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Leonardo Vinícius Ribeiro Moreira 
BBPM III - Fisiologia 
 
A respiração é um processo ativo que 
requer contração muscular. O ar flui para 
dentro dos pulmões devido ao gradiente 
de pressão criado por uma bomba. No 
sistema respiratório, os músculos da caixa 
torácica e o diafragma funcionam como 
uma bomba, uma vez que a maior parte 
do tecido pulmonar é um fino epitélio de 
troca. Quando esses músculos se 
contraem, os pulmões expandem-se, uma 
vez que estão presos à parede interna do 
tórax pelo líquido pleural. 
Os músculos primários envolvidos na 
respiração espontânea (respiração em 
repouso) são o diafragma, os intercostais 
externos e os escalenos. Durante a 
respiração forçada, outros músculos do 
tórax e do abdome podem ser requisitados 
a auxiliar. 
O fluxo de ar no trato respiratório obedece 
às mesmas regras do fluxo sanguíneo: 
 
FLUXO ∝ △P/R 
 
1. O fluxo de ar ocorre em resposta a um 
gradiente de pressão (ΔP); 
2. O fluxo diminui à medida que a 
resistência (R) do sistema ao fluxo 
aumenta. 
OBS: as relações pressão-volume da lei de 
Boyle são a base da ventilação pulmonar. 
 
Tempo 0. Na breve pausa entre as 
respirações, a pressão alveolar é igual à 
pressão atmosférica (0 mmHg no ponto 
A1). Quando as pressões são iguais, não há 
fluxo de ar. 
Tempo 0 a 2 segundos: inspiração. Quando 
a inspiração inicia, os músculos inspiratórios 
contraem, e o volume torácico aumenta. 
Com o aumento do volume, a pressão 
alveolar diminui cerca de 1 mmHg abaixo 
da pressão atmosférica (-1 mmHg ponto 
A2), e o ar flui para dentro dos alvéolos 
(ponto C1 a C2). 
A mudança do volume torácico ocorre 
mais rapidamente do que a velocidade do 
ar fluindo para dentro dos pulmões, e, 
assim, a pressão alveolar atinge o seu valor 
mais baixo no meio do processo de 
inspiração (ponto A2). 
Como o ar continua a fluir para dentro dos 
alvéolos, a pressão aumenta até a caixa 
torácica parar de expandir-se, 
imediatamente antes do término da 
inspiração. O movimento do ar continua 
por mais uma fração de segundo, até que 
a pressão dentro dos pulmões se iguala à 
pressão atmosférica (ponto A3). 
Ao término da inspiração, o volume 
pulmonar está no seu valor máximo no 
ciclo respiratório (ponto C2), e a pressão 
alveolar é igual à pressão atmosférica. 
Tempo 2 a 4 segundos: expiração. Como 
os volumes pulmonares e torácicos 
diminuem durante a expiração, a pressão 
de ar nos pulmões aumenta, atingindo 
cerca de 1 mmHg acima da pressão 
Leonardo Vinícius Ribeiro Moreira 
BBPM III - Fisiologia 
 
atmosférica. A pressão alveolar é agora 
maior do que a pressão atmosférica, de 
modo que o fluxo de ar se inverte, e o ar 
move-se para fora dos pulmões. 
Tempo 4 segundos. No final da expiração, 
o movimento de ar cessa quando a 
pressão alveolar novamente se iguala à 
pressão atmosférica (ponto A5). O volume 
pulmonar atinge o seu valor mínimo dentro 
do ciclo respiratório (ponto C3). Nesse 
ponto, o ciclo respiratório terminou e está 
pronto para ser iniciado novamente com a 
próxima respiração. 
Pressão intrapleural: a pressão intrapleural 
no fluido entre as membranas pleurais é 
normalmente subatmosférica, surgindo 
durante o desenvolvimento fetal, quando 
a caixa torácica associada com sua 
membrana pleural cresce mais 
rapidamente que o pulmão com sua 
membrana pleural associada. As duas 
membranas pleurais são mantidas unidas 
pelo líquido pleural, de modo que os 
pulmões são forçados a se estirarem, a fim 
de se adaptarem ao maior volume da 
cavidade torácica. Ao mesmo tempo, no 
entanto, o recolhimento elástico dos 
pulmões cria uma força direcionada para 
dentro, que tenta puxar os pulmões para 
longe da caixa torácica. A combinação 
da caixa torácica puxando para fora e a 
retração elástica dos pulmões puxando 
para dentro cria uma pressão intrapleural 
subatmosférica de cerca de -3 mmHg. 
 
Leonardo Vinícius Ribeiro Moreira 
BBPM III - Fisiologia 
 
No início da inspiração, a pressão 
intrapleural é de cerca de -3 mmHg. À 
medida que a inspiração prossegue, a 
membrana pleural e os pulmões 
acompanham a expansão da caixa 
torácica devido a interações com o líquido 
pleural, porém o tecido pulmonar elástico 
resiste a ser estirado. A tendência de os 
pulmões ficarem o mais distante possível 
da caixa torácica faz a pressão intrapleural 
se tornar ainda mais negativa. 
Quanto mais profunda a respiração, mais 
trabalho é necessário para estirar o tecido 
elástico pulmonar. No final de uma 
inspiração tranquila, quando os pulmões 
são totalmente expandidos, a pressão 
intrapleural cai para aproximadamente -6 
mmHg. 
Durante a expiração, a caixa torácica 
retorna à sua posição de repouso. Os 
pulmões deixam a sua posição de 
estiramento, e a pressão intrapleural 
retorna ao seu valor normal de cerca de -3 
mmHg. 
OBS: a pressão intrapleural nunca se 
equilibra com a pressão atmosférica, pois a 
cavidade pleural é um compartimento 
fechado. 
A ventilação adequada depende da 
habilidade dos pulmões de se expandirem 
normalmente. A maior parte do trabalho 
respiratório é gasto para superar a 
resistência elástica dos pulmões e da caixa 
torácica ao estiramento. Clinicamente, a 
habilidade do pulmão de se estirar é 
chamada de complacência. 
A complacência refere-se à quantidade 
de força que deve ser exercida sobre um 
corpo para o deformar. Um pulmão de alta 
complacência pode ser estirado 
facilmente, já um pulmão com baixa 
complacência requer mais força dos 
músculos inspiratórios para ser estirado. 
A complacência é o inverso da elastância 
(recuo elástico), que é a capacidade de 
resistir à deformação mecânica. A 
elastância também se refere à 
capacidade que um corpo tem de voltar 
à sua forma original quando a força que 
promove a sua deformação é removida. 
Um pulmão que é estirado facilmente (alta 
complacência) provavelmente apresenta 
perda do seu tecido elástico e, assim, não 
voltará ao seu volume de repouso quando 
a força que o mantém estirado cessa 
(baixa elastância). 
Durante anos, os fisiologistas assumiram 
que a elastina e outras fibras elásticas eram 
a fonte primária da resistência ao 
estiramento no pulmão. Contudo, estudos 
comparando o trabalho necessário para 
expandir pulmões cheios de ar e pulmões 
cheios de solução salina mostraram que os 
cheios de ar são mais difíceis de se inflar. A 
partir desse resultado, os pesquisadores 
concluíram que o tecido pulmonar 
contribui menos para a resistência do que 
se pensava. Alguma outra propriedade do 
pulmão normal cheio de ar, uma 
propriedade não presente no pulmão 
cheio com solução salina, deve criar a 
maior parte da resistência ao estiramento. 
Essa propriedade é a tensão superficial 
criada pela fina camada de fluido entre as 
células alveolares e o ar. Em qualquer 
interface ar-líquido, a superfície do líquido 
está sob tensão, como uma fina 
membrana sendo esticada. Quando o 
líquido é a água, a tensão superficial 
ocorre devido às ligações de hidrogênio 
entre as moléculas de água. As moléculas 
de água da superfície do líquido são 
atraídas por outras moléculas de água, 
Leonardo Vinícius Ribeiro Moreira 
BBPM III - Fisiologia 
 
localizadas abaixo e ao lado delas, porém 
não são atraídas para os gases do ar na 
interface ar-líquido. A tensão superficial 
alveolar é semelhante à tensão superficial 
que existe em uma bolha esférica. A 
tensão superficial criada pelo fino filme de 
líquido é direcionada para o centro da 
bolha e cria pressão no interior dela. A lei 
de LaPlace é uma expressão dessa 
pressão. Ela estabelece que a pressão (P) 
dentro de uma bolha formada por uma 
fina película de líquido é uma função de 
dois fatores: a tensão superficial do líquido 
(T) e o raio da bolha (r). Essa relação é 
expressa pela equação: 
 
P = 2T/r 
 
De acordo com a Lei de LaPlace, se duas 
bolhas têm a mesma tensãosuperficial (T), 
a bolha menor (menor raio) terá maior 
pressão (P). 
 
Normalmente, contudo, nossos pulmões 
secretam um surfactante que reduz a 
tensão superficial. Os surfactantes são 
moléculas que rompem as forças coesivas 
entre as moléculas de água. O surfactante 
é mais concentrado em alvéolos menores, 
tornando a sua tensão superficial menor do 
que nos alvéolos maiores. A menor tensão 
superficial ajuda a igualar a pressão entre 
alvéolos de diferentes tamanhos e torna 
mais fácil inflar os alvéolos menores. Com 
uma tensão superficial menor, o trabalho 
necessário para expandir os alvéolos em 
cada ciclo ventilatório é bastante 
reduzido. O surfactante humano é uma 
mistura que contém proteínas e 
fosfolipídeos, como: 
 Fosfatidilcolina monoenoica; 
 Fosfatidilglicerol; 
 Dipalmitoilfosfatidilcolina. 
OBS: esses surfactantes são secretados 
para o espaço de ar alveolar pelos 
pneumócitos tipo II. 
 
É importante ressaltar que o sistema 
respiratório não atua como um sistema 
perfeitamente elástico. Uma característica 
da curva P-V é a histerese, que é a 
separação dos ramos de insuflação e de 
esvaziamento das curvas P-V. A histerese 
ocorre principalmente devido às forças de 
tensão superficial presentes na superfície 
alveolar. 
 
Leonardo Vinícius Ribeiro Moreira 
BBPM III - Fisiologia 
 
 
Os maiores volumes alveolares estão 
presentes nas áreas de ápice dos pulmões. 
Isso se deve ao fato de que há uma 
diferença de pressões intrapleurais (menos 
negativa nas bases) e também devido à 
gravidade. 
No entanto, o pulmão é mais fácil de ser 
insuflado a baixos volumes do que a 
grandes volumes, quando se torna mais 
rígido. Já que a pressão de expansão na 
base do pulmão é pequena, essa região 
apresenta um pequeno volume de 
repouso. Entretanto, por estar situado em 
uma parte íngreme da curva pressão-
volume, expande-se bem na inspiração. 
Em contraste, o ápice do pulmão 
apresenta grande pressão de expansão, 
grande volume de repouso e pequena 
alteração de volume na inspiração. 
Agora, quando se fala de diferenças 
regionais na ventilação, referimo-nos à 
alteração de volume por unidade de 
volume em repouso. A base do pulmão 
apresenta tanto maior alteração de 
volume quanto menor volume de repouso 
em comparação ao ápice. Assim, sua 
ventilação é melhor. 
OBS: embora seja relativamente pouco 
expandida em comparação ao ápice, a 
base do pulmão é mais bem ventilada. 
O outro fator, além da complacência, que 
influencia o trabalho respiratório é a 
resistência do sistema respiratório ao fluxo 
de ar. Cerca de 90% da resistência das vias 
aéreas, em geral, podem ser atribuídos à 
traqueia e aos brônquios, estruturas rígidas 
com a menor área de secção transversal 
total. Devido ao fato de essas estruturas 
serem sustentadas por cartilagens, o seu 
diâmetro normalmente não muda, e a sua 
resistência ao fluxo de ar é constante. No 
entanto, o acúmulo de muco devido a 
alergias ou a infecções pode aumentar 
significativamente a resistência das vias 
aéreas.

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