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CENTRO UNIVERSITÁ RI O N EWTON PAIVA Faculdade de Ciências Exatas e Tecnológicas – F AC ET Jeferson Reis - 11510010 MECANICA DOS SOLOS II Ensaio de adensamento unidimensional Orientadora: Ana Paula Barroso Correa Belo Horizonte – 2017 SUMÁRIO INTRODUÇÃO OBJETIVO DESENVOLVIMENTO Materiais Procedimento do Ensaio Execução do Ensaio Resultados CONCLUSAO REFERÊNCIAS INTRODUÇÃO Adensamento é um processo lento e gradual de redução do índice de vazios de um solo por expulsão do fluido intersticial e transferência da pressão do fluido (água) para o esqueleto sólido, devido a cargas aplicadas ou ao peso próprio das camadas sobrejacentes. Um depósito de solo saturado e de baixa permeabilidade, quando submetido a uma sobrecarga, apresenta recalques que tendem a aumentar lentamente com o tempo. Aterros em solos aluvionares de baixada ou em regiões de formação marinha, como os mangues, e até mesmo edificações assentadas sobre camadas fracas, como é o caso de muitos prédios altos construídos sobre argila de Santos, SP, são exemplos típicos da ocorrência desse fenômeno. O comportamento do solo quanto ao seu adensamento, pode ser ilustrado através do gráfico semilogarítmico da figura abaixo. Neste gráfico são plotados nas ordenadas às variações de volume representadas pelos índices de vazios, e nas abscissas, em escala logarítmica, as respectivas tensões axiais aplicadas durante o ensaio. Podem se distinguir nesse gráfico, três partes distintas: a primeira, quase horizontal; a segunda, reta e inclinada; e a terceira parte ligeiramente curva. O primeiro trecho representa uma recompressão do solo, até um valor característico de tensão, correspondente a máxima tensão que o solo já sofreu na natureza. Ao retirar a amostra indeformada do solo, para ensaiar no laboratório, está sendo eliminadas as tensões de confinamento dadas pelo solo sobrejacente, o que permite a amostra um alívio de tensões e, conseqüentemente, uma ligeira expansão. Tal reta apresenta um coeficiente angular denominado índice de recompressão (Cr). Ultrapassando o valor característico de tensão, o solo principia a comprimisse, sob tensões superiores às tensões máximas por ele já suportadas na natureza. Assim, as deformações são bem pronunciadas e o trecho reto do gráfico que as representa é chamado de reta virgem de adensamento. Tal reta possui um coeficiente angular denominado índice de compressão (Cc). O índice de compressão ou compressibilidade é utilizado para o cálculo de recalque, em solos que estejam comprimindo, ao longo da reta virgem de adensamento. Por último, o terceiro trecho corresponde fase de descarregamento onde o solo experimenta ligeiras expansões. É de conhecimento geral que qualquer material sujeito a uma determinada solicitação se deforma no sentido de suportar essa solicitação. Isto é, nenhum material pode suportar uma solicitação sem se deformar, sendo o valor dessa deformação dependente do tipo de solicitação e do tipo de material em questão. Ao solicitar um solo confinado ele deforma-se no sentido de absorver essa solicitação. Do facto de o solo se encontrar confinado, ocorre apenas extensões verticais. Do exposto conclui-se que num estrato confinado só existe deformação se ocorrer variação de volume. O ensaio consiste na compressão do solo (compressibilidade) contido dentro de um molde que impede qualquer deformação lateral. O ensaio simula o comportamento do solo quando ele é comprimido pela ação do peso de novas camadas que sobre ele se depositam. Entende-se por adensamento a deformação plástica e a redução do índice de vazios de uma massa de solo em função do tempo e da pressão aplicada. O ensaio é feito em estágios de pressão aplicada em corpos de prova, geralmente indeformados e saturados, confinados lateralmente com a consequente aferição da redução de sua altura. Desse ensaio são interpretados parâmetros fundamentais para o cálculo de recalques por adensamento. . OBJETIVO Prescrever o método de determinação das propriedades de adensamento do solo, caracterizadas pela velocidade magnitudes das deformações quando o solo é lateralmente confinado e axialmente carregado e drenado. DESENVOLVIMENTO Materiais Utilizados Balança de capacidade 1 kg e precisão de 0,01 g. Cápsulas metálicas para umidade. Estufa de secagem entre 105° e 110°C. Talhador Paquímetro. Bureta graduada. Espátulas e facas. Serras de fio metálico. Régua biselada. Anel de adensamento. Pedras Porosas. Papel filtro. Prensa de adensamento. Célula de adensamento. Procedimento do Ensaio O método requer que um elemento de solo, mantido lateralmente confinado, seja axialmente, carregado em incrementos, com pressão mantida constante em cada incremento, até que todo o excesso de pressão na água dos poros tenha sido dissipado. Durante o processo de compressão, medidas de variação da altura na amostra são feitas, e estes dados são usados no cálculo dos parâmetros que descrevem a relação entre a pressão efetiva e o índice de vazios, e a evolução das deformações em função do tempo. A aparelhagem é constituída de um sistema de aplicação de carga (prensa de adensamento ou edométrico) e da célula de adensamento. A prensa permite a aplicação e manutenção das cargas verticais especificadas, ao longo do período necessário de tempo. A célula de adensamento é um dispositivo apropriado para conter o corpo de prova confinado lateralmente, que deve proporcionar meio para aplicação das cargas verticais e medidas da variação de altura do corpo de prova. Consiste de uma base rígida, um anel para conter o corpo de prova (anel fixo ou flutuante), pedras porosas e um cabeçote rígido de carregamento. A figura abaixo apresenta de forma esquemática a prensa de adensamento e a célula de adensamento. Execução do Ensaio A execução do ensaio é iniciada com a colocação da célula de adensamento no sistema de carga. Transmitir as cargas à célula de adensamento, em estágios, para obter pressões totais sobre o solo. As cargas aplicadas são de 10, 20, 40, 80, 160, 320, 640, 1280 e 1920 kPa, mantendo-se cada pressão pelo período de tempo de 24 horas (dependendo do solo). Para cada um dos estágios de pressão, fazem-se leituras no extensômetro da altura ou variação de altura do corpo de prova, imediatamente antes do carregamento (tempo zero) e, a seguir, nos intervalos de tempo 1/8, 1/4, 1/2, 1, 2, 4, 8, 15, 30 min; 1, 2, 4, 8 e 24h. Completadas as leituras correspondentes ao máximo carregamento empregado, efetua-se o descarregamento do corpo de prova em estágio de no mínimo 3, fazendo leituras no extensômetro de expansão do corpo de prova, devido ao alívio de pressão. Por último, com os resultados obtidos, plota-se o gráfico de adensamento, a partir do qual é possível extrair os parâmetros para aplicação nos cálculos da magnitude e velocidade dos recalques do solo em questão. Resultados Curva Deformação-Tempo: Marcam-se os valores das deformações nas ordenadas em escala aritmética e dos tempos nas abscissas, para cada estágio de carga. O adensamento total (U=100%) ocorrerá no ponto de interseção das tangentes à parte central acentuada da curva. O adensamento nulo (U=0%) será determinado escolhendo-se dois instantes t e 4t em cima da curva. Obtém-se a diferença entre suas ordenadas e este valor é lançada verticalmente acima da ordenada correspondente a t. A leitura no eixo das deformações será o valor procurado. O adensamento 50% será lido exatamente a meio caminho entreU=100% e U=0%. O valor do tempo para os 50% de adensamento servirá para que o coeficiente de adensamento (cv) seja calculado através da relação: cv = 0,197.Hd 2 /t50, onde: Hd - metade da altura do corpo de prova. Curva Índice de Vazios-Pressão: Marcam-se os valores dos índices de vazios em escala aritmética, nas ordenadas, e as pressões em escala logarítmica, nas abscissas. Deste gráfico é extraído o índice de compressão (cc), o qual define a inclinação da reta virgem: cc = (e1 - e2)/(log p2 - log p1) Para obtenção da pressão de pré-adensamento procede-se da seguinte maneira: por um ponto de maior curvatura traça-se uma tangente à curva e um segmento de reta horizontal. A bissetriz do ângulo formado por essas duas linhas interceptará o prolongamento do trecho reto num certo ponto, cujo valor lido nas abscissas é a pressão de pré-adensamento do solo ensaiado. CONCLUSÃO Analisando os dados obtidos com a realização do ensaio pode-se concluir que, o solo apresenta algumas características que a engenharia civil considera aceitável, para que o solo seja utilizado como fundação ou material de aterro. Aplicando-se cargas maiores que as do ensaio observa-se que, o recalque e o índice de vazios tendem a diminuir com o tempo. Tudo isso, pela queda do coeficiente de permeabilidade e pela expulsão da água presente nos interstícios dos grãos de solo. Trata-se de um material argiloso, pois apresenta valores de permeabilidade que indicam um período mais longo para que a água seja expulsa dos vazios, mesmo com o aumento da tensão aplicada, e que o solo atinja um estado de equilíbrio, sob as tensões aplicadas. Como não é possível saber a profundidade da amostra e o nível do lençol freático, não se pode calcular o OCR. Portanto não se pode afirmar se é um solo normalmente adensado, pré-adensado ou adensado. O cálculo do coeficiente de adensamento (Cv) determina a velocidade de adensamento de uma camada de solo sujeito a um carregamento. Ele pode ser obtido tanto pelo processo gráfico de Casagrande assim como pelo processo gráfico de Taylor. REFERÊNCIAS ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TECNICAS – ABNT. NBR 12007 Solo – Ensaio de adensamento unidimensional ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TECNICAS – ABNT. NBR 10719 Informação e documentação — Relatório técnico e/ou científico — Apresentação
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