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Enízia Simões 2°período - O sistema nervoso é o principal sistema de controle e comuni- cação do corpo. Cada pensamento, ação, instinto e emoção refle- tem a sua atividade. Suas células comunicam-se por meio de sinais elétricos, que são rápidos e específicos e, normalmente, produ- zem respostas quase imediatas - O sistema nervoso tem três funções que se sobrepõem: Utiliza seus milhões de receptores sensitivos para monitorar as mudanças que ocorrem dentro e fora do corpo. Cada uma dessas mudanças chama-se estímulo e a informação reunida chama-se entrada (aferência) sensitiva. Processa e interpreta a entrada sensitiva e toma decisões a respeito do que fazer em cada momento - a integração Indica uma resposta ativando os órgãos efetores, nossos mús- culos ou glândulas; a resposta chama-se saída (eferência) mo- tora Divisão básica do sistema nervosoDivisão básica do sistema nervosoDivisão básica do sistema nervoso - O sistema nervoso é altamente integrado, porém podemos con- siderar que ele tenha duas partes anatômicas: o sistema nervoso central e o sistema nervoso periférico. - O sistema nervoso central, ou parte central do sistema nervoso, (SNC) é formado pelo encéfalo e pela medula espinal, que ocu- pam o crânio e o canal vertebral, respectivamente. O SNC é o centro de integração e comando do sistema nervoso, pois recebe sinais sensitivos, interpreta-os e determina as respostas motoras com base em experiências pregressas, reflexos e condições atu- ais. - O sistema nervoso periférico ou parte periférica do sistema ner- voso, (SNP), consiste principalmente nos nervos que se estendem do cérebro e da medula espinal. Os nervos cranianos levam e tra- zem sinais para o encéfalo, enquanto os nervos espinais transmi- tem sinais de/para a medula espinal. No SNP também estão incluí- dos os gânglios, que são áreas onde os corpos celulares dos neu- rônios ficam agrupados. - Tanto as entradas sensitivas quanto as saídas motoras são subdi- vididas de acordo com as regiões do corpo que atendem: a regi- ão somática do corpo consiste nas estruturas externas à cavidade ventral do corpo (pele, musculatura esquelética e ossos). Já a regi- ão visceral do corpo consiste basicamente nas vísceras dentro da cavidade ventral do corpo (tubo digestório, pulmões, coração, be- xiga etc.) Esse esquema leva a quatro subdivisões do SNP: sensiti- va somática (a inervação sensorial do tubo externo, sensitiva vis- ceral (a inervação sensorial das vísceras), motora somática, ou motora voluntária (a inervação motora do tubo externo, especifi- camente dos músculos esqueléticos) e motora visceral, também chamada sistema nervoso autônomo (SNA) (a inervação motora involuntária do tubo interno - musculo liso, cardíaco e glândulas) Sistema nervoso centralSistema nervoso centralSistema nervoso central - É formado pelo encéfalo e medula espinal EncéfaloEncéfaloEncéfalo - As funções do encéfalo variam de atividades comuns de manu- tenção da vida até funções neurais mais complexas: O encéfalo controla a frequência cardíaca, a frequência respi- ratória e a pressão arterial — e mantém o ambiente interno por meio do controle da divisão autônoma do sistema nervo- so e do sistema endócrino. Graças aos nervos cranianos que se conectam a ele, o encé- falo está ligado à inervação periférica — inervação da cabeça, pescoço e vísceras torácicas e abdominais. O encéfalo executa tarefas de alto nível — aquelas associadas a inteligência, consciência, memória, integração sensório-moto- ra, emoção, comportamento e socialização - O encéfalo humano adulto médio pesa aproximadamente 1.500 g. - Geralmente pe classificado em quatro partes: tronco encefálico Sistema Nervoso - APG 1 O sistema nervoso recebe entradas (informações) sensitivas e deter- mina saídas (respostas) motoras: Os sinais sensitivos, ou aferentes, são capturados pelos recepto- res sensitivos localizados no corpo inteiro e transmitidos pelas fi- bras nervosas do SNP para o SNC Os sinais motores, ou eferentes, são levados do SNC pelas fibras nervosas do SNP, inervando os músculos e as glândulas e fazendo que esses órgãos se contraiam ou secretem Enízia Simões 2°período (bulbo, ponte e mesencéfalo), cerebelo, diencéfalo e telencéfalo, composto de dois hemisférios cerebrais. - Assim como a medula espinal, o encéfalo possui uma região in- terna de substância cinzenta, a qual é circundada por substência branca * A substância cinzenta do SNC contém neurônios curtos não mi- elinizados e corpos celulares neuronais. A substância branca é composta de axônios mielinizados e não mielinizados. * Cada uma dessas camadas externas de substância cinzenta cha- ma-se córtex (“casca de árvore”); a camada que cobre o cerebelo é o córtex cerebelar e a que cobre os hemisférios cerebrais é o córtex cerebral Tronco encefálico - É a parte mais caudal - Da posição caudal para a rostral, as três regiões do tronco ence- fálico são o bulbo, a ponte e o mesencéfalo - Situado na fossa do crânio posterior, na parte basilar do osso oc- cipital - Suas quatro funções gerais são: Age como uma via de passagem para todos os tratos fibro- sos que vão do cerebelo até a medula espinal. Participa ativamente da inervação da face e da cabeça; 10 a 12 pares de nervos craniais conectam-se a ele. Produz comportamentos rigidamente programados e auto- máticos, necessários para a sobrevivência. Integra os reflexos auditivos e visuais. Bulbo - É a parte mais caudal e é continua com a medula espinal - O bulbo começa no forame magno e estende-se até a margem inferior da ponte *Seis dos 12 pares de nervos cranianos originam-se dessa região - Externamente tem duas cristas longitudinais, chamadas de pirâ- mides, na linha média anterior do bulbo. Essas cristas são formadas pelos tratos piramidais, grandes tartos fibrosos que se originam em neurônios piramidais. Na parte caudal algumas dessas fibras atravessam para o lado oposto do encéfalo, no chamado decussa- ção das pirâmides (um cruzamento em forma de X). O resultado desse cruzamento é que cada hemisfério cerebral controla os movimentos voluntários do lado oposto do corpo - Ao lado de cada pirâmide encontra-se uma tumafação ovalada, a oliva * Internamente tem dois núcleos retransmissores importantes es- tão situados na parte caudal: o núcleo grácil e o núcleo cuneifor- me - Seguindo pelo centro do tronco encefálico, há um agrupamento de pequenos núcleos que constituem a formação reticular. Os núcleos mais importantes na formação reticular do bulbo implica- dos nas atividades viscerais são: O centro vasomotor, que regula a pressão arterial estimulando ou inibindo a contração do músculo liso nas paredes dos va- sos sanguíneos, o que constringe ou dilata os vasos. A constri- ção das artérias por todo o corpo faz que a pressão arterial suba, enquanto a dilatação reduz a pressão arterial e ajusta a força e a frequência dos batimentos cardíacos. O centro respiratório, que controla o ritmo básico e a fre- quência da respiração. O centro do vômito, que controla o reflexo do vômito. Ponte - A segunda região do tronco encefálico, a ponte, é uma saliência encravada entre o mesencéfalo e o bulbo - Liga partes do encéfalo entre si. Essas conexões são possíveis graças a feixes de axônios. - A ponte é dividida em duas estruturas principais: uma região ventral e outra dorsal. A região ventral da ponte forma uma grande estação de transmissão sináptica composta por centros dispersos de substância cinzenta conhecidos como núcleos pontinhos. Vá- rios tratos de substância branca entram e saem destes núc- leos, e cada um deles conecta o córtex de um hemisfério ce- rebral com o córtex do hemisfério do cerebelo contralateral. A região dorsal da ponte é semelhante às demais regiões do tronco encefálico – bulbo e mesencéfalo. Ela contém tratos ascendentes e descendentes e núcleos de nervos cranianos - Também na ponte está localizado o centro respiratório pontinho. Junto com o centro respiratório bulbar, ele auxilia no controle da respiração. - Além disso, a ponte contém núcleos associados a alguns pares denervos cranianos Enízia Simões 2°período Mesencéfalo - Estende-se da ponte até o diencéfalo - O aqueduto do mesencéfalo atravessa o mesencéfalo, conectan- do o terceiro ventrículo acima com o quarto ventrículo, abaixo - A parte anterior do mesencéfalo contém um par de tratos, de- nominados pedúnculos cerebraispedúnculos cerebraispedúnculos cerebrais, os quais têm axônios de neurô- nios motores corticospinais, corticobulbares e corticopontinos, que conduzem impulsos nervosos do cérebro para a medula espinal, o bulbo e a ponte, respectivamente. Os pedúnculos cerebrais tam- bém contêm axônios de neurônios sensitivos, que se estendem do bulbo até o tálamo. - A parte posterior do mesencéfalo, denominada tetotetoteto, contém quatro elevações arredondadas: As duas elevações superiores são conhecidas como colículoscolículoscolículos superioressuperioressuperiores. Esses núcleos atuam como centros reflexos para determinadas atividades visuais (movimentos oculares, acomo- dação que ajusta o formato da lente para a visão de perto versus a visão a distância) As duas elevações inferiores, os colículos inferiorescolículos inferiorescolículos inferiores, constitu- em parte da via auditiva, retransmitindo impulsos dos recepto- res para a audição na orelha até o tálamo. Esses dois núcleos também são centros reflexos para o reflexo do sobressalto, que consiste em movimentos súbitos da cabeça e do pesco- ço que ocorrem quando somos surpreendidos por um ruído alto, como o tiro de uma arma. - O mesencéfalo contém diversos núcleos, incluindo as substânciassubstânciassubstâncias negrasnegrasnegras direita e esquerda, que consistem em grandes núcleos de pigmentação escura. Esse núcleo está unido funcionalmente à substância cinzenta profunda do cérebro, os núcleos da base, e ao controle do movimento voluntário * Os neurônios que liberam dopamina estendem-se da substância negra até os núcleos da base e ajudam a controlar as atividades musculares subconscientes. A perda desses neurônios está associ- ada à doença de Parkinson - Tem também, os núcleos rubrosnúcleos rubrosnúcleos rubros direito e esquerdo, que está abaixo da substância negra, e aparecem avermelhados, devido a seu rico suprimento sanguíneo e da presença de um pigmento contendo ferro em seus corpos celulares neuronais. Ele tem uma pequena função motora: ajuda a realizar movimentos de flexão dos membros. O núcleo rubro está intimamente associado ao ce- rebelo Cerebelo - Ocupa as regiões inferior e posterior da cavidade craniana - Se localiza posteriormente ao bulbo e à ponte e inferiormente à parte posterior do telencéfalo - Nas vistas superior e inferior, tem um formato que lembra o de uma borboleta - Assim como o telencéfalo (cérebro), o cerebelo tem uma su- perfície com vários giros que aumenta muito a área do córtex (substância cinzenta), permitindo a presença de um número maior de neurônios. - Um grande sulco conhecido como fissura transversa do cérebro, junto com o tentório do cerebelo – que sustenta a parte posteri- or do telencéfalo – separa o cerebelo do telencéfalo - A área central menor é conhecida como verme do cerebelo, e as “asas” ou lobos laterais, como hemisférios do cerebelo - A camada superficial do cerebelo, chamada de córtex do cerebelo, é formada por substância cinzenta disposta em uma série de dobras finas e paralelas conhecidas como folhas do cere- belo. Abaixo da substância cinzenta encontramse tratos de subs- tância branca chamados de árvore da vida, que se assemelham a galhos de uma árvore. Na substância branca estão localizados os núcleos do cerebelo, regiões de substância cinzenta onde se situ- am os neurônios que conduzem impulsos nervosos do cerebelo para outros centros encefálicos - Três pares de pedúnculos cerebelares conectam o cerebelo com o tronco encefálico. Estes pedúnculos são feixes de substân- cia branca compostos por axônios que conduzem impulsos entre o cerebelo e outras partes do encéfalo. Os pedúnculos cerebelares superiores contêm axônios que se estendem do cerebelo para o núcleo rubro e vários núcleos talâmicos. Enízia Simões 2°período Os pedúnculos cerebelares médios tem axônios que transmi- tem impulsos para movimentos voluntários dos núcleos ponti- nos (que recebem informações de áreas motoras do córtex cerebral) em direção ao cerebelo. Os pedúnculos cerebelares inferiores são formados por (1) axônios dos tratos espinocerebelares que trazem informações sensitivas procedentes de proprioceptores no tronco e nos membros; (2) axônios do aparelho vestibular e dos núcleos vestibulares do bulbo que trazem informações de propriocep- tores da cabeça; (3) axônios do núcleo olivar inferior que en- tram no cerebelo e regulam a atividade dos neurônios cerebelares; (4) axônios que se projetam do cerebelo para os núcleos vestibulares do bulbo e da ponte; e (5) axônios que se estendem do cerebelo até a formação reticular. - A função primária do cerebelo é avaliar como os movimentos iniciados nas áreas motoras do telencéfalo estão sendo executa- dos. Quando estes movimentos não estão sendo executados cor- retamente, o cerebelo corrige estas discrepâncias, enviando sinais de retroalimentação para áreas motoras do córtex cerebral por meio de conexões com o tálamo. Estes sinais ajudam a corrigir os erros, tornam os movimentos mais naturais e coordenam sequên- cias complexas de contrações da musculatura esquelética - É a principal região encefálica que controla a postura e o equilí- brio Diencéfalo - O diencéfalo forma o núcleo central de tecido encefálico logo acima do cerebelo - Se estende do tronco encefálico até o telencéfalo (cérebro) e circunda o terceiro ventrículo; ele inclui o tálamo, o hipotálamo e o epitálamo Tálamo - Uma ponte de substância cinzenta chamada de aderência intertalâmica (massa intermediária) liga as metades do tálamo - Uma lâmina vertical de substância branca em forma de Y conhe- cida como lâmina medular interna divide a substância cinzenta em ambos os lados do tálamo. Ela é formada por axônios mielinizados que entram e saem de vários núcleos talâmicos - É a principal estação retransmissora para a maioria dos impulsos sensitivos da medula espinal e do tronco encefálico que chegam às áreas sensitivas primárias do córtex cerebral. Além de contri- buir para as funções motoras ao transmitir informações do cere- belo e dos núcleos da base para a área motora primária do cór- tex cerebral. Hipotálamo - É uma pequena região do diencéfalo localizada inferiormente ao tálamo. É composto por cerca de doze núcleos agrupados em quatro re- giões principais: a região mamilar (área hipotalâmica posterior), a região tuberal (área hipotalâmica intermédia), a região supraóptica (área hipotalâmica rostral) e a região préóptica - O hipotálamo controla muitas atividades corporais e é um dos principais reguladores da homeostase - Entre as funções importantes do hipotálamo estão: Controle do SNA: o hipotálamo controla e integra as ativida- des da divisão autônoma do sistema nervoso, que por sua vez, regula a contração dos músculos lisos e cardíacos e a secreção de várias glândulas. Produção de hormônios: o hipotálamo produz vários hormô- nios Regulação dos padrões emocionais e comportamentais: junto com o sistema límbico, o hipotálamo está relacionado com a expressão de raiva, agressividade, dor e prazer e com os pa- drões comportamentais associados aos desejos sexuais. Regulação da alimentação: regula a ingestão de alimento. Ele tem um centro da fome, que estimula a alimentação, e um centro da saciedade, que promove uma sensação de plenitu- de e de cessação da ingestão de alimentos. Além disso, tam- bém apresenta um centro da sede. Controle da temperatura corporal: o hipotálamo também fun- ciona como o termostato do corpo, que percebe a tempera- tura corporal e a mantém em um nível desejado. Regulação dos ritmos circadianos e níveis de consciência: o núcleo supraquiasmático do hipotálamo funciona como o reló- gio biológico do corpo porque ele estabelece ritmos circadia- nos (diários), padrões de atividade biológica– como o ciclo so- novigília – que acontecem em um período circadiano Epitálamo - É uma pequena região superior e posterior ao tálamo, é com- posto pela glândula pineal e pelos núcleos habenulares - A glândula pineal tem o tamanho aproximado de uma ervilha e faz parte do sistema endócrino, pois secreta o hormônio melatoni- na. *Como a melatonina é liberada mais na escuridão do que na luz, acreditase que este hormônio esteja relacionado com o sono. - Os núcleos habenulares, estão relacionados com o olfato, especi- almente com respostas emocionais a odores Telencéfalo (cérebro) - Ele é responsável por nossa capacidade de ler, escrever e falar; de fazer cálculos e compor músicas; e de lembrar o passado, pla- nejar o futuro e imaginar coisas que nunca existiram. - É composto por um córtex cerebral externo, uma região inter- na de substância branca e núcleos de substância cinzenta localiza- dos profundamente na substância branca Córtex cerebral - É uma região de substância cinzenta que forma a face externa do telencéfalo - O córtex se dobra sobre si mesmo, formando pregas conheci- das como giros ou circunvoluções - As fendas mais profundas entre os giros são chamadas de fissu- ras; as mais superficiais, de sulcos. A fissura mais proeminente, a fissura longitudinal, separa o telencéfalo em duas metades chama- das de hemisférios cerebrais. Na fissura longitudinal está localizada a foice do cérebro. Os hemisférios cerebrais são conectados inter- Enízia Simões 2°período namente pelo corpo caloso, uma grande faixa de substância bran- ca contendo axônios que se projetam entre os hemisférios Lobos cerebrais - Cada hemisfério cerebral pode ser subdividido em vários lobos, que recebem seus nomes de acordo com os ossos que os reco- brem: lobos frontal, parietal, temporal e occipital - O sulco central separa o lobo frontal do lobo parietal. - Um giro importante, o giro précentral – localizado imediatamen- te anterior ao sulco central – contém a área motora primária do córtex cerebral. - Outro giro importante, o giro póscentral, o qual se situa imedia- tamente posterior ao sulco central, contém a área somatossensiti- va primária. - O sulco (fissura) cerebral lateral separa o lobo frontal do lobo temporal. - O sulco parietoccipital separa o lobo parietal do lobo occipital. - Uma quinta porção do telencéfalo (cérebro), a ínsula, não pode ser vista superficialmente porque se encontra dentro do sulco ce- rebral lateral, profundamente aos lobos parietal, frontal e temporal Medula espinalMedula espinalMedula espinal - A medula espinal passa pelo canal vertebral da coluna vertebral. O canal vertebral é formado de forames vertebrais sucessivos das vértebras articuladas. A medula espinal estende-se do forame magno na base do osso occipital até o nível da primeira ou se- gunda vértebra lombar (L I ou L II). Nessa extremidade inferior, a medula espinal afunila no cone medular (“cone da medula espinal”). Um filamento longo de tecido conjuntivo, o filamento terminal, es- tende-se do cone medular e conecta-se ao cóccix inferiormente ancorando a medula espinal de modo a não ser empurrada pelos movimentos corporais. - As vértebras oferecem um abrigo resistente para a medula es- pinal. Os ligamentos vertebrais, as meninges e o líquido cerebros- pinal fornecem proteção adicional. - Ainda tem três meninges espinais que revestem os nervos espi- nais até sua passagem pelos forames intervertebrais da coluna vertebral. As meninges são três membranas protetoras, compos- tas por tecido conjuntivo, que envolvem a medula espinal e o en- céfalo. Elas são, da camada mais externa para a mais interna, (1) a duramáter, (2) a aracnoidemáter e (3) a piamáter. - Trinta e um pares de nervos espinais (estruturas do SNP) co- nectam-se à medula espinal através das raízes nervosas dorsal e ventral. Os nervos espinais estão situados nos forames interverte- brais, a partir dos quais eles enviam ramos laterais por todo o cor- po. Os nervos espinais são nomeados com base em sua localiza- ção vertebral. Os 31 nervos espinais são divididos nos grupos cer- vical (8), torácico (12), lombar (5), sacral (5) e coccígeo (1). - Em uma vista externa da medula espinal, são observadas duas intumescências. A superior, a intumescência cervical, se estende da quarta vértebra cervical (C IV) até a primeira vértebra torácica (T I). É a inferior, a intumescência lombar, se estende da nona até a décima segunda vértebra torácica (T XII). * Abaixo da intumescência lombar, a medula espinal se termina no cone medular. E abaixo do cone medular surge o filamento termi- nal, uma extensão de piamáter que se estende inferiormente, se funde com a aracnoidemáter e com a duramáter, e ancora a medula espinal no cóccix. - Como a medula não alcança a extremidade inferior da coluna vertebral, as raízes nervosas lombar e sacral precisam descer pelo canal vertebral antes de chegar aos forames intervertebrais. Essa coleção de raízes nervosas na extremidade inferior do canal ver- tebral é a cauda equina. Sistema nervoso periféricoSistema nervoso periféricoSistema nervoso periférico - - - O SNP é dividido funcionalmente em sensitivo e motor. As entra- das sensitivas e as saídas (motoras) do SNP são subdivididas em somáticas (inervação do tubo externo) ou viscerais (inervação dos órgãos viscerais ou tubo interno). Dentro da divisão sensitiva, as aferências são diferenciadas em gerais (disseminadas) ou especiais (localizadas, isto é, sentidos especiais). O componente motor visceral do SNP é a divisão autônoma Enízia Simões 2°período do sistema nervoso (SNA), que possui as partes parassimpáti- ca e simpática - O SNP consiste em todos os tecidos nervosos fora do SNC. Isso inclui receptores sensoriais, nervos, gânglios e plexos: RECEPTORES SENSITIVOS: tipos de terminações nervosas que captam os estímulos do interior e exterior do corpo e depois iniciam impulsos nervosos nos axônios sensitivos que leval impulsos para o SNC NERVOS: os nervos são feixes de axônios periféricos, associa- dos a seu tecido conjuntivo e seus vsos sanguíneos, que se situa fora do encéfalo e da medula espinal GÂNGLIOS: são pequenas massas de tecido nervoso com- postas primariamente por corpos celulares que se localizam fora do encéfalo e da medula espinal. Estas estruturas têm íntima associação com os nervos cranianos e espinais TERMINAÇÕES MOTORAS: as terminações motoras são as terminações dos axônios dos neurônios motores que inervam os efetores: órgãos, músculos e glândulas. PLEXOS ENTÉRICOS: são extensas redes neuronais localiza- das nas paredes de órgãos do sistema digestório RECEPTOR SENSITIVO: esse termo refere-se à estrutura do sistema nervoso que monitora as mudanças nos ambientes externo ou interno. São exemplos de receptores sensitivos os receptores táteis da pele, os fotorreceptores do olho e os re- ceptores olfatórios do nariz Tecido nervosoTecido nervosoTecido nervoso - O sistema nervoso é formado basicamente pelo tecido nervoso, o qual é formado por dois tipos principais de células: (1) neurônios, as células excitáveis que transmitem sinais elétricos, e (2) neuró- glia, células não excitáveis de apoio que circundam e envolvem os neurônios. NEURÔNIOSNEURÔNIOSNEURÔNIOS - - - O corpo humano contém muitos bilhões de neurônios, ou células nervosas, que são as unidades estruturais básicas do sistema ner- voso. - Os neurônios são responsáveis pela recepção e pelo processa- mento de informações, atividades que terminam com a transmis- são de sinalização por meio da liberação de neurotransmissores e de outras moléculas informacionais. - - - Os neurônios têm uma série de características funcionais especi- ais: São células altamente especializadas que conduzem sinais elétricos de uma parte do corpo para outra. Esses sinais são transmitidos ao longo da membrana plasmática na forma de impulsos nervosos, ou potenciais de ação. São extremamente longevos e podem viver e funcio?nar por toda uma vida, mais de 100 anos. Não se dividem, pois à medida que os neurônios fetais assu- mem seus papéis comoligações de comunicação no sistema nervoso, eles perdem a sua capacidade para se submeter à mitose. Pode haver um alto preço por essa característica dos neurônios, já que não podem ser substituídos se forem des- truídos. *Existem algumas exceções a essa regra, como no caso de células -tronco neurais que foram identificadas em certas áreas do SNC. Têm uma taxa metabólica excepcionalmente elevada, exigin- do suprimentos contínuos e abundantes de oxigênio e glicose. Eles não conseguem sobreviver por mais de alguns minutos sem oxigênio - De acordo com sua morfologia, os neurônios podem ser classifi- cados nos seguintes tipos: Neurônios bipolares, que têm um dendrito e um axônio Neurônios multipolares, que apresentam vários dendritos e um axônio Neurônios pseudounipolares, que apresentam junto ao corpo celular um prolongamento único que logo se divide em dois, dirigindo-se um ramo para a periferia e outro para o SNC. *OBS: A maioria dos neurônios é multipolar; os bipolares são encontrados nos gânglios coclear e vestibular, na retina e na mucosa olfatória. Neurônios pseudounipolares são vistos nos gânglios espinais, que são gânglios sensoriais situados nas raí- zes dorsais dos nervos espinais, e também nos gânglios crani- anos. * Os neurônios que têm um só dendrito (bipolares) são pouco frequentes e localizam-se somente em algumas regiões espe- cíficas - Os neurônios podem ainda ser classificados segundo a sua fun- ção: Os motores controlam órgãos efetores, tais como glândulas exócrinas e endócrinas e fibras musculares Os sensoriais recebem estímulos sensoriais do meio ambiente e do próprio organismo. Os interneurônios estabelecem conexões entre neurônios, sendo, portanto, fundamentais para a formação de circuitos neuronais desde os mais simples até os mais complexos. - Os neurônios têm morfologia complexa, mas quase todos apre- sentam três componentes: Dendritos Corpo celular ou pericário Axônio Enízia Simões 2°período Corpo celular - O corpo celular, ou pericário, é a porção do neurônio que con- tém o núcleo e o citoplasma que envolve o núcleo - É um centro trófico, mas também tem função receptora e inte- gradora de estímulos, recebendo estímulos excitatórios ou inibitó- rios produzidos em outras células nervosas. - Na maioria dos neurônios o núcleo é esférico e aparece pouco corado, pois seus cromossomos são muito distendidos, indicando a alta atividade sintética.. Cada núcleo tem, em geral, apenas um nu- cléolo, grande e central. - O citoplasma contém todas as organelas celulares comuns, além de uma substância cromatofílica - corpúsculos de Nissl. Essa subs- tância cromatofílica (“que gosta de cor”) consiste em grandes agrupamentos de retículo endoplasmático rugoso e ribossomos li- vres que assumem uma cor escura com os corantes básicos *A quantidade de retículo endoplasmático granuloso varia com o tipo e o estado funcional dos neurônios - O complexo de Golgi localiza-se exclusivamente no pericário e é formado por vários grupos de cisternas localizados em torno do núcleo - As mitocôndrias existem em quantidade moderada no pericário, mas são encontradas em grande número nas terminações axo- nais. * Essas organelas celulares renovam continuamente as membra- nas da célula e os componentes proteicos do citoso * Os neurofilamentos são filamentos de diâmetro intermediários abundantes tanto no pericário como nos prolongamentos. Em preparados submetidos a técnicas de impregnação pela prata, eles se aglutinam, e ocorre sobre eles a deposição de prata metálica, constituindo as neurofibrilas visíveis ao microscópio óptico Dendritos - A maioria das células nervosas tem numerosos dendritos, que aumentam consideravelmente a superfície celular, tornando possí- vel receber impulsos trazidos por numerosas terminações axonais de outros neurônios - São processos que se ramificam do corpo celular como galhos de uma árvore. Esses prolongamentos tornam-se mais finos a medida que se ramificam, ou seja, seu diâmetro diminui à medida que se afastam do pericário. - São ramificados e numerosos e constituem o principal local para receber os estímulos do meio ambiente, de células epiteliais sen- soriais ou de outros neurônios - A maioria dos impulsos que chegam a um neurônio é recebida por pequenas projeções dos dendritos, os espinhos dendríticos. São formados por uma parte alongada presa ao dendrito e termi- nam com uma pequena dilatação. Os espinhos dendríticos são muito numerosos e um importante local de recepção de sinaliza- ção (impulsos nervosos) que chega à membrana dos dendritos. Axônios - Um neurônio possui apenas um axônio, que surge em uma regi- ão cuneiforme do corpo celular chamada cone de implantação ou proeminência axônica (“pequena colina”) *O trecho do axônio que parte do cone de implantação, denomi- nado segmento inicial, não é recoberto por mielina. É um trecho curto, mas muito importante para a geração do impulso nervoso, fato que se deve à existência de grande quantidade de canais iôni- cos para Na + em sua membrana plasmática. Esse segmento rece- be muitos estímulos, tanto excitatórios como inibitórios, de cuja somatória pode originar-se um potencial de ação. - Seu diâmetro é constante na maior parte de seu percurso e ra- mificado em sua terminação. - Por definição, os axônios são geradores e condutores de impul- so que transmitem os impulsos nervosos para longe do seu corpo celular - É especializado na condução de impulsos que transmitem infor- mações do neurônio para outras células (nervosas, musculares, glandulares). - O citoplasma do axônio, ou axoplasma, é muito pobre em orga- nelas * A substância cromatofílica e o complexo de Golgi estão ausen- tes no axônio e no cone de implantação. * Os axônios não possuem os ribossomos e todas as organelas envolvidas na síntese proteica e, por isso, eles precisam receber do corpo celular seu componente proteico - Um impulso nervoso é normalmente gerado onde o axônio se estende, do cone de implantação, e é conduzido ao longo do axô- nio até os terminais axônicos, onde provoca a liberação de subs- tâncias químicas, chamadas neurotransmissores, no espaço extra- celular. CÉLULAS DA NEURÓGLIACÉLULAS DA NEURÓGLIACÉLULAS DA NEURÓGLIA - - - Todos os neurônios estão intimamente associados a células de sustentação não nervosas chamadas neuróglia ou células da glia O axônio de alguns neurônios é curto, mas em outros ele pode ser extremamente longo. Por exemplo, os axônios dos neurônios motores que controlam os músculos no pé se estendem da região lombar da medula espinal até a planta do pé - uma distância de um metro ou mais. Todo axônio longo chama-se fibra nervosa. Embora os axônios ramifiquem com uma frequência muito menor do que os dendritos, ramos ocasionais ocorrem ao longo do seu compri- mento. Esses ramos, chamados axônios colaterais, estendem -se do axônio em ângulos aproximadamente retos. Independentemente de um axônio não se dividir ou possuir colaterais, normalmente ele ramifi- ca profusamente em sua extremidade, o que se chama telodendro. Os ramos terminam em botões conhecidos como terminais axônicos, botões terminais ou também chamado de botôes sinápticos - são dila- tações do citoplasma - em que se acumulam sinalizadores quími- cos e os axônios estabelecem sinapses com outras células. Enízia Simões 2°período - Cada tipo tem uma função única, contudo em geral essas célu- las: Proporcionam uma plataforma de sustentação para os neurô- nios; Cobrem todas as partes não sinápticas dos neurônios, isolando assim os neurônios e impedindo que as atividades elétricas dos neurônios adjacentes interfiram umas com as outras - As várias células da glia são formadas por um corpo celular e por seus prolongamentos. Os seguintes tipos celulares formam o conjunto das células da glia: oligodendrócitos, astrócitos, células ependimárias e células da micróglia. E alguns autores incluem nes- te grupo células do SNP que exercem funções similares às da neuróglia: as células de Schwann e as células satélites de neurô- nios ganglionares. Células da neurógliado SNCCélulas da neuróglia do SNCCélulas da neuróglia do SNC Oligodendrócitos - Os oligodendrócitosoligodendrócitosoligodendrócitos, por meio de seus prolongamentos, que se enrolam várias vezes em volta dos axônios, produzem as bainhas de mielina, que isolam os axônios emitidos por neurônios do SNC. Cada oligodendrócito pode emitir inúmeros prolongamentos, e ca- da um reveste um curto segmento de um axônio. Assim, ao lon- go de seu trajeto, um axônio é revestido por uma sequência de prolongamentos de diversos oligodendrócitos. Astrócitos - São as células da glia mais abundantes do SNC - Os astrócitos são células de forma estrelada com múltiplos pro- longamentos irradiando do corpo celular. - Há dois tipos de astrócitos: fibrosos e protoplasmáticos. Os astrócitos fibrosos têm prolongamentos menos numerosos e mais longos, e se localizam preferencialmente na substância branca. Os astrócitos protoplasmáticos, encontrados principalmente na substância cinzenta, apresentam maior número de prolonga- mentos, curtos e muito ramificados - As funções dos astrócitos são muitas e parcialmente compreen- didas. As funções conhecidas incluem: Regular os níveis de neurotransmissores aumentando a taxa de captação de neurotransmissores nas regiões de alta ativi- dade neuronal; Sinalizar o maior fluxo sanguíneo através dos capilares nas re- giões ativas do cérebro; Controlar o ambiente iônico em volta dos neurônios Sustentação dos neurônios *Os astrócitos podem influenciar a atividade e a sobrevivência dos neurônios, graças à sua capacidade de controlar os constituintes do meio extracelular, absorver excessos localizados de neurotrans- missores e sintetizar moléculas neuroativas, como peptídios da fa- mília do angiotensinogênio e encefalinas - Os astrócitos comunicam-se por meio de junções comunicantes, formando uma rede por onde informações podem transitar de um local para outro, alcançando distâncias relativamente grandes dentro do SNC. Micróglia - As células da micróglia são pequenas e ligeiramente alongadas, com prolongamentos curtos e irregulares, geralmente emitidos em ângulos retos entre si - São as menores e mais abundantes células da neuróglia no SNC, possuem corpos celulares alongados e processos celulares com muitas projeções pontiagudas, como um arbusto espinhos - Elas são fagócitos, os macrófagos do SNC. Migram até os mi- crorganismos invasores e neurônios lesionados ou mortos e os in- gerem. E assim como os outros macrófagos do corpo, são deriva- das de células sanguíneas chamadas monócitos - São células que participam da inflamação e da reparação do SNC. Células ependimárias - As células ependimárias são células cúbicas ou colunares que, de maneira semelhante a um epitélio, revestem os ventrículos do cé- rebro e o canal central da medula espinal * Em alguns locais, as células ependimárias são ciliadas, o que facili- ta a movimentação do líquido cefalorraquidiano (LCR). Células da neuróglia do SNPCélulas da neuróglia do SNPCélulas da neuróglia do SNP - Os dois tipos de neuróglia no SNP são as células-satélite e as cé- lulas de Schwann, tipos celulares muito similares que diferem prin- cipalmente quanto à localização - As células-satélite circundam os corpos celulares dos neurônios dentro dos gânglios - As células de Schwann circundam todos os axônios no SNP e formam bainhas de mielina em volta de muitos desses axônios. Células de Schwann - As células de Schwann, presentes no SNP, têm a mesma fun- ção dos oligodendrócitos; no entanto, cada uma delas forma mieli- na em torno de um curto segmento de um único axônio. Conse- quentemente, cada axônio do SNP é envolvido por uma sequência de inúmeras células de Schwann. - são estruturas segmentadas, compostas de lipoproteína mielina, e circundam os axônios mais espessos do corpo - As bainhas de mielina formam uma camada isolante que evita o vazamento de corrente elétrica do axônio, aumenta a velocidade de condução do impulso ao longo do axônio e torna a propaga- ção do impulso mais eficiente em termos energéticos. Células satélites - As células satélites cercam corpos celulares dos neurônios nos gânglios sensoriais e autônomos. Além de fornecer suporte e nu- trição para os corpos celulares dos neurônios, as células satélites protegem os neurônios de envenenamento por metais pesados, como chumbo e mercúrio, absorvendo-os e reduzindo o seu acesso aos corpos celulares POTENCIAIS DE AÇÃOPOTENCIAIS DE AÇÃOPOTENCIAIS DE AÇÃO - Os potenciais elétricos existem através das membranas de praticamente todas as células do corpo. Algumas células, como as células Enízia Simões 2°período nervosas e musculares, geram impulsos eletroquímicos que mudam ra- pidamente em suas membranas, e esses impulsos são usados para transmitir sinais ao longo das membranas das células nervosas ou musculares. - O potencial de membrana em repouso das células vivas é determina- do primeiramente pelo gradiente de concentração do K+ e a permeabilidade em repouso da célula ao K +, Na+ e Cl-. Uma mudança tanto no gradiente de concentração de como na permeabilidade iônica altera o potencial de membrana - Em repouso, a membrana celular de um neurônio é levemente permeável ao Na+. Se a membrana aumentar subitamente a sua permeabilidade ao Na+, o sódio entra na célula, a favor do seu gradiente eletroquímico. A adição do Na+ positivamente carregado ao líquido intra- celular despolariza a membrana celular e gera um sinal elétrico - O movimento de íons através da membrana também pode hiperpola- rizar a célula. Se a membrana celular subitamente se torna mais permeável ao K+, sua carga positiva é perdida de dentro da célula e esta se torna mais negativa (hiperpolariza). Uma célula também pode hiperpolarizar, se íons carregados negativamente, como o Cl-, entrarem na célula a partir do líquido extracelular - A maneira mais simples de uma célula mudar a sua permeabilidade iônica é abrindo ou fechando os canais existentes na membrana. Os neurônios contêm uma grande variedade de canais iônicos com portão que alternam entre os estados aberto e fechado, dependendo das con- dições intracelulares e extracelulares - Os canais iônicos, em geral, são denominados de acordo com os prin- cipais íons que passam através deles. Os quatro tipos principais de canais iônicos seletivos no neurônio: (1) canais de Na+, (2) canais de K+, (3) canais de Ca2+ e (4) canais de Cl-. - As alterações de voltagem ao longo da membrana podem ser classificadas em dois tipos de sinais elétricos: potenciais graduados e po- tenciais de ação. Os potenciais graduados são sinais de força variável que percorrem distâncias curtas e perdem força à medida que percorrem a célula. Eles são utilizados para a comunicação por distâncias curtas. Se um potencial graduado despolarizante é forte o suficiente quando atinge a região integradora de um neurônio, ele inicia um potencial de ação. Os potenciais de ação são grandes despolarizações muito breves que percorrem longas distâncias por um neurônio sem perder for- ça. A sua função é a rápida sinalização por longas distâncias, como do dedo do pé até o cérebro Potenciais graduadosPotenciais graduadosPotenciais graduados - - - Os potenciais graduados nos neurônios são despolarizações ou hiperpolarizações que ocorrem nos dendritos e no corpo celular. Essas mudanças no potencial de membrana são denominadas “graduadas” devido ao fato de que seu tamanho, ou amplitude, é diretamente proporcional à força do estímulo. Um grande estímulo causa um grande potencial graduado, e um estímulo pequeno vai resultar em um potencial graduado fraco - Nos neurônios do SNC e da divisão eferente, os potenciais gra- duados ocorrem quando sinais químicos de outros neurônios abrem canais iônicos dependentes de ligante, permitindo que os íons entrem ou saiam do neurônio. - Os potenciais graduados que são fortes o suficiente finalmente atingem a região do neurônio conhecida como zona de gatilho. A zona de gatilho é o centro integrador do neurônio, e a sua mem- brana possui uma alta concentração de canais de Na+ dependen- tes devoltagem. Se os potenciais graduados que chegam à zona de gatilho despolarizarem a membrana até o limiar, os canais de Na+ dependentes de voltagem abrem-se, e o potencial de ação é iniciado. Se a despolarização não atinge o limiar, o potencial gradu- ado simplesmente desaparece à medida que se move pelo axônio Potenciais de açãoPotenciais de açãoPotenciais de ação - Os potenciais de ação, são sinais elétricos que possuem força uniforme e atravessam da zona de gatilho de um neurônio até a porção final do seu axônio. Nos potenciais de ação, os canais iôni- cos dependentes de voltagem presentes na membrana axonal se abrem sucessivamente enquanto a corrente elétrica viaja pelo axônio. Como consequência, a entrada adicional de Na+ na célula reforça a despolarização, e é por isso que, diferentemente do potencial graduado, o potencial de ação não perde força ao se distanciar do seu ponto de origem. Pelo contrário, o potencial de ação no final do axônio é idêntico ao potencial de ação iniciado na zona de gatilho: uma despolarização com uma amplitude de apro- ximadamente 100 mV * O movimento em alta velocidade de um potencial de ação ao longo do axônio é chamado de condução do potencial de ação. - Em um potencial de ação, uma onda de energia elétrica se mo- ve ao longo do axônio. Em vez de perder força com o aumento da distância, os potenciais de ação são reabastecidos ao longo do caminho, de modo que eles consigam manter uma amplitude constante * A condução do impulso elétrico ao longo do axônio requer ape- nas alguns tipos de canais iônico s: canais Na+ dependentes de voltagem e canais de K+ dependentes de voltagem mais alguns canais de vazamento que auxiliam na manutenção do potencial de repouso da membrana - Os potenciais de ação iniciam quando os canais iônicos depen- dentes de voltagem se abrem, alterando a permeabilidade da membrana (P) para Na+ (PNa ) e K+ (PK) Enízia Simões 2°período - Antes e depois do potencial de ação, em 111 e 222, o neurônio está no potencial de membrana em repouso de – 70 mV. O potencial de ação propriamente dito pode ser dividido em três fases: as- cendente, descendente e pós-hiperpolarização Fase ascendente - Ocorre devido a um aumento súbito e temporário da permeabi- lidade da célula para Na+ - Um potencial de ação inicia quando um potencial graduado que atinge a zona de gatilho despolariza a membrana até o limiar ( -55 mV) 333. - Conforme a célula despolariza, canais de Na+ dependentes de voltagem abrem-se, tornando a membrana mais permeável ao só- dio. Então, Na+ flui para dentro da célula, a favor do seu gradiente de concentração e atraído pelo potencial de membrana negativo dentro da célula - O aumento de cargas positivas no líquido intracelular despolariza ainda mais a célula (no gráfico é o aumento abrupto da fase as- cendente 444). No terço superior da fase ascendente, o interior da célula tornou-se mais positivo do que o exterior, e o potencial de membrana reverteu a sua polaridade. Essa reversão no gráfico é representada pelo overshoot (ultrapassage m), a porção do po- tencial de ação acima de 0 mV - Assim que o potencial de membrana da célula fica positivo, a força elétrica direcionando o Na+ para dentro da célula desapare- ce. Entretanto, o gradiente de concentração do Na+ se mantém, e o sódio continua se movendo para dentro da célula. Enquanto a permeabilidade ao Na+ continuar alta, o potencial de membrana desloca-se na direção do potencial de equilíbrio do sódio (ENa ) de +60 mV. (Lembre-se que o ENa é o potencial de membrana no qual o movimento de Na+ para dentro da célula a favor do seu gradiente de concentração é contraposto pelo potencial de mem- brana positivo. O potencial de ação atinge seu pico em +30 m quando os canais de Na+ presentes no axônio se fecham e os canais de potássio se abrem 555. Fase descendente - A fase descendente corresponde ao aumento da permeabilidade ao K+. Canais de K+ dependentes de voltagem, semelhantes aos canais de Na+, abrem-se em resposta à despolarização. Contudo, os canais de K+ abrem-se muito mais lentamente, e o pico da permeabilidade ocorre mais tarde do que o do sódio . No momen- to em que os canais de K + finalmente se abrem, o potencial de membrana da célula já alcançou +30 mV, devido ao influxo de só- dio através de canais de Na+ que se abrem muito mais rapida- mente - Quando os canais de Na+ se fecham durante o pico do potencial de ação, os canais de K+ recém se abriram, tornando a membra- na altamente permeável ao potássio. Em um potencial de mem- brana positivo, os gradientes de concentração e elétrico do K+ favorecem a saída do potássio da célula. À medida que o K+ se move para fora da célula, o potencial de membrana rapidamente se torna mais negativo, gerando a fase descendente do potencial de ação 666 e levando a célula em direção ao seu potencial de re- pouso - Quando o potencial de membrana atinge -70 mV, a permeabili- dade ao K+ ainda não retornou ao seu estado de repouso. O po- tássio continua saindo da célula tanto pelos canais de K+ depen- dentes de voltagem quanto pelos canais de vazamento de potás- sio, e a membrana fica hiperpolarizada, aproximando -se do EK de -90 mV 7. - Por fim, os canais de K+ controlados por voltagem lentos se fe- cham, e uma parte do vazamento de potássio para fora da célula cessa 888. - A retenção de K+ e o vazamento de Na+ para dentro do axô- nio faz o potencial de membrana retornar aos -70mV 9, valor que reflete a permeabilidade da célula em repouso ao K+, Cl- e Na+ Período refratário - A presença de dois portões nos canais de Na+ possui um im- portante papel no fenômeno conhecido como período refratário - O adjetivo refratário pro vém de uma palavra em Latim que sig nifica “teimoso”. A inflexibilidade do neurônio refere-se ao fato de que, uma vez que um potencial de ação tenha iniciado, um se- gundo potencial de ação não pode ser disparado durante cerca de - 2 ms, independentemente da intensidade do estímulo. Esse retardo, denominado período refratário absoluto, representa o tempo necessário para os portões do canal de Na+ retornarem à sua posição de repouso - Devido ao período refratário absoluto, um segundo potencial de ação não ocorrerá antes de o primeiro ter terminado. Como con- sequência, os potenciais de ação não podem se sobrepor e não podem se propagar para trás Potenciais de ação são conduzidos - O axônio possui um grande número de canais de Na+ depen- dentes de voltagem. Sempre que uma despolarização atinge es- ses canais, eles abrem-se, permitindo que mais sódio entre na cé- lula e reforce a despolarização – o ciclo de retroalimentação posi- tiva - Inicialmente, um potencial graduado acima do limar chega à zona de gatilho 1.1.1. A despolarização abre os canais de Na+ dependentes de voltagem, o sódio entra no axônio e o segmento inicial do axô- nio despolariza 222. As cargas positivas provenientes da zona de gatilho despolarizada se espalham por um fluxo corrente local para porções adjacentes da membrana 333, repelidas pelos íons Na+ que Enízia Simões 2°período entraram no citoplasma e atraídas pelas cargas negativas do po- tencial de membrana em repouso - O fluxo corrente local em direção ao terminal axonal inicia a condução do potencial de ação. Quando a membrana localizada distalmente à zona de gatilho despolariza devido ao fluxo de cor- rente local, os seus canais de Na+ abrem-se, permitindo a entrada de sódio na célula 444. Isso inicia o ciclo de retro alimentação positi- va: a despolarização abre os canais de sódio, Na+ entra na célula, ocasionando uma maior despolarização e abrindo mais canais de Na+ na membrana adjacente - A entrada contínua de N a+ durante a abertura dos canais de sódio ao longo do axônio significa que a força do sinal não reduzi- rá enquanto o potencial de ação se propaga - Apesar de a carga positiva de um segmento despolarizado da membrana poder voltar em direção à zona de gatilho 555, a despo- larização nessa direção não tem efeito no axônio. A porção do axônio que recentemente finalizou um potencial de ação está no períodorefratário absoluto, com os seus canais de Na+ inativados. Por essa razão, o potencial de ação não pode se mover para trás SINAPSESSINAPSESSINAPSES - SinapseSinapseSinapse é uma região onde ocorre a comunicação entre dois neurônios ou entre um neurônio e uma célula efetora, ou seja, é a região onde o terminal axonal encontra a sua célula-alvo - O neurônio que transmite um sinal para a sinapse é denominado célula pré-sináptica (é a célula que leva o sinal), e o neurônio que recebe o sinal é chamado de célula pós-sináptica (é a célula que recebe o sinal) - O espaço estreito entre duas células é a fenda sináptica. *Apesar de as ilustrações caracterizarem a fenda sináptica como um espa- ço vazio, ela é preenchida por uma matriz extracelular com fibras que ancoram as células pré e pós-sinápticas no lugar - As sinapses são locais de grande proximidade entre neurônios, responsáveis pela transmissão unidirecional de sinalização. Há dois tipos: sinapses químicas e sinapses elétricas Sinapse química - A maioria das sinapses utilizadas para transmissão de sinal no sis- tema nervoso central dos seres humanos são sinapses químicas - Apesar das membranas plasmáticas dos neurônios pré- e pós-si- nápticos em uma sinapse químicasinapse químicasinapse química estarem próximas entre si, elas não se tocam. Elas são separadas pela fenda sinápticafenda sinápticafenda sináptica, um espaço de 20 a 50 nm que é preenchido com líquido intersticial. - Os impulsos nervosos não podem ser conduzidos pela fenda si- náptica; assim, ocorre uma forma alternativa e indireta de comuni- cação. Em resposta a um impulso nervoso, o neurônio pré-sinápti- co libera um neurotransmissor que se difunde pelo líquido da fen- da sináptica e se liga a receptores na membrana plasmática do neurônio pós-sináptico. O neurônio pós-sináptico recebe o sinal químico e, na sequência, produz um potencial pós-sinápticopotencial pós-sinápticopotencial pós-sináptico, um ti- po de potencial graduado. Assim, o neurônio pré-sináptico conver- te o sinal elétrico (impulso nervoso) em um sinal químico (neuro- transmissor liberado - O neurônio pós-sináptico recebe o sinal químico e, em contra- partida, gera um sinal elétrico (potencial pós-sináptico) Sinapse elétricas - Nas sinapses elétricas, os citoplasmas de células adjacentes são diretamente conectados por grupos de canais iônicos, denomina- dos junções comunicantes, que permitem movimento livre de íons do interior de uma célula ao interior da outra.. Cada junção contém uma centena ou mais de conexinas tubulares, que funcio- nam como túneis para ligar diretamente o citosol de duas células.. Na medida que os íons fluem de uma célula para a outra por es- tas conexões, o potencial de ação também se propaga de uma célula para outra * As junções comunicantes são comuns no músculo liso visceral, no músculo cardíaco e no embrião em desenvolvimento e tam- bém existem no encéfalo - As sinapses elétricas apresentam duas vantagens importantes: Comunicação mais rápidaComunicação mais rápidaComunicação mais rápida.: como os potenciais de ação são conduzidos diretamente por meio das junções comunicantes, as sinapses elétricas são mais rápidas do que as químicas. *Os eventos que ocorrem em uma sinapse química demo- ram algum tempo e atrasam um pouco a comunicação. Sincronização:Sincronização:Sincronização: as sinapses elétricas podem sincronizar (coor- denar) a atividade de um grupo de neurônios ou fibras musculares. A consequência dos potenciais de ação sincroni- zados no coração ou no músculo liso visceral é a contração coordenada destas fibras, o que possibilita a geração de um batimento cardíaco ou a passagem de alimentos pelo trato gastrintestinal. Enízia Simões 2°período NEUROTRANSMISSORESNEUROTRANSMISSORESNEUROTRANSMISSORES - Os neurotransmissores são compostos químicos sintetizados nos neurônios responsáveis pela sinalização celular por meio de sinap- ses * Cerca de 100 substâncias são ou parecem agir como neurotransmissores. Al- guns deles se ligam a seus receptores e agem rapidamente para abrir ou fe- char canais iônicos de uma membrana. Outros atuam mais lentamente, por meio de sistemas de segundo mensageiro, para interferir em reações químicas intracelulares. O resultado de ambos os processos pode ser a excitação ou a inibição de neurônios pós-sinápticos. Muitos neurotransmissores também são hormônios liberados para a corrente sanguínea por células endócrinas de ór- gãos do corpo inteiro Acetilcolina - A acetilcolina (ACh) possui uma classificação química específica e é sintetizada a partir da colina e da acetil-coenzima A (acetil-CoA) - Os neurônios que secretam ACh e os receptores que se ligam à ACh são descritos como colinérgicoscolinérgicoscolinérgicos. Esses receptores coli- nérgicos possuem dois subtipos prin-cipais: nicotínicos, assim de- nominados porque a nicotina é um agonista, e muscarínicos, da palavra muscarina, um composto agonista encontrado em alguns tipos de fungos Amina - Os neurotransmissores do tipo aminas são todos ativos no SNC. Assim como os hormônios aminas, esses neurotransmissores são derivados de um único aminoácido. - A serotonina, também chamada de 5-hidroxitriptamina ou 5-HT, é derivada do aminoácido triptofano. - A histamina, sintetizada a partir da histidina, possuiu um papel nas respostas alérgicas, além de atuar como um neurotransmissor. - O aminoácido tirosina é convertido em dopamina, noradrenalina e adrenalina.. Todas essas três moléculas podem agir como neuro- hormônios *A noradrenalina é o principal neurotransmissor da divisão sim- pática autônoma do SNP. Os neurônios que secretam a noradrenalina são denominados neurônios adrenérgicos * Os receptores adrenérgicos são divididos em duas classes: alfa e beta, cada uma com vários subtipos. Como os receptores muscarínicos, os receptores adrenérgicos são acoplados à proteí- na G. Aminoácidos - Vários aminoácidos atuam como neurotransmissores no SNC. - O glutamato é o principal neurotransmissor excitatório do SNC, já o aspartato é um neurotransmissor excitatório apenas em algu- mas regiões do cérebro *Os neurotransmissores excitatórios despolarizam as suas célu- las-alvo, geralmente abrindo canais iônicos que permitem a entrada de íons positivos na célula. - O principal neurotransmissor inibidor no encéfalo é o ácido ga- ma-aminobutíruco (GABA). *Os neurotransmissores inibidores hiperpolarizam as suas célu- las-alvo, abrindo canais de Cl- e permitindo a entrada de cloreto na célula Peptídeos - Entre esses peptídeos tem a substância P, envolvida em algu- mas vias da dor, e os peptídeos opioides (encefalina e endorfinas), substâncias que medeiam o alívio da dor, ou analgesia - Os peptídeos que agem tanto como neuro-hormônios quanto como neurotransmissores incluem a colecistocinina (CCK), a argini- na vasopressina ( AVP) e o peptídeo natriurético atrial (ANP) Purinas - A adenosina, a adenosina monofosfato (AMP) e a adenosina tri- fosfato (ATP) podem atuar como neurotransmissores. Essas molé- culas, conhecidas coletivamente como purinas ligam-se a recepto- res purinérgicos no SNC e a outros tecidos excitáveis, como o coração. Gases - Um dos neurotransmissores mais interessantes é o óxido nítrico ( NO), um gás instável sintetizado a partir do oxigênio e do amino- ácido l-arginina. O óxido nítrico quando atua como neurotransmis- sor se difunde livremente para a célula-alvo, em vez de ligar-se a um receptor na membrana. Uma vez dentro da célula-alvo, o óxi- do nítrico liga-se a proteínas-alvo. ReferReferReferênciasnciasncias SILVERTHORN, Dee U. Fisiologia Humana. Disponível em: Minha Bi- blioteca, (7th edição). Grupo A, 2017. JUNQUEIRA, L. C.; CARNEIRO, J. Histologia básica: texto e atlas. 13. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2018 MARIEB, E.; WILHELM, P. ; MALLATT, J. Anatomia humana. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2014. TORTORA. Princípios de Anatomia e Fisiologia. Disponível em: Mi- nha Biblioteca, (14th edição). Grupo GEN, 2016.