Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Mecânica dos Solos II Prof. João Carlos Relatório de Ensaio de Adensamento ALUNA: ANA PAULA ANDRADE BANDEIRA CURSO: ENGENHARIA AMBIENTAL E SANITÁRIA MATRICULA: 20201011040025 Campus Goiânia, 12 de 06 de 2023. Introdução Desde o século XIX que o termo adensamento tem sido usado pra identificar a variação de volume da massa de solo associada à expulsão da água dos poros, lenta e gradualmente, por conta de uma sobrecarga imposta. Então, na década de 1920, foi desenvolvido por Terzaghi um procedimento que determina os parâmetros básicos de compressibilidade de solos em ambiente de laboratório, e foi descrito ainda por ele as bases do ensaio edométrico incremental, que posteriormente foi padronizado por Taylor. O ensaio de adensamento é o mais antigo conhecido para que se determine os parâmetros de compressibilidade do solo, e consiste na compressão de uma amostra de solo, compactada ou indeformada, pela aplicação de valores de tensão vertical, com a condição de deformação radial nula. O adensamento como sendo a redução gradativa do volume de uma massa de solo totalmente saturada e com baixa permeabilidade, que está sendo submetida a uma variação de tensão efetiva, pode ocorrer por diversas atividades da engenharia, como a aplicação de uma sobrecarga sobre o solo, a drenagem de um determinado volume de água dos poros ou por bombeamento de água do solo. A analogia de Taylor para o entendimento desse fenômeno acontece entre a estrutura de um solo saturado e uma mola dentro de um pistão cheio de água, no qual dispõe-se de um pequeno orifício para saída da água. A mola representa o esqueleto sólido do solo e o pequeno orifício, que inicialmente está fechado, representa a baixa permeabilidade. Quando uma carga é aplicada no pistão, a mola não se deforma de imediato, então toda a carga é suportada pela água. Quando o registro é aberto, a água extravasa e a mola sofre deformação, como resultado da transferência de uma parcela do carregamento aplicado ao pistão. Esse processo é continuo, e vai ate o momento que a mola suporta sozinha a carga aplicada, e a água para de sair do pistão. Isso significa que, no solo, quando há um acréscimo de tensão, a poropressão aumenta equivalentemente ao valor aplicado, ou seja, inicialmente a água recebe todo o carregamento, sendo a deformação do solo nula. Ou seja, está ocorrendo a variação da tensão total devido a sobrepressão na água, e não a variação de tensão efetiva, que é a que deforma o solo. Depois, à medida que o tempo passa a água percola em direção a áreas mais permeáveis gerando uma redução de índices de vazios, resultando na deformação do solo devido ao aumento da tensão efetiva, assim como aconteceu com a mola. Esse ensaio é normatizado pela norma ABNT NBR 12007 – MB 3336 que prescreve o método de determinação das propriedades de adensamento do solo, caracterizadas pela velocidade e magnitude das deformações, quando o solo é lateralmente confinado e carregado. Objetivos O ensaio de adensamento tem por objetivo determinar experimentalmente as características do solo que interessam à determinação dos recalques provocados pelo adensamento ao longo do tempo. Ademais, o índice de vazios médio, o índice de compressão, a pressão de pré-adensamento e permeabilidade podem ser determinados. Materiais e Métodos Prensa de adensamento (manual): permite a aplicação e manutenção das cargas verticais especificadas, ao longo do período necessário de tempo, e com uma precisão de 0,5% da carga aplicada. Quando há a aplicação de um incremento de carga, a transferência para o corpo de prova deve ocorrer em um intervalo de tempo não superior a 2s e sem impacto significativo. Fotos 1 e 2: Prensa manual utilizada nesse ensaio. Célula de adensamento: dispositivo apropriado para conter o corpo de prova e que deve proporcionar meios para a aplicação de cargas verticais, a medida da variação da altura do corpo de prova e sua eventual submersão. Consiste em uma base rígida, um anel para conter o corpo de prova, pedras porosas e um cabeçote rígido de carregamento. Foto 3: detalhes da célula de adensamento. Anel de adensamento: deve possuir diâmetro de no mínimo 50 mm e quando for amostras talhadas no mínimo 5 mm menor que o diâmetro interno do tubo de amostragem. Altura de no mínimo 13 mm e não inferior a dez vezes o máximo diâmetro de partícula do corpo de prova. Pedras porosas e papel filtro: esse conjunto deve apresentar permeabilidade suficientemente alta, de modo a não retardar a drenagem do corpo de prova. Corpo de prova: amostra indeformada, com torno manual (cravação do anel de adensamento) com uso de talhador. Foto 4: detalhe da cravação do anel de adensamento. Computador: realizar as leituras da prensa. Cabeçote PROCEDIMENTO Primeiramente a amostra compactada foi preparada de acordo com os procedimentos adequados. Ela foi moldada a fim de que fique no tamanho ideal do molde cilíndrico. O teor de umidade inicial, a massa do conjunto corpo de prova e anel de adensamento, a massa do corpo de prova, a altura do corpo de prova, o volume do corpo de prova, e a massa específica aparente úmida inicial foram medidas e calculadas. Depois, foi feita a montagem do equipamento do ensaio. Como nesse ensaio não há deformação lateral, o corpo de prova é colocado junto com o anel dentro da prensa. Na base é colocada a pedra porosa e o papel filme, depois vem o corpo de prova, e novamente o papel filme e a pedra porosa. Por fim o cabeçote, que é exatamente de acordo com o diâmetro interno e que é onde apoia o pino da prensa, é colocado. Fotos 5, 6 e 7: montagem da celula de adensamento, colocação do corpo de prova e fechamento da célula, respectivamente. Depois a amostra foi saturada, inundando-a com água. Confere-se se o valor de umidade desejado foi alcançado. O primeiro estágio de carregamento é de 10 kPa, ou seja, de inundação. A prensa deve ser travada antes de adicionar o peso do estágio seguinte. Após finalizar o carregamento, a aquisição de dados é iniciada. Depois, vem o segundo, terceiro, quarto e quinto estágios, com carregamentos de 20 kPa, 50 kPa, 100 kPa e 200 kPa, respectivamente. O descarregamento é composto por dois estágios, de 200 kPa e 100 kPa consecutivamente. Para cada um dos estágios de pressão, foi realizado leituras no extensômetro da variação de altura do corpo-de-prova e a seguir, nos intervalos de tempo de 8s, 15s, 30s, 1 min, 2 min, 4 min, 8 min, 15 min, 30 min, 1 h, 2 h, 4 h, 8 h e 24 h. Análise e Discussão dos Resultados Experimentais Tabela 1 Sendo: A=(C+S+A)-(C+S) S=(C+S)-C W=A/S Wmed= (W86+W94+W17) 3 Tabela 2 Na tabela 2 acima tem-se os dados iniciais do ensaio, sendo: Peso do CP=(peso no anel +CP)-peso do anel Área= 𝜋𝐷² 4 Volume=área*altura ρ= 𝑀 𝑉 e= 𝜌𝑠 𝜌𝑑 − 1 S%=área+ρs Tabela 3 Essa tabela mostra os dados antes do início dos carregamentos, sendo: Altura do CP=20(altura inicial)-leitura final e= ℎ𝑓 ℎ𝑠 -1 𝛥𝑒 = 𝑒𝑓 − 𝑒𝑖 av= 𝛥𝑒 (𝑡𝑒𝑛𝑠𝑎𝑜 𝑓−𝑡𝑒𝑛𝑠𝑎𝑜 𝑖) mv= 𝑎𝑣 1+𝑒𝑖 Tabela 4 Tabela 5 Tabela 6 As tabelas4, 5 e 6 acima mostram os dados dos 5 estágios de carregamento, com tensões de 10, 20, 50, 100 e 200 kPa do ensaio de adensamento, sendo: Tempo=√𝑡𝑚𝑖𝑛 Hcp=altura do CP-variação da h Os gráficos “raiz tmin x variação da h (mm) dos estágios de carregamento encontram se no Anexo, juntamente com o gráfico da curva de compressibilidade. Tabela 7 Já a tabela 7 acima mostram os estágios 6 e 7, que são os estágios de descarregamento, com tensões de 200 e 100 Kpa, sendo: Tempo=√𝑡𝑚𝑖𝑛 Hcp=altura do CP-variação da h Conclusão O ensaio de adensamento unidimensionaldo solo presente neste relatório visou determinar experimentalmente as características do solo que interessam à determinação dos recalques provocados pelo adensamento ao longo do tempo. Ele foi realizado com base na norma ABNT NBR 12007 – MB 3336, e os resultados obtidos possibilitaram realizar os cálculos necessários e formar os gráficos presentes no Anexo. Referências Bibliográficas ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS - ABNT. NBR 12007: Ensaio de adensamento unidimensional. Rio de Janeiro, 1990 SILVA. C. P. ENSAIO DE ADENSAMENTO COM DEFORMAÇÃO CONTROLADA (CRS): DESENVOLVIMENTO DE UMA FERRAMENTA PARA ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS. Viçosa (MG), 2018. Universidade Federal de Viçosa - Programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil - Magister Scientiae. CAPUTO. H. P. Mecânica dos Solos e suas Aplicações: Fundamentos Volume 1. 6° Edição. Rio de Janeiro, RJ: Livros Técnicos e Científicos Editora S.A. 1988. Anexo 0.000 0.020 0.040 0.060 0.080 0.100 0.120 0.000 5.000 10.000 15.000 20.000 25.000 30.000 35.000 40.000 V ar ia çã o d a al tu ra (m m ) Raiz do tempo (min) 10 kPa 0.000 0.050 0.100 0.150 0.200 0.250 0.300 0.350 0.400 0.450 0.000 5.000 10.000 15.000 20.000 25.000 30.000 35.000 40.000 V ar ia çã o d a al tu ra (m m ) Raiz do tempo (min) 20 kPa 0.000 0.100 0.200 0.300 0.400 0.500 0.600 0.700 0.800 0.900 1.000 0.000 5.000 10.000 15.000 20.000 25.000 30.000 35.000 40.000 V ar ia çã o d a al tu ra (m m ) Raiz do tempo (min) 50 kPa 0.000 0.200 0.400 0.600 0.800 1.000 1.200 1.400 1.600 0.000 5.000 10.000 15.000 20.000 25.000 30.000 35.000 40.000 V ar ia çã o d a al tu ra (m m ) Raiz do tempo (min) 100 kPa 0.000 0.500 1.000 1.500 2.000 2.500 0.000 5.000 10.000 15.000 20.000 25.000 30.000 35.000 40.000 V ar ia çã o d a al tu ra (m m ) Raiz do tempo (min) 200 kPa 0 0.02 0.04 0.06 0.08 0.1 0.12 0.14 0.16 0.18 0.2 0.22 0.24 0.26 0.28 0.3 0.32 0.34 0.36 0.38 0.4 0.42 0.44 0.46 0.48 0.5 0.52 0.54 0.56 0.58 0.6 0.62 0.64 0.66 0.68 0.7 0.72 0.74 0.76 0.78 0.8 0.82 0.00 20.00 40.00 60.00 80.00 100.00 120.00 140.00 160.00 180.00 200.00 220.00 240.00 Ín d ic e d e va zi o s (e ) Tensão no CP (kPa) Curva de Compressibilidade
Compartilhar