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4 Regime Jurídico Estatutário

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Regime Jurídico 
Estatutário
 
SST
Ribeiro, Karla
Regime Jurídico Estatutário / Karla Ribeiro 
Ano: 2020
nº de p.: 14
Copyright © 2020. Delinea Tecnologia Educacional. Todos os direitos reservados.
3
Regime Jurídico Estatutário
APRESENTAÇÃO
Nesta unidade, compreenderemos o regime jurídico estatutário, destacando seus 
principais elementos e características. Assim, verificaremos que modelo normativo 
regula a relação laboral e os direitos dos servidores públicos; que esse regime 
pode ser adotado pelos três entes que compõem a federação: União, Estados e 
Municípios; e que a Constituição Federal de 1988 dispensou normas básicas para 
a criação desse regime. Ao examinar esse instituto, perceberemos que, apesar de 
guardar semelhança, não se confunde com as normas dispostas pela Consolidação 
das Leis Trabalhistas. Por fim, examinaremos os aspectos da Lei nº 8.112/90 e 
apontaremos as principais garantias disponibilizadas ao servidor público.
CONSTITUIÇÃO E REGIME JURÍDICO 
ESTATUTÁRIO
Antes de entrar no assunto propriamente dito, é necessário verificar que existem dois 
tipos de servidores no Estado, classificação derivada do vínculo que essas pessoas 
possuem com o poder público. Isso posto, verifica-se que em ambas as categorias 
os indivíduos possuem conexão com o Estado por meio de contrato de trabalho, e 
os servidores públicos têm vínculo baseado na lei. Por consequência, seus direitos e 
deveres devem estar previstos na legislação.
No âmbito do Direito Administrativo, considera-se agente público 
toda pessoa que presta um serviço público. Logo, os servidores 
públicos são uma espécie desse gênero.
Saiba mais
É relevante observar que a escolha de qual regime a Administração Pública 
deverá se pautar deve, anteriormente, analisar o dispositivo constitucional que 
estabelece a exigência de regime jurídico único para os servidores nas entidades 
4
da administração direta, autárquica e fundacional. Assim, não se admite que 
os servidores públicos sejam contratados mediante as regras estabelecidas na 
Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT).
A obtenção dos cargos públicos de regime estatutário deverá 
ocorrer por meio de concurso público.
Saiba mais
Nesse contexto, após a Constituição Federal da República Brasileira (CFRB/88), 
a administração pública, inclusive a União Federal, passou a aplicar a todos os 
servidores o regime estatutário, adotando a Lei nº 8.112, de 11 de novembro de 
1990, que estabelece as regras aplicáveis à atuação dos servidores públicos. 
Com o advento da Emenda constitucional (EC) nº 19, de 04 de junho de 1998 
(BRASIL, 1998), a CFRB/88, art. 39, passou a versar da seguinte forma:
A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão, no 
âmbito de sua competência, regime jurídico único e planos de carreira 
para os servidores da administração pública direta, das autarquias e das 
fundações públicas. § 5º Lei da União, dos Estados, do Distrito Federal 
e dos Municípios poderá estabelecer a relação entre a maior e a menor 
remuneração dos servidores públicos, obedecido, em qualquer caso, o 
disposto no art. 37, XI. (BRASIL, 1998)
Todos os entes da Federação, bem como as autarquias e fundações públicas, 
deviam ter um regime jurídico único. Todavia, com a instituição da EC nº 19, essa 
regra foi alterada. Cria-se então a possibilidade de um mesmo ente federativo 
possuir dois tipos de regimes para seus servidores, ou seja, simultaneamente 
poderia haver a contratação de empregados por meio de diretrizes da CLT e, ainda, 
a nomeação de servidores estatutários aprovados por concurso público, com 
embasamento na Lei nº 8.112/90.
5
A Administração Pública poderá ter, portanto, em seu quadro 
funcional, pessoas contratadas como empregados públicos e que, 
por consequência, estariam submetidas a outro regime que, por 
exemplo, não precisaria de concurso público.
Reflita
Nesse caso, não estariam obrigados a ter sua remuneração menor que o teto 
estabelecido pelo dispositivo 37, XII, da Constituição Federal, pois o regulamento 
que rege esse contrato jurídico é a Lei nº 9.962/00, de 22 de fevereiro de 2000. 
Assim, no âmbito do ordenamento jurídico infraconstitucional, a citada lei limita os 
cargos em regime celetista ao estabelecer que a Administração Pública só pode 
utilizar contratos com regime de CLT quando não estiverem elencados nessa própria 
legislação. No caso de um contrato por prazo indeterminado, a rescisão somente 
pode ocorrer por parte da Administração Pública.
Essa emenda constitucional (19/98) foi alvo de uma ação direta de 
inconstitucionalidade (Adin 2135) que a declarou inconstitucional por ser 
incompatível com o art. 60, § 2°, do diploma constitucional, que estabelece que 
as emendas constitucionais devem ser tramitadas nas duas casas do Congresso 
Nacional, em dois turnos, bem como se verificou que afrontava o art. 60, § 4°, da 
CFRB/88, que prevê que uma emenda constitucional não pode modificar uma 
cláusula pétrea (BRASIL, 1988; 1998). Examinando o eventual vício formal, o 
Supremo Tribunal Federal (SFT), em 2 de agosto de 2007, suspendeu a emenda por 
meio de liminar, até que o julgamento tivesse a tramitação do julgamento finalizada.
Após esse julgamento, comprovou-se a inconstitucionalidade da EC nº 19, e o art. 
39 da Constituição teve sua redação retornada ao original. Por consequência, a 
Administração Pública direta passou a ter o dever de admitir somente servidores em 
regime estatutário, aplicando a Lei nº 8.112/90.
Dito isso, verifica-se que a obrigatoriedade após a Adin encontra-se no âmbito da 
esfera de governo federal, que deverá ter apenas um regime jurídico. Entretanto, as 
autarquias poderão realizar a contratação de empregados regida pela Consolidação 
das Leis do Trabalho. Outro ponto a ser ressaltado é que os servidores que 
entraram antes de a decisão da Adin 2135 ser publicada deverão manter seu regime 
jurídico com o Estado, sem ser modificado.
6
A Ação Direita de Inconstitucionalidade tem por objetivo verificar 
se uma norma é compatível, formal ou materialmente, com o Texto 
Constitucional. 
Saiba mais
Preferência do regime estatutário
Como já mencionado, cada ente federativo deverá, mediante lei, definir qual será o 
regime jurídico a ser aplicado na sua administração direta, autarquias e fundações 
públicas de direito público. Todavia, somente poderá optar por um regime jurídico. 
Logo, pode eleger a aplicação do regime de cargos ou emprego público.
Porém, deve ser observado que desde a CFRB/88, o Estado tem adotado o regime 
estatutário para seus servidores, principalmente por este trazer mais garantias 
à prestação de serviço público, além de estabilidade aos servidores e um regime 
especial de aposentadoria (BRASIL, 1988).
Conforme Moreira Neto (2009), os direitos atribuídos aos 
estatutários têm como finalidade garantir que a prestação de serviço 
público contínuo seja exercida com moralidade e impessoalidade.
Saiba mais
Nesse contexto, verifica-se que o agente público que se sente estável no seu 
trabalho, sem se preocupar com possíveis ameaças políticas, devido à garantia do 
concurso público, pode exercer sua função de forma mais eficiente.
Assim, segundo Mendes e Branco (2017), o regime jurídico único, aplicado à União 
Federal, autárquica e fundações públicas, deverá ser o estatutário. E todos que 
ingressaram no regime pautado pela CLT deverão ter suas contratações convertidas 
ao regime estatutário, conforme estabelecido pelo artigo 243 da própria Lei nº 
8.112/90.
7
O artigo 19, § 1°, do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias (ADCT) 
estabelece que os servidores que tiverem seu regime convertido terão o tempo 
de serviço dos servidores como CLT computado para aposentadoria, bem como 
deverão subir de nível na carreira. Dito isso, vale observar o dispositivo 243, § 12, que 
estabelece que:
Ficam submetidos ao regime jurídico instituído por esta Lei, na qualidade 
de servidores públicos, os servidores dos Poderes da União, dos ex-
Territórios,das autarquias, inclusive as em regime especial, e das fundações 
públicas, regidos pela Lei nº 1.711, de 28 de outubro de 1952 – Estatuto 
dos Funcionários Públicos Civis da União, ou pela Consolidação das Leis do 
Trabalho, aprovada pelo Decreto-Lei n. 5.452, de 1° de maio de 1943, exceto 
os contratados por prazo determinado, cujos contratos não poderão ser 
prorrogados após o vencimento do prazo de prorrogação. § 12 Os empregos 
ocupados pelos servidores incluídos no regime instituído por esta Lei ficam 
transformados em cargos, na data de sua publicação. (BRASIL, 1988)
Após a edição do estatuto dos servidores federais, não há mais servidores públicos 
em regime pautado pela CLT. Somente na União Federal existem estatutários, com 
estabilidade definida pelo artigo 19 da ADCT, que traz como texto legal:
Os servidores públicos civis da União, dos Estados, do Distrito Federal 
e dos Municípios, da administração direta, autárquica e das fundações 
públicas, em exercício na data da promulgação da Constituição, pelo 
menos cinco anos continuados, e que não tenham sido admitidos na 
forma regulada no art. 37, da Constituição, são considerados estáveis no 
serviço público. (BRASIL, 1988).
Alterando a Lei nº 8.112/90, existe uma hipótese de exoneração dos servidores nos 
casos de não haver estabilidade daquele que não obteve cinco anos contados da 
promulgação do texto constitucional vigente. Todavia, o servidor público que for 
exonerado devido à não estabilidade trazida por essa legislação deve ser indenizado, 
conforme estabelecido no art. 243, § 7º:
Os servidores públicos de que trata o caput deste artigo, não amparados 
pelo art. 19 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, poderão, 
no interesse da Administração e conforme critérios estabelecidos em 
regulamento, ser exonerados mediante indenização de um mês de 
remuneração por ano de efetivo exercício no serviço público federal. 
(BRASIL, 1990)
8
DIREITO E DEVERES NA LEI 8.112/900
Antes de falar sobre os direitos, é importante fazer uma distinção entre a 
remuneração e os vencimentos. Nesse sentido, estabelece a Lei nº 8.112/90, no seu 
art. 40, que o vencimento é a retribuição pecuniária pelo exercício de cargo público, 
com valor fixado em lei. Entretanto, o art. 41 da mesma lei prevê que a remuneração 
é o vencimento do cargo efetivo, acrescido das vantagens pecuniárias permanentes 
estabelecidas em lei. 
A figura a seguir apresenta as espécies de remuneração.
Espécies de remuneração
Remuneração
Salário
Vencimentos
Montante sem 
benefícios extras que 
o servidor recebe
Montante que o 
empregado recebe 
pelo serviço prestado
Fonte: Elaborada pela autora (2020).
A partir desse esquema, verifica-se que a remuneração pode ser entendida como o 
valor dos vencimentos somado às vantagens pecuniárias de caráter permanente. 
Todavia, além do vencimento, o servidor público poderá receber, segundo o art. 49 da 
Lei nº 8.112/90, as seguintes vantagens: indenizações; gratificações; adicionais.
A próxima figura apresenta as vantagens que o servidor público pode receber 
juntamente com seus vencimentos.
9
Vantagens da remuneração – servidor público
Vantagens
Salário
Indenização
Ajuda de custo; 
Diárias; 
Indenização de 
transporte; 
Auxílio-moradia
Função de confiança; 
Gratificação natalina; 
Adicional de 
insalubridade; 
Adicional de serviço 
extraordinário; 
Adicional noturno; 
Adicional de férias; 
Gratificação por 
encargo de curso ou 
concurso
Fonte: Elaborada pela autora (2020).
As indenizações são os valores que o Estado ressarce para o servidor público devido 
ao gasto pelo exercício de sua função. Conforme o art. 53 da Lei nº 8.112/90, serão 
entendidos como ajuda de custo os valores restituídos ao servidor pelo gasto com 
sua mudança de residência, conforme o interesse do Estado em mudá-lo de sede 
(BRASIL, 1990).
Diferencia-se assim de diária, visto que esta, conforme o art. 58 da mesma 
legislação, deve ser entendida como a restituição de valores gastos pelo servidor 
quando se deslocar da sua sede de trabalho para outro ponto do território nacional 
ou, ainda, para uma localidade internacional (BRASIL, 1990).
Segundo o art. 60 desta lei, pode o servidor público receber indenização quando 
utilizar seu próprio veículo para efetuar serviços externos, chamada de indenização 
de transporte (BRASIL, 1990).
Conforme esse artigo da Lei nº 8.112/90, além do vencimento e das vantagens, o 
servidor público poderá fazer jus de retribuições, gratificações e adicionais como: 
função de confiança, gratificação natalina, adicional de insalubridade, adicional 
de serviço extraordinário, adicional noturno, adicional de férias e gratificação por 
10
encargo de curso ou concurso. Todavia, observa-se que essas hipóteses trazidas por 
esse ordenamento não são taxativas.
Sobre as férias propriamente ditas, o art. 77 estabelece que, após um ano de 
trabalho estatal, o servidor público terá direito ao afastamento de seu trabalho por 30 
dias, com as devidas remunerações (BRASIL, 1990).
Os chamados servidores públicos “contratados”, em regra, não 
fazem juz ao gozo de férias.
Saiba mais
Outro direito do servidor público refere-se às licenças, que são afastamentos do 
trabalho. Essa garantia pode ser solicitada pelo servidor público por motivo de 
doença de uma pessoa da família e será concedida apenas após perícia médica 
oficial, sendo essa modalidade de licença não remunerada pelo Estado. Conforme o 
art. 83, será considerado pessoa da família o cônjuge ou companheiro, dos pais, dos 
filhos, do padrasto ou madrasta e enteado, ou dependente que viva a suas expensas 
e conste do seu assentamento funcional” (BRASIL, 1990).
Outra justificativa para que o servidor possa solicitar afastamento será o afastamento do 
cônjuge ou companheiro que exerce mandato eletivo nos poderes executivo e legislativo 
para outra localidade do território nacional ou ainda para o exterior. Contudo, essa 
licença não dá direito à remuneração do servidor (BRASIL, 1990).
O servidor público que se afastar de seu trabalho, motivado pelo serviço militar, terá 
30 dias para retornar ao seu trabalho após terminar seu dever com o serviço militar – 
licença que também não faz jus à remuneração (BRASIL, 1990).
Outra licença trazida pelo dispositivo 86 desta lei estabelece que o servidor público 
poderá se afastar de seu trabalho para atividade política. Todavia, não poderá 
receber nenhuma remuneração (BRASIL, 1990).
O servidor público poderá solicitar afastamento do seu trabalho, ainda, com o 
pretexto de cuidar de interesses particulares, pedido que somente será concedido 
a critério da Administração Pública. Caso seja conferido, o prazo máximo de 
afastamento será de três anos consecutivos e apenas para servidores que já tenham 
estabilidade, ou seja, que não estejam no estágio probatório (BRASIL, 1990).
11
Outra licença trazida pela lei refere-se ao Desempenho de Mandato Classista, que 
também ocorrerá sem remuneração. Observa-se que, segundo o art. 92, o mandato 
classista pode ser entendido como o mandato em
[...] confederação, federação, associação de classe de âmbito nacional, 
sindicato representativo da categoria ou entidade fiscalizadora da 
profissão ou, ainda, para participar de gerência ou administração em 
sociedade cooperativa constituída por servidores públicos para prestar 
serviços a seus membros. (BRASIL, 1990)
Tem direito ao afastamento de seu trabalho, ainda, o servidor público: para servir a 
outro órgão ou entidade; exercício de mandato eletivo; estudo ou missão no exterior; 
participação em programa de pós-graduação stricto sensu no país, entre outros 
(BRASIL, 1990).
Considera-se pós-graduação stricto sensu os cursos de 
mestrado, doutorado e pós-doutorado.
Saiba mais
Outro direito do servidor público se refere à permissão para trabalho em um 
horário especial, para o servidor que estiver estudando, no caso de seu horário ser 
incompatível com seu trabalho no Estado. Todavia, deverá o servidor respeitar a 
duraçãosemanal do trabalho (BRASIL, 1990).
A Lei nº 8.112/90 prevê o direito à petição, que pode ser aplicado para assegurar o 
direito de o servidor público requerer a defesa de direito ou interesse legítimo. Essa 
petição será encaminhada para a chefia direta para que a autoridade competente 
julgue o solicitado. Destaca-se que o prazo de petição prescreve em cinco anos, 
quanto aos atos de demissão e de cassação de aposentadoria ou disponibilidade, ou 
que afetem o interesse patrimonial e créditos resultantes das relações de trabalho, 
em conformidade com o art. 110, I (BRASIL, 1990).
A petição é um ato administrativo de caráter processual. 
Saiba mais
12
Conforme a Lei nº 8.112/90, os servidores públicos também possuem deveres que 
são elencados no art. 116 (BRASIL, 1990):
São deveres do servidor: I exercer com zelo e dedicação as atribuições 
do cargo; II ser leal às instituições a que servir; observar as normas 
legais e regulamentares; cumprir as ordens superiores, exceto quando 
manifestamente ilegais; atender com presteza ao público em geral, 
prestando as informações requeridas, ressalvadas as protegidas por 
sigilo; à expedição de certidões requeridas para defesa de direito ou 
esclarecimento de situações de interesse pessoal; às requisições 
para a defesa da Fazenda Pública; levar as irregularidades de que tiver 
ciência em razão do cargo ao conhecimento da autoridade superior ou, 
quando houver suspeita de envolvimento desta, ao conhecimento de 
outra autoridade competente para apuração; zelar pela economia do 
material e a conservação do patrimônio público; guardar sigilo sobre 
assunto da repartição; manter conduta compatível com a moralidade 
administrativa; ser assíduo e pontual ao serviço; tratar com urbanidade 
as pessoas; representar contra ilegalidade, omissão ou abuso de poder. 
(BRASIL, 1990)
Quando ocorre o descumprimento dos deveres estabelecidos no art. 116, o 
servidor público poderá ser punido com as penas de advertência e, nos casos 
de reincidência, com pena de suspensão, conforme os artigos 129 e 130, 
respectivamente (BRASIL, 1990).
Para que haja uma sanção admnistrativa, é preciso observar o devido 
processo legal e o direito de defesa daquele que está sendo objeto.
Saiba mais
Caso o servidor público desrespeite as proibições ou ainda os deveres, poderá 
ser sancionado em três âmbitos diferentes: civil, penal e administrativo. Também 
responderá civilmente quando seus atos gerarem prejuízos ao erário ou a terceiros, 
por dolo ou culpa. No âmbito penal, as sanções ocorrerão sempre que o servidor 
praticar infrações funcionais definidas em lei, como crimes ou contravenções. E, por 
fim, será sancionado administrativamente quando as infrações funcionais estiverem 
definidas em leis administrativas.
13
FECHAMENTO 
Nesta unidade, estudamos que a Constituição Federal estabelece regras específicas 
destinadas ao servidor público e vimos que cada ente da federação possui autonomia para 
ter seus servidores, mas que deve seguir as formas legais quando da admissão destes.
Aprendemos que o regime jurídico dos servidores públicos no Brasil é regulamento 
pela Lei nº 8.1120/90, que se destina a regular a carreira do servidor público brasileiro e 
percebemos que essa norma, ao longo do tempo, passou por algumas mutações.
Por fim, entendemos que existe um conjunto de direitos e deveres específicos que 
são atribuídos ao servidor público e que leva em consideração sua inserção na 
Administração Pública. 
14
Referências
BRASIL. [Constituição (1988)]. Constituição da República Federativa do Brasil de 
1988. In: VADE Mecum. São Paulo: Saraiva, 2020.
______. Lei nº 8.112, de 11 de dezembro de 1990. Dispõe sobre o regime jurídico dos 
servidores públicos civis da União, das autarquias e das fundações públicas federais. 
In: VADE Mecum. São Paulo: Saraiva, 2020.
______. Lei nº 9.527, de 10 de dezembro de 1997. Altera dispositivos das Leis nº 
8.112, de 11 de dezembro de 1990, 8.460, de 17 de setembro de 1992, e 2.180, de 5 
de fevereiro de 1954, e dá outras providências. In: VADE Mecum. São Paulo: Saraiva, 
2020.
______. Emenda Constitucional 19/1998. Modifica o regime e dispõe sobre princípio 
e normas da Administração Pública, Servidores e Agentes políticos, controle de 
despesas e finanças públicas e custeio de atividades a cargo do Distrito Federal, e dá 
outras providências. 1998. In: VADE Mecum. São Paulo: Saraiva, 2020.
______. Lei nº 9.962, de 22 de fevereiro de 2000. Disciplina o regime de emprego 
público do pessoal da administração federal direta, autárquica e fundacional, e dá 
outras providências. In: VADE Mecum. São Paulo: Saraiva, 2020.
MENDES, G. F.; BRANCO, P. G. G. Curso de direito constitucional. 12. ed. São Paulo: 
Saraiva, 2017.
MOREIRA NETO, D. F. Curso de direito administrativo: parte introdutória. 15. ed. Rio 
de Janeiro: Forense, 2009.
	Figura_4.1:_A_lei
	Esquema_4.2:_Vantagens_que_o_servidor_pú
	Figura_4.3:_Indenizações

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