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A realidade objetiva como reação ao Romantismo, privilegiando as questões sociais e humanas em detrimento das Realismo mais científico, em que o ser humano é condicionado pela sua hereditariedade, meio e educação. Segunda metade do século XIX – renovação cultural e artística Questão Coimbrã – proclamação de uma nova conceção de arte, de expressão do intelectual, que tem como primeiro valor a independência. Conflitos literários entre 2 grupos, os poetas conservadores e ultra-românticos que se opõe aos novos escritores, a Geração de 70 Jovens artistas que têm como objetivo a regeneração do país, através da difusão de ideias inovadoras, apresentadas nas Conferências do Casino, em que Eça de Queirós defende o Realismo e o Naturalismo. Contextualização histórico-literátia Título, subtítulo e estrutura da obra Os Maias Temas e intenção crítica Episódio Para além dos espaços sociais, há espaços físicos e psicológicos, que assumem valor simbólico e emotivo Espaços sociais Santa Olávia: simboliza o refúgio e a capacidade de regeneração. Coimbra: local de juventude, da formação académica e da vida boémia. Lisboa: representa o país com todos os seus defeitos sociais. Sintra: simboliza o paraíso romântico e, também, a imoralidade dos costumes. Ramalhete: residência da família, testemunha a vida de várias gerações dos Maias. Consultório e laboratório: simbolizam o diletantismo de Carlos e da sua geração. A Toca: local de transgressão, repleto de elementos que sugerem a sensualidade, a paixão. Espaços físicos Estes espaços sociais e humanos são caracterizados através da descrição do real e do papel das sensações. Descrições com recurso a várias sensações, frequentemente através da sinestesia, e apelando a emoções, como se evidencia, por exemplo, na descrição de Maria Eduarda feita por Carlos, da casa da rua de S. Francisco e do espaço físico e social do hipódromo. A representação de espaços sociais e a crítica de costumes Recursos expressivos típicos escrita Queirosiana Sinestesia Hipálage Carlos da Maia: Consiste em associar a uma palavra uma característica que pertence semanticamente a outra palavra da mesma frase. Articulação entre o tempo da história e tempo do discurso Pedro:Pedro da Maia:Afonso da Maia: Maria Monforte: Carlos da Maia: Carlos:Carlos da Maia: Carlos: Afonso e Carlos da Maia Carlos Representações do sentimento e da paixão: diversificação da intriga amorosa Pe dr o da M ai a e M ar ia c on fo rt e C ar lo s da M ar ia e M ar ia E du ar da Paixão Oposição Oposição Paixão Desenlace trágico Desenlace trágicoP ed ro d a M ai a e M ar ia M on fo rt e Paixão Incesto: Quando a relação é entre dois membros da mesma família, neste caso Carlos e Maria eram irmãos Características trágicas dos protagonistas Afonso da Maia Carlos da Maia Maria Eduarda Uma das características da tragédia clássica é a condição social elevada das personagens. personagens de condição superior sujeitos às forças superiores do destino. Afonso da Maia Incapaz de influenciar o carácter de Pedro e de se impor a Maria Eduarda Runa • relativamente à educação portuguesa ministrada ao filho Intransigente perante a paixão do filho por Maria Monforte • Sobrevive ao suicídio de Pedro e morre, depois, “solitariamente” após a descoberta • do incesto entre os netos. Carlos Eduardo da Maia Nome que indica desgraça • Desafia o destino ao envolver-se com uma mulher supostamente casada • Pratica conscientemente o adultério.• Maria Eduarda Afastada da família pela mãe • É vítima do destino e da fatalidade ao praticar o incesto inconscientemente.• Árvore genealógica da família Maia Caetano da Maia (bisavô de Carlos) Afonso da Maia (Avó de Carlos) Maria Eduarda Runa Pedro da Maia (pai de Carlos) Maria Monforte Carlos da Maia Maria Eduarda Intriga trágica Linguagem e estilo Peripécia Reconhecimento Catástrofe Ironia Comparação Relação de Carlos e Maria Eduarda. Revelação do grau de parentesco entre Carlos e Maria Eduarda por Guimarães a Ega. Incesto voluntariamente cometido por Carlos, dominado pela paixão, e pela morte de Afonso da Maia. Recursos Expressivos Metáfora Reprodução do discurso no discurso Personificação Aliteração Sinestesia o diminutivo com intenção irónica o uso expressivo do adjetivo e do advérbio O discurso direto (“Ainda têm um pedaço de pão, disse Vilaça sorrindo”) indireto (“Afonso riu muito da frase, e respondeu que aquelas razões eram excelentes”) indireto livre (“Ega rugiu. Para que estavam eles fazendo essa ‘pose’ heroica?”).