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MINISTÉRIO DA SAÚDE CONSELHO NACIONAL DE SECRETARIAS MUNICIPAIS DE SAÚDE UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL PROGRAMA SAÚDE COM AGENTE Material Complementar - Disciplina 26 ACE Brasília – DF 2023 CORPOS ESTRANHOS 2 Corpos estranhos são objetos que penetram no corpo através de qualquer orifício ou após um trauma. Os corpos estranhos podem encontrar-se, mais frequentemente, nos olhos, ouvidos, nariz ou vias respiratórias. Outra situação que poderá ser encontrada no território, ou mesmo por alguém que procure a Unidade Básica de Saúde (UBS), envolve objetos encravados no corpo. São muitos os acidentes que podem resultar nessa situação: traumas com pedaços de madeira, ferro ou, até mesmo, facas e tesouras. Diante de objetos encravados, o que fazer? ● Não retire o objeto, isso poderá provocar ou aumentar sangramentos. ● Tente imobilizá-lo de forma que até 2/3 do objeto esteja fixado. Se a lesão estiver sangrando, comprima as bordas, mas não comprima em cima do objeto e nem o retire. Corpos estranhos (objetos) também poderão ser encontrados nos olhos, nariz e ouvidos, situações muito comuns entre crianças. O que fazer? OLHOS: ● Não esfregue os olhos. ● Abra o olho com cuidado e lave de forma abundante com água corrente, soro fisiológico ou soro para lentes de contato. ● Cubra os dois olhos com gaze, mesmo que apenas um esteja afetado, para evitar o movimento do olho. ● Não retire objetos encravados. ● Encaminhe a vítima para o serviço de emergência oftalmológica (PORTUGAL, 2022). 3 NARIZ ● Os objetos podem ser removidos do nariz fazendo a pessoa inspirar pela boca, comprimir a narina que está livre e expelir o ar pela narina obstruída, sem forçar muito, para não lesionar a região. ● Orientar respirar pela boca. ● Nunca introduza objetos na narina, poderá introduzir ainda mais o corpo estranho. ● Caso o corpo estranho não saia, procure o serviço de saúde (UFPR, 2015; PORTUGAL 2022). OUVIDOS ● Não tente retirar objetos do ouvido. ● Não introduza grampo, palito, cotonete, pinças, pois poderá introduzir ainda mais o objeto ou lesionar estruturas do ouvido, como o tímpano. ● Se for um inseto, poderá pingar uma gota de azeite ou óleo no ouvido, imobilizando o inseto e diminuindo o desconforto. (PORTUGAL, 2022). LESÕES DA PELE 5 LESÕES DE PELE As lesões de pele, por serem situações de pouca gravidade, são facilmente encontradas no cotidiano das UBS. Mas devemos ficar atentos (as), pois existem alguns fatores que podem determinar a gravidade de um ferimento, como tamanho, profundidade, sinais de infecção e local. No contexto dos Primeiros Socorros, é mais comum a abordagem de ferimentos pouco extensos e superficiais. Um tipo de ferimento bem comum na realidade da UBS são escoriações ocasionadas por mecanismo de abrasão. Como exemplo, temos os arranhões, as lesões ocasionadas por abrasões no asfalto decorrentes de acidentes de motocicleta ou bicicleta, entre outras. 6 Como exemplo, temos os arranhões, as lesões ocasionadas por abrasões no asfalto decorrentes de acidentes de motocicleta ou bicicleta, abrasões em escolares, entre outras. O que fazer diante de uma escoriação? ● Lave com água corrente para que sejam retiradas sujidades (poeira, vidro, grama, areia, entre outros). ● Se disponível, poderá ser utilizado sabão ou sabonete líquido no ferimento. ● Cubra com um pano limpo ou gaze. Nunca cubra com algodão ou papel, pois, em pouco tempo, a ferida poderá secar e esses materiais podem ficar aderidos. ● O uso de coberturas, pomadas ou óleos, só devem ser utilizados se recomendados por profissionais da saúde. Ilustração 1. Escoriação na pele 7 O (a) ACE deverá encaminhar a pessoa que apresenta o ferimento, se: ● a ferida apresentar sangramento e não parar após compressão por 10 minutos. ● o corte estiver profundo, com mais de 1 centímetro. ● os contornos da ferida estiverem afastados. ● a ferida foi causada por objeto sujo ou enferrujado. ● o objeto estiver cravado na ferida. ● for mordida de animal ou de pessoa. ● tiver sentindo muitas dores. ● houver possibilidade de fratura. ● houver sinais de infecção (vermelhidão, dor, inchaço ou pus) (INSTITUTO INFÂNCIA SEGURA, 2022). Diante de objetos encravados, o que fazer? • Não retire o objeto, isso poderá provocar ou aumentar sangramentos. • Tente imobilizá-lo de forma que até 2/3 do objeto esteja fixado, como demonstrado na figura 2. • Se a lesão estiver sangrando, comprima as bordas, mas não comprima em cima do objeto e nem o retire. Ilustração 2. Como estabilizar um objeto encravado. Na imagem, vemos uma chave de fenda inserida no abdome. 8 Vítimas de lesão de pele deverão ser levadas à UBS para avaliação quanto à necessidade de vacinação antitetânica. Precisamos ficar atentos (as), pois algumas vezes essas feridas, embora de pequena extensão, podem estar associadas a sangramentos importantes. Por isso, esse tema será abordado no tópico seguinte. HEMORRAGIAS (SANGRAMENTOS) As hemorragias são lesões de vasos sanguíneos, veias ou artérias, configurando situações muito comuns resultantes de acidentes. Na grande maioria são ocasionadas por materiais perfuro-cortantes, como facas, cacos de vidros e também em decorrência de violências, por ferimentos por arma de fogo, algo cada vez mais presente no cotidiano das UBS. A hemorragia pode ser interna, quando o sangramento ocorrer para dentro do corpo, ou externa, quando o sangue extravasa para o meio externo, rompendo a pele. O que fazer diante de uma hemorragia? ● Identifique o local da hemorragia e certifique-se de que não existem objetos ou fragmentos, antes de iniciar a compressão. ● A técnica inicial para controlar uma hemorragia externa é a pressão manual direta, aplicada diretamente em um local de sangramento. No couro cabeludo, é comum sangrar bastante. Nesses casos, se o ferimento for extenso, pressione as bordas. Caso tenha um objeto encravado na lesão, faça pressão nas laterais, sem movimentá-lo. ● A pressão direta deve ser colocada sobre a ferida, utilizando-se um chumaço de gaze simples, ou pano limpo, em torno de 10 minutos. 9 Ilustração 3. Compressão direta sobre uma ferida sangrante utilizando gaze ou pano limpo • Após realize o enfaixamento, que deverá ser executado com uma compressão firme o suficiente para impedir o sangramento (ilustração 3). Não é necessário elevar o membro, pois não resulta em diminuição do sangramento (PHTLS, 2020). Hemorragia nasal (epistaxe) O nariz é uma região que contém muitos vasos sanguíneos. O sangramento no nariz está relacionado a rinites, sinusites, clima, ou locais quentes e secos e, ainda, a traumas. Por isso é bastante comum as equipes da Atenção Primária à Saúde (APS) receberem crianças encaminhadas das escolas com esse problema. Na grande maioria das vezes, o fato não representa risco, mas é importante saber conduzir bem a situação para evitar complicações. O que fazer diante de uma pessoa com hemorragia nasal? ● Acalmar a pessoa e colocá-la sentada com o tronco e a cabeça eretos. Nunca deitar a pessoa, pois poderá piorar o sangramento. ● Não deixar a pessoa assoar o nariz e nem engolir o sangue, para que seja possível observar a quantidade eliminada pelo nariz. 10 ● Orientar não levantar a cabeça, mas sim incliná-la um pouco para a frente. ● Pressionar a narina que sangra por um período de 15 minutos. ● Aplicar compressa fria no nariz e na face. ● Se o sangramento não parar, procurar serviço de saúde com urgência (BRASIL, 2021). Ilustração 4. Posição da cabeça inclinada para frente durante um episódio de sangramento nasal Como fazer para aplicar um torniquete? Na impossibilidade de conter o sangramento com a compressão direta, ou o curativo compressivo, deve-se utilizar o torniquete. Lembre-se: sempre colocar o torniquete mais próximo das axilas e virilhas, quando sangramentoem braços e pernas (PHTLS, 2022). Na ilustração 5 podemos ver uma reportagem na qual, em decorrência de um ferimento por arma de fogo, um homem teve o sangramento contido por um torniquete realizado por policiais. Como na notícia acima, você também poderá ser solicitado a ajudar uma vítima com hemorragia grave, pois a UBS é o acesso mais próximo dos usuários a um serviço de saúde. Sendo assim, como fazer para aplicar um torniquete? 1° Identifique o sangramento e, antes de iniciar, explique o que irá fazer ao paciente, o informando, inclusive, que ele sentirá dor à medida em que for apertado o membro. 2° Coloque um pano entre o material do torniquete e a pele, para protegê-la. Se tiver um torniquete médico à disposição, excelente, mas na maioria das situações de emergência, você terá que improvisar. Nesse caso, escolha um material que seja forte e maleável. Boas opções improvisadas são uma gravata, uma bandana, um cinto de couro, alças de mochila ou bolsa, uma camisa de algodão ou uma meia longa. Evite cordas, barbantes, fio dental, arame, dentre outros semelhantes que podem cortar a pele. 3° Aplique o torniquete até o início da virilha, para o membro inferior, ou axila, para o membro superior. Coloque o torniquete a cerca de 5 a 10 cm de distância da borda da ferida, não diretamente sobre ela, pois as artérias que percorrem o ferimento ainda serão drenadas pela abertura da lesão.O material escolhido (atadura, pedaço de tecido, fralda de pano, entre outros) deverá ter mais de 10 centímetros de largura, para não lesionar a pele. Para feridas logo abaixo de uma articulação (como o cotovelo ou o joelho), coloque o torniquete logo acima e o mais próximo possível da articulação, como na ilustração 6. 4º Amarrar um nó normal depois de apertar bem o torniquete pode não ser o suficiente para controlar o fluxo sanguíneo no local, principalmente se o material usado para amarrar o ferimento afrouxar um pouco quando estiver molhado. Sendo assim, use algum tipo de vara ou bastão longo de madeira ou de plástico (com pelo menos 10 cm de comprimento) como um dispositivo de torção. 11 5° Ajuste o torniquete até que o sangramento pare. 6° Fixe-o no lugar, impedindo que fique frouxo. 7° Anote o horário da aplicação. Você poderá fazer isso escrevendo em um esparadrapo e fixando no próprio torniquete ou escrevendo na pele da própria vítima com uma caneta. 8° Deixe o torniquete descoberto para que o local possa ser visto e monitorado, pois devemos verificar o pulso e a perfusão sanguínea do membro em que estiver realizando o torniquete: no caso do braço, verificar o pulso no punho, e no caso da perna, verificar pulso pedioso (figura 30). Note que é importante proteger a pele para que não a lesione durante a compressão. Ilustração 7. Verificação do pulso pedioso 12 Ilustração 6. Aplicação do torniquete TRAUMAS MUSCULOESQUELÉTICOS: ENTORSES, LUXAÇÕES E FRATURAS 14 ENTORSES, LUXAÇÕES E FRATURAS A maioria das lesões traumato-ortopédicas não apresentam gravidade. Porém, todas elas são muito dolorosas. As mais comuns são as entorses, luxações e fraturas (abertas e fechadas). Toda vítima de acidente com lesão traumato-ortopédica necessita, obrigatoriamente, de atendimento especializado, sendo importante manter o membro imóvel até a chegada do socorro ou levar a vítima ao serviço de saúde. É importante saber imobilizar o membro, pois isso reduz a dor percebida pela vítima. Veremos, a seguir, como se faz a imobilização. Entorses São lesões dos ligamentos das articulações, onde estes esticam além de sua capacidade normal, rompendo-se. Quando a entorse acontece, há um estiramento (esticamento) dos ligamentos, mas não há o deslocamento completo dos ossos da articulação. Ilustração 8. Entorse em pé direito 15 Luxação São lesões em que a extremidade de um dos ossos que compõem uma articulação é deslocada do seu lugar. Nas luxações, ocorre distanciamento e perda de contato total, ou parcial, entre os ossos que compõem a articulação afetada. Os casos de luxação ocorrem, geralmente, devido a traumatismos, por golpes indiretos ou movimentos articulares violentos. As articulações mais atingidas são os ombros, cotovelos, joelhos, dedos e a mandíbula. Quando suspeitar de lesões musculoesqueléticas fechadas (entorses, luxações e fraturas fechadas)? ● Dor (é o principal sintoma). ● Deformidade (a forma está diferente do normal), crepitação (barulhos), inchaço ou coloração arroxeada no local ou dificuldade para movimentar o membro. 16 O que fazer no caso de suspeita de luxação? 1. Repousar: evite forçar o membro lesionado. 2. Imobilizar: evite movimentar o membro imobilizando-o. Adiante, veremos como realizar uma imobilização. 3. Resfriar: coloque gelo em um saco plástico e coloque no local por 15 min. Em 1 hora poderá repetir a compressa. 4. Elevar o membro. Isso pode ajudar a reduzir o inchaço. 5. Encaminhar para atendimento especializado. Fratura Trata-se de uma interrupção na continuidade do osso. Ocorre geralmente devido a queda, impacto ou movimento violento com esforço maior que o osso pode suportar. Podem ser abertas ou fechadas. No contexto da Atenção Primária, são muito comuns em idosos, por isso é muito importante a prevenção de quedas nessa faixa etária. As fraturas podem ser: Fratura Aberta ou Exposta: São as fraturas em que os ossos quebrados saem do lugar, rompendo a pele e deixando exposta uma de suas partes. Este tipo de fratura pode causar infecções. Ilustração 9. Fratura exposta de tornozelo direito Observe que é possível ver parte do osso. 17 Fraturas Fechadas: são as fraturas nas quais os ossos quebrados permanecem no interior do membro sem perfurar a pele. Poderá, entretanto, romper um vaso sanguíneo ou cortar um nervo. O que fazer diante de uma pessoa com uma fratura exposta? ● Não movimente a área afetada. ● Se houver sangramento em grande quantidade, comprima as bordas da lesão. ● Não tente colocar o osso fraturado para dentro da ferida, isso poderá provocar o rompimento de nervos e vasos. ● Realizar a imobilização do membro conforme orientação a seguir. ● Levar a vítima rapidamente para um serviço de traumatologia ou que realize cirurgias. Imobilização de membros superiores (braços) ou inferiores (pernas) Os ossos longos devem ser imobilizados da seguinte maneira: 1. Segure delicadamente o membro e estabilize o osso manualmente. Estabilizar é colocar o osso em sua posição normal, mas se ao fazer isso perceber que a disposição dos ossos impede ou dificulta esse movimento, mantenha-o na mesma posição. Ilustração 10. Estabilização manual de fratura em membro superior Fonte: GOIÁS. Manual operacional dos bombeiros, 2016. 18 2. Aplique a tala, imobilizando o osso e a articulação imediatamente acima e abaixo da lesão. Você poderá utilizar papelão, toalhas ou pedaços de madeira para fazer a imobilização (KARREN, 2013). Para realizar a imobilização, você poderá utilizar pedaços de madeira, estacas, papelão, entre outros objetos rígidos. Coloque o objeto rígido, que servirá como tala, de cada lado do membro fraturado, amarrando-o com ataduras, panos, punhos de redes ou barbante. As talas deverão ter o comprimento suficiente para imobilizar as articulações próximas acima e abaixo da fratura. Também poderá ser colocado um pano ou outro material entre a tala e a pele, evitando lesões e desconforto ao paciente. Mas, se houver ferimentos no local, evite algodão, pois poderá aderir à lesão e ser de difícil remoção. Figura 11. Colocação de tala em membro superior esquerdo. Fonte: GOIÁS. Manual operacional dos bombeiros, 2016. 19 Realize a fixação com tiras de tecido ou ataduras. O enfaixamento da tala deverá ser iniciado pelas partes mais distais, ou seja, em membros superiores, iniciar pelas parte mais próxima das mãos e, em membros inferiores, iniciar pela parte mais próxima dos pés.Ilustração 12. Colocação de atadura sendo iniciada pela mão (região mais distal) Ilustração 13. Imobilização de membro superior esquerdo finalizada Fonte: GOIÁS. Manual operacional dos bombeiros, 2016. Ilustração 14. Imobilização de braço e antebraço utilizando tala (papelão) e pedaços de tecido Fonte: FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ, 2003. As tipoias são indicadas em diferentes situações que exigem a imobilização dos membros superiores, como luxações ou fraturas de clavícula, ombro, antebraço e mão. Elas devem ser posicionadas de maneira que o braço fique junto ao tórax e o cotovelo forme um “L”. Ilustração 15. Imobilização de braço e ombro esquerdos utilizando tipoia de tecido 20 21 Sempre inicie a colocação da atadura ou das faixas de tecido iniciando pela parte mais próxima das mãos (parte mais distal) e, se for nos membros inferiores, iniciando pela parte mais próxima aos pés (parte mais distal) em direção às coxas, pois isso favorece a manutenção da boa circulação sanguínea nesses membros. Outros tipos de traumas e fraturas também poderão ser encontrados, como de ossos da pelve (bacia), crânio (cabeça) e cervical (pescoço). Veja a seguir. Trauma Cranioencefálico (TCE) A maioria dos traumas na cabeça (trauma cranioencefálico) não geram problemas graves, não sendo necessário nenhum tratamento. Porém, há aqueles que apresentam comprometimentos leves e passageiros, como sonolência, dores e até enjoos. No entanto, podem ocorrer situações graves, com sangramentos intracranianos ou lesões diretas ao tecido cerebral (HOSPITAL ISRAELITA ALBERT EINSTEIN, 2022). 22 Alguns dos sinais e sintomas que indicam maior gravidade são: ● sangramento na cabeça ou no rosto; ● saída de sangue ou líquido transparente pelo ouvido ou nariz; ● perda de consciência (desmaio, mesmo que passageiro); ● sonolência excessiva; ● náuseas ou vômitos persistentes; ● dor muito forte na cabeça; ● dificuldade para falar ou qualquer outro sintoma neurológico; ● impossibilidade de movimentar ou dor forte no pescoço. Em casos de sonolência excessiva após trauma, não deixe a pessoa (adulto, criança ou idoso) dormir. Se a vítima se apresenta com muito sono, deve ser encaminhada a um serviço de saúde. Se não houver outros sintomas e tiver sono após algumas horas, a pessoa poderá dormir. 23 O que fazer diante de um trauma cranioencefálico (TCE)? ● Mantenha a calma e acalme a vítima; ● Chame o serviço especializado (SAMU ou outro serviço móvel); ● Avalie a respiração (letra B), a circulação (letra C) e o nível de consciência (letra D): tente conversar com a vítima. Você poderá utilizar a escala de coma de Glasgow. Poderá aguardar o serviço especializado para concluir a etapa E (exposição e controle da hipotermia), para evitar movimentar a vítima; ● Fique ao lado da vítima até a chegada do socorro. 24 Trauma de pelve (bacia) A bacia ou pelve compreende um conjunto de ossos que liga o tronco aos membros inferiores. As fraturas de bacia podem ocorrer devido a traumas leves, como quedas, comuns em idosos, ou acidentes graves, muitas vezes, envolvendo carros e motos e representam uma situação grave, na qual a vítima deverá ser socorrida com rapidez, devido ao risco de complicações, como a perda sanguínea em grande quantidade. Poderemos suspeitar de fraturas de pelve em situações em que a vítima refere dor na região do quadril, sendo importante analisar a situação do acidente, pois acidentes automobilísticos e quedas de grandes alturas são mais propensas a resultar em fratura de bacia. DESMAIOS 26 Como pudemos perceber, são muitos os conhecimentos necessários para ofertarmos os primeiros socorros adequadamente, de forma a poder ajudar as vítimas. DESMAIOS Também chamada de síncope, o desmaio envolve a perda repentina e temporária da consciência devido à diminuição de sangue e oxigênio no cérebro, estando associado a quedas de pressão (hipotensão). A partir da diminuição de sangue no cérebro, o corpo responde com falta de força muscular, queda do corpo e perda da consciência. Pode ter como causas: falta de alimentação (jejum prolongado), estresse emocional, ambiente fechado e quente, mudanças bruscas de posição, entre outras. Sinais e sintomas ● Palidez; ● Suor frio; ● Fraqueza; ● Tontura; ● Visão turva e escura; ● Pulso rápido e fraco. Mas o que podemos fazer diante de uma pessoa desmaiada? Se a vítima estiver pálida, com a visão turva ou sentindo tontura, mas ainda acordada (consciente): ● Sentá-la em uma cadeira ou outro local semelhante. ● Curvá-la para frente. 27 ● Baixar a cabeça encostando o queixo no tórax. ● Fazê-la respirar profundamente, até que passe o mal-estar. Passados 2 min. faça estímulo verbal (chame) ou físico (pinçar o ombro ou pressão no ponto dos dedos). Não é necessário jogar água no rosto ou aproximar álcool das narinas da vítima. Havendo o desmaio (pessoa desacordada, inconsciente): ● Use o ver, ouvir e sentir e confira se existem movimentos respiratórios e pulso. Se estiver sem pulso e sem movimentos respiratórios, realize manobras de RCP. ● Manter a pessoa deitada e elevar as pernas para o sangue fluir mais rápido das pernas para o cérebro, restabelecendo o fluxo de sangue e a chegada de oxigênio, fazendo com que recobre a consciência. ● Afrouxar as roupas da pessoa. ● Se houver vômito, coloque a cabeça para o lado (lateralize a cabeça), para evitar sufocamento. Mas, somente, realize essa manobra se não houver risco de trauma na região cervical (pescoço). ● Se recobrar a consciência: sente-a e, só após 10 minutos, levante-a. ● Se o desmaio durar mais que 2 minutos, chame o socorro especializado. 28 É importante que a vítima seja colocada deitada antes que perca totalmente a consciência, para evitar trauma craniano com a queda. Ilustração 16. Elevação das pernas (membros inferiores) durante o desmaio CRISE CONVULSIVA 30 Está associada com a irritação ou superatividade das células cerebrais e pode ser desencadeada por febre alta, intoxicações ou lesões cerebrais. É um evento muito presente entre as pessoas que vivem com epilepsia. Como reconhecer uma crise convulsiva? A vítima cai inconsciente e seu corpo fica tenso e ela se debate violentamente com espasmos musculares. Também é comum a presença de vômitos e urina involuntários. Em média, a crise dura entre 2 a 4 minutos. O que fazer diante de uma pessoa com crise convulsiva? ● Evitar que a vítima caia, procurando deitá-la no chão suavemente e afastar tudo o que puder machucá-la: móveis e objetos. ● Retirar de seu corpo objetos que possam sufocar e machucar: colares, cachecóis, gravatas. ● Proteja o crânio com suas mãos para evitar traumas na cabeça. Você também poderá colocar um pano embaixo da cabeça ou objetos macios ao lado da cabeça da vítima. ● Deixar que ela se debata até os movimentos pararem. Não tente conter os movimentos dos braços e pernas. Mantenha a calma, pois a crise dura poucos minutos (entre 2-4 minutos) e, na grande maioria das vezes, o paciente fica bem após a crise. Anote o tempo da crise. Se estiver na UBS, com ajuda da equipe, deverá ser ofertado oxigênio. ● Não tentar abrir a boca da vítima. Não tente puxar a língua e nem colocar objetos na boca. Lembre-se que ela está realizando contrações musculares involuntárias, inclusive com os músculos da boca, podendo lhe morder. Caso vomite, vire a cabeça para o lado, evitando sufocamento. Terminada a crise, 31 poderá colocá-la em posição lateral, para evitar engasgo e sufocamento, caso vomite e ainda esteja deitada. ● Permaneça ao lado da vítima e chame socorro especializado. ● Independente de como a vítima se apresentar após a crise, ela deverá procurar um serviço de saúde. INTOXICAÇÕES AGUDAS E ENVENENAMENTO 33 INTOXICAÇÕES AGUDAS E ENVENENAMENTO Os agentes que mais comumente podem causar envenenamento quando ingeridossão álcool, detergentes ou sabão, produtos domésticos de limpeza, agrotóxicos, venenos para insetos e derivados do petróleo (como querosene). As crianças frequentemente são vítimas de envenenamento por engolirem produtos de uso doméstico. Atualmente, também percebemos aumentarem os casos nos quais a intoxicação é intencional, na qual a pessoa tem a intenção de se ferir. Toda vítima de envenenamento deve ser levada a um serviço de saúde! Considerando o processo de trabalho do (a) ACE, também podem ocorrer casos de intoxicação entre os profissionais, pois é comum estarem em contato com produtos químicos, como durante a preparação da calda de adulticidas (inseticidas para controle de insetos adultos) (BRASIL, 2019), reforçando a importância desse tema no contexto da APS. 34 Sinais e sintomas Os sinais e sintomas a seguir são os mais comuns em casos de intoxicação por ingestão: ● Náusea, vômito e diarreia. ● Salivação excessiva. ● Alteração de nível de consciência, indo de desorientado à inconsciência. ● Dor, sensibilidade, aumento do volume abdominal e/ou cãibras. ● Queimaduras ou manchas ao redor da boca, dor na boca ou na garganta, e/ou dor ao deglutir (substâncias corrosivas podem consumir, queimar ou destruir tecidos da boca, da garganta e do estômago). ● Hálito ou odores corporais incomuns; odores químicos característicos no hálito (KARREN, 2013). Como posso ajudar alguém nessa situação? Mantenha abertas as vias respiratórias (boca e nariz) da vítima e verifique se a respiração, o pulso e a perfusão estão normais. Proteja-se de lesões usando luvas para remover quaisquer pílulas, comprimidos, cápsulas ou outros resíduos que ainda estejam na boca da vítima. 35 ● Não forneça nada por via oral para diluição, a menos que tenha sido orientado por um profissional da saúde. ● Coloque a vítima deitada sobre o lado esquerdo do corpo como mostrado na figura abaixo a fim de retardar a entrada da substância tóxica no intestino delgado, no qual ocorre a passagem da maioria das substâncias para a corrente sanguínea, podendo atrasar a disseminação do veneno pelo corpo em até 2 horas. ● Nunca induza ao vômito, pois o vômito poderá provocar novas lesões. ● Leve qualquer material suspeito (substâncias tóxicas, recipientes, partes de plantas etc.) junto com a vítima para o pronto-socorro. ● A posição lateral à esquerda tanto impede o sufocamento, caso ocorram vômitos, como atrasa a disseminação da substância pelo corpo. Ilustração 17. Vítima de intoxicação lateralizada à esquerda 36 MEDIDAS DE DESCONTAMINAÇÃO POR OUTRAS VIAS DE EXPOSIÇÃO Exposição cutânea (pele): com o paciente estável, isto é com sinais vitais na normalidade, retirar imediatamente as roupas e eventuais resíduos sólidos por meio de escovação (escova macia), com posterior banho, utilizando água corrente por 15 a 30 minutos. Para substâncias gordurosas, usar água e sabão. No caso de ácidos (soda cáustica ou ácido muriático), após a descontaminação, tratar a lesão como uma queimadura térmica (BRASIL, 2013). Exposição ocular (olho): iniciar a lavagem do olho com água ou soro fisiológico, por pelo menos 15 a 30 minutos, evitando o comprometimento do outro olho. Não utilizar colírio ou anestésico. Posteriormente, para proteger o olho, pode ser colocada uma gaze umedecida com soro fisiológico ou água nos dois olhos. Encaminhar para avaliação na UBS (BRASIL, 2013). Diante de uma pessoa que ingeriu substâncias tóxicas, como veneno para insetos, posso dar leite para neutralizar o efeito do veneno? NÃO. Não forneça nada por via oral para alguém vítima ou com suspeita de envenenamento, a menos que tenha sido orientado por um profissional da saúde. 37 Exposição inalatória (pelo nariz): a vítima deve ser retirada do local da exposição e mantida em local ventilado. Retirar roupas e realizar lavagem corporal, se também tiver ocorrido contato com a pele (BRASIL, 2013). Em caso de dúvida sobre o que fazer, ligue para o Disque-Intoxicação, criado pela Anvisa, atende pelo número 0800-722-6001. A ligação é gratuita, e o usuário é atendido por uma das 36 unidades da Rede Nacional de Centros de Informação e Assistência Toxicológica (Renaciat). MORDEDURAS E PICADAS Mordeduras e picadas por animais compreendem um grande problema de saúde pública, muitas vezes negligenciado. Anualmente, milhares de pessoas morrem em decorrência de acidentes com animais peçonhentos, como cobras, escorpiões e aranhas (SOCIEDADE BRASILEIRA DE MEDICINA TROPICAL, 2022). Certamente, algum componente das famílias que você acompanha já lhe relatou um acidente com um animal peçonhento, pois esse tipo de acidente é muito comum no contexto da Atenção Primária. ANIMAIS PEÇONHENTOS Animais peçonhentos são aqueles que possuem glândulas responsáveis por produzir veneno, além de um aparelho especializado para inoculá-lo. Normalmente, aranhas, cobras e escorpiões são os animais mais presentes nesses acidentes. 38 Acidentes por serpentes (cobras) No Brasil, são notificados, anualmente, cerca de 20.000 acidentes com serpentes, sendo que menos de 1% dos(as) pacientes acidentados(as) evolui para morte. O único tratamento eficaz para o envenenamento por serpente é o tratamento com o soro antiofídico, que é específico para cada tipo (gênero) de serpente. Quanto antes for iniciada a terapia com soro, menor será a chance de haver complicações. Há muito mais serpentes não peçonhentas na natureza e, para essas, não há necessidade de tratamento com soro. Desse modo, a soroterapia sempre deve ser indicada por um médico e a aplicação deve ser feita de acordo com a gravidade do envenenamento. Em todo o país, os casos se concentram no período de setembro a março, sendo a maioria das notificações procedentes das regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste. Cerca de 75% dos casos notificados são atribuídos às serpentes do gênero Bothrops (jararaca); 7% ao gênero Crotalus (cascavel); 1,5% ao gênero Lachesis (surucucu); 3% devidos às serpentes não peçonhentas e 0,5% provocados por Micrurus (coral verdadeira). Cerca de 70% dos pacientes são do sexo masculino, e a maioria das picadas ocorre nas pernas (70%) e mão ou antebraço (13%) e estão relacionadas com a não utilização de equipamentos mínimos de proteção individual, tais como sapatos, botas, calças de uso comum e luvas. O acidente crotálico (cascavel) tem a pior evolução, apresentando as maiores taxas de mortalidade, seguido pelo ataque de surucucu. (PARANÁ, 2021). Vamos conhecer alguns exemplos de serpentes nas figuras abaixo: Ilustração 21 - Surucucu Fonte: PARANÁ, Secretaria da Saúde, 2021. Ilustração 18 - Coral verdadeira Ilustração 19 - Jararaca Ilustração 20 - Cascavel Acesse o site e tenha mais informações: https://www.saude.pr.gov.br/Pagina/Acidentes-por-Serpentes 39 https://www.saude.pr.gov.br/Pagina/Acidentes-por-Serpentes 40 O que não fazer diante de uma picada por serpente: ● Não tente matar a cobra, pois poderá ser picado (PHTLS, 2020). Uma fotografia ou o relato de alguém que tenha visto o animal poderá ajudar os profissionais a identificarem a espécie. ● Não tente sugar o veneno. ● Não cortar o local para realizar sangria do veneno. ● Não aplicar substâncias caseiras. ● Não aplicar compressas frias. ● Não realizar torniquete. ● Não ingerir água ou álcool (IBRAPH, 2021; PHTLS, 2020). O que fazer em caso de acidente com serpentes • Lavar o local da picada apenas com água ou com água e sabão. • Manter o paciente deitado. • Manter o paciente hidratado. A hidratação não depende apenas do consumo (ingestão) de água. O clima e a temperatura do ambiente também influenciam. Assim, é fundamental observar o paciente para evitar que ocorra perda excessiva de água através do suor, pois esse processo pode levar à perda hídrica conhecida como desidratação. • Procurar o serviço médico mais próximo. Comoprevenir acidentes com serpentes • O uso de botas de cano alto ou perneira de couro, botinas e sapatos pode evitar cerca de 80% dos acidentes. • Usar luvas de aparas de couro para manipular folhas secas, montes de lixo, lenha, palhas, etc. Não colocar as mãos em buracos. Cerca de 15% das picadas atingem mãos ou antebraços. 41 • Cobras se abrigam em locais quentes, escuros e úmidos. Cuidado ao mexer em pilhas de lenha, palhadas de feijão, milho ou cana. Cuidado ao revirar cupinzeiros. • Onde há rato, há cobra. Limpar paióis e terreiros, não deixar lixo acumulado. Fechar buracos de muros e frestas de portas. • Evitar acúmulo de lixo ou entulho, de pedras, tijolos, telhas e madeiras, bem como não deixar mato alto ao redor das casas. Isso atrai e serve de abrigo para pequenos animais, que servem de alimentos às serpentes. Acidentes por escorpiões Acidente escorpiônico é o envenenamento provocado quando um escorpião injeta veneno através de seu ferrão. Os escorpiões são representantes da classe dos aracnídeos, e a maior incidência dos acidentes ocorre nos meses em que há aumento de temperatura e umidade. Frequentemente, a picada de escorpião é seguida de dor (moderada ou intensa) ou formigamento, sendo necessário observar o surgimento de outros sintomas por, no mínimo, 6 a 12 horas, principalmente, em crianças menores de 7 anos e em idosos (BRASIL, 2009). Todas as espécies de escorpiões possuem veneno, o injetando por meio do ferrão, localizado na ponta da cauda. No entanto, poucas espécies possuem veneno capaz de provocar acidentes graves em seres humanos (INSTITUTO BUTANTAN, 2017). Os escorpiões são comumente encontrados em terrenos baldios com mato, entulho ou lixo, próximo ou dentro de residências. Se alimentam de insetos, sendo as baratas seu alimento predileto em áreas urbanas. São comumente encontrados em galerias para escoamento de águas, esgoto, canais, bocas de lobo, fosso de elevador, caixas de gordura, caixas e pontos de energia e lixeiras (INSTITUTO BUTANTAN, 2017). 42 No Brasil, os escorpiões de importância em saúde pública são as seguintes espécies do gênero Tityus: ● Escorpião-amarelo (Tityus serrulatus) - com ampla distribuição em todo o país, representa a espécie de maior preocupação em função do maior potencial de gravidade do envenenamento e por encontrar-se amplamente espalhado pelo país, adaptando-se bem às áreas urbanas. Ilustração 22. Escorpião-amarelo Fonte: Ministério da Saúde, 2009. ● Escorpião-marrom (Tityus bahiensis) - encontrado na Bahia e regiões Centro-Oeste, Sudeste e Sul do Brasil. Ilustração 23. Escorpião-marrom Fonte: Ministério da Saúde, 2009. 43 Escorpião-amarelo-do-nordeste (Tityus stigmurus) - espécie mais comum do Nordeste, mas também é encontrado nos estados de Paraná e Santa Catarina. Possui pernas, tronco e cauda amarelo claro e tem uma faixa escura na parte superior do tronco e uma mancha triangular na parte da frente do corpo (INSTITUTO BUTANTAN, 2017). Ilustração 24. Escorpião-amarelo-do-nordeste Fonte: Ministério da Saúde, 2009. Fonte: INSTITUTO BUTANTAN, 2017. Ilustração 25. Escorpião-preto-da-Amazônia Escorpião-preto-da-Amazônia (Tityus obscurus) – O adulto possui coloração preta, por vezes um pouco avermelhada, e pode chegar a 9 cm de comprimento. Esta espécie ocorre apenas na Região Norte. Sintomas A grande maioria dos acidentes é leve e o quadro local tem início rápido e duração limitada. Os adultos apresentam dor imediata, vermelhidão e inchaço leve por acúmulo de líquido, piloereção (pelos em pé) e sudorese (suor) localizadas, cujo tratamento é sintomático. Movimentos súbitos, involuntários de um músculo ou grupamentos musculares (mioclonias) e contração muscular pequena e local (fasciculações) são descritos em alguns acidentes por Escorpião-preto-da-Amazônia. Já crianças abaixo de 7 anos apresentam maior risco de alterações sistêmicas nas picadas por escorpião-amarelo, que podem levar a casos graves e requerem soroterapia específica em tempo adequado. O que fazer diante de um acidente com escorpião? • Identificar qual tipo de escorpião. Não é necessário matar ou prender o animal, pois há o risco de ser picado. Você poderá fazer uma fotografia para mostrar aos demais membros da equipe de saúde. • Poderá aplicar compressa morna no local para aliviar a dor (INSTITUTO BUTANTAN, 2017). • Encaminhar a pessoa ao serviço de saúde. • Assim como nos acidentes ofídicos, torniquetes, incisões e sucção no local da picada são prejudiciais. 44 45 Acidentes com aranhas Os acidentes causados por aranhas são comuns, porém a maioria não apresenta repercussão clínica. Três gêneros de aranhas são consideradas de importância para a saúde pública (PARANÁ, 2021): ● Aranha-marrom (Loxosceles) – pica, geralmente, quando comprimida contra o corpo, não sendo agressiva. Mede entre 1 e 3 cm. Possui hábitos noturnos e esconde-se em telhas, tijolos, madeiras, atrás ou embaixo de móveis, quadros, rodapés, caixas ou objetos armazenados em depósitos, garagens, porões e outros ambientes com pouca iluminação e movimentação. Ilustração 26. Aranha-marrom Fonte: PARANÁ, 2022. 46 ● Aranha armadeira ou macaca (Phoneutria) - Bastante agressiva, assume posição de defesa saltando até 40 cm de distância. O corpo pode atingir 4 cm. Ela é caçadora e tem hábitos noturnos. Vive embaixo de troncos, palmeiras, bromélias e entre folhas de bananeira. Em casa, aloja-se também em sapatos, atrás de móveis, cortinas, sob vasos e entulhos. Figura 27. Aranha armadeira ou macaca. Fonte: PARANÁ, 2022. https://www.saude.pr.gov.br/Pagina/Acidentes-por-Aranhas Ilustração 28. Viúva-negra Fonte: PARANÁ, 2022. ● Viúva-negra (Latrodectus) (Mede entre 2 e 3 cm, não sendo agressiva. Também tem atividade noturna e hábito de viver em grupos. Habita em arbustos, grama, cascas de coco, canaletas de chuva ou embaixo de pedras. É encontrada próxima ou dentro das casas, em ambientes sombreados, como frestas, embaixo de cadeiras e mesas em jardins. https://www.saude.pr.gov.br/Pagina/Acidentes-por-Aranhas 47 O que fazer diante de um acidente com animal venenoso? ● Acalmar a vítima. Mantê-la sentada, em repouso absoluto, para atrasar a disseminação do veneno no corpo. Idealmente, ela deverá ser carregada, no entanto, se isso for atrasar o socorro, ela deverá ir andando com o apoio possível (PHTLS, 2020). ● Retirar adornos, anéis, braceletes, relógios, pois poderá ocorrer edemas (inchaços) e os objetos ficarem presos ao corpo. ● Lavar o local entre 5 e 15 minutos com água corrente com ou sem sabão para diminuir o risco de infecção e cobrir com pano limpo ou gaze seca. ● Transportar para a unidade de saúde ou serviço de emergência mais próximo ou chamar o SAMU. Quando esses acidentes envolverem crianças pequenas ou idosos (extremos de idade), devemos ter atenção especial, pois essas pessoas são mais suscetíveis a complicações decorrentes do veneno inoculado. Ilustração 29. Caranguejeira Fonte: PARANÁ, 2022. ● Aranhas Caranguejeiras, embora grandes e frequentemente encontradas em residências, não causam acidentes considerados graves. Os pelos do corpo servem como proteção e, quando em contato com a pele, podem causar dor leve e vermelhidão, sem maiores problemas. ANIMAIS NÃO PEÇONHENTOS No caso de mordeduras de animais não peçonhentos, a principal preocupação é a transmissão da raiva. A raiva é uma inflamação do cérebro (encefalite) ocasionada por um vírus que é transmitido na saliva do animal infectado, principalmente, pela mordedura e, mais raramente, por arranhões ou lambeduras de mucosas. Os animais que podem transmitir raiva são: cães, gatos, vacas, cavalos, porcos, caprinos. Animais silvestres também podem transmitir: guaxinins, macacos e, principalmente, morcegos. O que devo fazer se eu for mordido ou arranhado por um animal? ● O animal agressordeve ser capturado para permanecer em observação por 10 dias. ● A vítima deverá, imediatamente, lavar a ferida com água e sabão abundantes (o sabão destrói o vírus). ● Encaminhar à UBS para receber orientação da equipe quanto ao tratamento. A prevenção da raiva humana é baseada no uso do soro e na vacina antirrábica. Toda vez que ocorrer uma agressão por animal, deve ser feita uma investigação completa, utilizando-se a Ficha de Atendimento Antirrábico Humano. 48 Em caso de mordeduras de animais também buscar a unidade de saúde para avaliar a necessidade de vacina antitetânica. CHOQUE ELÉTRICO 50 CHOQUE ELÉTRICO Choque elétrico são abalos musculares causados pela passagem de corrente elétrica pelo corpo humano. Os danos ao corpo humano são causados pela conversão da energia elétrica em calor durante a passagem da eletricidade. Além de queimaduras, a passagem de eletricidade também provoca abalos musculares, inclusive podendo levar à PCR. 51 A gravidade depende do tipo de corrente, resistência, duração do contato, magnitude da energia aplicada e caminho percorrido pela corrente elétrica. A partir de 50 volts, o corpo humano já sente os efeitos de uma descarga elétrica, ou seja, um choque acima desse valor pode ser fatal, dependendo do caminho que ele percorra no corpo e a sua duração (UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO, 2020). As principais consequências decorrentes do choque elétrico são as queimaduras e a parada cardiorrespiratória. As condutas a serem realizadas quando ocorrem acidentes com choque elétrico são: ● Antes de iniciar qualquer procedimento, ligue para o corpo de bombeiros ou qualquer outro atendimento especializado. ● Avaliar a segurança da cena; ● Desligar a fonte de energia; ● Se possível, interromper o contato da vítima com a fonte de eletricidade. Você poderá usar pedaços de madeira para lhe auxiliar, uma vez que não transmitem eletricidade; ● Se PCR, após garantir que não exista corrente elétrica passando pela vítima, inicie RCP, iniciando pelas compressões e depois as ventilações. Em caso de queimaduras, abordar conforme visto no capítulo queimaduras. AFOGAMENTOS 53 AFOGAMENTOS O afogamento ocorre quando há líquido nas vias aéreas de uma pessoa, sendo essencial a intervenção rápida para garantir a desobstrução das vias e, portanto, evitar a ausência de oxigênio nos tecidos, quadro responsável pela perda de consciência e pela PCR em poucos minutos. O afogamento é um problema importante e ainda muito presente no Brasil. Segundo dados da Sociedade Brasileira de Salvamento Aquático (SOBRASA), a cada 90 minutos, um brasileiro morre afogado. Dentro dessa estatística, os homens morrem 6,8 vezes mais do que as mulheres e 47% dos óbitos ocorrem em pessoas com até 29 anos. As crianças são as maiores vítimas dessa situação, pois entre 1 e 29 anos de idade, o afogamento é uma das principais causas de morte. Embora as praias sejam um grande atrativo para turistas e o local onde ocorre o maior número de salvamentos, o maior número de afogamentos com morte ocorre em águas doces. Orientações gerais e cuidados iniciais: ● O atendimento deve ser imediato, adequado e resolutivo. ● Reconheça o afogado (vítima, geralmente, na posição vertical, com os braços estendidos lateralmente, agitados, nadando, mas sem sair do lugar). ● Pedir que alguém chame por socorro (informar o que está acontecendo, qual o local do incidente e informações técnicas do evento). ● Forneça um flutuador. Poderá ser uma boia ou outro material que flutue. Também poderá ser usada uma vara ou corda para retirar o afogado. 54 ● Mantenha a sua segurança. Tente ajudar sem entrar na água. Somente entre na água se for seguro. Após retirar a vítima da água, levá-la até um local seco e seguro e posicioná-la o mais horizontal possível e distante da água. ● Se o afogado não estiver respirando, iniciar a ressuscitação cardiopulmonar com 5 ventilações imediatamente. Se houver respiração espontânea, coloque a vítima deitada em posição lateral e permaneça junto até o socorro especializado chegar. ● Se mesmo após as ventilações, o paciente apresentar-se sem respiração e sem pulso, iniciar as compressões torácicas (30 compressões para 2 ventilações), como descrito no tópico Parada Cardiorrespiratória (PCR). Ilustração 30. Cadeia de sobrevivência no afogamento Apesar da ênfase no resgate e no tratamento, a prevenção permanece sendo a mais poderosa intervenção e a de menor custo. O ato de prevenir é o alicerce da efetiva redução de sua ocorrência, atuando não só na redução da mortalidade como também na morbidade (lesões decorrentes do afogamento). 55 Prevenção Ativa: intervenções no ambiente aquático, como restringir acesso, sinalizar, informar, abrir posto de guarda-vidas. Prevenção Reativa: intervenções no comportamento de risco, como orientar, advertir e deslocar pessoas ou comunidades de locais de risco. TRANSPORTE DE VÍTIMAS 57 TRANSPORTE DE VÍTIMAS Existem algumas formas de realizar o transporte de pessoas em situações de urgência. No entanto, é importante lembrar que as pessoas vítimas de acidentes, como acidentes de motocicleta ou queda de altura, em que possa ter havido trauma na coluna, devem permanecer imóveis no local e só manipuladas por pessoal treinado. O transporte de uma vítima requer muito cuidado. Muitas lesões se tornam piores ou são produzidas durante uma remoção mal conduzida. Em regra, a vítima deve ser deixada no local do acidente até a chegada de um serviço de urgência, mas há casos em que a remoção é necessária. Nos casos em que não há suspeita de trauma na coluna, como desmaios, mal-estar ou convulsão, os pacientes poderão ser transportados a partir das orientações que seguem. Transporte nos braços O transporte nos braços poderá ser realizado por uma ou duas pessoas. Em uma situação em que não há suspeita de lesão na coluna, como desmaios ou uma crise convulsiva, na qual seja necessária a remoção, por exemplo, no caso de alguém que desmaie em uma via pública. Ilustração 31. Transporte nos braços 58 Ilustração 33. Transporte na cadeirinha Fonte: Secretaria de Segurança Pública de Goiás, 2016. Transporte na cadeira O Transporte na cadeira deve ser realizado por dois socorristas, principalmente quando a vítima for pesada, pois a cadeira oferece mais apoio para a locomoção. Ilustração 32. Transporte na cadeira Fonte: Secretaria de Segurança Pública de Goiás, 2016. Transporte na cadeirinha O transporte tipo cadeirinha poderá ser utilizado em situações de mal-estar, nas quais a vítima não se encontra totalmente inconsciente, pois será necessário que ela se apoie, com seus braços, nos ombros dos socorristas. Pode ser utilizado em situações de lesões nas pernas e pés, nas quais a pessoa está impossibilitada de caminhar. Também poderá ser utilizada para transportar vítimas de picadas por animais, pois não devem realizar esforço físico, para que o veneno não se dissemine no corpo mais rapidamente. 59 Também poderemos nos deparar com situações nas quais as vítimas tenham suspeita de fratura ou lesões na coluna. É preciso estar atento (a), pois todas as pessoas vítimas de acidentes automobilísticos, quedas ou violência (espancamento, cortes por faca, ferimento por arma de fogo) devem ser tratadas como suspeitas de lesão de coluna. Nesses casos, a vítima deverá ser manipulada o minimamente possível, mas caso seja imprescindível a remoção, poderão ser utilizados materiais rígidos para esse transporte, como uma porta, a parte de cima de uma mesa ou uma maca sem colchão. REFERÊNCIAS 61 AMERICAN HEART ASSOCIATION (AHA). Destaques das diretrizes de RCP e ACE. Chicago: AHA, 2020. Disponível em: https://cpr.heart.org/-/media/CPR-Files/CPR-Guidelines-Files/Highlig hts/Hghlghts_2020ECCGuidelines_Portuguese.pdf. 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