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Historiografia Atividade 3-Exercicio FCE

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Historiografia Atividade 3-Exercicio
1.Leia o texto a seguir:
“Tínhamos atingido um desenvolvimento econômico de certa forma notável. Exportava o Brasil já em fins dos seiscentos cerca de quatro mil contos anuais – ou seja, mais de cem mil em moeda atual. […] Tal progresso ia encontrar pela frente, embargando-lhe os passos, a opressão colonial da metrópole. Esta oposição de interesses é acentuada por circunstâncias especiais ao momento: o contraste da profunda decadência do Reino, apenas liberado do jugo espanhol. (...) O comércio oriental praticamente terminara, e o fracasso fora completo. A verdade é que só na época da conquista, diz um historiador, a Índia pagava o seu custo; não porém das rendas normais de um Estado, mas do eventual, proveniente de guerras: presas, tomadias, resgates. Depois da conquista dissipa-se a ilusão dos primeiros anos e Portugal, acorrentado à sua obra, foi-se dessangrando de homens e cabedais.
Era o desastre mais completo. Desfazia-se o império colonial lusitano, e o Reino ia perdendo a principal base da sua economia. Da África só lhe provinham então os proventos do tráfico de escravos, insuficiente, está visto, para alimentar por si só a economia portuguesa. Restava o Brasil, cujas riquezas de país novo e vigoroso se desdobravam não só em possibilidades imediatas, mas em promessas seguras para o futuro.”
(PRADO JÚNIOR, 1969)
A partir dos conhecimentos acerca do autor e da história econômica brasileira, assinale a alternativa correta:
Você acertou!
A. Caio Prado Júnior analisa a política colonial no Brasil a partir da ótica econômica, e enfatiza que a opressão portuguesa impediu o desenvolvimento do país, mesmo após a independência em 1822. 
A abordagem de Caio Prado Júnior rompeu com a estrutura historiográfica tradicional, que enfatizava a história política do foco em fatos, personalidades e eventos. Diferentemente de contemporâneos como Sérgio Buarque de Holanda e Gilberto Freyre, o autor foi um expoente do marxismo, sobretudo na premissa da luta de classes. O projeto colonial português baseou-se na agroexportação, e o espanhol, na mineração de ouro e prata.
2.Analise o texto a seguir, de Augusto Olímpio Viveiros de Castro (1916):
"O govêrno municipal foi o creador dos impostos, ficando na mais completa inactividade o govêrno delegado da metropole. A tributação consistia em impostos de importação, consumo e exportação; eram impostos sôbre a circulação de valores comerciaes. Delles estavam exemptos o trabalho e o capital, que não eram gravados nem directa nem indirectamente. A propriedade urbana, a propriedade rural e o capital auferiam as vantagens da exempção tributaria, à sombra da qual se creou a aristocracia agricola, que foi a primeira manifestação historica, entre nós, do capitalismo."
Qual é o período abordado pelo autor nesse trecho e qual característica o define melhor?
Você acertou!
E. colonial, quando a organização fiscal brasileira ficava a cargo de Portugal e focava o nível municipal. 
Augusto Olímpio Viveiros de Castro está abordando o período colonial (1500-1822), quando os impostos se direcionavam totalmente a Portugal, fato que fragilizava a situação colonial. Além disso, ele discute a falta de organização interna e a importância das instâncias municipais no controle. 
A primeira constituição só surgiu em 1824, e o peso do governo municipal foi maior durante um período considerável. A época independente ocorreu de 1822 em diante.
3. Leia o texto a seguir, de Boris Fausto (2002):
"Sem o mesmo colorido mas com maior eficácia, ganhou força, no Brasil dos anos 30, a corrente autoritária. O padrão autoritário era e é uma marca da cultura política do país. A dificuldade de organização das classes, da formação de associações representativas e de partidos fez das soluções autoritárias uma atração constante. Isso ocorria não só entre os conservadores convictos como das oligarquias; a partir daí, não dava muito valor à chamada democracia formal. Os liberais contribuíram para justificar essa visão. Temiam as reformas sociais e aceitavam, ou até mesmo incentivavam, a interrupção do jogo democrático toda vez que ele parecesse ameaçado pelas forças subversivas."
A partir do contexto de formação da historiografia brasileira na década de 1930, é correto afirmar que:
Você acertou!
C. Pesquisadores como Caio Prado Júnior e Roberto Simonsen foram influenciados pelas mudanças políticas e econômicas da década de 1930 e produziram obras que questionavam o status quo e a produção da historiografia econômica e geral. 
Toda a historiografia é diretamente influenciada pelos acontecimentos do presente. O contexto descrito por Boris Fausto se aprofunda ao percebermos a riqueza cientifica trazida por nomes como Roberto Simonsen e Caio Prado Júnior, pois suas obras ampliaram o campo da história econômica. Celso Furtado escreveu sobretudo na década de 1950, quando já se questionava os escritos das décadas anteriores. Mircea Buescu, por sua vez, revisou a tradição historiográfica já no fim dos anos 1960.
4.Analise o trecho a seguir, de Capistrano de Abreu (1998):
“Conquanto chame história ao trabalho publicado em vida, o nome assenta-lhe mal. Diz rapidamente o descobrimento da Terra, dá o nome dos primeiros donatários ou dos donatários vivos, fala em Tomé se Sousa a propósito da fundação da cidade do Salvador, de Fernão de Sá a propósito da guerra do Espírito Santo em que morreu, de Mem de Sá, quando conquistou o Rio, não podia dizer menos. As primeiras explorações da costa, as feitorias, sede do primitivo escambo, a tomada de posse às polegadas do território concedido às léguas, na expressão frisante de Rocha Pita, deixaram-no frio. A sua história é antes natural que civil; o mesmo se pode afirmar do Tratado.”
Uma das características dos primeiros historiadores da economia, no final do século XIX e início do século XX, era buscar informações sobre o período colonial em diversos tipos de fontes documentais.
A partir dessa informação e da leitura do texto, assinale a alternativa correta
Você acertou!
D. Capistrano de Abreu, analisando o cronista Gândavo, afirma que a história ali é descritiva, portanto tem informações que devem ser consultadas para a produção historiográfica.
Capistrano de Abreu é considerado um dos primeiros historiadores a abordar a história econômica de forma mais aprofundada. O uso de crônicas era fundamental para colher informações acerca do passado colonial, já que poucos documentos sobreviveram ao século XX. Pero de Magalhães Gândavo é um dos principais cronistas do século XVI, mas não é um manual, e sim fonte primária.
5.Leia o texto a seguir, de Celso Furtado (2007):
"No último decênio do século XIX criou-se uma situação excepcionalmente favorável à expansão da cultura do café no Brasil. […] com a descentralização republicana o problema da imigração passou às mãos dos estados, sendo abordado de forma muito mais ampla pelo governo de São Paulo, vale dizer, pela própria classe dos fazendeiros de café. Finalmente, o efeito estimulante da grande inflação de crédito desse período beneficiou duplamente a classe de cafeicultores: proporcionou o crédito necessário para financiar a abertura de novas terras e elevou os preços do produto em moeda nacional com a depreciação cambial."
A partir desse texto, identifique quais eventos políticos influenciaram diretamente o estabelecimento do café como principal produto de exportação brasileiro:
Você acertou!
B. A Proclamação da República e a Lei Áurea.O texto de Celso Furtado aborda o caótico período do final do século XIX, com a Lei Áurea (1888) – que modificou o sistema de trabalho no Brasil – e a Proclamação da República (1889) – que finalizou o domínio monárquico. Apesar dos problemas políticos, a elite cafeeira conseguiu lucrar e aumentar a produção, se beneficiando da especulação monetária brasileira. 
O Tratado de Navegação e Comércio foi assinado em 1810, e a Independência ocorreu em 1822, não caracterizando a cronologia descrita no texto. Já a Lei de Terras é de 1850, e se ampliou ao longo do século. A Leidos Sexagenários, de 1885, ajudou a abrir o caminho para a abolição. O Tratado de Madri é de 1750, e a Farroupilha ocorreu entre 1835-1845.

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