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Isabela Valinho Abreu, 1º período 1 CADERNO DE BIOFÍSICA AULA 01 (01/02) – APRESENTAÇÃO DO PLANO DE ENSINO AULA 02 (08/02) – INTRODUÇÃO 1. Aplicações da biofísica Funções do corpo humano (fisiologia); Práticas de saúde (integração biológica, física e química); Conceitos básicos (matéria, energia, espaço e tempo) no contexto fisiológico. 1.1. Matéria Átomos – unidades fundamentais; Força eletromagnética; Quarks (unidos por Glúon) Hádroms prótons e nêutrons núcleo; Núcleo + eletrosfera átomo. 2. Estados físicos da matéria no contexto da biofísica Sólidos; Fluidos (líquido ou gasoso). 2.1. Determinantes do estado físico Grau de organização dos átomos da matéria (a matéria, nesse caso, é o corpo humano); Quantidade de energia empregada no sistema; Interações moleculares intrínsecas ao tipo de matéria. 2.2. Estado sólido Partículas com alto grau de organização; Pouca energia cinética (precisa de pouca energia para manter a conformação, já que está organizada); Corpos de forma definida; Não escoam, não escorrem, não fluem; A macroestrutura depende da conformação das ligações. 2.3. Fluido Partículas desordenadas; Alto grau de movimento – muita Ec; Líquidos ou gases; As moléculas não se organizam para formar um retículo; Não dão origem a corpos de forma definida; Assumem a forma do recipiente; Escoam, fluem, escorrem; Compressibilidade – capacidade de alteração do volume (e, consequentemente, da densidade); Atrito interno – fluido viscoso se houver atrito e não viscoso se não houver atrito; Fluido real – possui forças dissipativas (ex: sangue); Fluido ideal – incompressível e não viscoso. 2.4. Diferenças importantes Sólido – sem fluidez e sem escoamento, com alta organização e baixa energia cinética; Fluido líquido – incompressíveis, com volume definido e superfície livre; Fluido gasoso – compressíveis, sem volume definido e com expansão infinita. 3. Diagrama de fases Isabela Valinho Abreu, 1º período 2 Mostra as condições de equilíbrio entre as fases que são termodinamicamente distintas; A mudança de fases depende da temperatura e da pressão; Ponto triplo – momento em que coexistem as 3 fases; Cada substância tem sua identidade química própria, apresentando uma temperatura ou pressão crítica fundamental para que ocorra a mudança de fase. 4. Circuitos A pressão é um agente físico que consegue romper a inércia de um fluido; Inércia aceleração movimentação; Abertos – exemplo: sistema respiratório; Fechados – exemplo: sistema circulatório e sistema excretório. 5. Estática dos fluidos Massa específica; Densidade relativa; Volume específico; Pressão; Viscosidade. 6. Dinâmica dos fluidos Número de Reynolds – biofísica da circulação e respiração. 6.1. Massa É a medida da quantidade de matéria de um ser vivo; Sobre a ação da gravidade, a massa exerce a força peso; Varia com diversos fatores; Em biologia médica é um indicador do estado de higidez. 6.2. Densidade A densidade dos tecidos biológicos é peculiarmente próxima à da água, com exceção do tecido ósseo, que é mais denso; A densidade desses tecidos varia dentro de estreitos limites, obedecendo à homeostase. Grandes variações sugerem enfermidades. 6.3. Comprimento, área e volume A área corporal pode ser relacionada a diversos fatores fisiológicos; Metabolismo e perda de plasma em queimaduras, por exemplo, são avaliados pela ária e possuem grande importância médica. 6.4. Pressão É caracterizada pela força agindo sobre uma área; Exemplos: o Psanguínea é a força que o sangue exerce sobre as paredes dos vasos sanguíneos; o Pglomerular é a força que o plasma exerce dentro dos glomérulos para produzir o filtrado que forma a urina; o Posmótica é a força que as moléculas de uma solução exercem sob as paredes celulares. 6.5. Viscosidade É a medida de resistência ao escoamento; OBS interessante: a água possui diversas características moleculares que demonstram que sua viscosidade deveria ser alta. No entanto, possui baixa viscosidade e, no corpo humano, isso impede que haja dificuldades nas trocas hídricas e na circulação sanguínea. 6.6. Velocidade Isabela Valinho Abreu, 1º período 3 Os SV e seus componentes estão sempre em movimento, o qual é medido pela velocidade (Vm = ΔS/Δt); Exemplos: corrente sanguínea, impulsos nervosos, movimentos musculares, deslocamento de íons entre os compartimentos. 7. Princípios da fluidodinâmica Fluido (vazão Z=volume/tempo) ≠ velocidade 8. Propriedades da água Macroscópicas: densidade, alto calor específico, alto calor de vaporização, tensão superficial e viscosidade. Microscópicas: solvente de substâncias iônicas, covalentes e anfipáticas. 8.1. Calor específico Quantidade de energia térmica que deve ser fornecida a uma substância para elevar sua temperatura em 1ºC; A água possui calor específico muito elevado (1cal/gºC), por isso é um excelente moderador térmico, ou seja, impede variações bruscas que afetariam o metabolismo celular; Em altos calores de vaporização, devido ao alto calor específico há a regulação da temperatura corpórea (homeotermia). Grandes variações podem causar desidratação de um sistema biológico, febre, sudorese e perspiração imperceptível (liberação de energia). 8.2. Tensão superficial As propriedades elásticas dos alvéolos pulmonares são um exemplo de regulação por tensão superficial. 9. Energia e trabalho METABOLISMO é fundamental; Toda manifestação biológica se faz por meio de trabalho ou energia; Exemplos: o Contração muscular: energia dos músculos; o Síntese proteica: energia dos alimentos. AULA 03 (22/02) – BIOTERMOLOGIA 1. Biofísica das trocas de calor corporal Entendimento dos processos básicos da vida; Estimular a curiosidade; Estudar mecanismos orgânicos; Produção (termogênese) e dissipação (termólise) de calor. 2. Primeiras observações Termologia dependia das reações envolvidas com os metabolismos; A manutenção da homeostase exigia oferta adequada de O2; O consumo de oxigênio diminui se o SH estiver em jejum e em ambiente de temperatura confortável; A demanda de oxigênio aumenta durante os exercícios, após a ingestão de alimentos ou em ambientes de temperatura baixa; Depende do metabolismo basal e da temperatura corporal. 2.1. Taxa metabólica basal (TMB) 60-75% do gasto energético diário; Respiração, metabolismo celular, conservação da temperatura corpórea, circulação e atividade glandular; Isabela Valinho Abreu, 1º período 4 Fatores que influenciam: peso, altura, IMC, % de gordura, idade, sexo, temperatura ambiente e atividade física. 2.2. Taxa de metabolismo em repouso (TMR) Energia gasta em repouso, período pós-prandial, jejum de 8-10h; Efeito térmico dos alimentos ou termogênese induzida pela dieta (TID); Efeito residual de atividade física recente. 2.3. Gasto energético em adultos Metabolismo basal – 75%; Atividade física – 15%; TID – 10%. 2.4. Temperatura corporal SH se mantém em temperatura interna entre 36,7 e 37,7ºC; Mecanismos reguladores controlam (hipotálamo) a produção e a eliminação de temperatura corporal; A temperatura interna do corpo depende desse balanço. 3. Termogênese biológica Homeotermia; Exposto ao ar frio, o calor corporal é produzido pela contração muscular (termogênese mecânica), ou pelas reações bioquímicas exotérmicas (termogênese química). 3.1. Fatores envolvidos na produção de calor Intensidade do metabolismo basal; Intensidade extra do metabolismo causada pela atividade muscular (incluindo contrações causadas pelo calafrio); Metabolismo extra causado por: o Efeito da tiroxina (T4) que regula o metabolismo; o Aumento da atividade química das células; o Efeito termogênico dos alimentos. 4. Termogênese mecânica 4.1. Calafrio A termogênese mecânica se dá pela produção de calor pelo calafrio: o Ocorre quando há exposição súbita ao ar frio; o Ocorre em estado febril quando a temperatura corporal se eleva muito e rapidamente; o É uma resposta involuntária que aumenta o consumo de oxigênio de duas a cinco vezes; o É abolido pelo medicamento “curare”, que atua bloqueando a transmissão neuromuscular (compete pelo sítio ativo). 5. Termogênese química Quando submetido a um ambiente que se esfria vagarosamente, pode-se compensar a sua demanda de calor aumentando seu metabolismo interno, sem recorrer à termogênese mecânica; o É diminuída por sono, subnutrição e mixedema (que ocorre no hipotireoidismo); o É elevada por bócio (que ocorre no hipertireoidismo), estados de tensão muscular permanente, calafrio, alimentação e exercícios. 6. Termólise biológica É a transferência de calor dos órgãos mais profundos para a pele; A velocidade dessa perda de calor é determinada por: o Velocidade de condução do calor produzido no centro do corpo para a pele; o Velocidade de transferência de calor da pele para o meio ambiente; Isabela Valinho Abreu, 1º período 5 O fluxo sanguíneo do centro do corpo para a pele é responsável pela transferência de calor; Condução de calor pelo sangue para a pele grau de vasoconstrição SN simpático promove a vasoconstrição ou vasodilatação. 7. Vaporização Perda de calor corporal por evaporação – redução da termólise por evaporação aumenta a temperatura corporal; Processo lento e realizado em baixa temperatura; Normalmente equivale a 20-25% do calor total perdido pelo corpo. 8. Radiação A pele humana é a principal fonte de radiação calorífera do corpo humano. O suprimento sanguíneo para esse órgão é abundante e controlado pelo SNC; A temperatura da pele também pode ser alterada por reflexos nervosos; As informações captadas pelos receptores de frio e calor situados na pele chegam ao cérebro através dos nervos sensitivos; Esses sinais são processados e retornam aos vasos que estão na região do estímulo. Processo Frequência Fenômeno Radiação 40% Emissão de raios infravermelhos Convecção 30% Fluxo de ar quente expirado Evaporação 20% Calor latente de vaporização da umidade na superfície da pele Respiração 8% Evaporação de parte da água contida no ar Respiração 2% Aquecimento dos gases respiratórios Condução Irrelevante Contato com objeto mais frio Zonas de trocas térmicas (figura fiala) o Região superior – evaporação; o MMSS (muscular) – radiação; o MMII – radiação; o Pé/ tornozelo –convecção. 9. Condução Há contato direto de um corpo frio com um quente; É a forma de transmissão de calor na qual a energia térmica passa de partícula para partícula em um meio; Condução térmica – para objetos sólidos e para o ar; É importante para a avaliação das trocas caloríferas que se processam nos pacientes acamados que estão sobre colchões de água. 10. Convecção É a transferência de energia térmica de um sistema para outro que se faz por meio da movimentação de massas de fluido; A convecção térmica ocorre predominantemente nos líquidos, gases e vapores; as correntes de deslocam do mais frio para o mais quente e vice-versa; O efeito refrigerador que a convecção do ar exerce sob a pele se chama clima privado; Biofísica do vestuário – pode servir de proteção para o corpo sem prejudicar seu desemprenho como trocador de calor; Isabela Valinho Abreu, 1º período 6 A atenção dos profissionais ao paciente: quanto ao uso de roupas inadequadas, hiperemias, atritos em superfície de suporte (como colchões com capas que promovam aquecimento, isolem e/ou conduzam calor para a pele dos pacientes). Estágios de lesões causadas por esse tipo de má orientação: o I – Atinge apenas a camada superficial da pele; o II –Há perda parcial da derme; o III – Há perda significativa do tecido epitelial e do tecido adiposo; o IV – Chega até os ossos. 11. Temperatura elevada É um risco maior de necrose nas lesões por pressão; Na elevação de temperatura (hiperemia), a cada 1º, aumenta-se 10% do metabolismo tecidual e da demanda de oxigênio, ocorrendo sudorese que leva à marcação da pele. 12. Reação ao calor São as perdas de calor são menos do que o necessário, o organismo reage por meio de mecanismos termorreguladores; O incremento das perdas de calor para o ambiente se faz por maio da vasodilatação e da exsudação (suor). 13. Estados patológicos relacionados a ambientes quentes Brotoejas; Edemas; Câimbras; Síncopes; Choque térmico. 14. Mecanismos de diminuição a temperatura quando o corpo está muito quente Vasodilatação dos vasos sanguíneos cutâneos; Sudorese; Diminuição da produção de calor regulada pelo hipotálamo. 15. Reação ao ar frio Quando as perdas de calor são maiores do que o necessário para a manutenção de sua temperatura interna constante, o organismo reage para reduzir as perdas e aumentar as combustões internas: há aumento da resistência térmica da pele por maio de vasoconstrição e arrepio. 16. Estados patológicos relacionados a ambientes frios Lesões: o Urticárias até o congelamento das regiões do corpo; o Hipotermia corporal grave; o Lesões bolhosas que se assemelham a queimaduras. 17. Mecanismos de aumento da temperatura quando o corpo está muito frio Vasoconstrição por todo o corpo; Aumento da termogênese; Calafrio. 18. Controle da temperatura corporal É controlado pelo hipotálamo: o Lesão na parte posterior do hipotálamo altera a termogênese; o Lesão na parte anterior do hipotálamo compromete a termólise. OBS: muitosanestésicos gerais influenciam nas trocas de calor o Éter – promove a vasodilatação superficial e aumenta a transferência de calor do corpo para o ambiente; Isabela Valinho Abreu, 1º período 7 o Esse conhecimento é importante quando se anestesiam principalmente crianças com baixo peso corporal, para evitar a ocorrência de resfriamento. OBS: ingestão de alimentos, por exemplo, álcool, aumenta a temperatura corporal. 19. Estresse térmico Pulso, pressão arterial, frequência cardíaca, temperatura corporal, temperatura da pele e estado de hidratação; Ambientes quentes aumentam a temperatura do sangue e favorecem a perda de calor corporal; A perda excessiva de suor pode levar à desregulação do balanço hidroeletrolítico do corpo (o suor contém quantidades significativas de Na+, Cl- e K+). 20. Anormalidade da regulação da temperatura corporal Febre (≠ de temperatura elevada): o É uma síndrome complexa cujo principal sinal é a hipertermia, acompanhada de sinais como: Prostração; Apatia; Anorexia; Disbulia (alteração da vontade) o NÃO CONFUNDIR FEBRE E AUMENTO DE TEMPERATURA CORPORAL: Na febre há um conjunto de sinais e sintomas que acompanham a hipertermia; Hipertermia simples – exercício físico, ciclo menstrual,... Interleucina I 21. Determinação da temperatura corporal A preferência – regiões com irrigação sanguínea abundante e superficial ou regiões que estão próximas a um grande vaso; Medida na axila, no sulco inflamatório e na virilha fornecem a temperatura de superfície. Para determinar a temperatura interna, mede-se no reto, na vagina, na membrana timpânica, etc. AULA 04 (01/03) – BIOFÍSICA DOS RAIOS X E TÉCNICAS RADIOLÓGICAS 1. Exposição à radiação no cotidiano Sol, exames, telefone,etc.hhhbb Espectro de radiação Micro-ondas, infravermelho, luz visível, ultravioleta, raios X, raios gama; A nível de biofísica: o Radiação ionizante; o Radiação não ionizante; Comprimento de onda é inversamente proporcional à frequência e isso repercute no nível de energia que é liberado na radiação; 2. Descoberta dos raios X Rongten (1845-1923) descobriu os raios X e fez a primeira radiografia da história; Isto ocorreu quando ele estudava o fenômeno da luminescência produzida por raios catódicos num tubo de Crookes. Provou que materiais opacos à luz diminuem a emissão da irradiação induzida pela luz invisível; A energia atravessava facilmente os objetos – mão da esposa – primeira imagem radiográfica (1895); Wilhelm continuou estudando sobre o tema e observou os efeitos adversos; Descoberta da radioatividade Isabela Valinho Abreu, 1º período 8 1896 – Becquerel – radioatividade natural o Chapas fotográficas previamente colocadas sob amostras de um sal duplo de sulfato de urânio e potássio; o Radioatividade = característica dos compostos; o Raios B; o Espectroscopia e fosforescência; Thomson –Descoberta dos elétrons (tubo de crookes); 1897 – Curie – confirmou a radioatividade; 1898 – Marie e Pierre Curie – descoberta do polônio e do rádio; 1911 – Rutherford – descoberta do núcleo atômico; 3. Produção dos raios X É necessário que o feixe de radiação catódica desloque elétrons das camadas K e L dos átomos-alvo; Essa vacância faz com que outros elétrons mudem de lugar para ocupar a camada que está mais próxima do núcleo; É liberada energia em forma de radiação magnética; Os saltos quânticos geram instabilidade atômica raios X característicos (servem para analisar de qual elemento se trata); Em elétrons interagindo com o campo eletromagnético, pode ocorrer de ser reduzida sua Ec, o que muda a direção dos raios liberados e forma ondas eletromagnéticas chamadas de raios X de frenagem; Filamento-cátodo o A temperatura desse eletrodo pode ser controlada com a variação da corrente elétrica que passa pelo filamento (corrente de filamento); o Exemplo: uma ampola de 200Ma produz mais do que uma ampola de 100Ma; o Há ampolas que possuem um filamento longo e um curto; o O aquecimento do filamento é feito pelo bombardeamento no ânodo (elétrons se chocando); o O aquecimento e o tempo de exposição do paciente ao RX se relacionam à densidade radiológica da partícula (tempo de escurecimento); RX odontológico = 7 – 10 Ma; RX para fins de diagnóstico médico = 100 – 200Ma; As altas temperaturas podem causar a vaporização do tungstênio, o que dá aspecto bronzeado ao vidro; Ânodos giratórios o O ânodo oferece uma superfície mais extensa ao bombardeio; Isolamento e filtragem nas ampolas de RX o As ampolas possuem óleo mineral para aumentar o isolamento elétrico e permitir o resfriamento delas; Tipos de RX o Duros – 10 a 100 keV; o Moles – comprimento de onda maior – frequência menor – 5keV; o Cristalografia, mamografia, TC, segurança aeroportuária; 4. Características energéticas dos RX Fótons o As ondas eletromagnéticas podem interagir com a matéria como se fossem partículas; o A energia radiante se comporta como compactada quanta ou fótons; Isabela Valinho Abreu, 1º período 9 o Se propagam em velocidade da luz e transportam energia em função da frequência (E = h x f); o Constante de Planck; o Foram descobertos os efeitos da interação dos fótons com os elétrons; Fatores que controlam intensidade e qualidade do raio-x o Ddp aplicada à ampola; o Aquecimento do filamento; o Material que constitui o ânodo; o Filtros acoplados à ampola; 5. Elementos de um conjunto gerador de raios X Ampola; Colimador; Painel de controle; Salas revestidas de chumbo; 6. Interação dos raios X com a matéria Ao tentar atravessar a matéria, os RX interagem com os seus átomos; Essa interação depende da estrutura molecular e do estado de agregação em que se encontra o meio; 7. Interação da radiação indiretamente ionizante com a matéria Um átomo é um “espaço vazio”, o que faz com que haja ou não interação quando um fóton (raio X ou gama) passa por ele; Os fótons de RX possuem comprimento de onda aproximado de 10-10m, que é da mesma ordem de grandeza do diâmetro do átomo isso favorece a interação entre eles; Excitação elétrons são deslocados de seus locais de equilíbrio e, ao retornarem, emitem uma energia excedente sob forma de luz ou RX característicos; Ionização elétrons são removidos dos orbitais pelas radiações, resultando em elétrons livres e íons positivos. Pode haver emissão de luz, RX característicos ou a emissão de elétrons de Auger; Ativação nuclear interação de radiações com energia superior à energia de ligação das partículas do núcleo. Pode provocar reações nucleares, resultando na emissão de má radiação nuclear; Na física médica, consideram-se 5 interações dos fótons com a matéria como as mais importantes: o Espalhamento coerente; o Fotodesintegração; o Efeito Compton; o Efeito fotoelétrico; o Produção de pares; o OBS: os dois primeiros são de baixa probabilidade de interação, os dois seguintes são os principais efeitos no radiodiagnóstico e o último também é de baixa probabilidade no diagnóstico; Espalhamento coerente/ efeito de Rayleigh o É uma interação do fóton com o átomo como um todo; o Nesse processo, não há transferência de energia para o meio; o O átomo absorve o fóton e o reemite em uma direção diferente (próxima da direção inicial) com praticamente a mesma energia da energia incidente; Fotodesintegração Isabela Valinho Abreu, 1º período 10 o É um processo no qual os raios gama de energia extremamente alta (acima de 10 Mev) interagem com um núcleo atômico e causam uma extrema excitaçãonele, que imediatamente decai em dois ou mais núcleos filhos; Produção de pares o É o efeito que predomina quando a energia do fóton é alta, pois é o único dos processos cuja seção de choque aumenta com o aumento da energia do fóton; o O fóton incidente passa próximo ao núcleo atômico, interagindo com o forte campo elétrico nuclear; o O fóton é absorvido e desaparece; Efeito Compton o O modelo proposto por Compton (básico) consiste em uma colisão entre um fóton e um elétron livre da última camada; o O elétron rompe sua energia de ligação e ganha energia cinética (ou seja, é ejetado) o elétron sairá da camada eletrônica e liberará energia; o A velocidade recebida pelo elétron devido à ruptura é próxima da velocidade da luz; o O restante da energia gerada pela ruptura do próton gera um fóton espalhado; o O fóton tem angulação de 0 a 180º com o incidente; o Quanto maior a angulação de espalhamento, maior a energia transferida aos elétrons na interação; o Em angulação de 0º não há entrega de energia; o A 180º, o fóton gera uma radiação retroespalhada (backscatteredradiation) influencia na qualidade; o O pequeno ângulo de desvio favorece a chance de atingir a placa radiográfica, enegrecendo a película e comprometendo a qualidade da imagem; o Os fótons espalhados pelo efeito Compton aumentam a probabilidade de irradiação dos técnicos encarregados de executar o exame radiológico; o Resumindo: O fóton interage com o elétron e o desloca em forma de fóton, que será retroespalhada. Nessa interação, os RX transferem parte de sua energia para os átomos alvo para promover o deslocamento; Efeito fotoelétrico o Transferência completa da energia da radiação X ou gama (fóton que desaparece) a um único elétron orbital, que é expelido com uma energia cinética bem definida; o Predomina para baixas energias e elementos de maior número atômico; o O elétron secundário é chamado de fotoelétron, que possui energia suficiente para produzir mais interações até que perca toda a sua energia; o O átomo remanescente fica ionizado; o A vacância da camada interna é preenchida por elétrons de camadas mais externas, ocorrendo emissão de radiação característica ou elétrons Auger nas transições; 8. Radiação espalhada no paciente Efeito fotoelétrico Efeito Compton Faixa de energia dos fótons Processo de atenuação dominante (testes em humanos) Até 50 keV Fotoelétrico 60 – 90 keV Fotoelétrico + Compton 200 keV – 2 MeV Compton 5 – 10 MeV Compton + produção de pares Isabela Valinho Abreu, 1º período 11 Acima de 50 MeV Produção de pares 9. Energia dos raios-X 9.1. Policromáticos (espectro) 9.2. Energia efetiva dos fótons: trata-se de 1/3 a ½ da energia máxima Raios X Energia (keV) Filtragem adicional Mamografia 24 – 32 3 µm de molibdênio Radiografia < 50 0,5 mm de alumínio Radiografia 50 – 70 1,5 mm de alumínio Radiografia >70 2,5 mm de alumínio Estudos de alta tensão (tórax) > 100 Cobre/ alumínio 9.3. Energia transferida ao meio Para cada uma das interações, pode-se obter a energia transferida ao meio, a qual poderá ser convertida em dose absorvida: efeito biológico; A transferência de energia do fóton ao meio se dá pela aquisição de energia cinética das partículas carregadas nos processos: efeito Compton, efeito fotoelétrico e produção de pares. (OBS: há também interferências); A energia média transferida se relacionará com a dose que está sendo entregue ao paciente; Entretanto, a energia entregue será absorvida pelo meio. A dose absorvida causa efeitos biológicos; Aplicações o Uso de filtros em feixes de RX; o No radiodiagnóstico, os feixes de RX são gerados com potenciais entre 30 e 140kV; o Mas o espectro dos raios X pode ser modificado com a adição de filtros metálicos, que interceptam o feixe logo ao sair da ampola; o Quando isso ocorre, os fótons de menor energia são barrados efeito fotoelétrico; o Ou seja, a parte menos energética é retirada do espectro por isso o nome de filtro; Outro tipo de filtro é o de borda K: emprega-se um material que atenue mais as regiões de maior energia do que as de menor energia; o Esse emprego é muito comum na densitometria óssea e na mamografia; o Os feixes gerados são filtrados por uma fina placa (do mesmo material do alvo) que faz com que somente a radiação de bremmstrahlung seja filtrada, ficando somente a radiação característica; o Reduzindo a energia média do feixe: mais efeito fotoelétrico; 10. Écrans de intensificação Para aumentar a sensibilidade e melhorar a qualidade da imagem, os filmes contêm emulsão fotossensível em ambos os lados e são colocados entre 2 écrans de intensificação; Os fótons de luz produzidos nos écrans fluorescentes ou de intensificação podem ser vistos (radioscopia) ou registrados (radiografia); 11. Imagem radiográfica As informações contidas nos raios transmitidos possuem valor médico e precisam ser decodificadas; o As estruturas orgânicas absorvem de formas diferentes os raios X incidentes; o A função de qualquer sistema que forneça imagens médicas é detectar características específicas do interior do corpo e torná-las imagens; Isabela Valinho Abreu, 1º período 12 o OBS: É necessário que se tenha uma boa imagem e, além disso, um bom profissional que saiba interpretá-lo. Observa-se que imagens de alta intensidade são melhores; Contraste depende de: o Quantidade de raios X; o Natureza do objeto; o Atenuação em torno do objeto; o Fatores geométricos; o O filme e seu processamento; o Espalhamento dos raios-X; Qualidade o Raios X de alta frequência (alto poder de penetração) Não servem para examinar os músculos nem os tecidos mamários; No entanto, podem ser utilizados com êxito em órgãos intra-abdominais identifica camadas mais profundas; o Natureza do objeto e atenuação do seu entorno o Densidade radiológica Depende diretamente do seu entorno atômico e da sua espessura, pois quanto maiores, maior será a atenuação do feixe de Raio X; Na radiografia médica, o efeito fotoelétrico é a principal forma de atenuar os raios X quando eles atravessam o corpo humano; O osso atenua muito mais a radiação X do que a gordura ou os músculos; Logo, o contraste do osso, que está envolvido por tecido muscular e gorduroso é grande; Para estudar órgãos que não apresentem contraste com o entorno, são utilizados meios contrastantes o Mais radiopacos contrastes positivos; o Menos radiopacos contrastes negativos; o Para o aparelho digestivo é usado o bário e ele não é absorvido pelo intestino; o Nos estudos radiológicos das artérias, veias e coração, o meio de contraste usado é um sal orgânico de iodo. o Bário e iodo são contrastes; Duplo contraste o É injetado o contraste de bário por uma sonda retal; o É injetada uma pequena quantidade de ar para deixar o intestino distendido e, dessa forma, melhorar a qualidade do exame; o São realizadas incidências radiográficas; o Fatores geométricos Quanto mais afastado do filme, maior a ampliação da imagem; Quanto mais afastado o objeto do tubo de RX, menos a ampliação da imagem; o Aumento do contraste por diminuição do tamanho do campo dos RX Em muitas situações, o contraste pode ser melhorado pela redução do tamanho de campo ao menos valor possível. AULA 05 (08/03) – BIOFÍSICA DA RADIAÇÃO II 1. Tipos de radiação Depende da quantidade de energia; 1.1. Ionizante Isabela Valinho Abreu, 1º período 13 Possui altos níveis de energia; É capaz de interagir com a matéria, arrancando elétrons de seus átomos (ionização) e modificando as moléculas; Exemplo: raios-x; 1.2. Não ionizante Possui energiarelativamente baixa; Não é capaz de interagir com a matéria; Exemplos: ondas eletromagnéticas, luz, ondas de calor e ondas de rádio; 2. Radiação ionizante Energia (fótons) e partículas de núcleos instáveis ionização; Núcleos com excesso de energia radioativos: o Excesso de energia pode ser emitido em forma de ondas eletromagnéticas (radiação gama) ou em forma de matéria (radiações alfa e beta); A descoberta das radiações ionizantes e dos compostos dotados de radioatividade natural logo ingressou à biologia e às ciências médicas: o Pelos danos que causavam nas estruturas vivas (inclusive seres humanos); o Pelo seu valor como meio para o diagnóstico e para o tratamento de doenças; Durante os últimos anos, a ciência aprendeu a produzir, manipular e controlar as substâncias radioativas, permitindo que os processos envolvidos na sua produção, no seu armazenamento e no seu uso se tornassem mais seguros; o Na medicina: Os radionuclídeos são usados como fonte primária de radiação para o tratamento de tumores e para o diagnóstico e a investigação científica; Os principais elementos radioativos utilizados para esse fim são Césio-137, Cobalto-60 e rádio-226; 3. Tipos e características das radiações 3.1. Partículas alfa Constituídas por2 prótons e 2 nêutrons (partículas pesadas); Quando um átomo emite uma partícula alfa, perde 2 prótons; O átomo instável muda para um elemento diferente; 1ª Lei da radioatividade (Soddy, 1911) o “Quando um radionuclídeo emite uma partícula alfa, seu número de massa diminui 4 unidades e seu número atômico diminui 2 unidades.” Características o Podem ser facilmente detidas, até mesmo por uma folha de papel, pois possuem baixa penetrância; o Não conseguem ultrapassar as camadas externas de células mortas na pele de uma pessoa, sendo praticamente inofensivas; o Possuem baixa velocidade comparada à velocidade da luz; o Possuem alto poder de ionização; o Se propagam no ar, percorrendo trajetórias quase retilíneas; São de grande interesse médico, porque além da radiação alfa produzir intensa ionização na matéria com a qual interage, ela tende a se acumular nos ossos; 3.2. Partículas beta São elétrons ejetados do núcleo atômico o Núcleo com muitos nêutrons emite elétrons beta menos; o Núcleo com muitos prótons emite pósitrons (beta mais); Os átomos beta-emissores têm a diminuição de 1 nêutron e o aumento de 1 próton, mas a massa permanece constante; Isabela Valinho Abreu, 1º período 14 2ª lei da radioatividade (Soddy, Fajjam e Russel, 1913) o “quando um radionuclídeo emite uma partícula beta, o seu número de massa permanece constante e o seu número atômico aumenta uma unidade.” Partícula leve; Perde energia para o meio rapidamente; Poder de ionização significativo, mas menor do que o de alfa; Alto poder de penetração; Grande interesse na medicina o Radionuclídeos traçadores; o A partícula beta pode ser utilizada em terapia como no tratamento de hipertireoidismo e do cancro da tireoide, da doença de Plummer; por meio do uso do iodo-131 (terapêutica com a utilização de Iodo radioativo); Antineutrino o Pauli (1931) propôs que, ao se formar uma partícula beta menos, deveria ser criada também uma antipartícula; o A antipartícula é o Antineutrino; A partícula beta mais e o neutrino o Ao contrário da emissão beta menos, o X do elemento-filho diminui uma unidade; o No decaimento por emissão de pósitrons, o núcleo pode permanecer excitado após a emissão; o O excedente de energia é perdido sob a forma de uma emissão gama; o O pósitron tem uma vida efêmera, pois logo interage com um elétron do meio, que é aniquilado fenômeno caracterizado pela transformação de matéria e de antimatéria em energia eletromagnética; Aplicação: PET-scan o Tomografia por emissão de pósitrons; o Exame diagnóstico de altíssima precisão; o Princípio – tecidos que realizam maior atividade metabólica consomem mais glicose; o É útil para detectar precocemente vários tipos de câncer, estudar as funções do cérebro com o paciente acordado, solicitando a ele que execute tarefas diferentes e observando qual é a área do cérebro que fica mais ativa, entre outros; 3.3. Radiação gama São fótons de alta energia emitidos pelo núcleo de átomos, extremamente penetrantes; o Raios gama são idênticos aos raios-X, porém, diferente do X, eles vêm do núcleo; Características o Extremamente penetrantes --. Causam danos aos tecidos; o Só podem ser detidos por paredes de concreto ou metal; o Possuem velocidade altíssima (da ordem de 300000km/s); o Perdem energia para o meio de forma muito lenta – possuem alto alcance (cm de concreto); o Possuem pequeno poder de ionização; Aplicação: Cintilografia o Permite obter imagens de processos fisiológicos; o São utilizados isótopos radioativos que formam o radiofármaco ou radiotraçador; o As imagens representam a distribuição do radiotraçador no órgão avaliado; o O radiotraçador é captado e se concentra seletivamente em um órgão. Com detectores, pode-se rastrear os radioisótopos e determinar o mapeamento funcional de um órgão específico; Isabela Valinho Abreu, 1º período 15 o Quando os radiotraçadores estão em doses maiores, podem ser utilizados em medicina nuclear para eliminar células cancerosas (I-131 e 123); o Se o paciente ingerir todo o traçador radioativo, ele se fixará na glândula tireoide, já que quase todo o iodo do organismo fica nessa glândula; o Cintilografia de perfusão miocárdica estima o risco de infarto do miocárdio e morte cardíaca; o Indicações Cardiovascular Avaliação da viabilidade miocárdica; Avaliação do prognóstico; Monitorização após tratamento; Avaliação da dor torácica aguda; Oncologia; Endocrinologia; Traumatologia/ ortopedia; Nefrologia/ urologia; Gastroenterologia; o Exames de cintilografia Perfusão miocárdica Com Tálio-201; Pulmonar de ventilação e perfusão; Renal dinâmica; Renal estática; Direta e indireta; De paratireoides; Com hemácias marcadas; Para pesquisa de refluxo gastro-esofageano; Óssea; Com análogo da somatostatina (osteoscan) Com MIBG; Com gálio-67; Pesquisa de corpo inteiro com iodo-131; Linfocintilografia; De perfusão cerebral; Com iodo-131; Dacriocintilografia; Dose ablativa de iodo-131; 3.4. Raios-X Atravessam os corpos que, para a luz habitual, são opacos; Com o auxílio dos raios X é possível obter uma fotografia dos órgãos internos do corpo humano; Sua alta capacidade de penetração está ligada ao fato de terem um comprimento de onda muito pequeno; Aplicação: tomografia o É a técnica radiológica para a obtenção de imagens de secções do corpo; o Princípio baseado no borramento das imagens dos objetos que estão antes ou após o plano de interesse (plano focal ou plano do objeto); Isabela Valinho Abreu, 1º período 16 o Para se obter a imagem do objeto desejado, usam-se tomografias lineares, circulares, elípticas e hipocicloidais; o Tomografia linear Se baseia em um movimento sincronizado da ampola e do filme; O plano de interesse é ao nível do fulcro (plano focal); Os órgãos do paciente que estiverem neste plano formarão imagens mais nítidas do que aqueles outros não pertencentes ao plano; o Aplicações da TC ... ... ... 4. Período de desintegração ou meia vida É o tempo necessário para que a quantidade de uma amostra radioativa seja reduzida à metade; O tempo de ½ vida é uma característica de cada isótopo radioativo e não depende da quantidade inicial do isótopo, nem de fatores como pressão e temperatura; Meia-vida física oÉ o tempo necessário para que um certo nuclídeo radioativo tenha seu número de desintegrações por unidade de tempo reduzidas à metade; Meia-vida biológica o É o tempo necessário para que a metade desse elemento ingerido pelo organismo seja eliminada pelas vias normais; Meia-vida efetiva meia-vida física + meia vida biológica; AULA 06 (15/03) – BIOFISICA DA RADIAÇÃO III As radiações ionizantes podem produzir danos em tecidos vivos e são de grande importância na medicina; 1. Primeiras radiolesões Emil Grubbé (1986) e Becquerel (1986) radiodermite; 1902 – Primeiro caso de câncer radioinduzido; 2. Acidentes radiológicos Goiânia o Césio-137; o Ocorreu em 1987; o Brilhava no escuro; o Falta de informação; o Sintomas: queimaduras, náuseas, tonturas, vômitos e diarreias; o Clínica radiológica – equipamento contaminado com Césio (apenas 20g); o Grande disseminação do césio; Japão – Hiroshima de Nagasaki o 1945 – EUA lançaram bombas sobre o Japão; o Conheceu-se o efeito devastador da bomba atômica; Ucrânia – Chernobyl o 26/04/1986; o Reator nuclear nº 4 explodiu; o Nuvem de radiação 100x maior do que as bombas de Hiroshima de Nagasaki; 3. Dose absorvida Isabela Valinho Abreu, 1º período 17 Dose limiar – dose abaixo da qual não podem ser detectadas alterações no funcionamento e na expressão do s. vivo. É um conceito teórico; Dose subletal – não causa a morte celular, independente de produzir ou não outros efeitos biológicos; 4. Tipos de efeitos produzidos pelas radiações ionizantes 4.1. Somáticos x genéticos Somáticas se manifestam no próprio indivíduo irradiado; Genéticas manifestam-se nos descendentes; 4.2. Estocásticos x determinísticos Estocásticos - altas alterações celulares que podem se tornar câncer; Determinísticos – levam à morte celular; 4.3. Doses x danos x sobrevida Dose absorvida pelo corpo inteiro Principal dano que contribui para a morte Tempo de vida após a exposição (dias) 3 – 5 Danos na M. O. 30 – 60 5 – 15 Danos gastrintestinais e pulmonares 10 – 20 15 Danos no SNC 1 - 5 4.4. Efeitos diretos x indiretos Diretos – energia de radiação absorvida diretamente por moléculas importantes no metabolismo (enzimas, DNA, etc); Indiretos – radicais livres (elétrons desemparelhados); Radicais livres em excesso promovem estresse oxidativo. São moléculas instáveis que podem causar diversos danos se foram associadas a radiação, tabagismo, má alimentação e outros maus hábitos; 4.5. Biológicos Efeitos da exposição pré-natal são altamente dependentes do período de gestação; 4.6. Radiossensibilidade Classificada em três graus: o Células muito sensíveis à radiação (células lábeis, M. O. e gametas); o Células pouco sensíveis ou radiorresistentes (células estáveis); o Células moderadamente sensíveis – endotélio, tecido conjuntivo e túbulos renais; Fundamental conhecer quando se planeja uma intervenção com radiações; As células que exibem maior atividade mitótica e com menor grau de diferenciação são mais radiossensíveis; o Exceções Linfócitos – apesar da baixa taxa de divisão, são muito sensíveis; Melanomas, sarcomas osteogênicos e adenocarcinomas, apesar da alta taxa de divisão celular, são radiorresistentes; Linfomas e linfossarcomas, apesar da baixa atividade mitótica, também são radiossensíveis; 4.6.1. Mecanismos de defesa Sistemas biológicos de defesa o Catalase; o Superóxido dismutase; o Peroxidases; o Vitaminas C e E; Os danos ao DNA que não podem ser corrigidos pelos mecanismos de defesa levam ao aparecimento de mutações, inclusive letais (tumores cancerosos); Isabela Valinho Abreu, 1º período 18 Contribuem para aumentar a radiossensibilidade dos tecidos biológicos o Pressão parcial de oxigênio no tecido; o Quantidade de água por unidade de volume do tecido; o Temperatura do tecido; o Atividade mitótica do tecido; o Ausência ou bloqueio do sistema de restauração; Contribuem para proteger contra os efeitos das radiações ionizantes: o Substâncias dotadas de grupamentos sulfidrilas (cisteínas, cisteamina); o Antioxidantes; o Compostos que diminuem a quantidade de oxigênio livre no meio (redutona); 4.6.2. Manifestações clínicas em indivíduos irradiados <1 SV o Indivíduo geralmente assintomático; o Pequena diminuição dos leucócitos e das plaquetas detectável em algumas pessoas, principalmente se forem conhecidos os valores de controle antes da irradiação; 1 – 2 SV o Náusea; o Vômito; o Diarreia; o A maioria apresenta alterações hematológicas; o Os linfócitos sofrem diminuição de 50% no período de 48h após a irradiação; 2 – 5 SV o Grave lesão da medula óssea e dos linfócitos, que chegam a sofrer redução de 75%; o Aproximadamente 50% dos indivíduos irradiados morrem se não forem tratados; > 5 SV o Síndrome aguda da radiação com complicações gastrointestinais que aparecem no intervalo de 2 semanas após a irradiação; o Os indivíduos podem apresentar sangramentos diversos; o A maioria evolui a óbito; 50 SV o Curso fulminante; o Há complicações gastrointestinais, cardiovasculares e do SNC incontroláveis; o A morte advém entre 24 e 72h após a irradiação; 5. Sistema de proteção radiológica Fornece um padrão apropriado de proteção para o homem sem limitar os benefícios criados pela aplicação das radiações ionizantes; Princípios o Justificação; o Otimização; o Limitação da dose; o Prevenção de acidentes; o Evitar os efeitos determinísticos; o Manter as doses abaixo do limiar relevante; o Prevenir os efeitos estocásticos; 6. Classificação das exposições Médica; Ocupacional; Isabela Valinho Abreu, 1º período 19 Público; 7. Irradiação x contaminação A diferença é que uma pessoa irradiada não transmite radiação, enquanto a pessoa contaminada irradia; 8. Vestimentas EPI São feitas de chumbo para proteger contra a radiação; 9. Radiação não ionizante 9.1. Radiação UV UVA – 320-400 nanômetros; UVB – 290-320 nanômetros; UVC – 200-290 nanômetros; UVC no vácuo – 10-200 nanômetros; 9.2. UVA x UVB x UVC UVA é a principal responsável por envelhecimento e lesões; UVB provoca queimaduras visíveis; UVC é absorvida e bloqueada pela camada de ozônio antes de alcançar a Terra; AULA 07 (22/03) – BIOELETROGÊNESE 1. Características fundamentais para a existência de um SV Metabolismo; Nutrição; Reprodução; Energia; Material genético; Condições adequadas para manter os meios de reações metabólicas adequados; Homeostasia; 2. Membrana celular Define os limites da célula; Realiza permeabilidade seletiva seleciona o que entra e o que sai da célula; Composta por bicamada lipídica com vários canais, proteínas e moléculas que permitem o controle da passagem de substâncias; O processo também é regulado por um gradiente eletroquímico; 2.1. Propriedades físicas Viscosa; Altamente resistente; Flexível; Auto selante; Seletivamente permeável; As membranas possuem pequenas diferenciações de acordo com a composição química da célula; As membranas não são iguais para todas as células existem diferenciações de acordo com o tipo de célula; 2.2. Divisão Bicamada lipídica Isabela Valinho Abreu, 1º período 20 o Região central hidrofóbica – caudas; o Regiões externas hidrofílicas – cabeças; Glicolipídios, glicoproteínas; Proteínas integrais da membrana; Colesterol; 2.3. Composição Tipos de lipídios o Esteroides Colesterol; o Fosfolipídios Esfingomielina; Fosfatidilcolina; Fosfatidiletanoamina; Fosfatidilserina; Lecitina; o Glicolipídios; OBS: fosfolipídios podem ser divididos em glicerofosfolipídios e esfingolipídios e glicolipídios podem ser divididos em esfingolipídios e galactolipídios; A fluidez da membrana se relaciona com os fosfolipídios, e o colesterol se relaciona com a rigidez (mais colesterol atrapalha a fluidez); OBS: Distrofia muscular de Duchenne proteína distrofina o Doença muscular hereditária e progressiva, na qual ocorre a degeneração da membrana que envolve a célula muscular, o que gera fraqueza muscular; 2.4. Fosfolipídios Formam dobras nas cadeias que garantem maior permeabilidade a água; Tipos – fosfatidilcolina e esfingomielina (parte externa); Fosfatidilinositol e fosfatidilserina (parte interna) possuem carga negativa; Insaturações promovem maior maleabilidade (fluidez) da membrana; 2.5. Movimentos dos lipídios na bicamada Flip flop movimento raro, que costuma acontecer em situações de apoptose. O lipídio consegue migrar de camada; Difusão lateral os lipídios conseguem se movimentar ao longo da extensão da camada; Rotação um movimento em torno dele mesmo; Flexão movimento apenas das caudas; 3. Fluidez da membrana É afetada pela composição físico-química dos componentes da membrana e pela temperatura; Quando aumenta a temperatura, diminui o colesterol aumenta a flexibilidade; Quanto diminui a temperatura, aumenta o colesterol diminui a flexibilidade; Difusão lateral também é facilitada pelas insaturações; Lipid rafts ou bolsas lipídicas importância na sinalização e no transporte de vesículas o Ao longo da membrana, há locais com acúmulo de lipídios (rafts) e locais não- rafts; Isabela Valinho Abreu, 1º período 21 o O tamanho dos microdomínios rafts é variável de membrana para membrana; o As regiões rafts ocorrem em todas as membranas; o Geralmente, nas regiões rafts, há presença de esfingolipídios e coléculas de colesterol essa região possui menor fluidez; 5. Estrutura da membrana celular Tipos de proteína de membrana o Proteínas integrais Intrínsecas normalmente ficam na parte interna da membrana; Auxiliam no transporte de água e compostos hidrofílicos; Possuem ligações químicas que promovem uma intensa ligação com os lipídios; o Proteínas periféricas Extrínsecas; Fracamente associadas aos lipídios; Prendem-se aos lipídios na face interna ou na face externa (sempre apenas em uma das faces); o Transmembrana Atravessam a membrana; Funções das proteínas de membrana o Transportadoras; o Enzimas; o Receptoras; o Proteínas de ligação; o Proteínas canal; Glicocálice o Região da membrana rica em carboidratos ligados a proteínas e lipídios; o Responsável por proteção mecânica e química, que previne interações desinteressantes entre moléculas; o O glicocálice sofre variações; o Possui distribuição aleatória de seus componentes; 6. Transporte através da membrana Gradiente eletroquímico propriedades eletroquímicas que ocorrem através das membranas para permitir o transporte; São resultados de gradientes iônicos que apresentam energia potencial para a célula executar seu trabalho (potencial eletroquímico); Ativo o Contra o gradiente; o Há gasto de energia, principalmente em forma de ATP; o Normalmente depende de proteínas carreadoras; o Mais direcionado e específico; Passivo o Não há gasto de energia; o A favor do gradiente (de concentração ou eletroquímico); o Processo espontâneo; o O fluxo aumenta com a concentração (o fluxo é do meio mais concentrado para o menos concentrado); o Pode ser por osmose ou difusão passiva, sendo que a difusão passiva ocorre em menor frequência nas células biológicas, quando comparado com a difusão facilitada (mediada por carreadores enzimas permeases); Isabela Valinho Abreu, 1º período 22 Tipos de transporte o Osmose; o Difusão simples; o Canais iônicos Passagem de íons; Voltagem, estímulos físicos; Dependem de voltagem; Necessitam de condutância; Dependem da cinética (ativação, desativação, voltagem); São seletivos; o Proteínas de canal São proteínas carreadoras de transporte passivo; o Bombas Fazem transporte ativo (ex: bomba de sódio e potássio); Uniporte, antiporte e simporte; Bomba de sódio e potássio o É uma proteína; o Funciona contra o gradiente de concentração: 3 sódios para fora e 2 potássios para dentro; o Utilizada na manutenção do potencial de repouso celular; o Responsável pelo restabelecimento do equilíbrio inicial após o potencial de ação; o A bomba nunca para; o Substâncias que bloqueiam a bomba: estrofantina-G, digoxina, palitoxina e oubaína; 7. Bioeletricidade A membrana celular também funciona como um circuito capacitor-resistor; Capacitância do capacitor varia de acordo com o meio intra e extracelular, já que existe uma membrana que separa os meios condutores; A resistência elétrica se opõe à passagem da corrente elétrica; 8. Potencial de repouso O que determina o potencial de repouso é a alta permeabilidade da membrana ao potássio; Repouso elétrico = estabilidade. ISSO NÃO QUER DIZER QUE ESTÁ EM EQUILÍBRIO COM O MEIO, MAS ESTÁ ESTÁVEL; Formação do potencial de repouso o Diferença de concentração das cargas elétricas entre os meios intra e extracelular; o Diferença de permeabilidade da membrana aos diversos íons; o Assimetria iônica entre os dois lados da membrana; o Bomba de sódio e potássio; Todas as células do corpo mantêm uma ddp em repouso; A origem do potencial de repouso ocorre por dois mecanismos: o Difusão de íons através da membrana pela bomba de sódio e potássio; o Contribuição da bomba de sódio e potássio; 8.1. Potencial de difusão Causado pela difusão de íons através da membrana; Medido em milivolts; Isabela Valinho Abreu, 1º período 23 QUANTO MAIOR A DIFERENÇA DE CONCENTRAÇÃO DE UM ÍON ATRAVÉS DA MEMBRANA, MAIOR É O POTENCIAL DE DIFUSÃO A FAVOR DO SEU GRADIENTE DE CONCENTRAÇÃO; 8.2. Tipos de canais Canal de K+ passivo determina o potencial de repouso; Canal de Na+ dependente de voltagem permite a fase de despolarização do potencial de ação; Canal de K+ dependente de voltagem permite a rápida repolarização do neurônio de volta ao potencial de repouso; Canal de Na+ dependente de estímulo mecânico presente nas células receptoras do tato; Canais dependentes de estímulo químico são abertos apenas na presença de uma determinada molécula; 8.3. A membrana em repouso possui permeabilidade muito maior ao potássio do que ao sódio. Equação de Nernst equação que quantifica o potencial de equilíbrio de um íon; O potencial de repouso é estabelecido pelo potencial de difusão, que resulta da diferença da concentração de íons através da membrana; No potencial de repouso, a célula está na seguinte conformação: parte interna da membrana negativa e pare externa da membrana positiva; A bomba de sódio e potássio cria um gradiente de concentração porque contribui para que a célula fique com a membrana interna mais negativa do que a membrana externa; 9. Potencial de ação É causado por alterações fisiológicas causadas pela passagem de íons alterações de campo elétrico, de pH e mecânicas normalmente ocorrem por despolarização; O potencial de ação só ocorre se o estímulo gerar uma onda de despolarização forte o suficiente (acima do limiar de potencial de ação); Ocorre um estímulo que provoca uma ddp; O potencial de ação é estabelecido por uma despolarização seguida de uma rápida repolarização do potencial de membrana; 9.1. Configuração do potencial de ação Despolarização - A célula saido seu potencial de repouso (negativo); Potencial de ação - Passa para um potencial intracelular positivo; Repolarização - Em seguida, retorna ao potencial de repouso (negativo) 9.2. Fases Fase de repouso o Alta condutância de K+; o A célula está polarizada; o Há ddp entre as faces da membrana (parte interna carregada negativamente e parte externa carregada positivamente); o Há alta movimentação de K+; Fase de despolarização o Alto influxo de Na+; o A entrada de Na+ é maior que a saída de K+; o O meio se torna positivo; o O potencial intracelular aumenta até se tornar positivo. Isso só ocorre se houver um estímulo elétrico que leve o potencial da membrana até a voltagem limiar; o Quando a célula sofre despolarização e se torna positiva, ocorre a inversão de potencial de membrana overshoot; Isabela Valinho Abreu, 1º período 24 o O overshoot (platô) configura um alto influxo de íons Na+ na célula; Fase de repolarização o Os canais de sódio se fecham a membrana para de ganhar cargas positivas; o Abrem-se os canais de potássio; o A célula está caminhando para o repouso ficando negativa novamente; o Possui maior afinidade pelo K+; Hiperpolarização o A condutância do K+ se torna ainda maior do que no potencial de repouso; o Ocorre saída excessiva de K+ da célula para o meio extracelular, fazendo com que ela hiperpolarize, o que restabelece o potencial normal de repouso da membrana (negativo); o Ocorre o aumento da ddp entre as faces interna e externa força de difusão e gradiente de concentração; o A célula retorna à fase de repouso; Resumo (IPC): o A célula está em seu potencial de repouso e sofre um estímulo; o Abrem-se os canais de Na+ e se fecham os canais de K+; o A parte interna da membrana se torna positiva devido à alta entrada de Na+ até a inversão total de carga (overshoot) despolarização; o Após o overshoot, fecham-se os canais de Na+ e se abrem os canais de K+, o que faz com que haja aumento da saída de K+, tornando a face interna da membrana negativa até a hiperpolarização (célula se torna negativa); o A célula retorna ao seu potencial de repouso; 9.3. Condutância elétrica da membrana o O aumento da condutância da membrana ao Na+ coincide com a fase de despolarização (produzida pela entrada de sódio do meio extra para o intracelular); o Ao condutância ao sódio aumenta rapidamente e depois diminui, o que se deve à inativação dos canais de sódio; Princípio ou evento do tudo-ou-nada o Para ocorrer o potencial de ação, deve haver um estímulo maior do que o limiar; o Estímulos menores do que o limiar não ativam o potencial de ação; o Uma vez ativado, o potencial de ação não pode ser desativado; o Estímulo supralimiar pode disparar mais de um potencial de ação; Propagação do potencial de ação o Impulso nervoso; o Contração muscular; o O PA se propaga de fora do SNC para o SNC aferente; o Do SN para o SN eferente; o O axônio não é condutor elétrico é um transmissor; Transmissão sináptica o Geração do potencial de ação axônio receptor sensorial; o Propagação do PA axônio do neurônio sensorial; o Ocorre de um neurônio para o outro, que passa a gerar seu próprio potencial de ação; o A transmissão sináptica do neurônio motor para a célula muscular resulta na contração muscular; A atividade elétrica nervosa pode ser captada e utilizada como sinais clínicos Isabela Valinho Abreu, 1º período 25 o Eletroencefalografia; o Eletrocardiograma; o Potencial de ação composto; o Potencial evocado ou resposta evocada; Eletrocardiograma o O traçado ECG: a onda P representa a despolarização atrial; o O complexo de ondas QRS representa a despolarização ventriaular; o A onda T representa a repolarização ventricular; o A forma das ondas varia de acordo com idade, sexo, integridade do coração e outros; o O batimento começa no nó SA; 9.3. Interações medicamentosas Tetrodoxina – TTX o O baiacu possui, em alguns de seu órgãos, bactérias que produzem a tetrodoxina; o O potencial de ação NÃO É realizado o impulso nervoso não é propagado, ocasionando a morte do indivíduo; o Ocorre o bloqueio de canais de sódio dependentes de potencial pela TTX; Cloreto de potássio o Pode matar; o Simula os efitos da paralisia hipercalêmica; o É amplamente difundido pelo meio médico, como repositor do eletrólito no organismo; o Use, mas não em excesso! O excesso pode causar a parada cardíaca do paciente, porque afeta a despolarização e a repolarização do indivíduo; o Ação do cloreto de potássio: Aumento do potássio no meio extracelular por conta do excesso de potássio; Aumento do potencial de repouso devido à elevação do potássio no meio extracelular; Potencial de repouso se iguala ao limiar excitatório qualquer estímulo passa a gerar potencial; 9.4. Canalopatias São patologias relacionadas a mutações de canais iônicos; Fibrose cística o Defeito no canal de cloreto epitelial; o Ocorre por conta de várias mutações que ocorrem no cromossomo 7; o Ocorre o mal funcionamento da proteína reguladora de condução transmembrana da FC, o que aumenta a negatividade intermembranar; o Isso causa o aumento da viscosidade de secreção de mucosas compromete muito o paciente: Pulmão fragilizado; Trato respiratório obstruído; Pode se tornar irreversível; Eritromegalia o É uma patologia relacionada a mutações nos canais de sódio dependentes de potencial (SCN9A); o Afeta principalmente os pés sinais inflamatórios dor, rubor, calor, torpor; o Os canais de sódio ficam hiperpolarizados e diminuem o limiar; Isabela Valinho Abreu, 1º período 26 9.5. Fármacos Zicotinide é um fármaco analgésico mais forte do que morfina; Atua como bloqueador dos canais de cálcio e gera a liberação de alguns neurotransmissores inibe a sensação de dor; É utilizado em pacientes com dores Crônicas resistentes a morfina; AULA 08 (12/04) – BIOFÍSICA DA REGULAÇÃO ÁCIDO-BASE 1. O que é o equilíbrio ácido-base? É a homeostase do pH corporal, que influencia em diversos mecanismos; O limite de variação de pH é muito estreito, porque as concentrações de hidrogênio não podem ser altamente variáveis devido à baixíssima concentração ideal (plasma arterial: [H+] = 0,00004 meq/L, por exemplo); Também devido à concentração muito baixa, é comum expressar [H+] de em logaritmo pH; A variação de pH afeta: o Estrutura e atividade das biomoléculas (proteínas, por exemplo, desnaturam em pH muito diferente do ideal); o Absorção de medicamentos, de acordo com as especificidades de cada um; o Diagnóstico clínico (por meio dos exames de sangue e urina). o Absorção de medicamentos: A maioria dos fármacos são ácidos ou bases fracas que estão presentes em soluções sob forma ionizada ou não ionizada e variam de acordo com o pH; Um fármaco mais ionizado possui baixa lipossolubilidade reduzida e é incapaz de atravessar as membranas; Já os fármacos não ionizados possuem alta lipossolubilidade e conseguem se difundir através das membranas; Geralmente os ácidos fracos são absorvidos em locais ácidos do corpo, como no estômago, enquanto as bases são absorvidas em locais mais básicos como, por exemplo, o intestino; Os fármacos possuem características específicas (comprimido/ cápsula/ tamanho/ material) que os permitem preservar seu princípio ativo até o local onde devem ser absorvidos e, dessa forma, podem agir com mais efetividade; O pH influencia de maneira positiva ou negativa de acordo com o uso do medicamento; o pKa ≠ pH Quanto menor o pKa, mais forte é o ácido e quanto menor o pKa, mais forte ele será. A recíproca é verdadeira,então quanto menor for o pKa, mais fraca é a base e quanto maior o pKa, mais forte ela é; Os valores de pH são relacionados inversamente com a concentração de H+no meio. Um meio pode ser ácido ou básico, enquanto o pH não pode ser referido como ácido ou básico, mas de acordo com seu número; Valores normais de pH do corpo humano o pH sanguíneo em torno de 7,4; o pH sangue arterial 7,35 (mais baixo devido à maior quantidade de dióxido de carbono, uma vez que ele se dissocia no íon HCO3; o pH intracelular também é mais baixo do que o pH do plasma, porque o metabolismo celular produz ácidos, principalmente H2CO3; Isabela Valinho Abreu, 1º período 27 2. Distúrbios: acidose e alcalose respiratória ou metabólica o Mínimo e máximo possíveis para a sobrevivência em poucas horas: entre 6,8 e 8; o A hipóxia dos tecidos (falta de oxigenação) e o fluxo sanguíneo insuficientes podem acidificar o meio e gerar, também, acidose metabólica por conta do acúmulo; o Acidose: pH abaixo de 7,4; o Alcalose: pH acima de 7,4; 3. pH anormal pode afetar o SNC Acidose o Neurônios menos excitáveis; o Depressão no SNC; o Indivíduos confusos pode resultar em coma; Alcalose o Neurônios extremamente excitáveis; o Potencial de ação disparado a qualquer estímulo; o Instabilidade das células nervosas; o Pode gerar torpor, convulsão, tremores musculares incontroláveis; O corpo é muito mais desafiado pelos ácidos do que pelas bases o Ingestão alimentar predominante de ácidos (ácidos graxos, carboidratos); o Compostos metabólicos intermediários (ciclo de Krebs, ácidos graxos, aminoácidos, ácido láctico, ácido pirúvico); o Causam diversos distúrbios; o Condições anaeróbicas severas – alta produção de ácido láctico acidose láctica; o Diabetes mellitus – o metabolismo acelerado gera produção de cetoácidos ou corpos cetônicos ocorre cetoacidose; o Maior fonte diária de ácido produção de CO2, proveniente de respiração aeróbia: CO2 + H2O ↔ H2CO3 ↔ H + + HCO3 - O CO2 em meio aquoso, pela ação da enzima anidrase carbônica, gera o ácido carbônico; Ácido carbônico gera H+ e HCO3 -; 4. Homeostase depende de 3 mecanismos 4.1. Tampões Mantêm o equilíbrio entre ácido e base; Não adicionam nem retiram H+; São a primeira linha de defesa; 4.2. Pulmões (centro respiratório) Controlam até 75% das alterações de pH; Resposta mais rápida; Ajudam de forma eficiente na regulação de CO2; 4.3. Rins Um pouco mais lento, mas mais eficaz; Consegue excretar urina ácida ou alcalina; Quando há falhas nos demais, o sistema renal faz a compensação; 5. Tampões na regulação do pH O mais importante é o bicarbonato; O fosfato atua no citoplasma das células; Proteínas; Isabela Valinho Abreu, 1º período 28 Hemoglobina é o tampão intracelular de H+, muito importante para as hemácias; São fatores chave da capacidade do organismo de manter o pH; São um ácido fraco com uma base conjugada; 5.1. Tampão bicarbonato: CO2 + H2O ↔ H2CO3 ↔ H + + HCO3 - Só funciona pela ação da enzima anidrase carbônica, que pode ser encontrada abundantemente nas paredes dos alvéolos pulmonares e nas células epiteliais dos túbulos renais; A reação é reversível; Controle: pulmão (hiper ou hipoventilação) e rins (excreção ou absorção de H+); 5.1.1. Funcionamento do tampão bicarbonato em exercício físicos, febre e doenças respiratórias Nessas situações, o pulmão começa a hiperventilar; A hiperventilação serve para liberar o CO2 em excesso; A conseqüência metabólica da hiperventilação é a hipocapnia (diminuição de CO2); Resumidamente, faz-se uma alcalose respiratória para equilibrar a acidose metabólica; 5.1.2. Mudanças na ventilação podem corrigir ou causar distúrbios do equilíbrio ácido-base Acidose rins excretam H+ e absorvem potássio Alcalose rins absorvem H+ e excretam potássio 5.2. Tampão fosfato Não é a primeira via de escolha do organismo, mas também é importante; Importante para o líquido tubular renal e para os líquidos intracelulares o O fosfato fica muito concentrado nos tubos e aumenta a capacidade de tamponamento; o O líquido tubular geralmente é mais ácido do que o líquido extracelular, o que mantém a faixa de pH mais constante; Faixa de pH em torno de 6,8; Ácido fosfórico e fosfato; 5.3. Proteínas As que atuam como tampões porque possuem um grupo amino e um grupo carboxila livre nas extremidades; Influenciam no comportamento da cadeia lateral do pKa da proteína; As proteínas funcionam principalmente no interior da célula de 60 a 70% do tamponamento intracelular é feito por elas; 6. Regulação respiratória do equilíbrio ácido-base É a segunda linha de defesa contra os distúrbios ácido-base; A hiperventilação elimina o excesso de CO2 do líquido extracelular, o que reduz a concentração de H+; Já a hipoventilação aumenta o excesso de CO2 do líquido extracelular, o que aumenta a concentração de H+; Em casos de alcalose, é necessária a hipoventilação, e em casos de acidose, é necessária a hiperventilação; Fluxo: o CO2 é continuamente formado no corpo por processos metabólicos intracelulares; o Após sua formação, se difunde das élulas para os líquidos intersticiais e para o sangue; o O fluxo sanguíneo o transporta para os pulmões até os alvéolos, onde se difunde, e então é liberado pela respiração pulmonar. Isabela Valinho Abreu, 1º período 29 O aumento da taxa de formação metabólica do CO2 causa o aumento da pressão de CO2 do líquido extracelular; OBS: Gasometria: o A PCO2 mede a pressão exercida pelo CO2 dissolvido no sangue e reflete a adequação da ventilação dos pulmões; o O pH mede o potencial hidrogeniônico; o A concentração de bicarbonato reflete a quantidade de bicarbonato no sangue, sendo regulada, normalmente, pela função renal; o A saturação de O2 é a quantidade de O2 presente no sangue, e é expressa em quantidade pela capacidade de O2 quanto O2 a hemoglobina pode transportar (muito importante no contexto do COVID-19); o A gasometria é utilizada para ter parâmetros de compensação e funcionamento dos procedimentos de medida de correção; o Pode ser arterial ou venosa, sendo que o sangue arterial informa a respeito da hematose e permite o cálculo do conteúdo de O2, enquanto o venoso reflete a parte metabólica da respiração; A diminuição da taxa metabólica de carbono causa a diminuição da PCO2; O aumento da taxa de ventilação pulmonar (hiperventilação) causa a alta eliminação de CO2 pelos pulmões, o que faz com que a PCO2 no líquido extracelular diminua; Se a formação metabólica do CO2 for constante, o único fator que afeta a PCO2 no líquido extracelular é a taxa de ventilação alveolar quanto maior a taxa de ventilação pulmonar, menor a PCO2 e quanto menor a taxa de ventilação pulmonar, maior a PCO2; O aumento da concentração de CO2 no sangue aumenta a concentração de ácido carbônico, o que aumenta a quantidade de H+ e, por consequência, diminui o pH do líquido extracelular, tornando-o mais ácido. A compensação respiratória com o aumento de pH (alcalose) não é tão efetiva quanto a resposta respiratória em situações de redução de pH (acidose), porque a ventilação alveolar diminui com o aumento de pH (isso atrapalha o processo). 6.1. Desvios à direita e à esquerda Quando a quantidade de H+ está elevada (acidose), o pulmão hiperventila e elimina CO2 para fazer a regulação do pH desvio à esquerda; Quando a quantidade de H+ está baixa (alcalose), o pulmão hipoventila para reter CO2 e desviar o equilíbrio à direita, a fim de aumentar a concentração de H+ e causar a acidose respiratória para equilibraro pH; o A alta hipoventilação pode aumentar muito a quantidade de CO2 e acabar diminuindo o H+ e causando acidose em vez de simplesmente neutralizar o pH; 6.2. Anormalidades na respiração Podem causar mudança na concentração de H+; Exemplo: enfisema grave (aumento anormal e permanente dos espaços aéreos distais que altera a elasticidade pulmonar e a respiração) o Ocorre o comprometimento da capacidade pulmonar, o que gera acúmulo de CO2 no líquido extracelular e, por consequência, uma acidose; o O tamponamento e os rins são a única forma remanescente de controlar o pH; 7. Controle renal no equilíbrio ácido-base Rins controlam o equilíbrio ácido-base por meio do controle da acidificação ou alcalinização da urina; Também controlam a perda de bicarbonato pela urina, por meio da reabsorção nos túbulos renais; Isabela Valinho Abreu, 1º período 30 Removem os ácidos não voláteis do corpo (que não podem ser eliminados pela respiração, então precisam ser eliminados pelos rins); 7.1. Formas da alteração de pH pelos rins Excreção ou reabsorção de H+; Indiretamente, pela reabsorção ou excreção de bicarbonato (tampão); Produção de bicarbonato; OBS: São responsáveis por 25 a 30% da compensação do pH que não pode ser feita pelos pulmões; 7.1.1. Reabsorção de bicarbonato Boa parte da reabsorção (de 80 a 90%) ocorre no túbulo proximal: o Proteína antiporte Na+-H+; o O H+ secretado se combina com HCO3 -; o Proteína simporte HCO3 - - Na+; Na alcalose, podem excretar bicarbonato e reabsorver H+; O néfron é a unidade funcional do rim o Atuação das células do ducto coletor: Células principais ou claras atuam na reabsorção de sódio e na secreção de potássio; Células intercalares ou escuras são ricas em anidrase carbônica (enzima que catalisa a reação do tamponamento) Alfa atuam na acidose, pois fazem excreção de H+ pela enzima ATPase e reabsorvem potássio; o Bombeiam os íons H+ para fora da célula pela enzima H+ATPase, que troca o H+ por um potássio; o O potássio é reabsorvido, o que auxilia na formação da bomba de sódio e potássio, que é fundamental; Beta atuam na alcalose quando necessário, na secreção de bicarbonato; o Secreção do excesso de bicarbonato pela urina, para equilibrar as concentrações de bicarbonato e H+; o Bicarbonato sai e entra cloro; 8. Distúrbios ácido-base O pH precisa estar equilibrado para que todo o corpo funcione de forma adequada; É fundamental haver interação dos mecanismos renais com os pulmonares, os que controlam a concentração de bicarbonato e com o tamponamento; Os distúrbios podem ser acidose ou alcalose metabólica ou respiratória; Parâmetros da gasometria: pH, PCO2 e concentração de bicarbonato; Alterações: o Acidose: concentração de H+ aumentada Respiratória – concentração de CO2 também aumentada; Metabólica – CO2 não necessariamente elevado. Geralmente sua concentração está normal; o Alcalose: concentração de H+ diminuída Respiratória – concentração de CO2 também diminuída; Metabólica – CO2 não necessariamente elevado. Geralmente sua concentração está normal; o OBS: leitura da gasometria Acidose metabólica pH diminuído, [H+] aumentada e PCO2 normal; Isabela Valinho Abreu, 1º período 31 Pode ocorrer por acidose láctica, por cetoacidose, por questões diabéticas ou por diminuição da diminuição de [HCO3]; Tratar a causa primária e hipoventilação para fazer compensação respiratória; Alcalose metabólica pH aumentado, [H+] diminuída e PCO2 normal e [HCO3] alto; Acidose respiratória pH diminuído, [HCO3] normal e PCO2 aumentada por hipoventilação Tratar com desobstrução das vias aéreas ou ventilação mecânica; Alcalose respiratória pH aumentado, [HCO3] e PCO2 diminuída por hiperventilação; Tratar com ajuste na ventilação, de forma a diminuir o volume de O2 ou sedação; Pacientes com problemas respiratórios o Exemplos: fibrose cística, asma, pneumonia, enfisema e outras DPOCs o Os pacientes passam por acidose respiratória, porque o CO2 está aumentado e, consequentemente, a concentração de prótons; o Por que isso ocorre? Geralmente, pacientes com problemas respiratórios possuem tendência a acumular muco nos pulmões, o que comprometa a liberação do CO2 pela via respiratória; Ocorre aumento de ácido carbônico, que aumenta a concentração de H+; O mecanismo de compensação renal entra em ação devido à insuficiência respiratória reabsorção de bicarbonato; É necessário tratar a causa para que não haja desvio à direita; OBS: Administração de diuréticos o Um diurético aumenta o fluxo de líquido; o Esse efeito gera aumento da absorção de sódio pelos néfrons, o que aumenta a secreção do H+ e a reabsorção do bicarbonato isso ajuda na alcalose; o Se esse diurético for um inibidor de anidrase, ele ajuda a aumentar o volume e diminuir a concentração da urina. Por isso é uma exceção essa inibição reduz a absorção de sódio e de bicarbonato para o sangue; o Portanto, a ingestão hídrica excessiva não auxilia no processo de eliminação de H+; Causas clínicas dos distúrbios ácido-base o Diabetes Mellitus Efeito insuficiente da insulina; Algumas gorduras são degradadas, e o acúmulo de ácido acetoacético pode gerar acidose metabólica grave; o Insuficiência renal crônica A sobrecarga compromete a filtração glomerulas, o que pode desencadear acidose metabólica; Pode-se empregar o uso de diuréticos não inibidores de anidrase; Tratamentos da acidose ou da alcalose outras medidas corretivas o Consistem em corrigir a anormalidade; o Acidose Ingestão de bicarbonato em quantidade adequada; Lactato de sódio e gliconato de sódio administrados via intravenosa; o Alcalose Isabela Valinho Abreu, 1º período 32 Administração de cloreto de amônio por via oral, com cuidado porque ele é tóxico e não é cabível em todas as situações; Identificar a causa e revertê-la; AULA 09 (03/05) – BIOFÍSICA DA LOCOMOÇÃO 1. Torque No organismo humano, quase todos os movimentos são produzidos por meio da criação de um torque: o Articulações – ponto fixo (fulcro, pivô, sistema de apoio); o Ossos – alavancas; o Músculos – força potente (força exercida para a criação do torque); OBS – força resistente é a força que precisa ser rompida para que haja o torque; o OBS – braço de força e braço de resistência – respectivamente, distância entre a força e a resistência e o ponto fixo; T = F.d o É o produto da força aplicada em um determinado ponto e a distância entre a força e o ponto; o Torque positivo – sentido horário; o Torque negativo – sentido anti-horário; O torque está relacionado com a magnitude da força, mas não é a força. Além da força, é levada em conta a direção da força; OBS: diferentes amplitudes implicam diferentes intensidades de força aplicadas: o Ex: flexão de cotovelo Maior força – 90º; Menor força – demais angulações; 1.1. Fatores fisiológicos Número de fibras musculares; Número de unidades motoras; Tipo de fibra o Tipo I Contração lenta; Coloração avermelhada; Motoneurônios de pequeno calibre; Metabolismo aeróbico; Exercícios de longa duração com intensidade mais baixa; o Tipo II Contração rápida; Divididas em A e B Metabolismo anaeróbico; Motoneurônios de alto calibre localizados no córtex motor; Baixa resistência à fadiga; Exercícios de curta duração e com intensidade mais alta; Tipo A é mais intermediário entre I e II-B; 1.2. Fatores biomecânicos Ângulo das fibras; Braço de força; Isabela Valinho Abreu, 1º período
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