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toxicologia ambiental

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Hidrocarbonetos policíclicos aromáticos: Eles são gerados principalmente por processos de combustão incompleta de materiais orgânicos, como carvão, petróleo, madeira e resíduos de combustíveis fósseis. Os HPAs podem ser encontrados tanto em ambientes industriais quanto em ambientes naturais, como resultado da queima de combustíveis, incêndios florestais, emissões veiculares e atividades domésticas, entre outros. 
Os efeitos tóxicos dos hidrocarbonetos podem variar de acordo com sua estrutura química, concentração, tempo de exposição e via de exposição. Os principais efeitos adversos associados à exposição a hidrocarbonetos incluem irritação das vias respiratórias, problemas respiratórios, danos ao sistema nervoso, efeitos cancerígenos, além de impactos ambientais, como contaminação do solo e da água. 
HPAs e nitro HPAs (benzopireno e nitrobentrone):
 Benzopireno:O benzopireno é um hidrocarboneto policíclico aromático presente na fumaça do tabaco, na poluição do ar proveniente de veículos e na queima de combustíveis fósseis. Ele é conhecido por ser carcinogênico e mutagênico, ou seja, capaz de causar câncer e danos ao DNA. O benzopireno é metabolizado no organismo, formando metabólitos reativos que podem se ligar ao DNA e causar mutações.
Nitrobentrone: A nitrobentrone é um hidrocarboneto nitrado que pode ser gerado por atividades industriais e de combustão. É considerada uma substância altamente tóxica e mutagênica. Estudos têm demonstrado que a exposição à nitrobentrone pode causar danos ao DNA, disfunção celular e indução de mutações.
COMPOSTOS A BASE DE ENXOFRE
Dióxido de enxofre SO2: Poluente primário. É produzido principalmente pela queima de combustíveis fósseis, como carvão e petróleo, em processos industriais e pela queima de biomassa, como madeira e carvão vegetal. 
Irritação das vias respiratórias: O dióxido de enxofre é altamente irritante para as vias aéreas superiores e inferiores. A exposição a altas concentrações de SO2 pode causar tosse, falta de ar, aperto no peito, broncoconstrição e até mesmo crises asmáticas em indivíduos predispostos.
Efeitos no sistema cardiovascular: A exposição ao dióxido de enxofre pode levar a efeitos negativos no sistema cardiovascular, incluindo aumento da pressão arterial, alterações no ritmo cardíaco e diminuição da função cardíaca.
Formação de chuva ácida: O dióxido de enxofre, quando liberado na atmosfera, pode reagir com outros componentes químicos e formar ácido sulfúrico (H2SO4), resultando na formação de chuva ácida. A chuva ácida pode causar danos a ecossistemas terrestres e aquáticos, afetando a vegetação, corpos d’água e solos.
Ácido sulfúrico H2SO4: Poluente secundário. Quando liberado no ar, o ácido sulfúrico pode contribuir para a poluição atmosférica. A principal forma de exposição humana a esse composto é por inalação de seus vapores ou aerossóis. Algumas das principais fontes de emissão de H2SO4 incluem indústrias químicas, usinas termoelétricas, veículos automotores e atividades de queima de combustíveis fósseis.
A toxicidade do ácido sulfúrico está relacionada principalmente à sua natureza corrosiva. Quando em contato com tecidos vivos, o H2SO4 pode causar danos significativos, incluindo queimaduras químicas na pele, olhos e trato respiratório. Os efeitos tóxicos dependem da concentração do ácido, da duração da exposição e da suscetibilidade individual.
Os sintomas de exposição aguda ao ácido sulfúrico podem incluir irritação nos olhos, nariz e garganta, dificuldade respiratória, tosse, dor abdominal e náuseas. Em casos graves, a exposição pode levar a danos pulmonares, queimaduras graves na pele e até mesmo risco de vida.
Além dos efeitos diretos na saúde humana, o ácido sulfúrico também pode ter impactos negativos no meio ambiente. Sua liberação no ar contribui para a formação de chuva ácida, que pode causar danos a plantas, ecossistemas aquáticos e materiais construídos.
Material particulado ( PM 10 ou PM 2.5): O material particulado é classificado com base no seu tamanho de aerossol, sendo os principais parâmetros de interesse o diâmetro aerodinâmico das partículas. Os termos PM10 e PM2.5 são utilizados para descrever o tamanho do material particulado. Eles se referem ao diâmetro aerodinâmico das partículas suspensas no ar, sendo que PM10 representa partículas com diâmetro igual ou inferior a 10 micrômetros (µm), enquanto PM2.5 representa partículas com diâmetro igual ou inferior a 2,5 µm. Essas partículas são encontradas em diversas fontes, incluindo atividades industriais, emissões veiculares, queima de combustíveis fósseis, poeira e atividades agrícolas. Elas podem ser compostas por uma variedade de substâncias, como carbono negro, metais pesados, hidrocarbonetos aromáticos policíclicos (HAPs), compostos orgânicos voláteis (COVs) e sais inorgânicos. O principal perigo associado ao material particulado está relacionado ao seu tamanho, uma vez que partículas menores têm maior capacidade de penetrar nas vias respiratórias inferiores, atingindo os alvéolos pulmonares. Essas partículas podem causar uma série de efeitos adversos à saúde, como irritação das vias aéreas, inflamação pulmonar, danos ao sistema cardiovascular, aumento do risco de doenças respiratórias e agravamento de condições pré-existentes, como asma e doença pulmonar obstrutiva crônica, bronquite.
ASBESTOSE E SILICOSE: asbestose e a silicose são duas doenças respiratórias ocupacionais causadas pela exposição a certos compostos presentes no ambiente de trabalho. Ambas estão relacionadas à inalação de partículas de fibras minerais, especificamente asbesto e sílica, respectivamente. Asbestose: A asbestose é uma doença pulmonar crônica causada pela inalação de fibras de asbesto (amianto). Essas fibras são finas e resistentes, e sua inalação pode levar a danos aos pulmões ao longo do tempo. Os principais compostos envolvidos são o crisotila, amosita, crocidolita e outras formas de asbesto. Os sintomas da asbestose geralmente demoram muitos anos para se desenvolverem após a exposição. Eles incluem falta de ar, tosse persistente, fraqueza, perda de peso e dor no peito. A asbestose pode levar a complicações graves, como fibrose pulmonar, que é a formação de tecido cicatricial nos pulmões, reduzindo sua capacidade de funcionamento. Silicose: A silicose é uma doença pulmonar causada pela inalação de partículas de sílica cristalina, encontrada em minerais como quartzo e areia. A exposição prolongada à sílica pode levar ao acúmulo de partículas nos pulmões, causando inflamação e danos progressivos aos tecidos pulmonares. Os sintomas da silicose incluem falta de ar, tosse crônica, fraqueza, perda de peso e febre. A silicose também aumenta o risco de desenvolvimento de outras doenças respiratórias, como tuberculose e câncer de pulmão
CHUVA ÁCIDA: óxido de enxofre (SOx) + água (H2O) = ácido sulfúrico (H2SO4) 
Óxido de nitrogênio (Nox) + água (H2O) = ácido nítrico (HNO3) QUE
PH entre 5-2
Irritação na pele e mucosa gastrointestinal 
A chuva ácida é um fenômeno da toxicologia ambiental que ocorre devido à emissão de gases poluentes, principalmente óxidos de enxofre (SOx) e óxidos de nitrogênio (NOx), provenientes de atividades humanas, como a queima de combustíveis fósseis, a indústria e os veículos automotores. Esses gases são liberados na atmosfera e, em contato com a umidade presente no ar, reagem e formam ácidos, como o ácido sulfúrico (H2SO4) e o ácido nítrico (HNO3). Quando esses ácidos são transportados pelas nuvens e precipitam na forma de chuva, neve ou neblina, ocorre a chuva ácida. Essa precipitação possui um pH abaixo do valor considerado neutro (7), podendo variar de levemente ácido (pH próximo a 5) até extremamente ácido (pH abaixo de 4). A chuva ácida não apenas afeta a água que cai do céu, mas também pode se depositar em superfícies, como solo, vegetação, edifícios e corpos d'água. A chuva ácida tem várias consequências negativas para o meio ambiente e para os seres vivos. Alguns dos principais efeitos incluem: Danos à vegetação: A acidez da chuva pode afetardiretamente as plantas, causando danos nas folhas, redução da taxa de fotossíntese, diminuição do crescimento e até mesmo a morte das plantas. Além disso, a absorção de íons tóxicos, como alumínio, manganês e chumbo, liberados pela chuva ácida, pode prejudicar ainda mais a saúde das plantas. Acidificação de corpos d'água: A chuva ácida contribui para a acidificação de rios, lagos e outros corpos d'água. Isso pode ter efeitos prejudiciais para a vida aquática, pois muitas espécies não conseguem sobreviver em ambientes com pH ácido. A acidificação também afeta a disponibilidade de nutrientes essenciais para os organismos aquáticos. Danos em estruturas e materiais: A chuva ácida pode corroer estruturas metálicas, como pontes e edifícios, bem como danificar materiais como pedra, concreto e mármore. Esses danos têm impacto econômico significativo, uma vez que exigem reparos e manutenção constantes. Impacto na saúde humana: A inalação de partículas e gases ácidos presentes na chuva ácida pode causar irritação nas vias respiratórias, agravar problemas respiratórios existentes, como asma e bronquite, e contribuir para o surgimento de doenças respiratórias crônicas. 
Inversão térmica: A inversão térmica é um fenômeno atmosférico que ocorre quando a temperatura do ar próximo à superfície da Terra aumenta em vez de diminuir com a altitude. Esse padrão inverso de temperatura causa uma camada de ar quente e estável que fica presa acima de uma camada de ar mais frio próximo à superfície. Durante uma inversão térmica, a camada de ar quente acima impede a ascensão do ar mais frio e a dissipação dos poluentes. Isso faz com que os poluentes fiquem retidos próximo à superfície, aumentando sua concentração e prolongando sua permanência na área afetada.
SMOG X FOG: Inversão térmica é um fenômeno meteorológico que ocorre quando uma camada de ar quente fica presa próxima à superfície da Terra, enquanto uma camada de ar mais frio fica acima dela. Esse padrão de temperatura invertida impede a circulação vertical do ar, resultando em uma concentração maior de poluentes próximos ao solo. Esse fenômeno é comumente associado a dois termos: SMOG (neblina de fumaça) e FOG (nevoeiro).
SMOG: O termo SMOG é frequentemente usado para descrever a poluição atmosférica resultante da inversão térmica. Trata-se de uma combinação de fumaça, poluentes atmosféricos, vapores químicos e partículas suspensas, que podem incluir óxidos de nitrogênio, dióxido de enxofre, ozônio troposférico e material particulado. A inversão térmica impede a dispersão desses poluentes, levando à sua acumulação em áreas urbanas e causando uma névoa densa e poluída, característica do SMOG. O SMOG pode ser prejudicial à saúde humana, especialmente para pessoas com problemas respiratórios, como asma, e pode contribuir para o aumento das doenças respiratórias.
FOG: Embora a inversão térmica seja frequentemente associada ao SMOG, também pode ocorrer a formação de nevoeiro (FOG) durante esse fenômeno. O nevoeiro formado durante a inversão térmica é conhecido como nevoeiro de radiação. Esse tipo de nevoeiro ocorre quando a temperatura da superfície esfria durante a noite, levando à condensação do vapor de água presente no ar. O nevoeiro de radiação é caracterizado por baixa visibilidade e pode estar associado a níveis mais baixos de poluentes em comparação com o SMOG
SMOG OXIDATIVO OU FOTOQUIMICO: O smog oxidante, também conhecido como smog fotoquímico, é um tipo de poluição atmosférica caracterizado pela presença de altas concentrações de poluentes químicos, como óxidos de nitrogênio (NOx) e hidrocarbonetos voláteis (HCs), na presença de luz solar. Esse tipo de poluição é especialmente comum em áreas urbanas e regiões com alta atividade industrial.
O smog oxidante ocorre devido a uma série de reações químicas complexas que ocorrem na atmosfera. A radiação solar atua como um catalisador para essas reações, transformando os poluentes primários em poluentes secundários, como ozônio troposférico (O3) e peróxido de hidrogênio (H2O2). Esses poluentes secundários são altamente oxidantes e podem causar danos à saúde humana e ao meio ambiente.
SMOG REDUTOR: atmosfera redutora rica em óxidos de enxofre e fuligem (queima de carvão).
Pode-se inferir que se refere a medidas ou estratégias utilizadas para reduzir os níveis de poluição atmosférica, incluindo a formação de smog.
Para reduzir os efeitos negativos do smog e melhorar a qualidade do ar, são adotadas medidas de controle da poluição ambiental. Alguns exemplos de estratégias utilizadas são:
Controle de emissões veiculares: Implementação de regulamentações e tecnologias que reduzem as emissões de poluentes dos veículos, como a adoção de catalisadores, veículos elétricos ou híbridos, e incentivos para o uso de transportes públicos.
Controle de emissões industriais: Implementação de regulamentações ambientais e tecnologias de controle de emissões em indústrias, como filtros de ar, sistemas de tratamento de gases e uso de fontes de energia mais limpas.
Controle da queima de combustíveis: Restrição da queima de biomassa, carvão e outros combustíveis fósseis em áreas urbanas, promoção do uso de energias renováveis e políticas de eficiência energética
TOXICOLOGIA DA ÁGUA: METAIS PESADOS
CROMO: após a absorção, as formas do trivalente e hexavalente são rapidamente distribuídos aos tecidos e hemácias. Eliminação pela urina 90%
Dosagem de cromo no sangue ou urina somente é viabilizada após a ingestão de glicose, que libera o cromo dos tecidos para o sangue: A glicose é capaz de aumentar os níveis de insulina no sangue, e acredita-se que a insulina esteja envolvida na mobilização do cromo dos tecidos. A administração de glicose promove uma maior captação de glicose pelas células, o que pode levar à liberação de cromo armazenado nos tecidos
FONTES: indústrias de cimento, de madeira, de couro e têxtil, metalúrgica: melhora dureza de metais e reduz oxidação. 
CROMO TRIVALENTE (Cr+3) – menor toxicidade, encontrado na natureza, faz parte do metabolismo humano ( necessidade de ingestão diária). A toxicidade do cromo trivalente está relacionada principalmente à sua capacidade de se ligar a proteínas e causar danos oxidativos nas células, pela inalação, deposita-se no parênquima pulmonar (acúmulo). Apresenta baixa absorção intestinal (0,5 – 2%). Baixa absorção cutânea.
CROMO HEXAVALENTE (CR+6) – de origem antropogênica ( resultado da atividade humana), é absorvido de 3 a 5x mais no trato gastrointestinal. Mas tóxico e tem baixa absorção cutânea. É transformado em Cr+3 no estômago, diminuindo potencial tóxico. 
Toxicologia da água: cromo hexavalente e trivalente são metabolizados no pulmão e hemácias via NADPH
O cromo hexavalente (Cr(VI)) e o cromo trivalente (Cr(III)) podem ser metabolizados no pulmão e nas hemácias (glóbulos vermelhos) por meio da enzima redutase de nicotinamida adenina dinucleotídeo fosfato (NADPH), também conhecida como redutase de citocromo P450.
No caso do cromo hexavalente, ele pode ser reduzido a cromo trivalente no pulmão por ação da enzima redutase de NADPH. Esse processo de redução é importante, pois o cromo trivalente é considerado menos tóxico que o cromo hexavalente. Após a redução, o cromo trivalente pode se ligar a proteínas transportadoras específicas e ser distribuído para os tecidos.
Já no caso do cromo trivalente, ele pode ser metabolizado no interior das hemácias por meio da redutase de NADPH. Esse processo também leva à formação de espécies de cromo complexadas com proteínas, como a transferrina, permitindo sua distribuição e transporte pelo organismo.
Esses processos de metabolização do cromo no pulmão e nas hemácias são importantes para a eliminação e distribuição adequadas do metal no organismo. No entanto, é importante ressaltar que a toxicidade do cromo está relacionada principalmente à forma hexavalente, que é considerada mais tóxica e tem maior potencial carcinogênico do que a forma trivalente
MECANISMO DE AÇÃO: 
O estresse oxidativo ocorre quando há um desequilíbrio entre a produçãode espécies reativas de oxigênio (EROs) e a capacidade do organismo de neutralizá-las com antioxidantes endógenos. O cromo hexavalente pode gerar EROs por meio de reações de redução e oxidação no organismo. Essas EROs, como radicais livres de oxigênio, superóxido e peróxido de hidrogênio, podem causar danos oxidativos nas células, levando à peroxidação lipídica, danos às proteínas e ao DNA.
Os danos ao DNA são uma consequência direta do estresse oxidativo induzido pelo cromo hexavalente. As EROs podem reagir com o DNA, causando quebras nas cadeias de DNA, formação de adutos de DNA e alterações na estrutura do DNA. Esses danos ao DNA podem interferir na replicação e transcrição adequadas, afetando a integridade genômica e levando a mutações.
A mutagênese refere-se à capacidade do cromo hexavalente de induzir mutações no material genético. As alterações no DNA causadas pelo estresse oxidativo e danos ao DNA aumentam o risco de mutações, que são alterações permanentes na sequência de bases do DNA. As mutações podem resultar em disfunções celulares, crescimento descontrolado das células e potencialmente contribuir para o desenvolvimento de doenças, incluindo o câncer.
N acetilcisteína como antídoto para intoxicação por paracetamol
A N-acetilcisteína (NAC) é comumente utilizada como um antídoto para intoxicação por paracetamol (acetaminofeno). O paracetamol é metabolizado no fígado por uma enzima chamada citocromo P450, formando um metabólito tóxico conhecido como N-acetil-p-benzoquinonaimina (NAPQI). Em condições normais, o NAPQI é rapidamente inativado pela glutationa, um antioxidante endógeno presente no fígado.
No entanto, em casos de overdose de paracetamol, a quantidade de NAPQI produzida pode sobrecarregar o sistema de detoxificação do fígado, resultando na depleção de glutationa e acúmulo de NAPQI tóxico. Esse acúmulo de NAPQI pode levar a danos celulares e hepáticos graves, incluindo necrose hepática.
A N-acetilcisteína atua como um precursor da glutationa, fornecendo grupos sulfidrila necessários para sua síntese. Ao administrar NAC, a glutationa é aumentada no fígado, aumentando a capacidade de inativação do NAPQI e reduzindo os danos causados por ele.
Além disso, a N-acetilcisteína possui propriedades antioxidantes diretas, ajudando a neutralizar os radicais livres gerados durante a intoxicação por paracetamol e reduzindo o estresse oxidativo no fígado.
Em resumo, o mecanismo de ação da N-acetilcisteína na intoxicação por paracetamol envolve o aumento dos níveis de glutationa, promovendo a inativação do NAPQI tóxico e protegendo o fígado contra danos celulares e hepáticos. É importante que a NAC seja administrada o mais rápido possível após a intoxicação para obter melhores resultados.
Bicarbonato como antídoto para intoxicação por AAS
O bicarbonato de sódio (NaHCO3) pode ser utilizado como um antídoto para intoxicação por ácido acetilsalicílico (AAS), também conhecido como aspirina. O AAS é um medicamento anti-inflamatório, analgésico e antipirético, mas em doses elevadas pode causar intoxicação, especialmente em casos de overdose.
A intoxicação por AAS resulta em acidose metabólica, devido à sua capacidade de inibir a enzima ciclooxigenase e interferir no metabolismo dos ácidos graxos. A acidose metabólica leva a uma diminuição do pH sanguíneo, o que pode ser perigoso e causar efeitos adversos graves.
O bicarbonato de sódio age como um antídoto para a intoxicação por AAS, principalmente por sua capacidade de corrigir a acidose metabólica. O bicarbonato é uma substância alcalina que, quando administrada por via intravenosa, pode elevar o pH sanguíneo, contrabalançando a acidose.
Além disso, o bicarbonato de sódio também pode aumentar a excreção renal do AAS, acelerando a eliminação da droga do organismo
Ácido fraco no meio acido é não ionizada – reabsorvida
Ácido fraco no meio básico é ionizada – melhor excretada
Base fraca no meio ácido é ionizada – melhor excretada 
Base fraca no meio básico é não ionizada – reabsorvida
Anticorpo antidigoxina como antídoto para intoxicação por digoxina
A antidigoxina, também conhecida como anticorpo antidigoxina ou fragmento de anticorpo antidigoxina, é um antídoto utilizado no tratamento de intoxicações por digoxina, que é um medicamento da classe dos glicosídeos cardíacos amplamente utilizado no tratamento de condições cardíacas, como insuficiência cardíaca congestiva e arritmias.
O mecanismo de ação da antidigoxina baseia-se na capacidade do anticorpo de se ligar especificamente à digoxina, formando um complexo anticorpo-droga. Essa ligação impede que a digoxina exerça seus efeitos farmacológicos no organismo.
A intoxicação por digoxina ocorre quando há uma ingestão excessiva do medicamento ou quando a sua concentração no sangue atinge níveis tóxicos. Os sintomas de intoxicação por digoxina podem incluir arritmias cardíacas, náuseas, vômitos, distúrbios visuais, fadiga, confusão e convulsões.
Ao administrar a antidigoxina, o anticorpo se liga à digoxina circulante no sangue, formando o complexo antidigoxina-digoxina. Esse complexo é então eliminado do organismo por meio da excreção renal. A ligação da antidigoxina à digoxina impede que a droga se ligue aos seus sítios de ação no coração, revertendo assim os efeitos tóxicos da digoxina.
A antidigoxina é geralmente administrada por via intravenosa e é considerada um tratamento efetivo para a intoxicação por digoxina. No entanto, é importante ressaltar que a administração da antidigoxina deve ser realizada por profissionais de saúde qualificados, seguindo as diretrizes clínicas adequadas
Antídotos para intoxicação por beta-bloqueadores
Existem alguns antídotos que podem ser utilizados no tratamento de intoxicações por beta-bloqueadores, que são medicamentos usados principalmente para tratar condições cardíacas, como hipertensão arterial e doença cardíaca.
Glucagon: O glucagon é um hormônio produzido pelo pâncreas que possui ação oposta aos beta-bloqueadores. Ele estimula a atividade do sistema nervoso simpático, que pode ajudar a reverter os efeitos dos beta-bloqueadores. O glucagon é administrado por via intravenosa e geralmente é eficaz no aumento da frequência cardíaca e na melhora da função contrátil do coração.
Atropina: A atropina é um medicamento que bloqueia os receptores muscarínicos, que são alvos dos beta-bloqueadores. Ela pode ser usada para aumentar a frequência cardíaca e melhorar a condução elétrica do coração. A atropina é administrada por via intravenosa e é mais útil em casos de bradicardia (ritmo cardíaco lento) causada pelos beta-bloqueadores.
Gluconato de cálcio: O cálcio pode ajudar a melhorar a condução elétrica do coração e a contratilidade cardíaca. O gluconato de cálcio é administrado por via intravenosa e pode ser útil no tratamento de intoxicações por beta-bloqueadores, especialmente em casos de bloqueio cardíaco grave.
Vasopressores: Em casos graves de intoxicação por beta-bloqueadores, pode ser necessário o uso de vasopressores, como a dopamina ou a noradrenalina. Esses medicamentos ajudam a aumentar a pressão arterial e a manter a perfusão adequada dos óórgãos
Flumazenil como antídoto para intoxicação por benzodiazepínicos
Flumazenil: O flumazenil é um antagonista dos receptores de benzodiazepínicos. Ele bloqueia os efeitos dos benzodiazepínicos nos receptores GABAérgicos no cérebro, revertendo assim os efeitos sedativos e respiratórios dessas substâncias. O flumazenil é administrado por via intravenosa, mas seu uso requer cuidado, pois pode desencadear sintomas de abstinência em pessoas dependentes de benzodiazepínicos ou reduzir os efeitos terapêuticos em pessoas que estão sendo tratadas com essas medicações.
O flumazenil atua como um antagonista competitivo dos receptores de benzodiazepínicos no sistema nervoso central. Ele se liga aos mesmos receptores aos quais os benzodiazepínicos se ligam, bloqueando seus efeitos. Isso resulta na reversão dos efeitos sedativos, ansiolíticos e amnésicos causados pelos benzodiazepínicos.
A naloxonacomo antídoto para intoxicação por opióides
A naloxona é um antídoto utilizado no tratamento de intoxicação por opióides, como a heroína, morfina, oxicodona e outros medicamentos narcóticos.
Os opióides agem nos receptores opióides no sistema nervoso central, produzindo efeitos analgésicos, sedativos e depressores respiratórios. A naloxona é um antagonista competitivo desses receptores, ou seja, ela se liga aos receptores opióides sem ativar a resposta celular, bloqueando assim os efeitos dos opióides.
Quando administrada, a naloxona reverte rapidamente os efeitos dos opióides, restaurando a função respiratória normal e revertendo a depressão do sistema nervoso central. Isso ocorre porque a naloxona desloca os opióides dos receptores e restaura a atividade normal desses receptores.
A mesma como antídoto para intoxicação por ciclofosfamida
 Mesna (2-mercaptoetanosulfonato de sódio) é um medicamento utilizado como antídoto para a intoxicação por ciclofosfamida, um agente quimioterápico amplamente utilizado no tratamento de diversos tipos de câncer.
A ciclofosfamida é um agente alquilante que atua como um agente antineoplásico, causando danos ao DNA das células cancerígenas. No entanto, a ciclofosfamida também pode causar danos às células normais do corpo, incluindo a mucosa da bexiga, resultando em efeitos colaterais como a cistite hemorrágica.
A mesna atua como um agente citoprotetor, ajudando a prevenir a toxicidade da ciclofosfamida na bexiga. Ela age por meio de dois mecanismos principais:
Inativação direta: A mesna se liga à ciclofosfamida e seus metabólitos tóxicos, inativando-os. Isso impede que essas substâncias causem danos à mucosa da bexiga.
Ação química indireta: A mesna é convertida no organismo em metabólitos ativos que têm a capacidade de se ligar aos metabólitos tóxicos da ciclofosfamida. Essa interação forma compostos menos tóxicos e solúveis em água, que são facilmente excretados pelos rins, reduzindo assim a concentração de metabólitos tóxicos na bexiga

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