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PROFª DRª MARIA LEOPOLDINA (DINA) PEREIRA BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR (BNCC) – PRINCÍPIOS BÁSICOS BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR (BNCC) – O COMEÇO DE TUDO A NECESSIDADE DA FORMULAÇÃO DE UMA BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR QUE CONTASSE COM A PARTICIPAÇÃO SOCIAL ESTÁ SINALIZADA NO PLANO NACIONAL DE EDUCAÇÃO (LEI N.º 13.005/2014), EM SUA META Nº 7.1, NO ART. 26 DA LDB (LEI 9.394 DE 1996) E PREVISTA NA CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988, QUE EM SEU ARTIGO 210, DISPÕE QUE “SERÃO FIXADOS CONTEÚDOS MÍNIMOS PARA O ENSINO FUNDAMENTAL, MANEIRA A ASSEGURAR A FORMAÇÃO BÁSICA COMUM E RESPEITO AOS VALORES CULTURAIS E ARTÍSTICOS, NACIONAIS E REGIONAIS.” O QUE É A BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR? (...) É UM DOCUMENTO DE CARÁTER NORMATIVO QUE DEFINE O CONJUNTO ORGÂNICO E PROGRESSIVO DE APRENDIZAGENS ESSENCIAIS QUE TODOS OS ALUNOS DEVEM DESENVOLVER AO LONGO DAS ETAPAS E MODALIDADES DA EDUCAÇÃO BÁSICA, DE MODO A QUE TENHAM ASSEGURADOS SEUS DIREITOS DE APRENDIZAGEM E DESENVOLVIMENTO, EM CONFORMIDADE COM O QUE PRECEITUA O PLANO NACIONAL DE EDUCAÇÃO (PNE). ESTE DOCUMENTO NORMATIVO APLICA-SE EXCLUSIVAMENTE À EDUCAÇÃO ESCOLAR, TAL COMO A DEFINE O § 1º DO ARTIGO 1º DA LEI DE DIRETRIZES E BASES DA EDUCAÇÃO NACIONAL (LDB, LEI Nº 9.394/1996)1 , E ESTÁ ORIENTADO PELOS PRINCÍPIOS ÉTICOS, POLÍTICOS E ESTÉTICOS QUE VISAM À FORMAÇÃO HUMANA INTEGRAL E À CONSTRUÇÃO DE UMA SOCIEDADE JUSTA, DEMOCRÁTICA E INCLUSIVA, COMO FUNDAMENTADO NAS DIRETRIZES CURRICULARES NACIONAIS DA EDUCAÇÃO BÁSICA (DCN) (BRASIL, 2017, P. 5). A BNCC SE CONSTITUI COMO: REFERÊNCIA NACIONAL PARA A FORMULAÇÃO DOS CURRÍCULOS DOS SISTEMAS E DAS REDES ESCOLARES DOS ESTADOS, DO DISTRITO FEDERAL E DOS MUNICÍPIOS E DAS PROPOSTAS PEDAGÓGICAS DAS INSTITUIÇÕES ESCOLARES, A BNCC INTEGRA A POLÍTICA NACIONAL DA EDUCAÇÃO BÁSICA E VAI CONTRIBUIR PARA O ALINHAMENTO DE OUTRAS POLÍTICAS E AÇÕES, EM ÂMBITO FEDERAL, ESTADUAL E MUNICIPAL, REFERENTES À FORMAÇÃO DE PROFESSORES, À AVALIAÇÃO, À ELABORAÇÃO DE CONTEÚDOS EDUCACIONAIS E AOS CRITÉRIOS PARA A OFERTA DE INFRAESTRUTURA ADEQUADA PARA O PLENO DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO (BRASIL, 2017, P. 5). OBJETIVOS DA BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR • AJUDAR A SUPERAR A FRAGMENTAÇÃO DAS POLÍTICAS EDUCACIONAIS; • ENSEJAR O FORTALECIMENTO DO REGIME DE COLABORAÇÃO ENTRE AS TRÊS ESFERAS DE GOVERNO; • SER BALIZADORA DA QUALIDADE DA EDUCAÇÃO. PARA ALÉM DA GARANTIA DE ACESSO E PERMANÊNCIA NA ESCOLA, É NECESSÁRIO QUE SISTEMAS, REDES E ESCOLAS GARANTAM UM PATAMAR COMUM DE APRENDIZAGENS A TODOS OS ESTUDANTES, TAREFA PARA A QUAL A BNCC É INSTRUMENTO FUNDAMENTAL. AO LONGO DA EDUCAÇÃO BÁSICA, AS APRENDIZAGENS ESSENCIAIS DEFINIDAS NA BNCC DEVEM CONCORRER PARA ASSEGURAR AOS ESTUDANTES O DESENVOLVIMENTO DE DEZ COMPETÊNCIAS GERAIS, QUE CONSUBSTANCIAM, NO ÂMBITO PEDAGÓGICO, OS DIREITOS DE APRENDIZAGEM E DESENVOLVIMENTO. COMPETÊNCIA • “É DEFINIDA COMO A MOBILIZAÇÃO DE CONHECIMENTOS (CONCEITOS E PROCEDIMENTOS), HABILIDADES (PRÁTICAS, COGNITIVAS E SOCIOEMOCIONAIS), ATITUDES E VALORES PARA RESOLVER DEMANDAS COMPLEXAS DA VIDA COTIDIANA, DO PLENO EXERCÍCIO DA CIDADANIA E DO MUNDO DO TRABALHO” (BRASIL, 2017, P. 6). • AO DEFINIR ESSAS COMPETÊNCIAS, A BNCC RECONHECE QUE A “EDUCAÇÃO DEVE AFIRMAR VALORES E ESTIMULAR AÇÕES QUE CONTRIBUAM PARA A TRANSFORMAÇÃO DA SOCIEDADE, TORNANDO-A MAIS HUMANA, SOCIALMENTE JUSTA E, TAMBÉM, VOLTADA PARA A PRESERVAÇÃO DA NATUREZA” (BRASIL, 2013), MOSTRANDO-SE TAMBÉM ALINHADA À AGENDA 2030 DA ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS (ONU). É IMPRESCINDÍVEL DESTACAR QUE AS COMPETÊNCIAS GERAIS DA BNCC, APRESENTADAS A SEGUIR, INTER-RELACIONAM-SE E DESDOBRAM-SE NO TRATAMENTO DIDÁTICO PROPOSTO PARA AS TRÊS ETAPAS DA EDUCAÇÃO BÁSICA (EDUCAÇÃO INFANTIL, ENSINO FUNDAMENTAL E ENSINO MÉDIO), ARTICULANDO-SE NA CONSTRUÇÃO DE CONHECIMENTOS, NO DESENVOLVIMENTO DE HABILIDADES E NA FORMAÇÃO DE ATITUDES E VALORES, NOS TERMOS DA LDB (BRASIL, 2017, P. 6). AS DEZ COMPETÊNCIAS GERAIS DA BNCC 1. VALORIZAR E UTILIZAR OS CONHECIMENTOS HISTORICAMENTE CONSTRUÍDOS SOBRE O MUNDO FÍSICO, SOCIAL, CULTURAL E DIGITAL PARA ENTENDER E EXPLICAR A REALIDADE, CONTINUAR APRENDENDO E COLABORAR PARA A CONSTRUÇÃO DE UMA SOCIEDADE JUSTA, DEMOCRÁTICA E INCLUSIVA. 2. EXERCITAR A CURIOSIDADE INTELECTUAL E RECORRER À ABORDAGEM PRÓPRIA DAS CIÊNCIAS, INCLUINDO A INVESTIGAÇÃO, A REFLEXÃO, A ANÁLISE CRÍTICA, A IMAGINAÇÃO E A CRIATIVIDADE, PARA INVESTIGAR CAUSAS, ELABORAR E TESTAR HIPÓTESES, FORMULAR E RESOLVER PROBLEMAS E CRIAR SOLUÇÕES (INCLUSIVE TECNOLÓGICAS) COM BASE NOS CONHECIMENTOS DAS DIFERENTES ÁREAS. 3. VALORIZAR E FRUIR AS DIVERSAS MANIFESTAÇÕES ARTÍSTICAS E CULTURAIS, DAS LOCAIS ÀS MUNDIAIS, E TAMBÉM PARTICIPAR DE PRÁTICAS DIVERSIFICADAS DA PRODUÇÃO ARTÍSTICO- CULTURAL. 4. UTILIZAR DIFERENTES LINGUAGENS – VERBAL (ORAL OU VISUAL-MOTORA, COMO LIBRAS, E ESCRITA), CORPORAL, VISUAL, SONORA E DIGITAL –, BEM COMO CONHECIMENTOS DAS LINGUAGENS ARTÍSTICA, MATEMÁTICA E CIENTÍFICA, PARA SE EXPRESSAR E PARTILHAR INFORMAÇÕES, EXPERIÊNCIAS, IDEIAS E SENTIMENTOS EM DIFERENTES CONTEXTOS E PRODUZIR SENTIDOS QUE LEVEM AO ENTENDIMENTO MÚTUO. 5. COMPREENDER, UTILIZAR E CRIAR TECNOLOGIAS DIGITAIS DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO DE FORMA CRÍTICA, SIGNIFICATIVA, REFLEXIVA E ÉTICA NAS DIVERSAS PRÁTICAS SOCIAIS (INCLUINDO AS ESCOLARES) PARA SE COMUNICAR, ACESSAR E DISSEMINAR INFORMAÇÕES, PRODUZIR CONHECIMENTOS, RESOLVER PROBLEMAS E EXERCER PROTAGONISMO E AUTORIA NA VIDA PESSOAL E COLETIVA. 6. VALORIZAR A DIVERSIDADE DE SABERES E VIVÊNCIAS CULTURAIS E APROPRIAR-SE DE CONHECIMENTOS E EXPERIÊNCIAS QUE LHE POSSIBILITEM ENTENDER AS RELAÇÕES PRÓPRIAS DO MUNDO DO TRABALHO E FAZER ESCOLHAS ALINHADAS AO EXERCÍCIO DA CIDADANIA E AO SEU PROJETO DE VIDA, COM LIBERDADE, AUTONOMIA, CONSCIÊNCIA CRÍTICA E RESPONSABILIDADE. 7. ARGUMENTAR COM BASE EM FATOS, DADOS E INFORMAÇÕES CONFIÁVEIS, PARA FORMULAR, NEGOCIAR E DEFENDER IDEIAS, PONTOS DE VISTA E DECISÕES COMUNS QUE RESPEITEM E PROMOVAM OS DIREITOS HUMANOS, A CONSCIÊNCIA SOCIOAMBIENTAL E O CONSUMO RESPONSÁVEL EM ÂMBITO LOCAL, REGIONAL E GLOBAL, COM POSICIONAMENTO ÉTICO EM RELAÇÃO AO CUIDADO DE SI MESMO, DOS OUTROS E DO PLANETA. 8. CONHECER-SE, APRECIAR-SE E CUIDAR DE SUA SAÚDE FÍSICA E EMOCIONAL, COMPREENDENDO-SE NA DIVERSIDADE HUMANA E RECONHECENDO SUAS EMOÇÕES E AS DOS OUTROS, COM AUTOCRÍTICA E CAPACIDADE PARA LIDAR COM ELAS. 9. EXERCITAR A EMPATIA, O DIÁLOGO, A RESOLUÇÃO DE CONFLITOS E A COOPERAÇÃO, FAZENDO-SE RESPEITAR E PROMOVENDO O RESPEITO AO OUTRO E AOS DIREITOS HUMANOS, COM ACOLHIMENTO E VALORIZAÇÃO DA DIVERSIDADE DE INDIVÍDUOS E DE GRUPOS SOCIAIS, SEUS SABERES, IDENTIDADES, CULTURAS E POTENCIALIDADES, SEM PRECONCEITOS DE QUALQUER NATUREZA. 10. AGIR PESSOAL E COLETIVAMENTE COM AUTONOMIA, RESPONSABILIDADE, FLEXIBILIDADE, RESILIÊNCIA E DETERMINAÇÃO, TOMANDO DECISÕES COM BASE EM PRINCÍPIOS ÉTICOS, DEMOCRÁTICOS, INCLUSIVOS, SUSTENTÁVEIS E SOLIDÁRIOS. OS MARCOS LEGAIS QUE EMBASAM A BNCC CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988 ARTIGO 205 - RECONHECE A EDUCAÇÃO COMO DIREITO FUNDAMENTAL COMPARTILHADO ENTRE ESTADO, FAMÍLIA E SOCIEDADE AO DETERMINAR QUE “A EDUCAÇÃO, DIREITO DE TODOS E DEVER DO ESTADO E DA FAMÍLIA, SERÁ PROMOVIDA E INCENTIVADA COM A COLABORAÇÃO DA SOCIEDADE, VISANDO AO PLENO DESENVOLVIMENTO DA PESSOA, SEU PREPARO PARA O EXERCÍCIO DA CIDADANIA E SUA QUALIFICAÇÃO PARA O TRABALHO” (BRASIL, 1988). ARTIGO 210 - RECONHECE A NECESSIDADEDE QUE SEJAM “FIXADOS CONTEÚDOS MÍNIMOS PARA O ENSINO FUNDAMENTAL, DE MANEIRA A ASSEGURAR FORMAÇÃO BÁSICA COMUM E RESPEITO AOS VALORES CULTURAIS E ARTÍSTICOS, NACIONAIS E REGIONAIS” (BRASIL, 1988). LEI DE DIRETRIZES E BASES DA EDUCAÇÃO NACIONAL – LEI 9394/1996 ARTIGO 9º, INCISO IV – “CABE À UNIÃO ESTABELECER, EM COLABORAÇÃO COM OS ESTADOS, O DISTRITO FEDERAL E OS MUNICÍPIOS, COMPETÊNCIAS E DIRETRIZES PARA A EDUCAÇÃO INFANTIL, O ENSINO FUNDAMENTAL E O ENSINO MÉDIO, QUE NORTEARÃO OS CURRÍCULOS E SEUS CONTEÚDOS MÍNIMOS, DE MODO A ASSEGURAR FORMAÇÃO BÁSICA COMUM” (BRASIL, 1996; ÊNFASE ADICIONADA). IMPORTANTE!!!!! O QUE É BÁSICO-COMUM E O QUE É DIVERSO EM MATÉRIA CURRICULAR: AS COMPETÊNCIAS E DIRETRIZES SÃO COMUNS, OS CURRÍCULOS SÃO DIVERSOS. AO DIZER QUE OS CONTEÚDOS CURRICULARES ESTÃO A SERVIÇO DO DESENVOLVIMENTO DE COMPETÊNCIAS, A LDB ORIENTA A DEFINIÇÃO DAS APRENDIZAGENS ESSENCIAIS, E NÃO APENAS DOS CONTEÚDOS MÍNIMOS A SER ENSINADOS (BRASIL, 2017, P. 9). ARTIGO 26 (RELAÇÃO ENTRE O QUE É BÁSICO-COMUM E O QUE É DIVERSO) – “OS CURRÍCULOS DA EDUCAÇÃO INFANTIL, DO ENSINO FUNDAMENTAL E DO ENSINO MÉDIO DEVEM TER BASE NACIONAL COMUM, A SER COMPLEMENTADA, EM CADA SISTEMA DE ENSINO E EM CADA ESTABELECIMENTO ESCOLAR, POR UMA PARTE DIVERSIFICADA, EXIGIDA PELAS CARACTERÍSTICAS REGIONAIS E LOCAIS DA SOCIEDADE, DA CULTURA, DA ECONOMIA E DOS EDUCANDOS” (BRASIL, 1996; ÊNFASE ADICIONADA). • LEI Nº 13.415/2017 – ALTERA A LDB (A LEGISLAÇÃO BRASILEIRA PASSA A UTILIZAR, CONCOMITANTEMENTE, DUAS NOMENCLATURAS PARA SE REFERIR ÀS FINALIDADES DA EDUCAÇÃO): • ART. 35-A. A BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR DEFINIRÁ DIREITOS E OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM DO ENSINO MÉDIO, CONFORME DIRETRIZES DO CONSELHO NACIONAL DE EDUCAÇÃO, NAS SEGUINTES ÁREAS DO CONHECIMENTO [...] • ART. 36. § 1º A ORGANIZAÇÃO DAS ÁREAS DE QUE TRATA O CAPUT E DAS RESPECTIVAS COMPETÊNCIAS E HABILIDADES SERÁ FEITA DE ACORDO COM CRITÉRIOS ESTABELECIDOS EM CADA SISTEMA DE ENSINO (BRASIL, 20178; ÊNFASES ADICIONADAS). DIRETRIZES CURRICULARES NACIONAIS GERAIS PARA A EDUCAÇÃO BÁSICA (DCN) AMPLIAM E ORGANIZAM O CONCEITO DE CONTEXTUALIZAÇÃO COMO “A INCLUSÃO, A VALORIZAÇÃO DAS DIFERENÇAS E O ATENDIMENTO À PLURALIDADE E À DIVERSIDADE CULTURAL RESGATANDO E RESPEITANDO AS VÁRIAS MANIFESTAÇÕES DE CADA COMUNIDADE” (BRASIL, 2010). LEI 13.005/2014 – PLANO NACIONAL DE EDUCAÇÃO “REITERA A NECESSIDADE DE ESTABELECER E IMPLANTAR, MEDIANTE PACTUAÇÃO INTERFEDERATIVA [UNIÃO, ESTADOS, DISTRITO FEDERAL E MUNICÍPIOS], DIRETRIZES PEDAGÓGICAS PARA A EDUCAÇÃO BÁSICA E A BASE NACIONAL COMUM DOS CURRÍCULOS, COM DIREITOS E OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM E DESENVOLVIMENTO DOS(AS) ALUNOS(AS) PARA CADA ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO, RESPEITADAS AS DIVERSIDADES REGIONAL, ESTADUAL E LOCAL”(BRASIL, 2014). “AFIRMA A IMPORTÂNCIA DE UMA BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR PARA O BRASIL, COM O FOCO NA APRENDIZAGEM COMO ESTRATÉGIA PARA FOMENTAR A QUALIDADE DA EDUCAÇÃO BÁSICA EM TODAS AS ETAPAS E MODALIDADES (META 7), REFERINDO-SE A DIREITOS E OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM E DESENVOLVIMENTO”(BRASIL, 2017, P. 10). OS FUNDAMENTOS PEDAGÓGICOS DA BNCC • FOCO NO DESENVOLVIMENTO DE COMPETÊNCIAS O CONCEITO DE COMPETÊNCIA, ADOTADO PELA BNCC, MARCA A DISCUSSÃO PEDAGÓGICA E SOCIAL DAS ÚLTIMAS DÉCADAS E PODE SER INFERIDO NO TEXTO DA LDB, ESPECIALMENTE QUANDO SE ESTABELECEM AS FINALIDADES GERAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL E DO ENSINO MÉDIO (ARTIGOS 32 E 35); • DESDE AS DÉCADAS FINAIS DO SÉCULO XX E AO LONGO DESTE INÍCIO DO SÉCULO XXI9, O FOCO NO DESENVOLVIMENTO DE COMPETÊNCIAS TEM ORIENTADO A MAIORIA DOS ESTADOS E MUNICÍPIOS BRASILEIROS E DIFERENTES PAÍSES NA CONSTRUÇÃO DE SEUS CURRÍCULOS; • É ESSE TAMBÉM O ENFOQUE ADOTADO NAS AVALIAÇÕES INTERNACIONAIS DA ORGANIZAÇÃO PARA A COOPERAÇÃO E DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO (OCDE), QUE COORDENA O PROGRAMA INTERNACIONAL DE AVALIAÇÃO DE ALUNOS (PISA, NA SIGLA EM INGLÊS)11, E DA ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS PARA A EDUCAÇÃO, A CIÊNCIA E A CULTURA (UNESCO, NA SIGLA EM INGLÊS), QUE INSTITUIU O LABORATÓRIO LATINO-AMERICANO DE AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DA EDUCAÇÃO PARA A AMÉRICA LATINA (LLECE, NA SIGLA EM ESPANHOL) (BRASIL, 2017, P. 11). AO ADOTAR ESSE ENFOQUE, A BNCC INDICA QUE AS DECISÕES PEDAGÓGICAS DEVEM ESTAR ORIENTADAS PARA O DESENVOLVIMENTO DE COMPETÊNCIAS. POR MEIO DA INDICAÇÃO CLARA DO QUE OS ALUNOS DEVEM “SABER” (CONSIDERANDO A CONSTITUIÇÃO DE CONHECIMENTOS, HABILIDADES, ATITUDES E VALORES) E, SOBRETUDO, DO QUE DEVEM “SABER FAZER” (CONSIDERANDO A MOBILIZAÇÃO DESSES CONHECIMENTOS, HABILIDADES, ATITUDES E VALORES PARA RESOLVER DEMANDAS COMPLEXAS DA VIDA COTIDIANA, DO PLENO EXERCÍCIO DA CIDADANIA E DO MUNDO DO TRABALHO), A EXPLICITAÇÃO DAS COMPETÊNCIAS OFERECE REFERÊNCIAS PARA O FORTALECIMENTO DE AÇÕES QUE ASSEGUREM AS APRENDIZAGENS ESSENCIAIS DEFINIDAS NA BNCC (BRASIL, 2017, P. 11). O COMPROMISSO DA EDUCAÇÃO INTEGRAL • “A SOCIEDADE CONTEMPORÂNEA IMPÕE UM OLHAR INOVADOR E INCLUSIVO A QUESTÕES CENTRAIS DO PROCESSO EDUCATIVO: O QUE APRENDER, PARA QUE APRENDER, COMO ENSINAR, COMO PROMOVER REDES DE APRENDIZAGEM COLABORATIVA E COMO AVALIAR O APRENDIZADO. NO NOVO CENÁRIO MUNDIAL, RECONHECER-SE EM SEU CONTEXTO HISTÓRICO E CULTURAL, COMUNICAR-SE, SER CRIATIVO, ANALÍTICO-CRÍTICO, PARTICIPATIVO, ABERTO AO NOVO, COLABORATIVO, RESILIENTE, PRODUTIVO E RESPONSÁVEL REQUER MUITO MAIS DO QUE O ACÚMULO DE INFORMAÇÕES. • REQUER O DESENVOLVIMENTO DE COMPETÊNCIAS PARA APRENDER A APRENDER, SABER LIDAR COM A INFORMAÇÃO CADA VEZ MAIS DISPONÍVEL, ATUAR COM DISCERNIMENTO E RESPONSABILIDADE NOS CONTEXTOS DAS CULTURAS DIGITAIS, APLICAR CONHECIMENTOS PARA RESOLVER PROBLEMAS, TER AUTONOMIA PARA TOMAR DECISÕES, SER PROATIVO PARA IDENTIFICAR OS DADOS DE UMA SITUAÇÃO E BUSCAR SOLUÇÕES, CONVIVER E APRENDER COM AS DIFERENÇAS E AS DIVERSIDADES. • A BNCC PROPÕE A SUPERAÇÃO DA FRAGMENTAÇÃO RADICALMENTE DISCIPLINAR DO CONHECIMENTO, O ESTÍMULO À SUA APLICAÇÃO NA VIDA REAL, A IMPORTÂNCIA DO CONTEXTO PARA DAR SENTIDO AO QUE SE APRENDE E O PROTAGONISMO DO ESTUDANTE EM SUA APRENDIZAGEM E NA CONSTRUÇÃO DE SEU PROJETO DE VIDA” (BRASIL, 2017, P. 12 E 13). O PACTO INTERFEDERATIVO E A IMPLEMENTAÇÃO DA BNCC: IGUALDADE, DIVERSIDADE E EQUIDADE • NO BRASIL, UM PAÍS CARACTERIZADO PELA AUTONOMIA DOS ENTES FEDERADOS, ACENTUADA DIVERSIDADE CULTURAL E PROFUNDAS DESIGUALDADES SOCIAIS, OS SISTEMAS E REDES DE ENSINO DEVEM CONSTRUIR CURRÍCULOS, E AS ESCOLAS PRECISAM ELABORAR PROPOSTAS PEDAGÓGICAS QUE CONSIDEREM AS NECESSIDADES, AS POSSIBILIDADES E OS INTERESSES DOS ESTUDANTES, ASSIM COMO SUAS IDENTIDADES LINGUÍSTICAS, ÉTNICAS E CULTURAIS. • NESSE PROCESSO, A BNCC DESEMPENHA PAPEL FUNDAMENTAL, POIS EXPLICITA AS APRENDIZAGENS ESSENCIAIS QUE TODOS OS ESTUDANTES DEVEM DESENVOLVER E EXPRESSA, PORTANTO, A IGUALDADE EDUCACIONAL SOBRE A QUAL AS SINGULARIDADES DEVEM SER CONSIDERADAS E ATENDIDAS. ESSA IGUALDADE DEVE VALER TAMBÉM PARA AS OPORTUNIDADES DE INGRESSO E PERMANÊNCIA EM UMA ESCOLA DE EDUCAÇÃO BÁSICA, SEM O QUE O DIREITO DE APRENDER NÃO SE CONCRETIZA. • DIANTE DESSE QUADRO, AS DECISÕES CURRICULARES E DIDÁTICO-PEDAGÓGICAS DAS SECRETARIAS DE EDUCAÇÃO, O PLANEJAMENTO DO TRABALHO ANUAL DAS INSTITUIÇÕES ESCOLARES E AS ROTINAS E OS EVENTOS DO COTIDIANO ESCOLAR DEVEM LEVAR EM CONSIDERAÇÃO A NECESSIDADE DE SUPERAÇÃO DESSAS DESIGUALDADES. PARA ISSO, OS SISTEMAS E REDES DE ENSINO E AS INSTITUIÇÕES ESCOLARES DEVEM SE PLANEJAR COM UM CLARO FOCO NA EQUIDADE, QUE PRESSUPÕE RECONHECER QUE AS NECESSIDADES DOSESTUDANTES SÃO DIFERENTES. BNCC E CURRÍCULOS BNCC E CURRÍCULOS TÊM PAPÉIS COMPLEMENTARES PARA ASSEGURAR AS APRENDIZAGENS ESSENCIAIS DEFINIDAS PARA CADA ETAPA DA EDUCAÇÃO BÁSICA, UMA VEZ QUE TAIS APRENDIZAGENS SÓ SE MATERIALIZAM MEDIANTE O CONJUNTO DE DECISÕES QUE CARACTERIZAM O CURRÍCULO EM AÇÃO. SÃO ESSAS DECISÕES QUE VÃO ADEQUAR AS PROPOSIÇÕES DA BNCC À REALIDADE LOCAL, CONSIDERANDO A AUTONOMIA DOS SISTEMAS OU DAS REDES DE ENSINO E DAS INSTITUIÇÕES ESCOLARES, COMO TAMBÉM O CONTEXTO E AS CARACTERÍSTICAS DOS ALUNOS. AÇÕES • CONTEXTUALIZAR OS CONTEÚDOS DOS COMPONENTES CURRICULARES, IDENTIFICANDO ESTRATÉGIAS PARA APRESENTÁ-LOS, REPRESENTÁ-LOS, EXEMPLIFICÁ-LOS, CONECTÁ-LOS E TORNÁ-LOS SIGNIFICATIVOS, COM BASE NA REALIDADE DO LUGAR E DO TEMPO NOS QUAIS AS APRENDIZAGENS ESTÃO SITUADAS; • DECIDIR SOBRE FORMAS DE ORGANIZAÇÃO INTERDISCIPLINAR DOS COMPONENTES CURRICULARES E FORTALECER A COMPETÊNCIA PEDAGÓGICA DAS EQUIPES ESCOLARES PARA ADOTAR ESTRATÉGIAS MAIS DINÂMICAS, INTERATIVAS E COLABORATIVAS EM RELAÇÃO À GESTÃO DO ENSINO E DA APRENDIZAGEM; • SELECIONAR E APLICAR METODOLOGIAS E ESTRATÉGIAS DIDÁTICO-PEDAGÓGICAS DIVERSIFICADAS, RECORRENDO A RITMOS DIFERENCIADOS E A CONTEÚDOS COMPLEMENTARES, SE NECESSÁRIO, PARA TRABALHAR COM AS NECESSIDADES DE DIFERENTES GRUPOS DE ALUNOS, SUAS FAMÍLIAS E CULTURA DE ORIGEM, SUAS COMUNIDADES, SEUS GRUPOS DE SOCIALIZAÇÃO ETC.; • CONCEBER E PÔR EM PRÁTICA SITUAÇÕES E PROCEDIMENTOS PARA MOTIVAR E ENGAJAR OS ALUNOS NAS APRENDIZAGENS; • CONSTRUIR E APLICAR PROCEDIMENTOS DE AVALIAÇÃO FORMATIVA DE PROCESSO OU DE RESULTADO QUE LEVEM EM CONTA OS CONTEXTOS E AS CONDIÇÕES DE APRENDIZAGEM, TOMANDO TAIS REGISTROS COMO REFERÊNCIA PARA MELHORAR O DESEMPENHO DA ESCOLA, DOS PROFESSORES E DOS ALUNOS; • SELECIONAR, PRODUZIR, APLICAR E AVALIAR RECURSOS DIDÁTICOS E TECNOLÓGICOS PARA APOIAR O PROCESSO DE ENSINAR E APRENDER; • CRIAR E DISPONIBILIZAR MATERIAIS DE ORIENTAÇÃO PARA OS PROFESSORES, BEM COMO MANTER PROCESSOS PERMANENTES DE FORMAÇÃO DOCENTE QUE POSSIBILITEM CONTÍNUO APERFEIÇOAMENTO DOS PROCESSOS DE ENSINO E APRENDIZAGEM; • MANTER PROCESSOS CONTÍNUOS DE APRENDIZAGEM SOBRE GESTÃO PEDAGÓGICA E CURRICULAR PARA OS DEMAIS EDUCADORES, NO ÂMBITO DAS ESCOLAS E SISTEMAS DE ENSINO. ORGANIZAÇÃO DE CURRÍCULOS E PROPOSTAS • EDUCAÇÃO ESPECIAL, • EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS, • EDUCAÇÃO DO CAMPO, EDUCAÇÃO ESCOLAR INDÍGENA, • EDUCAÇÃO ESCOLAR QUILOMBOLA, • EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA. PAPEL DE ESTADOS E MUNICÍPIOS (SISTEMAS DE ENSINO) É DA ALÇADA DOS ENTES FEDERADOS RESPONSÁVEIS PELA IMPLEMENTAÇÃO DA BNCC O RECONHECIMENTO DA EXPERIÊNCIA CURRICULAR EXISTENTE EM SEU ÂMBITO DE ATUAÇÃO. NAS DUAS ÚLTIMAS DÉCADAS, MAIS DA METADE DOS ESTADOS E MUITOS MUNICÍPIOS VÊM ELABORANDO CURRÍCULOS PARA SEUS RESPECTIVOS SISTEMAS DE ENSINO, INCLUSIVE PARA ATENDER ÀS ESPECIFICIDADES DAS DIFERENTES MODALIDADES. MUITAS ESCOLAS PÚBLICAS E PARTICULARES TAMBÉM ACUMULARAM EXPERIÊNCIAS DE DESENVOLVIMENTO CURRICULAR E DE CRIAÇÃO DE MATERIAIS DE APOIO AO CURRÍCULO, ASSIM COMO INSTITUIÇÕES DE ENSINO SUPERIOR CONSTRUÍRAM EXPERIÊNCIAS DE CONSULTORIA E DE APOIO TÉCNICO AO DESENVOLVIMENTO CURRICULAR. INVENTARIAR E AVALIAR TODA ESSA EXPERIÊNCIA PODE CONTRIBUIR PARA APRENDER COM ACERTOS E ERROS E INCORPORAR PRÁTICAS QUE PROPICIARAM BONS RESULTADOS. • CABE AOS SISTEMAS E REDES DE ENSINO, ASSIM COMO ÀS ESCOLAS, EM SUAS RESPECTIVAS ESFERAS DE AUTONOMIA E COMPETÊNCIA, INCORPORAR AOS CURRÍCULOS E ÀS PROPOSTAS PEDAGÓGICAS A ABORDAGEM DE TEMAS CONTEMPORÂNEOS QUE AFETAM A VIDA HUMANA EM ESCALA LOCAL, REGIONAL E GLOBAL, PREFERENCIALMENTE DE FORMA TRANSVERSAL E INTEGRADORA. TEMAS • DIREITOS DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE (LEI Nº 8.069/199016), • EDUCAÇÃO PARA O TRÂNSITO (LEI Nº 9.503/199717), EDUCAÇÃO AMBIENTAL (LEI Nº 9.795/1999, PARECER CNE/CP Nº 14/2012 E RESOLUÇÃO CNE/CP Nº 2/201218), • EDUCAÇÃO ALIMENTAR E NUTRICIONAL (LEI Nº 11.947/200919), • PROCESSO DE ENVELHECIMENTO, RESPEITO E VALORIZAÇÃO DO IDOSO (LEI Nº 10.741/200320), • EDUCAÇÃO EM DIREITOS HUMANOS (DECRETO Nº 7.037/2009, PARECER CNE/CP Nº 8/2012 E RESOLUÇÃO CNE/CP Nº 1/201221), • EDUCAÇÃO DAS RELAÇÕES ÉTNICO-RACIAIS E ENSINO DE HISTÓRIA E CULTURA AFRO- BRASILEIRA, AFRICANA E INDÍGENA (LEIS Nº 10.639/2003 E 11.645/2008, PARECER CNE/CP Nº 3/2004 E RESOLUÇÃO CNE/CP Nº 1/200422), • SAÚDE, VIDA FAMILIAR E SOCIAL, EDUCAÇÃO PARA O CONSUMO, EDUCAÇÃO FINANCEIRA E FISCAL, TRABALHO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA E DIVERSIDADE CULTURAL (PARECER CNE/CEB Nº 11/2010 E RESOLUÇÃO CNE/CEB Nº 7/201023). BNCC E REGIME DE COLABORAÇÃO LEGITIMADA PELO PACTO INTERFEDERATIVO, NOS TERMOS DA LEI Nº 13.005/ 2014, QUE PROMULGOU O PNE, A BNCC DEPENDE DO ADEQUADO FUNCIONAMENTO DO REGIME DE COLABORAÇÃO PARA ALCANÇAR SEUS OBJETIVOS. SUA FORMULAÇÃO, SOB COORDENAÇÃO DO MEC, CONTOU COM A PARTICIPAÇÃO DOS ESTADOS DO DISTRITO FEDERAL E DOS MUNICÍPIOS, DEPOIS DE AMPLA CONSULTA À COMUNIDADE EDUCACIONAL E À SOCIEDADE, CONFORME CONSTA DA APRESENTAÇÃO DO PRESENTE DOCUMENTO. COM A HOMOLOGAÇÃO DA BNCC, AS REDES DE ENSINO E ESCOLAS PARTICULARES TERÃO DIANTE DE SI A TAREFA DE CONSTRUIR CURRÍCULOS, COM BASE NAS APRENDIZAGENS ESSENCIAIS ESTABELECIDAS NA BNCC, PASSANDO, ASSIM, DO PLANO NORMATIVO PROPOSITIVO PARA O PLANO DA AÇÃO E DA GESTÃO CURRICULAR QUE ENVOLVE TODO O CONJUNTO DE DECISÕES E AÇÕES DEFINIDORAS DO CURRÍCULO E DE SUA DINÂMICA. PACTO INTERFEDERATIVO ASSIM, O PACTO FEDERATIVO DISPÕE, NA EDUCAÇÃO ESCOLAR, A COEXISTÊNCIA COORDENADA E DESCENTRALIZADA DE SISTEMAS DE ENSINO SOB O REGIME DE COLABORAÇÃO RECÍPROCA: • COM UNIDADE: ART. 6º E ART. 205 DA CF/88, • COM DIVISÃO DE COMPETÊNCIAS E RESPONSABILIDADES, • COM DIVERSIDADE DE CAMPOS ADMINISTRATIVOS, • COM DIVERSIDADE DE NÍVEIS DA EDUCAÇÃO ESCOLAR, • COM ASSINALAÇÃO DE RECURSOS VINCULADOS. (P. 22). A PROPOSTA DE SNE – COM RELAÇÕES DEMOCRÁTICAS – E DE PLANOS (DECENAIS) QUE CONTENHAM DIRETRIZES, METAS, ESTRATÉGIAS E OBJETIVOS DEVE TRANSFORMAR-SE EM PROJETOS DE LEI (MUNICIPAIS, ESTADUAIS E FEDERAL) DE INICIATIVA DO PODER EXECUTIVO. COM STATUS DE LEI COMPLEMENTAR, ESTARÁ REGULAMENTANDO O ARTIGO 23 DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. NELA, AS INSTÂNCIAS DE COOPERAÇÃO INTERFEDERATIVA NO ÂMBITO DA UNIÃO (COM REPRESENTAÇÃO TRIPARTITE) E NO ÂMBITO DOS ESTADOS (COM REPRESENTAÇÃO, NO MÍNIMO, BIPARTITE ENTRE O RESPECTIVO ESTADO E OS MUNICÍPIOS EM SUA JURISDIÇÃO) DEVEM SER CLARAMENTE INSTITUÍDAS COM SUAS COMPOSIÇÕES, ATRIBUIÇÕES E CAPACIDADES DE NORMATIZAÇÃO VINCULANTE. PAPEL DA UNIÃO • EM REGIME DE COLABORAÇÃO, AS RESPONSABILIDADES DOS ENTES FEDERADOS SERÃO DIFERENTES E COMPLEMENTARES, E A UNIÃO CONTINUARÁ A EXERCER SEU PAPEL DE COORDENAÇÃO DO PROCESSO E DE CORREÇÃO DAS DESIGUALDADES. • A UNIÃO REVISARÁ A FORMAÇÃO INICIAL E CONTINUADA DOS PROFESSORES PARA ALINHÁ-LAS À BNCC. A AÇÃO NACIONAL SERÁ CRUCIAL NESSA INICIATIVA, JÁ QUE SE TRATA DA ESFERA QUE RESPONDE PELA REGULAÇÃO DO ENSINO SUPERIOR, NÍVEL NO QUAL SE PREPARA GRANDE PARTE DESSES PROFISSIONAIS. • COMPETE AINDA À UNIÃO, COMO ANTERIORMENTE ANUNCIADO, PROMOVER E COORDENAR AÇÕES E POLÍTICAS EM ÂMBITO FEDERAL, ESTADUAL E MUNICIPAL, REFERENTES À AVALIAÇÃO, À ELABORAÇÃO DE MATERIAIS PEDAGÓGICOS E AOS CRITÉRIOS PARA A OFERTA DE INFRAESTRUTURA ADEQUADA PARA O PLENO DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO. • A IMPLEMENTAÇÃO DA BNCC REQUER, AINDA, O MONITORAMENTO PELO MEC EM COLABORAÇÃO COM OS ORGANISMOS NACIONAIS DA ÁREA – CNE, CONSED E UNDIME.• A CRIAÇÃO E DO FORTALECIMENTO DE INSTÂNCIAS TÉCNICO-PEDAGÓGICAS NAS REDES DE ENSINO, PRIORIZANDO AQUELES COM MENORES RECURSOS, TANTO TÉCNICOS QUANTO FINANCEIROS DEVERÁ SER FUNÇÃO EXERCIDA PELO MEC, EM PARCERIA COM O CONSED E A UNDIME, RESPEITADA A AUTONOMIA DOS ENTES FEDERADOS. ATUAÇÃO DO MEC • APOIO TÉCNICO E FINANCEIRO; • FOMENTO A INOVAÇÕES E A DISSEMINAÇÃO DE CASOS DE SUCESSO; • APOIO A EXPERIÊNCIAS CURRICULARES INOVADORAS; • CRIAÇÃO DE OPORTUNIDADES DE ACESSO A CONHECIMENTOS E EXPERIÊNCIAS DE OUTROS PAÍSES; • FOMENTO DE ESTUDOS E PESQUISAS SOBRE CURRÍCULOS E TEMAS AFINS” (BRASIL, 2017, P. 18/19). PROFª DRª MARIA LEOPOLDINA (DINA) PEREIRA A EDUCAÇÃO INFANTIL NA BNCC EDUCAÇÃO INFANTIL: CONCEITOS E DIREITOS A expressão educação “pré-escolar”, utilizada no Brasil até a década de 1980, expressava o entendimento de que a Educação Infantil era uma etapa anterior, independente e preparatória para a escolarização, que só teria seu começo no Ensino Fundamental. Situava-se, portanto, fora da educação formal. Com a Constituição Federal de 1988, o atendimento em creche e pré-escola às crianças de zero a 6 anos de idade torna-se dever do Estado. Posteriormente, com a promulgação da LDB, em 1996, a Educação Infantil passa a ser parte integrante da Educação Básica, situando-se no mesmo patamar que o Ensino Fundamental e o Ensino Médio. E a partir da modificação introduzida na LDB em 2006, que antecipou o acesso ao Ensino Fundamental para os 6 anos de idade, a Educação Infantil passa a atender a faixa etária de zero a 5 anos. EDUCAÇÃO INFANTIL E BNCC : ANTECEDENTES a) A BNC da Educação Infantil deriva das DCNEI (Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil); b) A BNCC representa um momento importante para sublinhar a s c o n c e p ç õ e s d e c r i a n ç a e c u r r í c u l o j á expressas nas DNCEI; c) Na Educação Infantil, parte significativa de uma Base Nacional Comum – BNC está estabelecida nas atuais DCNEI, expressa no seus artigos 8º e 9º. EDUCAÇÃO INFANTIL: CONCEITOS E DIREITOS Embora reconhecida como direito de todas as crianças e dever do Estado, a Educação Infantil passa a ser obrigatória para as crianças de 4 e 5 anos apenas com a Emenda Constitucional nº 59/2009, que determina a obrigatoriedade da Educação Básica dos 4 aos 17 anos. Essa extensão da obrigatoriedade é incluída na LDB em 2013, consagrando plenamente a obrigatoriedade de matrícula de todas as crianças de 4 e 5 anos em instituições de Educação Infantil. DNCEI X BNCC: UMA INTERDEPENDÊNCIA As Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação Infantil (DCNEI, Resolução CNE/CEB nº 5/2009), em seu Artigo 4º, definem a criança como sujeito histórico e de direitos, que, nas interações, relações e práticas cotidianas que vivencia, constrói sua identidade pessoal e coletiva, brinca, imagina, fantasia, deseja, aprende, observa, experimenta, narra, questiona e constrói sentidos sobre a natureza e a sociedade, produzindo cultura (BRASIL, 2009). EDUCAÇÃO INFANTIL E BNCC : A CONCEPÇÃO DE CRIANÇA A concepção de educação de crianças explicitado na BNCC rompe com dois modos de educação: • o assistencialista – que desconsidera a especificidade educativa das crianças dessa faixa etária; • o escolarizante – que se orienta, equivocadamente, por práticas do Ensino Fundamental. Ainda de acordo com as DCNEI, em seu Artigo 9º, os eixos estruturantes das práticas pedagógicas dessa etapa da Educação Básica são as interações e a brincadeira, experiências nas quais as crianças podem construir e apropriar-se de conhecimentos por meio de suas ações e interações com seus pares e com os adultos, o que possibilita aprendizagens, desenvolvimento e socialização. EDUCAÇÃO INFANTIL: ENTRE O CUIDAR E O EDUCAR Nas últimas décadas, vem se consolidando, na Educação Infantil, a concepção que vincula educar e cuidar, entendendo o cuidado como algo indissociável do processo educativo. Nesse contexto, as creches e pré-escolas, ao acolher as vivências e os conhecimentos construídos pelas crianças no ambiente da família e no contexto de sua comunidade, e articulá-los em suas propostas pedagógicas, têm o objetivo de ampliar o universo de experiências, conhecimentos e habilidades dessas crianças, diversificando e consolidando novas aprendizagens. • São objetivos da educação infantil a fim de garantir os direitos das crianças: acesso a processos de apropriação, de renovação e de articulação de saberes e conhecimentos, como requisito para a formação humana, para a participação social e para a cidadania, desde seu nascimento até seis anos de idade. • Em função dos princípios apresentados, e na tarefa de garantir às crianças seu direito de viver a infância e se desenvolver, as experiências no espaço de Educação Infantil devem possibilitar o encontro pela criança de explicações sobre o que ocorre à sua volta e consigo mesma enquanto desenvolvem formas de agir, sentir e pensar (Parecer 20, 2009, p. 14). EDUCAÇÃO INFANTIL NA BNCC : ORGANIZAÇÃO 1. DIREITOS DE APRENDIZAGEM NA EDUCAÇÃO INFANTIL 2. CAMPOS DE EXPERIÊNCIAS E OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM NA EDUCAÇÃO INFANTIL Nas últimas décadas, vem se consolidando, na Educação Infantil, a concepção que vincula educar e cuidar, entendendo o cuidado como algo indissociável do processo educativo. Nesse contexto, as creches e pré-escolas, ao acolher as vivências e os conhecimentos construídos pelas crianças no ambiente da família e no contexto de sua comunidade, e articulá-los em suas propostas pedagógicas, têm o objetivo de ampliar o universo de experiências, conhecimentos e habilidades dessas crianças, diversificando e consolidando novas aprendizagens. Tendo em vista os eixos estruturantes das práticas pedagógicas e as competências gerais da Educação Básica propostas pela BNCC, seis direitos de aprendizagem e desenvolvimento asseguram, na Educação Infantil, as condições para que as crianças aprendam em situações nas quais possam desempenhar um papel ativo em ambientes que as convidem a vivenciar desafios e a sentirem-se provocadas a resolvê-los, nas quais possam construir significados sobre si, os outros e o mundo social e natural. DIREITOS DE APRENDIZAGEM E DESENVOLVIMENTO NA EDUCAÇÃO INFANTIL 1. Conviver com outras crianças e adultos, em pequenos e grandes grupos, utilizando diferentes linguagens, ampliando o conhecimento de si e do outro, o respeito em relação à cultura e às diferenças entre as pessoas. FORMAS DE GARANTIR ESSE DIREITO • Criando situações em que os pequenos possam brincar e interagir com os colegas, mas não. • Jogos, por exemplo, são importantes para que as crianças vivenciem situações em que precisam respeitar regras. • Ações como permitir que as crianças participem da organização da convivência do grupo, envolvê-las nas tarefas que viabilizam ocotidiano como organizar o ambiente da sala de aula ou guardarem os brinquedos e materiais ao final de cada brincadeira ou tarefa. 2. Brincar cotidianamente de diversas formas, em diferentes espaços e tempos, com diferentes parceiros (crianças e adultos), ampliando e diversificando seu acesso a produções culturais, seus conhecimentos, sua imaginação, sua criatividade, suas experiências emocionais, corporais, sensoriais, expressivas, cognitivas, sociais e relacionais. FORMAS DE GARANTIR ESSE DIREITO • Brincadeiras são iniciativas infantis que o adulto deve acolher e enriquecer, porém, de forma planejada e variada. • A partir da observação das crianças o professor pode disponibilizar materiais que auxiliem o desenvolvimento da brincadeira ou que conduzam a outras experiências. • Pode também promover conversas posteriores para discutir o que observou. 3. Participar ativamente, com adultos e outras crianças, tanto do planejamento da gestão da escola e das atividades propostas pelo educador quanto da realização das atividades da vida cotidiana, tais como a escolha das brincadeiras, dos materiais e dos ambientes, desenvolvendo diferentes linguagens e elaborando conhecimentos, decidindo e se posicionando. FORMAS DE GARANTIR ESSE DIREITO • Envolver as crianças em todas as etapas de construção de projetos, permitindo que elas ajudem a decidir como farão, quais materiais serão usados, etc. • O professor observa o que ele já faz por elas e pode ser feito com elas. Permitir que participem das decisões que dizem respeito a elas mesmas e que organizam o cotidiano coletivo. 4. Explorar movimentos, gestos, sons, formas, texturas, cores, palavras, emoções, transformações, relacionamentos, histórias, objetos, elementos da natureza, na escola e fora dela, ampliando seus saberes sobre a cultura, em suas diversas modalidades: as artes, a escrita, a ciência e a tecnologia. FORMAS DE GARANTIR ESSE DIREITO • Permitir que as crianças explorem sozinhas diferentes materiais fornecidos pelo professor. • Explorar o elementos simbólicos, então que as crianças explorem músicas e histórias, por exemplo. • Criar momentos de reflexão e, a partir da observação e escuta, que o professor perceba o que é pertinente e necessário para as crianças. 5. Expressar, como sujeito dialógico, criativo e sensível, suas necessidades, emoções, sentimentos, dúvidas, hipóteses, descobertas, opiniões, questionamentos, por meio de diferentes linguagens. FORMAS DE GARANTIR ESSE DIREITO • Rodas de conversa são imprescindíveis para que as crianças tenham seu direito garantido. • É importante que essas situações sejam frequentes para que o professor apresente materiais variados para que a criança explore e se expresse a partir de diferentes linguagens. • Promover ambientes interessantes de expressão com diferentes pessoas e situações ajudam a garantir este direito. • Outro recurso essencial é a criação de momentos de fala, nos quais ambas as partes escutem e se expressem. Além disso, criar conselhos e assembleias em que os pequenos votam e argumentam sobre decisões que afetam o coletivo ajudam nessa tarefa. 6. Conhecer-se e construir sua identidade pessoal, social e cultural, constituindo uma imagem positiva de si e de seus grupos de pertencimento, nas diversas experiências de cuidados, interações, brincadeiras e linguagens vivenciadas na instituição escolar e em seu contexto familiar e comunitário. FORMAS DE GARANTIR ESSE DIREITO • É importante que o professor ajude a que as crianças se percebam, aprendam do que gostam. • A partir da observação, criar situações simples, mas que as auxiliem a descobrir si próprias e ao outro, como observação no espelho, jogos e brincadeiras que envolvam a observação e a escuta uns dos outros, etc. CAMPOS DE EXPERIÊNCIA • A BNCC estabelece cinco “Campos de Experiência” para a Educação Infantil, que indicam quais são as experiências fundamentais para que a criança aprenda e se desenvolva. • Os Campos enfatizam noções, habilidades, atitudes, valores e afetos que as crianças devem desenvolver dos 0 aos 5 anos e buscam garantir os direitos de aprendizagem das crianças. • Os Campos estão organizados de forma a apoiar o professor no planejamento de sua prática intencional. 1. O EU, O OUTRO E O NÓS Destaca experiências relacionadas à construção da identidade e da subjetividade, as aprendizagens e conquistas de desenvolvimento relacionadas à ampliação das experiências de conhecimento de si mesmo e à construção de relações, que devem ser, na medida do possível, permeadas por interações positivas, apoiadas em vínculos profundos e estáveis com os professores e os colegas. O Campo também ressalta o desenvolvimento do sentimento de pertencimento a um determinado grupo, o respeito e o valor atribuído às diferentes tradições culturais. 2. CORPO, GESTOS E MOVIMENTOS Coloca ênfase nas experiências das crianças em situações de brincadeiras, nas quais exploram o espaço com o corpo e as diferentes formas de movimentos. A partir daí, elas constroem referenciais que as orientam em relação a aproximar-se ou distanciar-se de determinados pontos, por exemplo. O Campo também valoriza as brincadeiras de “faz de conta”, nas quais as crianças podem representar o cotidiano ou o mundo da fantasia interagindo com as narrativas literárias ou teatrais. Traz, ainda, a importância de que as crianças vivam experiências com as diferentes linguagens, como a dança e a música, ressaltando seu valor nas diferentes culturas, ampliando as possibilidades expressivas do corpo e valorizando os enredos e movimentos criados na oportunidade de encenar situações fantasiosas ou narrativas e rituais conhecidos. 3. TRAÇOS,SONS, CORES E FORMAS Ressalta as experiências das crianças com as diferentes manifestações artísticas, culturais e científicas, incluindo o contato com a linguagem musical e as linguagens visuais, com foco estético e crítico. Enfatiza as experiências de escuta ativa, mas também de criação musical, com destaque às experiências corporais provocadas pela intensidade dos sons e pelo ritmo das melodias. Valoriza a ampliação do repertório musical, o desenvolvimento de preferências, a exploração de diferentes objetos sonoros ou instrumentos musicais, a identificação da qualidade do som, bem como as apresentações e/ou improvisações musicais e festas populares. Ao mesmo tempo, foca as experiências que promovam a sensibilidade investigativa no campo visual, valorizando a atividade produtiva das crianças, nas diferentes situações de que participam, envolvendo desenho, pintura, escultura, modelagem, colagem, gravura, fotografia etc.4. ESCUTA, FALA, PENSAMENTO E IMAGINAÇÃO Realça as experiências com a linguagem oral que ampliam as diversas formas sociais de comunicação presentes na cultura humana, como as conversas, cantigas, brincadeiras de roda, jogos cantados etc. Dá destaque, também, às experiências com a leitura de histórias que favoreçam aprendizagens relacionadas à leitura, ao comportamento leitor, à imaginação e à representação e, ainda, à linguagem escrita, convidando a criança a conhecer os detalhes do texto e das imagens e a ter contato com os personagens, a perceber no seu corpo as emoções geradas pela história, a imaginar cenários, construir novos desfechos etc. O Campo compreende as experiências com as práticas cotidianas de uso da escrita, sempre em contextos significativos e plenos de significados, promovendo imitação de atos escritos em situações de faz de conta, bem como situações em que as crianças se arriscam a ler e a escrever de forma espontânea, apoiadas pelo professor, que as engaja em reflexões que organizam suas ideias sobre o sistema de escrita. 5. ESPAÇO, TEMPO, QUANTIDADES, RELAÇÕES E TRANSFORMAÇÕES A ênfase está nas experiências que favorecem a construção de noções espaciais relativas a uma situação estática (como a noção de longe e perto) ou a uma situação dinâmica (para frente, para trás), potencializando a organização do esquema corporal e a percepção espacial, a partir da exploração do corpo e dos objetos no espaço. O Campo também destaca as experiências em relação ao tempo, favorecendo a construção das noções de tempo físico (dia e noite, estações do ano, ritmos biológicos) e cronológico (ontem, hoje, amanhã, semana, mês e ano), as noções de ordem temporal e histórica. Envolve experiências em relação à medida, favorecendo a ideia de que, por meio de situações problemas em contextos lúdicos, as crianças possam ampliar, aprofundar e construir novos conhecimentos sobre medidas de objetos, de pessoas e de espaços, compreender procedimentos de contagem, aprender a adicionar ou subtrair quantidades aproximando-se das noções de números e conhecendo a sequência numérica verbal e escrita. A ideia é que as crianças entendam que os números são recursos para representar quantidades e aprender a contar objetos usando a correspondência um-a-um, comparando quantidade de grupos de objetos utilizando relações como mais que, menos que, maior que e menor que. O Campo ressalta, ainda, as experiências de relações e transformações favorecendo a construção de conhecimentos e valores das crianças sobre os diferentes modos de viver de pessoas em tempos passados ou em outras culturas. Da mesma forma, é importante favorecer a construção de noções relacionadas à transformação de materiais, objetos, e situações que aproximem as crianças da ideia de causalidade. DIVISÃO POR IDADES Dentro de cada Campo, em vez de habilidades, há objetivos de aprendizagem e desenvolvimento, que a BNCC vincula a três grupos etários: 1. BEBÊS (DE ZERO A UM ANO E SEIS MESES) - (EI01TS01)- Explorar sons produzidos, com o próprio corpo e com objetos do ambiente. 2. CRIANÇAS BEM PEQUENAS (UM ANO E SETE MESES A TRÊS ANOS E ONZE MESES)- (EI02TS01) - Criar sons com materiais, objetos e instrumentos musicais, para acompanhar diversos ritmos de música. 3. CRIANÇAS PEQUENAS (QUATRO ANOS A CINCO ANOS E ONZE MESES) - (EI03TS01)- Utilizar sons produzidos por materiais, objetos e instrumentos musicais durante brincadeiras de faz de conta, encenações, criações musicais, festas. DIVISÃO POR OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM Como é possível observar no exemplo apresentado, cada objetivo de aprendizagem e desenvolvimento é identificado por um código alfanumérico cuja composição é explicada a seguir: EI02TS01 O primeiro par de letras indica a etapa de Educação Infantil. O primeiro par de números indica o grupo por faixa etária: 01 = Bebês (zero a 1 ano e 6 meses) 02 = Crianças bem pequenas (1 ano e 7 meses a 3 anos e 11 meses) 03 = Crianças pequenas (4 anos a 5 anos e 11 meses) O segundo par de letras indica o campo de experiências: EO = O eu, o outro e o nós CG = Corpo, gestos e movimentos TS = Traços, sons, cores e formas EF = Escuta, fala, pensamento e imaginação ET = Espaços, tempos, quantidades, relações e transformações O último par de números indica a posição da habilidade na numeração sequencial do campo de experiências para cada grupo/faixa etária. DIVISÃO POR OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM Segundo esse critério, o código EI 02 TS 01 refere-se ao primeiro objetivo de aprendizagem e desenvolvimento proposto no campo de experiências “Traços, sons, cores e formas” para as crianças bem pequenas (de 1 ano e 7 meses a 3 anos e 11 meses). INTENCIONALIDADE EDUCATIVA Essa concepção de criança como ser que observa, questiona, levanta hipóteses, conclui, faz julgamentos e assimila valores e que constrói conhecimentos e se apropria do conhecimento sistematizado por meio da ação e nas interações com o mundo físico e social não deve resultar no confinamento dessas aprendizagens a um processo de desenvolvimento natural ou espontâneo. Ao contrário, impõe a necessidade de imprimir intencionalidade educativa às práticas pedagógicas na Educação Infantil, tanto na creche quanto na pré-escola. Essa intencionalidade consiste na organização e proposição, pelo educador, de experiências que permitam às crianças conhecer a si e ao outro e de conhecer e compreender as relações com a natureza, com a cultura e com a produção científica, que se traduzem nas práticas de cuidados pessoais (alimentar-se, vestir-se, higienizar-se), nas brincadeiras, nas experimentações com materiais variados, na aproximação com a literatura e no encontro com as pessoas. Parte do trabalho do educador é refletir, selecionar, organizar, planejar, mediar e monitorar o conjunto das práticas e interações, garantindo a pluralidade de situações que promovam o desenvolvimento pleno das crianças. É necessário acompanhar tanto essas práticas quanto as aprendizagens das crianças, realizando a observação da trajetória de cada criança e de todo o grupo – suas conquistas, avanços, possibilidades e aprendizagens. AVALIAÇÃO NA EDUCAÇÃO INFANTIL Por meio de diversos registros, feitos em diferentes momentos tanto pelos professores quanto pelas crianças (como relatórios, portfólios, fotografias, desenhos e textos), é possível evidenciar a progressão ocorrida durante o período observado, sem intenção de seleção, promoção ou classificação de crianças em “aptas” e “não aptas”, “prontas” ou “não prontas”, “maduras” ou “imaturas”. Trata-se de reunir elementos para reorganizar tempos, espaços e situações que garantam os direitos de aprendizagem de todas as crianças. PROF. Dra. . Maria Leopoldina Pereira MATÉRIA: Fundamentos daBNCC A ESTRUTURA DA BNCC NO ENSINO FUNDAMENTAL O que muda na BNCC – Nomenclaturas: • Eixos Unidades temáticas • Conteúdos Objetivos de conhecimento • Objetivos Habilidades ESTRUTURA DA BNCC PARA O ENSINO FUNDAMENTAL COMPETÊNCIAS GERAIS ÁREAS DO CONHECIMENTO COMPONENTES CURRICULARES UNIDADES TEMÁTICAS OBJETOS DE CONHECIMENTO HABILIDADES VALE LEMBRAR QUE... Na BNCC, competência é definida como a mobilização de conhecimentos (conceitos e procedimentos), habilidades (práticas, cognitivas e socioemocionais), atitudes e valores para resolver demandas complexas da vida cotidiana, do pleno exercício da cidadania e do mundo do trabalho. AS DEZ COMPETÊNCIAS COMPETÊNCIA 1 • Foco: conhecimento Ø Utilizar os conhecimentos para entender a realidade e continuar aprendendo (sociedade mais justa, democrática e inclusiva). COMPETÊNCIA 2 • Foco: pensamento crítico, científico e criativo Ø Investigar causas, elaborar e testar hipóteses, formular e resolver problemas (investigação, reflexão, análise crítica, imaginação e criatividade). COMPETÊNCIA 3 • Foco: repertório cultural Ø Fruir manifestações artísticas e culturais e participar de práticas diversificadas de sua produção ( das locais às mundiais). COMPETÊNCIA 4 • Foco: comunicação Ø Empregar diferentes linguagens ( verbal: oral ou visual-motora, como Libras, e escrita, corporal, visual, sonora e digital, artística, matemática e científica) COMPETÊNCIA 5 • Foco: cultura digital Ø Compreender, usar e criar tecnologias da informação (TI) (protagonismo e autoria na vida pessoal e coletiva). v Tecnologia da informação e comunicação (TIC) pode ser definida como um conjunto de recursos tecnológicos, utilizados de forma integrada, com um objetivo comum. COMPETÊNCIA 6 • Foco: Trabalho e projeto de vida Ø Entender relações de trabalho e escolhas alinhadas ao exercício da cidadania e ao projeto de vida (mundo do trabalho; liberdade, autonomia, consciência crítica e responsabilidade.) COMPETÊNCIA 7 • Foco: Argumentação Ø Argumentar com base em fatos, dados e informações confiáveis (direitos humanos, consciência socioambiental, consumo responsável, vida coletiva). COMPETÊNCIA 8 • Foco: Autoconhecimento e autocuidado Ø Cuidar da própria saúde física e emocional (autocrítica). COMPETÊNCIA 9 • Foco: Empatia e cooperação Ø Dialogar e resolver conflitos sem preconceitos de qualquer natureza (direitos humanos, saberes, identidades, culturas e potencialidades). COMPETÊNCIA 10 • Foco: Responsabilidade e cidadania Ø Agir com autonomia e tomar decisões de acordo com princípios éticos, democráticos, inclusivos, sustentáveis e solidários (autonomia, responsabilidade, flexibilidade, resiliência e determinação). SINTETIZANDO... AS DEZ COMPETÊNCIAS GERAIS SE REFLETEM NAS COMPETÊNCIAS DAS ÁREAS DE CONHECIMENTO QUE POR SUA VEZ ESTÃO PRESENTES NAS COMPETÊNCIAS DOS CONTEÚDOS CURRICULARES QUE SÃO DIVIDIDAS EM UNIDADES TEMÁTICAS QUE DÃO ORIGEM AOS OBJETOS DE CONHECIMENTO QUE SÃO TRABALHADOS ATRAVÉS DO DESENVOLVIMENTO DE HABILIDADES EM SALA DE AULA. ORGANIZAÇÃO DO ENSINO FUNDAMENTAL Na BNCC, o Ensino Fundamental está organizado em cinco áreas do conhecimento. Essas áreas, como bem aponta o Parecer CNE/CEB nº 11/201024, “favorecem a comunicação entre os conhecimentos e saberes dos diferentes componentes curriculares” (BRASIL, 2010). Elas se intersectam na formação dos alunos, embora se preservem as especificidades e os saberes próprios construídos e sistematizados nos diversos componentes. ORGANIZAÇÃO DO ENSINO FUNDAMENTAL Na BNCC, o Ensino Fundamental está organizado em cinco áreas do conhecimento. Essas áreas, como bem aponta o Parecer CNE/CEB nº 11/201024, “favorecem a comunicação entre os conhecimentos e saberes dos diferentes componentes curriculares” (BRASIL, 2010). Elas se intersectam na formação dos alunos, embora se preservem as especificidades e os saberes próprios construídos e sistematizados nos diversos componentes. ENSINO FUNDAMENTAL ANOS INICIAIS ANOS FINAIS ÁREAS DO CONHECIMENTO COMPONENTES CURRICULARES ANOS INICIAIS ANOS FINAIS (1º ao 5º) (6º ao 9º) LINGUAGENS, MATEMÁTICA, CIÊNCIAS DA NATUREZA, CIÊNCIAS HUMANAS, ENSINO RELIGIOSO ÁREAS DO CONHECIMENTO 1. LINGUAGENS Língua Portuguesa, Arte, Educação Física, Língua Inglesa 2. MATEMÁTICA Matemática 3. CIÊNCIAS DA NATUREZA Ciências 4. CIÊNCIAS HUMANAS História ,Geografia 5. ENSINO RELIGIOSO Ensino Religioso ÁREAS DO CONHECIMENTO = COMPETÊNCIAS ESPECÍFICAS DA ÁREA • Cada área do conhecimento estabelece competências específicas de área, cujo desenvolvimento deve ser promovido ao longo dos nove anos. Essas competências explicitam como as dez competências gerais se expressam nessas áreas. • Nas áreas que abrigam mais de um componente curricular (Linguagens e Ciências Humanas), também são definidas competências específicas do componente (Língua Portuguesa, Arte, Educação Física, Língua Inglesa, Geografia e História) a ser desenvolvidas pelos alunos ao longo dessa etapa de escolarização. ANOS INICIAIS ANOS FINAIS UNIDADES TEMÁTICAS – OBJETOS DE CONHECIMENTO - HABILIDADES As competências específicas possibilitam a articulação horizontal entre as áreas, perpassando todos os componentes curriculares, e também a articulação vertical, ou seja, a progressão entre o Ensino Fundamental – Anos Iniciais e o Ensino Fundamental – Anos Finais e a continuidade das experiências dos alunos, considerando suas especificidades. Para garantir o desenvolvimento das competências específicas, cada componente curricular apresenta um conjunto de habilidades. Essas habilidades estão relacionadas a diferentes objetos de conhecimento – aqui entendidos como conteúdos, conceitos e processos –, que, por sua vez, são organizados em unidades temáticas. Respeitando as muitas possibilidades de organização do conhecimento escolar, as unidades temáticas definem um arranjo dos objetos de conhecimento ao longo do Ensino Fundamental adequado às especificidades dos diferentes componentes curriculares. Cada unidade temática contempla uma gama maior ou menor de objetos de conhecimento, assim como cadaobjeto de conhecimento se relaciona a um número variável de habilidades. As habilidades expressam as aprendizagens essenciais que devem ser asseguradas aos alunos nos diferentes contextos escolares. Para tanto, elas são descritas de acordo com uma determinada estrutura, conforme ilustrado no exemplo a seguir, de História (EF06HI14) Diferenciar escravidão, servidão e trabalho livre no mundo antigo. • Verbo(s) que explicita(m) o(s) processo(s) cognitivo(s) envolvido(s) na habilidade. • Complemento do(s) verbo(s), que explicita o(s) objeto(s) de conhecimento mobilizado(s) na habilidade. • Modificadores do(s) verbo(s) ou do complemento do(s) verbo(s), que explicitam o contexto e/ou uma maior especificação da aprendizagem esperada. IMPORTANTE!!! Os modificadores devem ser entendidos como a explicitação da situação ou condição em que a habilidade deve ser desenvolvida, considerando a faixa etária dos alunos. Ainda assim, as habilidades não descrevem ações ou condutas esperadas do professor, nem induzem à opção por abordagens ou metodologias. Essas escolhas estão no âmbito dos currículos e dos projetos pedagógicos, que devem ser adequados à realidade de cada sistema ou rede de ensino e a cada instituição escolar, considerando o contexto e as características dos seus alunos. EF67EF01 • O primeiro par de letras indica a etapa de Ensino Fundamental. • O primeiro par de números indica o ano (01 a 09) a que se refere a habilidade, ou, no caso de Língua Portuguesa, Arte e Educação Física, o bloco de anos. • O segundo par de letras indica o componente curricular. • O último par de números indica a posição da habilidade na numeração sequencial do ano ou do bloco de anos. BLOCO DE ANOS • Língua Portuguesa/Arte 15 1º ao 5º ano 69 6º ao 9º ano • Língua Portuguesa/Educação Física 12 1º e 2º anos 35 3º ao 5º anos 67 6º e 7º anos 89 8º e 9º anos COMPONENTE CURRICULAR AR = Arte CI = Ciências EF = Educação Física ER = Ensino Religioso GE = Geografia HI = História LI = Língua Inglesa LP = Língua Portuguesa MA = Matemática A BNCC ADVERTE!!! O uso de numeração sequencial para identificar as habilidades de cada ano ou bloco de anos não representa uma ordem ou hierarquia esperada das aprendizagens. A progressão das aprendizagens, que se explicita na comparação entre os quadros relativos a cada ano (ou bloco de anos), pode tanto estar relacionada aos processos cognitivos em jogo – sendo expressa por verbos que indicam processos cada vez mais ativos ou exigentes – quanto aos objetos de conhecimento – que podem apresentar crescente sofisticação ou complexidade –, ou, ainda, aos modificadores – que, por exemplo, podem fazer referência a contextos mais familiares aos alunos e, aos poucos, expandir-se para contextos mais amplos. E VALE LEMBRAR... Os critérios de organização das habilidades do Ensino Fundamental na BNCC (com a explicitação dos objetos de conhecimento aos quais se relacionam e do agrupamento desses objetos em unidades temáticas) expressam um arranjo possível (dentre outros). Portanto, os agrupamentos propostos não devem ser tomados como modelo obrigatório para o desenho dos currículos. Essa forma de apresentação adotada na BNCC tem por objetivo assegurar a clareza, a precisão e a explicitação do que se espera que todos os alunos aprendam no Ensino Fundamental, fornecendo orientações para a elaboração de currículos em todo o País, adequados aos diferentes contextos. A BNCC NO ENSINO FUNDAMENTAL A BNCC do Ensino Fundamental – Anos Iniciais, ao valorizar as situações lúdicas de aprendizagem, aponta para a necessária articulação com as experiências vivenciadas na Educação Infantil. Tal articulação precisa prever tanto a progressiva sistematização dessas experiências quanto o desenvolvimento, pelos alunos, de novas formas de relação com o mundo, novas possibilidades de ler e formular hipóteses sobre os fenômenos, de testá- las, de refutá-las, de elaborar conclusões, em uma atitude ativa na construção de conhecimentos. As características dessa faixa etária demandam um trabalho no ambiente escolar que se organize em torno dos interesses manifestos pelas crianças, de suas vivências mais imediatas para que, com base nessas vivências, elas possam, progressivamente, ampliar essa compreensão, o que se dá pela mobilização de operações cognitivas cada vez mais complexas e pela sensibilidade para apreender o mundo, expressar-se sobre ele e nele atuar. MUITO IMPORTANTE!!! • Nos dois primeiros anos do Ensino Fundamental, a ação pedagógica deve ter como foco a alfabetização, a fim de garantir amplas oportunidades para que os alunos se apropriem do sistema de escrita alfabética de modo articulado ao desenvolvimento de outras habilidades de leitura e de escrita e ao seu envolvimento em práticas diversificadas de letramentos. • Ao longo do Ensino Fundamental – Anos Iniciais, a progressão do conhecimento ocorre pela consolidação das aprendizagens anteriores e pela ampliação das práticas de linguagem e da experiência estética e intercultural das crianças, considerando tanto seus interesses e suas expectativas quanto o que ainda precisam aprender. • O percurso de aprendizagens entre as duas fases do Ensino Fundamental deve ser contínuo; • Evitar ruptura no processo de aprendizagem; • Ao longo do Ensino Fundamental – Anos Finais, os estudantes se deparam com desafios de maior complexidade; • É importante, nos vários componentes curriculares, retomar e ressignificar as aprendizagens do Ensino Fundamental – Anos Iniciais no contexto das diferentes áreas; • Fortalecer a autonomia dos adolescentes. PROF. DRª MARIA LEOPOLDINA PEREIRA RELAÇÕES ÉTNICO-RACIAIS E A BNCC PRA INÍCIO DE CONVERSA... “Superar desigualdades, pensar a questão racial, de orientação sexual, de gênero, de acessibilidade, é tratar de um público que não era admitido na escola...” (Macaé Maria Evaristo) RELAÇÕES ÉTNICO-RACIAIS NA EDUCAÇÃO A Educação para as Relações Étnico-Raciais é um conjunto de práticas, conceitos, e referenciais implícitos e explícitos que pretende formar no âmbito das instituições de ensino público e particular uma cultura de convivência respeitosa, solidária, humana entre públicos de diferentes origens, pertencimentos étnico-raciais presentes no Brasil e que se encontram nos espaços coletivos de aprendizagem (escolas, faculdades, centros formativos). DE ONDE VEM ESSA DEMANDA? Demandas nacionais e internacionais para o combate ao racismo, xenofobia e todas os preconceitos e intolerâncias que geram violências na sociedade e atingem também os espaços de educação (escolar ou superior). MUITA LUTA... Essas demandas foram levantadas historicamente pelos públicos-vítimas (negros, mulheres, ciganos, indígenas, homossexuais, entre outros), com destaque para os movimentos de libertação, emancipação e reconhecimento do Movimento Negro a partir principalmente dos levantes e organização de Zumbi dos Palmares e Ganga Zumba no Brasil do século dezessete até o ano 2001 quando aconteceu a Conferência Internacional de Durban na África do Sul onde o governo brasileiro torna-se signatário de uma Declaração comdiversos compromissos a implementar. ASPECTOS LEGAIS • Lei Federal 10639/03: estabelece como conteúdo a Educação para as Relações Étnico-Raciais, popularmente denominada como ERER; • Parecer 03/2004 faz-se a Resolução 01/2004: institui as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-brasileira e Africana; • Lei Federal 11.645/2008: altera a Lei 10639/03 e insere a obrigatoriedade do ensino de história a cultura indígena. ALGUNS CONCEITOS IMPORTANTES: • Raça é uma categoria das espécies de seres vivos, utilizada pela biologia como forma de classificação. Em termos sociais, o uso do termo raça é usado enquanto senso comum para determinar grupos étnicos a partir de suas características genéticas. • A raça (do italiano razza) é um conceito que obedece a diversos parâmetros para classificar diferentes populações de uma mesma espécie biológica de acordo com suas características genéticas ou fenotípicas. É comum falar-se das raças de cães ou de outros animais. ... Um conceito alternativo e sinônimo é o de "etnia". ‘Raça’ é um conceito que não corresponde a nenhuma realidade natural. Trata-se, ao contrário, de um conceito que denota tão somente uma forma de classificação social, baseada numa atitude negativa frente a certos grupos sociais, e informada por uma noção específica de natureza, como algo endodeterminado. A realidade das raças limita-se, portanto, ao mundo social. Mas, por mais que nos repugne a empulhação que o conceito de ‘raça’ permite – ou seja, fazer passar por realidade natural preconceitos, interesses e valores sociais negativos e nefastos –, tal conceito tem uma realidade social plena, e o combate ao comportamento social que ele enseja é impossível de ser travado sem que se lhe reconheça a realidade social que só o ato de nomear permite (GUIMARÃES, 1999, p. 9). IMPLENTAÇÃO DA EDUCAÇÃO DAS RELAÇÕS ÉTNICO-RACIAIS E BNCC 6. Valorizar a diversidade de saberes e vivências culturais e apropriar-se de conhecimentos e experiências que lhe possibilitem entender as relações próprias do mundo do trabalho e fazer escolhas alinhadas ao exercício da cidadania e ao seu projeto de vida, com liberdade, autonomia, consciência crítica e responsabilidade. 8. Conhecer-se, apreciar-se e cuidar de sua saúde física e emocional, compreendendo-se na diversidade humana e reconhecendo suas emoções e as dos outros, com autocrítica e capacidade para lidar com elas. 9. Exercitar a empatia, o diálogo, a resolução de conflitos e a cooperação, fazendo-se respeitar e promovendo o respeito ao outro e aos direitos humanos, com acolhimento e valorização da diversidade de indivíduos e de grupos sociais, seus saberes, identidades, culturas e potencialidades, sem preconceitos de qualquer natureza. (BNCC, 2018 p. 9;10) Na unidade temática O sujeito e seu lugar no mundo, focalizam-se as noções de pertencimento e identidade. No Ensino Fundamental – Anos Iniciais, busca-se ampliar as experiências com o espaço e o tempo vivenciadas pelas crianças em jogos e brincadeiras na Educação Infantil, por meio do aprofundamento de seu conhecimento sobre si mesmas e de sua comunidade, valorizando-se os contextos mais próximos da vida cotidiana. Espera-se que as crianças percebam e compreendam a dinâmica de suas relações sociais e étnico-raciais, identificando-se com a sua comunidade e respeitando os diferentes contextos socioculturais. (BNCC, 2018; p. 360) Nos anos iniciais, pretende-se que, em continuidade às abordagens na Educação Infantil, as crianças ampliem os seus conhecimentos e apreço pelo seu corpo, identifiquem os cuidados necessários para a manutenção da saúde e integridade do organismo e desenvolvam atitudes de respeito e acolhimento pelas diferenças individuais, tanto no que diz respeito à diversidade étnico- cultural quanto em relação à inclusão de alunos da educação especial. (BNCC, 2018; p. 325) No Brasil, um país caracterizado pela autonomia dos entes federados, acentuada diversidade cultural e profundas desigualdades sociais, os sistemas e redes de ensino devem construir currículos, e as escolas precisam elaborar propostas pedagógicas que considerem as necessidades, as possibilidades e os interesses dos estudantes, assim como suas identidades linguísticas, étnicas e culturais. [...] a igualdade educacional sobre a qual as singularidades devem ser consideradas e atendidas. Essa igualdade deve valer também para as oportunidades de ingresso e permanência em uma escola de Educação Básica. [...] Para isso, os sistemas e redes de ensino e as instituições escolares devem se planejar com um claro foco na equidade, que pressupõe reconhecer que as necessidades dos estudantes são diferentes. (BNCC, 2018; p. 15) QUAL DIVERSIDADE? A palavra diversidade necessita de complemento para revelar exatamente ao que está-se referindo. Por exemplo, quando expressa-se com a palavra diversidade destituída de um contexto que a complemente a variedade de interpretações é imensa e sempre de resultado diferente: diversidade cultural; diversidade biológica; diversidade climática; diversidade social; diversidade sexual; diversidade étnica; diversidade econômica. Essas decisões precisam, igualmente, ser consideradas na organização de currículos e propostas adequados às diferentes modalidades de ensino (Educação Especial, Educação de Jovens e Adultos, Educação do Campo, Educação Escolar Indígena, Educação Escolar Quilombola, Educação a Distância), atendendo-se às orientações das Diretrizes Curriculares Nacionais. É imprescindível que os alunos identifiquem a presença e a sociodiversidade de culturas indígenas, afro-brasileiras, quilombolas, ciganas e dos demais povos e comunidades tradicionais para compreender suas características socioculturais e suas territorialidades. (BNCC, 2018; p. 366) UM EXEMPLO “CIÊNCIAS – 1º ANO - Vida e evolução - Corpo humano Respeito à diversidade. • (EF01CI04) Comparar características físicas entre os colegas, reconhecendo a diversidade e a importância da valorização, do acolhimento e do respeito às diferenças.” (BNCC, 2018; p. 29) Além disso, a instituição precisa conhecer e trabalhar com as culturas plurais, dialogando com a riqueza/diversidade cultural das famílias e da comunidade. Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação Infantil (DCNEI, Resolução CNE/ CEB nº 5/2009). (BNCC, 2018; p.35) UM EXEMPLO NA EDUCAÇÃO INFANTIL “O eu, o outro e o nós”: “Respeitar e expressar sentimentos e emoções. Atuar em grupo e demonstrar interesse em construir novas relações, respeitando a diversidade e solidarizando-se com os outros. Conhecer e respeitar regras de convívio social, manifestando respeito pelo outro. (p. 52) AS COMPETÊNCIAS E HABILIDADES ESPECÍFICAS E A ERER A BNCC estabelece competências e habilidades específicas a serem desenvolvidas em conteúdos do Ensino Fundamental, algumas ocorrências no que diz respeito ao que pode ser associado ao desenvolvimento da política de educação para as relações étnico-raciais. LINGUAGENS • 5. Desenvolver o senso estético para reconhecer, fruir e respeitar as diversas manifestações artísticas e culturais, das locais às mundiais, inclusive aquelas pertencentes ao patrimônio cultural da humanidade, bem como participar de práticas diversificadas, individuais e coletivas, da produção artístico-cultural, com respeitoà diversidade de saberes, identidades e culturas. (p. 63) • Assim, compete à escola garantir o trato, cada vez mais necessário, com a diversidade, com a diferença. (p.66) • Ainda em relação à diversidade cultural, cabe dizer que se estima que mais de 250 línguas são faladas no país – indígenas, de imigração, de sinais, crioulas e afro-brasileiras, além do português e de suas variedades. Esse patrimônio cultural e linguístico é desconhecido por grande parte da população brasileira. (p.68) LÍNGUA PORTUGUESA • Aqui também a diversidade deve orientar a organização/progressão curricular: diferentes gêneros, estilos, autores e autoras – contemporâneos, de outras épocas, regionais, nacionais, portugueses, africanos e de outros países. (p.155) • (EF67LP28) Ler, de forma autônoma, e compreender – selecionando procedimentos e estratégias de leitura adequados a diferentes objetivos e levando em conta características dos gêneros e suportes –, romances infanto-juvenis, contos populares, contos de terror, lendas brasileiras, indígenas e africanas, narrativas de aventuras, narrativas de enigma, mitos, crônicas, autobiografias, histórias em quadrinhos, mangás, poemas de forma livre e fixa (como sonetos e cordéis), vídeo-poemas, poemas visuais, dentre outros, expressando avaliação sobre o texto lido e estabelecendo preferências por gêneros, temas, autores. (P.167) ARTES • O componente curricular contribui, ainda, para a interação crítica dos alunos com a complexidade do mundo, além de favorecer o respeito às diferenças e o diálogo intercultural, pluriétnico e plurilíngue, importantes para o exercício da cidadania. A Arte propicia a troca entre culturas e favorece o reconhecimento de semelhanças e diferenças entre elas. • (EF15AR25) Conhecer e valorizar o patrimônio cultural, material e imaterial, de culturas diversas, em especial a brasileira, incluindo-se suas matrizes indígenas, africanas e europeias, de diferentes épocas, favorecendo a construção de vocabulário e repertório relativos às diferentes linguagens artísticas.(p.201) • (EF69AR34) Analisar e valorizar o patrimônio cultural, material e imaterial, de culturas diversas, em especial a brasileira, incluindo suas matrizes indígenas, africanas e europeias, de diferentes épocas, e favorecendo a construção de vocabulário e repertório relativos às diferentes linguagens artísticas.(p.209) GEOGRAFIA Desse modo, a aprendizagem da Geografia favorece o reconhecimento da diversidade étnico-racial e das diferenças dos grupos sociais, com base em princípios éticos (respeito à diversidade e combate ao preconceito e à violência de qualquer natureza). Ela também estimula a capacidade de empregar o raciocínio geográfico para pensar e resolver problemas gerados na vida cotidiana, condição fundamental para o desenvolvimento das competências gerais previstas na BNCC. (p.359) Em Mundo do trabalho, abordam-se, no Ensino Fundamental – Anos Iniciais, os processos e as técnicas construtivas e o uso de diferentes materiais produzidos pelas sociedades em diversos tempos (...) Nesse sentido, os alunos terão condição de compreender as mudanças que ocorreram no mundo do trabalho em variados tempos, escalas e processos históricos, sociais e étnico- raciais.(p.361) Assim, é imprescindível que os alunos identifiquem a presença e a sociodiversidade de culturas indígenas, afro-brasileiras, quilombolas, ciganas e dos demais povos e comunidades tradicionais para compreender suas características socioculturais e suas territorialidades. Do mesmo modo, é necessário que eles diferenciem os lugares de vivência e compreendam a produção das paisagens e a inter-relação entre elas, como o campo/cidade e o urbano/rural, no que tange aos aspectos políticos, sociais, culturais, étnico-raciais e econômicos. (p.366) • (EF05GE02) Identificar diferenças étnico-raciais e étnico-culturais e desigualdades sociais entre grupos em diferentes territórios. ( p.377) • (EF07GE04) Analisar a distribuição territorial da população brasileira, considerando a diversidade étnico-cultural (indígena, africana, europeia e asiática), assim como aspectos de renda, sexo e idade nas regiões brasileiras. (p.385) • (EF09GE14) Elaborar e interpretar gráficos de barras e de setores, mapas temáticos e esquemáticos (croquis) e anamorfoses geográficas para analisar, sintetizar e apresentar dados e informações sobre diversidade, diferenças e desigualdades sociopolíticas e geopolíticas mundiais. (p.393) HISTÓRIA • (EF03HI03) Identificar e comparar pontos de vista em relação a eventos significativos do local em que vive, aspectos relacionados a condições sociais e à presença de diferentes grupos sociais e culturais, com especial destaque para as culturas africanas, indígenas e de migrantes.(p. 409) • O papel das religiões e da cultura para a formação dos povos antigos; Cidadania, diversidade cultural e respeito às diferenças sociais, culturais e históricas. (p. 412) • (EF05HI04) Associar a noção de cidadania com os princípios de respeito à diversidade, à pluralidade e aos direitos humanos.(p. 413) • Do ponto de vista mais geral, a abordagem se vincula aos processos europeus, africanos, asiáticos e latino-americanos dos séculos XX e XXI, reconhecendo-se especificidades e aproximações entre diversos eventos, incluindo a história recente.(p. 416) • (EF07HI15) Discutir o conceito de escravidão moderna e suas distinções em relação ao escravismo antigo e à servidão medieval. • (EF07HI16) Analisar os mecanismos e as dinâmicas de comércio de escravizados em suas diferentes fases, identificando os agentes responsáveis pelo tráfico e as regiões e zonas africanas de procedência dos escravizados.(p. 421) • (EF08HI11) Identificar e explicar os protagonismos e a atuação de diferentes grupos sociais e étnicos nas lutas de independência no Brasil, na América espanhola e no Haiti. (p. 423) • (EF08HI14) Discutir a noção da tutela dos grupos indígenas e a participação dos negros na sociedade brasileira do final do período colonial, identificando permanências na forma de preconceitos, estereótipos e violências sobre as populações indígenas e negras no Brasil e nas Américas. (p. 423) • (EF08HI16) Identificar, comparar e analisar a diversidade política, social e regional nas rebeliões e nos movimentos contestatórios ao poder centralizado. (p. 425) • (EF08HI19) Formular questionamentos sobre o legado da escravidão nas Américas, com base na seleção e consulta de fontes de diferentes naturezas • (EF08HI20) Identificar e relacionar aspectos das estruturas sociais da atualidade com os legados da escravidão no Brasil e discutir a importância de ações afirmativas. (p. 425) • (EF08HI23) Estabelecer relações causais entre as ideologias raciais e o determinismo no contexto do imperialismo europeu e seus impactos na África e na Ásia. • (EF08HI24) Reconhecer os principais produtos, utilizados pelos europeus, procedentes do continente africano durante o imperialismo e analisar os impactos sobre as comunidades locais na forma de organização e exploração econômica. (p. 425) • O escravismo no Brasil do século XIX: plantations e revoltas de escravizados, abolicionismo e políticas migratórias no Brasil Imperial. O imperialismo europeu e a partilha da África e da Ásia Pensamento e cultura no século XIX: darwinismo e racismo. • (EF09HI03)
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