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Experimento 1 : Linhas Equipotencial Daiane do Rosário, Gabrielly Stefane, Kamille Garajau Licenciatura em Física,Campus Taguatinga, Instituto Federal de Brasilia. Resumo. Esse relatório teve como principal objetivo observar o comportamento das superficies equipotenciais em diferentes configurações de eletrodos. Foram usadas ferramentas adequadas para a obtenção das medidas de tensão como multimetro digital, medidor de tensão CC, além dos diversos tipos de eletrodos. Ao final do experimento foi possivel, assim como planejado, a visualizacão dos padrões comportamentais das superficies equipotenciais por meio da sintetização dos dados em gráficos além de um estudo mais aprofundado teórico do para melhor entendimento do fenômeno observado. Palavras chave: Diferenca de potencial,Potencial elétrico,Campo Elétrico, Superficies Equipotenciais. 1.Introdução Desde a Grécia antiga, são feitas observações dos fenômenos elétricos. Os filósofos e pensadores da época observaram que ao atritar um pedaço âmbar (resina fóssil) com algum material, aproximando-o posteriormente de uma palha, surgia uma forca especial “invisível” que atraia a palha para o âmbar. (JUNIOR et al.,2007) Apesar disso, somente no século XVIII com a revolução industrial e o ápice do desenvolvimento científico que os estudos a respeito das propriedades elétricas dos corpos ganharam uma forca maior. Pois, as invenções elaboradas nesse período a respeito da eletricidade revolucionaram toda a sociedade, culminando futuramente numa revolucão tecnológica (GUEDES M, 1999). Além disso, nessa época o fisico italiano Alessandro Volta, introduziu o conceito de voltagem, nome dado em sua homenagem, e também as pilhas elétricas (GUEDES M,1999). O conhecimento sobre as pilhas elétricas proporcionaram a manipulação de cargas elétricas de forma contínua e estável. Surgindo posteriormente a isso, a ideia de potencial elétrico e voltagem (SANTOS et al.,2020). Desse modo, tornou-se possível perceber a revolucão que esses conhecimentos trouxeram para a vida humana,através de,pilhas, baterias,sistemas Nome da disciplina -1°/2021 fisicos de geracão de energia, entre outros (SANTOS et al., 2020). Sendo assim, tendo como inspiração históricas os estudos de Volta, esse relatório tem por objetivo fazer o estudo e análise do conceito fisico de voltagem, observando o comportamento de superficies equipotenciais,ou seja, pontos em um campo elétrico com o mesmo valor em Volts.Essa análise foi feita para diferentes tipos de eletrodos, para que assim fosse possível observar as variacões comportamentais dessas superficies em cada sistema elétrico (SANTOS et al., 2020). 2.Procedimento Experimental Materiais utilizados: Cuba transparente; Fonte de alimentação, com tensão de Saída variável; Multímetro; Escala cartesiana transparente; Eletrodos cilíndricos (pontuais); Eletrodos retos com haste de contato e ponta de conexão Cabos flexíveis; Béquer; Solucão aquosa de KCl (50 mg/L); Primeiramente foi preparada uma solução aquosa condutora constituída de água e cloreto de potássio à uma concentracão de 50 miligramas por litro ( ,conforme a fig.1. 2 mais cloreto de potássio (KCL) Fonte:arquivo pessoal. Logo após, utiliza-se uma cuba de acrílico com um papel de fundo milimetrado demonstrando o plano cartesiano impresso, conforme a fig.2. Fig 2: Cuba de acrílico contendo papel milimetrado em seu interior. Fonte:arquivo pessoal O primeiro tipo de eletrodo analisado foram os eletrodos pontuais que são colocados nas coordenadas (x,y) do plano cartesiano, sendo: (40,0) para o eletrodo pontual 1 negativo e (- 40,0) para o eletrodo pontual 2 positivo, conforme a fig.3. Nome da disciplina-1°/2021 Fig 3: Eletrodos pontuais sendo posicionados no sob o papel milimetrado no interior da cuba nas respectivas coordenadas. Fonte:arquivo pessoal Em seguida é preparado o sistema constituído de uma fonte de tensão CC regulável, multímetro e cabos de conexão. Sendo conectado à fonte de tensão um cabo preto ao pólo negativo e um cabo vermelho ao pólo positivo da fonte,conforme a fig 4. Fig.4: Cabos conectados aos polos da fonte de tensão CC regulável, destacados na imagem. Fonte:arquivo pessoal. Diante disso, o cabo vermelho é conectado a um dos eletrodos pontuais que por consequência será o eletrodo positivo, conforme a fig.5. 3 Fig.5: Cabo vermelho (polo positivo) sendo conectado ao eletrodo pontual. Fonte:arquivo pessoal. Após isso,o cabo preto é conectado a um multimetro, conforme a fig.6. Fig.6: Cabo preto (pólo negativo) sendo ligado ao multímetro na entrada COM. Fonte: arquivo pessoal Nome da disciplina -1°/2021 Um outro cabo preto é plugado na entrada superior do cabo preto, o qual já estava conectado na entrada COM do multimetro,conforme a fig 7. Fig.7: Segundo cabo preto conectado na parte superior do primeiro cabo conectado. Fonte: arquivo pessoal A outra ponta desse cabo foi conectada a outro eletrodo,conforme a fig.8. Fig.8:Segundo cabo preto sendo conectado ao eletrodo(pólo negativo). Fonte: arquivo pessoal Um segundo cabo vermelho é plugado à entrada de medicão de potencial elétrico do multímetro(fig.9). Fig 9 - Cabo vermelho plugado na entrada de medicão de voltagem do multímetro. Fonte:arquivo pessoal Na outra extremidade desse mesmo cabo vermelho existe uma garra jacaré que será presa à uma haste de metal, ponta de Fig.10: Garra jacaré do cabo de conexão vermelho sendo preso à haste de metal. Fonte:arquivo pessoal. Fig.11:Sistema Garra jacaré e ponta de prova montado. Nome da disciplina -1°/2021 Fonte: arquivo pessoal. Tendo montado todo esse sistema o multímetro é ligado em seguida na opção de 6 volts(V) de corrente contínua (fig 12). Fig.12: Multímetro ligado na opcão 6V de corrente contínua. Fonte:arquivo pessoal. O próximo passo foi ligar a fonte de tensão CC e ajustá-la para uma tensão de aproximadamente 5V (fig.13). Fig.13:Fonte de tensão CC ajustada para ≈ 5V. 5 Fonte: arquivo pessoal. Um teste de tensão é feito para verificar se de fato a tensão entre os dois eletrodos é de ≈5 V. A ponta de prova é colocada em contato com o eletrodo negativo, é mostrado na tela no multímetro o valor de ≈0V, conforme a fig.14. Fig.14:Teste de tensão no pólo negativo do sistema. Fonte:arquivo pessoal O mesmo é feito no pólo positivo. Observada a leitura pelo multímetro de ≈5V (fig.15),segue-se para o próximo passo. Fig.15:Teste de tensão no polo positivo, leitura de ~≈5V na tela LED do multímetro. Nome da disciplina - 1°/2021 Fonte:arquivo pessoal. Verificada a tensão entre os dois eletrodos de aproximadamente 5V, é despejada a solução aquosa de cloreto de potássio para que se tenha um meio condutor entre os dois eletrodos. Assim,a tensão é distribuída ao longo dessa superficie condutora por meio do campo elétrico gerado pelos dois eletrodos (fig.16).A solucão deve estar distribuída de forma uniforme em toda a base do recipiente Fig.16: Solucão sendo despejada no recipiente para servir como meio condutor. Fonte: arquivo pessoal Agora com a solucão condutora despejada é feito novamente um teste de tensão. Nota-se que a tensão varia de 0V à 5V conforme a ponta de prova passa ao longo da 6 superficie condutora, se aproximando ou se afastando de cada eletrodo (fig.17). Fig.17:Teste de tensão com ponta de prova passando no meio condutor entre os eletrodos. Fonte:arquivo pessoal. É fixado um valor de voltagem base, entre 0 e 5V,para se ter como referência para cálculo da superficie equipotencial. A ponta de prova é movida ao longo de toda a extensão do papel milimetrado.Todos os pontos (x,y) do plano que possuem o mesmo valor de voltagem adotado como referência são marcados. Os valores são indicados pelo multímetro conforme a ponta de prova se move pelo papel. Esses mesmosprocessos de montagens e medições de voltagens são feitos para dois outros tipos de eletrodos, sendo eles: placas retas paralelas(fig.18) e os concêntricos(fig.19). Fig.18: Montagem do experimento com oS eletrodos retos e paralelos entre si. Nome da disciplina -1°/2021 Fonte:arquivo pessoal. Fig.19: Montagem do experimento com os eletrodos circuncentros. Fonte:arquivo pessoal 3.Resultados e Discussão 3.1 Desenvolvimento teórico da energia associada ao potencial elétrico Sabendo que o trabalho de uma forca qualquer ao mover um corpo entre dois pontos (ab), separados por uma distância (d), pode ser dado por: Pode-se calcular o trabalho realizado por uma forca elétrica. 7 Primeiramente analisando a forca elétrica dada por um campo elétrico constante, pode-se escrever a força elétrica em função do campo elétrico já que ambos são constantes para qualquer ponto no campo, sendo: Assim,o trabalho dessa forca fica sendo: Como q e E são constantes é possível tirá-los da integral , além disso, o ângulo entre a força e o deslocamento é 0(zero), uma vez que se trata de um campo uniforme, cos0=1. A integral de ds nos limites de integração entre dois pontos do espaço a e b irá sera própria distância d, entre os pontos,logo: Esse trabalho pode ser visualizado melhor, de forma gráfica, pela (fig.20) em que uma carga elétrica, positiva,em campo elétrico uniforme percorre uma distância d entre dois pontos ab por meio da ação de da forca elétrica. Nome da disciplina -1°/2021 Fig.20: Próton se deslocando,aceleradamente, entre os pontos A e B, devido a ação da forca elétrica em um campo elétrico uniforme. Fonte: Serway vol 3, 2006, p 724. Porém,agora analisando para uma forca elétrica não constante, logo,em um campo elétrico também variável, o trabalho dessa força pode ser dado por: Trabalhando a equação 4, Uma vez que forca elétrica ,dada pela lei de coulomb,é: Pegando a forca elétrica alinhada com o deslocamento, logo tem-se cos0=1 assim: 8 desenvolvendo essa integral nos limites de integracão entre doispontos do deslocamento,d edb,tem-se: a Se, Logo, Assim,é definido o trabalho exercido por uma forca elétrica sobre uma carga se deslocando em campo elétrico não uniforme. Pode-se observar esse tipo de trabalho ,por exemplo, em uma carga de prova positiva próxima a uma carga pontual também positiva(fig.21). Fig.21: Diagrama de forcas agindo em uma carga elétrica se movendo ao longo de um campo elétrico gerado por uma carga puntiforme. A carga de teste qo se desloca de a até b ao longo de uma trajetória arbitrária. Nome da disciplina -1°/2021 Fonte: YOUNG & FREEDMAN,2009,p 78 Fonte: É importante lembrar que como a forca elétrica se trata de uma forca conservativa, logo,independente da trajetória da carga ao percorrer os dois pontos definidos,o trabalho será sempre o mesmo. Com isso é possível se chegar a uma nova grandeza fisica chamada de potencial elétrico e diferenca de potencial elétrico (ddp). Pegando o exemplo do trabalho dado em um campo uniforme entre dois pontos,pode-se assumir,por exemplo, que para a carga de 1 C foi realizado um trabalho de 10 J; utilizando a equação 7,tem-se: Dobrando a carga, Percebe-se que conforme se aumenta o valor da carga, o valor do trabalho , em joules, aumenta também proporcionalmente de modo que a razão para as equações 15 e 16 usadas como exemplo essa razão será sempre igual a 10 J/C. 9 Essa razão, joules por coulomb,é definida como potencial elétrico e a razão do trabalho da forca elétrica pelo valor da carga como a diferenca de potenciais elétricos, Vab=Va-Vb entre os dois pontos analisados, sendo: .(19) A unidade de medida do potencial elétrico é o volt, [J/C]=[V],v [//C]=[V],volt.(19) Assim, admite-se que em cada ponto do campo elétrico existe um potencial elétrico associado a aquele ponto.Uma partícula, ao se deslocar entre esses dois pontos realizando trabalho, recebe ou perde energia por unidade de carga de acordo com a diferenca de potencial elétrico entre esses dois pontos. Uma analogia que pode ser feita é com a mecânica clássica em um corpo em queda livre. Quanto mais alta é a diferenca de altura entre o chão e o ponto do objeto no ar, mais energia de movimento o objeto tenderá a receber enquanto cai até atingir o solo. Assim como,em um campo elétrico, quão mais distante forem os pontos em que uma carga se move, maior será a energia de movimento adquirida por essa carga , uma Nome da disciplina -1°/2021 vez que a diferença de potencial, entre esses dois pontos, será cada vez maior. Lembrando também que o trabalho corresponde a variação da energia cinética, logo,quão maior foi a energia de movimento adquirida maior será o trabalho realizado no deslocamento. Agora,igualando as equações 18 e 7, tem-se que: Logo, Com isso,pode-se perceber que para um mesmo deslocamento d, na direcão do campo elétrico, em um campo uniforme se tem o mesmo potencial elétrico. Outra forma de perceber essa igualdade de potências é pensar em um deslocamento vertical entre dois ponto Ae B, com potenciais Va e Vb alinhados verticalmente,conforme a fig.22. Fig.22: Carga elétrica ,q, se deslocando verticalmente em um campo elétrico uniforme entre os pontos Ae B 10 Fonte: arquivo pessoal Como se trata de um campo elétrico uniforme, logo, as linhas de campo são horizontais e igualmente espacadas, de modo que um deslocamento vertical faz um trajetória perpendicular em relação a forca e ao campo. Se o ângulo entre o deslocamento d e forca elétrica é de 90°,logo, pela equacão 2 vemos que o trabalho será nulo. Se o trabalho pode ser dado em função da diferença de potenciais de acordo com a equação 19, logo, pode-se escrever, para esse caso,o seguinte: Logo, ficadefinido assim uma superficie equipotencial para um campo uniforme. Nome da disciplina -1°/2021 Em um campo uniforme essas linhas equipotenciais serão verticais e perpendiculares às linhas de campo elétrico como foi provado(fig.24). Fig.23:Superficies equipotenciais, linhas tracejadas, perpendiculares às linhas de campo em um campo elétrico uniforme. Fonte:Serway vol 3, 2006,p 724. É possível fazer a mesma análise para o potencial elétrico em um campo não uniforme, por exemplo, em uma partícula puntiforme. Igualando as equações 18 e 14, tem-se: Adotando como referência que o potencial no ponto b a uma distância db ,tendendo ao infinito(db→ 0o),,da carga geradora é nulo, tem- se: 11 Pensando que a distância d equivale à uma distância radial em relação a carga podemos escrever d como sendo um raio r de distância entre o ponto e a carga geradora, logo: Pela equacão 28, é perceptível que o potencial, nessa situação,varia apenas com a distância radial (r), em relação a carga. Assim ,para pontos à uma mesma distância r' do centro da carga geradora, tem-se o mesmo potencial elétrico. Sabe-se que pontos à uma mesma distância r de um centro comum gerará uma circunferência. Logo, as superficies equipotenciais em um campo não uniforme ,gerado por uma carga puntiforme ou com uma característica radial,serão sempre superficies circulares e concêntricas a uma distância r do centro da carga(fig 24). Fig. 24: Superficies equipotenciais, linhas tracejadas, em um campo elétrico gerado por uma carga puntiforme. Fonte:Serway vol 3, 2006, p 724. Nome da disciplina -1°/2021 Vale lembrar que assim como foi provado para o campo uniforme as superficies equipotenciais nesse tipo de configuração também serão perpendiculares às linhas de campo elétrico.É fácil perceber já que ao se deslocar por uma superficie equipotencial não há dpp. Pela equação 18, percebe-se que se a dpp =0, logo, o trabalho é nulo o que resulta,pela equacão 2, em um ângulo, entre o deslocamento e a forca, de 90°. Como as linhas de campo são tangentes a direcão da forca , logo, as superficies equipotenciais também serão perpendiculares às linhas de campo elétrico., conforme a fig 26. Fig.26:Superficies equipotenciais, linhas tracejadas, em um campo elétrico gerado por um dipolo elétrico. 12 Por meio dos dados coletadosreferentes aos potenciais elétricos de mesmo valor em cada ponto (x,y) do plano cartesiano ,para cada tipo de eletrodo, foi possível analisar o comportamento das superficies equipotenciais , em cada montagem experimental, se valendo de gráficos associando cada par ordenado (x,y) ao potencial encontrado. Para os eletrodos pontuais os quais formavam um dipolo elétrico foi possível observar a configuracão dos pontos de mesmo potencial,usando os seguintes valores de voltagens como referência: 1,65V,1,20V, 2,35V,3,20V e 4,30V(fig 26). Fig.26:Superficies equipotenciais ,encontrada no experimento, para os eletrodos pontuais tipo dipolo elétrico. Fonte:Serway vol 3,p729 3.2 Análise dos dados dos eletrodos pontuais. Fonte: arquivo pessoal. Usando um simulador é possível ver, com mais precisão, como essas superficies equipotenciais se comportam em um dipolo e (EE)A-O XIE (EE)A-O XIE Nome da disciplina -1°/2021 comprar 0 com resultado obtido experimentalmente(fig.27). Fig.27: Superficies equipotenciais ,linhas na cor verde,para um dipolo elétrico, obtidas usando um simulador computacional. Fonte:PHET,2021 É visível que o resultado obtido a partir do experimento , com dados medidos manualmente, se aproxima muito do modelo simulado. Já as linhas de campo elétrico podem ser desenhadas de forma a serem perpendiculares às superficies equipotenciais, como ficou provado pelo desenvolvimento teórico (fig.28 e fig.29). Fig.28: Linhas de campo elétrico desenhadas em alaranjado, aproximadamente perpendiculares às superficies equipotenciais. 13 Fonte:arquivo pessoal. Fig.29: Desenho da organizacão de possíveis vetores campo elétricos nesse sistema. Fonte: arquivo pessoal. O que é interessante observar nesse sistema é que analisando tanto os dados experimentais como a simulacão é perceptível que as superficies equipotenciais não estão a uma distância constante dos eletrodos. Elas se tornam cada vez mais irregulares conforme se afastam dos eletrodos pontuais. Desse modo, o módulo do campo elétrico,ao longo dessas superficies,não será constante. Isso é entendido observando que as superficies não possuem uma distância Nome da disciplina -1°/2021 simétrica em relação ao eletrodo. Uma vez que campo elétrico varia de acordo com a distância, para distância inconstante ,se obterá valores, da mesma forma,não constantes. Outro ponto que corrobora para essa constatação é observar que a densidade de linhas de campo elétrico diminui ou aumenta conforme se afasta ou se aproxima desses eletrodos,respectivamente. Assim,como as superficies equipotenciais não possuem um formato regular e equidistante da carga, o campo elétrico ao longo delas sofrerá variações em seu módulo. 3.3 Análise de dados do potencial nos eletrodos contínuos retos. Já nos eletrodos retos e paralelos foram obtidas superficies equipotenciais ,aproximadamente, verticais em relacão ao plano (x,y)(fig.30). Isso mostra que o campo elétrico nessa configuração é próximo de um campo uniforme. Fig.30: Superficies equipotenciais, obtidas experimentalmente,para os eletrodos retos. 14 Fonte:arquivo pessoal. Uma forma de provar que o campo, nesse caso, é de fato uniforme é manipulando a equação 21, de modo a se obter a seguinte igualdade: Pelo gráfico, pode-se pegar duas superficies equipotenciais, localizadas em a(x,y)e b(x',y')),separados por uma istância d=db-d(fig.31). Fig.31: Superficies equipotenciais em destaque localizadas, aproximadamente, em a(- 20,0)e outra,aproximadamente,em b(20,0). Nome da disciplina - 1°/2021 15 Fonte:arquivo pessoal. Pelo gráfico sabemos que esses dois potenciais correspondem à V=3,85 Ve Vb=2,52 V.Por meio da escala,percebe-se que a distância d será ,aproximadamente, ≈ 40mm. Com isso é possível calcular o campo elétrico pela equacão 29, sendo: Agora,pegando outros dois pontos para comprovar que o campo é,de fato ,uniforme e realizando o mesmo processo de cálculo (fig 32). Fig.32:Superficies equipotenciais em destaque, localizadas aproximadamente em a(05,0) e outra aproximadamente, em b(40,0). Fonte: arquivo pessoal. Calculando-se novamente o campo elétrico nessa configuracão, sabendo ,pela Fig 28, que os potenciaisis são:Va=3,07 Ve )b=2,01V. Comparando os resultados obtidos nas equações 31 e 33, percebe-se que são praticamente iguais ,tendendo para o valor de 0,3,3m.Fica demonstrado assim, que através dos cálculos acima, de fato, o campo é aproximadamente uniforme. Nome da disciplina -1°/2021 3.3 Análise dos dados do potencial nos eletrodos concêntricos. Calculando o campo elétrico pela lei de gauss nos eletrodos concêntricos e utilizando como superficies 3 cilindros de raios diferentes que englobam as regiões existentes nos eletrodos fora,dentre eles e no interior(fig.33). Fig.33: cilindros representados pela cor indicando as regiões vermelho(fora),dentre eles(verde) e amarelo (interior). FONTE:Arquivo pessoal Como o campo exterior é dado por: 16 Portanto o campo externo também é nulo e de mesmo modo na região interna da intersecão entre os 2 eletrodos o campo é dado por: Como dentro da região interna não tem carga logo: Emnterno=0(40) Logo como o campo é nulo nessas regiões a diferenca de potencial elétrico relacionado entre 2 pontos ae bdentro dessas regiões pela equacão 29: (34) Como é nulo pois os eletrodos têm o mesmo módulo de cargas com sinais diferentes: (35) Ou seja, quaisquer coordenadas atribuídas dentro dessas regiões ,terá o potencial constante (fig. 34) e (fig.35). Nome da disciplina -1°/2021 Fig.34: Potencial constante dentro da região interna dos eletrodos ,aproximadamente 5V. Fonte:Arquivo Pessoal Fig.35: Potencial constante aproximadamente 0,7V. Fonte:Arquivo pessoal. Todavia, como no cilindro verde existe apenas 1 carga então o campo entre os eletrodos vai ser diferente de 0, ou seja vai existir: 17 Existindo campo ,haverá diferenca de potencial, ou seja qualquer particula eletrizada sofrerá acao de uma forca realizando trabalho por uma certa distância como já foi dito, determinado por: Logo Vab≠0(4 Va≠Vb (50) Portanto ,haverá diferenca de potencial nessa região entre os eletrodos ,onde seus pontos foram obtidos por meio dos dados,o seguinte gráfico, conforme a (fig 36). Fig.36: Superficies equipotenciais encontradas experimentalmente para os eletrodos concêntricos Fonte: arquivo pessoal. Relacionando essa ideia dos eletrodos concêntricos com o experimento da gaiola de Nome da disciplina -1°/2021 faraday,pode-se afirmar que a Lei de Gauss determina o campo nulo nas regiões interior e exterior destes. Isso faz com que o potencial se torne constante nessas regiões,assim,não havendo d.d.p,logo,o trabalho por carga será nulo nessa região doespaco.Uma vez que o trabalho equivale à variacão de energia cinética,portanto, não haverá variação da energia de movimento para que as partículas mudem suas configurações no sistema,ou seja,produzindo corrente elétrica (fig.37). Fig.37: Exemplo de um carro funcionando como uma gaiola de faraday, produzindo uma blindagem eletrostática a qual protege um indivíduo em seu interior no momento de uma descarga elétrica. Fonte: Halliday & Resnick, 2016,p 99 4.Conclusão O experimento,portanto,buscou analisar 0 comportamento das superficies equipotenciais em diferentes tipos de eletrodos eletrizados com cargas opostas. Para os eletrodos retos foi constatado 18 superficies verticais, já para os eletrodos pontuais e concêntricos os padrões se aproximaram de circunferências. Usando a bibliografia teórica, comprovou-se também que as linhas de campo elétrico formam um ângulo de 90° com essas superficies. Além disso,foi possível demonstrar como calcular o valor desses potenciais por meio de equacões matemáticas, assim como a explicação para o funcionamento da gaiola de faraday. Dessa forma,foi possível observar na prática,como assim foi planejado, os padrões formados por essas superficies em cada montagemexperimental, valendo-se de gráficos e da bibliografia teórica para o entendimento mais preciso do que se estava sendo observado. Referências GUEDES,M. Bicentenário da Invencão da Pilha por Alessandro Volta. Revista ELETRICIDADE, n 367, p.145,junho 1999. HALLIDAY,D;RESNICK, R; W ALKER,J. Fundamentos da física: gravitação, ondas e termodinâmica. 10. ed. Rio de Janeiro, RJ: LTC,2016.643 p. JUNIOR, F;FERRARO,N; SOARES, P;Os fundamentos da física 1: mecânica. 9. ed. São Paulo,SP:Moderna, 2007.494 p. PHET,2021 Disponivel em <https://phet.colorado.edu/sims/html/charges and- fields/latest/charges-and-fields_en.html> Acesso em: 22 jun 2021. Nome da disciplina-1°/2021 SANTOS,M; BARROSO, M; HOLANDA,F; SAMPAIO,C. História da química: um estudo teórico sobre a pilha de Alessandro Volta. Research,Society and Development, v.9, n.5, 2020. SERW AY, R.A; JR,J.W .J. Principios de Física: eletromagnetismo. 3. ed. São Paulo, SP: THOMSON.2006. 343 p 19 YOUNG,H.D.;FREEDMAN,R. A. Física III:Eletromagnetismo, 12a. ed. Pearson,São Paulo,Brasil,2009.