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BEM ESTAR ANIMAL COM ENFASE EM FELINOS (1)

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UNIVERSIDADE LUTERANA DO BRASIL
FACULDADE DE MEDICINA VETERINÁRIA
DIEGO DE BRITTO FURINI
EVELYN DOS SANTOS
BEM ESTAR ANIMAL NO AMBIENTE HOSPITALAR
Ênfase em felinos
PORTO ALEGRE
2023
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO
1.1 Conceitos sobreponíveis relativos ao bem-estar animal
1.2 - 5 Liberdades
1.3 - 5 Necessidade
1.4 - 5 Oportunidade
1.5 - 5 Domínio
2. O Bem estar em práticas hospitalares
3. Estresse
4. Condutas com cat friends
4.1 Comunicação dos felinos
4.2 Vocalização
5. Levando o felino ao Hospital veterinário
5.1 caixa de transporte
5.2 transportando o felino
5.3 Recepção ideal
5.4 Consultório
5.5 Hospitalização
6. Conclusão
7. Referências
Introdução
Em clínicas veterinárias, a inclusão do bem estar animal é de suma importância. A
preocupação com o bem estar animal no âmbito hospitalar está crescendo, os
tutores preferem um ambiente clínico onde o seu animal seja bem cuidado e não se
deixe ansioso durante a visita. Para os cães e os gatos, a ausência do bem estar
pode ocasionar estresse, seja no transporte, na chegada no ambiente clínico, no
procedimento/contenção e até na internação. Esse impacto percorre durante a vida
do animal, que pode predispor para o condicionamento negativo de uma resposta
emocional que conduza a uma dificuldade crescente nas interações futuras.
Existem três conceitos sobreponíveis relativos ao bem-estar animal:
1. Estado físico e funcional;
2. Estado psicológico e mental (afetivo);
3. Estado natural.
Assim como esses conceitos citados acima, os demais que serão falados, são de
extrema importância para inter relacionar a convivência em práticas hospitalares. O
médico veterinário tem como papel, sempre avaliar o bem estar dos seus pacientes.
Afinal, são vidas que merecem viver com saúde no estado físico, psicológico e
natural. Para garantir o bem estar básico ao animal, devemos avaliar a partir de 3
pontos:
1. Ciência, pode dizer-nos o que os animais necessitam;
2. Ética, pode dizer-nos como devemos tratar os animais;
3. Legislação – informa-nos como temos de tratar os animais.
Esses conceitos nos encaminham para possibilitar ao animal as cinco liberdades
que o animal precisa. São eles:
1- Livre de fome e sede;
2- Livre de desconforto;
3- Livre de dor, ferimentos e doenças
4- Liberdade para expressar comportamento normal
5- Livre de medo e angústia
Necessidades:
1. Necessidade de ambiente adequado: o ambiente a que um cão ou gato está
exposto, seja em casa ou na clínica veterinária, necessita proporcionar proteção e
conforto, disponibilizando um local de repouso tranquilo, acesso regular a locais para
eliminação dos dejetos e oferecer a possibilidade movimento e exercício em
instalações higiénicas.
2. Necessidade de dieta adequada: A dieta dos cães e gatos deve suprir as suas
necessidades fisiológicas e comportamentais. É possível avaliar se a nutrição é
adequada mediante a variação do peso e/ou dos níveis de condição corporal/
muscular, e uma ingestão adequada de alimento e água. Deve notar-se que o
bem-estar pode ser negativo em ambos os extremos; caso haja ingestão insuficiente
de alimento, conduzindo a subnutrição, ou se for ingerido alimento em excesso, na
origem de obesidade.
3. Necessidade de ser capaz de manifestar padrões de comportamento normais:
Caso um animal permaneça confinado a uma jaula de pequenas dimensões ou
acorrentado num recinto pequeno, isso representará uma limitação à sua
capacidade para explorar o ambiente e exercitar-se .
4. Necessidade de ser alojado com, ou afastado, de outros animais: Os gatos podem
viver uns com os outros, mas esta convivência também pode estar na origem de
disputas, lutas e um nível negativo de bem-estar, sobretudo se os gatos não forem
introduzidos uns aos outros em idade jovem.
5. Necessidade de ser protegido da dor, sofrimento, lesão ou doença: A ausência de
lesões, tais como lacerações ou abrasões, e de doenças infecciosas, parasitárias e
outras.
Oportunidades
Uma oportunidade é vista como um acontecimento oportuno capaz de melhorar o
estado atual do animal ou uma situação nova que traga benefícios. Sendo assim,
atualmente foram classificados cinco oportunidades dos animais:
1. Oportunidade de selecionar os aportes nutricionais – por meio de uma dieta que
seja preferencialmente selecionada;
2. Oportunidade de controle do ambiente – ao permitir o acesso à motivação;
3. Oportunidade de prazer, desenvolvimento e vitalidade – ao manter e melhorar
aportes de benefícios;
4. Oportunidade de expressar seu comportamento normal – fornecendo espaço
suficiente, gama adequada de instalações e a companhia de animais da mesma
espécie;
5. Oportunidade de interesse e de confiança – oferecendo condições e tratamento
que levem a um estado mental prazeroso.
Nas avaliações de liberdades, necessidades e oportunidades às diferentes áreas
relacionam-se em cinco domínios, que facilitam uma avaliação sistemática,
estruturada, compreensiva e coerente do bem-estar animal.
Domínio:
Domínio 1: Nutrição e Hidratação
Domínio 2: Ambiente
Domínio 3: Saúde e Estado Funcional
Domínio 4: Comportamento
Domínio 5: Estado mental
Cada um dos quatro domínios da linha de cima – Nutrição, Ambiente, Saúde e
Comportamento – influenciará o quinto domínio, correspondente ao estado mental
do animal. Por exemplo, se não for fornecido alimento e água no Domínio 1, o
animal experienciará fome e sede no Domínio 5.
O Bem estar em práticas hospitalares
Os veterinários devem ser protagonistas nas ações a favor do bem-estar do
paciente, oferecendo a este os estímulos necessários - sensoriais e sociais e as
condições ambientais que permitam adequada interação entre tudo que o cerca,
como o bem-estar geral do animal é, durante e após o tratamento. Ressaltamos que
interpretar os estados emocionais e motivacionais dos pacientes é fundamental. Em
nível mental, o médico-veterinário necessita desenvolver capacidades e habilidades
para reconhecer a linguagem e os sinais de comunicação dos cães e dos gatos,
suas expressões faciais, suas posturas corporais e suas vocalizações, as quais
serão fundamentais para identificar e interpretar os estados emocionais e
motivacionais que os pacientes experimentam. Em nível comportamental, muitos
sinais e sintomas têm estreita correlação com os estados emocionais do paciente e
são claros indicadores de distúrbios comportamentais.
O ambiente de UTI pode ser altamente estressante para o paciente, que permanece
afastado de seus tutores, em um local ruidoso e muito iluminado. Além disso, seu
ciclo de sono é frequentemente interrompido, como nos horários de administração
de medicamentos ou monitoração, sendo muitas vezes submetido a práticas
invasivas e dolorosas.
Os estudos de comportamento são relevantes quando é necessário conduzir os
animais de um lugar para outro através de corredores, rampas acima, para dentro de
veículos ou de espaços estranhos a eles. A redução do estresse é fator importante
para o conforto do paciente. Estresse crônico por ambientes inadequados com
pouco espaço e sem estímulos sensoriais apropriados (p. ex: cães que permanecem
em locais sem visibilidade das pessoas e outros animais) pode afetar a saúde, o
comportamento e qualidade de vida do animal.
Estresse
A avaliação correta de estresse e de distresse (estresse excessivo e nocivo) e de
suas consequências na prática veterinária é fundamental para melhorar o bem estar
do paciente.
A síndrome tem três fases:
1. Inicia na fase do alarme, quando ocorre reconhecimento da situação
estressora pelo sistema nervoso central. O animal responderá com a ação de “luta e
fuga”. E por conseguinte diversos parâmetros fisiológicos serão alterados, como:
aumento da frequência, débito e contração cardíaca, secreção de glândulas
exócrinas, entre outros. Essas alterações preparam o organismo para agir
rapidamente mediante situações estressoras. Entre seis a 48hs, pode ocorrer queda
da temperatura corporal; hiperemia cutânea; exoftalmia; aumento da produção de
lágrimas e saliva.
2. Fase de resistência, é nesta fase que se observam alterações no
crescimento, na reprodução e no sistemaimunológico.
3. Fase de exaustão, os sintomas nessa fase são similares aos da fase de
alarme, porém mais intensos. Nenhum organismo consegue permanecer por muito
tempo na fase de alarme: ou passa para a fase de resistência, ou vai a óbito.
A separação influenciando o estresse
Os laços são tão estreitos entre cães e seus tutores que é comum a ansiedade por
separação por parte do animal. Em angústia de separação, os cães, podem
apresentar diversos comportamentos, andam de um lado para outro, gemem e
arquejam, além de latir ou uivar alto, urinam, defecam e mastigam
Condutas com cat friends
A população de felinos vem crescendo consideravelmente no Brasil e no mundo, em
contrapartida o atendimento veterinário de gatos não acompanhou essa ascensão e
o cão ainda é o paciente primário e considerado o melhor amigo do homem.
Vários tutores relatam a dificuldade em colocar o gato na caixa de transporte e
também em lidar com o gato, que geralmente experimenta um estresse considerável
no ambiente hospitalar. No hospital veterinário, o felino é inibido de expressar seu
comportamento natural, gerando medo e ansiedade, o que pode influenciar
negativamente na sua saúde e bem-estar.
O nível geral de conhecimentos sobre o comportamento felino é limitado e pouco
difundido em comparação ao comportamento dos cães domésticos.
Comportamentos naturais dos felinos são facilmente confundidos com
comportamentos anormais, podendo gerar o desenvolvimento de estresse felino e a
diminuição da qualidade de vida, sendo a causa mais comum de eutanásias em
gatos domésticos.
Melhorar o conhecimento sobre o comportamento inato permite um avanço na
compreensão do estado emocional do felino, garantindo qualidade de vida.
Gatos que residem juntos podem apresentar comportamentos afiliativos e sinais de
vínculo social, que incluem procurar a companhia entre si, toque entre focinhos com
a cauda levantada verticalmente e esfregarem-se uns nos outros, mantendo o
chamado “odor da colônia".
Comunicação de felinos
O gato se comunica por meios visuais, olfativos, auditivos e táteis. Pelo fato de
serem caçadores solitários, precisam manter a saúde e o bem-estar físico. A
comunicação pode evitar o surgimento de lesões e ameaças ao felino, e quando
ocorrem falhas de comunicação, eles partem para a luta como último recurso de
sobrevivência.
Expressões dos felinos
Corporais
Os gatos apresentam variações de postura de acordo com expressões corporais e
posições de cauda para a comunicação com outros gatos. Saber reconhecer esse
tipo de comunicação permite compreender a zona de fuga do animal e impedir que
medo evolua para a agressividade, evitando batalhas e conflitos diretos entre eles.
- Amedrontado, quando o gato começa a abaixar a cabeça e o dorso,
aproximar os pés do corpo diminuindo sua área corporal passando a impressão de
ser menor.
- Agressiva, a cauda quando reta para baixo;
- Defensiva, a cauda quando para baixo e mantida próximo ao corpo;
- Calma e tranquilidade, a cauda na posição vertical ou dobrada.
Faciais
Os sinais faciais respondem mais rapidamente a qualquer alteração
comportamental, seja ela de medo ou agressividade.
- Alerta, Orelhas eretas concentrado em algum estímulo e calmo;
- Defensivo e com medo, lateralizadas e viradas para baixo;
- Agressivo, lateralizadas para trás em direção à cabeça, tornando visível a
lateral interna das aurículas
Olfativas
Em hospitais veterinários, podemos encontrar uma variação ampla de odores, seja o
cheiro de outros gatos, cães e dos humanos, e isso pode assustar e agitar o
paciente felino. Produtos de limpeza, álcool e perfumes são odores aversivos que
atuam como uma fonte de estresse para animais confinados em um ambiente
hospitalar.
Os gatos possuem epitélio olfatório que cobre uma área de aproximadamente 20-40
cm, contendo cerca de 200 milhões de receptores, tornando seu olfato cerca de mil
vezes mais sensível do que o do ser humano.
Vocalização
- Cumprimento, o som produzido com a boca fechada.Realizado durante a
interação do felino com o humano ou outro gato que ele tem afeição. Além disso, é
produzido o ronronar durante as fases de inspiração e expiração da respiração.
- Agressão, uivo, rosnado, rugido, sons produzidos com boca aberta. Gatos
que rugem, uivam e rosnam apresentam motivação agressiva, quando estão
querendo acuar, ameaçar e atacar o oponente
- Reconhecimento do medo e ansiedade
- O medo é um estado de alarme ou agitação emocional, em que o animal evita
algumas situações potencialmente perigosas para se proteger sendo a causa mais
comum de agressão e mau comportamento nos gatos, principalmente em ambientes
hospitalares.
- A ansiedade, ao contrário, é a antecipação emocional de um evento
desconhecido, imaginário ou real, envolvendo experiências negativas. O felino que
tenha passado por um processo doloroso no hospital veterinário, provavelmente na
próxima consulta desenvolverá a ansiedade por prever a dor.
- Os gatos são animais metódicos, gostam do controle da situação para se
sentirem confortáveis , por isso qualquer mudança de ambiente pode levá-los ao
estresse e ao desenvolvimento de medo e ansiedade
Levando o gato ao hospital veterinário
Ensinar o tutor a realizar manobras de contenção doméstica, como aparar as unhas,
limpar as orelhas e escovar os dentes, é importante para que o gato se sinta mais
confortável ao ser manuseado no ambiente hospitalar, inclusive sobre como colocar
o gato nas caixas de transporte .
Caixa de transporte
É a maneira mais segura e confortável de
transportá-lo, por ser um recipiente fechado, não há
o risco de o gato fugir ou se perder no caminho.
É indicado manter a caixa de transporte sempre no
lugar que o gato mais gosta de ficar, para que o
animal possa usá-la como descanso e esconderijo
O modelo de caixa ideal, é a que possua abertura dupla (dorsal e frontal), pois
dessaforma o animal pode ser examinado na própria caixinha se ele preferir .
Quando o gato aprende a usar o transportador e associa-o como um lugar seguro,
todo o medo associado ao transporte e a ida ao hospital/clínica veterinária é
reduzido, chegando até a ser eliminado em alguns casos.
Transportando o gato
Após o felino se interessar em entrar no transportador por conta própria, é
importante praticar viagens curtas e rápidas. De preferência, o transportador deve
ser coberto com uma toalha, cujo objetivo é o bloqueio de estímulos visuais e
auditivos (RODAN et al., 2011), diminuindo o estresse e a cinetose durante o
caminho e o gato deve permanecer todo tempo dentro do transportador
Recepção ideal
A área de recepção é o primeiro local que o proprietário e o felino podem interagir ao
chegar ao hospital veterinário/clínica veterinária. Criar um ambiente cat friendly mais
calmo, silencioso e não ameaçador, traz benefícios mútuos, tanto para o gato e
também para o proprietário.
O tutor pode identificar o quanto são bem-vindos através da decoração, como
símbolos e estátuas de gatos, criando um ambiente confortável e acolhedor. O gato
normalmente se sente mais ansioso e vulnerável no ambiente hospitalar, por aquele
espaço não ser seu ambiente habitual.
Esses sentimentos podem se potencializar quando, for colocado ao lado de outro
gato ou animais de outras espécies, especialmente caninos. Fornecer uma
instalação exclusivamente separada para felinos. O uso de superfícies elevadas
para colocar a transportadora, diminui a sua vulnerabilidade e também o mantém
longe do contato dos outros animais.
Para isso, é útil estar disponível na sala de espera mesas, prateleiras, cadeiras e
balcões com a finalidade de manter a transportadora para gatos longe do chão e de
preferência ao lado do proprietário
Consultório
Na mesa do consultório, deve estar forrada com tapetes antiderrapantes, cobertas e
panos, a fim de proporcionar um ambiente mais confortável e aquecido ao felino.
Deixar preparado todo o material na sala de exame, evita o tráfego desnecessário
de pessoas entrando e saindo do consultório, evitando que o gato se assuste com
essa movimentação. O gato deve ter controle do ambientee da situação, pois é uma
necessidade psicológica e biológica essencial para seu bem-estar.
Enquanto o veterinário revisa o histórico clínico do paciente, o veterinário deve abrir
a porta da caixa de transporte, para que o gato possa sair, cheirar e explorar a sala
por conta própria. A remoção forçada do gato de dentro da caixa de transporte deve
ser evitada ao máximo.
Na abordagem, deve ser tranquila evitando ansiedade e/ou dor no paciente. Deverá
entender que a comunicação do gato permite avaliar por meio de posturas corporais
e expressões faciais. Deve evitar agarrar o gato para retirá-lo da caixa ou inclinar e
sacudir o transportador, isso pode assustar o gato e remover seu senso de controle.
Se o felino se mostra resistente em não sair da caixa de transporte voluntariamente,
a opção é utilizar uma toalha para envolvê-lo, e retirar lentamente.
A melhor abordagem é aquela que permite ao gato decidir a posição e local a ser
examinado. É bastante individual o local em que o gato se sente mais à vontade
durante o exame físico, variando desde o colo do tutor, piso, mesa do veterinário,
balança ou até mesmo dentro do próprio transportador.
Outro fato interessante é que durante o exame, a maioria dos gatos prefere ficar de
costas para o veterinário e de frente para seus tutores.
A toalha pode ser uma grande aliada na contenção dos felinos. É versátil e permite
uma série de manobras dependendo de como for empregada. Uma de suas
utilizações mais famosa é o “método do burrito”.
O burrito também é útil para administração de medicações orais, injetáveis e coleta
de sangue nos membros pélvicos. A toalha também pode ser usada para cobrir a
cabeça do gato para eliminar estímulos visuais e minimizar excitações que possam
induzir o estresse ou ansiedade , assim como isolar alguma região do corpo do gato
a fim de facilitar o acesso a certas regiões.
O veterinário ao tentar acalmar o gato, deve evitar punições, pois inibem o
aprendizado e aumentam a ansiedade.
Hospitalização
Sempre que possível, a internação deve ser evitada. Por se tratar de um ambiente
que não é familiar e longe de casa, provoca a diminuição do controle do gato,
podendo gerar medo e estresse. O ambiente de preferência, deve ser exclusivo para
os felinos para o conforto e bem-estar dos pacientes. Mas independente se a ala de
internação é separada por espécie, um ambiente calmo e tranquilo é necessário,
evitando barulhos de objetos metálicos batendo, vozes altas, barulho de cães e de
outros gatos, sempre que possível.
Quando presos, os felinos mostram sinais de estresse se a rotina do cuidador é
imprevisível. As horas regulares de manejo, incluindo alimentação, limpeza da
gaiola, checagem diária e visita de um familiar, são menos estressantes para os
pacientes felinos .
Gaiolas
As gaiolas devem ser seguras e feitas de um material de fácil limpeza e desinfecção,
devem possuir o tamanho suficiente que permita a movimentação do gato de
maneira que a roupa de cama, pote de comida/ água e caixa de areia se mantenham
o mais afastados possível entre si.
É importante fornecer ao gato um local que possa ser usado como esconderijo, para
proporcionar segurança e redução do estresse da internação, pois como estratégia
de sobrevivência os gatos ansiosos e medrosos tendem a se esconder.
Devem ser providenciadas roupas de cama para o gato descansar confortavelmente,
como cobertores ou toalhas enroladas em círculo, de preferência que possuam
cheiro familiar (trazidas pelos próprios tutores) .
Brinquedos e objetos favoritos devem acompanhar o gato na internação e a roupa
de cama deve ser trocada somente quando realmente estiver suja
Para gatos receptivos, a interação por meio de brincadeiras pode melhorar seu
bem-estar e até acelerar a sua recuperação.
Quando for necessário o uso do colar elizabetano, este deve ser feito de um material
macio, evitando usar aqueles feitos de plástico duro. Em casos de curativos,
bandagens elásticas, adesivas e até meias tubulares são mais toleradas pelos
felinos do que gazes e esparadrapos.
Conclusão
A Medicina Veterinária dispõe de pesquisas científicas e experiências capazes de
garantir novo estágio de bem-estar aos pacientes caninos e felinos no atendimento e
na internação hospitalar. Na atualidade, os cães estão cada vez mais integrados às
famílias humanas o que faz com que os argumentos a favor de propostas de bem-estar
sejam igualmente de base econômica. Conhecer e atender as liberdades,
Oportunidades e Necessidades dos animais podem ser asseguradas na condição de
pacientes no contexto hospitalar. No caso de doenças crônicas, endócrinas, da
geriatria, na recuperação de cirurgias e traumas, o avanço possível é expressivo.
Diante da revisão de literatura apresentada, pode-se afirmar que o bem-estar do
paciente deve ser o princípio base de todo o tratamento, e não apenas um
complemento. Tratar cães considerando suas origens, natureza, aspectos biológicos,
seus sentimentos e a importante relação com seu tutor é condição imperativa para
maior sucesso da terapia.
O bem-estar como pilar da prática veterinária de pequenos animais é uma tendência
mundial, tendo já importante suporte científico e atende às expectativas e demandas
de todos os envolvidos, especialmente, paciente e tutor.
REFERÊNCIAS
● AAFP. Feline Behavior Guidelines. American Association of Feline Practitioners, p.
6–43, 2004.
ATKINSON, T. Practical Feline Behaviour: Understanding Cat Behaviour and
Improving Welfare. 4. ed. Boston: Cabi, 2018.
● BRUNT, J. E. Abordagem Amistosa no Atendimento a Gato. In: LITTLE, S. E. O
Gato - Medicina Interna. 1. ed. Rio de Janeiro: ROCA, 2016. p. 26 - 33. BRUNT, J.
E.
● The Cat-Friendly Practice. In: LITTLE, S. E. The Cat: Clinical Medicine
Management. Riverport Lane/St. Louis: Elsevier, 2012. p. 20-25.
● https://portalvet.royalcanin.com.br/saude-e-nutricao/negocios/ambiente-clinico-hosp
italar-para-gatos/
● https://ojs.brazilianjournals.com.br/ojs/index.php/BJHR/article/view/7585/6598
● https://wsava.org/wp-content/uploads/2020/01/WSAVA-Animal-Welfare-Guidelines-
2018-PORTUGUESE.pdf

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