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Patologias do Sistema Respiratório Pamela Barbieri – T23 – FMBM Profª Dra. Cristiane Tefé Edema → aumento anormal de líquido nos espaços intersticiais. No edema pulmonar, ocorre acúmulo de líquido perivascular, intersticial e em sequência no espaço vascular. 1)Macroscopicamente, podemos ver que este pulmão se encontra encharcado. Aumento do volume, mais pesado. 2)Marcas dos septos interlobulares por consequência de excesso de fluido. Parte mais clara: vazamento de líquido. Edema pulmonar, congestão, hemorragia. Edema, microhemorragia e congestão. Patologias do Sistema Respiratório Pamela Barbieri – T23 – FMBM Profª Dra. Cristiane Tefé Paredes dos capilares dilatadas. Tipos de edemas pulmonares: →Edema pulmonar hemodinâmico →Lesão microvascular ✓ Edema pulmonar hemodinâmico → aumento da pressão hidrostática: ICC Uma área de edema com congestão, hemorragia, macrófagos, formação de hemossiderina → edema pulmonar hemodinâmico (céls da insuficiência cardíaca ou céls do vício cardíaco). ✓ Lesão microvascular → lesão dos capilares dos septos alveolares; lesão do endotélio ▪Casos mais graves: lesão dos capilares dos septos alveolares → lesão pulmonar aguda (LPA) – é um edema não cardiogênico (lesão diretamente no endotélio); infiltrados pulmonares na ausência de ICC. ▪Casos severos: lesão pulmonar aguda → SARA. LPA e SARA → aumento da permeabilidade vascular; inflamação; morte de células endoteliais e epiteliais. Na SARA esses processos são mais exacerbados. ✓ Patogenia: Na SARA, a integridade da barreira está comprometida por lesão endotelial ou epitelial, ou, mais comumente, ambas. Ocorre aumento da permeabilidade vascular e transudação alveolar, perda da capacidade de difusão e anormalidades do surfactante disseminadas causadas por dano aos pneumócitos do tipo II. Embora as bases celular e molecular da lesão pulmonar aguda e da SARA permaneçam áreas de investigação ativa, trabalhos recentes sugerem que, na SARA, a lesão pulmonar é causada por um desequilíbrio dos mediadores pró e anti-inflamatórios. Após 30 minutos da lesão aguda há aumento na síntese de interleucina 8 (IL-8) pelos macrófagos pulmonares; a IL-8 é um potente agente quimiotático de neutrófilos. A liberação desses e outros Patologias do Sistema Respiratório Pamela Barbieri – T23 – FMBM Profª Dra. Cristiane Tefé mediadores similares, como a IL-1 e o fator de necrose tumoral, induz a ativação endotelial, o sequestro e a ativação de neutrófilos nos capilares pulmonares. Acredita-se que os neutrófilos apresentem um importante papel na patogenia da SARA. O exame histológico dos pulmões nas fases precoces da doença demonstra aumento no número de neutrófilos no espaço vascular, interstício e alvéolos. Os neutrófilos ativados liberam uma série de produtos (oxidantes, proteases, fator ativador de plaquetas, leucotrienos) que causam danos ao epitélio e ao endotélio alveolar. A lesão combinada ao epitélio e ao endotélio perpetua a exsudação vascular, e a perda do surfactante dificulta a expansão da unidade alveolar. A força destrutiva liberada pelos neutrófilos pode ser contrabalanceada por uma série de antiproteases endógenas, antioxidantes e citocinas anti-inflamatórias (p. ex., IL-10), que são estimuladas por citocinas pró-inflamatórias. No final, é o balanço entre os fatores destrutivos e protetores que determina o grau de lesão tecidual e da severidade clínica da SARA. (Robbins) Processo de complicação dessa lesão pulmonar ocorre devido a um processo inflamatório muito extenso, devido IL- 8, TNF, liberação de proteases, grânulos, que irão destruir células tipo 1. Forma uma membrana hialina, que dificulta trocas gasosas. Características clínicas: aproximadamente 85% dos pacientes desenvolvem a síndrome clínica da angústia respiratória aguda ou SARA dentro de 72 horas após a lesão inicial. Com as melhorias na terapia de suporte, a taxa de mortalidade dos 190.000 casos de SARA que ocorrem anualmente diminuiu de 60% para 40% na última década. Os fatores preditivos de um prognóstico ruim incluem idade avançada, bacteremia subjacente (sepse) e desenvolvimento de falência multissistêmica (especialmente cardíaca, renal e hepática). Caso paciente sobreviva ao estágio agudo, pode ocorrer fibrose intersticial difusa com comprometimento Patologias do Sistema Respiratório Pamela Barbieri – T23 – FMBM Profª Dra. Cristiane Tefé contínuo da função respiratória. Entretanto, na maioria dos pacientes que sobrevivem ao episódio agudo e são poupados das sequelas crônicas, a função respiratória normal retorna dentro de 6-12 meses. Pulmão direito com aumento de volume por exsudato, formação de membrana hialina. Parte mais clara: depósito de colágeno, fibrina, resto de céls inflamatórias. Forma contorno bem róseo ao redor dos alveolos: membrana hialina. Patologias do Sistema Respiratório Pamela Barbieri – T23 – FMBM Profª Dra. Cristiane Tefé Parênquima destruído: hemorragia, muitas céls. inflamatórias. Formação da membrana hialina. Patologias do Sistema Respiratório Pamela Barbieri – T23 – FMBM Profª Dra. Cristiane Tefé Hemorragia, macrófagos, membrana hialina. Setas amarelas: tentativa de proliferação de P2. A SARA é uma síndrome clínica de insuficiência respiratória progressiva causada por dano alveolar difuso no contexto de sepse, trauma severo ou infecção pulmonar difusa. • Os neutrófilos e seus produtos apresentam papel central na patogenia da SARA por causar lesão epitelial e endotelial. • Os achados histológicos característicos são edema alveolar, necrose epitelial, acúmulo de neutrófilos e presença de membrana hialina revestindo os ductos alveolares. Na fase aguda da SARA, os pulmões estão vermelho-escuros, firmes, sem ar e pesados. O exame microscópico revela congestão capilar, necrose das células epiteliais alveolares, edema e hemorragia intersticial e intra-alveolar, e (particularmente na sepse) acúmulo de neutrófilos nos capilares. O achado mais característico é a presença de membrana hialina revestindo os ductos alveolares distentidos. A membrana hialina consiste em fluido de edema rico em fibrina misturado com remanescentes de células epiteliais necróticas. No estágio de organização, ocorre vigorosa proliferação de pneumócitos do tipo II em uma tentativa de regenerar o revestimento alveolar. A resolução é incomum; mais comumente há organização dos exsudatos de fibrina com fibrose intra-alveolar. O espessamento marcado dos septos alveolares ocorre em consequência da proliferação das células intersticiais e deposição de colágeno.
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