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Karine Alves Ribeiro – MD2 Tecido Ósseo Introdução ➢ É um tipo de tecido conjuntivo do grupo de suporte ➢ MEC mineralizada ➢ São revestidos pelo Endósteo e Periósteo. Fazem a nutrição do tecido e fornecimento das células osteogênicas ➢ Principal constituinte do esqueleto Função ➢ Suporte ➢ Proteção de órgãos internos ➢ Armazena cálcio e fosfato ➢ Aloja e protege a medula óssea ➢ Proporciona apoio ao músculo esquelético transformando contrações em movimento ➢ Absorvem toxinas e metais pesados (minimizando seus efeitos adversos em outros tecidos) Inervação e vascularização ➢ Os ossos são profundamente irrigados, recebendo artérias de diferentes origens e capa tipo de osso apresenta uma particularidade na sua irrigação ➢ São inervados por neurônios sensoriais ➢ Forames nutrícios: Encontrados principalmente na diáfise e na epífise, são aberturas no osso através das quais os vasos sanguíneos passam para alcançar a medula. As artérias metafisiais suplementam o aporte sanguíneo para o osso, elas se originam dos vasos periosteais ➢ Artérias nutrícias: Suprem a diáfise e a epífise ➢ Tecido ósseo carece de vasos linfáticos, com a drenagem linfática ocorrendo somente a partir do periósteo Matriz óssea Parte inorgânica ➢ Íons fosfato e cálcio, bicarbonato, magnésio, potássio, sódio e citrato ➢ Sem o cálcio, os ossos mantêm sua forma, porém tornam-se tão flexivos quanto tendões Parte orgânica ➢ Fibras colágenas (colágeno tipo I e tipo V), pequenas quantidades de proteoglicanos e glicoproteínas ➢ Destruição dessa parte deixa o osso quebradiço que dificilmente pode ser manipulado sem se partir ➢ Macromoléculas de proteoglicanos: Contribuem para a força compressiva do osso, responsáveis pela ligação dos fatores de crescimento e inibição da mineralização Karine Alves Ribeiro – MD2 ➢ Glicoproteínas multiadesivas: Responsáveis pela fixação das células ósseas ➢ Osteonectina: Glicoproteína que é importante para o mecanismo de calcificação da matriz, serve como uma cola entre o colágeno e os cristais de hidroxiapatita ➢ Podoplanina (E11): Produzidas pelos osteócitos em resposta ao estresse mecânico ➢ Proteínas dependentes de vitamina K específicas do osso (como a osteocalcina): Captura o cálcio da circulação e estimula os osteoclastos na remodelação do osso Células Células osteoprogenitoras ➢ Deriva das células-tronco mesenquimatosas ➢ Presente na membrana que reveste internamente os ossos (endósteo) ➢ Capacidade de se diferenciar nas células que vão produzir a matriz óssea (osteoblastos) ➢ O fator essencial que deflagra a diferenciação é denominado fator de ligação central alfa-1 (CBFA 1) ou fator de transcrição relacionado com 2 (RUNX2). Essa proteína leva à expressão de genes que são característicos do fenótipo dos osteoblastos ➢ Atuam no crescimento e reparo dos ossos, são mais achatadas ➢ São encontradas nas superfícies externa e interna dos ossos e podem residir na microvascularização que supre o osso Osteoblasto ➢ Célula jovem ➢ Quando o núcleo está cúbico, a célula está ativa ➢ Núcleo alongado, célula inativa, ou em repouso ➢ Produz grande quantidade de matriz extracelular (parte orgânica) e é envolvido por essa mesma matriz ➢ Está envolvido na calcificação óssea Processo de calcificação é iniciado por meio da secreção na matriz de pequenas vesículas da matriz, que são ricas em ALP (fosfatase alcalina) e secretadas apenas durante o período em que a célula produz a matriz óssea ➢ Sempre ficam na periferia ➢ Respondem a estímulos mecânicos para mediar as alterações no crescimento e na remodelação óssea ➢ Osteoide: Matriz óssea recém-formada ainda não calcificada ➢ Ativadas por fatores de crescimentos: FGF, TGFbeta, PDGF, BMPs Osteócito ➢ Originada do osteoblasto ➢ Células achatadas ➢ Envoltos pela matriz óssea ➢ Função de manter a matriz extracelular ➢ Ocupam espaços chamados de lacunas, e cada uma possui apenas um osteócito ➢ Apresenta prolongamentos, e é por meio desses prolongamentos, que realizam junções comunicantes, que as células do Tecido Ósseo são nutridas ➢ Canalícolos: Gerados pelo encurtamento dos prolongamentos doa osteoblastos, contém líquido interdiscial ➢ A nutrição dos osteócitos depende dos canalículos que existem na matriz ➢ Se houver necessidade, ele volta a ser um osteoblasto ativo para produzir matriz extracelular. Porém, o osteócito em si, não produz matriz extracelular ➢ Envolvidos no processo de mecanotransdução, pelo qual respondem a forças mecânicas aplicadas ao osso. Por esses estímulos mecânicos, ocorre microfraturas em que os osteócitos estimulam a ossificação, por isso que o exercício físico estimula o crescimento ósseo As forças mecânicas aplicadas sobre o osso causam o fluxo de líquido intersticial para fora dos canalículos e lacunas. Esse movimento gera um potencial elétrico transitório (potencial de fluxo). Esse potencial abre canais de cálcio além de induzir a abertura de hemicanais que possibilitam a liberação de moléculas intracelulares acumuladas no espaço extracelular dos canalículos. Por isso, as regiões mais frequentemente estressadas de um osso vão apresentar um maior depósito de osso novo Karine Alves Ribeiro – MD2 Células de revestimento ósseo ➢ Externas: Células periosteais ➢ Internas: Células endosteais ➢ Manutenção e no suporte nutricional dos osteócitos inseridos na matriz óssea subjacente, bem como na regulação do movimento de cálcio e de fosfato para dentro e para fora do osso Osteoclasto ➢ Origem da medula óssea (monócitos) ➢ Multinucleada ➢ Várias células se reúnem formando essa célula ➢ Tem cálcio e fosfato armazenado Quando tem baixo cálcio no sangue, essa célula vai ser “requisitada” para fazer a reabsorção óssea e liberar o cálcio no sangue ➢ Fazer o remodelamento do tecido ósseo ➢ Célula fagocitária ➢ Existem proteínas que fixam essa célula na medula óssea ➢ Situam-se na superfície do tecido ósseo ou em túneis no interior das peças ósseas ➢ Nas áreas de reabsorção óssea são encontrados ocupando pequenas depressões da matriz escavadas pela atividade dessas células e conhecidas como lacunas de Howship Formação do osteoclasto ➢ Ocorre em associação com as células estromais na medula óssea ➢ Essas células secretam citocinas essenciais para a diferenciação dos osteoclastos ➢ O precursor do osteoclasto passa a ter uma molécula receptora, o RANK ➢ O RANK vai interagir com a molécula ligante, RANK-L, que é expressa pelos osteoblastos (ou células do estroma) ➢ Essa via pode ser bloqueada pela osteoprotegerina (OPG), produzida também pelos osteoblastos. Partes do osteoclasto ➢ Borda pregueada: Parte da célula que está em contato direto com o osso. Contém inúmeras pregas que são responsáveis pelo aumento da área de superfície para a exocitose de enzimas e endocitose dos produtos de degradação e resíduos ósseos ➢ Zona clara: Demarca a área óssea a ser absorvida, em que ocorre a reabsorção e a degradação da matriz. Contém quantidades grandes de filamentos de actina ➢ Região basolateral: Atua na exocitose do material digerido. Aqui as vesículas contendo material ósseo degradado fundem-se com a membrana celular para liberar seu conteúdo. A TRAP tem sido encontrada dentro das vesículas, sugerindo seu papel na fragmentação do material endocitado Reabsorção óssea ➢ A matriz óssea precisa ser descalcificada por meio da acidificação da superfície óssea, que inicia a dissolução da matriz ➢ Reabsorvem o tecido ósseo por meio da liberação de prótons e hidrolases lisossômicas Karine Alves Ribeiro – MD2 1. Para isso, o citoplasma do osteoclasto contém anidrase carbônica II, que vai produzir ácidocarbônico a partir de dióxido de carbono e água 2. Depois, o ácido carbônico se dissocia em bicarbonato e um próton. Com a ajuda de bombas de prótons dependentes de ATP, os prótons são transportados através da borda pregueada. o ambiente ácido inicia a degradação do componente mineral do osso em íons cálcio, fosfatos inorgânicos solúveis e água 3. Quando a reabsorção do tecido ósseo se completa, os osteoclastos sofrem apoptose Mineralização óssea ➢ Nos locais em que a mineralização é iniciada, a concentração de cálcio pode ultrapassar o limiar normal ➢ A ligação de cálcio extracelular pela osteocalcina cria uma concentração local elevada desse íon ➢ A alta concentração de cálcio estimula os osteoblastos a secretar ALP, que aumenta a concentração local de PO4, o que estimula mais ainda a concentração de cálcio ➢ Agora, os osteoblastos começam a liberar vesículas da matriz, contendo ALP e pirofosfatase ➢ Essas vesículas acumulam Ca2+ e clivam íons PO4, resultando em cristalização de CaPO4 nas vesículas ➢ Os cristais iniciam a mineralização da matriz pela formação e depósito de cristais de hidroxiapatita na matriz que circunda os osteoblastos Revestimento ➢ Fornece novos osteoblastos para o crescimento, a remodelação e a recuperação do osso ➢ Importantes para a nutrição do tecido ósseo Periósteo ➢ Externo ➢ Duas camadas ➢ Camada externa: Camada fibrosa, que se assemelha a outros tecidos conjuntivos densos ➢ Camada interna: Mais celularizada, que contém as células osteoprogenitoras ➢ Constituído por tecido conjuntivo denso não modelado fibroso ➢ Nela se encontram osteócitos ➢ Altamente vascularizado ➢ Nutre o Tecido ósseo ➢ Fibras colágenas e fibroblastos ➢ Fibras de Sharpey: Feixes de fibras colágenas do periósteo que penetram o tecido e prendem firmemente o periósteo ao osso Endósteo ➢ Interno ➢ Revestimento tanto do osso compacto voltado para a cavidade medular quanto das trabéculas do osso esponjoso dentro da cavidade ➢ Reveste cavidades ósseas ➢ Tecido conjuntivo ➢ Constituído por uma delgada camada de células osteogênicas achatadas Classificação (histológica) Tecido ósseo primário ou imaturo ➢ Primeiro tecido ósseo formado, tanto no desenvolvimento embrionário como na reparação das fraturas ➢ Fibras colágenas dispostas em várias direções ➢ Sem organização definida ➢ Menor quantidade de minerais ➢ Maior proporção de células ➢ Não é completamento mineralizado quando em formação ➢ Forma-se mais rápido que o osso maduro Karine Alves Ribeiro – MD2 ➢ Nota-se a existência de áreas de osso imaturo nos adultos, particularmente nos locais onde o osso está sendo remodelado Tecido ósseo secundário ou lamelar ➢ Osteos ou sistema de havers: Contém o suprimento vascular e nervoso do ósteon ➢ As lacunas observadas em lâminas microscópicas são os lugares onde estavam presentes os osteócitos ➢ Fibras colágenas em volta de cavidades ➢ Lamelas em volta de uma cavidade ➢ Fibras colágenas organizadas em lamelas, que ficam paralelas umas as outras em torno de canais com vasos formando o Sistema de Havers ou Ósteon ➢ Os canalículos se abrem no canal de Havers que servem de passagem para as substâncias entre os osteócitos e os vasos sanguíneos ➢ A diáfise dos ossos é quase toda composta de osso lamelar ➢ Canais de Volkmann: Fazem a comunicação dos canais de Havers. Meio nos quais os vasos sanguíneos e os nervos seguem o seu trajeto de ambas as superfícies periosteal e endosteal para alcançar o canal de Havers Remodelação interna ➢ Processo pelo qual são formados novos ósteons ➢ Os osteoclastos “criam” um espaço semelhante a um túnel, chamado de cavidade de reabsorção ➢ Quando o túnel estiver no tamanho apropriado para o novo ósteon, ele é ocupado por vasos sanguíneos e tecido conjuntivo circundante ➢ Assim, osteoblastos começam a preencher o canal, depositando osteoide. Com o tempo, a matriz óssea torna-se mineralizada Ossificação ➢ Mecanismo pelo qual o osso é formado Intramembranosa ➢ Ossos do crânio e da face, mandíbula e a clavícula ➢ Crescimento em espessura (aposional) 1. Algumas células mesenquimatosas migram e se agregam as áreas específicas, formando os centros de ossificação primária (local do conjuntivo que se inicia o processo de ossificação) 2. Diferenciação de células mesenquimatosas que se transformam em células osteoprogenitoras. Elas Karine Alves Ribeiro – MD2 expressam o fator de transcrição CBFA 1, essencial para a diferenciação dos osteoblastos 3. Quando temos os osteoblastos, inicia-se o processo de formação do tecido ósseo (primário). Elas secretam moléculas colágenas (principalmente tipo I), sialoproteínas, osteocalcina, entre outros componentes da matriz óssea (osteoide) 4. À medida que o processo continua, o osteoide sofre mineralização e têm-se a diferenciação dos osteoblastos em osteócitos. Os osteócitos ficam situados em lacunas e estendem seus prolongamentos em direção aos canalículos 5. A matriz mineralizada é formada em trabéculas que se juntam umas as outras, formando o osso esponjoso 6. Os vasos crescem nos espaços entre as trabéculas 7. Conforme as trabéculas são formadas, ocorre um “empurramento” do mesênquima para as periferias, formando o periósteo 8. Ao mesmo tempo, forma-se uma fina camada superficial de osso compacto A palpação do crânio dos recém-nascidos revela áreas moles, as fontanelas, nas quais as membranas conjuntivas ainda não foram substituídas por tecido ósseo Endocondral ➢ Ossos dos membros e as partes do esqueleto axial ➢ A partir de um molde de Hialina (cartilagem) ➢ Crescimento em altura (intersticial) ➢ Principal responsável pela formação dos ossos curtos e longos ➢ Na parte média do molde de cartilagem vai ocorrer a ossificação intramembranosa 1. Se inicia com a proliferação e a agregação das células mesenquimatosas no local do futuro osso 2. Sob a influência de diferentes fatores de crescimento dos fibroblastos (FGF) e de proteínas morfogênicas ósseas (BMPs), as células mesenquimatosas diferenciam-se em condroblastos, passam a expressar colágeno tipo II e a produzir matriz cartilaginosa 3. Forma-se assim, o molde de cartilagem (Hialina) revestido pelo pericôndrio 4. Os condroblastos que ficam imersos na matriz produzida passam a ser chamados de condrócitos 5. O modelo cartilaginoso cresce por meio de uma divisão celular dos condrócitos. Assim, temos o crescimento intersticial (de dentro para fora) 6. O molde de cartilagem também cresce pelo acréscimo de material de matriz à periferia do modelo, por novo condrócitos que se desenvolvem a partir do pericôndrio (crescimento aposicional) 7. As células pericondrais na região mediana do molde de cartilagem produzem osteoblastos. Por isso, identifica-se agora uma camada osteogênica dentro do periósteo. Assim, forma-se uma camada de osso em torno do modelo de cartilagem, chamado de osso periosteal ou osso intramembranoso. 8. Os condrócitos na região média hipertrofiam. A medida que eles aumentam, ocorre reabsorção de matriz cartilaginosa. Essas células começam a sintetizar fosfatase alcalina, assim, a matriz cartilaginosa sofre calcificação 9. Quando a matriz calcifica, ela inibe a difusão de nutrientes, ocasionando a morte de condrócitos no molde de cartilagem 10. Com a morte dos condrócitos, grande parte da matriz se decompõe 11. Vasos sanguíneos, advindos do periósteo, crescem e penetram o colar ósseo diafisário. Ao mesmo tempo, células mesenquimatosas que residem no periósteo migram também para a cavidade e diferenciam-se em células osteoprogenitoras Karine Alves Ribeiro – MD2 12. Essas, se diferenciam em osteoblastos, que começam a depositar matriz óssea sobre os tabiquesde cartilagem calcificada 13. Os capilares periostais crescem dentro da cartilagem calcificada em desintegração o que induz ao desenvolvimento do centro de ossificação primário 14. Forma-se as trabéculas do osso esponjoso 15. A ossificação se espalha em direção as duas extremidades do molde 16. Osteoclastos começam a decompor trabéculas do osso esponjoso para formar a cavidade medular na diáfise. Aqui, grande parte da diáfise é substituída por osso compacto 17. Ramo da artéria epifisal penetram as epífises, o que desenvolve o centro de ossificação secundário 18. A cartilagem hialina do molde da epífise vira articulação. Enquanto, a cartilagem entre a epífise e a diáfise vira o disco epifisário ➢ Crescimento do osso endocondral ➢ A medida que a cavidade medular diafisária se expande, nota-se uma região ocupada por cartilagem em ambas as extremidade da cavidade, chamada de cartilagem epifisária Disco epifisário ➢ Disco de cartilagem hialina situado entre a epífise e a diáfise ➢ Responsável pelo crescimento longitudinal do osso após sua histogênese inicial ➢ Seu desaparecimento, por ossificação, aproximadamente aos 18 a 20 anos de idade determina o fim do crescimento longitudinal ➢ A espessura do disco permanece relativamente constante durante o crescimento ➢ A quantidade de nova cartilagem produzida é igual a quantidade reabsorvida ➢ A cartilagem reabsorvida é substituída por osso esponjoso ➢ A produção de nova matriz cartilaginosa empurra a epífise, afastando-a da diáfise, com consequente alongamento do osso Zona de repouso ➢ Cartilagem Hialina sem modificação ➢ Não exibe nenhuma proliferação celular nem produção de matriz Zona de cartilagem seriada ou de proliferação ➢ Mitose de condrócitos formando fileiras paralelas ➢ Ativas na produção de colágeno (tipos II e XI) Zona de cartilagem hipertrófica ➢ Condrócitos volumosos ➢ Depósitos citoplasmáticos de glicogênio e lipídios ➢ Condrócitos hipertrofiados secretam VEGF, que induz a invasão vascular Zona de cartilagem calcificada ➢ Mineralização da Matriz Cartilaginosa ➢ Células hipertrofiadas começam a degenerar Zona de ossificação ➢ Surgimento do TC. Ósseo ➢ Mais próxima da diáfise Karine Alves Ribeiro – MD2 ➢ Cartilagem calcificada está em contato direto com o T.C da cavidade medular ➢ Pequenos vasos sanguíneos e células osteoprogenitoras invadem a região ➢ À medida que o osso é depositado nas espículas calcificadas, a cartilagem é reabsorvida, deixando em seu lugar um osso esponjoso primário ➢ Ele vai sofrer reorganização, por conta da atividade osteoclástica e adição de tecido ósseo, realizando assim, o crescimento continuado e os estresses físicos impostos ao osso ➢ Depois do nascimento, temos o desenvolvimento do centro de ossificação secundário na epífise proximal. No qual as células cartilaginosas sofrem hipertrofia e morrem. Com o desenvolvimento desse centro, a única cartilagem que vai sobrar do modelo original é uma cartilagem articular nas extremidades e um disco conhecido como disco epifisário Classificação dos ossos (forma) Longos ➢ Comprimento maior que largura ➢ Ossos dos membros superiores e inferiores ➢ Ex: Rádio e Ulna Curtos ➢ Proporção equivalente ➢ Formados por tecido esponjoso ➢ Ex: Carpo, tarso Plano ➢ Fornecem proteção ➢ Possuem revestimento interno e externo de osso compacto ➢ Apresentam o meio com osso esponjoso ➢ Ex: Parietal Irregular ➢ Não tem uma forma padrão ➢ Apresentam composição variável de tecido ósseo compacto e esponjoso ➢ Ex: Vértebras e calcâneo Sesamóide ➢ Nascem dentro de tendões ➢ Conferem proteção para as regiões que suportam atritos, tensão e estresse físico ➢ Ex: Patela Acessório ➢ “Osso extra” ➢ Nem todas as pessoas possuem ➢ Suturas entre um osso e outro Organização dos ossos longos Epífise Karine Alves Ribeiro – MD2 ➢ Formadas por osso esponjoso revestido por uma delgada camada superficial de osso compacto ➢ A sua superfície articular é coberta por cartilagem hialina ➢ A medula óssea vermelha consiste em células sanguíneas em diferentes estágios de desenvolvimento e em uma rede de células reticulares e fibras que servem como suporte para as células sanguíneas e os vasos em desenvolvimento. Limita-se geralmente aos espaços de osso esponjoso situados em alguns locais, como o esterno e a crista ilíaca Diáfise ➢ Quase totalmente formada por osso compacto ➢ Em estágios avançados do crescimento e em adultos, o tecido na cavidade medular consiste principalmente em células adiposas, sendo chamadas medula amarela ➢ Com estímulos apropriados, como grande perda de sangue, a medula amarela pode reverter em medula vermelha No recém-nascido, toda medula óssea tem cor vermelha, devido à sua grande quantidade de sangue, e é ativa na produção de células do sangue (medula óssea hematógena). Aos poucos ela vai sendo infiltrada por tecido adiposo, com diminuição da atividade hematógena, transformando-se na medula óssea amarela Divisão do esqueleto Esqueleto axial ➢ Recobre órgãos nobres, proteção, eixo ➢ Crânio, coluna vertebral e caixa torácica Esqueleto apendicular ➢ Movimento, articulando o corpo ➢ Membros superiores e inferiores Osso compacto x Osso esponjoso Osso compacto ➢ Pode ser formado a partir do osso esponjoso fetal pela deposição contínua de osso sobre as espículas ósseas esponjosas, pode ser depositado diretamente na forma de osso compacto adulto ou pode se constituir em osso compacto mais antigo composto por ósteons e lamelas intermediárias Osso esponjoso ➢ Composta por trabéculas (espículas finas anastomosadas de tecido ósseo) ➢ Os espaços dentro dessa rede de trabéculas são contínuos e ocupados pela medula óssea e por vasos sanguíneos Reparo ósseo Consolidação óssea direta (primária) ➢ Necessidade de intervenção cirúrgica ➢ Osso fraturado é cirurgicamente estabilizado com placas de compressão, restringindo assim o Karine Alves Ribeiro – MD2 movimento por completo entre os fragmentos fraturados de osso ➢ Nesse processo, o osso sofre remodelação interna semelhante a do osso maduro. Os cones de corte formados pelos osteoblastos cruzam a linha de fratura e produzem canais de reabsorção longitudinais, que posteriormente são preenchidos por osteoblastos ➢ Resulta na geração simultânea de união óssea e restauração dos sistemas de Havers Consolidação óssea indireta (secundária) ➢ Envolve respostas do periósteo e dos tecidos moles adjacentes, bem como formação óssea endocondral e intramembranosa ➢ Esse tipo de reparo ósseo ocorre em fraturas tratadas com fixação óssea não rígida ou semirrígida (gesso) ➢ Em indivíduos saudáveis, esse processo costuma demorar de 6 a 12 semanas ➢ Qualquer fratura leva a um quadro de destruição tecidual e, consequentemente, a hemorragia 1. Inicialmente, forma-se um hematoma da fratura. Ou seja, uma coleção de sangue que circunda as extremidades fraturadas dos ossos. Além disso, observa-se a ocorrência de necrose óssea nas extremidades dos fragmentos ósseos 2. Inicia-se um processo inflamatório agudo, por conta da lesão dos tecidos moles adjacentes e a degranulação das plaquetas do coágulo sanguíneo 3. Infiltrado de neutrófilos e macrófagos 4. Proliferação de fibroblastos (sintetiza matriz) e a ocorrência de angiogênese (formação de capilares sanguíneos) 5. Células tronco mesenquimatosas chegam ao local da lesão, provenientes dos tecidos moles adjacentes e da medula óssea 6. Hematoma da fratura com hemácias retidas por rede de fibrina vai sendo substituído por um tecido de granulação (TCPD frouxo com colágeno tipo III). Tanto os fibroblastos quanto as células periosteais participam durante essafase de granulação 7. O tecido de granulação vai ficando mais denso e vamos ter a diferenciação de condrócitos na região, que acaba por formar uma matriz cartilaginosa que invade o tecido de granulação 8. Assim, o tecido de granulação transforma-se em um calo mole (TCPD denso + cartilagem) fibrocartilaginoso, que proporciona a fratura uma estrutura estável e semirrígida 9. Células osteoprogenitoras do periósteo se diferenciam em osteoblastos, que começam a depositar matriz óssea sobre a superfície externa do calo (ossificação intramembranosa). Essa formação progride em direção ao local de fratura até que o novo osso forme uma bainha óssea sobre o calo mole 10. Brotamentos osteogênicos do novo osso invadem o calo e começam a depositar osso dentro do calo, substituindo o calo mole, por um calo ósseo (estrutura rídiga que confere estabilidade mecânica ao local da fratura) 11. Ademais, ocorre a proliferação e diferenciação do endósteo na cavidade medular e o osso cresce a partir de ambas as extremidades da fratura em direção ao seu centro 12. A região de junção do osso fraturado, consiste, nesse momento, em osso esponjoso 13. Esse osso esponjoso é substituído gradualmente por osso lamelar 14. É necessário que ocorra a remodelação óssea do calo para transformar o osso não lamelar em osso maduro lamelar 15. Enquanto o osso compacto está sendo formado, os remanescentes do calo ósseo são removidos pela ação dos osteoclastos Clínica Doenças articulares ➢ Inflamação das articulações (artrite) ➢ Resposta inflamatória da cartilagem articular à lesão ➢ Traumatismo simples de uma articulação pode promover lesões na cartilagem articular, a ponto de promover calcificação e ser substituída por tecido Karine Alves Ribeiro – MD2 ósseo. Isso pode levar a anquilose (fusão óssea na articulação, com perda do movimento) ➢ Respostas imunes ou processos infecciosos que se localizam nas articulações (como em artrite reumatoide ou na tuberculose) também podem causar lesões nas cartilagens articulares ➢ Depósito de cristais de ácido úrico nas articulações, como nas mãos e nos pés (artrite gotosa ou gota).A irritação também causa formação de depósitos calcários que deformam a articulação e limitam o seu movimento Osteoporose ➢ Osso poroso ➢ Causada por um desiquilíbrio entre a reabsorção óssea (osteoclastos) e a deposição de osso (osteoblastos) ➢ Resulta em massa óssea diminuída, maior fragilidade óssea e risco aumentado de fratura ➢ Osteoporose primária tipo I: Mulheres em menopausa. Aparece em um estágio mais inicial da vida que o tipo II ➢ Osteoporose primária tipo II: Ocorre em indivíduos idosos ➢ Tratamento consiste em suplementação de vitamina D e cálcio, exercício moderado ➢ O estrogênio é um fator essencial para que aos osteoblastos produzem essa osteoprotegerina e quando a mulher entra na menopausa elas reduzem muito os hormônios ovarianos (estrogênio e progesterona). A osteoprotegerina inibe os osteoclastos Raquitismo ➢ Doença que acomete crianças em que a matriz óssea não se calcifica normalmente de modo que as espículas ósseas formadas pelo disco epifisário se deformam por não suportarem as pressões normais exercidas sobre elas. Consequentemente, os ossos não crescem normalmente e as extremidades dos ossos longos se deformam ➢ Causado por quantidades insuficientes de cálcio na dieta ou por uma baixa vitamina D (necessária para a absorção de cálcio no intestino) Osteomalacia ➢ Acontece com adultos e se caracteriza pela calcificação deficiente da matriz óssea neoformada e descalcificação parcial da matriz já calcificada. Como consequência disso, vem a fragilidade óssea Osteogênese imperfeita ➢ Ossos extremamente frágeis que quebram com facilidade ➢ Forma mais grave pode causar: Surdez, problemas na medula espinal, ataque cardíaco, ➢ 90% defeito na formação do colágeno tipo I (importantes também para formar os dentes, ligamentos, esclera) ➢ Alteração genética do braço longo (cromossomo 7 ou 17) ➢ Apresentação clínica bastante variável ➢ Tipo 1: Manifestação leve. Produção de colágeno, mas em quantidades insuficientes. Ossos frágeis, “blue sclera”, problemas de audição ➢ Tipo 2: Produção insuficiente de colágeno ou produção de colágeno com baixa qualidade. Muitas crianças com essa condição, morrem antes de completar um ano de vida. Pulmões subdesenvolvidos, deformidade nos ossos. Subdividida em tipos A, B e C ➢ Tipo 3: Boa quantidade de colágeno é produzida, mas é defeituoso e causa quebra óssea com facilidade. Deformidade óssea, surdez, descoloração da esclera, problema respiratório, baixa estatura, dentes frágeis ➢ Tipo 4: Pode apresentar manifestações leves a severas. Colágeno suficiente é produzido, no entanto não tem muita qualidade Fatores que atuam no crescimento ósseo Minerais ➢ Grande quantidade de cálcio e fósforo são necessárias durante o crescimento dos ossos, assim como Karine Alves Ribeiro – MD2 quantidades menores de magnésio, fluoreto e manganês ➢ Cálcio: Cerca de 35% do cálcio ingerido costuma ser absorvido e o cálcio remanescente é excretado nas fezes ➢ Fosfato: Atua na formação da estrutura óssea na construção e manutenção do esqueleto. A absorção intestinal desse íon ocorre com facilidade e depois ele é excretado na urina Vitaminas ➢ Deficiência da vitamina A suprime o crescimento endocondral do osso. O seu excesso leva a fragilidade e fraturas subsequentes dos ossos longos ➢ Vitamina C é essencial para a síntese de colágeno e sua deficiência leva ao escorbuto. Matriz óssea produzida no escorbuto não pode ser calcificada ➢ Vitaminas K e B12 ajudam na síntese de proteínas ósseas ➢ Vitamina D: Formação de osso endocondral, ação na remodelação óssea, manter a concentração de cálcio e fósforo para a mineralização Hormônios sexuais ➢ Aumento na atividade dos osteoblastos e síntese da matriz extracelular do osso Estrogênio ➢ Inibem a formação dessas citocinas, limitando a atividade dos osteoclastos. Mulheres em menopausa, cujo estrogênio está reduzido, a secreção das citocinas está aumentada, resultando em maior atividade dos osteoclastos, com consequente reabsorção óssea intensa Testosterona ➢ Aumenta a atividade dos osteoblastos, inibir a retirada de cálcio do organismo ao diminuir a formação e a atividade dos osteoclastos, estimula o crescimento longitudinal dos ossos longos na puberdade Glicocorticoides ➢ Inibem a replicação das células da linhagem osteoblástica, diminuem a produção de pré- osteoblastos, osteoblastos e induzem apoptose de osteoblastos maduros e osteócitos ➢ Prejudicam a diferenciação das células do estroma, diminuindo o número de osteoblastos maduros ➢ Inibem a atividade da fosfatase alcalina, produção de colágeno tipo I ➢ Aumentam a osteoclastogênese ➢ Reduz a absorção intestinal de cálcio e aumenta a excreção renal desse íon GH ➢ Atua diretamente: Ligação do GH aos seus receptores na placa de crescimento ➢ Indiretamente: Agindo sobre o crescimento no processo de diferenciação celular e na síntese do colágeno tipo I ➢ Esportes de maneira geral estimulam a produção de GH e aumentam a densidade óssea Paratormônio (PTH) ➢ Secretado pelas células das glândulas paratireóides, constitui o regulador mais importante dos níveis de cálcio e fosfato ➢ Atua sobre o osso para elevar os níveis sanguíneos baixos de cálcio para valores normais ➢ Osteócitos, osteoblastos e linfócitos t apresentam receptores de PTH que ativam a adenilciclase ➢ Aumenta a massa óssea por meio da via do monofosfato de adenosina cíclico ➢ Atua na conversão da vitamina D ➢ Causa um aumento no número de osteoclastos e na reabsorção da matriz óssea, com liberação de fosfato de cálcio. ➢ Esse hormônio aceleraa excreção renal de íons fosfato, atuando sobre receptores localizados nos osteoblastos. Em resposta a esse sinal, os osteoblastos deixam de sintetizar colágeno e iniciam a secreção do fator estimulador dos osteoclastos ➢ No entanto, uma exposição contínua de PTH aumenta a produção de RANKL pelos osteoblastos e assim, vai haver uma hiperatividade osteoclástica e, por fim, a osteoporose Karine Alves Ribeiro – MD2 Calcitonina ➢ Produzido pelas células C da tireoide ➢ Inibe a reabsorção da matriz e, portanto, a mobilização do cálcio. Esse hormônio tem um efeito inibidor sobre os osteoclastos ➢ Atua sobre o osso para reduzir os níveis sanguíneos elevados de cálcio para a faixa normal ➢ Inibe a atividade dos osteócitos e estimula os osteoblastos ➢ Estimulada pelo estrógeno