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Leonardo Vinícius Ribeiro Moreira BBPM III - Patologia Edema Pulmonar O edema pulmonar (vazamento do fluido intersticial em excesso que se acumula nos espaços alveolares) pode resultar de perturbações hemodinâmicas (edema pulmonar hemodinâmico ou cardiogênico) ou de aumentos diretos da permeabilidade dos capilares, como resultado de lesão microvascular (edema pulmonar não cardiogênico). O edema pulmonar hemodinâmico ocorre em razão do aumento da pressão hidrostática, como ocorre mais comumente na insuficiência cardíaca congestiva esquerda. O líquido se acumula inicialmente nas regiões basais dos lobos inferiores porque a pressão hidrostática é maior nesses locais (edema dependente). O edema pulmonar não cardiogênico ocorre devido à lesão do septo alveolar. A lesão primária do endotélio vascular ou danos às células epiteliais alveolares (com lesão microvascular secundária) produz um exsudato inflamatório que vaza para dentro do espaço intersticial e, em casos mais graves, para dentro do alvéolo. Na maioria das formas de pneumonia, o edema permanece localizado e é obscurecido pelas manifestações da infecção. Entretanto, quando difuso, o edema alveolar é um contribuinte importante para uma condição séria e muitas vezes fatal, a síndrome da angústia respiratória aguda (SARA). A expressão lesão pulmonar aguda engloba um espectro de danos pulmonares bilaterais (endoteliais e epiteliais) que pode ser iniciado por numerosas condições. Clinicamente, a lesão pulmonar aguda manifesta-se como: Início agudo de dispneia; Diminuição da pressão parcial de oxigênio arterial (hipoxemia); Desenvolvimento de infiltrados pulmonares bilaterais nas radiografias torácicas. OBS: todos os sinais descritos ocorrem na ausência de evidência clínica de insuficiência cardíaca esquerda primária. Uma vez que os infiltrados pulmonares na LPA são causados usualmente por dano às membranas capilares alveolares em vez de insuficiência cardíaca esquerda tais acúmulos constituem exemplo de edema pulmonar não cardiogênico. A lesão pulmonar aguda pode progredir para a mais agressiva síndrome da angústia respiratória aguda (SARA). A síndrome da angústia respiratória aguda (SARA) é uma síndrome clínica causada por dano capilar e epitelial alveolar difuso. A evolução usual é caracterizada por início rápido de insuficiência respiratória com risco de morte, cianose e hipoxemia arterial severa refratária à oxigenioterapia e que pode progredir para falência múltipla de órgãos. A membrana capilar-alveolar é formada por duas barreiras separadas: o endotélio microvascular e o epitélio alveolar. Na SARA, a integridade dessa barreira está comprometida por lesão endotelial ou Leonardo Vinícius Ribeiro Moreira BBPM III - Patologia epitelial, ou, mais comumente, ambas. As consequências agudas do dano à membrana capilar alveolar incluem aumento da permeabilidade vascular e transudação alveolar, perda da capacidade de difusão e anormalidades do surfactante disseminadas causadas por dano aos pneumócitos do tipo II. Após a lesão há aumento na síntese de interleucina 8 (IL-8) pelos macrófagos pulmonares; a IL-8 é um potente agente quimiotático de neutrófilos. A liberação desses e outros mediadores similares, como a IL-1 e o fator de necrose tumoral, induz a ativação endotelial, o sequestro e a ativação de neutrófilos nos capilares pulmonares. Os neutrófilos ativados liberam uma série de produtos (p. ex., oxidantes, proteases, fator ativador de plaquetas, leucotrienos) que causam dano ao epitélio e ao endotélio alveolar. A lesão combinada ao epitélio e ao endotélio perpetua a exsudação vascular, e a perda do surfactante dificulta a expansão da unidade alveolar. Extravasamento de líquidos e proteínas (edema); Taquicardia, taquipneia e alcalose respiratória; Fibrina na luz alveolar (membrana hialina). Migração de neutrófilos e fibroblastos (produção de mediadores inflamatórios e fibrina); Fibrose pulmonar precoce; Complicações infecciosas e barotraumas; Intensa taquipneia e dispneia; Diminuição da complacência pulmonar; Shunt pulmonar elevado (perfusão sem ventilação) e PaCO2 elevada. Fibrose pulmonar e hipoxemia grave; Não responde tratamento; Acidose respiratória.
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