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181 ENSINO FUNDAMENTAL 182 183 1 O ENSINO FUNDAMENTAL E SUA ORGANIZAÇÃO A contemporaneidade impõe aos sistemas educacionais características definidas pela qualidade e equidade na oferta da Educação Básica. Em todos os âmbitos da sociedade as exigências são determinadas pela apropriação do conhecimento, seja para o trabalho, para a convivência, para exercer a cidadania ou cuidar do espaço em que se vive. Entretanto, com a globalização e a revolução tecnológica, todas as relações foram redesenhadas e os processos de exclusão foram ampliados. A exclusão atualmente não se limita a fatores econômicos, mas principalmente pela falta de acesso ao conhecimento e aos bens culturais. Diante desta realidade, as instituições escolares revelam as contradições individuais e coletivas do seu dia a dia e são obrigadas a fazer o enfrentamento necessário para a mediação dessas relações que são antagônicas, se vê obrigada a enfrentar a exclusão, assegurar a apropriação do conhecimento e, ao mesmo tempo possibilitar o desenvolvimento integral dos estudantes. O Brasil tem a sua nova constituição promulgada em 1988, representando o marco da redemocratização e garante a todos os brasileiros o direito social público à educação de qualidade. Com o espírito de república democrática o país inicia amplas reformas alavancando a consciência do cidadão de seus direitos. Neste sentido, a década de 1990 foi decisiva para a construção dos marcos legais e avanços em todas as áreas sociais. Foi aprovado o Estatuto da Criança e do Adolescente, que fortalece a educação como prioridade para o país que deseja desenvolver e amadurecer em sua recém-conquistada democracia. Nesta mesma década o país vivenciou a homologação da nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Com a homologação da chamada Lei Darcy Ribeiro, a educação sai da batuta da ditadura militar e começa a respirar os ares democráticos. Com o espírito da participação popular no ano de 2000 o país vivencia o debate do primeiro Plano Nacional de Educação que tem sua aprovação homologada no ano de 2001 até o ano de 2010 e fortaleceu a educação básica de qualidade como direito subjetivo a todos os cidadãos. Nessa mesma década temos a aprovação do FUNDEB16 que regulamenta o Art. 1º e os incisos I e VII do art. 208 da Constituição Federal, passam a vigorar com as seguintes alterações: educação básica obrigatória e gratuita dos 4 (quatro) aos 17 (dezessete) anos, assegurada inclusive sua oferta 16 Fundo de Manutenção da Educação Básica 184 gratuita para todos os que a ela não tiveram acesso na idade própria; e progressiva universalização do ensino médio gratuito. É importante refletir que o Ensino Fundamental Anos Iniciais e Anos Finais tem sido o foco das políticas públicas educacionais nas últimas décadas. A Resolução 07/2010- CNE/CEB, a qual amplia o Ensino Fundamental para nove anos como meio para superar os desafios enfrentados por esta etapa de ensino, tem como foco principal contribuir para a efetivação dos direitos sociais assegurados na Constituição Federal. Neste sentido, o Ensino Fundamental é direito do cidadão, “uma vez que constitui uma garantia mínima de formação para a vida pessoal, social e política. ” Torna-se obrigatoriedade do Estado, dos sistemas de ensino assegurar que todos tenham acesso e que frequentem integralmente, chegando até à conclusão desta etapa de escolarização. Nesta perspectiva a Resolução 07/2010 CNE/CEB tem como objetivo principal a redução do índice de abandono, repetência e melhoria na qualidade da aprendizagem. Neste período são discutidas, concebidas e fixadas pelo CNE² novas DCNS17 (2013), nas quais se estabelecem os parâmetros comuns nacionais para a educação básica nas três etapas de ensino e modalidade, assegurando a integração curricular das mesmas, para a composição do currículo de forma orgânica. E com a homologação da BNCC18(2017) busca-se efetivar a equidade do conhecimento na educação básica para todas as regiões brasileiras e propõe o ensino por competências, que obrigatoriamente devem ser desenvolvidas por todos os estudantes em cada etapa da escolarização e conforme o ponto de vista de Souza (2019) vencendo assim “a colonialidade do conhecimento”. A BNCC define-se como um conjunto orgânico e progressivo de aprendizagens essenciais que devem ser desenvolvidas ao longo das etapas e modalidades da educação básica e empenha-se em assegurar os direitos de aprendizagem em consonância com o PNE19. Com o objetivo de alinhar todas as políticas e ações nos âmbitos dos entes federados, a BNCC afasta a ideia de um currículo que vem sendo pensado e executado para avaliações em larga escala, como Prova Brasil e ENEM20, propõe um currículo para além das avaliações, assegurando aos estudantes a equidade no processo de aprendizagem. Sendo assim, a BNCC agrega princípios que interferem na ação pedagógica da escola. A BNCC incorpora o conceito de educação integral, visando à formação global do estudante e considerando-o como sujeito da aprendizagem. Refere-se aos estudantes como protagonistas e não mais como espectadores do seu aprendizado. Nesta perspectiva o processo de ensino deve contribuir com a humanização do estudante, reconhecendo este 17 Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais para a Educação Básica 18 Base Nacional Comum Curricular 19 Plano Nacional de Educação 20 Exame Nacional do Ensino Médio 185 como protagonista e sujeito de seu próprio desenvolvimento, neste sentido é imprescindível que a estrutura hierarquizada e inflexível seja superada para não gerar dificuldades em estabelecer o diálogo entre os sujeitos. Paro (2016, p. 37) diz que, “a persistência do modelo hierarquizado e em desacordo com uma concepção democrática de prática pedagógica destoa do desenvolvimento histórico em outras áreas” Assim, é fundamental que a escola supere a organização pedagógica atual com um ensino fragmentado conforme exemplifica (SANTOMÉ, 1998), a escola não pode pensar que os estudantes sozinhos irão reorganizar, captar o significado e o sentido de todas as informações fragmentadas recebidas em sala de aula e a escola não se comprometer se os estudantes conseguirão reconstitui-las ou não de maneira compreensível. Neste sentido, o currículo deve ser contextualizado, o que irá permitir aprendizagem significativa. A BNCC traz a reflexão para a comunidade escolar sobre a importância da progressão na aprendizagem, respeitando o desenvolvimento do sujeito em todos os aspectos, seja físico, emocional, social e cultural. Entende-se que as habilidades progridem ao longo das etapas articulando verticalmente, cujas, habilidades mais complexas necessitam das habilidades mais simples para a sua consolidação. Então, as habilidades têm início com a observação, transformação e compreensão que conduzam os estudantes a aplicar os saberes na vida cotidiana e passem a ter atitudes diante dos problemas e que possam resolvê-los com base nos valores universais. Em síntese, com a consolidação das competências a educação deve promover a formação integral dos estudantes, para que sejam capazes de pensar e desejar uma sociedade mais justa, ética democrática, responsável, inclusiva, sustentável e solidária. Destacando que as competências são direitos essenciais que formará o cidadão crítico e capaz de demonstrar empatia com o outro. Isso quer dizer que as escolas da rede municipal de Manaus continuam com a missão de assegurar a aprendizagem dos estudantes nos diversos componentes curriculares, mas também têm a missão de ampliar a capacidade de lidar com pensamento crítico, criatividade, sensibilidade cultural, diversidade, comunicação, tecnologias e cultura digital,projeto de vida, argumentação, autoconhecimento, autocuidado, emoções, empatia, colaboração, autonomia, ética, diversidade, responsabilidade, consciência socioambiental e cidadania, entre outros aspectos importantes para a vida no século XXI. 1.1 A Organização do Ensino Fundamental Anos Iniciais e Anos Finais O Ensino Fundamental, com nove anos de duração, é a etapa mais longa da Educação Básica, atendendo estudantes entre 6 e 14 anos. (BNCC, 2017). Nessa etapa da Educação Básica, crianças e adolescentes passam por uma série de mudanças relacionadas aos aspectos físicos, cognitivos, afetivos, sociais, emocionais, entre 186 outros. Portanto, como já indicado nas Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental de Nove Anos (Resolução CNE/CEB nº 7/2010), essas mudanças impõem o desafio de elaborar currículos para essa etapa de escolarização, que superem as rupturas que ocorre não somente de uma etapa a outra da Educação Básica, mas também das duas fases do Ensino Fundamental: Anos Iniciais e Anos Finais A Secretaria Municipal de Educação de Manaus atendendo às determinações do Ministério da Educação (MEC) que, de acordo com a Resolução CNE/CEB n° 07 de 14 dezembro de 2010, fixa as Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental de 9 (nove) anos, em seu artigo 30, § 1º, mantém a organização definida na Proposta Pedagógica de 2014, na qual os três primeiros anos do Ensino Fundamental Anos Iniciais comporão o Bloco Pedagógico. Respeitando a reorganização do tempo e do espaço escolar, a fim de que se possa obter um processo de alfabetização de qualidade, bem como, reafirmar o cumprimento da Meta nº 5 do Plano Nacional de Educação (PNE) que é alfabetizar todas as crianças até, no máximo, os oito anos de idade, mas atendendo o que preceitua a BNCC: nos dois primeiros anos do Ensino Fundamental, a ação pedagógica deve ter como foco a alfabetização, a fim de garantir amplas oportunidades para que os alunos se apropriem do sistema de escrita alfabética de modo articulado ao desenvolvimento de outras habilidades de leitura e de escrita e ao seu envolvimento em práticas diversificadas de letramentos. No terceiro ano, a ação pedagógica deve ter como foco a alfabetização plena, onde os estudantes consigam: Ler com fluência; Produzir e interpretar textos; Realizar inferência local a partir do contexto e das “pistas” oferecidas pelo texto desvendando a informação que não está explícita; Fazer inferência global em um texto. Isso é possível pela articulação do contexto, de fatos, de indícios, de pistas que podem estar explícitas ou implícitas no texto, de forma a construir o sentido geral; Estabelecer a relação causa/consequência entre partes e elementos do texto; Escrever com correspondência sonora alfabética e com ortografia regular; Produzir um texto coerente, articulando as partes do texto sem provocar problemas de compreensão. O aluno organiza o conteúdo temático e articula as partes do texto utilizando recursos coesivos, mesmo que de linguagem oral, como “e daí, aí”; Segmentar adequadamente o texto; Pontuar o texto adequadamente (mesmo que com algumas falhas). A organização do ensino da Secretaria Municipal de Educação no Ensino Fundamental Anos Iniciais permanece considerando-se o ano de ensino e a faixa etária: 187 ANOS INICIAIS BLOCO PEDAGÓGICO 1º ANO 2º ANO 3º ANO 4º ANO 5º ANO 6 ANOS 7 ANOS 8 ANOS 9 ANOS 10 ANOS Conforme a BNCC os estudantes do Ensino Fundamental – Anos Finais se deparam com desafios de maior complexidade, sobretudo devido à necessidade de se apropriarem das diferentes lógicas de organização dos conhecimentos relacionados às áreas. Tendo em vista essa maior especialização, é importante, nos vários componentes curriculares, retomar e ressignificar as aprendizagens do Ensino Fundamental – Anos Iniciais, no contexto das diferentes áreas, visando ao aprofundamento e à ampliação de repertórios dos estudantes. Também é importante fortalecer a autonomia, oferecendo condições e ferramentas para acesso e interação de forma crítica com diferentes conhecimentos e fontes de informação. Nessa faixa etária, os estudantes estão passando pelo processo de transição da infância para a adolescência, fase marcada por mudanças intensas decorrentes das transformações biológicas, psicológicas, sociais e emocionais. Dessa forma, o protagonismo juvenil está cada vez mais presente entre os adolescentes, as mudanças proporcionadas por essa fase da vida, implicam enxergá-los como sujeitos em desenvolvimento, com suas singularidades, suas formações identitárias e culturais próprias, o que demandará práticas escolares diferenciadas, capazes de contemplar suas necessidades, os diferentes modos de inserção social, seus projetos de vida, articulando seus anseios em relação ao futuro, o planejamento de ações para construir esse futuro, a importância da continuidade dos estudos, podem representar possibilidades de desenvolvimento pessoal e social. 2 COMPETÊNCIAS GERAIS, DAS ÁREAS DE CONHECIMENTO E ESPECÍFICAS DOS COMPONENTES CURRICULARES Competências Gerais da Educação Básica 188 COMPETÊNCIA O QUE PARA CONHECIMENTO Valorizar e utilizar os conhecimentos historicamente construídos sobre o mundo físico, social, cultural e digital. Entender e explicar a realidade, continuar aprendendo e colaborar com/para a construção de uma sociedade justa, democrática e inclusiva. PENSAMENTO CIENTÍFICO, CRÍTICO E CRIATIVO Exercitar a curiosidade intelectual e recorrer à abordagem própria das ciências, incluindo a investigação, a reflexão, a análise crítica, a imaginação e a criatividade. Investigar causas, elaborar e testar hipóteses, formular e resolver problemas e criar soluções (inclusive tecnológicas) com base nos conhecimentos das diferentes áreas. REPERTÓRIO CULTURAL Valorizar as diversas manifestações artísticas e culturais, das locais às mundiais. Fruir e participar de práticas diversificadas da produção artístico-cultural. COMUNICAÇÃO Utilizar diferentes linguagens – verbal (oral ou visual-motora, como Libras, e escrita), corporal, visual, sonora e digital –, bem como conhecimentos das linguagens artística, matemática e científica. Expressar e partilhar informações, experiências, ideias e sentimentos em diferentes contextos e produzir sentidos que levem ao entendimento mútuo. CULTURA DIGITAL Compreender, utilizar e criar tecnologias digitais de informação e comunicação de forma crítica, significativa, reflexiva e ética nas diversas práticas sociais (incluindo as escolares). Comunicar, acessar e disseminar informações, produzir conhecimentos, resolver problemas e exercer protagonismo e autoria na vida pessoal e coletiva. TRABALHO E PROJETO DE VIDA Valorizar a diversidade de saberes e vivências culturais e apropriar-se de conhecimentos e experiências. Entender as relações próprias do mundo do trabalho e fazer escolhas alinhadas ao exercício da cidadania e ao seu projeto de vida, com liberdade, autonomia, consciência crítica e responsabilidade. ARGUMENTAÇÃO Argumentar com base em fatos, dados e informações confiáveis. formular, negociar e defender ideias, pontos de vista e decisões comuns que respeitem e promovam os direitos humanos, a consciência socioambiental e o consumo responsável em âmbito local, regional e global, com posicionamento ético em relação ao cuidado de si mesmo, dos outros e do planeta. AUTOCONHECIMENTO E AUTOCUIDADO Conhecer-se, apreciar-se e cuidar de sua saúde física e emocional. Compreender-se na diversidade humana e reconhecer suas emoções e as dos outros, com autocrítica e capacidade para lidar com elas. EMPATIA E COOPERAÇÃO Exercitar a empatia, o diálogo, a resolução de conflitos e a cooperação. Fazer-se respeitar e promovendo o respeito ao outro e aos direitos humanos, com acolhimentoe valorização da diversidade de indivíduos e de grupos sociais, seus saberes, identidades, culturas e potencialidades, sem preconceitos de qualquer natureza. 189 RESPONSABILIDADE E CIDADANIA Agir pessoal e coletivamente com autonomia, responsabilidade, flexibilidade, resiliência e determinação. Tomar decisões com base em princípios éticos, democráticos, inclusivos, sustentáveis e solidários. 2.1 Competências Específicas de Linguagens para o Ensino Fundamental 1. Compreender as linguagens como construção humana, histórica, social e cultural, de natureza dinâmica, reconhecendo-as e valorizando-as como formas de significação da realidade e expressão de subjetividades e identidades sociais e culturais. 2. Conhecer e explorar diversas práticas de linguagem (artísticas, corporais e linguísticas) em diferentes campos da atividade humana para continuar aprendendo, ampliar suas possibilidades de participação na vida social e colaborar para a construção de uma sociedade mais justa, democrática e inclusiva. 3. Utilizar diferentes linguagens – verbal (oral ou visual-motora, como Libras, e escrita), corporal, visual, sonora e digital –, para se expressar e partilhar informações, experiências, ideias e sentimentos em diferentes contextos e produzir sentidos que levem ao diálogo, à resolução de conflitos e à cooperação. 4. Utilizar diferentes linguagens para defender pontos de vista que respeitem o outro e promovam os direitos humanos, a consciência socioambiental e o consumo responsável em âmbito local, regional e global, atuando criticamente frente a questões do mundo contemporâneo. 5. Desenvolver o senso estético para reconhecer, fruir e respeitar as diversas manifestações artísticas e culturais, das locais às mundiais, inclusive aquelas pertencentes ao patrimônio cultural da humanidade, bem como participar de práticas diversificadas, individuais e coletivas, da produção artístico-cultural, com respeito à diversidade de saberes, identidades e culturas. 6. Compreender e utilizar tecnologias digitais de informação e comunicação de forma crítica, significativa, reflexiva e ética nas diversas práticas sociais (incluindo as escolares), para se comunicar por meio das diferentes linguagens e mídias, produzir conhecimentos, resolver problemas e desenvolver projetos autorais e coletivos. 2.1.1 Competências Específicas de Língua Portuguesa para o Ensino Fundamental 190 1. Compreender a língua como fenômeno cultural, histórico, social, variável, heterogêneo e sensível aos contextos de uso, reconhecendo-a como meio de construção de identidades de seus usuários e da comunidade a que pertencem. 2. Apropriar-se da linguagem escrita, reconhecendo-a como forma de interação nos diferentes campos de atuação da vida social e utilizando-a para ampliar suas possibilidades de participar da cultura letrada, de construir conhecimentos (inclusive escolares) e de se envolver com maior autonomia e protagonismo na vida social. 3. Ler, escutar e produzir textos orais, escritos e multissemióticos que circulam em diferentes campos de atuação e mídias, com compreensão, autonomia, fluência e criticidade, de modo a se expressar e partilhar informações, experiências, ideias e sentimentos, e continuar aprendendo. 4. Compreender o fenômeno da variação linguística, demonstrando atitude respeitosa diante de variedades linguísticas e rejeitando preconceitos linguísticos. 5. Empregar, nas interações sociais, a variedade e o estilo de linguagem adequados à situação comunicativa, ao(s) interlocutor(es) e ao gênero do discurso/gênero textual. 6. Analisar informações, argumentos e opiniões manifestados em interações sociais e nos meios de comunicação, posicionando-se ética e criticamente em relação a conteúdos discriminatórios que ferem direitos humanos e ambientais. 7. Reconhecer o texto como lugar de manifestação e negociação de sentidos, valores e ideologias. 8. Selecionar textos e livros para leitura integral, de acordo com objetivos, interesses e projetos pessoais (estudo, formação pessoal, entretenimento, pesquisa, trabalho etc.). 9. Envolver-se em práticas de leitura literária que possibilitem o desenvolvimento do senso estético para fruição, valorizando a literatura e outras manifestações artístico-culturais como formas de acesso às dimensões lúdicas, de imaginário e encantamento, reconhecendo o potencial transformador e humanizador da experiência com a literatura. 10. Mobilizar práticas da cultura digital, diferentes linguagens, mídias e ferramentas digitais para expandir as formas de produzir sentidos (nos processos de compreensão e produção), aprender e refletir sobre o mundo e realizar diferentes projetos autorais. 2.1.2 Competências Específicas de Educação Física para o Ensino Fundamental 1. Compreender a origem da cultura corporal de movimento e seus vínculos com a organização da vida coletiva e individual. 191 2. Planejar e empregar estratégias para resolver desafios e aumentar as possibilidades de aprendizagem das práticas corporais, além de se envolver no processo de ampliação do acervo cultural nesse campo. 3. Refletir, criticamente, sobre as relações entre a realização das práticas corporais e os processos de saúde/doença, inclusive no contexto das atividades laborais. 4. Identificar a multiplicidade de padrões de desempenho, saúde, beleza e estética corporal, analisando, criticamente, os modelos disseminados na mídia e discutir posturas consumistas e preconceituosas. 5. Identificar as formas de produção dos preconceitos, compreender seus efeitos e combater posicionamentos discriminatórios em relação às práticas corporais e aos seus participantes. 6. Interpretar e recriar os valores, os sentidos e os significados atribuídos às diferentes práticas corporais, bem como aos sujeitos que delas participam. 7. Reconhecer as práticas corporais como elementos constitutivos da identidade cultural dos povos e grupos. 8. Usufruir das práticas corporais de forma autônoma para potencializar o envolvimento em contextos de lazer, ampliar as redes de sociabilidade e a promoção da saúde. 9. Reconhecer o acesso às práticas corporais como direito do cidadão, propondo e produzindo alternativas para sua realização no contexto comunitário. 10. Experimentar, desfrutar, apreciar e criar diferentes brincadeiras, jogos, danças, ginásticas, esportes, lutas e práticas corporais de aventura, valorizando o trabalho coletivo e o protagonismo. 2.1.3 Competências Específicas de Arte para o Ensino Fundamental 1. Explorar, conhecer, fruir e analisar criticamente práticas e produções artísticas e culturais do seu entorno social, dos povos indígenas, das comunidades tradicionais brasileiras e de diversas sociedades, em distintos tempos e espaços, para reconhecer a arte como um fenômeno cultural, histórico, social e sensível a diferentes contextos e dialogar com as diversidades. 2. Compreender as relações entre as linguagens da Arte e suas práticas integradas, inclusive aquelas possibilitadas pelo uso das novas tecnologias de informação e comunicação, pelo cinema e pelo audiovisual, nas condições particulares de produção, na prática de cada linguagem e nas suas articulações. 3. Pesquisar e conhecer distintas matrizes estéticas e culturais – especialmente aquelas manifestas na arte e nas culturas que constituem a identidade brasileira –, sua tradição e manifestações contemporâneas, reelaborando-as nas criações em Arte. 192 4. Experienciar a ludicidade, a percepção, a expressividade e a imaginação, ressignificando espaços da escola e de fora dela no âmbito da Arte. 5. Mobilizar recursos tecnológicos como formas de registro, pesquisa e criação artística. 6. Estabelecer relações entre arte, mídia, mercado e consumo, compreendendo, de forma crítica e problematizadora, modos de produção e de circulação da arte na sociedade. 7. Problematizarquestões políticas, sociais, econômicas, científicas, tecnológicas e culturais, por meio de exercícios, produções, intervenções e apresentações artísticas. 8. Desenvolver a autonomia, a crítica, a autoria e o trabalho coletivo e colaborativo nas artes. 9. Analisar e valorizar o patrimônio artístico nacional e internacional, material e imaterial, com suas histórias e diferentes visões de mundo. 2.1.4 Competências Específicas de Língua Inglesa para o Ensino Fundamental 1. Identificar o lugar de si e o do outro em um mundo plurilíngue e multicultural, refletindo, criticamente, sobre como a aprendizagem da língua inglesa contribui para a inserção dos sujeitos no mundo globalizado, inclusive no que concerne ao mundo do trabalho. 2. Comunicar-se na língua inglesa, por meio do uso variado de linguagens em mídias impressas ou digitais, reconhecendo-a como ferramenta de acesso ao conhecimento, de ampliação das perspectivas e de possibilidades para a compreensão dos valores e interesses de outras culturas e para o exercício do protagonismo social. 3. Identificar similaridades e diferenças entre a língua inglesa e a língua materna/outras línguas, articulando-as a aspectos sociais, culturais e identitários, em uma relação intrínseca entre língua, cultura e identidade. 4. Elaborar repertórios linguístico-discursivos da língua inglesa, usados em diferentes países e por grupos sociais distintos dentro de um mesmo país, de modo a reconhecer a diversidade linguística como direito e valorizar os usos heterogêneos, híbridos e multimodais emergentes nas sociedades contemporâneas. 5. Utilizar novas tecnologias, com novas linguagens e modos de interação, para pesquisar, selecionar, compartilhar, posicionar-se e produzir sentidos em práticas de letramento na língua inglesa, de forma ética, crítica e responsável. 6. Conhecer diferentes patrimônios culturais, materiais e imateriais, difundidos na língua inglesa, com vistas ao exercício da fruição e da ampliação de perspectivas no contato com diferentes manifestações artístico-culturais. 193 2.2 Competências Específicas de Matemática para o Ensino Fundamental 1. Reconhecer que a Matemática é uma ciência humana, fruto das necessidades e preocupações de diferentes culturas, em diferentes momentos históricos, e é uma ciência viva, que contribui para solucionar problemas científicos e tecnológicos e para alicerçar descobertas e construções, inclusive com impactos no mundo do trabalho. 2. Desenvolver o raciocínio lógico, o espírito de investigação e a capacidade de produzir argumentos convincentes, recorrendo aos conhecimentos matemáticos para compreender e atuar no mundo. 3. Compreender as relações entre conceitos e procedimentos dos diferentes campos da Matemática (Aritmética, Álgebra, Geometria, Estatística e Probabilidade) e de outras áreas do conhecimento, sentindo segurança quanto à própria capacidade de construir e aplicar conhecimentos matemáticos, desenvolvendo a autoestima e a perseverança na busca de soluções. 4. Fazer observações sistemáticas de aspectos quantitativos e qualitativos presentes nas práticas sociais e culturais, de modo a investigar, organizar, representar e comunicar informações relevantes, para interpretá-las e avaliá-las crítica e eticamente, produzindo argumentos convincentes. 5. Utilizar processos e ferramentas matemáticas, inclusive tecnologias digitais disponíveis, para modelar e resolver problemas cotidianos, sociais e de outras áreas de conhecimento, validando estratégias e resultados. 6. Enfrentar situações-problema em múltiplos contextos, incluindo-se situações imaginadas, não diretamente relacionadas com o aspecto prático-utilitário, expressar suas respostas e sintetizar conclusões, utilizando diferentes registros e linguagens (gráficos, tabelas, esquemas, além de texto escrito na língua materna e outras linguagens para descrever algoritmos, como fluxogramas, e dados). 7. Desenvolver e/ou discutir projetos que abordem, sobretudo, questões de urgência social, com base em princípios éticos, democráticos, sustentáveis e solidários, valorizando a diversidade de opiniões de indivíduos e de grupos sociais, sem preconceitos de qualquer natureza. 8. Interagir com seus pares de forma cooperativa, trabalhando coletivamente no planejamento e desenvolvimento de pesquisas para responder a questionamentos e na busca de soluções para problemas, de modo a identificar aspectos consensuais ou não na discussão de uma determinada questão, respeitando o modo de pensar dos colegas e aprendendo com eles. 194 2.4 Competências Específicas de Ciências Humanas para o Ensino Fundamental 1. Compreender a si e ao outro como identidades diferentes, de forma a exercitar o respeito à diferença em uma sociedade plural e promover os direitos humanos. 2. Analisar o mundo social, cultural e digital e o meio técnico-científico-informacional com base nos conhecimentos das Ciências Humanas, considerando suas variações de significado no tempo e no espaço, para intervir em situações do cotidiano e se posicionar diante de problemas do mundo contemporâneo. 3. Identificar, comparar e explicar a intervenção do ser humano na natureza e na sociedade, exercitando a curiosidade e propondo ideias e ações que contribuam para a transformação espacial, social e cultural, de modo a participar efetivamente das dinâmicas da vida social. 4. Interpretar e expressar sentimentos, crenças e dúvidas com relação a si mesmo, aos outros e às diferentes culturas, com base nos instrumentos de investigação das Ciências Humanas, promovendo o acolhimento e a valorização da diversidade de indivíduos e de grupos sociais, seus saberes, identidades, culturas e potencialidades, sem preconceitos de qualquer natureza. 5. Comparar eventos ocorridos simultaneamente no mesmo espaço e em espaços variados, e eventos ocorridos em tempos diferentes no mesmo espaço e em espaços variados. 6. Construir argumentos, com base nos conhecimentos das Ciências Humanas, para negociar e defender ideias e opiniões que respeitem e promovam os direitos humanos e a consciência socioambiental, exercitando a responsabilidade e o protagonismo voltados para o bem comum e a construção de uma sociedade justa, democrática e inclusiva. 7. Utilizar as linguagens cartográfica, gráfica e iconográfica e diferentes gêneros textuais e tecnologias digitais de informação e comunicação no desenvolvimento do raciocínio espaço- temporal relacionado à localização, distância, direção, duração, simultaneidade, sucessão, ritmo e conexão. 2.4.1 Competências Específicas de História para o Ensino Fundamental 1. Compreender acontecimentos históricos, relações de poder e processos e mecanismos de transformação e manutenção das estruturas sociais, políticas, econômicas e culturais ao longo do tempo e em diferentes espaços para analisar, posicionar-se e intervir no mundo contemporâneo. 195 2. Compreender a historicidade no tempo e no espaço, relacionando acontecimentos e processos de transformação e manutenção das estruturas sociais, políticas, econômicas e culturais, bem como problematizar os significados das lógicas de organização cronológica. 3. Elaborar questionamentos, hipóteses, argumentos e proposições em relação a documentos, interpretações e contextos históricos específicos, recorrendo a diferentes linguagens e mídias, exercitando a empatia, o diálogo, a resolução de conflitos, a cooperação e o respeito. 4. Identificar interpretações que expressem visões de diferentes sujeitos, culturas e povos com relação a um mesmo contexto histórico, e posicionar-se criticamente com base em princípios éticos, democráticos, inclusivos, sustentáveis e solidários. 5. Analisar e compreender o movimento de populações e mercadorias no tempo e no espaço e seus significados históricos, levando em conta o respeito e a solidariedade com as diferentespopulações. 6. Compreender e problematizar os conceitos e procedimentos norteadores da produção historiográfica. 7. Produzir, avaliar e utilizar tecnologias digitais de informação e comunicação de modo crítico, ético e responsável, compreendendo seus significados para os diferentes grupos ou estratos sociais. 2.4.2 Competências Específicas de Geografia para o Ensino Fundamental 1. Utilizar os conhecimentos geográficos para entender a interação sociedade/natureza e exercitar o interesse e o espírito de investigação e de resolução de problemas. 2. Estabelecer conexões entre diferentes temas do conhecimento geográfico, reconhecendo a importância dos objetos técnicos para a compreensão das formas como os seres humanos fazem uso dos recursos da natureza ao longo da história. 3. Desenvolver autonomia e senso crítico para compreensão e aplicação do raciocínio geográfico na análise da ocupação humana e produção do espaço, envolvendo os princípios de analogia, conexão, diferenciação, distribuição, extensão, localização e ordem. 4. Desenvolver o pensamento espacial, fazendo uso das linguagens cartográficas e iconográficas, de diferentes gêneros textuais e das geotecnologias para a resolução de problemas que envolvam informações geográficas. 5. Desenvolver e utilizar processos, práticas e procedimentos de investigação para compreender o mundo natural, social, econômico, político e o meio técnico-científico e informacional, avaliar ações e propor perguntas e soluções (inclusive tecnológicas) para questões que requerem conhecimentos científicos da Geografia. 196 6. Construir argumentos com base em informações geográficas, debater e defender ideias e pontos de vista que respeitem e promovam a consciência socioambiental e o respeito à biodiversidade e ao outro, sem preconceitos de qualquer natureza. 7. Agir pessoal e coletivamente com respeito, autonomia, responsabilidade, flexibilidade, resiliência e determinação, propondo ações sobre as questões socioambientais, com base em princípios éticos, democráticos, sustentáveis e solidários. 2.5 Competências Específicas de Ensino Religioso para o Ensino Fundamental O Ensino Religioso se apresenta na educação básica como Área de Conhecimento e Componente Curricular respeitando as legislações e normativas que o rege21. Conforme a BNCC22, esta área aborda o conhecimento religioso e o reconhecimento da diversidade religiosa. O objeto de estudo da área de Ensino Religioso é o conhecimento religioso fomentado de acordo com Júnior e Silveira pela investigação científica das Ciências das Religiões e articulada com outras áreas de conhecimento com o intuito de desenvolver uma pesquisa séria e rigorosa e como ensino e aprendizado (JÚNIOR e SILVEIRA, 2017, p.167). De acordo com a BNCC o Ensino Religioso deve atender os seguintes objetivos: a) Proporcionar a aprendizagem dos conhecimentos religiosos, culturais e estéticos, a partir das manifestações religiosas percebida na realidade dos educandos; b) Propiciar conhecimento sobre o direito à liberdade de consciência e de crença, no constante propósito de promoção dos direitos humanos; c) Desenvolver competências e habilidades que contribuam para o diálogo entre perspectivas religiosas e seculares de vida, exercitando o respeito à liberdade de concepções e o pluralismo de ideias, de acordo com a Constituição Federal; d) Contribuir para que os educandos construam seus sentidos pessoais de vida a partir de valores, princípios éticos e da cidadania. 21 BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil (1988). Brasília, DF: Senado Federal, 1988. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituição/constituiçãocompilado. BRASIL. Lei 9.394, de 20 de dezembro de 1996.Estabelece diretrizes e bases da educação nacional. Diário Oficial da União, 23 de dezembro de 1996.Disponível em <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9394.htm> BRASIL.Conselho Nacional de Educação/Câmara de Educação Básica. Resolução nº 4, de 13 de julho de 2010. Define Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais para a Educação Básica. Diário Oficial da União, Brasília 14 de julho de 2010.Seção 1,p.824. Disponível em <http://portal.mec.gov.br/dmdocuments/rceb004_10.pdf> BRASIL.Ministério da Educação.Conselho Nacional de Educação; Câmara de Educação Básica. Resolução nº 7, de 14 de dezembro de 2010. Fixa diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental de 9 (nove) anos. Diário Oficial da União, Brasília, 15 de dezembro de 2010.Seção 1, p.34. Disponível em <http://portal.mec.gov.br/dmdocuments/rceb007_10.pdf> 22 Base Nacional Curricular Comum. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constitui%C3%A7%C3%A3o/constitui%C3%A7%C3%A3ocompilado http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constitui%C3%A7%C3%A3o/constitui%C3%A7%C3%A3ocompilado http://portal.mec.gov.br/dmdocuments/rceb004_10.pdf http://portal.mec.gov.br/dmdocuments/rceb004_10.pdf 197 No Ensino Fundamental, o Ensino Religioso tem a pesquisa e o diálogo como princípios articuladores para o desenvolvimento de um trabalho pedagógico alinhado a pressupostos éticos e científicos, sem privilégio de nenhuma crença ou convicção, confirmando a laicidade da escola pública. A contemporaneidade exige um ER inclusivo, no qual as culturas e religiosidades de todas as pessoas têm um valor e força conceitual. Não existe um saber maior em ER. Uma perspectiva inclusiva exige entender que todas as tradições e manifestações do sagrado fazem parte do caldeirão cultural que é o Brasil. Não há espaço para aprender com a intolerância e a discriminação. (FILHO, 2017, p. 233). O Ensino Religioso, assim como os demais componentes, oportuniza a integração das habilidades específicas às competências gerais, propiciando às/aos estudantes lidar de forma reflexiva com o diferente de suas crenças e valores, ampliando a sua forma de se relacionar com o mundo e com o outro. A Área de Ensino Religioso, de acordo com a BNCC - e, por consequência, o componente curricular de Ensino Religioso deve garantir às/aos estudantes do ensino fundamental, o desenvolvimento das seguintes competências específicas alinhadas às competências gerais da Base. Que são: 1. Conhecer os aspectos estruturantes das diferentes tradições/movimentos religiosos e filosofias de vida, a partir de pressupostos científicos, filosóficos, estéticos e éticos. 2. Compreender, valorizar e respeitar as manifestações religiosas e filosofias de vida, suas experiências e saberes, em diferentes tempos, espaços e territórios. 3. Reconhecer e cuidar de si, do outro, da coletividade e da natureza, enquanto expressão de valor da vida. 4. Conviver com a diversidade de crenças, pensamentos, convicções, modos de ser e viver. 5. Analisar as relações entre as tradições religiosas e os campos da cultura, da política, da economia, da saúde, da ciência, da tecnologia e do meio ambiente. 6. Debater, problematizar e posicionar-se frente aos discursos e práticas de intolerância, discriminação e violência de cunho religioso, de modo a assegurar os direitos humanos no constante exercício da cidadania e da cultura de paz. 3 COMPREENSÃO DO ENUNCIADO ALFANUMÉRICO DAS HABILIDADES 198 O Currículo Escolar Municipal – SEMED/Manaus fundamenta-se em bases legais que tratam da organização do ensino em todas as esferas, seja Federal, Estadual e/ou Municipal, tomando como principal referência a Base Nacional Comum Curricular – BNCC e o Referencial Curricular Amazonense – RCA, oportunizando aos estudantes seu desenvolvimento a partir de competências e habilidades, visando um aprendizado contínuo a partir de suas experiências diárias. A BNCC do Ensino Fundamental – Anos Iniciais, ao valorizar as situações lúdicas de aprendizagem, aponta para a necessária articulação com as experiências vivenciadas na Educação Infantil. Talarticulação precisa prever tanto a progressiva sistematização dessas experiências quanto o desenvolvimento, pelos alunos, de novas formas de relação com o mundo, novas possibilidades de ler e formular hipóteses sobre os fenômenos, de testá- las, de refutá-las, de elaborar conclusões, em uma atitude ativa na construção de conhecimentos. Ao longo do Ensino Fundamental – Anos Finais, os estudantes se deparam com desafios de maior complexidade, sobretudo devido à necessidade de se apropriarem das diferentes lógicas de organização dos conhecimentos relacionados às áreas. Tendo em vista essa maior especialização, é importante, nos vários componentes curriculares, retomar e ressignificar as aprendizagens do Ensino Fundamental – Anos Iniciais no contexto das diferentes áreas, visando ao aprofundamento e à ampliação de repertórios dos estudantes. Nessa perspectiva, este documento organiza-se em cinco áreas de conhecimento e nove componentes curriculares para o atendimento dos estudantes no Ensino Fundamental, levando a um processo de ensino mais contextualizado, progressivo e significativo para todos os estudantes, assim organizado: ÁREA DE CONHECIMENTO COMPONENTE CURRICULAR LINGUAGEM LP – Língua Portuguesa EF – Educação Física AR – Arte LI – Língua Inglesa MATEMÁTICA MA – Matemática CIÊNCIAS DA NATUREZA CI – Ciências CIÊNCIAS HUMANAS HI – História GE – Geografia ENSINO RELIGIOSO ER – Ensino Religioso 199 Cada componente curricular está dividido em unidades temáticas, e essas apresentam vários objetos de conhecimento, compreendidos anteriormente como conteúdo, conceitos e processos e, para cada um desses objetos são oferecidas diversas habilidades, que deverão ser desenvolvidas de forma sequenciada e progressiva, durante a vida escolar de cada estudante. O código alfanumérico encontrado nas habilidades reveladas em cada ano de ensino e componente curricular tem a finalidade de identificar e organizar a progressão da aprendizagem, identificando pontos específicos. Assim, para melhor compreensão, tomamos uma habilidade do 5º ano de Língua Portuguesa para exemplificar: CÓDIGO ALFANUMÉRICO EF05LP23 A Comissão Pró-BNCC, que elaborou o RCA, percebeu após estudo e análise da BNCC, a necessidade de criar habilidades, visando atender especificidades da região. Seguindo a mesma organização, propôs o acréscimo de mais dois algarismos, utilizando a sigla AM para representar a habilidade elaborada pelo Estado. Não obstante, a Comissão de reformulação do Currículo da Secretaria Municipal de Educação – SEMED/Manaus, também analisou ambos os documentos e entendeu que ainda existiam lacunas quanto às habilidades no que tange ao contexto local e, também fez acréscimo, colocando a sigla MAO para essas inserções. Abaixo estão os exemplos para cada uma dessas situações: Exemplo: EF02AR01AM – Habilidade elaborada pela Comissão Pró-BNCC EF02MA02MAO – Habilidade elaborada pela Comissão de reformulação do Currículo da Secretaria Municipal de Educação – SEMED/Manaus As habilidades estão distribuídas e organizadas progressivamente nos Quadros Organizadores dos Componentes Curriculares, dispostos ano a ano, contemplando além das Habilidades, as Unidades Temáticas e Objetos de Conhecimento. Ensino Fundamental Primeiro par de letras indica a etapa. Ano Escolar Os dois primeiros algarismos referem-se ao ano escolar. Língua Portuguesa O segundo par de letras representa o componente curricular. Numeração Sequencial Os dois últimos algarismos indicam a posição da habilidade. 200 No Ensino Fundamental, etapa mais longa da Educação Básica, as crianças e os adolescentes passam por uma série de mudanças relacionadas a aspectos físicos, cognitivos, afetivos, sociais e emocionais. Essas mudanças impõem desafios à elaboração dos planejamentos de atividades para essa etapa de escolarização, de modo a superar as rupturas que ocorrem na passagem não somente entre as etapas da Educação Básica, mas também entre as duas fases do Ensino Fundamental: Anos Iniciais e Anos Finais. 4 A AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM Entender o currículo como a construção de experiências escolares, vivências e saberes dos estudantes articulados com os conhecimentos científicos historicamente acumulados submete a SEMED/MANAUS23, a considerar as etapas do ensino, ampliar os olhares para as suas modalidades e conceber um currículo dinâmico. Nessa perspectiva os objetos de conhecimentos, devem ser compreendidos como uma construção de conhecimentos e práticas produzidas em territórios vivenciados na diversidade e complexidade das dinâmicas sociais, políticas, pedagógicas e culturais. Sendo assim, cabe à SEMED/MANAUS pautar reflexões acerca da avaliação a partir do fazer pedagógico de cada unidade escolar. Para a Educação básica a BNCC24(2017), recomenda que as ações pedagógicas atentem para o desenvolvimento de competências e habilidades e propõe romper a fragmentação do conhecimento e estabelece como premissa a concepção de educação integral, em que o processo de aprendizagem significativa e o protagonismo estudantil esteja garantido nas relações escolares. Nesse sentido, a BNCC propõe que os processos educativos ultrapassem as salas de aula e provoquem uma mudança no cotidiano dos estudantes. Para a EJA25 a avaliação tem como ponto de partida a valorização do conhecimento prévio que cada estudante acumulou em suas vivências. De acordo com o estudo andragógico, a aprendizagem do estudante na EJA ocorre a partir de suas experiências de vida e de sua relação com o mundo e com o outro e devem ser orientadas para a resolução de problemas e tarefas cotidianas. Desta forma, o processo de aprendizagem não pode ser 23 Secretaria Municipal de Educação/Manaus - AM 24 Base Nacional Comum Curricular 25 Educação de Jovens e Adultos 201 imposto por meio de fontes externas independentes, sem conexão com a vida real, pois é na própria experiência que os jovens, adultos e idosos irão encontrar motivações e as necessidades em aprender. Os estudantes público alvo da Educação Especial apresentam características próprias e diferenciadas, com déficits intelectuais (Deficiência Intelectual); dificuldades nos processos de abstração, socialização, atenção e estereotipias (Transtorno do Espectro do Autismo); dificuldades motoras ( Deficiência Física); falta do sentido da visão ou baixa visão (Deficiência Visual) e ausência do sentido da audição (Deficiência Auditiva, Surdez), dentre outros, sendo assim, as metodologias, estratégias e recursos devem ser compatíveis com as necessidades dos estudantes bem como o processo avaliativo. É necessário que o professor tenha clareza do significado da avaliação na formação de cada criança, jovem ou adulto que adentra a instituição escolar e tenha presente os múltiplos olhares para a diversidade de uma sala de aula e assegure a todos os estudantes a singularidade de cada um presente naquele espaço. Medir e julgar devem ceder espaço ao comparar, analisar, refletir, ajustar; decidir, fazendo da avaliação um auxílio na tomada de decisões em relação às ações que precisará desenvolver, como frisa Cardoso (2014, p. 70), “a avaliação é uma ferramenta importante à disposição dos professores para verificação do alcance dos objetivos fundamentais do processo de ensino e aprendizagem, servindo, consequentemente, como instrumento de reflexão sobre a prática pedagógica”. Cabe à avaliação desempenhar a sua função no processo da aprendizagem, neste sentido Ballester (2003) contribui com a seguinte reflexão, o porquê e para quem avaliamos, o que avaliamos e como avaliamos e, esta poderá ser ou não a tarefa que irá enriquecer o trabalho coletivo do projeto educativo. A autoavaliação é uma maneira de tornar a avaliação maisdemocrática, pois o estudante poderá analisar como está o seu desenvolvimento, sendo assim partícipe do processo. Sant'Ana (2009), afirma que a autoavaliação é capaz de conduzir o aluno a uma modalidade de apreciação que se põe em prática durante a vida inteira. Deve-se criar as condições para que o estudante conheça os seus erros e acertos e atue juntamente com o seu professor na progressão de saberes. A avaliação deve favorecer o desenvolvimento de todos os estudantes na multidimensionalidade: intelectual, física, emocional, social e cultural. Sua ação pedagógica deve possibilitar a apropriação do conhecimento com atividades viáveis e que estimulem a aprendizagem. O professor deve utilizar-se das mais variadas formas de avaliar em sala de aula, as mais conhecidas são: avaliação diagnóstica, avaliação formativa e avaliação somativa. Elas apresentam funções específicas no processo avaliativo. 202 4.1 Tipos de Avaliação MODALIDADE FUNÇÃO PROPÓSITO ÉPOCA Diagnóstica Diagnosticar Verificar a presença ou ausência de pré requisitos para novas aprendizagens. Detectar dificuldades específicas de aprendizagem, buscando identificar suas causas. Início do ano ou semestres letivos. Início de uma unidade de ensino. Formativa Controlar Constatar se os objetivos foram alcançados. Fornecer dados para aperfeiçoar o processo de ensino aprendizagem. Durante o ano letivo, ao longo do processo de ensino e aprendizagem. Somativa Classificar Classificar os resultados de aprendizagem alcançados pelos estudantes, de acordo com os níveis de aproveitamento estabelecidos. Ao final do ano, semestre letivo ou ao final de uma unidade de ensino. As normas constitucionais que fundamentam a educação são essenciais para a organização dos espaços escolares, definindo as competências constitucionais e atribuições administrativas da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. E define igualmente as atribuições dos(as) docentes frente a ação pedagógica, entre as diversas ações encontra-se o processo de avaliação e de recuperação da aprendizagem. 4.2 Legislação LEI ARTIGOS, PARÁGRAFOS, INCISOS E ALÍNEAS ASSUNTO LDB n.9394/96 Art. 7º Ausência em aulas e provas agendadas nos dias em que é vedado atividades por preceitos religiosos. Art. 13, incisos III, IV. Zelar pela aprendizagem e estabelecer estratégias de recuperação. Art. 23, &1º Reclassificação dos alunos. Art. 24, inciso II, alíneas a,b, c, incisos III, V, alíneas a,b,c,d,e Classificação, promoção, progressão parcial. Art. 35 e 36 Competências e habilidades Art.37 e 38 Obrigatoriedade dos sistemas em garantir a educação de jovens e adultos destinada àqueles que não tiveram acesso ou continuidade de estudos nos ensinos fundamental e médio na idade própria. 203 Art. 58 Educação Especial LEI n.2.764/12 Dispõe que autistas devem ser considerados como pessoas com deficiência. LBI n. 13.146/15 Lei Brasileira de Inclusão PARECER CNE 12/97 08/10/1997 Complemento ao parecer 05 Esclarece dúvidas sobre a LEI 9394/96. PARECER CEB nº 11/2000 EJA – Função reparadora e inclusão A EJA não desempenha apenas a função reparadora, mas a inclusão do indivíduo no circuito dos direitos civis e restaura os direitos negados. RES.Nº 07 CNE/CEB dez/2010 Art. 32 Fixa as diretrizes curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental de 9 (nove). NOTA TÉCNICA MEC 09/09/2013 Estudos de recuperação. DEC n. 8.368/12/14 Necessidades educacionais especiais de estudantes com transtorno do espectro autista. NOTA TÉCNICA N.20/2015 Necessidades educacionais especiais de estudantes com transtorno do espectro autista 4.3 Avaliação de desempenho O grande objetivo da educação é garantir e promover a aprendizagem dos educandos, independente da sua classe social, condições econômicas e dificuldades. Partindo desse pressuposto, os atos avaliativos passaram a existir para diagnosticar a efetividade da promoção da aprendizagem nas escolas e subsidiar possíveis melhorias. A forma como se avalia, segundo Luckesi (2011), é crucial para a concretização do projeto educacional. A avaliação é estratégia indispensável no monitoramento de coleta de dados, pois permite influenciar a qualidade e a eficiência do sistema educacional, evitando que se façam investimentos públicos de maneira intuitiva, desarticulada ou insuficiente para atender as necessidades da educação, aperfeiçoando assim a qualidade do ensino e aprendizagem, e da Gestão Institucional. Diante disso, a SEMED/Manaus, em 15 de junho de 2015 por meio do Decreto de nº 3.113 criou o Sistema de Avaliação de Desempenho Educacional de Manaus – SADEM, com a função de integrar todas as avaliações em larga escala direcionadas à rede pública municipal de ensino de Manaus, objetivando diagnosticar os ambientes e processos da qualidade na educação infantil, analisar os resultados de desempenho dos estudantes do ensino fundamental e dos servidores pertencentes à rede, para acompanhar os processos de melhoria e planejar ações futuras a partir dos resultados obtidos. 204 Dentre as avaliações de desempenho educacional, contempladas pelo SADEM encontra-se a Avaliação de Desempenho do Estudante-ADE, implantada na rede em 2014, trata-se de uma de avaliação externa em larga escala, aplicada aos estudantes do ensino fundamental dos anos iniciais e finais das escolas públicas das zonas urbanas e rural (rodoviária/ribeirinha), que traz em seu bojo a melhoria da qualidade da educação pública no município, que ora se apresenta como a terceira maior rede do país. A ADE atende ao macro (rede) e micro (escola) sistemas, simultaneamente, tendo para a rede o objetivo de subsidiar a formulação, reformulação e monitoramento de políticas públicas e fomentar a cultura de avaliação educacional, e para a escola o objetivo de fornecer informações qualitativas e quantitativas do desempenho dos estudantes, proporcionando à equipe escolar a partir de seus dados/resultados diagnosticar, analisar/refletir, intervir e acompanhar o processo de ensino e aprendizagem em face dos objetivos esperados - competências e habilidades - presentes nos testes, auxiliando em suas ações/intervenções pedagógicas. A metodologia adotada para a elaboração dos itens (múltipla escolha), ancora-se na teoria da Taxonomia dos Objetivos Educacionais (Taxonomia de Bloom), nas matrizes de referência do Sistema de Avaliação da Educação Básica – Saeb, disponibilizadas pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Anísio Teixeira-Inep, e na Proposta Curricular da SEMED, articulada aos conhecimentos dos estudantes ao longo de sua trajetória escolar. Tendo em vista que o objetivo principal das avaliações externas deve ser a qualidade da educação, a SEMED/Manaus por meio dos resultados da ADE, mesmo com pouco tempo de implementação na rede tem fornecido feedbacks importantes, especialmente para as escolas, evidenciando que a avaliação além de gerar diagnósticos sobre o aprendizado dos estudantes, contribui no monitoramento da qualidade de ensino e na formação dos professores, constituindo-se em um potencial indicador de melhoria das práticas escolares e, consequentemente, da aprendizagem dos estudantes. Dentre os impactos/contribuições destacam-se: Apropriação da cultura de avaliação para além do que se planeja no espaço escolar a partir dos resultados; Fornecimento de subsídios para a tomada de decisões destinadas a benfeitorias no sistema de ensino por meio do acompanhamento de suas diferentes edições em busca de caminhos que conduzam à formação da escola de qualidade. Elaboração de planos de intervenção pelas escolas com base nos descritores com baixo desempenho após a divulgação dos resultados; Monitoramento dos dados da avaliação visando subsidiar a gestão pedagógica das escolas; 205 Compreensão da finalidadee característica da avaliação (avaliar habilidades e competências em leitura e resolução de problemas com base nos componentes curriculares avaliados nos testes articulados à proposta curricular); Realização de oficinas de formação junto aos professores para compreensão das habilidades críticas apontadas nos testes auxiliando nas intervenções pedagógicas e consequentemente na melhoria da proficiência dos estudantes, tanto nas avaliações externas, quanto internas. Articulada ao Sistema Nacional de Avaliação, vale ressaltar que a ADE desde sua implantação, busca priorizar em seus itens a realidade educacional e as especificidades locais, por ser uma avaliação genuína da rede de ensino. Destaca-se ainda, como ponto de extrema relevância, o entendimento da avaliação pela comunidade escolar como parte do processo educacional, e que envolve tomada de decisão, pois ao analisar coletivamente os resultados, identificam-se as dificuldades dos estudantes no processo de ensino e aprendizagem, e ao mesmo tempo são planejadas ações corretivas para que eles possam vencê-las. Nota-se no decorrer do percurso uma evolução no pensar da escola no que tange à compreensão de que avaliação da aprendizagem e avaliação em larga escala, ainda que com propósitos diferentes se complementam, pois são indicadores, respectivamente, da qualidade da aprendizagem/educação básica seja em nível nacional, internacional ou local. Nesse sentido pode-se constatar que a avaliação educacional tem um importante papel a desempenhar nos sistemas educativos contemporâneos e na sociedade em geral, contudo, é necessário que exista discernimento suficiente por parte dos dirigentes das redes de ensino em todas as instâncias, para que se perceba que papel é esse e quais são os seus limites, a fim de que não se transforme num mero procedimento de regulação e controle (FERNANDES, 2007). 4.4 Instrumentos de coleta de dados para avaliação Os instrumentos de coleta de dados para a avaliação da aprendizagem devem ser utilizados no decorrer do ano letivo de acordo com os objetos de conhecimentos ministrados e objetivos definidos, estes possibilitam ao docente ampliar informações necessárias acerca do desempenho da aprendizagem. Os Instrumentos de Coleta de Dados têm como funçãosubsidiar e direcionar as atividades pedagógicas no intuito de superar as dificuldades com a aprendizagem, reduzindo o número de alunos que acumulam o fracasso escolar ao longo dos anos. TÉCNICAS INSTRUMENTOS OBSERVAÇÕES 206 Testagem Provas objetivas e provas subjetivas São instrumentos relacionados à aplicação de provas e testes. Podem ser provas objetivas com questões fechadas e subjetivas com questões abertas. Inquirição Questionários, inventários, roteiros de entrevistas, questionários de autoavaliação entre os pares. Técnica fundamentada em perguntas, indagações feitas com instrumentos que possibilita a aplicação ao final de uma aula, atividade individual ou em grupo. Observação Lista de checagem, escala de classificação, roteiros. A observação pode ser informal, espontânea ou sistematizada, toda observação deve ser registrada. E quando for realizar uma observação formal deve ser feita mediante um roteiro ou uma lista de checagem, em que seja definida uma escala de classificação. O que permitirá uma observação criteriosa com objetivos definidos. Os Instrumentos de Coleta de Dados para a Avaliação devem se limitar a sua função específica, relatar o desempenho do estudante de acordo com os objetivos definidos e por conseguinte, torna-se necessário a definição do quantitativo mínimo de atividades avaliativas de acordo com a Estrutura Curricular. 5 INTERVENÇÕES PEDAGÓGICAS O empenho por uma escola pública de qualidade para todos tem sido uma agenda longa e constante nestas últimas décadas. Cabe reconhecer, no entanto, que convivemos com indicativos educacionais que nos mostram um panorama divergente dessa realidade. Todavia, sabe-se que o processo educativo deve enfatizar o acesso ao conhecimento básico e propiciar ao estudante as condições para interagir e participar da comunidade em que vive, produzindo e transformando o seu meio de convivência. Para exemplificar essa afirmativa, Saviani (2010, p.14) esclarece que, “a escola existe, pois, para propiciar a aquisição dos instrumentos que possibilitam o acesso ao saber elaborado (ciência), bem como o próprio acesso aos rudimentos desse saber”. Assim, é função da escola se organizar de maneira que todos os estudantes sejam incluídos no processo de aprendizagem e possam apropriar-se dos conhecimentos acumulados pela humanidade. Ao analisar o desempenho de uma instituição escolar, o desenvolvimento de aprendizagem de uma classe ou de um estudante, inevitavelmente, nos deparamos com os desafios que precisam ser enfrentados, aprendizagem mínima em relação aos objetos de conhecimentos, infrequência dos estudantes, evasão escolar, distorção idade/série dentre outros fatores sociais que impactam diretamente no processo de aprendizagem. Diante desta 207 problemática constata-se a urgência de ser feita a intervenção mediante as ações desenvolvidas com o objetivo de compreender, explicar e corrigir o percurso, e desse modo, diminuir os índices apresentados pelas estatísticas referentes ao fracasso e ao insucesso escolar. Intervenção é o ato ou processo de mediar determinada situação ou problema existente, e seu objetivo é a busca de alternativas que visem alterar ou melhorar o resultado, implica em uma ação em desenvolvimento contínuo. Portanto, na educação essa ação está interligada diretamente ao processo do ensino e da aprendizagem. Nesse sentido se a escola deseja estabelecer a igualdade e a equidade no que se refere ao conhecimento, de forma a colaborar para que suas ações se tornem mais eficazes e eficientes, é importante instituir a cultura da análise dos seus resultados, prática essa que permite detectar os elementos que podem colaborar para fortalecer as ações, além de apontar os que fragilizam as práticas e as ações pedagógicas. No sentido de reverter esses desafios é indispensável que a escola não se furte a olhar com frequência as ações desenvolvidas no decorrer do bimestre, do semestre e do ano letivo e a partir dos resultados analisar os fatores e redirecionar as ações em curso. Gauthier (2014, p.42) caracteriza seis categorias que impactam o desempenho dos estudantes: fatores relativos aos estudantes; questões familiares; questões associadas à escola; ao professor; ao currículo e ao método de Ensino; As diferentes categorias poderão influenciar direta ou indiretamente o desempenho de cada um e por consequência os indicadores institucionais. Este acompanhamento detalhado cabe atenção da equipe gestora, ao encerrar o bimestre fazer análise detalhada de todas as turmas e identificar todos os que não corresponderam aos objetivos propostos em cada componente curricular e junto aos docentes redirecionar as ações para recuperar a aprendizagem. As funções pedagógicas desempenhadas pelas professoras e professores são fundamentais para que os estudantes superem suas dificuldades de aprendizagem. Do ponto de vista de Gauthier (2014, p.63) “duas funções pedagógicas fundamentais executadas pelo professor são: instruir e educar; elas remetem ao que se chama “gestão de aprendizado” e “gestão de classe”. Essas duas funções é que asseguram um ensino eficaz. Neste processo a intervenção pedagógica deve iniciar com a elaboração do Projeto Político Pedagógico, momento em que a comunidade escolar realiza a radiografia escolar, e coletivamente elabora a análise do perfil dos estudantes, dos profissionais e o resultado passa a ser visto com a perspectiva de mudança e como forma de projetar para uma nova prática pedagógica. A intervenção pedagógica deve estar inserida na rotina escolar durante o ano letivo, e deveconsiderar os resultados da sondagem inicial ou das avaliações parciais para identificar os estudantes que apresentam características para o baixo rendimento. Cabe, junto ao docente, analisar o perfil de cada estudante, considerando: frequência, participação, estudante que apresenta deficiência e lacuna no processo de aprendizagem, comportamento inadequado e acompanhamento familiar. 208 Após a verificação detalhada de cada turma e de cada estudante, a equipe gestora e o docente devem elaborar um plano de estudo redirecionando as ações pedagógicas, nesse sentido, o uso da tecnologia será um importante aliado nesse contexto. O ensino híbrido deve ser inserido com o objetivo de facilitar a ação de recuperar a aprendizagem do estudante, suprindo as lacunas apresentadas na aprendizagem pelas turmas ou pelos estudantes. Considerando que os estudantes devem ser os protagonistas de sua própria aprendizagem, cabe ao professor estabelecer estratégias de diálogo e criar condições para o debate e a reflexão em que permita ao estudante assumir a responsabilidade pela apropriação do conhecimento e estabelecer seus objetivos de vida. Contextualizar os objetos de conhecimento a partir de temas contemporâneos como estratégia para despertar o interesse e motivação para a aprendizagem estabelecendo nesse processo a conexão com os conhecimentos prévios. 209 ENSINO FUNDAMENTAL ANOS INICIAIS 210 211 1 TRANSIÇÃO DA EDUCAÇÃO INFANTIL PARA O ENSINO FUNDAMENTAL – ANOS INICIAIS Para dialogarmos sobre a transição da Educação Infantil para o Ensino Fundamental, há necessidade de considerarmos as crianças como cidadãs e cidadãos ativos neste processo, conforme asseguram as normativas legais da primeira etapa da Educação Básica, como as Diretrizes Curriculares Nacionais para Educação Infantil (DCNEIs, BRASIL, 2009). Esse documento apresenta aspectos relevantes que tangenciam a educação dos bebês e crianças pequenas no âmbito das instituições de ensino, tendo como eixos norteadores as interações e as brincadeiras, assim como orienta o fortalecimento de práticas pedagógicas mediadoras de aprendizagem nas diferentes linguagens, que promovam a continuidade do processo educativo das crianças. A Base Nacional Comum Curricular (BNCC, BRASIL, 2017), reforça a concepção sobre o cuidar e educar trazida nas DCNEIs, fortalecendo a orientação do cuidado como algo indissociável do processo educativo. Nesse sentido, as instituições de Educação Infantil precisam acolher as experiências e os conhecimentos construídos pelas crianças no contexto familiar e nas comunidades e articulá-los com suas propostas pedagógicas, com a finalidade de ampliar as experiências e conhecimentos dessas crianças. Assim, as práticas pedagógicas da primeira etapa da Educação Básica consideram fundamentais as seguintes ações: Promoção de diálogos permanentes com as famílias das crianças; Reconhecimento das especificidades etárias nos planejamentos e acompanhamento do desenvolvimento infantil, assim como as individuais e coletivas; Promoção de experiências que envolvam a interação com manifestações artísticas, culturais, preservação do meio ambiente, questionamento, curiosidade e vivências com recursos tecnológicos que possibilitem o desenvolvimento integral das crianças. A BNCC, tendo em vista os eixos estruturantes das práticas pedagógicas e as competências para educação básica, sinaliza os seis direitos de aprendizagem para os bebês, crianças bem pequenas e crianças pequenas: conviver, participar, explorar, brincar, expressar e conhecer-se garantindo por meio destes que as crianças desempenhem um papel ativo nos contextos em que vivem. Considerando os eixos norteadores interações e brincadeiras na Educação Infantil, assegurados por meio dos referidos direitos de aprendizagem, a BNCC organiza os contextos de aprendizagem e desenvolvimento da Educação Infantil em cinco 212 campos de experiências: o eu, o outro e o nós; corpo, gestos e movimentos; traços, sons, cores e formas; escuta, fala, pensamento e imaginação; espaços, tempos, quantidades, relações e transformações os quais estão articulados com os objetivos de aprendizagens. Esses campos de experiências são constituídos como “um arranjo curricular que acolhe as situações e as experiências concretas da vida cotidiana das crianças e seus saberes, entrelaçando-os aos conhecimentos que fazem parte do patrimônio cultural” (BRASIL, 2017, p. 40). Considerando o trabalho desenvolvido na Educação Infantil na garantia dos direitos de aprendizagem articulados aos campos de experiências, estes relacionados aos saberes e conhecimentos necessários a serem desenvolvidos com as crianças, há necessidade de articulação e continuidade destes processos de aprendizagens na transição da Educação Infantil para Ensino Fundamental, para que as crianças tenham condições favoráveis de ingresso nos anos iniciais. Essa transição precisa respeitar o ritmo de aprendizagens das crianças, singularidades e relações que estabelecem com o conhecimento, bem como as mediações proporcionadas em cada etapa. Desta forma, faz-se necessário a compreensão deste momento de transição que envolve as crianças e os professores, havendo, portanto, a necessidade de ações que favoreçam a continuidade de ampliação destes repertórios das crianças, por meio da imersão em diferentes linguagens. Nessa direção, a BNCC apresenta as sínteses das aprendizagens nas quais a professora ou o professor do 1º ano do Ensino Fundamental (destinatário principal desta orientação, com o apoio de toda a equipe diretiva da escola) deverá observar para balizar o olhar sobre as aprendizagens das crianças oriundas da Educação Infantil, a saber: 1. Respeitar e expressar sentimentos e emoções; 2. Atuar em grupo e demonstrar interesse em construir novas relações, respeitando a diversidade e solidarizando-se com os outros; 3. Conhecer e respeitar regras de convívio social, manifestando respeito pelo outro; 4. Reconhecer a importância de ações e situações do cotidiano que contribuem para o cuidado de sua saúde e a manutenção de ambientes saudáveis; 5. Apresentar autonomia nas práticas de higiene, de alimentação, de vestir-se e no cuidado com seu bem-estar, valorizando o próprio corpo; 6. Utilizar o corpo intencionalmente (com criatividade, controle e adequação) como instrumento de interação com o outro e com o meio; 7. Coordenar suas habilidades manuais; 8. Expressar ideias, desejos e sentimentos em distintas situações de interação, por diferentes meios; 213 9. Argumentar e relatar fatos oralmente, em sequência temporal e causal, organizando e adequando sua fala ao contexto em que é produzida; 10. Ouvir, compreender, contar, recontar e criar narrativas; 11. Conhecer diferentes gêneros e portadores textuais, demonstrando compreensão da função social da escrita e reconhecendo a leitura como fonte de prazer e informação; 12. Discriminar os diferentes tipos de sons e ritmos e interagir com a música, percebendo-a como forma de expressão individual e coletiva; 13. Expressar-se por meio das artes visuais, utilizando diferentes materiais; 14. Relacionar-se com o outro empregando gestos, palavras, brincadeiras, jogos, imitações, observações e expressão corporal; 15. Identificar, nomear adequadamente e comparar as propriedades dos objetos, estabelecendo relação entre eles; 16. Interagir com o meio ambiente e com os fenômenos naturais ou artificiais, demonstrando curiosidade e cuidado com relação a eles; 17. Utilizar vocabulário relativo às noções de grandeza (maior, menor, igual etc.), espaço (dentro, fora) e medidas (comprido, curto, grosso, fino) como meio de comunicação de suas experiências; 18. Utilizar unidades de medida (dia e noite, dias, semanas, meses, anos) e noçõesde tempo (presente, passado, futuro, antes, agora e depois) para responder a necessidades e questões do cotidiano; 19. Identificar e registrar quantidade por meio de diferentes formas de representação (contagens, desenhos, símbolos, escrita de números, organização de gráficos básicos etc.). Observadas essas aprendizagens, a professora ou o professor do 1º ano seguem nas ampliações dos repertórios a partir do que cada criança apresenta, uma vez que tais aprendizagens não tem o caráter de pré-requisito para o ingresso no Ensino Fundamental. As possibilidades de efetivação desse processo podem ser observadas nos seguintes aspectos: 1. Planejar e efetivar o acolhimento das crianças e de suas famílias quando do ingresso na instituição, visando o conhecimento de cada criança e de sua família pela equipe da escola; 2. Priorizar a observação atenta das crianças para orientar as mudanças que ocorrem em um novo espaço social; 3. Planejar o trabalho pedagógico reunindo a equipe da escola, acompanhando os relatórios das crianças que vieram da pré-escola e articulando com as realidades das crianças que não frequentaram a Educação Infantil; 214 4. Prever formas de articulação entre os professores e as professoras da Educação Infantil e do Ensino Fundamental e providenciar instrumentos de registros dos aspectos do desenvolvimento integral das crianças de 6 anos que balizem os planejamentos iniciais do 1º ano do Ensino Fundamental. Com isso, o trabalho pedagógico realizado no interior das instituições de ensino, possibilitam a ampliação dos repertórios das crianças e experiências que estas constroem nos diferentes espaços. O olhar atento para as sínteses de aprendizagem destacadas na BNCC precisa nortear as práticas pedagógicas desenvolvidas tanto pela professora ou o professor da educação infantil, quanto a professora ou professor do 1º ano do Ensino Fundamental. 2 OS COMPONENTES CURRICULARES DO ENSINO FUNDAMENTAL – ANOS INICIAIS 2.1 A Língua Portuguesa nos Anos Iniciais O ensino da Língua Portuguesa nos Anos Iniciais pressupõe a articulação curricular, inicialmente com a Educação Infantil e deve ampliar-se no processo de alfabetização, fortalecendo-se no quarto e quinto ano, de modo a favorecer o uso eficaz da linguagem, o que contribui para a progressão de aprendizagem dos estudantes para os Anos Finais, tendo como meios básicos o pleno domínio da leitura e da escrita, conforme previsto nas Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais para a Educação Básica (Resolução CNE/CEB nº 4/ 2010),que em seu o artigo 24 prevê a continuidade da Educação Infantil no Ensino Fundamental em uma perspectiva de reconhecer que os objetivos da formação básica das crianças, estabelecidos para a Educação Infantil, devem estender-se durante os Anos Iniciais do Ensino Fundamental e completam-se nos Anos Finais. Segundo a BNCC, os Anos Iniciais do Ensino Fundamental têm como objetivo ampliar as experiências vividas pelos estudantes na Educação Infantil, por meio da ludicidade. Em relação aos conteúdos, a criança aprende o domínio da língua falada e escrita, os princípios matemáticos, a noção de espaço e tempo, os princípios científicos, além de ter um convívio com a arte e a estética. 215 A BNCC do Ensino Fundamental – Anos Iniciais, ao valorizar as situações lúdicas de aprendizagem, aponta para a necessária articulação com as experiências vivenciadas na Educação Infantil. Tal articulação precisa prever tanto a progressiva sistematização dessas experiências quanto o desenvolvimento, pelos alunos, de novas formas de relação com o mundo, novas possibilidades de ler e formular hipóteses sobre os fenômenos, de testá-las, de refutá-las, de elaborar conclusões, em uma atitude ativa na construção de conhecimentos. Nesse período da vida, as crianças estão vivendo mudanças importantes em seu processo de desenvolvimento que repercutem em suas relações consigo mesmas, com os outros e com o mundo. (BRASIL, 2018, p. 58). Nesse sentido, os objetivos dos Anos Iniciais das escolas da Rede Pública Municipal de Manaus, alinhados à BNCC preveem a ampliação e a intensificação gradativa do processo educativo, assegurando um percurso contínuo de aprendizagens às crianças, conforme estabelece o artigo 29 das Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental (Resolução CNE/CEB nº 7/2010). Assim, no processo de transição entre a Educação Infantil e os Anos Iniciais do Ensino Fundamental, é importante o reconhecimento das aprendizagens da criança antes mesmo do seu ingresso no Ensino Fundamental, bem como a valorização do caráter lúdico na ação pedagógica. Segundo Vygotsky (1998, p. 106), “o processo de maturação prepara e possibilita um determinado processo de aprendizagem, enquanto que o processo de aprendizagem estimula, por assim dizer, o processo de maturação e fá-lo avançar até certo grau”. No caso, o desenvolvimento da aprendizagem nessa etapa de ensino será resultante da ação recíproca entre as causas internas, que geram o desenvolvimento da maturação cognitiva e processos linguísticos, e as causas externas, responsáveis pelo desenvolvimento da fala e da língua escrita no contexto sociocultural. Conforme orienta a BNCC, no Ensino Fundamental/Anos Iniciais, os componentes curriculares precisam tematizar diversas práticas, considerando especialmente aquelas relativas às culturas infantis tradicionais e contemporâneas. Nesse conjunto de práticas, nos dois primeiros anos dessa fase, o processo de alfabetização deve ser o foco da ação pedagógica. Afinal, aprender a ler e escrever oferece aos estudantes algo novo e surpreendente: amplia suas possibilidades de construir conhecimentos nos diferentes componentes, por sua inserção na cultura letrada, e de participar com maior autonomia e protagonismo na vida social (BRASIL, 2017, p. 65). Para garantir a inserção da criança nessa cultura letrada, é fundamental que o processo de alfabetização aconteça tendo como ponto de partida os gêneros pertencentes aos campos de atuação da sua vida cotidiana e de práticas efetivas de linguagem presentes, inicialmente, nos campos artístico-literário e da vida cotidiana que fazem parte do seu dia a dia. Essa inserção pressupõe a prática de alfabetizar e letrar, tornando o processo de aquisição do sistema alfabético de escrita uma aprendizagem significativa. No que tange a prática de alfabetizar letrando, Soares (2008) defende a ideia de que alfabetizar significa orientar a criança para o domínio da tecnologia da escrita. Enquanto letrar 216 é levá-la ao exercício das práticas sociais de leitura e escrita, ou seja, uma criança alfabetizada é uma criança que sabe ler e escrever e uma criança letrada é uma criança que tem as habilidades e até mesmo o prazer da leitura e da escrita de diferentes gêneros de textos, em diferentes suportes/portadores, em diferentes contextos e circunstâncias. Logo, alfabetizar letrando significa orientar a criança para que aprenda a ler e a escrever, levando- a a conviver com práticas reais de leitura e de escrita. Neste documento, tanto os Parâmetros Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental (PCN-EF, 1998), quanto a BNCC enfatizam uma perspectiva enunciativo- discursiva da linguagem, compreendendo-a como uma atividade humana, que se materializa em práticas sociais com outros sujeitos. Desta forma, o trabalho no processo de alfabetização/ortografização e letramento deve ser com textos reais, considerando sua função social. O texto permanece como ponto central para a construção de aprendizagens, considerando o texto oral, escrito, multimodal/multissemiótico, sendo a língua compreendida como forma de manifestação de linguagem, favorecendo o desenvolvimento crítico e reflexivo dos estudantes como usuários da língua, capazes de diversificar seu uso nos mais diversos contextos das atividades humanas. Além disso, nesta
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