capital se apoia para construir a globalização perversa, poderão servir a outros objetivos, se forem postas ao serviço de outros fundamentos sociais e políticos. Parece que as condições históricas do fim do século XX apontavam para esta última possibilidade. Tais novas condições tanto se dão no plano empírico quanto no plano teórico.
No plano empírico há indícios da emergência de uma nova história. O primeiro é a enorme mistura de povos, raças, culturas, gostos, em todos os continentes. A isso se acrescente, graças aos progressos da informação, a “mistura” de filosofias, em detrimento do racionalismo europeu. A produção de uma população aglomerada em áreas cada vez menores, permite ainda maior dinamismo àquela mistura entre pessoas e filosofias.
No plano teórico, há a possibilidade de produção de um novo discurso. Esse novo discurso ganha relevância pelo fato de que, pela primeira vez na história do homem, se pode constatar a existência de uma universalidade, que deixa de ser apenas uma elaboração abstrata na mente dos filósofos para resultar da experiência ordinária de cada homem. 
De tal modo, a explicação do acontecer pode ser feita a partir de categorias de uma história concreta. É isso, também, que permite conhecer as possibilidades existentes e escrever uma nova história.
Precisamos produzir as condições de realização de uma nova história. Outra globalização e outro mundo, a partir de um outro uso da técnica e recolocando o homem no seu lugar central, ao invés do despotismo do dinheiro, da tirania da informação, da competitividade e da concorrência.
Uma outra globalização supõe uma mudança radical das condições atuais, de modo que a centralidade de todas as ações seja localizada no homem [...] Nas presentes circunstâncias, conforme já vimos, a centralidade é ocupada pelo dinheiro, em suas formas mais agressivas, um dinheiro em estado puro sustentado pela informação ideológica, com a qual se encontra em simbiose [...] Com a prevalência do dinheiro em estado puro como motor primeiro e último das ações, o homem acaba por ser considerado um elementos residual (SANTOS, 2000, p. 147).
            Precisamos produzir as condições de realização de uma sociedade mais humana, pautada na solidariedade. E, nesse aspecto, o filósofo, sociólogo, antropólogo e epistemólogo francês Edgar Morin também tem contribuições importantes a oferecer, quando nos propõe pensar a ciência com consciência e como a subjetividade humana foi excluída do saber científico. A ideia do homem foi desintegrada pelas ciências, sobretudo da natureza. 
A ideia do homem foi desintegrada pelas ciências, sobretudo da natureza. Mas não se pode eliminar um dos problemas mais fundamentais da vida, a saber: O que é o homem? Qual o seu sentido? Qual é seu lugar na sociedade?Qual é seu lugar na vida? Qual é seu lugar no cosmo? (MORIN, 2005 – capítulo 6 – Teses sobre ciência e ética).
1. A chamada “Partilha da África” deu-se no fim do século XIX, em um contexto em que as potências nacionalistas europeias tinham expandido os seus domínios pelos continentes asiático e africano. Sobre o processo de “Partilha da África”, é INCORRETO afirmar que:
A Conferência de Berlim foi decisiva para organizar os domínios europeus sobre o território africano.
b) A França foi o único país a não estabelecer domínios coloniais em território africano.
c) O Congo passou a ser um território submetido ao domínio particular do rei Leopoldo II, da Bélgica.
d) A “Partilha da África” pode ser enquadrada no fenômeno mais abrangente denominado “Neocolonialismo”.
e) Muitas tribos e etnias africanas diferentes ficaram circunscritas a um mesmo território na ocasião em que o continente africano foi dividido.
2. Leia o texto a seguir.
Por mais que retrocedamos na História, acharemos que a África está sempre fechada no contato com o resto do mundo, é um país criança envolvido na escuridão da noite, aquém da luz da história consciente. O negro representa o homem natural em toda a sua barbárie e violência; para compreendê-lo, devemos esquecer todas as representações europeias. Devemos esquecer Deus e as leis morais.
HEGEL, Georg W. F. Filosofia de la historia universal. Apud HERNANDEZ, Leila M.G. A África na sala de aula: visita à história contemporânea. São Paulo: Selo Negro, 2005. p. 20-21. [Adaptado]
O fragmento é um indicador da forma predominante como os europeus observavam o continente africano no século XIX. Essa observação relacionava-se a uma definição sobre a cultura, que se identificava com a ideia de:
a) progresso social, materializado pelas realizações humanas como forma de se opor à natureza.
b) tolerância cívica, verificada no respeito ao contato com o outro, com vistas a manter seus hábitos.
c) autonomia política, expressa na escolha do homem negro por uma vida apartada da comunidade.
d) liberdade religiosa, manifesta na relativização dos padrões éticos europeus.
e) respeito às tradições, associado ao reconhecimento do valor do passado para as comunidades locais.
3. A parte sul do antigo Sudão, onde se localiza a região conhecida como Darfur, e hoje tornada oficialmente Sudão do Sul, conquistou sua autonomia frente ao Sudão do Norte, após décadas de lutas, cujas razões principais se agrupam em torno:
 
a) da repressão pelo governo do norte à caça predatória de animais em extinção, praticada pelas populações do Darfur. 
b) da presença de colonizadores imperialistas de origem belga e alemã no Sudão do Norte e suas campanhas de expansão territorial em direção ao sul. 
c) da política racista de apartheid, praticada pelo governo do norte, em relação às populações do sul. 
d) da disputa pela navegação comercial no rio Nilo, controlada pela Etiópia, pelo Quênia e por Uganda. 
e) do controle de áreas produtoras de petróleo localizadas no sul e de sua diversidade religiosa distinta do norte islamizado.
4.  “Nascido da divisão do Sudão após décadas de guerra civil, o Sudão do Sul é desde a 0h local (18h desta sexta-feira de Brasília) o mais novo país do mundo, o 54º da África e o 193º membro da Organização das Nações Unidas (ONU). A criação do país já é comemorada na madrugada deste sábado na capital Juba. ‘Somos livres! Adeus ao norte, bem-vinda a felicidade!’, gritava Mary Okach, uma cidadã da nova nação.”
 (http://veja.abril.com.br/noticia/internacional/no-sabadonasce-o-54o-pais-da-africa-o-sudao-do-sul) 
 
A guerra civil que levou à divisão do Sudão era:
a) a disputa, entre diversas tribos sudanesas, pelas extensas reservas de diamante presentes em todo o país. 
b) a imposição de uma identidade islâmica aos cristãos, que são maioria no Sul. 
c) a necessidade de melhor administrar política e economicamente o país, visto que o Sudão era o maior país africano. 
d) a discriminação racial existente no país, sendo o Norte de maioria branca e o Sul de maioria negra.
5. A principal motivação que levou os venezuelanos a deixarem seu país e seguirem para o Brasil:
Os venezuelanos vieram para o Brasil depois que um terremoto atingiu o país em 2010, afetando milhares de pessoas.
b) Os venezuelanos vieram para o Brasil, porque o governo brasileiro criou um programa para o recebimento de imigrantes que desejassem trabalhar em áreas da construção civil.
c) Os venezuelanos vieram para o Brasil em decorrência de uma grave crise política, econômica e humanitária que se instaurou na Venezuela.
d) Os venezuelanos vieram para o Brasil fugindo das diversas catástrofes naturais que atingem o país periodicamente.
6. A Venezuela tem enfrentado momentos de tensào desde o início de fevereiro, com protestos de estudantes e opositores contra o governo. A situação se agravou em 12 de fevereiro, quando uma manifestação contra o presidente Nicolás Maduro terminou com três mortos e mais de 20 feridos.httpy/gl.globo.com/mundo/noticia/2014/02/entenda-os-protestos-na-venezuela.html, acesso em 24/03/2014. Sobre a tensào na Venezuela, é correto afirmar:
a) 0 presidente Maduro nào foi eleito pelo voto popular, tendo assumido interinamente o poder após a morte de Hugo Chávez e se mantido no cargo de forma autoritária.
b) A crise venezuelana, fonte das tensões mencionadas, tem sua origem no esgotamento das reservas de petróleo que sustentaram a economia venezuelana durante décadas.
c) Entre as principais motivações dos manifestantes que participaram dos protestos, figuram a insegurança social, as altas taxas de inflação e a escassez de produtos básicos.
d) Apesar dos protestos, o presidente Maduro recusou a oferta da Uniào de Nações Sul-Americanas (Unasul) no sentido de mediar o diálogo com diferentes setores da sociedade nacional.
e) Desde o início dos protestos, o governo do presidente Maduro proibiu a circulação de todos os jornais impressos controlados pela oposição, numa clara violação à Carta Democrática Interamericana.

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