Logo Passei Direto
Buscar
Material
páginas com resultados encontrados.
páginas com resultados encontrados.
left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

Prévia do material em texto

Nicolau Sevcenko – A capital irradiante: técnica, ritmos e ritos do Rio (Cap. 7 de História da Vida Privada no Brasil – Vol. 3).
- Pelos relatos de Victor Hugo, “pode-se vislumbrar com perfeita clareza o percurso pelo qual as artes visuais mudaram suas linguagens sob o impacto das novas tecnologias” – pág. 472;
- Em 8 de julho de 1896, “ocorreria a primeira apresentação das imagens em movimento no Rio de Janeiro” – pág. 474;
- William K. Dickson, “indo do geral ao particular, ele aponta como o impacto da tecnologia, contemplando expectativas da sociedade, interfere, no entanto, nos projetos de cada indivíduo” – pág. 475;
- Walter Benjamin será um dos primeiros a teorizar sobre como esses novos conhecimentos nos abriu, “pela primeira vez, a experiência do inconsciente visual, assim como a psicanálise nos abre a experiência do inconsciente instintivo” – pág. 475-76;
- “Do mito do Frankenstein maldito ao do Cyborg justiceiro, temos tanto a atualização tecnológica quanto a mudança de valores e a diversidade dos destinos individuais. Daí a peculiar valia da ficção como fonte documental nessa linha de análise” – pág. 476;
- “De fato, a Revolução Técnico-Científica instituiu um encadeamento entre as novas tecnologias e, por conta da escalada na atividade produtiva, enormes movimentações populacionais, especialmente voltadas para a concentração nas áreas urbanas que polarizam o processo” – pág. 477;
- Para James Donald, “a metrópole moderna e a instituição do cinema surgem praticamente no mesmo momento. Sua justaposição fornece várias chaves sobre a estética pragmática pela qual experimentamos a cidade não apenas como cultura visual, mas acima de tudo como um espaço psíquico” – pág. 477;
- “No Brasil, no período estudado, esse papel de metrópole-modelo recai sem dúvida sobre o Rio de Janeiro, sede do governo, centro cultural, maior porto, maior cidade e cartão de visita do país, atraindo tanto estrangeiros quanto nacionais” – pág. 477;
- “O Rio passa a ditar não só as novas modas e comportamentos, mas acima de tudo os sistemas de valores, o modo de vida, a sensibilidade, o estado de espírito e as disposições pulsionais que articulam a modernidade como uma experiência existencial e íntima” – pág. 478;
- “É a brisa fresca e preguiçosa de outros anos, ou esse tufão impetuoso que parece apostar com a eletricidade? Não há dúvida que os relógios, depois da morte de [Solano] López, andam muito mais depressa. De fato, nessa conclusão mordente ele [Machado de Assis] condensava a cadeia de eventos que, a partir da Guerra do Paraguai, provocaram a desestabilização do Império, a criação da oposição republicana, o golpe de 1889, a alteração da ordem econômica e financeira, a irrupção maciça de capitais, sobretudo ingleses e norte-americanos no país, a bandalheira especulativa do Encilhamento e a modernização acelerada e a qualquer custo do país” – pág. 486;
- “O que passa por gosto é na verdade a moda, que deve mudar sempre para impedir a emulação e, por meio dela, qualquer indesejável identificação. Prevalece agora não o desejo de estar identificado, pelas suas vestes, adereços e apetrechos, com um meio social homogêneo, com um padrão funcional ou com um estrato cultural” – pág. 490;
- “Além dos jornais e revistas mundanas, outra fonte de assimilação dos mandamentos sempre fugazes do gosto era o teatro, mormente o das companhias estrangeiras, as francesas em primeiro lugar” – pág. 491;
- Eric Hobsbawm: “A América Latina, nesse período sob estudo, tomou o caminho da ocidentalização na sua forma burguesa e liberal com grande zelo e ocasionalmente grande brutalidade, de uma forma mais virtual que qualquer outra região do mundo, com exceção do Japão” – pág. 493;
- “Constata ele [João do Rio], surgiam dois Rios de Janeiros frutos da reforma, o da Regeneração e da nova norma urbanística, racional e técnica, e o outro, o labirinto das malocas, do desemprego compulsório e livre de todas as leis” – pág. 495;
- “A população segregada, contudo, não se limitava àquela dispersa pelas ribanceiras íngremes, uma outra parte se compactava pelos meandros esconsos da cidade abaixo, em condições iguais ou piores, nos cortiços, hotéis baratos e freges” – pág. 495;
- “O símbolo máximo da Regeneração, porém, ficou sendo o eixo fundamental do projeto de reurbanização, a avenida Central. Inspirada no planejamento dos bulevares parisienses, conforme o projeto dos amplos corredores comerciais do Barão de Haussmann [...] a Avenida introduzira na capital a atmosfera cosmopolita ansiada pela nova sociedade republicana” – pág. 496;
- “Ademais, as próprias condições de aceleração, concorrência, isolamento, individualismo, ansiedade e a crescente carência de contatos afetivos, tinham um indubitável reflexo na somatização de indisposições, instilando o proverbial mal-estar da vida moderna” – pág. 504;
- “Os carros começaram a afluir para cá antes que existissem uma estrutura viária, sinalização ou códigos de trânsito, gerando uma situação calamitosa, agravada pelo fato de que atropelamentos, mesmo seguidos da morte das vítimas, eram apenas passíveis de uma multa pecuniária de valor ínfimo para os infratores” – pág. 508;
- “O Rio-São Paulo, como se vê, não é o Rio de Janeiro nem é São Paulo, como realidades concretas, variadas e atravessadas de contradições, tratando-se acima de tudo de um estado de espírito, de um modo peculiar de anseio pela intensidade e a aceleração. Ele é uma simplificação para a divulgação propagandística e o consumo exaltado de uma ideia” – pág. 514;
- “As filosofias da ação, os homens de ação, as doutrinas militantes, os atos de arrebatamento e bravura se tornam os índices nos quais as pessoas passam a se inspirar e pelos quais passam a se guiar” – pág. 516;
- “O Club de Regatas do Flamengo tem, há vinte anos pelo menos, uma dívida a cobrar dos cariocas. Dali partiu a formação das novas gerações, a glorificação do exercício físico para a saúde do corpo e a saúde da alma” – pág. 517;
- “Mas se o Club de Regatas do Flamengo teve a precedência, a responsabilidade maior pela popularização e rápida difusão dos esportes aquáticos se deveu a ninguém menos que ao mentor da reforma urbana e da avenida Central, o engenheiro Pereira Passos. Foi ele que estabeleceu o nexo entre a Regeneração, a modernidade e os esportes, ao construir o Pavilhão de Regatas na praia do Botafogo. O novo logradouro se tornou o foco da juventude elegante da cidade” – pág. 517-18;
- “Como as metrópoles eram o palco por excelência para o desempenho dos novos potenciais técnicos, nada mais natural que a reforma urbana incluísse também a reforma dos corpos e das mentes” – pág. 518;
- “Esse amplo processo de transformação comportaria uma alteração crucial no quadro de valores. Nessa nova sociedade da cultura desportiva o valor máximo é necessariamente a ideia de saúde, cuja condição básica é a limpeza e cuja prova patente é a beleza. Não surpreende por isso que os termos por meio dos quais eram expressos os conflitos sociais passem a ser mediados pelos conceitos da profilaxia, da higiene e da eugenia. Assim, a justificativa para evacuar a população pobre da cidade, empurrando-a para os morros e os subúrbios era formulada em termos de política sanitária” – pág. 519;
- “Essa ética da limpeza, saúde e beleza se torna a contrapartida do amplo processo de industrialização, com seus efeitos de poluição, toxidez, deslocamentos e migrações forçadas, difusão da miséria, degradação das condições de habitação e de sobrevivência, intensificação das tensões sociais e disseminação da violência em nível individual ou organizado” – pág. 521;
- “Nesse complexo sistema articulado pelas noções básicas de limpeza, saúde e beleza, o símbolo central era sem dúvida a imagem do corpo humano, utilizado intensamente pela publicidade comercial ou pela oficial, e apresentado em geral semidespido, jovem, saudável, atlético e impoluto. Desde o fim da Grande Guerra as tendências de moda são para roupas leves e esportivas, caindo com naturalidade, sem cintos ou constrições, de maneira a ressaltaras formas da anatomia e a textura da pele” – pág. 522;
- “Um personagem decisivo na configuração dessa nova ética do corpo e da ação foi o poeta Olavo Bilac. Ele foi um dos principais arautos e grande incentivador da reforma urbana e do espírito estético-higienista da Regeneração, defendendo-a e ao prefeito com acalorado entusiasmo nos principais jornais e revistas do Rio” – pág. 523;
- “Outra ilação interessante suscitada pelos espetáculos de massa, cada vez mais frequentes, maiores e mais complexos, era o seu potencial para aliviar as pessoas da ansiedade aflitiva gerada num meio social marcado pela concorrência sempre crescente e mais agressiva. Eles tendiam a catalisar o mal-estar das pressões, tensões e negociações cotidianas, o peso das decisões exigidas a cada momento e o preço de suas consequências, num mundo em que os prêmios e as punições dependem de um absurdo sistema de privilégios e exclusões, historicamente herdado, combinado com as incertezas de um mercado instável que cada vez mais decreta o destino das pessoas” – pág. 526;
- “O rádio teve um desenvolvimento defasado e mais tardio no Brasil que nos países industrializados, onde as pesquisas sobre a radiotransmissão foram aceleradas sobretudo no contexto da Primeira Guerra. Sua introdução aqui só se deu no início dos anos 1920, mas tantos eram seus problemas técnicos de transmissão, difusão, qualidade de sinal e programação, que só a partir dos anos 1930 é que ele teria um impacto decisivo para a transformação da cultura brasileira” – pág. 533;
- “Nada a estranhar portanto se as pessoas se sentem mais próximas e emocionalmente ligadas ao Águia Solitária, ao astro de cinema, às garotas do rádio ou ao líder político carismático do que a um familiar distante ou ao vizinho do outro lado da rua ou aquele do apartamento 1212 do 12º andar” – pág. 536;
- “Depois de iniciar com o repertório clássico, alguns boleros e tangos argentinos e com os ritmos americanos, o jazz, foxtrote, one-step, a indústria fonográfica local já havia descoberto e prosperava com a música popular, com destaque até então para os maxixes e sambas cariocas, as marchinhas de carnaval, além de algumas toadas, descantes e canções sertanejas paulistas. Mas foi quando as gravadoras se cruzaram com o potencial do rádio na difusão da música popular que a grande mágica se deu. Essa conjunção originou o que Renato Murce denominou de a era de ouro da música popular brasileira, principalmente no gênero carnavalesco” – pág. 537;
- “A dança que surge para empolgar o panorama cultural do século XX é baseada no ritmo pulsante, sincopado, frenético, de base negra, cigana ou latina e o que é buscado nela é um estado de completo abandono, excitação e euforia extática” – pág. 538;
- “Se os anos 1930 foram portanto a era do cinema, cinema nessa era significava estritamente Hollywood. As consequências dessa situação mudaram a história do mundo” – pág. 541;
- “Desde inícios dos anos 1920, impulsionado pela situação privilegiada da indústria cinematográfica americana, o mercado de distribuição cresceu rapidamente e as salas de cinema se multiplicaram por toda parte, se tornando mais imponentes, suntuosas, edificadas segundo o código modernista e ousado do art déco” – pág. 541;
- “Nunca um único sistema cultural teve tanto impacto e exerceu efeito tão profundo na mudança do comportamento e dos padrões de gosto e consumo de populações por todo o mundo, como o cinema de Hollywood no seu apogeu” – pág. 543;
- “A modernidade, afinal de contas, chegava diferente, em proporções imensamente desiguais, mas atingia a todos. O que cada um faria com o que obtivesse era um novo fator aleatório e estranhamente imprevisível” – pág. 554;

Mais conteúdos dessa disciplina